Diálogos
ESPÉCIES ARBÓREAS NA
Pesquisa identifica diferentes tipos de árvores para divulgar a flora dos biomas Cerrado e Floresta Atlântica na UEMG - Divinópolis
E AINDA:
Obra de Caio Fernando Abreu é analisada por aluno egresso de Letras
TCC desenvolve métodos para o ensino de geometria a alunos com Transtorno do Espectro Autista
Estudantes de Publicidade realizam documentário sobre o perfil @midianinja
Curso
ano
out./2023
REVISTA UEMGDivinópolis
de Jornalismo
01nº01-
PROINPE 01/2023
Foto: Carlos Sanchotene
UNIVERSIDADE
Apopularização da ciência é uma das ferramentas de comunicação científica usadas para transmitir conhecimento e reduzir a lacuna existente que separa “cientistas” e público “leigo”. De modo geral, a sociedade não demonstra um interesse significativo pelos produtos da ciência. Particularmente notável é o nível de desconhecimento sobre as atividades de pesquisa desenvolvidas no Brasil. Isso se deve, em grande parte, à carência de profissionais com motivação específica e formação adequada no campo do jornalismo científico.
Nesse sentido, o trabalho científico desenvolvido nas Universidades fica, muitas vezes, restrito ao âmbito acadêmico. Popularizar a ciência é uma forma de compartilhar o conhecimento adquirido ao longo da graduação. Através da Revista Diálogos buscamos divulgar os trabalhos de conclusão de curso dos alunos da UEMG – Divinópolis e, assim, minimizar o distanciamento entre academia e comunidade tornando a ciência um assunto de todos.
Nas próximas páginas desta revista, vamos conhecer alguns trabalhos de conclusão de curso desenvolvidos por egressos de diferentes cursos da UEMG – Divinópolis. Nesta publicação, você vai encontrar reportagens sobre pesquisas feitas nos cursos de Letras, Publicidade e Propaganda, Matemática, Ciências Biológicas, Engenharia de Produção, Pedagogia, Jornalismo e Educação Física. Os conteúdos foram produzidos através do olhar atento e cuidadoso de uma equipe de jovens aprendizes do curso de Jornalismo, durante o ano de 2023. O trabalho foi desenvolvido pelo Laboratório de Divulgação Científica do curso de Jornalismo da UEMG – Divinópolis com apoio do Programa Interno de Incentivo à Pesquisa e à Extensão (Proinpe), edital 01/2023.
Desejo a você, caro leitor, uma ótima leitura!
Carlos Sanchotene Editor-chefe da Revista Diálogos
EXPEDIENTE
UEMG – Unidade Divinópolis
Ano 01 - nº01 - out./2023
Publicação do projeto de extensão “Diálogos: revista de divulgação científica”, desenvolvido através do Edital 01/2023 do Programa Interno de Incentivo à Pesquisa e à Extensão (Proinpe) da UEMG
Realização: Laboratório de Divulgação Científica do curso de Jornalismo
Coordenação: Dr. Carlos Renan Samuel Sanchotene
Redação: Ana Luiza Silva e Maria Eduarda Elias
Jornalista responsável: Carlos Renan Samuel Sanchotene (MTb 14758/RS)
Contato: carlos.sanchotene@uemg.br
editorial
“Sargento Garcia” em análise Estudantes produzem documentário sobre o impacto político do perfil @midianinja Ensino de Geometria para estudantes com TEA Ferramentas tecnológicas da engenharia para o ramo imobiliário As árvores do campus As TICs na Educação Física A tecnologia aliada à educação A importância do microinfluenciador digital para as marcas 04 ................................................................................................ ............................................... ................................................................................................... ..................................................................... ................................................................. ............................................................................................... 07 11 14 16 19 21 24
sumário
“SARGENTO GARCIA” EM ANÁLISE
“O bonde guinchou na curva. Amanhã, decidi, amanhã sem falta começo a fumar”. Essa é a última frase do conto “Sargento Garcia”, de Caio Fernando Abreu. O escritor, assumidamente gay vivendo durante a ditadura militar no Brasil, apresentou o conto em sua coletânea “Morangos Mofados’’, no ano de 1982. A história acompanha o jovem Hermes e o conto se constrói, inicialmente, pela entrevista de seleção em que o Sargento Garcia conduz no alistamento militar dos jovens, processo do qual Hermes faz parte. É a partir dessa obra que o egresso do curso de Letras da UEMG Divinópolis, Miguel Borges Silva Pereira, desenvolveu seu trabalho de conclusão
LETRAS
Foto: pixabay
Ana Luiza Silva
de curso, intitulado “Ocupação gay em território heteronormativo na Literatura: uma leitura de “Sargento Garcia” (1982), de Caio Fernando Abreu”. O trabalho abordou como a heteronormatividade compulsória é tratada nesse texto em relação as culturas masculinas e as regras que são pregadas pela heteronormatividade. Além disso, o objetivo da pesquisa foi determinar como ações pautadas pela heteronormatividade compulsória atuam em relação aos preconceitos com figuras homossexuais cisgênero.
As motivações para a abordagem do autor são várias e vão para além do debate sobre a homossexualidade e de sua experiência pessoal. “Não só em relação as questões da minha própria personalidade, ser um autor que escreve sobre a homossexualidade e é homossexual, mas além de tudo, dentro das questões das próprias pesquisas desenvolvidas dentro da academia, a temáticas de livros ou textos considerados LGBTs, são esquecidos. Há pouquíssimas pesquisas. É preciso fazer com que as pessoas também consumam mais esse tipo de texto porque eles só começam a ser consumidos quando há pesquisas”, comentou.
A análise foi desenvolvida a partir da definição de conceitos como “heteronormatividade” e “homossexualidade”, produzindo um embasamento para a análise do texto. A partir disso, vários aspectos foram observados a partir da leitura do conto. Um dos principais resultados foi a percepção de como a sociedade, de forma geral, compreende a normatividade heterossexual de uma forma simples, mesmo sendo um as-
pecto complexo. “Existem ações que nós temos que são compulsórias e que não percebemos, mas a sociedade já vem construindo esses conceitos antes mesmo de nós nascermos”, ressaltou Miguel.
Essas mesmas normas são apresentadas na obra analisada, pelas ações dos dois homens, mas principalmente pelo comportamento do sargento. Ambos são impostos a ações para determinar que eles são os “machos” da relação, que eles são os homens. No entanto, Garcia age de forma mais dura, numa tentativa de sobreviver ao seu meio de trabalho, o exército, exprimindo ações que o mostrem como a pessoa em comando.
Miguel revela que encontrou dificuldades para a elaboração do seu texto como a falta de material teórico que embasasse o tema de seu trabalho. “Em com-
paração com outros tipos de literatura, existem poucos estudos em relação à literatura LGBT, não há muitas pesquisas. Eu tive que me adaptar, procurar textos que falem sobre as questões da comunidade, culturas, estudos emocionais, psicológicos e psicanalíticos sobre o assunto. Tive que fugir um pouco dos estudos literários, fugir um pouquinho do que é da minha área para poder chegar na minha área”, destacou. Para Miguel é importante destacar essa temática, tanto na educação quanto na sociedade em geral, mas os estudos ainda são poucos e, muitas vezes, silenciados. Ele observa que é preciso aumentar o debate sobre as obras LGBTs para que as lacunas teóricas sejam preenchidas, além de ser uma demanda que já é pautada pelos próprios alunos.
Foto: arquivo pessoal
Miguel apresentando trabalho durante a graduação
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Mercado de trabalho
Atualmente, Miguel é professor de Português e Literatura em duas escolas. Formado desde 2022, ele ressalta que, embora a sua relação com a profissão seja exaustiva, não se enxerga fora da sala de aula. “É uma coisa que eu gosto de fazer. Eu acho que ensinar, lecionar, faz parte da minha vida. Desde sempre eu não me via fora da escola, eu não sabia o que eu faria, mas eu me via dentro da escola”, disse.
Como aluno egresso do curso de Letras, Miguel destaca que a atuação do profissional vai além da sala de aula, sendo possível, além de ser professor, almejar cargos como editor de livros ou jornais e coordenador pedagógico.
No entanto, embora seja um mercado de trabalho fértil, a perspectiva para o futuro não é animadora, já que há muito desinteresse e poucas pessoas querendo seguir a área da docência. “É necessário que o governo entenda a importância do professor na sociedade e quando entender, vão perceber o quanto é preciso incentivo para formar mais professores. É um campo muito fértil, muito importante, mas que ao mesmo tempo tem grande desinteresse por parte da sociedade”, afirmou.
“É necessário que o governo entenda a importância do professor na sociedade”
Foto: arquivo pessoal 06 Foto: arquivo pessoal
Miguel realizando atividades na escola em que trabalha
Miguel durante sessões de foto para a formatura
ESTUDANTES PRODUZEM DOCUMENTÁRIO SOBRE O IMPACTO POLÍTICO DO PERFIL @MIDIANINJA
PUBLICIDADADE E PROPAGANDA
Foto: divulgação
Revista Diálogos - Quais os objetivos da sua pesquisa de TCC?
Cristian Ribeiro - Como objetivo geral, visamos analisar a influência do perfil @midianinja em seus seguidores do Instagram durante o período eleitoral do 2º turno em outubro de 2018. So-
OTCC realizado em 2022 por Cristian Ribeiro, Marcus Queiroz, Laura Beatriz e Laura Silva buscou entender como um perfil nas redes sociais poderia influenciar na campanha eleitoral para presidência da república. A Revista Diálogos conversou com o publicitário Cristian Ribeiro para compreender melhor o trabalho realizado ao longo do TCC desenvolvido na UEMG-Divinópolis e o mercado de trabalho. Confira, a seguir, a entrevista:
Entrevista
bre os objetivos específicos, buscamos compreender a amplitude das redes sociais, especificamente o Instagram e analisar o seu poder de influência em seus usuários. Também realizamos uma análise das atividades do perfil @midianinja no e seu impacto
além do digital durante o 2º turno das eleições de 2018 em seus seguidores. Além disso, produzimos um documentário com os resultados da análise realizada.
Revista Diálogos - Como foi feita a pesquisa? De que forma ocorreu a análise?
Cristian Ribeiro - Foi realizada uma pesquisa exploratória e qualitativa de modo que os dados foram levantados por meio de entrevistas e mapeamento de informações com pessoas reais que estão por trás do perfil do Instagram @midianinja e também de seus seguidores. Tivemos como pauta a comunicação política e sua influência para além do digital.
Revista Diálogos - Quais os principais resultados?
Cristian Ribeiro - Ao pesquisar e trazer teóricos do campo da comunicação social e política para o trabalho, foi possível ampliar o conhecimento acadêmico acerca do tema e, de certa forma, dar embasamento teórico para a tese de que, tudo aquilo que é consumido nas redes sociais pode ter impacto nos mais diversos âmbitos. Além disso, através da revisão biblio-
Cristian trabalha numa agência publicitária
Foto: arquivo pessoal
Maria Eduarda Elias
gráfica foi possibilitado que nós pudéssemos ver de forma clara o quão importante é comunicar com ética através da publicidade.
Revista Diálogos - De que maneira, você acredita que o seu projeto pode ser inovador? Como ele pode ser relevante para a sociedade?
Cristian Ribeiro - O documentário que foi fruto deste Trabalho de Conclusão de Curso tem o poder de ser um meio acessível de informação para qualquer pessoa. Esperamos que isso de fato aconteça e que as informações nele trazidas transforme pensamentos ou, no mínimo, faça com que o espectador seja impactado e reflita sobre a influência que o meio online pode ter em sua vida.
Revista Diálogos - Quais as maiores dificuldades que você encontrou na realização do seu projeto? Como você agiu para superá-las?
Cristian Ribeiro - Nosso principal desafio foi realizar um recorte que nos possibilitasse um aprofundamento no tema escolhido, mas de modo que não houvessem pontas soltas. Para isso, foi preciso realizar uma ampla pesquisa de referências bibliográficas. Em seguida, encontramos outros desafios relacionados à produção do documentário. Primeiramente, sobre a escolha dos personagens que foram entrevistados e em relação a agenda das entrevistas, pois além dos personagens escolhidos terem agendas cheias, todos os integrantes do nosso grupo já trabalhavam em tempo integral e à noite nós estávamos na universidade. Por último, o material gravado ficou muito extenso e, consequentemente, precisamos realizar uma longa decupagem para identificar o que entraria no documentário final.
Foto: arquivo pessoal
Revista Diálogos - Você acha que
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Dia da apresentação do TCC, da esquerda para a direita estão: Cristian, Marcus, Laura Silva e Laura Beatriz
“Tudo aquilo que é consumido nas redes sociais pode ter impacto nos mais diversos âmbitos”
Cristian durante a gravação do documentário
ainda há muito o que pesquisar na área escolhida para seu trabalho?
Cristian Ribeiro - Sim, principalmente por conta de ser um tema bastante amplo. Inclusive essa foi uma das dificuldades encontradas para realizar este trabalho. Tendo em vista que, só foi possível aprofundar a pesquisa após a realização do recorte do nosso objeto de estudo.
Revista Diálogos - Atualmente, como tem sido a sua relação com a área da sua forma-
ção no mercado de trabalho?
Cristian Ribeiro - Infelizmente, o mercado para profissionais de comunicação em Divinópolis não é dos melhores. São poucas as empresas na região que realmente valorizam nossa profissão e oferecem salários compatíveis com as funções exercidas. Entretanto, com a pandemia, vagas remotas passaram a ser mais comuns no nosso mercado, e isso se tornou uma alternativa para jornalistas e publicitários, que antes precisavam se mudar para
grandes centros, caso quisessem uma oportunidade maior de crescimento em sua carreira.
Revista Diálogos - Você atua na sua área de formação? Quais as perspectivas?
Cristian Ribeiro - Sim, atualmente trabalho em uma agência de publicidade, no cargo de social media. Sou responsável pelo planejamento estratégico de conteúdo para mídias sociais, campanhas publicitárias, roteiro de vídeos e produção.
Clique no QR Code ao lado e confira o documentário #Story Real, disponível através do Youtube.
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Foto: arquivo pessoal
ENSINO DE GEOMETRIA PARA ESTUDANTES COM
MATEMÁTICA Foto: pixabay
TEA
ADeclaração Universal dos Direitos Humanos versa, em seu artigo 26, que todo ser humano tem direito à instrução. Porém, o atual contexto da educação brasileira mostra que esse cenário ideal ainda não é uma realidade. Um dos maiores problemas enfrentados é a grande quantidade de alunos que evadem da escola antes de concluir seus estudos básicos. Grande parte desses alunos têm alguma dificuldade de ensino ou deficiência e, por falta de recursos ou acolhimento, se sentem excluídos e desmotivados a frequentar a escola. Logo, param de estudar antes mesmo de concluírem o Ensino Fundamental. Esse problema é ainda maior quando se trata do ensino de geometria, que ainda é visto, por muitos alunos e professores. como uma disciplina difícil pela sua abstração.
Foi a partir desse cenário que a estudante Nycole Eduarda Gomes Ribeiro desenvolveu seu
TCC em 2022. Ela é egressa do curso de Matemática da UEMG - Divinópolis e pesquisou sobre o ensino de geometria para alunos com transtorno do espectro autista (TEA) nos anos finais do ensino fundamental. O trabalho teve como objetivo pesquisar métodos que ajudassem os professores a desenvolver o conhecimento geométrico dos alunos com TEA, de forma a diminuir a evasão escolar.
Nycole conta que sempre foi fascinada pela educação especial e inclusiva. “Até que tive meu primeiro contato como professora de apoio de um aluno autista. Desde então, me apaixonei pelo universo autista e comecei a investigar como poderia ensinar matemática de forma mais eficaz para esses alunos”, comentou.
Para a realização do estudo, inicialmente seria utilizado como metodologia uma pesquisa de campo. Porém, houve a necessidade de ser alterada por consequência do isolamento social causado pela pandemia da Covid-19. Logo, a metodologia mais viável encontrada para a pesquisa foi a bibliográfica, a partir de autores renomados na área matemática, da educação
e do desenvolvimento infantil.
A aluna observou, durante a pesquisa, que os estudantes que possuem o transtorno do espectro autista necessitam de um ensino matemático e geométrico focado em estímulo visual e manipulável. Os objetos concretos auxiliam de forma efetiva os conceitos abstratos, que muitas vezes, podem ser um empecilho a esses alunos.
A estudante ainda comentou que, atualmente, as pessoas com TEA ainda apresentam muitas dificuldades para se adaptarem nas atividades cotidianas. “Uma das principais dificuldades é a adaptação da vida escolar do aluno que, muitas vezes, sentem dificuldade para compreender o estudo da geometria, que por sua vez, é um conteúdo muito abstrato”, ressaltou.
O trabalho realizado por Nycole buscou auxiliar professores a compreender melhor e encontrar formas de ensinar esses alunos de maneira mais eficaz, propondo ferramentas para isso. Assim, buscou encontrar formas que pudessem ajudar na inclusão escolar e social do educando, bem como contribuir para a diminuição da evasão escolar.
Ana Luiza Silva
Professora defendeu seu TCC de forma remota
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Foto: arquivo pessoal
Nycole é professora de Matemática em uma escola particular, onde ingressou logo após se formar. Ela leciona para crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental e para adolescentes do Ensino Médio. No entanto, ela começou a dar aulas nas escolas estaduais como professora regente quando estava nos últimos períodos da faculdade.
Para a professora, o mercado de trabalho, muitas vezes, é cansativo. “Ser professor não é só ensinar o conteúdo e sim, preparar um ser humano para a vida. Muitas vezes são crianças e adolescentes que ainda estão em processo de formação da cidadania e encontrando seu lugar no mundo. Então, o docente deve sa-
ber tratar esses alunos de maneira que possa contribuir positivamente para essa formação”, disse. Além disso, para a matemática, o professor deve sempre ter uma educação continuada, para que assim possa sempre estar melhorando sua docência e buscando novos métodos para auxiliar seus alunos. Como perspectiva para o futuro, Nycole espera a valorização e o respeito pela docência. “Essa é a profissão que é a base para todas as outras existentes. Logo, minhas perspectivas para o futuro é que as pessoas parem de olhar para os professores como alguém que apenas dá aula, e sim, como alguém que forma e ajuda a construir o pensamento ético e moral dos alunos”, afirmou.
Nycole é professora em uma escola privada de Divinópolis
Mercado de trabalho
Foto: arquivo pessoal
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ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS
DA ENGENHARIA PARA O RAMO IMOBILIÁRIO
Maria Eduarda Elias
Leonardo Augusto Piana, formado em Engenharia de Produção pela Universidade do Estado de Minas Gerais - Divinópolis, no ano de 2022, teve como tema do seu trabalho de conclusão de curso “Ferramentas da Engenharia de Produção voltada para
gestão imobiliária de contratos de empresas corporativas”.
O estudo foi implementado na empresa em que o engenheiro trabalhava na época, utilizando-se do Kanban - ferramenta utilizada na área da engenharia. “Basicamente, a gente implementou na empresa em que eu trabalhava
Foto: pixabay 14
o Kanban, que é uma ferramenta da engenharia de produção, curva ABC e também PDCA”, explica.
A ferramenta busca otimizar e sistematizar o trabalho dentro das empresas, criado na década de 50, no Japão, e implementado pela primeira vez na Toyota. O Kanban propõe a utilização de “cartões” para ter um acompanhamento visual e prático de todas as tarefas que estão - ou devem ser desenvolvidas dentro da empresa. Dessa forma, acompanha de maneira mais fácil o fluxo de produção local. Já a curva ABC, é uma ferramenta gerencial que auxilia na administração dos custos e classifica as informações do grau mais importante ao menos importante, além dos impactos para a empresa.
As ferramentas foram implementadas e demonstradas na prática como o sistema funcionaria dentro da empresa. O engenheiro instalou o sistema próprio para demonstrar na prática, como seriam feitas as divisões para o controle de contratos de locação, prazos e, também, como seriam divididos e direcionados os melhores negociadores para os contratos. A curva ABC foi utilizada para denominar quais os clientes mais importantes e de grande relevância para a empresa da seguinte maneira: O cliente A, tem maior importância e relevância, Cliente B, média importância e relevância, já o Cliente C, tem baixa importância e relevância.
“Para fazer o trabalho, não foi necessário realizar uma pesquisa prévia sobre o assunto, já que estudamos o que vivenciávamos na prática dentro da empresa e sabíamos quais as necessidades de otimização do
serviço”, argumenta Leonardo. Assim, o seu trabalho foi utilizado para resolver o que seria necessário para que o seu setor funcionasse da melhor forma e obtivesse resultados satisfatórios na gestão dos dados, organização dos contratos. Além disso, buscou priorizar os clientes mais importantes da empresa, sem perder a venda e dentro dos prazos certos.
Hoje, Leonardo atua na sua área de formação e é líder do setor de suporte técnico e pós-vendas da empresa. Foi contratado para estipular normas técnicas e deixar instalado no seu setor a ISO 9001, que é um sistema de gestão que tem como intuito garantir a otimização dos processos, dando maior agilidade no desenvolvimento de produção e produtos a fim de satisfazer os clientes, e também, alcançar mais resulta-
dos. O profissional afirma que sua área de formação é muito ampla, englobando não apenas a engenharia de produção, mas também a gestão e análise de dados.
Nos dias de hoje, o mercado de trabalho no campo da engenharia de produção torna o profissional da área indispensável para aumentar e otimizar a produtividade das empresas. O engenheiro de produção, hoje, não é responsável apenas pela criação e desenvolvimento do produto, mas também, pela mecanização e otimização do sistema.
Nas empresas, o profissional da Engenharia de Produção tem sido muito requisitado para auxiliar na otimização das produções, com a implementação de sistemas de forma a estruturar e planejar todos os processos a serem desenvolvidos.
Foto: arquivo pessoal 15
Leonardo é engenheiro e trabalha na otimização de produções
Ana Luiza Silva
AS ÁRVORES DO CAMPUS
Para além dos prédios e construções, em seus 71 mil m² de área, a UEMG - Divinópolis abriga uma grande diversidade de vegetação. As plantas sempre forneceram, e ainda fornecem, uma infinidade de produtos ao homem. No entanto, mesmo as plantas sendo essenciais para a sociedade e estando presentes no cotidiano das pessoas, elas acabam sendo deixadas de lado, e quando lembradas, são reduzidas a meros objetos. Tal fenômeno tem sido nomeado de impercepção botânica. A dificuldade em perceber vegetais como seres vivos e de fundamental importância para os ecossistemas é observada desde a educação básica nas escolas.
Foi pensando nisso que Pedro Paulo Costa Sousa, aluno do curso de Ciências Biológicas baseou seu Trabalho de Conclusão de Curso, defendido em 2023, tendo como objetivo identificar algumas espécies arbóreas da Universidade com o intuito de classificá-las e disponibilizar para a população em geral - docentes, discentes e funcionários da instituição - informações com relação às características e à importância desses vegetais minimizando, assim, a invisibilidade botânica.
O TCC intitulado “Identificação arbórea de uma área de Transição Cerrado e Floresta Atlântica: uma iniciativa de divulgação botânica na UEMG-Divinópolis”, buscou realizar a
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Foto: Carlos Sanchotene
identificação e marcação de espécimes arbóreas do campus, para divulgar a flora dos biomas Cerrado e Floresta Atlântica. Foram selecionadas 20 árvores do campus, sendo 15 nativas e 5 exóticas.
Pedro conta que uma das motivações para a escolha do tema de seu estudo foi seu interesse pela biologia vegetal. “Quando eu entrei na Biologia, tive a oportunidade de dar três monitorias em botânica e sempre foi uma área que me atraiu muito. Então, quando eu percebi que era um assunto que eu tinha mais facilidade de abordar, resolvi tratar sobre a parte botânica no meu TCC”, comentou.
Para a análise, além da definição das plantas a serem estudadas e catalogadas, o egresso realizou uma busca ativa na literatura com relação à diversas características sobre essas plantas. Todas as informações
obtidas foram compiladas em cartilhas e disponibilizadas de forma virtual para o público. No entanto, a ideia é ir além. Segundo o biólogo, o intuito do trabalho é também ter continuidade e ampliar a quantidade de árvores identificadas universidade. “O ideal seria que todos os espécimes fossem identificados. A ideia é confeccionar e instalar placas de identificação próximas a cada exemplar, colocando um QR code que direciona para essa base de dados virtual, que é mais completa, que tem mais informações e referências sobre as espécies abordadas”, destacou. Mas nem tudo são flores. As dificuldades também surgiram durante o processo de produção do trabalho, principalmente no que diz respeito às referências e curiosidades sobre as plantas, mas também na produção técnica e computacional. Ele também
Pedro e sua banca de defesa do TCC
teve ajuda da própria UEMG na criação do design para o projeto. “Consegui superar essas adversidades, principalmente a parte das referências com informações sobre as plantas, com a ajuda da minha orientadora, a professora Dra. Tatiana Silva Siviero. A parte computacional eu fui analisando, assistindo tutoriais no Youtube sobre geração de QR code, criação de links”, esclareceu.
O TCC teve a intenção de minimizar os efeitos da impercepção botânica que atinge a sociedade de um modo geral, através da universidade, que tem grande potencial de dispersão da informação, já que recebe tantas pessoas ao longo dos anos, tanto de Divinópolis quanto de outras localidades. O projeto foi o primeiro a ser formalizado com o objetivo de catalogação e divulgação de informações das espécies vegetais presentes na instituição.
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Mercado de trabalho
Pedro comenta que a área da Biologia é bem ampla, sendo que o biólogo pode atuar em ensino, educação e pesquisa, existindo várias funções onde é possível trabalhar a partir da especialização de cada profissional. Podem entrar para o mercado de trabalho em áreas bem remuneradas e com grande visibilidade, além de sempre ser possível uma formação continuada, ingressando em programas de mestrado e doutorado.
Para o profissional, o futuro da Biologia é promissor, mesmo que os motivos para que isso aconte-
ça sejam infelizes. “Isso se deve pela questão ambiental, porque o nosso clima, os ambientes, estão todos modificados e a demanda por biólogos vai tender a aumentar ao longo dos anos, principalmente quando esses efeitos forem mais drásticos”, explicou.
O biólogo, hoje, é professor na educação básica pelo Estado, e leciona para estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no presídio Floramar, em Divinópolis. Além disso, Pedro também realiza trabalhos como auxiliar de campo na área da espeleologia, que é o estudo de cavernas.
Pedro, juntamente com sua turma, durante aula de botânica
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Foto: arquivo pessoal
EDUCAÇÃO FÍSICA
Maria Eduarda Elias
AS TICs NA
EDUCAÇÃO FÍSICA
Nos dias atuais, tecnologia e ensino devem ser aliadas, tendo em vista que cada vez mais cedo, crianças e adolescentes são expostos à internet, jogos online, e redes sociais ainda muito jovens. Por isso, para as aulas na disciplina de Educação Física, muitos professores encontram meios de aperfeiçoar e integrar esses alunos na disciplina.
Intitulado “Estudo da utilização das tecnologias da informação e comunicação e as principais ferramentas implementadas na Educação Física escolar: uma revisão de literatura”, o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi apresentado pelo aluno Alyster Pelegrino para a obtenção de título em Educação Física - Licenciatura, na Universidade do Estado de Minas Gerais - Divinópolis, no ano de 2022.
O principal motivo para o estudo do tema era saber e analisar se o uso, cada vez mais cedo, da tecnologia pelas crianças os aproximava ou afastava da prática de exercícios físicos. O objetivo do TCC foi compreender se o uso da tecnologia favorecia a prática de exercícios físicos. Para isso, Alyster utilizou-se de uma revisão literária para a realização do estudo. Dessa forma, o professor de educação física conseguiu analisar as principais ferramentas tecnológicas utilizadas na profissão.
Assim, ele conseguiu obter os
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Foto: pixabay
resultados esperados no início da pesquisa. “Os principais resultados do meu trabalho foram obtidos com sucesso, e me mostraram as principais tecnologias de informação e comunicação (TICs), que são usadas nas aulas de Educação Física e os seus benefícios na prática”, explica. Dessa forma, Alyster fala que as tecnologias de informação e comunicação (TICs) podem contribuir na prática de exercícios físicos. O profissional diz que o uso de tecnologias, até desconhecidas para os profissionais da área, podem auxiliá-los de tal forma que consigam integrar e chamar cada vez mais a atenção dos alunos.
Para realizar o seu TCC, Alyster não fez uma pesquisa prévia acerca do tema. Ele foi
direcionado pelo seu interesse em estudar e se aprofundar mais sobre a área e tema, sendo esse um dos problemas para o desenvolvimento do trabalho.
O profissional comenta, ainda, sobre a falta de conteúdo sobre o assunto, seja na internet ou em livros. “A falta de conteúdo diretamente ligados ao tema foi um obstáculo para o desenvolvimento do trabalho. Por isso, tive que buscar indiretamente sobre o assunto, utilizando palavras-chave e secundárias”, lembra. Para ele, estudar o tema é muito importante tendo em vista o crescimento e avanço da tecnologia.
O aluno egresso de educação física declara que o mercado de trabalho é muito limitado a ministrar aulas em escolas públicas,
por isso, ainda não se encontra inserido em sua área. Enquanto espera pela abertura de concursos públicos, estuda para conseguir atingir o seu objetivo de ministrar aulas de educação física para crianças e adolescente em escolas públicas da região de Divinópolis.
“Educação física é um componente obrigatório da educação básica, portanto, todas as escolas sendo elas públicas ou privadas possuem a disciplina. Sendo assim, há boas oportunidades na área, principalmente para os profissionais mais qualificados. No entanto, com algumas reformas da grade escolar, principalmente no ensino médio, foi reduzida a carga horária da matéria, sendo prejudicial ao desenvolvimento dos alunos”, finaliza.
Alyster em suas fotos de formatura
Foto: arquivo pessoal Foto: arquivo pessoal 20
Alyster durante aulas em academia
A TECNOLOGIA ALIADA À EDUCAÇÃO
Atecnologia permeia toda a existência humana e o sistema educacional não foge dessa realidade, algo que ficou nítido após a implementação do Ensino Remoto durante a suspensão das aulas presenciais imposta pelas restrições da pandemia da Covid-19.
No entanto, o debate da integração entre a tecnologia e a educação não é recente e foi tra-
tado no TCC de Marina Lima Medina Ferreira, egressa do curso de pedagogia da UEMG - Divinópolis, defendido e aprovado no ano de 2018. O trabalho intitulado “As novas faces da tecnologia como uma aliada da educação” discutiu como as tecnologias contribuem para o processo de ensino aprendizagem.
Confira, a seguir, a entrevista com a autora do trabalho.
PEDAGOGIA
Foto: pixabay
Ana Luiza Silva
Revista Diálogos - Quais foram os objetivos do seu TCC?
Marina Ferreira - Os meus objetivos eram expor como essas novas tecnologias iam mudar a visão da educação, como mudava o modo como o professor trabalhava em sala de aula e, como o EAD tinha uma imagem ruim na época, isso poderia mudar. Mal sabia eu que dois anos depois viria a pandemia e o EAD chegaria com tudo. Quando eu fiz o TCC, eu não tinha muito material para trabalhar, para pesquisar. Então, dois anos depois meu TCC virou, de certa forma, realidade, porque tudo foi realizado de forma remota, desde a educação básica até a formação superior. Foi muito interessante para mim, que escrevi esse trabalho, ver como a humanidade se adaptou a isso e como ela inseriu a tecnologia na educação.
Revista Diálogos - De que forma aconteceu a análise e quais foram os principais resultados?
Marina Ferreira - A minha análise aconteceu com o estudo de artigos, matérias publicadas e também entrevistas, tanto com docentes quanto alunos. Eu procurei balancear de forma que eu entrevistasse tanto alunos mais jovens quanto professores mais experientes para ter o posicionamento dos dois lados. Os principais resultados que tive foram os seguintes: as tecnologias não eram exploradas na época da pesquisa, e se eram, era muito pouco. O que se tinha eram situações como fazer uma pesquisa no computador, usar um datashow em sala de aula. Não tinha realmente
um caminhar junto da tecnologia com a educação, que era a proposta do meu trabalho. Uma das questões que foi levantada é que o professor tinha medo da tecnologia substituí-lo e eu queria expor que não, que a tecnologia estava lá para somar, para crescer e melhorar a didática do professor.
Revista Diálogos - Quais as maiores dificuldades que você encontrou na realização do seu trabalho? Como você agiu para superá-las? Marina Ferreira - A maior dificuldade que eu encontrei foi realmente encontrar material sobre o tema que eu queria trabalhar. Eu achei muita coisa na época sobre o EAD, principalmente criticando, mas colocando a tecnologia como parceira do professor e da educação. Eu achei muito pouco. Então, eu me baseei em referência bibliográfica, mas muito nas minhas entrevistas. Essas entrevistas com alunos e professores foi o que eu usei para contornar a dificuldade
que tive para encontrar material. O meu modo de agir, nesse caso, foi realmente ir a campo e buscar a resposta dentro da própria universidade como também dentro de outras escolas, como as de educação pública básica.
Revista Diálogos - Para você, qual a relevância do seu estudo para a sociedade e as principais contribuições? Marina Ferreira - O que eu concluí foi que a tecnologia era fundamental para melhorar a educação. Só que não tinham recursos, não tinha computador, tinha sala que não tinha datashow, isso tanto na universidade quanto em escolas públicas. Havia uma discrepância muito grande entre instituições particulares, que tinham tecnologia de ponta, e instituições públicas, que mal tinham um computador funcionando e internet liberada não era uma realidade. Hoje, eu vejo que há uma maior facilidade de ver a relevância do meu estudo porque, com a pandemia, as escolas tiveram que
Entrevista
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Marina durante a defesa do TCC
se equipar, o governo teve que equipar as escolas. No entanto, eu acredito que consegui expor o quanto a tecnologia ia favorecer o docente, até abrindo mais portas na educação. Por exemplo, se o aluno tivesse dificuldade para chegar na escola, ou não tivesse tempo porque trabalha o dia inteiro, conseguiria estudar através do EAD, que já era uma realidade, mas não era tão acessível. Quando realizei meu trabalho, havia muito essa questão do aluno EAD não querer ir à escola, não querer levar o estudo a sério, sendo que o estudo EAD exige muito mais disciplina da pessoa. Então, normalmente, é um aluno muito mais dedicado. O que eu vejo de contribuição é ter tentado desmistificar essa questão do aluno preguiçoso, ou da tecnologia estar aqui para eliminar a educação da maneira tradicional, quando não é isso, ela quer incrementar.
Revista Diálogos - Como é o mercado de trabalho e quais os campos de atuação da sua profissão?
Marina Ferreira - Eu me formei
em pedagogia, então eu considero o meu mercado de trabalho mais fácil, porque querendo ou não todo lugar precisa de um professor. Entretanto, é concorrido. Tenho colegas de classe que formaram comigo e que ainda não trabalham na área. Também é muito abrangente porque não é só dentro de escola que o pedagogo atua. Hoje, nós temos pedagogos em empresas, em hospitais, e a área da educação tem foco escolar, mas podemos trabalhar em vários outros ambientes. É uma profissão muito versátil.
Revista Diálogos - Como você enxerga o futuro da sua pro-
Marina realizando estágio
fissão? Quais as perspectivas? Marina Ferreira - Eu vejo cada vez mais a educação integrada com a tecnologia. Muita gente coloca que o professor não será mais necessário em sala de aula, mas eu acredito que ele sempre vai ser necessário, seja em formato de vídeo, seja dando uma aula à distância. O que eu vejo é que ele vai mudar a forma de trabalhar. Está cada vez mais óbvio e evidente que o formato que temos de ensino não é mais atrativo para os alunos. Hoje, nós temos alunos que já chegam na escola com pleno domínio digital, e isso tem que ser inserido em sala de aula, para tornar a aula interessante, para o aluno poder absorver. Eu enxergo o futuro com a tecnologia cada vez mais andando lado a lado com a educação e assim, aprimorando, melhorando, fazendo a diferença na vida do aluno e facilitando a vida do docente, porque vemos muito o lado do estudante. A tecnologia está aqui para facilitar e, a partir do momento que o docente tem essa visão, a didática dele muda para melhor.
Foto: arquivo
pessoal
“Está cada vez mais óbvio e evidente que o formato que temos de ensino não é mais atrativo para os alunos”
A IMPORTÂNCIA DO MICROINFLUENCIADOR DIGITAL PARA AS MARCAS
Maria Eduarda Elias
Leonardo José de Sousa, 21 anos, formou-se em Jornalismo - Bacharelado, pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) - Divinópolis, no ano de 2023. Com o tema “A credibilidade e a importância do microinfluenciador digital para com as marcas: um estudo de caso do criador de conteúdo Victor Chico”, o seu trabalho de conclusão de curso (TCC) foi apresentado e aprovado pela banca examinadora.
“A escolha do tema foi feita devido o meu grau de interesse por marketing de conteúdo e influência. Sempre foram assuntos que me chamaram a atenção durante os quatro anos da
graduação. Com isso, achei interessante desenvolver uma pesquisa com o intuito de destacar a importância e a credibilidade que os microinfluenciadores possuem na internet”, explica. Desde o início na faculdade, Léo, como é conhecido pelos amigos, se viu atuando na área. Sua pesquisa teve por finalidade destacar a importância e credibilidade que os microinfluenciadores têm na internet. Os objetivos do seu TCC foram analisar o papel do microinfluenciador para as marcas e sua importância no mercado. O estudo analisou as publicações do influenciador Victor Chico, a fim de identificar suas estratégias para captar a atenção
do público e os benefícios que as marcas têm ao apostar no conteúdo feito em parceria com eles.
Victor Hugo ou Victor Chico, como é conhecido no mundo digital, vive na cidade de Monte Carmelo, interior de Minas Gerais. O influenciador vem de uma família simples e humilde, mas em 2016 viu a sua vida mudar graças ao aplicativo SnapChat, plataforma que começou a gravar vídeos com amigos, apenas pela diversão. Assim, foi conquistando o seu público e, também, migrou para outras plataformas como o Instagram e TikTok.
Para a confecção do seu trabalho, Léo fez uma análise dos conteúdos do Instagram, prin-
JORNALISMO
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Foto: pixabay
cipal plataforma de trabalho de Victor Chico. “Além dos recortes teóricos em livros de marketing, minha análise foi feita através do aplicativo Instagram, fazendo um recorte de seis publicações do microinfluenciador Victor Chico. Eu analisei o engajamento, as imagens, a linguagem e cenário”, explica o jornalista.
De acordo com Léo, o marketing muda o tempo todo. Por isso, acredita que o projeto é inovador tendo em vista que o marketing de influência tem o poder na decisão de compra dos consumidores. Assim, ele percebeu durante a sua pesquisa que as empresas preferem trabalhar com micro ou megainfluencers por conta do número de seguidores. No entanto, ele explica que as métricas são mais importantes do que esses números, pois são elas que definem o bom engajamento do perfil. Para ele, a área de estudo é muito importante dentro de um curso de comunicação por ser um assunto em alta no momento.
O jornalista avalia que os resultados de sua pesquisa foram satisfatórios tendo em vista que conseguiu ver como o microinfluenciador age e capta seu público. É importante salientar, que a diferença entre os números dos influenciadores define seu nicho, sendo os nano influenciadores com até 10 mil seguidores, os microinfluenciadores, como é o caso de Victor Chico, com até 100 mil seguidores.
Assim, Leonardo percebeu em sua pesquisa que o microinfluenciador é tão importante quanto o macro ou mega influencer. Os estudos do jornalista foram feitos através da escuta de podcasts, leitura de livros especializados
no marketing, além de conteúdos assistidos no YouTube. Para Leonardo, é de extrema importância que o assunto do seu TCC seja mais aprofundado e discutido entre as pessoas da área. Para ele, quanto mais conteúdos forem produzidos, melhor para que o público em geral reconheça a importância dos microinfluenciadores. Léo ainda conta que durante a realização do seu trabalho, Victor Chico se tornou muito conhecido no TikTok, e assim, conseguiu trabalhos importantes e de alta
relevância para a sua carreira. Hoje, Leonardo atua na área da publicidade, que engloba um pouco da área de estudo do seu TCC. Recém-formado, ele vê que seu trabalho proporciona um contato com os influenciadores através de trabalhos feitos em parceria com a agência em que trabalha. O profissional ainda pretende estudar mais sobre influenciadores e sua abrangência no marketing de influência e projeta, algum dia, conseguir ter a sua própria agência especializada no assunto.
Leonardo no seu ambiente de trabalho
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Foto: arquivo pessoal
Realização:
Programa Interno de Incentivo à Pesquisa e à Extensão (Proinpe)
Edital 01/2023
Projeto de extensão “Diálogos: revista de divulgação científica”
Coordenação: Carlos Renan Samuel Sanchotene
UEMG – Unidade Divinópolis
Curso de Jornalismo
Ano 01 - nº01 - out./2023
Laboratório de Divulgação Científica do curso de Jornalismo da UEMG - Divinópolis