Parque das Memórias: Requalificação do Parque Ecológico do Paranoá

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PARQUE DAS MEMÓRIAS REQUALIFICAÇÃO DO PARQUE ECOLÓGICO DO PARANOÁ


Imagem: Igreja São Geraldo, Paranoá Fonte: h�ps://pt-br.facebook.com/cerradoinfoco/posts/935914996573625/


UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO Departamento de Projeto, Expressão e Representação Trabalho Final de Graduação (Diplomação 2) Parque das Memórias Requalificação do Parque Ecológico do Paranoá Caderno de Diplomação 02 1º/2021 AUTORA Larissa Nascimento PROFESSORA ORIENTADORA Prof. Dra. Flaviana Barreto Lira BANCA AVALIADORA Prof. Dr. Oscar Luís Ferreira CONVIDADA Ana Clara Gianecchinni 3


PARQUE DAS MEMÓRIAS REQUALIFICAÇÃO DO PARQUE ECOLÓGICO DO PARANOÁ

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Sim, “Cidade Invisível”, mesmo passados trinta anos de remoção da Vila Paranoá para atual cidade, totalmente urbanizada, a iden�dade e nossas origens ficaram eternizadas nas árvores plantadas, nos caminhos tracejados e percorridos por toda uma geração, nossas memórias, nossas origens, sonhos, invisíveis, no morro que um dia foi a Vila Paranoá, hoje Parque Urbano e de proteção ambiental, um grande quintal memória a ser preservado e valorizado como patrimônio e paisagem cultural construída por todos que lá morou. GERSION, 2019 5


APRESENTAÇÃO Este documento é o Caderno de Diplomação 02 da disciplina obrigatória de Trabalho Final de Graduação desenvolvido no âmbito da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU-UnB). Tem como �tulo: Parque das Memórias, requalificação do Parque Ecológico do Paranoá; de autoria de Larissa Nascimento e orientação de Flaviana Barreto Lira. O obje�vo geral desta pesquisa é buscar embasamento teórico, fazer análises e construir um projeto de requalificação e preservação do Parque Ecológico do Paranoá, onde se encontrava a an�ga Vila Paranoá, formada por operários vindos de várias partes do Brasil para ajudarem construir a nova capital federal.

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SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 09 HISTÓRIA DA VILA PARANOÁ............................................................................................. 12 ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO PARANOÁ (1985-1987).................................. 13 OS BARRACAÇOS....................................................................................................14 FIM DA LUTA DE FIXAÇÃO......................................................................................16 PARANOÁ NOVO.................................................................................................................17 LINHA DO TEMPO...............................................................................................................18

DIMENSÕES MORFOLÓGICAS.............................................................................................20 DIMENSÃO TOPOCEPTIVO......................................................................................20 DIMENSÃO EXPRESSIVO-SIMBÓLICA......................................................................28

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DIMENSÃO COPRESENCIAL.....................................................................................29 DIMENSÃO BIOCLIMÁTICA......................................................................................31 VEGETAÇÃO................................................................................................31 CONFIGURAÇÃO RELEVO SOLO..................................................................34 ORIENTAÇÃO SOLAR...................................................................................35 ORIENTAÇÃO EÓLICA..................................................................................35 HIGROTÉRMICO..........................................................................................35 DENSIDADE URBANA..................................................................................36 DIMENSÃO FUNCIONAL..........................................................................................37 RELAÇÃO ENTRE ESPAÇOS FUNCIONAIS....................................................38 TRÁFICO DE VEÍCULOS................................................................................40 CONCLUSÃO........................................................................................................................41 MAPA SÍNTESE.....................................................................................................................42

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REFERÊNCIAS TEÓRICAS.................................................................................................... 44 CARTA DE FLORENÇA DE 1981.............................................................................. 44 CARTA DOS JARDINS HISTÓRICOS BRASILEIROS....................................................45 REFERÊNCIAS PROJETUAIS.................................................................................................47 PARQUE HISTÓRICO NACIONAL DE GUARARAPES................................................ 48 PARQUE HISTÓRICO NACIONAL DAS MISSÕES..................................................... 49 PARQUE DA JUVENTUDE........................................................................................50 PARQUE DE INHOTIM............................................................................................ 51


CONCEITO.......................................................................................................................... 53 DIRETRIZES E CONDICIONANTES.......................................................................................53 PROGRAMA DE NECESSIDADES.........................................................................................54

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PARTIDO............................................................................................................................. 55 PROCESSO PROJETUAL...................................................................................................... 56 SETORIZAÇÃO.................................................................................................................... 57 SETOR AMBIENTAL................................................................................................ 58 SETOR ESPORTIVO................................................................................................. 61 SETOR LAZER......................................................................................................... 62 SETOR CULTURAL .................................................................................................. 64 SETOR FUNCIONAL ............................................................................................... 66 STORYBOARD .................................................................................................................... 67 PROTEÇÃO DA FAUNA E FLORA NATIVA............................................................................ 71 EDIFÍCIOS E RUÍNAS DA VILA PARANOÁ............................................................................ 73

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AZULEJOS .......................................................................................................................... 76 ACESSOS ............................................................................................................................ 78 PLACAS DE SINALIZAÇÃO E TOTENS ..................................................................................78 POSTES DE ILUMINAÇÃO ...................................................................................................84 PEDRAS DA MEMÓRIA .......................................................................................................85 HIERARQUIA VIÁRIA .......................................................................................................... 89 MATERIAL DAS VIAS .............................................................................................. 95 PERSPECTIVAS.................................................................................................................... 100 MAPA GERAL ..................................................................................................................... 105 BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................... 107

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INTRODUÇÃO

Sendo filha dos moradores que construíram a cidade e frequentadora do Parque Ecológico do Paranoá, an�ga região da Vila Paranoá, me sen� comovida a resgatar uma parte da história de Brasília que é esquecida e que se apaga cada vez mais ao longo do tempo. Assim, a escolha se dá principalmente pela ligação afe�va da autora pela história do local em que reside. A cidade do Paranoá nasceu na união de trabalhadores vindos para a construção da barragem do Lago Paranoá, onde as casas formaram a Vila Paranoá, um assentamento as margens do Lago Paranoá. O assentamento teve sua transferência feita no final da década de 1980, após três décadas de luta por moradia e por busca da legalização pela terra que estruturaram. Para alguns a transferência foi feita em prol de um “grande interesse social” (DIÁRIO OFICIAL, 1989), para outros, ela foi a desconstrução e desconfiguração de relações de vizinhança e convivência cole�va e afe�va de décadas (CASTRO, 2019). Quase cinco anos após a transferência de cerca de trinta mil moradores feita pela Secretaria de Desenvolvimento Social, em ar�culação com a Fundação do Serviço e a Terracap (DIÁRIO OFICIAL, 1989), junto com a determinação da vedação de qualquer comercialização de lotes no local do an�go assentamento, a região da an�ga Vila Paranoá se tornou o Parque do Paranoá. Ou seja, nas terras do an�go assentamento, por meio de um decreto do ano de 1994, foi criado o Parque do Paranoá, par�ndo das seguintes mo�vações:

considerando que a população da Vila Paranoá necessita de um local onde possa pra�car esportes, recreação e lazer num ambiente ecologicamente equilibrado, considerando a importância das a�vidades ao ar livre para interação da comunidade cora seu meio ambiente, considerando o aproveitamento dos bosques cons�tuídos pelas árvores dos quintais da an�ga Vila Paranoá, que formam pequenas "ilhas" de vegetação e, considerando a necessidade da restauração e reaproveitamento das edificações que por seu valor referencial na an�ga Vila Paranoá merecem ser preservadas como patrimônio cultural. (DECRETO Nº 15.899/94) 9

Portanto, o trabalho vem a valorizar e resgatar uma parte da história dos candangos e da construção do Distrito Federal. Atualmente o parque se encontra com pouco uso para lazer, possui uma localização privilegiada e mantem o meio ambiente intacto, além de ter partes do histórico da cidade do Paranoá, com muitos edi�cios que estão em condições ruins e/ou abandonados que precisam ser visibilizados. Assim, o obje�vo deste Trabalho de Conclusão de Curso é propor a requalificação do Parque do Paranoá, seguindo o decreto de sua criação, Decreto nº 15.899/94, a par�r da proposição de equipamentos públicos para o local que dialoguem e valorizem as memórias da Vila Paranoá.


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Este capítulo é sobre o surgimento e fim da Vila Paranoá, também conhecida como Paranoá Velho.


Brasil

Distrito Federal - Paranoá

MAPAS DE LOCALIZAÇÃO DO PARQUE ECOLÓGICO DO PARANOÁ 11

Paranoá - Parque Ecológico do Paranoá


Imagem: Minha Rua, óleo sobre tela, 2000, de Gersion de Castro (CASTRO, 2009). Fonte: CASTRO, p. 24, 2019.

HISTÓRIA DA VILA PARANOÁ A Vila Paranoá foi construída ao norte da nova hidrelétrica no ano de 1957, pelas famílias dos operários da Barragem do Paranoá que não �nham permissão de estarem nas vilas de responsabilidade da Novacap, a Vila Piauí e Vila dos Mineiros. Quando a obra se deu como encerrada, os operários permaneceram no local, transformando os espaços comuns da construção em usos ins�tucionais para a vila e em suas casas. Segundo Leila Saads (2013), a ocupação urbana passava despercebida pelos olhos do governo durante a década de 1960, que se man�nha mais preocupada com ocupações maiores, como a Vila Iapi, Tenório, Esperança, Bernardo Sayão entre outras (SAADS, p.6, 2013). Com o aumento do êxodo rural e a vinda de novos habitantes para Brasília, houve um crescimento significa�vo de habitantes na Vila Paranoá. Na década de 1980 o con�ngente populacional da vila e seu escasso saneamento básico, começavam a incomodar o governo. Segundo Reis¹:

Era uma briga pela água, brigar para ter onde morar, brigar para fazer um cômodo para dormir. Além disso, exis�a o conflito entre moradores novos e an�gos (que haviam construído a barragem do Paranoá) [...] Devido à grande procura de água, estes moradores ficaram com medo de não ter mais água. (REIS, 2000). 12

A vila se encontrava numa situação precária, com habitações pequenas, distante de equipamentos públicos, como escolas e hospitais. Frente a esse contexto, alguns moradores se mobilizaram pela luta da fixação da Vila Paranoá, porém, o Estado, ao invés de inves�r nas melhorias habitacionais e infraestrutura, rotulou os moradores de “invasão” (REIS, 2000). Com essa rotulação, o governo desqualificou diversos operários que construíram Brasília e que receberam em troca exclusão. Ou seja, para os moradores, a vila era uma ocupação, para o governo, invasão, surgia daí os discursos sobre a permanência da Vila Paranoá.

¹ Re�rado da tese de doutorado de Reis, Renato Hilário dos. A cons�tuição do sujeito polí�co, epistemológico e amoroso na alfabe�zação de jovens e adultos. Campinas, SP: [S.N.], 2000. Capítulo 1: Paranoá: origem, história e alfabe�zação de jovens e adultos. (a construção desse capítulo da tese se baseou na relação de Maria de Lourdes Pereira dos Santos, moradora do Paranoá desde os 13 anos).


No meio das discussões sobre permanência ou não da Vila Paranoá, um grupo de jovens se reuniu para lutar pela falta de abastecimento de água na Vila Paranoá, eles formaram o Grupo Pró-Moradia, sendo o primeiro com o papel mais polí�co na comunidade. Já exis�a na vila outro grupo de moradores, a Associação de Moradores do Paranoá, entretanto, ele se voltava majoritariamente para os interesses pessoais, o que gerava aborrecimentos na população. Os que não se sen�am representados pela associação, se aliavam ao Grupo Pró-Moradia, “pessoas religiosas ou não foram se chegando ao Grupo Pró-Moradia e então começamos a discu�r as necessidades de ir para a rua, conhecer mais as pessoas, buscar a melhoria daquele povo, melhoria nossa com todo mundo junto” (REIS, 2000).

Em um certo momento, o grupo concluiu a necessidade de construir um chafariz público para cobrir as necessidades da população sobre a falta de água. Para isso, pensaram em recolher assinaturas e reunir a Associação de Moradores do Paranoá, porém, a união entre eles não gerou grandes efeitos, os jovens perceberam que as ações deviam ser mais diretas e incisivas com os órgãos governantes, o que não gerou uma aprovação das autoridades. Mesmo vivendo co�dianamente e vendo as necessidades da vila, o Grupo Pró-Moradia não era reconhecido pelo governo, legi�mada a fala apenas da Associação de Moradores.

Esse filtro entre população e poder público era conveniente para o governo, pois atravancava o acesso da maioria da população à par�cipação nas instâncias decisórias. Em outras palavras, essa exclusão �nha o efeito de manter e reforçar a distribuição desigual do exercício do poder entre governo, ins�tuições representa�vas, e cidadãos. (SAADS, p.09, 2013)

Outro ponto que desfavorecia os movimentos sociais era a ausência de votação direta para eleição do governador do DF, que, por 27 anos, foi indicado pelo Presidente da República. Durante a década de 1980 os confrontos com a Terracap se tornavam constantes, pois, ao mesmo tempo que novas habitações eram construídas, elas eram derrubadas. Como maneira de resolver esses problemas, o Grupo Pró-Moradia enxergou a necessidade de ser mais organizado, portanto, decidindo entrar na Associação de Moradores do Paranoá. 13

ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO PARANOÁ (1985-1987) Sob nova direção na associação, as propostas de fixação da Vila Paranoá se tornaram mais plausíveis e aumentaram as par�cipações com a comunidade. Ademais, cada um dos trezes integrantes da diretoria assumiu a responsabilidade por determinados setores, tais como, educação, polí�ca e cultura. O foco da nova diretoria era na educação da comunidade:

A tradução dos problemas co�dianos enfrentados pelas/os moradoras/es em ação concreta, só poderia ser feita de forma realmente democrá�ca quando estes �vessem certo domínio da linguagem possibilitando, a par�r de uma reflexão, construir subsídios para que se pudesse alterar a realidade que vivenciavam. (SAADS, p. 13,2013) Imagem: Reunião da Associação do Paranoá. Fonte: Acervo do CEDEP- Centro de Desenvolvimento do Paranoá. www.forumeja.org.br/df/book/export/html/684


Desse modo, com o propósito de alfabe�zar a população do Paranoá, foi implementado o programa de Educação de Jovens e Adultos no Paranoá em parceria com a Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (FE/UnB). Nas aulas, além do ensino básico, aconteciam debates sobre os problemas da comunidade. E, com a UnB foi feito o primeiro CENSO do Paranoá:

Foi um CENSO muito discu�do e feito de casa em casa, não foi por amostragem. Foi muito interessante, porque não ficamos sabendo só quantos analfabetos �nhamos, mas, sobretudo, aprofundamos nosso conhecimento dos problemas da própria comunidade: quantos desempregados, �po de profissionais que �nhamos, o que a comunidade pensava, a origem das pessoas, onde trabalhavam, quantos moravam em cada casa (barraco). Muitas ins�tuições, como a Igreja, a LBA e a própria FEDF u�lizaram esses dados em seus trabalhos aqui. A própria Secretaria de Saúde u�lizou nossos dados para implementar ações de saúde aqui. Esse CENSO em muito veio fortalecer a proposta de alfabe�zação, e a aproximação com a comunidade e outras ins�tuições. Crescia-se na alfabe�zação, u�lizando os espaços comunitários à medida que se dava con�nuidade nos outros trabalhos (o da luta pela fixação e dos equipamentos comunitários para o Paranoá). Nesse tempo, aparece todo um esforço por parte do governo para que grupo fosse destruído da Associação dos Moradores. (Fala de Maria de Lourdes Pereira dos Santos para Renato Reis, 2000)

Outras parcerias foram feitas com grupos e ins�tuições em prol de melhorias, sendo eles o Projeto Rondom, a Igreja Católica, os Par�dos Polí�cos, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Comissão de Direitos Humanos, de Jus�ça e Paz. Todos os grupos e ins�tuições ajudaram a construir documentos sobre a vila que serviram para fortalecer argumentos a favor das batalhas do Paranoá. Juntos com a nova diretoria, eles se reorganizaram e uma das ações foi a distribuição de jornais com duas páginas com as discussões, acertos e desacertos com o governo (REIS, 2000) para que a população pudesse acompanhar o processo de fixação da vila, entre outros assuntos. 14

Imagem: Movimento de Luta pela Fixação do Paranoá 1985. Fonte: Acervo fotográfico de Benedito Prézia, Digitalizado por Gersion de Castro. Fonte: CASTRO, p. 20, 2019.

Os diálogos com o governo se intensificaram. Ele desejava remanejar os moradores para cidade satélite de Samambaia. Em paralelo tentava desmontar a diretoria atual da Associação de Moradores, fazendo difamações, dificultando reuniões, entre outras ações, com o fim de colocar a população contra a associação. Enquanto isso, surgiu outro grupo oposto a Associação dos Moradores, nomeado como a Prefeitura Comunitária do Paranoá e liderada por Gilson Araújo. OS BARRACAÇOS Em meio aos conflitos entre os dois grupos, a Associação de Moradores do Paranoá formulou uma ação contra os ataques do governo, no ano de 1986, quando os moradores organizaram os Barracaços. O Primeiro Barracaço foi uma ação direcionada a construção de cômodos e outras habitações com materiais velhos, em número correspondente ao de moradores do local. No mesmo ano, realizaram O Segundo Barracaço, quando os moradores, numa ação cole�va, construíram da noite para o dia cerca de 1.500 habitações de madeirite. A Terracap não respondeu bem as estratégias e não houve avanços nos diálogos a comunidade, que se viu contra os ataques da polícia e visibilizada pela mídia. Segundo Maria Lourdes: “a polícia veio com tudo, para derrubar tudo e a gente não deixou por menos, não! A gente construiu barricadas também. [...] Os barracos começaram a ser construídos e a polícia e o aparato de guerra veio pelo Lago Norte. Cercaram todo o Paranoá.” Para a arquiteta Luíza Iwakami, a repercussão dos fatos proporcionou discussões pela mídia sobre a fixação dos moradores no local (SAADS, p.15, 2013).


Imagem: Ataque dos policiais contra os moradores após O Barracaço. Fonte: www.forumeja.org.br/df/book/export/html/684 15


As discussões entre a parte que queria a fixação e a remoção con�nuava. Indo do lado da Associação de Moradores, as parcerias produziram análises que constataram a possibilidade de fixação da Vila Paranoá no seu local de origem. Departamentos da UnB, como o de Arquitetura e urbanismo, o de Engenharia e o de Geologia, fizeram testes técnicos no solo e um projeto urbano para o local que comprovavam a viabilidade da construção de infraestrutura urbana e fixação da vila, o que colidiu com as orientações relatadas pela Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental, EIA/RIMA. Os argumentos da comunidade se tornavam cada vez mais sustentáveis, quanto do governo defasados.

Essas argumentações que �nhamos, fundadas no pessoal da UnB, aumentavam a chateação do governo. Diziam: “Onde esse povo..., esses “Joões-ninguém”, arranjam esses argumentos para discu�r conosco”? E a perseguição aumentou, e feia! Não foi fácil, não! Lourdes, em entrevista. (REIS, 2011:40) (SAADS, p.14, 2013)

O grupo Prefeitura Comunitária crescia dentro da vila com o discurso que a população deveria ser mais passiva e negociável com as autoridades, conseguindo, desse modo, convencer mais pessoas a saírem de onde estavam. A resposta entre o duelo entre eles veio no ano seguinte, em 1987, quando houve as eleições para a diretoria da Associação de Moradores e a vitória se deu para a chapa Prefeitura Comunitária, grupo com ligações com o governo. Mas, a derrota dos moradores que faziam parte originalmente do Grupo Pró-Moradia (integrantes da chapa adversária) não os desanimaram pela fixação. FIM DA LUTA DE FIXAÇÃO O an�go Pró-Moradia conseguiu levar o Projeto de Fixação da Vila Paranoá feito pela UnB ao governo distrital. E, em 17 de agosto de 1988, ao final do governo de José Aparecido de Oliveira, as lutas de fixação foram reconhecidas e ficou decretado a fixação da vila. Porém, com a mudança de governo para Joaquim Roriz, escolhido pelo Presidente da República José Sarney, o decreto de fixação foi modificado e os moradores da vila foram transferidos para o terreno mais próximo. O novo governador Joaquim Roriz, além de invalidar a fixação da vila no local de seu nascimento, fez alterações no projeto assinado, sendo elas nas dimensões e nas relações de vizinhança que formularam a distribuição dos lotes. 16

Os dois (Joaquim Roriz, governador do DF e Gilson Araújo, presidente da Associação de Moradores do Paranoá) mudam e negam tudo que havia sido acertado antes e democra�camente discu�do com todo o povo. Havia uma área com plantação de pinheiros. Ele (Joaquim Roriz) manda derrubar, passar máquina e a jogar o pessoal todinho para lá, na base da pressão. Era assim: entregava o lote (que no projeto de Aparecido era no mínimo de 250 m²) e reduz para 128m², um cubículo. De 35.000, o Paranoá pula para cerca de 60.000 habitantes. Não usou critério algum. Chegava gente de todo lugar. Gente que recebeu 2 a 3 lotes. Gente rica do Lago Sul e Lago Norte, que recebeu lote em nome de suas empregadas, e por aí, foi... o arrancamento do Paranoá. Porque não foi mudança. Foi uma violência. Uma negação de toda a história. Eram trinta anos de luta! (Fala de Maria de Lourdes Pereira dos Santos para Renato Reis, 2000)

A Associação de Moradores se negava a con�nuar com os projetos de educação por entenderem que a responsabilidade pela educação deveria ser da Fundação de Educação. Assim, o an�go Grupo Pró-Moradia de moradores fundou o Centro de Cultura e Desenvolvimento do Paranoá (CEDEP) e con�nuou os projetos educacionais junto com a Faculdade de Educação da UnB. Agora já na formação do novo Paranoá, reconstruindo o que deixaram na Vila Paranoá.


PARANOÁ NOVO A cidade Paranoá faz parte das 31 regiões administra�vas do Distrito Federal, segundo os dados do PDAD 2018. Ela foi oficilamente nomeada como Região Administra�va VII pela Lei nº 4.545, de 10 de dezembro de 1964. Visto que, em 1988 o governo decidiu fixar a Vila Paranoá por meio do Decreto nº 11.208/88, mas a Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental, EIA/RIMA, no�ficou que seria prejudicial ao meio ambiente a permanência da vila numa localização abaixo da al�tude de 1100m por dificuldades de execução do sistema de esgoto e drenagem pluvial.

A população registrada pelos dados do Pesquisa Distrital por Amostra Domiciliar (PDAD) de 2018 é de 65.533 habitantes, sendo que 52,1% é de mulheres e a idade média de 29,5 anos. Imagem: Distribuição da população por faixas de idade e sexo, Paranoá, Distrito Federal, 2018

Desse modo, a Vila Paranoá foi relocada para uma área de solo mais adequada para ocupações urbanas:

o projeto urbanís�co foi desenvolvido em 1989, pela equipe do Departamento de Urbanismo/DeU, do GDF, no âmbito do Programa de Assentamento Habitacional do DF, que permi�u a distribuição de lotes semiurbanizados, com área de 125 m², pelo sistema de Concessão de Uso (PDAD, 2018).

Em 25 de outubro de 1989, com a edição do Decreto nº 49, foi criada a Cidade Satélite do Paranoá e, em 25 de novembro do mesmo ano, o Decreto nº 11.921 estabeleceu os limites da Região Administra�va do Paranoá – RA VII (PDAD, 2018). Com a transferência do assentamento, o terreno da an�ga Vila se tornou um parque ecológico, em 21 de maio de 1997 pela Lei nº 1.438.

O Paranoá atualmente está localizado na Unidade de Planejamento Territorial Leste de acordo com o Plano Diretor de Ornamental Territorial – PDOT 2009, Lei Complementar nº 803, de 25 de abril de 2009, atualizado por meio da Lei Complementar nº 854, de 15 de outubro de 2012.

Além disso, estudo urbano e ambiental de 2015 feito pela Codeplan aponta que cidade possui uma de área total de 78.876,96ha, cons�tuída por uma zona urbana com 3.757,17ha (4,76%) e rural com 75122,78ha (95,24%). Segundo os dados do site da Administração do Paranoá, a área urbana foi designada pelas URB 148/89, URB 101/99 e, recentemente, pela URB 063/08. A área rural possui grande relevância sendo “formada por propriedades de produtores rurais organizados em Coopera�vas Agrícolas, Associações, Federações e outras organizações rurais, se consolidando como a segunda maior região produtora, atrás somente de Planal�na, gerando cerca de 5.000 empregos rurais com 1.926 propriedades.” (COSTA, 2011). 17

Fonte: PDAD -Paranoá, 2018.

Sobre a origem dos moradores, 61,2% relatou ter nascido no DF e os que não nasceram no DF são vindos, prioritariamente, da Bahia, de Minas Gerais, do Piauí, do Ceará, do Maranhão, de Goiás, da Paraíba e de Pernambuco. Imagem: Percentual de pessoas que nasceram no DF, Paranoá, Distrito Federal, 2018

Fonte: PDAD -Paranoá, 2018.


LINHA DO TEMPO O nascimento do Paranoá iniciou em 1957 quando operários da Barragem do Lago Paranoá formaram um acampamento no entorno da construção. Com a inauguração da nova capital federal, muitos permaneceram no local para terminarem a obra da hidrelétrica e por não terem aonde ir;

Em 10 de dezembro de 1964 a Vila Paranoá foi integrada a uma das Regiões Administra�vas do DF, pela Lei nº 4.545;

1960 1957

Em 1989 o Projeto Urbanís�co do Paranoá foi desenvolvido pelo Departamento de Urbanismo/DeU, no mesmo ano em 25 de outubro no decreto nº 49 foi decretada a cidade satélite Paranoá e 25 de novembro no Decreto nº 11.921 decretou-se a definição de seus limites;

1988 1964

A área da an�ga Vila do Paranoá tornou-se um parque pelo decreto nº 15.899 de 12 de setembro de 1994;

1997

1993 1994

1989 Em outubro de 1993 a Igreja de São Geraldo foi tombada por meio do Decreto 15.156;

Em 1960 o acampamento que já possuía o nome de Vila Paranoá con�nha 3 mil moradores em 800 casas. Em 20 anos a Vila Paranoá era considerada a maior ocupação espontânea do DF com 25 mil habitantes (PDAD, 2018);

Em 1988 o Decreto nº 11.208/88 permi�u a fixação da Vila Paranoá. Mas, com a mudança de governo para Joaquim Roriz, feita pelo Presidente da República José Sarney, o decreto de fixação da vila foi desfeito. O “Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental, EIA/RIMA, desaconselhou a ocupação urbana abaixo da cota 1.100m, por fatores geomorfológicos que dificultam a execução de redes de esgotamento sanitário e drenagem pluvial” (PDAD, 2018). Desta maneira, a vila foi remanejada para um terreno mais alto;

E, em 21 de maio de 1997 o parque foi nomeado como Parque Ecológico do Paranoá, pelo Lei nº 1.438.

Imagem:Vista panorâmica da Vila Paranoá – 1987. Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal. Fonte: CASTRO, p. 24, 2019. 18


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Este capítulo aborda a caracterização da área de intervenção, com dados do Paranoá.


DIMENSÕES MORFOLÓGICAS As dimensões morfológicas são análises de caracterís�cas genéricas espaciais que correspondem as expecta�vas sociais, a fim de projetar lugares que melhor as desempenham. O estudo é dado as caracterís�cas genéricas, pois, as expecta�vas sociais tendem variar de indivíduo e de cultura, além disso, as dimensões correlacionam com as caracterís�cas das configurações dos lugares. As dimensões morfológicas são destrinchadas em algumas divisões: funcional, simbólico, bioclimá�co, copresencial, topocep�vo, econômico, esté�co etc (KOHLSDORF, Gunter, KOHLSDORF, Maria Elaine, 2004).

DIMENSÃO TOPOCEPTIVO A dimensão topocep�va estuda as caracterís�cas que configuram os espaços incidentes na noção de localização dos indivíduos, em termos de orientação e iden�ficação (KOHLSDORF, Gunter, KOHLSDORF, Maria Elaine, 2004). As observações para a dimensão topocep�vo foram feitas apenas no Parque Ecológico do Paranoá, com o obje�vo de demarcar alguns pontos importantes, como edificações e vias que restaram da an�ga vila. Abaixo há a localização das vias que formavam a vila, o mapeamento foi produzido pelo ar�sta visual Gersion Castro, morador da Vila Paranoá e autor do Trabalho de Conclusão de Curso, “A Hitória de uma cidade invisível: Vila Paranoá e seus quintais de memórias” de 2019.

Mapa de amostragem de an�gas Ruas da Vila Paranoá. Fonte: Foto montagem, pesquisa de Gersion de Castro, usando como suporte para construção do mapa. N

Imagem: Foto satélite do Geoserviço CODEPLAN. Fonte: CASTRO, 2019. 20


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MAPA COM A LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DA DIMENSÃO TOPOCEPTIVA DO PARQUE ECOLÓGICO DO PARANOÁ Fonte: Autoral, produzido pelo programa AutoCad 21

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An�go Rua Silva e onde �nha um grande espaço que chamavam de Praça deo Roxo, local que ocorriam grandes manifestações e shows por melhores e pela fixação da Vila Paranoá (CASTRO, 2019) Fonte: CASTRO, p. 40, 2019

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An�go Rua Souza

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An�go Rua Ceára onde ficava a Associação de Moaradores da Vila Paranoá (CASTRO, 2019)

Fonte: CASTRO, p. 39, 2019

Fonte: CASTRO, p. 40, 2019 22


An�go Posto de Saúde.

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Fonte: Google Maps

An�ga Escola Classe 01 do Paranoá - Escola de Lata. Fonte: Google Maps

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Igreja São Geraldo. Fonte: Gersion Castro (2019)

An�ga instalação da Legião Brasileira de Assistência – LBA, na Vila Paranoá.

Prédio do Posto Policial na an�ga Vila Paranoá.

Atualmente em estado de abandono e ruínas dentro do Parque Vivencial.

Atualmente é u�lizado como Administração do Parque Vivencial.

Fonte: Gersion Castro (2019)

07

06

An�ga Caixa d’água da Vila Paranoá.

Fonte: Gersion Castro (2019)

08

Fonte: Google Maps

09

Prédio abandonado. Fonte: Google Maps 23

10A

10B

10C


Quadra Espor�va que pertencia ao Centro de Ensino 01 do Paranoá (Escola Velha). Fonte: Google Maps

11

Ruínas - Pisos e degraus.

14

Fonte: Google Maps

Ruínas. Fonte: Google Maps

12

Ruínas - Pisos e degraus. Fonte: Google Maps

24

Ruínas - Imagem aérea.

13

Fonte: Google Maps

15


Acesso Principal Fonte: Google Maps

16A

16B

Acesso Fonte: Google Maps

Acesso Fonte: Google Maps

16C Acesso

16D

Fonte: Google Maps

18A

17A Vista para a direção oeste Fonte: Autoral, abril de 2021

Parque Infan�l Fonte: Google Maps 25

17B

Vista para a direção leste Fonte: Autoral, abril de 2021

18B


Ruínas - Piso. Fonte: Autoral, abril de 2021

19

Ruínas.

22

Ruínas - Pisos e degraus. Fonte: Autoral, abril de 2021

Ruínas Fonte: Google Maps 26

20

21

Bebedouro Fonte: Autoral, abril de 2021

23


Demarcação de limite com pedras

26

Fonte: Autoral, abril de 2021

Ruínas - Chafariz. Fonte: Autoral, abril de 2021

24

Ruínas - Pisos

27

Fonte: Autoral, abril de 2021

Ruínas

Ruínas Fonte: Autoral, abril de 2021 27

25

Fonte: Autoral, abril de 2021

28


DIMENSÃO EXPRESSIVO-SIMBÓLICA A dimensão expressivo-simbólica observa as caracterís�cas da forma dos espaços incidentes na criação de vínculos emocionais, por meio da fruição visual ou da evocação de conteúdo significa�vos (KOHLSDORF, Gunter, KOHLSDORF, Maria Elaine, 2004). Para analisar a dimensão expressivo-simbólica foi considerado apenas o Parque Ecológico do Paranoá. Ele atualmente tem o obje�vo de gerar educação ambiental e preservar os an�gos edi�cios que contam a história da Vila Paranoá, mas, o parque vive em abandono, conseguências da falta de cuidado por parte do poder público (RIBEIRO, 2019). Sendo assim, edificações significa�vas para a história do local estão se degradando ao longo do tempo. A maioria das edificações se encontram em ruína ou depredados por vandalos. A an�ga Legião Brasileira de Assistência (LBA) está com paredes e cobertura deteriorada, também como a Igreja São Geraldo. A igreja é a segunda mais an�ga do Distrito Federal e foi tombada em 1993, pelo Patrimônio Histórico e Ar�s�co do Distrito Federal, via decreto 15156/93. Um fato importante da história da igreja é que por falta de cuidado do Patrimônio Histórico ela precisou ser demolida em 2005 . Sendo reconstruída e reinaugurada em 2014, com muito esforço dos moradores (MAGALHÃES, 2014). Igreja São Geraldo, Patrimônio Cultural e Ar�s�co do DF. Fonte: Acervo fotográfico de Benedito Prézia (1983)

Igreja São Geraldo, Patrimônio Cultural e Ar�s�co do DF, reunaugurada em 2014. Fonte: Agência Brasília(2014) Igreja São Geraldo, Patrimônio Cultural e Ar�s�co do DF. Fonte: Acervo fotográfico de Benedito Prézia (1983) Fonte: Gersion Castro (2019) 28

Igreja São Geraldo, Patrimônio Cultural e Ar�s�co do DF, reinaugurada em 2014.


DIMENSÃO COPRESENCIAL A dimensão copresencial observa os fatores configura�vos dos lugares propícios ou restri�vos aos encontros sociais ocasinais nos espaços públicos (KOHLSDORF, Gunter, KOHLSDORF, Maria Elaine, 2004). Hoje, não se vê como necessário a construção de um mapa de espaços convexos de cons�tu�vidade para o Parque Ecológico do Paranoá, pois, não possui uso urbano e contêm poucas edificações próximas. Porém, para o Trabalho Final de Graduação se viu interessante trazer o mapa de espaços convexos de cons�tu�vidade do Paranoá Velho, pois, com ele percebe-se um valor baixo para os espaços cegos e uma classificação alta para os espaços convexos segundo a quan�dade de portas e outras aberturas voltadas para as ruas. Concluindo-se que a Vila Paranoá gerava um bom desempenho em relação a dimensão topocep�va, propiciando uma boa relação de vizinhança.

Em uma palestra virtual feita no dia 17 de junho de 2021, o arquiteto Frederico de Holanda definiu a luta da Vila Paranoá como uma das batalhas perdidas mais tristes, em razão da remoção da população e perda do desenho morfológico do local. E, de maneira genuína e espontânea, fruto do subconsciente dos que construíram a Vila Paranoá, a configuração con�nha semelhanças às cidades medievais. Segundo seus estudos, Holanda afirmou que a configuração da zona central da vila permi�a a maior concentração de pessoas e o fluxo era distribuído de maneira gradual até as extremidades, onde ficavam os espaços de menos acesso. Pode-se perceber isso pelos mapas e imagem abaixo:

Imagem: Mapa de espaços convexos de cons�tu�vidade da Vila Paranoá representando 17,4% de espaços cegos.

Planta dos quarteirões mostrando o desenho das ilhas espaciais.

Legenda Pouquíssima Pouca Média Legenda Cons�tuições Nenhuma

Pouca

Muita

Média

Mui�ssima Fonte: Holanda, 2014

29

Muita Mui�ssima Mapa axial que sinaliza as vias de fácil acesso.

Fonte: Holanda, 2021


Para a análise de conec�vidade do parque foi feito o mapa axial de conec�vidade: “o mapa axial resulta da representação linear da rede de caminhos – malha viária traçada a par�r do menor número possível das maiores retas que representando os acessos diretos através da trama urbana” (MEDEIROS, 2013). A análise manteve as vias de acesso e as internas, quanto vias para carros, ciclovias e calçadas, tendo assim, as vias com maiores índices de conec�vidade são aquelas que envolvem o parque, as vias internas apresentam as menores conec�vidades em relação as demais vias externas, assim, indicando pouca conec�vidade interna. Imagem: Mapa Axial - Conec�vidade N

Imagem aérea e do ponto de maior acesso da Vila Paranoá. Fonte: Holanda, 2021

Holanda relatou na palestra que em 1986 levou o arquiteto Bill Hiller para conhecer a Vila Paranoá. Segundo ele, Hiller ficou maravilhado com a configuração existente na vila, que era dis�nta daquela e Brasília. Mas, após retornar ao local 17 anos depois, Hillier se decepcionou em ver que a luta dos moradores pela permanência da vila em seu local e com sua configuração original foi ignorada. Assim, ao visitar o local da an�ga vila e onde hoje é o Parque Ecológico do Paranoá, ele expressou sua indignação: “Aqui houve ódio”.

1000m

0m

Legenda Imagem aérea do Parque Ecológico do Paranoá Fonte: Holanda, 2021

Pouquíssima

Média

Pouca

Muita

Mui�ssima

Fonte: Autoral, produzido pelo programa DepthMaps 30


DIMENSÃO BIOCLIMÁTICA

VEGETAÇÃO

A dimensão bioclimá�ca análisa caracterís�cas espaciais relacionadas ao conforto �sico dos indivíduos vinculados a temperatura e umidade (higrotérmico), som (acús�co), luz (luminoso) e qualidade do ar (KOHLSDORF, Gunter, KOHLSDORF, Maria Elaine, 2004). Com base nesses fatores configura�vos, foram feitas análises em mapas e em gráficos produzidos por sites, Geoportal e Projetee, e programas, Sol-Ar e Google Earth. Sendo assim, foi possível avaliar a dimensão bioclimá�ca da cidade Paranoá, dando ênfase no Parque Ecológico do Paranoá, que se localiza na parte sul da cidade.

A cidade se localiza próximo de área de preservação e do Lago Paranoá, além de ser formado por uma extensa área rural e por parques. Neste trabalho será dado ênfase no Parque Ecológico do Paranoá, espaço da an�ga Vila Paranoá, local que foi decretado pela Lei n 1.438 de 21 de maio de 1997. O parque está entre o Parque Nacional de Brasília e a Floresta Nacional e possui 54 ha com uma vegetação 100% de cerrado. Mapa com parques próximos ao do Parque Ecológico do Paranoá

O Paranoá é uma cidade com uma imensa parte rural e pequena parte urbana. Sendo que a parte urbana contem uma densidade alta com poucos espaços abertos (áreas públicas – vias, praças etc, áreas privadas – interior dos lotes) e muitos espaços fechados (edi�cios, massa arbórea densa), um relevo convexo com latutude acima de 1000m, com o Lago Paranoá localizada na orientação sudoeste e parques em seu entorno.

N

Legenda Parque Nacional de Brasília

31

APA IBRAM 2020

Floresta Nacional

Área de proteção ambiental da bacia do Rio Descoberto

Estações Ecológicas

Parques

Fonte do mapa: GeoPortal, SEDUH, 2015.


O cerrado é formado pela maior biodiversidade do mundo e está sempre sofrendo devastações humanas, sendo necessário a conciliação dos interesses sociais, econômicos e ambientais para que essa vegetação seja preservada (Terracap, 2011). Buscando a preservação do local, o parque foi incorporado em uma APA (Área de Preservação Ambiental) e ao lado de uma ARIE (Área de Relevante Interesse Ecológico).

Imagem do Plano Diretor de Territórios do Distrito Federal – SICAD 21

Como comentado anteriormente, o parque se encontra em uma APA (Área de Preservação Ambiental), a do Lago Paranoá. Na APA do Lago Paranoá², ele se enquadra na Zona de Conservação da Vida Silvestre, pois ainda preserva de maneira significa�va a vegetação na�va. Ela é uma subzona des�nada aos recursos naturais e à integridade do ecossistema (Terracap, 2011). Segundo o § 2º do art. 4º da Resolução CONAMA nº10/88, ficam assegurados usos de conservação do ecossistema naturais, com a proibição de novas ocupações, pesca e fracionamento de lotes, além das seguintes diretrizes:

Quaisquer a�vidades que modifiquem o meio natural ficam condicionadas à aprovação do Plano de Manejo da APA do Lago Paranoá e respec�vo licenciamento ambiental pelo órgão competente; Incen�vo à implantação de infra-estrutura básica para o turismo ecológico, educação ambiental e pesquisa, com a devida anuência dos órgãos ambientais competentes; Implantação, nos parques de uso múl�plo, de infra-estrutura para o desenvolvimento de a�vidades recrea�vas, culturais, espor�vas, educacionais e ar�s�cas; Recuperação das áreas por meio do plan�o de espécies na�vas; As ocupações nesta Subzona devem seguir legislação específica de controle, licenciamento, restrição e compensação ambiental pelos órgãos competentes. (2011, TECHNUM) Além de APA do Lago Paranoá, o parque está ao lado da ARIE³ Paranoá Sul, pelo seguinte decreto de 1988 e lei de 2002. Decreto 11.209

Lei

635

Criação

17/08/1988 18/08/1998

(Revogada pela Lei Complementar 635, de 09 de agosto de 2002).

Criação Definição de limites

09/08/2002 09/08/2002

Define a poligonal da Área de Relevante Interesse Ecológico - ARIE - Parque Juscelino Kubitschek da Região Administra�va de Tagua�nga - RA III e estabelece a criação ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico do Paranoá Sul.

Fonte: h�ps://uc.socioambiental.org/pt-br/arp/1303 32

Fonte da imagem: Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação, 2017.

Legenda Macrozona e zona

Área de Proteção de Manancial Área de Interesse Ambiental

² Área de Preservação Ambiental do Lago Paranoá. Decreto de criação: Decreto nº 12.055, de 14 de dezembro de 1989. Grupo: Uso Sustentável; Categoria: Área de Proteção Ambiental; Plano de Manejo: possui plano de manejo e zoneamento ambiental; Regiões Administra�vas: Brasília – R.A I, Paranoá – R.A VII, Lago sul – R.A XVI, Lago norte R.A – XVIII. Disponível: < h�p://www.ibram.df.gov.br/apa-do-lago-paranoa/>. Acesso mar. 2021. ³ Área de Relevante Interesse Ecológico é uma área com pouca ou nenhuma ocupação humana, é cons�tuída por terras públicas ou privadas. Disponível: h�ps://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/pagina-inicial/arie/arie-area-de-relevante-interesse-ecologico-conceito/#:~:text=ARIE%20–%20ÁREA%20D E%20RELEVANTE%20INTERESSE%20ECOLÓGICO%20–%20CONCEITO%20%7C%20Fundação%20Florestal > . Acesso mar. 2021.


Imagem Mapa de Zoneamento Ambiental da APA do Lago Paranoá.

1

Imagem Mapa do mosaico de unidades de conservação no interior da APA do Lago Paranoá.

1km

Legenda

Legenda Zona de Preservação da Vida Silvestre

Zona de Ocupação Especial do Bananal

Zona de Conservação da Vida Silvestre

Zona de Ocupação Especial de Interesse Ambiental

Zona do Espelho D’água

Zona de Ocupação Especial do Paranoá

Zona de Ocupação Consolidada do Lago

Zona de Ocupação Especial do Taquari

Zona de Ocupação Consolidada de Brasília

Zona de Ocupação Especial do Varjão

Fonte da imagem: Terracap, 2011 33

1

Lago e lagoa

1 - ARIE do Bosque

Limite das regiões administra�vas

2 - ARIE do Set. Hab. Dom Bosco

Rodovias

3 - ARIE do Torto

APA do Planalto Central

4 - ARIE Paranoá Sul

Unidades de conservação (SNUC)

5 - Res. Ec. Lago Paranoá

Fonte da imagem: Terracap, 2011

1km


CONFIGURAÇÃO RELEVO SOLO O parque está numa al�tude pouco elevada de mil, variando de aproximadamente 1.042m a 1.102m. O decaimento é acentuado nas extremidades, principalmente nas bordas próximas ao Lago Paranoá, configurando um terreno convexo.

N

B

O terreno convexo gera uma ven�lação mais eficaz na cidade, evitando a concentração de poluentes causada pelo ar frio, mais denso na parte superior.

Imagem: Terreno convexo. Fonte: Romero, 2001.

Imagem: Terreno côncavo. Fonte: Romero, 2001.

Cortes do Parque Ecológico do Paranoá

0m Corte AA

647m

A 0m Corte BB

A

1.54km

Elevação: min. Med. Max.: 1071, 1079, Elevação: min. Med. Max.: 1042, 1081, 1084m;

1102m;

Inclinação max.: 10,1%, -8,4%;

Inclinação max.: 2,8%, -15,8%;

Inclinação med.; 4,1%, - 3,7%.

Inclinação med.; 0,8%, -4,4%.

Fonte: Cortes feitos com dados gerados do programa Google Earth, 2021. 34

B 0m

200m


ORIENTAÇÃO SOLAR

HIGROTÉRMICO

Para a Carta Solar e estudo dos ventos foram usados os dados de la�tude e longitude de Brasília (-15.47’,-47. 08”), por ser a cidade de referência mais próxima, tendo 11km de distância entre os dois pontos numa linha con�nua. Avaliando a Carta Solar dos dois semestres do ano, se percebe que não há grandes variações da luz direta durante os meses. A luz direta do Sol surge por volta das 6hs e se intensificam às 9hs e os horários mais crí�cos estão entre 13hs às 15hs.

Outros dados bioclimá�cos que comprovam um tempo seco longo durante o ano:

N

jun.

12h

jan. 18h

200

150

jul.

O mar.

Gráfico de Chuva

100

L set.

50

06h dez. 0 Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Ago

Set

Out

Nov

Dez

Meses

S

Legenda Temperatura

Jul

Prec. de chuva mensal (mm)

TBS <= 10°C

10°C <TBS< = 14°C

10°C <TBS< = 14°C

Highcharts.com

Gráfico das temperaturas

10°C <TBS< = 14°C

ORIENTAÇÃO EÓLICA Direção com maior velocidade de ventos durante o ano é a noroeste, o que beneficia o parque e a cidade, pois o Lago Paranoá está na parte oeste, sendo assim, a umidade advinda do lago é levada para essa região. Mas, não é discrepante o fluxo de vento da direção noroeste em relação as outras, todas elas mantêm um fluxo equilibrado durante as quatro estações do ano.

30

25

Temperatura (°C)

10°C <TBS< = 14°C

20

15

Gráfico Rosa dos Ventos N

20%

frequencia (%)

NO

NE

10

8-10 m/s 6-8 m/s

Jan

4-6 m/s

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

Meses

2-4 m/s 0-2 m/s

0%

O

10+ m/s

Zona de conforto (°C) Temp. bulbo seco méd. mensal (°C) Temp. bulbo úmido méd. mensal (°C)

E

Highcharts.com SO

SE

Fonte dos gráficos: Projetee, 2021

S

h�p://projeteee.mma.gov.br/dados-clima�cos/?cidade=DF+-+Bra-

Highcharts.com

Fonte do gráfico: Projetee, 2021 35

Fonte do gráfico: Programa SOL-AR, 2021

sília&id_cidade=bra_df_brasilia-kubitschek.intl.ap.833780_try.1962


DENSIDADE URBANA O que também é notável nas avaliações do local de estudo é a alta densidade e a vegetação infrequente ao longo da cidade, além de poucos espaços de lazer em áreas abertas.

Imagem aérea do Paranoá – Pouca massa de vegetação na ocupação urbana.

Imagem aérea do Paranoá – Densidade de ocupação.

Fonte: Imagem do Google Earth, set. 2020.

Legenda - Densidade por zona

36

Alta

Baixa

Média

Muito Baixa

Área de Interesse Ambiental Fonte do mapa: GeoPortal, SEDUH, 2015.


DIMENSÃO FUNCIONAL A análise da dimensão funcional observa caracterís�cas configura�vas dos lugares incidentes em sua eficiência para realização de a�vidades pragmá�cas(KOHLSDORF, Gunter, KOHLSDORF, Maria Elaine, 2004). O estudo inicia com a caracterização das a�vidades existentes, posto isto, as classes das a�vidades são separadas em planos e leis de uso, no caso do Paranoá, ele se enquadra na Lei de Uso e Ocupação do Solo, LUOS. Pelos mapas divulgados no site da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitacional, SEDUH, o Paranoá mostra ser uma área predominantemente habitacional, com residências unifamiliares e mul�familiares. Os equipamentos ins�tucionais encontram-se espalhados pela cidade e comércio é subcentralizado, seguindo as vias principais que cortam a cidade em dois eixos. Imagem: Mapa do Uso do solo por localidade da Região Administra�vo do Paranoá VII

Analisando o mapa de uso e a imagem satélite do Paranoá, se constata uma elevada área de espaços livres isolados e sem integração com ademais locais. Imagem: tamanhos dos espaços dos edi�cios e áreas livres:

Fonte: SITURB (Elaboração: SUGEST/ SEGETH) h�p://www.seduh.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2019/01/LC948_2019_Anexo-II-Mapa-10A_Paranoá.pdf

Legenda Sistema viário Hidrografia Massa d’água UOS

37

Comércio,Serviços, Ins�tucional, Industrial, (Obrigatórios) Residencial 1 Comércio,Serviços, Ins�tucional, Industrial, (Obrigatórios) Residencial 2 Comércio, Serviços, Ins�tucional Industrial 1 Comércio, Serviços, Ins�tucional Industrial 2 Comércio,serviços, Ins�tucional, Áreas Industriais

Residencial exclusivo 2

Ins�tucional - Corpo de bombeiro

Residencial obrigatório 1

Ins�tucional

Residencial obrigatório 2

Comércio de produtos alimen�cios do �po lanchonete e restaurante.

Legenda Pequeno

Grande

Médio

Muito Grande Fonte: Imagem do Google Earth, 2020.


RELAÇÃO ENTRE ESPAÇOS FUNCIONAIS Proximidade funicional: As a�vidades cole�vas comerciais estão centralizadas, as ins�tucionais espalhadas e as de serviços isoladas. Fazendo que o morador caminhe pouco para o comércio e ins�tuições, mas que tenha pouca proximidade em relação aos serviços. Complementaridade: examina-se a relação de auxílio mútuo entre as diversas a�vidades, tendo em vista sua melhor operacionalidade.

PARANOÁ

PARQUE ECOLÓGICO CACHOEIRINHA

Entre o Paranoá e o Parque Ecológico Cachoeirinha Fonte: Google Maps

Avenida Paranoá Fonte: Google Maps

PARANOÁ PARQUE Entre o Paranoá Parque e o Paranoá Fonte: Google Maps

04

01

PARANOÁ

Avenida Transversal Paranoá

05

Fonte: Google Maps

02

HRP

Quadra residêncial feita para os pioneiros a favor da fixação da Vila Paranoá - Quadra 02 Escola Classe 03 do Paranoá - Ins�tuições próximas às residências Fonte: Google Maps 38

03

Ao fundo o Hospital Regional do Paranoá (HRP). Fonte: Google Maps

06


ITAPOÃ

PARQUE ECOLÓGICO CACHOEIRINHA

04

01 03

05

06 02

PARANOÁ PARQUE

MAPA COM A LOCALIZAÇÃO DOS ESPAÇOS FUNCIONAIS DO PARANOÁ Fonte: Autoral, produzido pelo programa Qgis 39

PARQUE ECOLÓGICO DO PARANOÁ

N


TRÁFICO DE VEÍCULOS O traçado regulador da cidade é marcado por três vias arteriais: a Estrada Parque do Paranoá – EPPR (DF 05), Estrada Parque do Contorno – EPCT (DF 001) e Estrada Parque Tamanduá – EPTM (DF 015).

A via arterial do Paranoá se encontra no centro da cidade, ela e a via mais movimentada, onde passam os veículos pesados, como de transporte público e de caminhões de carga média. Imagem: Mapa da rede de transporte

N

Imagem: Vias principais do Paranoá

Legenda

Fonte: autoral produzido pelo programa Q-gis. 40

Alta acessibilidade - Estações/ Terminais

Alta acessibilidade -Eixo

Diretrizes do Sistema Viário

Linha de transporte de alta densidade Fonte: autoral produzido pelo programa Q-gis.


CONCLUSÃO As estradas que circulam o Parque Ecológico são a DF-001 e DF-005, mas o acesso principal para o parque é pela via ao lado da estrada DF-001. E, as maneiras de locomoção até o parque acontecem por transportes tanto cole�vos quanto individual. Existem quatro pontos de ônibus próximos ao parque. Imagem: Vias principais para o Parque Ecológico do Paranoá

Legenda Acesso principal do parque Fonte: autoral produzido pelo programa Q-gis. 41

Com as análises das dimensões morfológicas é possível perceber aspectos do parque e do Paranoá que serão auxiliares para produzir um bom projeto, pois, verificando notáveis potenciais e limitações a ser desenvolvido ao parque, criando um direcionamento as decisões a serem tomadas. As primeiras dimensões citadas, topocep�va, expressivo-simbólica e copresencial, em geral, elas mostram pontos que formam uma iden�dade ao Parque Ecológico do Paranoá. A topocep�va guia os pontos existentes, nela se vê a situação atual de edi�cios an�gos e as poucas instalações novas, avaliando as condições precárias que se encontram a maioria dos locais e comprovando a falta de inves�mento ao parque. Em expressivo-simbólica destaca-se a Igreja de São Geraldo, que carrega um significado de cuidado pela história Vila Paranoá, porque, a igreja sofreu com o abandono governamental, chegando a ser demolida totalmente, porém, ela foi reerguida pela união dos an�gos moradores do assentamento e novo Paranoá. Além disso, sua importância também vem do tombamento adquirido por ser a segunda igreja mais an�ga do Distrito Federal. E, na dimensão copresencial, enfa�za-se o bom desempenho na relação de vizinhança da Vila Paranoá, comprovando que seria possível desenvolver um projeto urbano usando as caracterís�cas existentes no local e mantendo e incen�vando a socialização entre os habitantes. Em seguida, são analisadas as dimensões com os aspectos mais �sicos e funcionais. Com a dimensão bioclimá�ca constata-se a proximidade do Parque Ecológico do Paranoá com outros parques, como o Parque Vivencial Pinheiros e Parque Ecológico Cachoeirinha, possibilitando o desenvolvimento de uma ideia de cinturão verde, formando uma conexão entre eles, assim, valorizando a flora e fauna na�va do cerrado que eles possuem. Ademais, com os dados bioclimá�cos do Paranoá, percebe-se uma localização vantajosa por ter a umidade gerada pelo Lago Paranoá e pelo caimento convexo, um �po de terreno que diminui a possibilidade de concentração de poluentes, deixando assim, a região com o clima mais agradável. Outra questão a ser exaltada é a alta densidade urbana do Paranoá, pouca vegetação e escassez de área abertas, mostrando a importância do parque para o lazer dos moradores. A úl�ma dimensão que quis trazer foi a funcional, para compreender os usos dos lotes da cidade, com ele nota-se o uso majoritário residencial e vários espaços livres distantes das demais áreas, incluindo o parque analisado, dessa forma, sinalizando uma limitação. Entretanto o parque tem rotas acessíveis, tendo a principal via de acesso evidente, porém, mal sinalizada. Com base na pesquisa feita sobre as dimensões morfológicas é possível observar potenciais e limitações para o projeto. Uma delas: novos locais de permanência, principalmente nas vias internas com mais conec�vidade e proximidade com os pontos de localização. Demais espaços vagos possuem potencial de conexão com o entorno e a�vidades que requerem áreas maiores. Logo, com o obje�vo de exemplificar as conclusões re�radas das dimensões morfológicas foi desenvolvido o seguinte mapa síntese.


Ventos predominantes

N

6h Acesso principal Centro Espírita Centro de Ensino Fundamental 04 do Paranoá Centro de Ensino Médio 01 do Paranoá

Detran

8h

Cartório Promotoria Hospital Regional do Paranoá

Fórum

15h

Escola

Lago do Paranoá 0

Legenda Mapa Síntese do Parque Ecológico do Paranoá

Estádio 18h

100

200m

Circulação média

Permanência

Passeio e Calçada

Circulação alta

Edificações da Vila Paranoá

Ciclovias

Circulação baixa

Cercamento

Rodovia

Alto potêncial

Arbrização densa

Edificações da Vila Paranoá

Potêncial de permanência

Estacionamentos

Lotes Fonte: Autoral, produzido no programa Q-gis

42


3

Este capítulo reune referências teóricas e projetuais sobre preservação e patrimônio, dando ênfase em parques históricos, ecológicos e urbanos.


REFERÊNCIAS TEÓRICAS As cartas foram elaboradas para estabelecer definições, diretrizes e critérios para a defesa e salvaguarda dos jardins históricos. A primeira, Carta de Florença de 1981, engloba todos os jardins históricos e a segunda, Carta de Juiz de Fora, especifica para os jardins históricos brasileiros. Em seguida o fichamento das duas cartas, contendo ar�gos e trechos delas:

Carta de Florença de 1981 De maio de 1981 Conselho Internacional de Monumentos e Sí�os – ICOMOS Comitê Internacional de Jardins e Sí�os Históricos DEFINIÇÃO E OBJETIVO • Jardins históricos do ponto de vista da história ou arte são de interesse público, sendo assim considerado como monumento; • Como sendo um Monumento Vivo, deve ser salvaguardado conforme o espírito da Carta de Veneza e regras dessa carta; • Destaca-se na composição arquitetura do jardim histórico: • Seu plano e os diferentes perfis do seu terreno; • Suas massas vegetais: sua essências, seus volumes, seu jogo de cor, seus espaçamentos, suas alturas respec�vas; • Seus elementos construídos ou decora�vos; • As águas moventes ou dormentes, reflexo do céu; • A denominação jardim histórico é dado aos jardins modestos quanto aos parques ordenados ou paisagís�cos; • Um sí�o histórico é paisagem de um acontecimento de um fato memorável; • Para proteção dos parques históricos, eles precisam ser iden�ficados e inventariados, impõe intervenções diferenciadas, sendo elas: a manutenção, a conservação, a restauração e eventualmente a recons�tuição. A “auten�cidade” diz tanto a desenho, volume, decór, vegetais ou minerais que os cons�tuem; MANUTENÇÃO, CONSERVAÇÃO, RESTAURAÇÃO E RECONSTITUIÇÃO • Qualquer operação de manutenção, conservação, restauração ou recons�tuição de todo ou parte do jardim histórico deve ser considerado todos os seus elementos; • A manutenção de jardim histórico é primordial e necessária, pois, o vegetal é a parte principal cons�tuinte; • A subs�tuição de vegetação deve-se reconhecer as diferentes zonas botânicas e culturais, a fim permanente conservação e pesquisa de espécies de origem; 44

• Os elementos de arquitetura, de escultura ou de decoração, fixos ou móveis, que fazem parte integrante do jardim histórico, não devem ser re�rados ou deslocados, senão na medida em que sua conservação ou sua restauração o exijam. A subs�tuição ou restauração o exijam. A subs�tuição ou restauração de efêmeros em perigo devem ser feitas conforme os princípios da Carta de Veneza e a data de qualquer subs�tuição será indicada (Ar�go 13); • O jardim histórico deve ser preservado num meio ambiente apropriado, ficando proibido qualquer modificação do meio �sico que ponha em perigo o equilíbrio ecológico;

RESTAURAÇÃO E RECONSTITUIÇÃO • Qualquer restauração e recons�tuição de um jardim histórico só serão empreendidas após um estudo aprofundado que gerará um projeto subme�do a uma análise para aprovação do colegiado; • A intervenção de restauração deve ressaltar sua coerência, não desrespeitando ou privilegiando uma época;

UTILIZAÇÃO • Acesso moderado visto ser um local frágil e extenso, a fim de preservar seus bens históricos; • Por ser um local tranquilo e de contato com a natureza, acontecimentos fes�vos são excepcionais, pois, convém para parque histórico a exaltação da beleza do jardim sem que ele seja desnaturado ou degradado; • Convém permi�r prá�cas de jogos tranquilos e criar terrenos paralelamente ao jardim histórico, para jogos e esportes vivos e violentos, para que seja atendida uma demanda social e não prejudique a conservação do parque histórico;

PROTEÇÃO LEGAL E ADMINISTRATIVA • Cabe às autoridades responsáveis adotar, sob a orientação de peritos competentes, as disposições legais e administra�vas apropriadas a iden�ficar, inventariar e proteger os jardins históricos e cabe assumir responsabilidade conforme orientado pelos peritos competentes, as disposições financeiras adequadas a favorecer a manutenção, a conservação, a restauração e , eventualmente, a recons�tuição dos jardins históricos (Ar�go 23); • Os jardins exigem o máximo de cuidados con�nuos de profissionais qualificadas que assegurem uma pedagogia adequada. Além de assegurar a produção regular de vegetação que compõe os sí�os e jardins históricos; • Interesse pelo jardim histórico deverá ser exaltado por ações apropriadas para a valorização do patrimônio.


CARTA DOS JARDINS HISTÓRICOS BRASILEIROS dita CARTA DE JUÍZ DE FORA De outubro de 2010 Ins�tuto de Patrimônio Histórico e Ar�s�co Nacional – IPHAN Fundação Museu Mariano Procópio – MAPRO Fundação Casa de Rui Barbosa CONSIDERANDO • Que, na realidade brasileira, jardins históricos possuem importância simbólica e afe�va e são refúgios da vida urbana; • Que, a noção de monumento cultural não se dirige apenas aos bens edificados, mas abrange a paisagem e outras interações com a natureza. DEFINIÇÃO • Considera-se jardim histórico os sí�os e paisagens tratadas por ser humanos, como: jardins botânicos, praças, parques, largos, passeios públicos, alamedas, hortos, pomares, quintais e jardins privados e jardins de tradição familiar, jardins zoológicos, claustros, pomares, hortas, cul�vos rurais, cemitérios, vias arborizadas de centros históricos, espaços verdes circundantes de monumentos ou de centro históricos urbanos, áreas livres e espaços abertos em meio à malha urbana, entre outros; • Deve-se ser levado em consideração a história e a natureza dos jardins históricos, pois, são cons�tuídos de elementos dinâmicos e mutantes; • Des�na-se essa carta a: técnicos e administradores de órgãos culturais federais, estaduais e municipais; profissionais envolvidos na preservação do patrimônio cultural; empresas de restauração e proprietários e usuários de jardins subme�dos a qualquer forma de proteção cultural etc.

A IMPORTÂNCIA DOS JARDINS HISTÓRICOS • Os jardins históricos são espaços de contemplação espacial e temporal. Defendê-los é preservar a relação do ser humano com a natureza, induzir ações futuros a a�tudes de maior zelo e respeitar a vida, o equilíbrio ambiental;

AUTENTICIDADE E INTEGRIDADE • A auten�cidade é fundamental na avaliação dos jardins históricos e ela depende de quanto seus materiais são originais e genuínos, levando em consideração pontos como: quando foi construído, o envelhecimento e mudanças ao longo do tempo; • A integridade depende do equilíbrio que os elementos mantêm entre si, considerando-se como uma unidade básica e tendo como base a intenção original, pensando na qualidade dos materiais, sua construção, desenho e localização. 45

PROBLEMÁTICA E FATORES DE DEGRADAÇÃO • O planejamento das cidades não deve seccionar ou compar�mentar os jardins históricos; • Um jardim histórico não é um campo de experimentações, deve ser considerado e administrado como um bem cultural. Alguns principais fatores de degradação: • Interesse polí�co e administra�vo alheios às preservações; • Empreendimentos imobiliários despreocupados de danos que irão provocar; • Abertura e eventos agressivos que podem propiciar vandalismo; • Falta de vigilância; • Desconsideração pelo desenho e es�lo original; • Subs�tuição de plantas tradicionais por plantas alheias à escala, ao desenho, ao es�lo e ao caráter original; • Falta de registros das intervenções e das sucessões ao longo das fases dos jardins; • Cessão de áreas do jardim histórico para usos e instalações alheios a suas funções originais, tais como bancas de jornal, caixas eletrônicos, monumentos estranhos à história do sí�o, plan�os comemora�vos de espécies vegetais em locais não previstos no projeto original, marcos e esculturas homenageando polí�cos e religiões; • Ausência de educação do cidadão sobre a necessidade de respeito às áreas livres das cidades.

IDENTIFICAÇÃO • Ações de proteção relacionados ao registro do bem cultural, como: inventário, pesquisa, levantamento das caracterís�cas e par�cularidades dos bens;

PROTEÇÃO • Criar proteção para garan�r a segurança contra roubo, vandalismo, ataques ambientais, ruídos e intrusões visuais; • Proteção legal: visa resguardar o sí�o contra qualquer dano, fornecer instruções sobre medidas apropriadas, como punição ou compensação por prejuízos ocasionados. Devem-se considerar, além da proteção concedida pela legislação vigente, atos administra�vos e decisões judiciais como mecanismos de proteção do patrimônio cultural; • Proteção efe�va: deve ser educa�vo antes de repressivo e incluir atos legais e administra�vos e abranger a situação fundiária e proteção �sica.


PRESERVAÇÃO • O obje�vo é salvaguardar a qualidade e os significados do bem, proteger o material essencial e assegurar sua integridade e auten�cidade para futuras gerações. Além de considerar seus valores que se referem a seu significado imaterial e material, levando em conta o estado de conservação, aos materiais empregados, desenhos, localização e entorno;

CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO • A gestão dos jardins históricos deve-se condicionar ou determinar as a�vidades nele desenvolvidas, visando algumas intervenções, como: • Revitalização: reu�lização de um bem cultural e sua adaptação a novos usos, observando aquilo que lhe é essencial; • Res�tuição: conjunto de operações que visem a recuperar as condições originais do bem cultural e do espírito de uma época; • Restauração: obje�vo de recuperar e reintegrar partes de elementos de um bem cultural móvel ou imóvel; • Manutenção: permite ações sistemá�cas que visam a manter um bem cultura em condições de uso ou fruição. Ademais, a carta direciona aspectos gerais da gestão, como seleção de profissionais de diferentes a�vidades à preservação e fiscalização com operações conforme a legislação vigente e as normas nacionais e internacionais estabelecidas por cartas patrimoniais. E, instrumentos de financiamento e fomento, como fundos para preservação do patrimônio cultural, inves�mento público e gestão que considere as funções sociais dos jardins históricos e quando não �ver condições financeiras, compete ao poder público cuidar do jardim. As cartas patrimoniais citadas são orientações para quaisquer ações em jardins históricos, sendo que a Carta de Juiz de Fora de 2010 se refere apenas aos do Brasil. O estudo das cartas patrimoniais se dá pelo valor histórico existente no Parque Ecológico do Paranoá, dessa maneira, podendo se enquadrar a jardins histórico. À vista disso, vinculando as cartas patrimoniais com o parque, os critérios mencionados nelas, auxiliam em limitações e na construção de critérios condicionantes e determinantes para a fundamentação do projeto.

46


REFERÊNCIAS PROJETUAIS Parques urbanos e ecológicos são refujos das cidades que trazem qualidade de vida para a população com espaços verdes que geram lazer, recreação, bem estar e cuidados ambientais. A fim de projetar uma requalificação do Parque Ecológico do Paranoá, foram buscadas referências projetuais com escala urbana e arquitetônica, com o obje�vo de reunir projetos de parques históricos, obras arquitetônicas históricas e não históricas para analisar diretrizes e definições projetuais que servirão de auxílio para o futuro projeto de diplomação.

Canteiro de obras da Barragem do Lago Paranoá, 1956-1960. Arquivo Público do Distrito Federal (APDF). Fonte: CASTRO, p. 28, 2019 47


PARQUE HISTÓRICO NACIONAL DE GUARARAPES PERNAMBUCO, BRASIL O parque foi o local da luta entre portugueses e holandeses para controle de uma parte da região nordeste brasileiro, a Batalha dos Guararapes (1648 -1649). Em 1965 224,4 hectares foram desapropriados da União para transformar num parque urbano, mas apenas em 1971 o parque foi criado com3,63km², sendo parte desse território do exército. Desse modo, uma parcela da área objeto do tombamento federal encontra-se sob gestão do Exército e outra parte abrange assentamentos humanos de elevada densidade constru�va (IPHAN, 2019). Visto que ainda se localiza dentro do parque a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes Guararapes, onde há restos mortais de heróis das batalhas ocorridas no local.

Imagens: - Fotos aéreas do Parque Histórico Nacional de Guararapes. Fonte: h�p://portal.iphan.gov.br/pe/no�cias/detalhes/4969/defindas-regras-para-regularizacao-fundiaria-do-parque-dos-guararapes-em-pernambuco 48


PARQUE HISTÓRICO NACIONAL DAS MISSÕES RIO GRANDE DO SUL, BRASIL O Parque Histórico Nacional das Missões foi criado em 2009, por meio do Decreto nº 6.844, reunindo os sí�os arqueológicos missioneiros de São Miguel Arcanjo (localizado no município de São Miguel das Missões), de São Lourenço Már�r (em São Luiz Gonzaga), de São Nicolau (em São Nicolau), e o de São João Ba�sta (em Entre-Ijuís) (IPHAN, 2019). Nele se encontram territórios das Missões Jesuí�cas dos Guarani, onde era inicialmente ocupado por indígenas e teve a ocupação de povos jesuítas vindos da Companhia de Jesus para a evangelização das colônias espanholas na América durante o século XVII e XVIII. Sí�o Histórico São Miguel Arcanjo: Território que junto com outras seis formavam os Sete Povos das Missões, ele reunia grupo jesuítas-guaranis no nordeste do Rio Grande do Sul. O sí�o contém ves�gios materiais que são bens culturais do povoado de origem, bens como: “corpo principal da igreja, campanário e sacris�a, partes das construções conventuais, fundações e bases das habitações indígenas, praça, horto, canalizações pluviais, objetos sacros - expressam o modelo de ocupação territorial permeado pela interação e troca cultural entre os povos na�vos e os missionários europeus” (IPHAN, 2021). Em 1938, o sí�o foi tombado como Patrimônio Cultural e, em 1983 foi declarado Patrimônio da Humanidade, pela Unesco. Si�o Histórico São Lourenço Már�r: Fundado em 1690 pelo padre jesuíta Bernardo de La Veja, a Missão de São Lourenço Már�r teve um destaque pela produção agrícola e uma população de aproximadamente 6.400 habitantes em 1731. No local ainda é possível ir à an�ga adega e escola da região.

Imagem: Igreja de São Miguel das Missões.

Sí�o Histórico São João Ba�sta: um dos Sete Povos das Missões, o território se dis�nguiu dos demais povos pelas habilidades ar�s�cas moradores, tendo ar�stas de diversas profissões orientados pelo padre Antônio Sepp. O local também foi o primeiro a ter uma fundição de ferro do atual território brasileiro. Sí�o Histórico São Nicolau: É a redução mais an�ga, fundada em 1626. Segundo o escrito francês Auguste de Saint Hilaire que passou em 1821 em São Nicolau do Pira�ni, a missão �nha a igreja mais bonita das Missões, pois, os índios Guaranis �nham grande capacidade de criar eram ó�mos escultores.

Imagem: Igreja de São Miguel das Missões e a foto aérea do Parque Histórico das Missões Fonte: h�p://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/39 49

Imagem: Foto aérea do Parque Histórico Nacional das Missões.


PARQUE DA JUVENTUDE SÃO PAULO , BRASIL O parque da juventude reconfigura o espaço do an�go conjunto penitenciário, a Casa de Detenção do Carandiru, com aproximadamente 240.000m². De acordo com a proposta vencedora de 1999, quatro dos setes edi�cios foram readequados para a�vidades de ensino, cultura e saúde e a área externa transformada em parque urbano. O projeto aborda três parques, o Parque Espor�vo, o Parque Central e o Parque Ins�tucional. Parque Espor�vo: com obje�vo de lazer, foram espalhadas 10 quadra poliespor�vas e uma área de skate para esportes individuais e cole�vos. Além de espaços para caminhadas arborizados e com equipamento de recreação infan�l. Para permi�r uso diurno e noturno, houve um cuidado especial com o projeto luminoso. Parque Central: nele se concentra a parte naturalista, com grandes coberturas vegetais, áreas arbóreas e campos. Foram incorporados na paisagem obras inacabadas do segundo conjunto da Casa de Detenção, parte da estrutura agora se incorpora a vegetação e a uma passarela de aço e de madeira que possibilita o caminhar pelo local. O relevo do terreno foi remodelado, “reforçando o caráter naturalís�co e oferecendo lugares para a contemplação e descanso” (Calliari, 2007). As modificações no relevo reforçaram as conexões entre os setores do parque.

Imagem: Implantação do Parque da Juventude.

Parque Ins�tucional: o parque trabalho como uma ligação entre a cidade com o parque da Juventude. Ele tem como formação principal quatro edi�cios da an�ga Casa de Detenção, mais dois edi�cios, um teatro e a grande Praça. Eles contemplam a�vidades de ensino, cultura, formação profissional e abrigo de ins�tuições do terceiro setor (Calliari, 2007).

Imagem: Mobiliário do Parque da Juventude.

Imagem: Implantação do Parque da Juventude. Fonte: h�ps://vitruvius.com.br/index.php/revistas/read/projetos/14.162/5213?page=3 Imagem: Mobiliário urbano do Parque da Juventude. Fonte: h�ps://teoriacri�ca13ufu.wordpress.com/2010/12/17/parque-da-juventude/ Imagem: Espaços de uso cole�vo do Parque da Juventude. Fonte: h�p://www.nelsonkon.com.br/parque-da-juventude/ 50

Imagem: Espaços urbanos cole�vos do Parque da Juventude.


PARQUE DE INHOTIM MINAS GERAIS, BRASIL O parque é situado em Brumadinho, Minas Gerais e ocupa uma área de 45 ha, parte dessa área é formada por jardins do paisagista Burle Marx. Com sua coleção botânica e acervo de arte contemporânea o parque é constantemente visitado para projetos educa�vos. Ademais, o Parque de Inho�m oferece ações educa�vas para jovens da rede escolar e ações sociais visando o desenvolvimento local, preservação do meio ambiente e patrimônio. O acervo de arte contemporânea vem sendo construído desde 1980, com artes de 1960 até hoje, elas são distribuídas em entre onze galerias de obras permanentes, quatro para obras temporárias e outras espalhadas pelos jardins do Inho�m. Logo, o Parque Ambiental de Inho�m segue diretrizes de conservação dos remanescentes naturais e é dividido em duas partes, “Reserva Natural 600 hectares de mata na�va conservada, e o Parque Tropical, com 45 hectares de jardins de coleções botânicas e cinco lagos ornamentais que somam 3,5 hectares de área” (site do governo de Minas Gerais).

Imagem: - Exposições a céu aberto do Parque Inho�m. Fonte: h�ps://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/01/ins�tuto-inho�m-nao-recebera-visitacao-ate-janeiro.shtml

Imagem: - Exposições a céu aberto do Parque Inho�m. Fonte: h�ps://www.carpemundi.com.br/viagem-para-inho�m/ 51


4

Este capítulo contém o processo de formação dos critérios norteadores do projeto.


CONCEITO

DIRETRIZES E CONDICIONANTES

O conceito para esse projeto é o de memória, escolhido por significar recordações de uma história. A ideia é projetar um parque que transporte as pessoas para lembranças do passado e que seja capaz de construir novas lembranças. Sendo assim, o projeto do parque visa dotar o local de infraestrutura para a prá�ca de esportes, para o encontro de pessoas em áreas de lazer, para momentos de tranquilidade e, principalmente, para a criação de espaços de exposição e valorização e preservação da história da Vila Paranoá.

O projeto de revitalização do parque visa reunir o tripé lazer- meio ambiente-história, para a valorização do bioma da região, preservação dos bens históricos e entretenimento para os usuários do parque. O tripé servirá de guia para formação de diretrizes e condicionantes que juntos manterão o conceito de memória.

Meio Ambiente

Memória (s.f.) me·mó·ri·a

ETIMOLOGIA lat memoria. (MICHAELIS, 2021)

Memória

1. Faculdade de lembrar e conservar ideias, imagens, impressões, conhecimentos e experiências adquiridos no passado e habilidade de acessar essas informações na mente. 2. O produto de experiências passadas que permanece no espírito e serve de lembrança; lembranças, reminiscências, recordações. 3. Monumento erguido para comemorar os feitos de pessoa ou coisa ilustre e notável; memorial.

O parque se encontra bem localizado, em um local de fácil acesso, próximo da entrada da cidade, Paranoá. Recepciona quem vem da direção sul a caminho da sé�ma região administra�va do Distrito Federal. Com uma vegetação densa e vista para o Eixo Monumental de Brasília, o Parque Ecológico do Paranoá atrai pessoas de diversas idades que buscam momentos de lazer. Ademais, o parque mantém preservada a vegetação na�va do distrito, o cerrado. São 38 hectares de flora e fauna que predominam sobre os fragmentos da Vila Paranoá. A topografia é acidentada, apresentando desigualdades ao longo de todo o parque, gerando pontos altos e outros íngremes e fundos. Além de várias rochas de diversos tamanhos que compõem a paisagem e se transformam em barreiras, mirantes e/ou pontos de demarcação e localização. O projeto para o parque buscará, assim, lançar luz sobre a história do lugar, que carrega a luta de candangos e brasilienses por moradia, remanejados para outro terreno, tendo suas relações de vizinhança, construídas por mais de 30 anos, ignoradas. Assim, restam hoje no parque apenas ruínas de pisos e contrapisos, chafarizes e edificações de uso público e cole�vo, sendo algumas em estado de degradação. Algumas edificações, como a escola nomeada de Escola de Lata, a administração (an�go Posto Policial) e o an�go Posto de Saúde aparentam ter passado por manutenção recentes, entretanto, a Igreja São Geraldo e a an�ga instalação da Legião Brasileira de Assistência – LBA, estão com esquadrias quebradas, paredes de madeira com apodrecimento, manchas e pichações. 53

História

Lazer O estudo preliminar do projeto foi montado pensando em levar ao parque uma maior pluralidade de grupos, de maneira a incen�var e favorecer o uso do espaço por usuários de várias faixas etárias e gostos. Para isso, foram estudadas duas escalas, a do entorno imediato e a do parque, e dentro delas, construiu-se diretrizes e condicionantes que direcionaram para as decisões do programa de necessidades do projeto. Logo, as necessidades foram reorganizadas em setores e eles foram distribuídos conforme as caraterís�cas predominantes que já apresentavam e que se deseja levar ao local. Os setores são: ambiental, espor�vo, lazer, funcional e cultural.


PROGRAMA DE NECESSIDADES AMBIENTAL AMBIENTE/EQUIPAMENTO

FUNCIONAL ÁREA UNT (m²)

QTD

ÁREA TOTAL (m²)

AMBIENTE/EQUIPAMENTO

QTD

ÁREA TOTAL (m²)

Jardim

75

5

375

Banheiro público

25

4

100

Passarela

20

1

20

Ves�ário

35

2

70

100

1

100

9

1

9

Estufa para estudos da flora do cerrado Fonte de água

AMBIENTE/EQUIPAMENTO

ÁREA UNT (m²)

ÁREA TOTAL (m²)

Via de caminhada

-

QTD -

Passarela

-

-

-

Estufa para estudos da flora do cerrado

25

1

25

500

2

1000

Jardim

600

3

1800

Passarela

400

2

800

Estufa para estudos da flora do cerrado

100

1

100

Fonte de água

100

2

200

Fonte de água

Reservatório

-

6

Depósito de produto de limpeza

6

1

6

Bicicletário

6

4

24

300

2

600

Iluminação adequada por todo parque

-

-

-

Destacar os acessos

-

-

-

Conexão com os pontos de ônibus

-

-

-

-

-

-

-

-

-

QTD

ÁREA TOTAL (m²)

Promover novas conexões entre o parque e a cidade Incen�var o uso de bicicletas ao invés de automóveis

CULTURAL

existentes ÁREA UNT (m²)

QTD

ÁREA TOTAL (m²)

Marcações e fotos históricas nas ruínas da Vila Paranoá

40

1

40

Praça aberta

100

2

200

Quiosques

100

2

200

Local para animais de es�mação

25

1

25

Parque infan�l (playground)

35

1

35

LEGENDA

Equipamento de lazer

20

4

80

ESCALAS

Decks

20

2

40

Parque

Mirante

50

1

50

Entorno imediato

Praça de alimentação

A dimensionar

3

Requalificação das edificações

AMBIENTE/EQUIPAMENTO

A dimensionar

2

AMBIENTE/EQUIPAMENTO

LAZER

A dimensionar

Depósito de lixo

Melhorias de vias existentes

ESPORTIVO

54

ÁREA UNT (m²)

Área de exposição

ÁREA UNT (m²)

5

-

-

A definir

A definir

A definir

10

5

50


PARTIDO

N

Para lançar o par�do do projeto foram feitas algumas análises guiadas pelas diretrizes. A diretriz urbana auxiliou na divisão do parque, ou seja, na observação do fluxo existente, sendo ele marcado por ciclovias, vias para carros, calçadas e vias sem pavimento, percebeu-se quatro partes bem definidas. A base para a decisão da distribuição dos espaços dos setores foi feita a parar das análises dos fluxos, depois, além dos destes, foram levados em consideração a topografia, a vegetação na�va, a localização dos edi�cios históricos e os marcos visuais. O cruzamento desses elementos permi�u acesso bem localizado e caracterís�cas vantajosas para o desenvolvimento de cada setor. Dessa maneira, o parque foi dividido de acordo com os seguintes setores: ambiental, esporte, lazer, funcional e cultural. Mapa de Fluxos Internos Legenda 55

Fluxo intenso Fluxo intermediário

Água Acesso

Mapa de Fluxos, com demarcações dos fluxos intensos e intermediários, sendo aqueles intermediários os que possuem maior potencial de exploração e de traçados reguladores do espaço como um todo. Fonte: Autoral, produzido pelo programa Q-gis


PROCESSO PROJETUAL

Avançando no desenvolvimento do projeto, após setorizar o Parque Ecológico do Paranoá, os estudos voltaram aos fluxos, porém dando mais ênfase aos caminhos internos asfaltados e não asfaltados. Essa escolha vem da intenção de iden�ficar quais são os caminhos mais usados e reforçá-los no desenho do projeto. Além dos caminhos internos, foram analisados o raio de abrangência dos pontos de ônibus, a fim de saber a necessidade de projetar mais acessos e conexões entre as vias externas e internas.

Legenda Via pavimentada Via não pavimentada Água Edi�cio an�go Acesso Área de influência do ponto de ônibus 56

Setor ambiental Setor espor�vo Setor lazer Setor funcional Setor cultural Fonte: Autoral, produzido pelo programa Q-gis

N


SETORIZAÇÃO

N

Como comentado anteriormente, para desenvolver o projeto para o Parque Ecológico do Paranoá, foram criadas dimensões que setorizaram o local. Assim, cada dimensão atenderia a uma demanda a fim de abranger necessidades específicas. Logo, das dimensões vieram os setores que foram distribuídos de acordo com cada necessidade, assim, deu-se a reorganização dos setores seguindo as seguintes jus�fica�vas.

AMBIENTAL: Situada na região norte do Parque Ecológico do Paranoá. Essa extremidade tem um terreno desregular com inclinações acentuadas em várias partes. Dois dos decaimentos mais íngremes contêm água. Ela é próxima ao Hospital Regional do Paranoá e ao lado da via local, onde transitam ônibus e carros, caracterís�cas vantajosas em relação ao acesso externo, porém, é a que menos possui interferências, não tendo calçadas e pontos visuais para se localizar; ESPORTE: A parte de esporte fica entre a ambiental e o lazer, ela contém o maior número de acessos externos, sendo duas na direção leste e uma na oeste. Essa escolha vem da intenção de evitar impedimentos nas outras entradas, pois o setor de esporte pode gerar grande circulação de pessoas. Desse modo, é possível um direcionamento dos usuários para os equipamentos públicos desse espaço sem precisar passar por outros caminhos e evitando aglomerações;

Mapa de setores Legenda Água Edi�cio an�go Acesso

Acercamento Setor ambiental Setor espor�vo

Setor lazer Setor funcional Setor cultural Fonte: Autoral, produzido pelo programa Q-gis

LAZER: Situada na parte central para atender de maneira abrangente o maior número de usuários, o setor lazer tem uma mescla de locais arborizados, ou seja, em alguns pontos há uma massa arbórea densa e em outras um campo mais limpo, e o caimento do terreno pouco íngreme, o que beneficia as possibilidades de criação de espaços de permanência;

N

FUNCIONAL: o setor funcional engloba os edi�cios da an�ga Vila Paranoá que ainda exercem a�vidades para o parque e/ou à cidade. Nele a intenção é ainda manter os locais mencionados em funcionamento e criar diretrizes para preservação aos edi�cios históricos; CULTURAL: Nessa parte o que predomina é a amplidão e poucas arborização, o que permite a observação dos marcos visuais. Além disso, essa parte tem o terreno acidentado e solo rochoso, o que não permite muitas instalações de equipamentos públicos, porém, torna interessante a instalação de exposições, amplos jardins e de um mirante. Com menos equipamentos públicos que geram a permanência, o local se manterá com menos pessoas por tempo prolongado, gerando menos ruídos e tornando-se menos agitado. Um dos importantes edi�cios da Vila Paranoá ainda presente no Parque Ecológico do Paranoá é a histórica Igreja São Geraldo, ela se encontra nesse setor e há a intenção de se manter as funções religiosas. Assim, tornando a igreja um local para a arrecadação de recursos que serão inves�dos na manuntenção de parque. Desse modo, visando a importância de todas as ruínas presentes no parque, elas serão incluídas no percurso dos usuários e destacadas com informações dos an�gos habitantes da região. 57

Mapa Ambiental Legenda Água Solo rochoso Edi�cio an�go

Árvore Acesso Acercamento Fonte: Autoral, produzido pelo programa Q-gis


SETOR AMBIENTAL Como comentado anteriormente o setor ambiental fica na extremidade norte. Esse local não possui vias asfaltadas, a via mais próxima corta o parque la�tudinalmente e é demarcada por grandes pedras ao longo do caminho, tal via é para pedestres e tem um acesso externo na direção leste, onde se localiza um ponto de ônibus. Imagem: Mapa com condicionantes ambientais

Imagens: Vias para pedestre

N

1a

demarcadas por grandes pedras. Fonte: Autoral, abril de 2021.

Imagens:Via asfaltada em direção leste que dá acesso externo ao

2a

Parque Ecológico do Paranoá. Fonte: Autoral, abril de 2021.

3a Imagens: Vista da extremidade norte do Parque Ecológico do

4a

Paranoá, ressaltando a cobertura

1a

2a

vegetal densa e as caracterís�cas

3a

da topografia do terreno. Fonte: Autoral, abril de 2021.

Imagens: Vista da extremidade norte do Parque Ecológico do Paranoá, ressaltando a cobertura

Legenda Via pavimentada Via não pavimentada Setor ambiental

vegetal densa e as caracterís�cas

Árvores Água

4a Fonte: Autoral, produzido pelo programa Q-gis

58

da topografia do terreno. Fonte: Autoral, abril de 2021.


DESENHO ESQUEMÁTICO - SETOR AMBIENTAL

N

SEM ESCALA

Para esse local foram pensadas intervenções mais su�s. O propósito é manter as caracterís�cas do cerrado. Para auxiliar nesse obje�vo será proposta estufa para estudos de espécies da flora na�va e deixar o local mais seguro, aumentando a iluminação e instalando mais calçadas. Ademais, uma via pavimentada para pedestres e ciclistas passará na parte mais alta e plana e descerá pelos declives. A fim de criar uma conexão entre todo o espaço, será proposta uma passarela sobre um dos leitos aquá�cos para não quebrar a conexão entre os percursos. Ao longo do caminho, haverá pontos para facilitar a localização dos usuários dentro do parque.

N

Legenda Desenho Esquemá�co Circulação intensa Conexão Marcos de localização Limites do parque Iluminação pública Água Declive acentuada Deck de madeira

Mapa-chave

5a

59

Paleta de cores do “Setor Ambinetal”


5a Situação atual

Fonte: Autoral, abril de 2021.

Proposta

Referências projetuais específicas Imagens: Passarela de Pedestres e estufa no Parque Aranzadi / Peralta Ayesa Arquitectos + Opera ingeniería e um deck de madeira Fonte: h�ps://www.archdaily.com.br/br/780864/passarela-de-pedestre-no-parque-aranzadi-peralta-ayesa-arquitectos-plus-opera-ingenieria

60


SETOR ESPORTIVO Para o setor esporte foram pensados quadra poliespor�va e de futsal, pistas de skate, academia ao ar livre e um espaço para aulas cole�vas. As quadras terão proteções laterais que permi�rão a circulação de pedestres entre elas. E, para o conforto dos usuários no centro, haverá sanitários, ves�ários, bebedouros e bicicletários. As quadras ficarão juntas e terão árvores em volta delas para diminuir os efeitos sonoros. Será proposta iluminação adequada para garan�r mais segurança ao local.

Referências projetuais específicas Imagens: Quadras de esporte e pistas de skate - Parque da Juventude, São Paulo Fonte: h�ps://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/14.162/5213?page=2

DESENHO ESQUEMÁTICO - SETOR ESPORTIVO

SEM ESCALA

N

Proposta

Legenda N

Desenho Esquemá�co Circulação intensa Circulação intermediária Conexão Curva de nível condicionante Propagação sons intensos Limites do parque Novo Edi�cio Nova via pavimentada Marcos de localização

Paleta de cores do “Setor Espor�vo”

61

Mapa-chave


SETOR LAZER No setor de lazer, algumas vias do Parque Ecológico do Paranoá tornam-se pistas de corrida durante eventos de Carros de Rolimã. O evento acontece anualmente nas vias mais íngremes e reúne pessoas de várias idades. A via u�lizada para o evento será destacada com iluminação diferenciada, ou seja, luminárias embu�das no piso, pintura específica no piso e placas de sinalização. Ademais, no local há a proposta uma praça de alimentação com cobertura para proteção solar e uma fonte de água para umidificação, criando, assim, um espaço de permanência agradável dentro das condições bioclimá�cas da região, além de quiosques em volta da praça, que serão de madeira para lembrarem as casas da Vila Paranoá. As an�gas quadras poliesporvas serão remanejadas e, no lugar, haverá o parque infan�l, este será com materiais que incen�vam o desenvolvimento das crianças, ou seja, com mais textura, cores, formas e tamanhos variados.

DESENHO ESQUEMÁTICO - SETOR LAZER

1l Situação atual

Fonte: Autoral, abril de 2021.

N

SEM ESCALA

1l

Proposta

Legenda Desenho Esquemá�co Circulação intensa

Novo Edi�cio

Circulação intermediária

Integração

Curva de nível condicionante

Propagação sons intensos

Conexão

Edi�cio an�go

N

Mapa-chave

Paleta de cores do “Setor Lazer”

62


Referências projetuais específicas para os parques infan�s

Referências projetuais específicas para umidificação de locais de permanência e de cobertura

Imagens: As três primeiras imagens são de parques infan�s de Aldo Van Eyck e a úl�ma é do Park n Play do

Imagens: A primeira imagem é a The Hill Square em Tilburg por Buro Sant en Co Paisagista e a segunda é a

estúdio Jaja Arquitetos.

Fundação Brandesco em Tocan�ns.

Fonte: Pinterest

Fonte: Pinterest

63


N

SETOR CULTURAL O setor cultural fica na região sul. Como falado anteriormente, o terreno possui declives acentuados, solo rochoso em algumas áreas, edi�cios históricos e poucos obstáculos para os marcos visuais. Considerando as caracterís�cas mencionadas, foi pensado para esse local espaços de exposição, jardins amplos, pontos informa�vos nas ruínas da Vila Paranoá, espaço para piqueniques e um mirante. O obje�vo é transformar essa área num museu aberto sobre a Vila Paranoá, ou seja, permi�r que vários espaços sejam explorados com exposições ao ar livre, obras de arte isoladas e informa�vos que relembrem a história do parque. Um local importante para contar a história da Vila Paranoá é a segunda igreja mais an�ga do DF, a Igreja São Geraldo, o edi�cio foi reinaugurado em 2014 pela luta dos moradores e tem previsão de torná-la um memorial da Vila Paranoá, atualmente ela se encontra abandonada. Neste projeto de Diplomação, a ideia é permi�r o uso de cerimônias religiosa na igreja, assim, gerando fins lucra�vos para manutenções no parque. E, um pequeno edi�cio anexo ao lado da igreja, para ser de apoio aos serviços da igreja, além disso, para valorizar o cerrado, serão implantados amplos jardins que ressaltam a beleza das plantas na�vas do bioma local, trazendo uma imagem etérea para a parte introspec�va do parque.

1c

2c

3c

4c

Legenda

N

Desenho Esquemá�co Circulação intensa

Limites do parque

Circulação intermediária

Novo Edi�cio

Conexão

Nova via pavimentada

Curva de nível condicionante

Marcos de localização

Jardim Solo rochoso Ruína

Edi�cio an�go Piso destacando os edi�cios an�gos

Mapa-chave

Paleta de cores do “Setor Lazer” DESENHO ESQUEMÁTICO - SETOR CULTURAL

SEM ESCALA 64


1c Situação atual

Fonte: Autoral, abril de 2021.

Proposta

Referências projetuais específicas Imagem: - Exposições a céu aberto do Parque Inho�m.

Fonte: h�ps://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Mundo/notcia/2014/12/o-que-voce-precisa-saber-sobre-o-inho�m.html 65

2c Situação atual Fonte: Autoral, abril de 2021.

Proposta


SETOR FUNCIONAL O setor funcional inicia do acesso principal que fica na região leste e vai até a parte central. Ele engloba edi�cios históricos que foram construídos na Vila Paranoá, esse setor exerce a função de boas-vindas ao parque por ser o acesso mais u�lizado, a proposta para ele é criar espaços cole�vos e culturais para eventos que precisam de estruturas maiores, além disso, manter as funções dos edi�cios que con�nuam com a�vidades. Hoje alguns desses edi�cios con�nuam exercendo funções, como a an�ga Escola de Lata e Posto de Polícia, que respec�vamente são o Ins�tuto Aprender e a administração do parque. Os outros dois edi�cios vazios estão com condições �sicas diferentes, o an�go Posto de Saúde aparenta ter passado por manutenções recentes, porém, o edi�cio da Legião Brasileira de Assistência – LBA está degradado, a proposta para eles são melhorias que serão descritas mais à frente.

GEDÄCHTNISKIRCHE (IGREJA DA MEMÓRIA ou IGREJA QUEBRADA) BERLIM, ALEMANHA A igreja Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche ou Gedächtniskirche se situa na praça Breitscheidplatz, Berlim, Alemanha, e teve sua torre bombardeada durante a Segunda Guerra Mundial e não foi restaurada desde então, tornando-se símbolo desse fato histórico. Ela foi projetada por Franz Schwechten em es�lo neo-romano, tendo cinco torres e um decoração de mosaicos, sua construção durou entre 1891 e 1895. Em novembro de 1943 a igreja sofreu um ataque aéreo, deixando em pé apenas a torre principal de 113 metros de altura e a nártex. A igreja seria demolida para a construção de outra em seu lugar, mas, após protestos ela se manteve, tendo uma nova construção ao seu lado projetada por Egon Eiermann e inaugurada em 1961.

Como referência projetual para os edi�cios históricos da Vila Paranoá, foi estudado a igreja Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche ou Gedächtniskirche , Berlim, Alemanha.

Referência projetual específica Imagem: - Gedächtniskirche (Igreja da Memória). Fonte: h�ps://simplesmenteberlim.com/gedachtniskirche/#:~:text=A%20-

Imagem: Ins�tuto Aprender. Fonte: Autoral, abril de 2021.

66

Gedächtniskirche%20está%20localizada%20na,e%20a%20rua%20Budapester%20Straße.&text=Construída%20entre%2 0os%20anos%20de,Schwechten%20em%20es�lo%20neo-romano


STORYBOARD Para desenvolver o projeto do parque foi produzido um storyboard que contém desenhos, textos e imagens de referências e ideias. O painel foi composto por seis folhas A3, tendo ao centro o mapa do local de intervenção na escala 1:2000, com o obje�vo de facilitar a criação dos espaços, dos equipamentos e principalmente, formação da hierarquia viária do local.

NOVO ACESSO NA EXTREMIDADE NORTE PARA FACILITAR O ACESSO AS ATIVIDADES NESTA REGIÃO

Storyboard de desenvolvimento de projeto elaborado pela autora.

01 01

02

PASSARELA METÁLICA LONGA

03

04 67

Ponte Wupper em Opladen / Ağırbaş & Wienstroer


02 01 Na região norte terá decks de madeira sobre uma estrutura suspensa de aço. A madeira foi escolhido por ser um material que remete as edificações da Vila Paranoá e por ser mais confortável para locais de longa permanência, como os decks. Os decks serão compostos por ripas de madeira, formando dois �pos de elementos, o �po 01, sem amparo e menor e o �po 02, com amparo e maior.

Pedras dispostas ao longo de uma das vias con�nuarão sem interferência, elas auxiliam como ponto focal num espaço sem muitas informações. Na praça central, onde já existe uma concentração de pessoas, pretende-se potencializar essa caracterís�ca criando um extenso pergolado para criar uma agradável área de permanência. 68


QUIOSQUES

NÚCLEOS DE PERMANÊNCIA

Pequenos núcleos de permanência serão bases de apoio espalhadas pelo parque, que contarão com um longo banco de concreto e aço, quatro bicicletários e uma cobertura de aço com placas fotovoltaicas para gerar energia pras tomadas. Eles estão representados nos desenhos por um globo laranja.

03

Imagens de referência para os núcleos de permanência. Fonte: Pinterest 69

Os quiosques serão espaços pequenos de forma retangular, eles serão feitos de madeira. Envolta deles haverá uma área ampla para os usuários aproveitarem o local com a�vidades de lazer.


POUCAS INTERVENÇÕES

Croqui dos quiosques das praça em frente à administração. Estes quiosques terão uma ampla cobertura para gerar conforto e um local de permanência.

Croqui da parte lateral do quiosque das praça em frente à administração. Nas laterais os quiosques terão um painel de azulejos desenhados para o parque.

Croqui do quiosque próximo à Igreja São Geraldo. Estes quiosque aproveitará a vista para o Lago Paranoá e também terá uma ampla cobertura para gerar conforto e um local de permanência.

Casa do Monte / Gávea Arquitetos. Fotografia de Federico Cairoli 70

04

Algumas áreas terão poucas intervenções, tanto de equipamentos para o parque quanto de vegetação. A região que menos sofrerá mudanças será a extremidade sul, essa escolha vem de querer transformar essa extremidade num local calmo, de contemplação e sem grandes es�mulos de exaltação. Segundo Helen Hoyle, Hitchmough e Jorgensen, área verdes com diversas cores causam a sensação de euforia e entusiasmo e locais com uma paleta de cores reduzida trazem um efeito restaurador.


DESENHO ESQUEMÁTICO - JARDINS SEM ESCALA

N

PROTEÇÃO DA FAUNA E FLORA NATIVA O cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, ocupando 22% do território brasileiro. Nele encontram-se 12.070 espécies da flora registradas, sendo 625 em ex�nção. Alguns dos principais mo�vos da devastação do cerrado é o desmatamento para a produção agrícola, além das mudanças climá�cas do mundo. E, para fugirem do desmatamento, algumas espécies da fauna se confinam em áreas protegidas, mas segundo Mar�nelli, Messina e Filho, “com a magnitude das mudanças climá�cas projetadas para esse século é de se esperar que muitas espécies e �pos vegetacionais percam representa�vidade dentro dessas áreas protegidas.” (p.22, Mar�nelli, Messina, Filho, 2014). Portanto, pensando no papel de proteção que o Parque Ecológico do Paranoá proporciona para o bioma do cerrado, foram propostos jardins e edi�cios voltados para a manutenção e preservação da vegetação. Os jardins serão distribuídos em pontos específicos do parque, por exemplo, no acesso principal como forma de boas-vindas, para demarcar setores e criar destaques. Serão usadas flores de tons vermelhos, laranjas, amarelas, brancas, roxas e azuis, todas elas serão na�vas do cerrado do Distrito Federal.

N

Legenda Desenho Esquemá�co Curva de nível condicionante

Circulação intensa

Acesso principal

Circulação intermediária Circulação baixa

Limites do parque Nova via pavimentada Jardim

Mapa-chave

Paletas de cores feitas com base, respec�vamente, nas flores do cerrado do Distrito Federal, que são: azuis, roxas, brancas, amarelas, laranjas e vermelhas

71


Imagens: Jardim de Sequeiro, ICC, UnB Fonte: h�ps://www.instagram.com/p/CMs-jMDFTsY/?utm_source=ig_web_copy_link

Imagens: Jardim da Casa Vila Rica, Jardins do Cerrado Fonte: h�ps://www.jardinsdecerrado.com/casa-vila-rica

Situação atual

Imagens: Vista da extremidade sul, ressaltando a cobertura vegetal densa, as caracterís�cas da topografia do terreno e os marcos visuais. Fonte: Autoral, abril de 2021. 72

Proposta Fonte: Autoral, abril de 2021.


EDIFÍCIOS E RUÍNAS DA VILA PARANOÁ Para preservar os edi�cios históricos e as ruínas do Parque Ecológico do Paranoá, o projeto sugere medidas gerais e específicas, a fim de atender as necessidades de cada local. Sendo assim, além de retornar com o uso na Igreja São Geraldo para cerimônias religiosas, o edi�cio da Legião Brasileira de Assistência – LBA, tem a proposta de ser reformado e torna-se um memorial da história da Vila Paranoá e o an�go posto de saúde se tornará um espaço de aulas e eventos culturais e educa�vos. E, os edi�cios que atualmente são usados para algum fim, con�nuarão com os seus usos, a an�ga Escola de Lata que segue sendo o Ins�tuto Aprender- Unidade Social e o an�go posto policial como a administração do parque. Em seguida medidas que podem ser reproduzidas em todos edi�cios e ruínas da Vila Paranoá.

Legião Brasileira de Assistência – LBA - Consolidação e limpeza. Transformação Memorial da Vila Paranoá.

An�go Posto de Saúde - Consolidação e limpeza. Transformação num local de eventos e aulas.

Ruínas grandes - Limpeza, iluminação e iden�ficação.

Ruínas grandes - Limpeza, iluminação e iden�ficação. 73

Ruínas amplas - Limpeza, iluminação e iden�ficação.


Ruínas isoladas e pequenas - Limpeza, iluminação, iden�ficação, piso drenante em volta e proibição de interferências externas, como manifestações ar�s�cas.

Ruínas fora do parque dentro do raio de 15m - Inclução no parque, limpeza, iluminação, iden�ficação, piso drenante em volta e proibição de interferências externas, como manifestações ar�s�cas.

Ruínas pequenas e espalhadas - Limpeza e iluminação.

Edificações históricas - Limpeza, iluminação, iden�ficação, piso drenante em volta, proibição de interferências externas, como manifestações ar�s�cas e consolidação. 74

Caixa d’água- Limpeza, iluminação,piso drenante em volta, iden�ficação e consolidação.


5

Este capítulo contém a iden�dade visual criada para o parque.


AZULEJOS Para criar uma iden�dade visual entre os novos edi�cios, foram elaboradas peças de azulejo que serão instaladas pelo parque, como por exemplo em quiosques e ves�ários. Como referência foram adotados os painéis das paradas de descanso do Parque da Cidade Sarah Kubitschek de Brasília, que u�liza do mesmo �po de linguagem, tendo azulejos de Athos Bulcão instalados nos sanitários do parque, integrado arte à arquitetura, caracterís�ca cara à arquitetura moderna. O desenho dos azulejos para o Parque Ecológico do Paranoá foi baseado nos traços e composição das peças do Athos Bulcão e na forma da fachada frontal da Igreja São Geraldo, com o obje�vo de homenagear o edi�cio mais an�go do parque. Dessa maneira, propõem-se três peças de azulejos que podem ser instaladas sem obedecer a uma ordem, a fim de produzir composições diversificadas e dis�ntas.

Imagem - Parada de descanso do Parque da Cidade Sarah Kubitschek Fonte: h�p://www.achabrasilia.com/curso-athos-bulcao/

Tipo 01

Tipo 02

Tipo 03

Tipo 03 - Posição de 180°

Tipos: 03; Dimensões: 15cm x 15cm; Cores: Fundo branco com linha verde. 76

Imagem - Desenho da Igreja São Geraldo elaborado pela autora.


AZULEJOS

Azulejo - Tipo 01

Azulejo - Tipo 02

Vista - Exemplo de aplicação dos azulejos em uma parede Vista do painel Escala 1:25

Azulejo - Tipo 03 Vista dos azulejos Escala 1:2

77

Azulejo - Tipo 03


ACESSOS

PLACAS DE SINALIZAÇÃO E TOTENS

Para os locais de acesso foram desenhados portais com desenhos semelhantes às novas edificações, porém, u�lizando o aço corten, não a madeira. O aço corten é um material leve, não exige manutenção constante, tem alta durabilidade e resistente, além da esté�ca que remete aos tons terrosos da madeira, material u�lizado em diversos espaços do parque. Em todos os acessos terá um painel com textos de aço corten, na parte frontal está escrito o nome ‘’Parque Ecológico do Paranoá” e na parte posterior “Vila Paranoá”, com o obje�vo de sinalizar no primeiro contato com o parque a existência da Vila Paranoá. As placas de aço corten terão os nomes cravados e vazados e entre elas uma iluminação de placas de led que serão ligadas durante o turno noturno, assim, destacando as palavras da placa de sinalização. E, ao lado das placas com os nomes, terá um ou dois painéis inspirados nos desenhos dos azulejos descritos anteriormente. A maioria dos portais terão uma cobertura, menos o portal oeste, para facilitar o acesso de veículos, também para manter a sinalização existente.

Para a sinalização do parque e os totens com as informações sobre a história da Vila Paranoá man�vessem a linguagem visual, foram desenvolvidos o desenho das placas de sinalização e totens. Todas as placas de sinalização e totens serão de ao corten. As placas de sinalização foram separadas em �pos, sendo que: TIPO A: Placa de sinalização do local das an�gas ruas da Vila Paranoá. Será a placa mais alta com 2,50m x 0,40m, o obje�vo é marcar os pontos por onde passavam as an�gas ruas que formavam a vila e a altura é proposital, para que os totens possam ser vistos de grandes distâncias; TIPO B: Placa de sinalização para as edificações. Ela possui uma altura de até 1,70m e terá textos e ícones dos locais para facilitar a compreensão dos usuários do parque; TIPO C: Semelhante a placa de sinalização, essa placa conterá informações resumidas sobre a história da vila e ficará ao longo das vias. Os testos e imagens ficará dentro de um limite de altura entre 0,90m e 1,50m, para que o conteúdo seja lido de maneira confortável; TIPO D: Com dimensões semelhantes as placas �po B e C, a �po D se diferencia apenas pelas suas informações. Ela carregará o mapa de localização do parque, a fim de direcionar os frequentadores do parque; TIPO E: Totem de 1,50m x 1,00m, ele ficará próximo ao acesso principal das edificações an�gas, a fim de conter informações específicas sobre o local. TIPO F: Totem de 0,90m x 1,10m, ele ficará próximo as ruínas da Vila Paranoá e locais de permanên-cia. TIPO G: Placa de sinalização em postes. Terá o desenho e informações semelhantes ao �po B e ficará suspenso em postes de iluminação.

78


PARQUE ECOLÓGICO DO PARANOÁ

ACESSOS

79

Portal do Acesso Principal

Portal do Acesso Principal

Vista frontal Escala 1:75

Vista lateral Escala 1:75


80

VILA PARANOÁ

PARQUE ECOLÓGICO DO PARANOÁ

ACESSOS

Sinalização de acesso da região oeste e leste

Sinalização de acesso da região oeste e leste

Vista frontal Escala 1:50

Vista posterior Escala 1:50


PARQUE ECOLÓGICO DO PARANOÁ

ACESSOS

Portal de acesso da região norte Vista frontal Escala 1:50

81


PLACAS DE SINALIZAÇÃO E TOTENS

TIPO A

Placas de sinalização e totens Vista frontal e lateral Escala 1:10

82

TIPO B

TIPO C

TIPO D


PLACAS DE SINALIZAÇÃO E TOTENS

VILA PARANOÁ aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

TIPO E

Placas de sinalização e totens Vista frontal e lateral Escala 1:10

83

TIPO F

TIPO G


POSTES DE ILUMINAÇÃO Iluminação Pública Tipo da lâmpada: 20 w e 40 w LED Altura recomendada para o poste: 6m Espaçamento máximo entre postes: 25m Possuem maior durabilidade e podem gerar economia de energia de até 50% quando comparadas aos demais �pos. (SANTOS, CACCIA, SAMIOS, FERREIRA, 2017, p. 94)

Postes de iluminação Vista frontal Escala 1:50

84


PEDRAS DA MEMÓRIA Para criar conexões entre as vias de todo o parque e aumentar a integração da história com os frequentadores, foi desenhado peças de concreto com frases de an�gos moradores da Vila Paranoá, para que o pedestre caminhe pelas vias e leia e sinta o aconteceu naquele lugar pela percepção de quem viveu o processo de remoção da vila. As peças serão concreto de 0,20m x 0,30m, 0,20m x 0,90m e as frases serão cravadas com letras douradas, desse modo, será homenageado e dado voz aos que lutaram pela fixação e reconhecimento do an�go acampamento. E, para isso foi u�lizado como referência as marcações de piso do muro de Berlim.

Fonte: Pinterest

Peça de concreto com letras metálicas Planta baixa Escala 1:5

Peça de concreto com letras metálicas Planta baixa Escala 1:10 85


FRASES DOS ANTIGOS MORADORES DA VILA PARANOÁ As falas foram re�radas dos documentários: Batalhas pelo Patrimônio, Batalhas pela História de Jose Walter Nunes (1999) e Memórias de cá e de lá – Paranoá - DF do Projeto de Ensino, Pesquisa e Extensão Abrigo da Memória em Brasília, Paranoá – DF (1995 a 1998). Seguem as frases dos an�gos moradores da Vila Paranoá:

Gilene Pereira 1. Paranoá nasceu de uma luta. Isabel Alexandre de Souza 2. Nós observávamos as casas como histórias de quadrinhos com vários pontos de luz. 3. Eram nossas ruas, nossas pedras. Maria Lúcia Alves (Lili) 4. Todo mundo conhecia todo mundo. Maria da Guia de Souza 5. Passaram uma máquina em todo passado de luta, sendo assim, passaram em cima da gente. Maria de Lourdes P. Santos 6. A par�r desses arames farpados o Paranoá ia crescendo. 7. Um grupo de mulheres e crianças juntos na barricada norte para impedir os policiais [...], se eu não �vesse sido vista colocada num camburão, eu não sei se estaria viva hoje. 8. Queríamos um processo respeitoso, que respeitasse as vizinhanças, laços de amizade, conservassem os laços das pessoas. 9. Depois que saímos, isso pareceu um cemitério. 10. Eles queriam passar uma borracha na história, na memória. Edvaldo Bento da Cruz 11. Construímos Brasília, Plano Piloto, tudo construído pelas nossas mãos, para receber um micro lote. Gersion Castro 12. Parque arborizado por nós (an�gos moradores) ao decorrer de todos os anos nessa longa história sem fim. Germelita Santana de Paiva Alves 13. Quando mudou para cá foi uma violência, no meu entendimento foi uma violência. 86

Raimunda Avelina de Souza 14. Aqui não �nha igreja, [...] ela foi construída pelas mãos da comunidade, aqui tem todas nossas recordações. 15. A comunidade (na Vila Paranoá) era mais unida do que no Novo Paranoá. Vladimir Carvalho 16. Paisagem privilegiada porque você descor�nava por entre as árvores o Palácio do Planalto. 17. Do nada recebíamos uma ordem arbitrária: “saiam todos daqui, vamos acabar com isso”. 18. Os ataques dos policiais, “do ponto de vista humano era chocante, dramá�co e no mínimo era humilhante”. Mar�nho do Coco (Marta Leonarda de Oliveira) 19. O Paranoá era um lugar muito festeiro. João do Violão 20. Tudo acontecia na Praça do Roxo, a praça reunia todo mundo. 21. Quando fazíamos reuniões, a polícia chegava e terminava a reunião, porque não podia ter aquele �po de movimento naquela época. Higo Melo 22. Não adianta, ninguém poderia �rar o Paranoá daqui, o Paranoá �nha que ser aqui. Família Correia e Silva 23. Quando durmo e sonho, eu não sonho com o Paranoá aqui (atual), ainda sonho correndo na Vila Paranoá, era algo intenso que a gente viveu lá. Vladimir Carvalho, Avan e Avaí 24. Entraram com os cavalos para que ninguém ficasse no Paranoá, com tratores, cachorros, correndo com todo mundo, �nham pessoas que se deitavam nas pistas para que não passassem, se ficassem, eles (policiais) passavam por cima. Vladimir Carvalho e Família Correia e Silva 25. Eu fecho os olhos e vejo onde era a escola, o centro de saúde, local para buscar água. E, isso sumiu completamente da paisagem, hoje, você olha para lá é um parque como se nada daquilo �vesse acontecido.


N

RUA PAULISTA

RUA JOÃO PESSOA RUA ARAÚJO RUA BOM PASTOR RUA VILA NOVA

RUA SILVA

RUA SOUZA

RUA SÃO JOSÉ

RUA BOA VISTA

RUA TRAVESSA A RUA JK

RUA CEARÁ RUA RODOBRÁS

RUA SÃO FRANCISCO

RUA SÃO DOMINGOS

RUA SÃO JORGE

MAPA COM A LOCALIZAÇÃO DAS PLACAS DE SINALIZAÇÃO TIPO A (RUAS ANTIGAS) E DO PERCURSO DAS PEDRAS DA MEMÓRIA Planta de situação Escala 1:4000 Fonte: Autoral, produzido pelo programa AutoCad 87


6

Este capítulo terá o detalhamento de partes do projeto.


HIERARQUIA VIÁRIA

N

O primeiro passo para a formação da hierarquia viária foi a iden�ficação de quais vias iriam ser man�dos e quais iriam ser criadas. Observou-se não haver a necessidade de remover nenhuma das vias, mas apenas definir a pavimentação e integrá-las às vias propostas, que estão voltadas para o atendimento e a funcionalidade dos equipamentos públicos que serão instalados.

Legenda Vias existentes e criadas Existentes Criadas

Escala 1:4000 89


Os acessos e estacionamentos foram pensados de maneira integradora com as funções das vias. Eles foram distribuídos em pontos de maior movimento e os estacionamentos foram distribuídos próximos às edificações que PO para não priorizar o uso de veículos dentro do parque. tendem ter mais pessoas, porém são estacionamentos pequenos PO

N

Via DF-001 EPCT PO

PO

PO

PO

PO

Via DF-005 EPPR

Via DF-001 EPCT

PO

Legenda Acessos e estacionamentos Acesso Estacionamento criado

PO

Estacionamento existente Ponto de ônibus

Escala 1:4000 90


A hierarquia viária do parque foi desenvolvida pensando em três grupos: de veículos pesados e leves, ciclistas e pedestres, dessa maneira, os percursos foram distribuídos visando a velocidade, a segurança, o tempo, os acessos e a localização dos equipamentos públicos. Portanto, as vias que permi�rão o tráfico de veículos pesados e leves têm três acessos que levarão para o ponto central, esta via terá o sistema de traffic calming, limitando a velocidade para até 30km, assim, evitando altas velocidade e aumentando a segurança do pedestre. Já as vias para ciclistas circularão todas as bordas do parque e manterão uma distância das vias de pedestres em prol da segurança dos usuários e as vias para pedestres serão distribuídas por toda parte interna do parque, a fim de integrar todos os setores.

N

Legenda Hierarquia viária Veículos pesados e leves Ciclistas Pedestres Sen�do da via

Escala 1:4000 91


As vias foram desenvolvidas seguindo o desenho de ciclovias, ciclofaixas e calçadas da arquiteta Mônica Fiuza e pensando na circulação de pessoas que teriam no parque, priorizando respec�vamente a ordem, pedestre, ciclista e carro. As pistas existentes foram man�das, acrescentando apenas uma no setor ambiental, além de um pequeno estacionamento. Outras calçadas existentes teve o complemento de uma ciclofaixa do lado para incen�var o uso da bicicleta, separar os modais de velocidades diferentes e criar um percurso para bicicletas.

N

Legenda Vias Via existente sem modificações Via existente e ciclovia Ciclovia Via de pedestre Via de pedestre e ciclovia Pista

Escala 1:4000 92


Via de pedestre

Ciclovia

Via de pedestre e ciclovia

Corte Viário 01 Escala 1:50

Corte Viário 02 Escala 1:50

Corte Viário 03 Escala 1:50

N

Legenda Vias FS

Faixa de Segurança

FP

Faixa de Passeio

CV

Ciclovia Ciclofaixa

CF 93

Mapa-chave


Vias existentes e ciclovia

N

Corte Viário 04 Escala 1:50

Legenda Vias FS

Faixa de Segurança

FP

Faixa de Passeio

CV

Ciclovia Ciclofaixa

CF 94

Mapa-chave


MATERIAL DAS VIAS As novas vias serão de placas de concreto pré-fabricadas do tom vermelho, para se diferenciarem das vias existentes e serem de uma cor que quase se camufla dentro da paisagem do parque. As placas de concreto pré-fabricadas foram escolhidas para as novas vias por ter os seguintes bene�cios: - Pavimentos compostos de concreto têm super�cie an�derrapante, proporcionando segurança aos pedestres, mesmo em condições de piso molhado. - Calçadas de placas de concreto conferem conforto de rolamento ao caminhar e ao u�lizar cadeiras de rodas e carrinhos de bebês, devido à super�cie regular e à pequena espessura das juntas entre peças. - Peças com pigmentação clara absorvem menos calor, oferecendo maior conforto térmico. - Devido ao tratamento do concreto durante sua produção e sua cura, as placas de concreto possuem alta resistência à abrasão, proporcionando maior durabilidade ao pavimento. - Produtos à base de cimento podem ser totalmente reciclados e reu�lizados, tornando esse �po de pavimento ecológico, pois preserva jazidas de calcário e evita a saturação de aterros. (SANTOS, CACCIA, SAMIOS, FERREIRA, 2017, p. 110) Os núcleos de permanência terão o piso com blocos intertravados da concreto do tom cinza.

Placas de concreto pré-fabricadas para as novas ciclovias e calçadas ao longo do parque.

95

Para a calçada dos edi�cios históricos foi pensado o uso de placas de concreto pré-fabricadas e blocos intertravados. A faixa de serviço é de placas de concreto pré-fabricadas, por ser um material que proporciona uma super�cie regular, durável, baixo custo e com bom coeficiente de atrito, além de ser uma base adequada para receber mobiliário e placas de iden�ficação. E, a faixa livre e a faixa de transição tem o mesmo material, blocos intertravados da cor vermelha, o material foi escolhido por ter qualidades que se encaixam nas necessidades de locais como se encontram no parque, dentro delas os seguintes bene�cios: - Os blocos intertravados possuem a caracterís�ca an�derrapante do concreto, o que proporciona segurança aos pedestres, mesmo quando molhados. - Blocos de concreto pigmentados com cores claras absorvem menos calor, melhorando o conforto térmico. - Os blocos possuem alta resistência devido ao tratamento do concreto durante sua produção e cura, proporcionando maior durabilidade ao pavimento. - Os blocos são considerados um pavimento ecológico, uma vez que são produzidos à base de cimento e passíveis de reciclagem, o que colabora com a preservação de jazidas de calcário e evita a saturação de aterros. (SANTOS, CACCIA, SAMIOS, FERREIRA, 2017, p. 110)

Blocos intertravados de concreto da cor natural para os núcleos de permanência e faixa de transição das calçadas dos edi�cios

Blocos intertravados de concreto da cor vermelha para a faixa livre das calçadas dos edi�cios an�gos.


N

Calçada: Faixa de transição de 3,0m de bloco intertravado; Faixa livre de 1,25m de bloco intertravado; Faixa de serviço de 1,15m placa de concreto pré-fabricado.

N

Postes de iluminação de LED

ANTIGO POSTO DE SAÚDE, PROPOSTA - CENTRO DE EVENTOS 96

Escala 1:400

Mapa-chave


N

Estacionamento para os funcionários da administração.

Calçada: Faixa de transição de 3,0m de bloco intertravado; Faixa livre de 2,0m de bloco intertravado; Faixa de serviço de 0,9m placa de concreto pré-fabricado.

Faixa de pedestre remanejada para atender melhor o grande fluxo deste local.

Calçada: Faixa de transição de 0,7m bloco intertravado; Faixa livre de 1,5m de bloco intertravado; Faixa de serviço de 0,9m de placa de concreto pré-fabricado.

N

Estacionamento para PNE e rampa na calçada.

Postes de iluminação de LED

ADMINISTRAÇÃO E ANTIGO LBA, PROPOSTA PARA LBA - MEMORIAL 97

Escala 1:200

Mapa-chave


N

Postes de iluminação de LED

Totens e placas de sinalização. Calçada: Faixa de transição de 5,2m a 11m de bloco intertravado; Faixa livre de 2,0m de bloco intertravado; Faixa de serviço de 0,9m placa de concreto pré-fabricado.

N

CAIXA D´ÁGUA 98

Escala 1:125

Mapa-chave


N

Rampa, escada e faixa de serviço de placa de concreto pré-fabricado; Área de 30m² com bloco intertravado na parte frontal para demarca-lo como edi�cio an�go.

N

Totens e placas de sinalização.

IGREJA SÃO GERALDO 99

Escala 1:125

Mapa-chave


PERSPECTIVAS

N

Perspec�va praça em frente à administração

Mapa-chave 100


N

Perspec�va interna do quiosque próximo à Igreja São Geraldo

Mapa-chave 101


N

Perspec�va praça em frente à administração

Mapa-chave 102


N

Perspec�va da Caixa d’Água para a Igreja São Geraldo

Mapa-chave 103


N

Perspec�va da entrada principal

Mapa-chave 104


N

A

A

PLANTA DO NÍVEL DO PEDESTRE Escala 1:4000

CORTE AA Escala 1:4000 105


Bibliografia


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107

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Imagem: Lavadeira do Lago Paranoá, óleo sobre tela, 2001, Gersion de Castro (CASTRO, 2009). Fonte: CASTRO, p. 19, 2019


DIPLOMAÇÃO FAU UNB


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