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10 | Pelo Brasil |

2 a 9 de dezembro de 2015 | www.arquisp.org.br

Renata Moraes e daniel gomes

Destaques das Agências Nacionais

osaopaulo@uol.com.br

CNBB lamenta o desastre em Mariana e diz não à privatização de presídios Em entrevista coletiva na quinta-feira, 26, a CNBB divulgou nota sobre o rompimento da Barragem de Fundão, ocorrido no dia 5 de novembro, no subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG). No texto, os bispos dizem que “a atividade mineradora no Brasil carece de um marco regulatório que tire do centro o lucro exorbitante das mineradoras ao preço do sacrifício humano e da depredação do meio ambiente com a consequente destruição da biodiversidade”. Dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, falou sobre os impactos da tragédia, entre os quais a ruptura da cultura local e das relações entre as pessoas. Segundo o Bispo, a vivência da fé pode “ajudar muito, não para minimizar o drama e a dor, mas para poder construir esperança”. “O homem e a mulher da fé vislumbram mais do que o imediato. O homem e a mulher da fé conseguem caminhar mesmo em cima da lama e dos dejetos da mineradora. O homem e a mulher da

Tomaz Silva/Agência Brasil

fé, porque têm olhos para além do imediato, conseguem perceber uma possibilidade de reconstrução inclusive das suas próprias relações”, afirmou Dom Leonardo aos jornalistas. Na nota, os bispos, tendo em conta a Encíclica Laudato si’, do Papa Francisco, afirmam ser preciso “colocar um limite ao lucro a todo custo que, muitas vezes, faz negligenciar medidas de segurança e a proteção à vida das pessoas e do planeta”. A nota ainda destaca a necessidade de profunda reflexão sobre o desenvolvimento em curso no País. Na mesma coletiva de imprensa, Dom Leonardo também apresentou uma nota em que a Conferência posiciona-se contra o projeto de lei nº 531/2011, que, em tramitação no Senado, prevê a privatização do sistema prisional por meio de contratações de parcerias público-privadas para construir e administrar presídios no País. “Afirma o Papa Francisco e nós bispos com ele: ‘É doloroso constatar sistemas penitenciários que não buscam

CNBB une-se a manifestações de indignação por rompimento de barragem em Mariana (MG)

curar as chagas, sarar as feridas, gerar novas oportunidades(...). É sempre mais fácil encher os presídios do que ajudar a andar para frente quem errou na vida (...). Neste período de detenção, de modo particular, é necessária uma mão que ajude a reintegração social desejada por todos: reclusos, famílias, funcionários, políticas sociais e educativas. Uma reintegração que beneficia e eleva o ní-

vel moral de todos” (Papa Francisco)”, consta em um dos trechos da nota. “A ineficiência do sistema prisional não pode levar à privatização. O ser humano jamais pode ter sua dignidade aviltada, pois lucro e pena não combinam. Um sistema carcerário privatizado abre possibilidades para mais e maiores penas”, enfatiza a CNBB. Fonte: CNBB (Redação: Renata Moraes)

Acnur lança material educativo para refugiados sobre direitos humanos Em apoio à campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) lançou na sexta-feira, 27, um material didático de ensino de português para refugiados e refugiadas que vivem no Brasil. O lançamento aconteceu no audi-

tório da Universidade Cidade de São Paulo, com a participação de refugiados e refugiadas que estudam português em São Paulo. Eles contaram sobre a experiência no aprendizado do idioma. Com conteúdo sobre direitos humanos, a apostila foi elaborada pelo Cursinho Popular Mafalda, com o apoio do Acnur e da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo.

Com o título “Pode Entrar: Português do Brasil para Refugiados e Refugiadas”, o material didático é composto por 12 capítulos, elaborados com base nas principais demandas trazidas pelas instituições que trabalham com ensino de português para estrangeiros e também pelos próprios refugiados. Possui um glossário com tradução para qua-

tro idiomas (inglês, francês, árabe e espanhol). Além disso, há informações específicas sobre a violência contra a mulher, incluindo mecanismos de denúncia contra esse crime e serviços de atendimento às vítimas. O material está disponível para consulta e download no site www.acnur.org.br. Fonte: Acnur (Redação: Renata Moraes)

Diocese de Assis despede-se de Dom Simão Luciney Martins/O SÃO PAULO - ago.2009

Dom Simão em missa na Arquidiocese de SP

“Venho como missionário da Igreja de Cristo para auxiliar a Diocese de Assis para que juntos busquemos o caminho de Jesus Cristo”. Com estas palavras, em 23 de agosto de 2009, na Catedral Sagrado Coração de Jesus, em Assis (SP), totalmente lotada, Dom José Benedito Simão assumiu a Diocese de Assis como seu quinto bispo, após ser bispo auxiliar de São Paulo de 2002 a 2009 e padre na Arquidiocese por 20 anos. Na sexta-feira, 27, e no sábado, 28, a Catedral novamente esteve repleta de fiéis, dessa vez para se despedir de Dom Simão, que faleceu na sexta-feira, aos 64 anos, em decorrência de um acidente vascular cerebral hemorrágico, que sofreu no dia 23 na cidade de Marília (SP), onde estava reunido com bispos, padres e leigos da Sub-região de Botucatu. “Agradecemos a Deus pela vida que se fez dom em nosso meio e pelo ministério episcopal que santificou o nosso povo.

Confiantes, rogamos ao Senhor, que conceda definitivamente o gozo das alegrias eternas a este bispo da Igreja”, expressou, em nota, o Padre Oldeir José Galdino, em nome do Colégio de Consultores da Diocese de Assis. A celebração das exéquias de Dom Simão aconteceu no final da tarde do sábado, na Catedral Sagrado Coração de Jesus, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo. Após a missa, sob intensa chuva, os fiéis acompanharam o translado do corpo até à cripta da Catedral, onde houve o sepultamento.

na Arquidiocese de São Paulo

Dom Simão nasceu em Caçapava (SP), em 1º de janeiro de 1951, mas foi em São Paulo que viveu o despertar ao sacerdócio, sendo ordenado padre em 7 de junho de 1981. Além da atuação em paróquias da Arquidiocese, Dom Simão, quando era padre, foi coordenador da Pastoral Voca-

cional e da Pastoral da Juventude. Doutor em Teologia Moral pela Universidade Lateranense, em Roma, ele teve destacada atuação na formação de novos padres, sendo reitor do Teologado Dom José Gaspar, vice-diretor pedagógico e vice-diretor acadêmico da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, reitor do Seminário Teológico da Arquidiocese de São Paulo, e diretor da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção. Nomeado bispo auxiliar de São Paulo por São João Paulo II em 28 de novembro de 2001, Dom Simão escolheu “Paz e Esperança” como seu lema episcopal. Em 25 de janeiro de 2002, foi ordenado bispo pela imposição das mãos do Cardeal Hummes, então arcebispo de São Paulo, que o designou vigário episcopal para a Região Brasilândia, função que exerceu até 16 de agosto de 2009, antes de assumir a Diocese de Assis. (Redação: Daniel Gomes)


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