
1 minute read
aHistóriaéumavelhota,queserepetesemcessar."
Mas falaremos de uma repetição abençoada, de uma arte que permeia as nossas paredes, que nos torna donos de uma mística incomparável.
Nos séculos de História que esta faculdade carrega, os nomes que por aqui passaram foram de grandes poetas, aspirantes da liberdade, sonhadores de outra realidade, apaixonados e mestres das artes. Interrogavam o infinito com os seus versos. Fizeram história por estas salas. O seu legado é incomensurável.
Advertisement
Por certo esta herança não será em vão. Não poderá ser. Como fogo que arde dentro de cada um de nós, há paixões que precisam de ser escritas, há revoluções que precisam de ser expressas, há vontades que merecem corpo.
Permitam-nos sonhar a vida inteira.
Permitam-nos sermos a repetição, incessante, da História, desta que é só nossa.
E toca o sino na Torre, oito horas e já é tarde.
Fecha-se a porta na faculdade, como o trancar da férrea enferrujada.
A noite corre, apressa-se cheia de vontade, para acordar o ponto alto da cidade e unir as gentes nas calçadas.
Fecham-se as sebentas, que ainda marcam a memória de outros estudantes da nossa longa história.
Dos que insistem no cheiro do papel, com menos ecrãs "leds" e mais pesquisas a granel. Juntam-se grupos, traçando as capas negras com paixão, porque o tempo já pede um aconchego.
Marcham firmes e barulhentos, determinados. Conhecem cada pedra deste chão, cada metro da calçada.
Primeiro, sussurros lentos, quase que afastando o medo Depois, gritos ao ar com coragem de invasores
A noite avança, sem perdão. Debatem-se os temas estudados e, entre uma e outra discussão, bebe-se à mágoa e à euforia. Porque nem sempre há que ter razão e vai-se enchendo o peito dessa emoção.
Canta-se o fado ao luar, enaltece-se o respeito desta Universidade amada.
São caloiros ou doutores, são da praça e da cidade, vestem preto ou outra cor, a que dá vida à sua faculdade pela qual morrem de amores.
Cada esquina tem um bar, uma república, uma tasca, um recanto Tantos nomes aqui passaram, lembro os poetas e escritores que também esta Universidade para a sua vida levaram.
Antero, considerado o génio que era um santo. Que pensando o que sentia e sentindo o que pensava, agitou estas paredes pelo bom senso e pelo bom gosto que ousava.
E mesmo em fantasia a sonharam, fazendo dos heróis estudantes de Coimbra, como Carlos da Maia, que acabou por estudar Medicina.
Por estas construções o espírito revolucionário penetrou Mas, deixando o romantismo e o realismo, os vencidos da vida e as revoluções, a verdade é que a julgam de eterna E talvez seja mesmo isso….. imortal.
Mafalda Moita, 1º Ano da Licenciatura em Direito.