36 Edição d'O Pilão

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O PILÃO

NA SOMBRA DE Tiago Lima

FARMACÊUTICOS PELO MUNDO

peLOURO DAS RELAÇÕES iNTERNACIONAIS

ARTIGO DE OPINIÃO

o ENCONTRO ENTRE CIÊNCIAS bIOANALÍTICAS

E fARMÁCIA bIOMÉDICA

GRANDE ENTREVISTA COM

Rui

Santos Ivo

RUi Santos Ivo

A farmácia hospitalar terá um papel cada vez mais central na gestão de terapias inovadoras e complexas, como os medicamentos biotecnológicos e as terapias celulares. Será essencial investir em formação contínua dos farmacêuticos hospitalares, garantindo que estão preparados para administrar e monitorizar estes tratamentos.

F I C H A T É C N I C A

Revista do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

Grafismo e Paginação

Leonel Guerra e Rita Tavares

Direção Editoral

Redação

Leonel Guerra, Rita Tavares, Bárbara Anastácio, Beatriz

Bento, Beatriz Faim, Carolina Jorge, Inês Silva, Joana Sousa, Maria Bonito, Maria José Santos, Pedro Teodoro

Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra

Polo das Ciências da Saúde, Azinhaga de Santa Comba, 3000-548 Coimbra

Contactos

nefaac.pt

o.pilao@nefaac.pt

@opilao.nefaac

/opilao.nefaac

Caros leitores,

Com o objetivo de estreitar laços com os nossos leitores e de divulgar o conhecimento, tanto na comunidade académica como fora dela, o pelouro d’O Pilão assumiu o compromisso de produzir a Revista do Núcleo de Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, procurando continuamente inovar no conteúdo e na imagem da publicação.

Com o intuito de promover a formação multidisciplinar dos Estudantes, organizámos o “II Workshop de Escrita Científica” e o evento de lançamento da 36ª edição da Revista no Café Solidário, em parceria com o pelouro Recreativo, na sua vertente Cultural.

É com grande satisfação que a Equipa d’O Pilão anuncia o lançamento da 36ª edição da sua Revista. Nesta edição, procurámos manter uma forte ligação com o Estudante, através da Open Call para a redação de um texto de opinião e da rubrica “C’a Tuna às Costas”. Para além disso, visamos também aproximar os Estudantes de outras atividades com uma rubrica em parceria com a APEF - Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia.

Reconhecendo que nada disto seria possível sem o apoio recebido, o pelouro d’O Pilão gostaria de expressar o seu sincero agradecimento aos: Dr. Rui Santos Ivo, Professor Doutor Tiago Lima, Raquel Pires, Ânia, Mariana, Joaquim, Pedro Teodoro, Joana Abrantes, Imperial TAFFUC e Phartuna. Agradecemos especialmente aos pelouros de Educação e Promoção para a Saúde, Intervenção Cívica e Social, Pedagogia, Recreativo e Relações Internacionais do NEF/AAC, pelo empenho na elaboração das rubricas presentes.

Com os melhores votos de Boas Festas, A Equipa d’O Pilão

Leonel Guerra e Rita Tavares

A NOSSA EQUIPA

INTERESSAS-TE PELA ESCRITA E JULGAS QUE PODES ACRESCENTAR VALOR AO PILÃO?

ENTRA EM CONTACTO CONNOSCO E VEM DAR VOZ AOS ESTUDANTES DA FACULDADE DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA!

Maria José Santos
Carolina Jorge
lEONEL gUERRA
Rita Tavares
Beatriz Bento
Pedro Teodoro
Bárbara Anastácio
Maria Bonito
Inês Silva
Joana Sousa
Beatriz Faim
Matilde Campos

5 MENSAGEM DA PRESIDENTE RAQUEL PIRES

CONHECE O NEF/AAC

GRANDE ENTREVISTA COM RUI SANTOS IVO

NA SOMBRA DE TIAGO LIMA

FARMACÊUTICOS PELO

ASSOCIAÇÃO RABO DE PEIXE SABE SONHAR

ATIVIDADES DO NEF/AAC C’A TUNAS ÀS COSTAS IX

SAÚDE MENTAL NOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

Mensagem Da Presidente

Damos as boas-vindas a mais um ano letivo e a mais uma edição d’O Pilão - a Revista do NEF/ AAC, que tanto nos orgulha e onde encontramos explanada a dedicação perpetuada em cada canto do NEF/AAC, dentro do nosso círculo de trabalho e no mundo lá fora. Começo esta intervenção por parabenizar a equipa d’O Pilão pela concretização de uma edição refrescante e carregada de vivências.

Não posso deixar de saudar os nossos Estudantes e queridos leitores por dedicarem a sua atenção e virem beber conhecimento e entretenimento à nossa Revista. Muito calorosamente vos acolho.

O Núcleo mais antigo da Academia, o Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra, volta para mais um ano com energias renovadas, embora, lá no fundo, tenha de admitir que nunca chegamos a parar. O início do ano letivo exige muito de nós, quer pelo acolhimento aos novos Estudantes da FFUC, quer pela preparação de toda a nossa atividade, que nos permite entrar em força.

Considero sempre relevante relembrar que, em novembro de 1986, de um protocolo entre a Direção Geral da Associação Académica de Coimbra e os fundadores daquele que seria o primeiro Núcleo da Academia, nasceu o NEF/AAC. Representar este Núcleo, só pela força que o seu nome já o reconhece, é um desafio.

Apesar desta Casa ser, por si só, um enorme repto, este mandato não é exceção quando se fala na criação de novos desafios. Ora não fosse ao enfrentá-los que se cresce. O NEF/AAC é uma Casa em constante reinvenção e que necessita diariamente de se adaptar às necessidades daqueles que representa.

Tendo como base a nossa essência, os nossos valores, a nossa génese e o nosso perpétuo sentimento inconformista diante de todas as conquistas já obtidas, desenhamos e idealizamos um projeto desafiante para o mandato 2024/2025, digno do esforço diário de todos os que fazem parte desta estrutura.

Sonhamos alto e vamos voar para longe! O pelouro das Relações Internacionais é o perfeito exemplo de um pelouro com um potencial gigante e que ambicionou ser uma rede de apoio crucial para todos os nossos Estudantes, bem como para os que, por Coimbra, são acolhidos como casa temporária.

Aliado à vertente humanística, as Relações Internacionais encontram-se a desenvolver uma das maiores atividades já idealizadas por esta Casa: a construção de raiz de um Voluntariado Internacional, em conjunto com o pelouro de Intervenção Cívica e Social! Acrescentamos outros projetos que pretendem reinventar o pelouro das Relações Internacionais, abrindo espaço para a aproximação a todas as estruturas associativas que, dentro e fora de Portugal, representam o NEF/AAC.

O pelouro da Formação surge da premissa de que o NEF/AAC existe para formar profissionais de excelência e futuros cidadãos com atividades que correspondam às competências que lhes são exigidas. Assim, o NEF/AAC procurou encontrar as pontas soltas dos planos curriculares e do seu próprio catálogo de atividades, proporcionando aos Estudantes a oportunidade de crescerem na área em que mais têm interesse. A indústria farmacêutica foi o ponto de partida para a criação de uma nova atividade que pretende dinamismo, competição e desafio.

Responder às necessidades emergentes torna o pelouro da Pedagogia um trabalho em constante construção, pelo que tê-lo como prioridade é imprescindível para a permanente melhoria na qualidade do ensino e para a ligação dos nossos Estudantes com os Docentes, assim como com os órgãos da FFUC e da UC. Para além disso, a nova rubrica “ Let’s Talk PhD ?”, que junta os pelouros da Pedagogia e d’O Pilão, pretende aproximar os Estudantes de Doutoramento, que terão oportunidade de divulgar o seu trabalho e, ao mesmo tempo, inspirar os Estudantes mais novos a seguir essa trajetória profissional, fomentando assim o interesse pela área da descoberta e criação científica, a investigação.

Estas nossas bandeiras de mandato refletem apenas uma parte de toda a nossa ação. Somos, ao todo, 37 dirigentes associativos capacitados e motivados para cumprir todas as propostas com as quais nos comprometemos. A cor roxa que carregamos ao peito é símbolo de proximidade e honestidade, devoção pelo nosso maior propósito, o Estudante da FFUC. Assim, peço-vos que não tenham receio em procurar-nos. O nosso símbolo é o vosso, e todos somos NEF/AAC.

Ora não fosse eu uma missionária desta tão nobre instituição, não poderia terminar esta curta mensagem sem vos encorajar a envolverem-se ativamente nas oportunidades que vos são oferecidas, tanto pela Universidade como pela Academia. Desafiem-se e explorem o que está ao vosso alcance. Acreditem no vosso potencial, mantenham a curiosidade e a paixão pelo conhecimento, e lembrem-se de que cada desafio é uma oportunidade de crescimento. Aprendam dentro e fora de portas, procurem não só o que está escrito nos livros e powerpoints , mas também o que está escrito na vivência. Quer seja numa atividade extracurricular ou num estágio, o caminho só acaba quando deixarem de procurar por ele E quando o caminho parecer mais sombrio, agarrem-se firmemente àquilo em que se estão a tornar, ao futuro que estão a construir. Leve o tempo que levar, o tempo nunca é perdido, não se queiram apressar.

Finalizo com a esperança de que sintam esta vida que partilhamos da mesma forma que eu a sinto. A honra de poder manifestar que o branco e preto, que a par se juntam no roxo que comigo caminha, é parte que Coimbra incutiu em mim e que, aos poucos, foi deixando marca.

A Presidente da Direção do NEF/AAC,

Semana de Acolhimento

No dia 9 de setembro, a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) deu início ao ano letivo 2024/2025 com a receção aos novos Estudantes. Este dia também marcou o começo da Semana de Receção ao Caloiro, que incluiu uma série de atividades e iniciativas focadas na integração dos Estudantes de primeiro ano, proporcionando-lhes uma introdução ao espírito académico de Coimbra e às diversas oportunidades que a cidade oferece.

A jornada começou com a Sessão de Boas-Vindas, onde os novos Estudantes puderam conhecer o Diretor da FFUC, Professor Doutor Farnando Ramos, a Presidente da Direção do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC), Raquel Pires, e o Tesoureiro da Associação de Antigos Estudantes da FFUC (A2EF2.UC), Tiago Craveiro.

A cerimónia foi seguida pelas atuações das tunas académicas da Faculdade, a Imperial TAFFUC e a Phartuna, que, com a sua habitual energia e entusiasmo, contribuíram para criar um ambiente acolhedor e festivo. Durante a tarde, os Estudantes participaram em Visitas Guiadas às instalações da Faculdade, organizadas pelo Gabinete de Apoio ao Estudante do NEF/AAC, contando com a colaboração de Estudantes mais experientes e Docentes, que se disponibilizaram para dar as boas-vindas aos novos Estudantes, tornando o seu primeiro dia numa experiência positiva e marcante.

No dia seguinte, 10 de setembro, o NEF/AAC deu continuidade às atividades de integração, com o objetivo de apresentar aos novos Estudantes os diferentes pelouros que compõem o Núcleo, bem como os respetivos coordenadores.

A atividade, intitulada “ NEF FOR YOU ”, dinamizada pela vertente Cultural do pelouro Recreativo, decorreu durante a manhã e envolveu jogos, dinâmicas e apresentações conduzidas pelos membros dos doze pelouros do NEF/AAC. Esta iniciativa teve como principal objetivo incentivar os novos Estudantes a participar ativamente nos pelouros, promovendo o desenvolvimento de soft skills e facilitando a sua integração no ambiente académico da Faculdade.

A Semana de Receção ao Caloiro aproximou-se do seu encerramento com a realização da atividade “MOSTRA UC”, organizada pela Associação Académica de Coimbra e pelo Student Hub , na tarde de 11 de setembro. Este evento ofereceu mais uma oportunidade para os novos Estudantes interagirem com o NEF/AAC e a FFUC, num ambiente animado, repleto de atuações e atividades, culminando numa semana memorável para todos os participantes.

I Feira das Secções

No dia 17 de setembro de 2024, o Núcleo de Estudantes da Faculdade de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) realizou, com grande sucesso, a sua primeira edição da Feira das Secções Culturais e Desportivas da Associação Académica de Coimbra. Esta iniciativa, organizada pelo pelouro Recreativo - nas suas vertentes Cultural e Desportiva, teve como objetivo aproximar os Estudantes das várias secções da AAC, promovendo, assim, a sua integração na vida académica.

A Feira contou com as secções de Desportos Motorizados, Centro de Línguas, Identidades e Culturas, Rádio da Universidade de Coimbra, Jornalismo, Defesa dos Direitos Humanos, Linha SOS Estudante e Jogos de Tabuleiro. As secções trouxeram materiais promocionais, como folhetos e cartazes, para divulgar cada uma delas, partilhar informações sobre as atividades que realizam e respetivos horários. Durante o evento, ocorreram diversas demonstrações, destacando-se os Jogos de Tabuleiro e a exposição de duas viaturas pela Secção de Desportos Motorizados na entrada da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC).

Esta atividade contribuiu para a criação de um ambiente onde os Estudantes, especialmente os recém-chegados, se sintam parte integrante de uma comunidade alargada, proporcionando-lhes oportunidades de encontro com outros Estudantes que partilham os mesmos interesses e ajudando-os a perceber que a Academia dispõe de espaços e grupos onde se podem sentir incluídos.

Com base no feedback positivo, o NEF/AAC já planeia melhorias para os próximos anos, apostando numa maior diversificação das atividades e numa coordenação ainda mais eficiente com as secções. Este evento consolidou-se como uma iniciativa de grande valor para a comunidade académica, com a promessa de crescer e tornar-se uma tradição no início do ano letivo, reforçando o papel do NEF/AAC na integração dos novos Estudantes.

Diário de um Caloiro

Setembro é o mês do fim das férias, mas também é o mês do início das aulas. É o mês em que os Caloiros chegam a uma nova realidade: um novo local de estudo, possivelmente uma nova localidade, um novo ambiente e uma nova vida.

Por essa razão, o pelouro d’O Pilão solicitou a um Caloiro de cada curso da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) que respondesse a algumas questões sobre a sua adaptação à cidade e à Faculdade e o motivo de terem escolhido ambas.

Porque é que escolheste a FFUC?

“Acredito que a FFUC foi sempre a minha única opção. Desde pequena, ouço familiares e amigos a falar da experiência académica em Coimbra e sempre quis colocá-la à prova. Além disso, a Universidade de Coimbra é pioneira no curso de Farmácia Biomédica em Portugal, o que tornou a FFUC a escolha mais óbvia para o meu percurso académico.”

– Mariana, Caloira de LFB

Como está a ser a adaptação?

“Como Estudante deslocada, posso dizer que não é fácil nos primeiros dias. A saudade de casa acompanha-nos a todo o lado. No entanto, sinto que me adaptei muito bem, fui extremamente bem acolhida e não podia ter sido melhor. Acredito que as atividades realizadas na primeira semana foram essenciais para o acolhimento dos Caloiros.” – Mariana, Caloira de LFB

“Escolhi a FFUC porque reunia todas as oportunidades que procurava, desde o curso até ao facto de ser em Coimbra, a cidade para onde esperava vir. Desde cedo, uma parte de Coimbra esteve presente na minha vida, já que grande parte da minha família estudou aqui, e onde, hoje, os mais novos também estudam. Desenvolvi, assim, um grande interesse em conhecer e me envolver no ambiente de que tanto ouvia falar.” – Ânia, Caloira de MICF

“Para ser honesto, não escolhi especificamente a FFUC: escolhi a UC e Coimbra no seu todo. Tive um período de incerteza no final do secundário, mas já há alguns anos (desde 2017, se não me falham as contas) que senti uma ligação a esta cidade. Essa ligação fez com que colocasse cursos da nossa Universidade em todas as seis opções da minha candidatura. Embora houvesse algum incentivo por parte dos meus pais, as três primeiras opções serem na FFUC foi uma coincidência, resultante dos meus gostos e interesses, combinados com algum estudo sobre as competências a serem adquiridas e as saídas profissionais dos cursos.”

– Joaquim, Caloiro de LCB

“A adaptação a uma nova cidade, longe de onde cresci, tem os seus altos e baixos, sobretudo em relação à saudade de casa. No entanto, o ambiente acolhedor, as atividades realizadas e, especialmente, as pessoas com quem interagi desde o início facilitaram bastante o processo.” – Ânia, Caloira de MICF

“Algumas pessoas já me perguntaram isso e, contra todas as minhas expectativas, a minha resposta é que não houve propriamente uma adaptação. Sem dúvida que ocorreram várias mudanças na minha vida, mas sempre ouvi dizer que Coimbra é uma cidade para Estudantes e cada vez mais concordo com isso. Foi estranho, inicialmente, passar de filho único a partilhar casa com mais cinco pessoas e, por vezes, sinto uma certa estranheza ao estar num curso e numa turma praticamente sem rapazes (atenção, não estou a queixar-me; os meus colegas são ótimas pessoas, mas há vários anos que as minhas turmas tinham muito poucas raparigas). Contudo, apesar destas pequenas novidades, não posso dizer que houve uma verdadeira adaptação, pois Coimbra, a UC e a FFUC receberam-me de braços abertos e as pessoas com quem me cruzei estão sempre dispostas a ajudar.” – Joaquim, Caloiro de LCB

Tiveste

oportunidade de ir à praxe? O que achaste?

“Experimentar a praxe foi, sem dúvida, um dos pontos altos dos meus primeiros dias na FFUC. Penso que é uma atividade que todos deveriam experimentar, mesmo que não tenham grandes expectativas. A mim, surpreendeu-me pela positiva, pois pude fazer novas amizades, conhecer os Doutores e ainda divertir-me com as várias atividades. Felizmente, tenho conseguido ir a todas as praxes, o que me tem proporcionado momentos de convivência com os meus colegas.”

– Mariana, Caloira de LFB

“Quis experimentar a praxe sem saber ao certo o que esperar, mas foi uma experiência que me mostrou o quanto posso sair da minha zona de conforto, sem problema algum, porque para mim, costumava ser complicado. Sem dúvida, tive praxes mais elaboradas que adorei, especialmente uma praxe junto ao rio.” – Ânia, Caloira de MICF

“Tive oportunidade de experimentar a praxe, sim. Isso foi algo que me surpreendeu. Eu era definitivamente contra a praxe: respeitava quem participava, mas não era algo que pensava experimentar nem com o qual me identificava. Enganei-me completamente. Não planeava ir, mas, durante a matrícula presencial no Polo I, falaram-nos da praxe e deram-nos uma versão resumida do “ Codex Praxis ”. Com a certeza de que não iria gostar do que estava prestes a ler, e esperando que isso fundamentasse a minha objeção, li o “livrinho”. Cheguei à conclusão de que a praxe, pelo menos a de Coimbra, não é o “bicho de sete cabeças” que muitos criticam. Eu próprio era contra, mas já não sou! Experimentar a praxe revelou-se uma das melhores decisões da minha vida e continuar a participar é algo de que não me arrependo. ” DVRA PRAXIS SED PRAXIS ” é uma frase que, apesar de intimidar, também transmite força. A praxe é dura, mas é uma tradição de que tenho orgulho e que recomendo, pelo menos, experimentar.” – Joaquim, Caloiro de LCB

Como foi a latada?

“A latada é, de facto, um marco de Coimbra e, como Caloira, vivenciei momentos inesquecíveis. Ver tantas pessoas no cortejo fez-me perceber como Coimbra é realmente uma cidade académica que acolhe os Caloirinhos. O batismo foi, sem sombra de dúvidas, o momento mais emocionante e aguardado. Estar diante do rio Mondego, sob uma chuva intensa e ouvir as palavras da minha Madrinha será sempre uma memória especial.”

– Mariana, Caloira de LFB

“Infelizmente, só fui duas noites ao recinto da Latada, então não posso falar muito do assunto, apesar de ter gostado bastante dos momentos vividos, sejam pessoais ou em grupo com a Imperial TAFFUC, criando memórias inesquecíveis. Quanto ao cortejo, a experiência foi incrível; embora tenhamos sido batizados pela chuva antes do Mondego, lamento apenas que tenha passado tão rápido. Foi uma das experiências mais marcantes que já vivi em Coimbra; os preparativos e as praxes que nos prepararam para o evento geraram memórias que espero sejam eternas. O cortejo é algo belíssimo e deve ser vivido por todos os Estudantes da UC.”

– Joaquim, Caloiro de LCB

“Fui à latada e foi das melhores experiências que tive. Todo o espírito de festa, partilhado por todos, tornou cada noite memorável. Mesmo com os ténis e as calças encharcados de lama, tenho a certeza de que faria tudo de novo, sem mudar nada (talvez apenas retirando a chuva do dia do cortejo).”

– Ânia, Caloira de MICF

O que estás a achar de Coimbra e do espírito académico?

“Fiquei encantada com a cidade, não poderia concordar mais com a expressão “Coimbra tem os seus encantos”. Vim para Coimbra testar o que todos os Estudantes da UC afirmam ser a melhor cidade universitária, e posso confirmar que têm razão. Coimbra não é apenas uma cidade com Faculdades; são os Estudantes que lhe dão vida e trazem aquela magia académica, partilhando-a com quem ainda a desconhece. Espero continuar a viver o espírito académico que só Coimbra consegue oferecer.”

– Mariana, Caloira de LFB

“A cada semana que passa, percebo mais que não há lugar como Coimbra. A vida académica é vivida de forma tão intensa e apreciada por todos, o que torna tudo ainda mais especial.”

– Ânia, Caloira de MICF

“Acredito que o que escrevi anteriormente reflete bem o que sinto sobre Coimbra e o seu espírito académico. Ainda que pudesse escrever mais sobre isso, sei que há coisas que só podem ser entendidas através da vivência. Apenas quero acrescentar… Viva à magnífica Universidade de Coimbra! Viva às suas ilustres tradições imortais! E viva à FFUC, minha nova casa!”

– Joaquim, Caloiro de LCB

FUTURO EM FOCO

No passado dia 5 de novembro, o pelouro da Formação do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC), com a ajuda da Professora Doutora Margarida Castel-Branco, enquanto conselheira científica, organizou a 2ª Edição do “Futuro em Foco”, uma atividade composta por dois workshops , com uma componente mais teórica e outra mais prática, que visam colocar em evidência as opções profissionais e a realidade das mesmas. Embora aberta a toda a comunidade estudantil, esta atividade foi desenvolvida a pensar nas Licenciaturas da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC), de forma a transmitir informações sobre possíveis percursos profissionais que podem não ser tão evidentes para os Estudantes.

Os temas escolhidos para esta edição foram “Toxicologia e Xenobióticos” e “Farmacovigilância”, desenvolvidos devido à sua importância no currículo do 3º ano de ambas as Licenciaturas, Licenciatura em Ciências Biomédicas (LCB) e Licenciatura em Farmácia Biomédica (LFB).

Como oradores, estiveram presentes a Professora Doutora Helena Teixeira e o Professor Doutor Jaime Conceição, que, para além de serem excelentes professores, são profissionais notáveis nas áreas de Toxicologia e Farmacovigilância, respetivamente.

“Estiveram muito disponíveis e foram incansáveis, retirando tempo das suas agendas muito concorridas”, referiu So fia Nunes, coordenadora do pelouro da Formação, quando questionada sobre os oradores escolhidos.

Esta edição teve início às 14h15 com o primeiro workshop , “Toxicologia e Xenobióticos - Identificação de surtos de intoxicação alimentar e deteção posterior do xenobiótico”, dinamizado pela Professora Doutora Helena Teixeira, e às 16h15 o segundo workshop , “Farmacovigilância - A Farmacovigilância na vida profissional”, apresentado pelo Professor Doutor Jaime Conceição. Por volta das 18h00, o pelouro de Formação procedeu à sessão de encerramento.

A atividade contou com um número considerável de Estudantes, especialmente das Licenciaturas, que demonstraram grande satisfação com a qualidade dos workshops e dos respetivos oradores. Sofia Nunes mostrou-se muito agradada com a adesão dos Estudantes e espera que se realizem várias edições deste projeto, pois, como ex-aluna de LFB, conhece a importância de dar a conhecer diferentes saídas profissionais, abrangendo também outros cursos para além do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (MICF).

VII FEIRA DE EMPREGO

O decorrer destes dias foi marcado pela presença de várias empresas de destaque no panorama nacional, com uma significativa diversidade no que respeita aos setores farmacêuticos.

Nos domínios da indústria, dos assuntos regulamentares e da consultoria, destacaram-se as presenças da Generis, Owlpharma, Ferraz Group (Labialfarma), Grupo FHC, Pharmilab, Bluepharma, Phagecon, Glintt e da Plural + Udifar.

Estiveram ainda presentes vários representantes de farmácias e grupos de farmácias, como a Farmácia Grão Vasco, o Grupo de Farmácias Holon, o Central Pharma Group e o Grupo de Farmácias STS.

Além destes, marcaram também presença o Laboratório de Análises Clínicas da Universidade de Coimbra (LACUC), a Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos (APJF), a Associação Nacional de Farmácias (ANF), a Associação de Farmácias de Portugal (APF), a Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares (APFH) e o Student Hub da Universidade de Coimbra, que apresentou o Núcleo de Promoção da Empregabilidade (NUPE), que está ativamente envolvido no processo de integração dos Estudantes no mercado de trabalho.

A Feira de Emprego do NEF/AAC, que decorreu entre os dias 14 e 15 de outubro, é uma iniciativa promovida anualmente pelo pelouro de Estágios e Saídas Profissionais do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC).

À semelhança dos anos anteriores, foram realizadas várias sessões complementares, tais como palestras promovidas pelas empresas convidadas e workshops que decorreram entre os dias 14 de outubro e 4 de novembro.

Nas palestras proferidas pelas empresas participaram a APJF, a Farmácia Grão Vasco, as Farmácias STS, a Glintt, o LACUC, a Pharmilab, a Plural + Udifar e a Owlpharma, que, numa interação mais próxima com os Estudantes, transmitiram a realidade da profissão farmacêutica em cada setor.

Nos dias 16, 21 e 23 de outubro e 4 de novembro, realizaram-se workshops de Comunicação Empresarial, Curriculum Vitae, Soft Skills e LinkedIn e Dicas de Entrevista, que contaram com a presença da Dra. Joana Nobre em regime online , e , presencialmente, da Dra. Rita Mendes, Dr. Josué Moutinho e da Dra. Carolina Pascoal, respetivamente.

Além das sessões complementares e workshops referidos, no dia 14 de outubro, das 11h30 às 17h, os Estudantes puderam usufruir de uma sessão fotográfica destinada à obtenção de fotografias adequadas a uso profissional, nomeadamente para o seu Curriculum Vitae. Concretizou-se, assim, mais uma edição da Feira de Emprego do NEF/AAC, que se destacou pela sua grande relevância na formação e integração dos Estudantes no mercado farmacêutico, refletida na sua adesão às atividades promovidas. Os participantes tiveram a oportunidade de estabelecer contactos valiosos e adquirir conhecimentos práticos através das palestras e workshops , desenvolvendo capacidades de comunicação, inteligência emocional e gestão de conflitos, dotando-os de ferramentas essenciais para enfrentar os desafios do mercado farmacêutico. A inclusão de atividades como a sessão fotográfica e o sorteio destacou o compromisso do NEF/AAC em promover uma experiência enriquecedora e motivadora para todos os envolvidos.

III POLÍTICA EM SAÚDE

A III edição do “Política em Saúde” decorreu no passado dia 6 de novembro e abordou o tema do impacto nacional da escassez de medicamentos. A falta de medicamentos em Portugal e a nível global constitui uma questão de extrema importância para o setor. Nesta edição, foi possível aprofundar a discussão sobre problemas e soluções, desde os entraves à prescrição farmacêutica em Portugal até a análise de modelos de outros países. Compreendemos os limites que delimitam o exercício da profissão farmacêutica e discutimos possibilidades de expansão.

Depois de duas edições bem-sucedidas, a terceira edição não foi exceção, contando com preletores de renome que enriqueceram o debate e permitiram uma análise esclarecedora dos desafios e obstáculos em torno da escassez de medicamentos, abordada de diferentes perspetivas.

Numa área em constante evolução, é urgente compreender o papel do farmacêutico nas suas múltiplas vertentes, dado que a escassez coloca em risco o acesso à saúde. Uma reflexão sobre as causas deste problema pode levar os Estudantes a abordar questões mais amplas de equidade no acesso aos medicamentos e ao Sistema de Saúde em Portugal e no mundo.

Novas normas de prescrição e dispensa permitirão em breve às farmácias substituir um medicamento em falta por um equivalente de dosagem diferente, sem que o utente perca o direito à comparticipação. A produção de medicamentos é um dos fatores determinantes, e os desafios vão desde a sua fabricação até aos problemas logísticos.

Entre as soluções discutidas estão a atratividade do mercado português, a revisão dos preços dos medicamentos e o aprimoramento da Via Verde do Medicamento, processos que poderão contribuir para a gestão nacional dos stocks de medicamentos.

Para os Estudantes de Farmácia, esta atividade despertou a consciência e o pensamento crítico, trazendo novas perspetivas. Sendo um tema que envolve múltiplos intervenientes, o NEF/AAC acredita que este desafio pode ser enfrentado com o desenvolvimento de Políticas de Saúde, permitindo que os Estudantes possam, no futuro, contribuir para a disponibilidade de medicamentos e para soluções eficazes.

Por Pedro Teodoro

Grande

Entrevista Com:

Rui Santos Ivo

Presidente do INFARMED - Autoridade Nacional de Medicamentos e Produtos de Saúde I.P.

O

Pilão: Depois de iniciar a sua carreira como farmacêutico hospitalar, o que o levou a entrar no INFARMED em 1993?

Rui: Olhando para trás, o que me atraiu no INFARMED, após o convite feito na altura pelo Dr. Aranda da Silva, foi a oportunidade de participar ativamente na estratégia do medicamento na saúde pública a uma escala nacional, numa entidade recém-criada, mas com um enorme potencial de desenvolvimento, também a nível europeu. A experiência adquirida como farmacêutico hospitalar, assim como outras, tanto na vida Estudantil como nos primeiros anos de atividade profissional, deram-me também uma visão dos desafios do setor da saúde, e senti que poderia contribuir ainda mais ao nível da regulação, especialmente num momento em que o INFARMED estava a crescer como uma autoridade reguladora para o país.

O.P: A sua formação em Ciências Farmacêuticas pela Universidade de Lisboa, complementada por estudos em áreas como Direito da Saúde e Regulação, deu-lhe uma base interdisciplinar sólida. Como é que essa formação académica tem influenciado as suas abordagens e decisões no INFARMED, especialmente nas áreas de regulamentação de medicamentos e gestão de crises de saúde?

R: A minha formação interdisciplinar tem sido muito importante para abordar a complexidade de regulamentação de medicamentos e produtos de saúde. A vertente científica forneceu-me as bases para compreender melhor os medicamentos, enquanto o Direito da Saúde e a Regulação me permitiram interpretar as necessidades legais e éticas na proteção da saúde pública. Este equilíbrio entre ciência, legislação

Marcos Importantes:

• 1987: Licenciatura em Ciências Farmacêuticas pela Universidade de Lisboa

• 1992: Especialista em Farmácia Hospitalar pelo Ministério da Saúde

• 2000-2002: Administrador na Direção da EMA, Londres

• 2002-2005: Presidente do INFARMED, I.P.

• 2004-2005: Primeiro Chairman do Grupo de Coordenação das Autoridades do Medicamento da União Europeia

e saúde pública foi fundamental, particularmente durante a gestão de crises como a pandemia de COVID-19, onde decisões tinham de ser tomadas com rapidez, mas sempre fundamentadas na segurança e em prol dos cidadãos.

O.P: Tendo uma vasta formação académica e participado em diversos programas de gestão em saúde, como acha que a formação contínua contribui para a excelência na regulamentação e na administração da saúde?

R: A formação contínua é essencial em todas as atividades e reveste-se de especial importância num setor em constante evolução como o da saúde. Permite que os profissionais estejam mais preparados para as respostas aos constantes desafios e as novas descobertas científicas, tecnologias emergentes e práticas de gestão modernas.

A aprendizagem ao longo da vida dá-nos a flexibilidade e capacidade de inovar na regulamentação, ao mesmo tempo que nos prepara para os desafios e as exigências de um sistema de saúde em constante mudança. O investimento em conhecimento é o que sustenta a qualidade da nossa atuação.

O.P: A sua experiência internacional, incluindo funções na Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e na Direção-Geral das Empresas e Indústria em Bruxelas, influenciou a sua abordagem à regulamentação em Portugal?

Se sim, de que maneira?

R: Sem dúvida, a minha experiência internacional foi extremamente enriquecedora. Trabalhar na EMA e com a Comissão Europeia deu-me uma visão global das tendências de regulamentação na Europa e do seu desenvolvimento, o que me ajudou a compreender melhor as práticas de outros países e a adaptar soluções inovadoras ao contexto português. Esta experiência reforçou a importância de harmonizar as políticas de saúde a nível europeu, garantindo que Portugal faz parte de uma rede de regulação eficiente e com uma ação declaradamente colaborativa.

• 2004: Prémio Almofariz «Personalidade do ano 2004» no setor farmacêutico

• 2006-2008: Funções executivas na Unidade Farmacêutica da Direção-Geral das Empresas e Indústria, Bruxelas

• 2008-2011: Diretor Executivo da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA)

• 2011-2014: Vice-Presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS, IP)

O.P: A pandemia da COVID-19 trouxe muitos desafios para a regulamentação de medicamentos em todo o mundo. Como o INFARMED lidou com a necessidade de aprovações rápidas, mantendo a segurança e eficácia dos medicamentos?

R: A avaliação de medicamentos ao nível da União Europeia tem uma base muito robusta e de enorme rigor.

Na pandemia e principalmente no desenvolvimento de vacinas, foram implementados processos mais rápidos, como a avaliação contínua rolling review, onde os dados eram analisados em tempo real, à medida que iam sendo disponibilizados. Foi um feito notável que apenas foi possível graças ao trabalho hercúleo de inúmeros decisores e peritos europeus que trabalharam dia e noite na análise e discussão em torno da evidência disponível e das respostas que eram necessárias.

A colaboração das autoridades nacionais com outras autoridades europeias, com a EMA à cabeça, foi fundamental para manter um rigor científico, mesmo em momentos de emergência. Foi um período de transformação que irá ter impacto na futura revisão da legislação farmacêutica, sendo, à semelhança de outros anteriores, a evidência de como as crises são transformadoras. Tal como o foi nos anos 1960 o desastre da talidomida

O.P: O INFARMED tem sido ativo no cenário europeu e global. Como vê o papel de Portugal e do INFARMED no contexto internacional da regulamentação de medicamentos e produtos de saúde?

R: O INFARMED, a nível europeu, destaca-se como uma agência de referência, sendo respeitada pelos seus parceiros e congéneres, pelo trabalho desenvolvido ao longo dos anos, de grande contributo para o sistema regulador de medicamentos europeu. Orgulhamo-nos também de ter Colegas da instituição em lugares de destaque nos vários Comités da EMA e na rede HMA, o que é uma prova inequívoca do nosso bom trabalho. Não apenas a nível europeu, mas também a nível mundial, sobretudo nas regiões onde desenvolvemos uma intensa cooperação, como por exemplo os países de língua oficial portuguesa, com quem temos desenvolvido algum trabalho especial-

• 2014-2016: Presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS, IP)

• 2015: Medalha de Serviços Distintos - Grau Ouro, pelo Ministro da Saúde

• 2016-2019: Vice-Presidente do INFARMED, I.P.

• 2016: Membro do Conselho de Administração da Agência Europeia de Medicamentos (EMA)

• 2017: Vice-Presidente do Comité Técnico Permanente de Valletta/Declaração de Valletta

mente após o Fórum de Reguladores de Países Lusófonos, evento que fechou as comemorações do 30º aniversário do INFARMED, e também com outros países, principalmente através das suas agências reguladoras de medicamentos, situados na Ásia, América Latina, Médio Oriente e Norte de África.

Hoje estamos inseridos num contexto de mercado farmacêutico mundial e, portanto, à parte de certas particularidades, a nossa realidade farmacêutica é próxima da de muitos outros países. Em termos de desempenho e resultados, merecemos estar orgulhosos, pois evidenciamos um nível muito elevado nos nossos serviços prestados à população.

O.P: Quais são as principais lições que retirou da sua experiência como Diretor Executivo da APIFARMA que ainda aplica no seu trabalho no INFARMED?

R: Na APIFARMA, pude compreender a perspetiva da indústria farmacêutica e o equilíbrio delicado entre inovação, competitividade e sustentabilidade. Esta experiência ensinou-me a importância do diálogo entre os setores público e privado para encontrar soluções que beneficiem o sistema de saúde como um todo. No INFARMED, continuo a aplicar essa abordagem colaborativa, assegurando que as políticas e acções sejam transparentes e baseadas em evidências, mas também que incentivam o desenvolvimento e a inovação, sempre centradas no interesse público e do cidadão.

O.P: O que considera ser o maior desafio que enfrentou como presidente do INFARMED desde 2019? Quais foram as suas principais prioridades para o futuro da regulamentação de medicamentos e produtos de saúde no país?

R: O maior desafio que enfrentei foi, sem dúvida, a resposta à pandemia de COVID-19. Além disso, garantir que continuamos a dar acesso equitativo a medicamentos inovadores e sustentáveis, enquanto gerimos os custos crescentes, é uma prioridade constante. Para o futuro, o foco estará em consolidar a inovação na regulação, preparando o INFARMED para os desafios da medicina

• 2019 - atualidade: Presidente do Conselho Diretivo do INFARMED, I.P.

• 2021: Presidente do Grupo de Chefes das Agências de Avaliação de Tecnologias de Saúde (HAG)

• 2023: Condecoração com as insígnias de Membro Honorário da Ordem de Mérito, entregues pelo Presidente da República

• 2024: Prémio Pegadas, atribuído pelo Conselho do Colégio de Especialidade em Farmácia Hospitalar da Ordem dos Farmacêuticos

personalizada, da digitalização da saúde e das terapias genéticas e celulares. Os vários diplomas europeus que foram atualizados, ou que surgem para regulamentar novas realidades, tanto nos medicamentos como nos dispositivos médicos, e a sua transposição para a realidade nacional, do ponto de vista do regulador, serão outros dos desafios que nos vão ser colocados com um grande grau de exigência.

O.P: O INFARMED tem desempenhado um papel importante na Avaliação de Tecnologias de Saúde. Como vê o futuro da avaliação das tecnologias num cenário de inovação constante, como a medicina personalizada?

R: A Avaliação de Tecnologias de Saúde (ATS) será cada vez mais crucial no contexto de inovações disruptivas, como a medicina personalizada. A ATS precisa de evoluir para acompanhar a rápida introdução de tratamentos específicos para o perfil genético de cada paciente, garantindo que essas terapias são acessíveis e eficazes. O futuro da avaliação passará pela integração de dados em tempo real, pela colaboração com outras agências a nível europeu, para que se possa responder mais rapidamente às necessidades dos doentes, e pela aproximação entre a avaliação de tecnologias de saúde e a avaliação científica e regulamentar.

O.P: O que acredita ser essencial para o futuro da farmácia hospitalar em Portugal, considerando as novas tecnologias e a evolução dos tratamentos?

R: A farmácia hospitalar terá um papel cada vez mais central na gestão de terapias inovadoras e complexas, como os medicamentos biotecnológicos e as terapias celulares. Será essencial investir em formação contínua dos farmacêuticos hospitalares, garantindo que estão preparados para administrar e monitorizar estes tratamentos. A digitalização, com o uso de sistemas de apoio à decisão clínica, também será fundamental para melhorar a segurança e a eficiência no uso de medicamentos, através de sistemas de monitorização robustos e eficientes para apoio à gestão do medicamento e de mais tecnologias de saúde.

O.P: Tendo em conta a sua notável trajetória, marcada por diversas homenagens, incluindo a Medalha de Serviços Distintos - Grau Ouro, de que forma esses reconhecimentos moldam a sua visão sobre a contribuição dos

profissionais das ciências farmacêuticas para a saúde pública? E que legado gostaria de deixar no setor da saúde pública e da regulação de medicamentos?

R: Muito vos agradeço o reconhecimento. Estas homenagens são um reflexo do trabalho de muitos profissionais dedicados com quem tive o privilégio de colaborar, que, acredito, desempenham um papel vital na proteção da saúde pública, desde o desenvolvimento até à regulamentação e ao uso racional dos medicamentos. Mas são, creio, sobretudo o reconhecimento de um trabalho que pauto pelo sentido total de serviço público e de resposta às necessidades dos cidadãos. Espero que o meu exemplo possa ser traduzido no fortalecimento de um sistema regulatório transparente, eficiente e inovador, que continue a proteger os cidadãos e a incentivar a inovação no setor farmacêutico.

O.P: Para finalizar, que mensagem gostaria de deixar aos futuros profissionais de saúde que se encontram a ler esta entrevista?

Gostaria de dizer aos futuros profissionais de saúde que a sua missão vai muito além do cuidado direto ao paciente. Cada decisão que tomam pode impactar a vida de muitas pessoas, por isso nunca subestimem o poder do conhecimento e da integridade. A inovação e a mudança serão constantes, mas a vossa dedicação à saúde pública será sempre o fator mais importante. Continuem a aprender e a colaborar com outros setores, pois é assim que conseguirão contribuir para um sistema de saúde mais justo e eficaz.

Na Sombra de Tiago Lima

PROFESSOR AUXILIAR CONVIDADO NA FACULDADE DE FARMÁCIA DA

UNIVERSIDADE DE COIMBRA

O Pilão: Acabou o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas no ano de 2015. O que o fez interessar-se por esta área?

Tiago Lima: O meu interesse pelas Ciências Farmacêuticas surgiu da combinação entre uma curiosidade científica natural e o desejo de contribuir para a saúde pública. A possibilidade de compreender como os medicamentos interagem com o organismo humano e, simultaneamente, de promover o bem-estar das pessoas sempre me fascinou. A variedade de áreas incluídas no curso, como microbiologia, farmacologia e tecnologia farmacêutica, foi também um grande incentivo.

O.P: Durante o seu percurso na Faculdade, fez diversos estágios extracurriculares em diversas áreas como Farmácia Comunitária, Distribuição Farmacêutica, Investigação Científica, Indústria Farmacêutica e Análises Clínicas. Sente que esta componente foi um marco importante na sua formação como farmacêutico? Qual foi o estágio que o marcou mais?

TL: Sem dúvida. Os estágios extracurriculares e curriculares foram essenciais para a minha formação, pois permitiram-me aplicar os conhecimentos teóricos em contextos práticos variados. Cada estágio proporcionou-me experiências únicas, mas o estágio em Investigação Científica foi particularmente marcante. Além de ter tido a oportunidade de conhecer pessoas inspiradoras, foi aí que comecei a fomentar e a desenvolver o interesse pela investigação, deixando a semente que veio a moldar o meu percurso, ainda que breve.

O.P: Após a conclusão do curso, trabalhou durante dois anos, entre 2016 e 2018, como farmacêutico em Farmácia Comunitária. Pode falar um pouco acerca da sua experiência?

TL: Trabalhar em Farmácia Comunitária foi uma experiência enriquecedora. Tive contacto direto com os utentes, pude compreender melhor as suas necessidades e desafios diários e, acima de tudo, terminava o dia com o sentimento de que estava, de algum modo, a ajudar a população da área de residência da farmácia. Fui muito acarinhado pela comunidade, que confiava no meu trabalho. Por outro lado, esta experiência permitiu-me também desenvolver competências de comunicação e empatia, fundamentais para o atendimento ao público,

e proporcionou-me uma experiência que tem contribuído significativamente para o que faço atualmente. Embora possa parecer o contrário, sou uma pessoa bastante introvertida, e trabalhar em Farmácia Comunitária tornou-me mais comunicativo.

O.P: Obteve uma bolsa de Doutoramento com a designação “Horizontal gene transfer of colistin resistance in Salmonella enterica and Escherichia coli from food-producing animals” da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Sempre manifestou este interesse em realizar um Doutoramento?

TL: Na verdade, quando comecei o curso de Ciências Farmacêuticas, o meu objetivo era tornar-me farmacêutico comunitário. Estava convencido de que trabalharia em proximidade com os utentes, numa farmácia. No entanto, ao longo do meu percurso académico, comecei a sentir um interesse crescente pela investigação científica. O “bichinho da investigação” despertou em mim uma curiosidade, especialmente pelas áreas da farmacologia e microbiologia e pelo impacto das resistências antimicrobianas na saúde pública. Esta curiosidade foi crescendo naturalmente e levou-me a optar pelo Doutoramento.

O.P: Ao longo da sua carreira é notório o interesse pela área da Microbiologia, Parasitologia, etc... O que o levou a especializar-se mais nessa área? TL: O meu interesse por microrganismos desenvolveu-se ao perceber o impacto profundo que têm na saúde pública, particularmente no contexto das resistências antimicrobianas, que representam uma das maiores ameaças à saúde global. Estes organismos microscópicos, embora invisíveis, desempenham um papel crucial na evolução das doenças infeciosas e na eficácia dos tratamentos. A investigação nesta área constitui um verdadeiro desafio e, ao mesmo tempo, é extremamente motivadora, pois obriga-nos a procurar soluções inovadoras e sustentáveis para combater a disseminação das resistências, que ameaçam a eficácia dos antibióticos disponíveis. Esta missão de contribuir para soluções que possam proteger a saúde pública e preservar os recursos terapêuticos levou-me a especializar-me e a dedicar-me a esta área.

O.P: Atualmente é professor auxiliar convidado na Faculdade de Farmácia. O que o fez seguir esta vertente do ensino? Quais considera que sejam as principais dificuldades desta profissão?

TL: O ensino permite-me partilhar conhecimento e inspirar a próxima geração de farmacêuticos. Sinto-me verdadeiramente realizado ao ajudar os Estudantes a desenvolverem um pensamento crítico e a prepararem-se para os atuais desafios da profissão. As principais dificuldades incluem a necessidade de constante atualização e o equilíbrio entre investigação e ensino. Preparar aulas e acompanhar os Estudantes exige dedicação e tempo, mas o retorno é, sem dúvida, muito gratificante. Afinal, são vocês, Estudantes, o verdadeiro motor que me move. Agradeço-vos, pois é por vocês que me esforço diariamente e encontro a motivação para dar o meu melhor.

O.P: Se pudesse dizer uma coisa ao Estudante de Ciências Farmacêuticas “Tiago Lima”, o que lhe diria, nomeadamente como futuro profissional na academia?

TL: Diria para aproveitar ao máximo a vida de Estudante, não só para aprender, mas também para vivenciar essa fase única, com alguma dose de liberdade e até um pouco de “libertinagem” saudável.

É importante firmar laços com os amigos, pois são esses relacionamentos que muitas vezes perduram para a vida e deixam memórias eternizadas. Academicamente, recomendaria explorar áreas novas sem receio, envolver-se em estágios e projetos práticos, e nunca deixar de lado a curiosidade e o desejo de aprender.

O.P: Qual o seu artigo preferido que publicou e porquê?

TL: Esta é uma questão difícil de responder, uma vez que o artigo “Manure as a Potential Hotspot for Antibiotic Resistance Dissemination by Horizontal Gene Transfer Events” foi capa da edição da revista em que foi publicado e recebeu o prémio “Best Paper Award 2020”, atestando o reconhecimento do trabalho por parte da comunidade científica. Contudo, o artigo “Occurrence and Biological Cost of mcr-1-Carrying Plasmids Co-harbouring Beta-Lactamase Resistance Genes in Zoonotic Pathogens from Intensive Animal Production” é talvez o meu favorito (se é que posso assim chamar), pois reflete grande parte do trabalho que desenvolvi durante o meu Doutoramento. Este estudo envolveu um esforço significativo e contribuiu para o avanço do conhecimento científico na área, particularmente no que diz respeito à disseminação da resistência à colistina (antibiótico de última linha) em patógenos zoonóticos.

O.P: Como é dividir o seu tempo entre a Universidade de Coimbra e a Escola Universitária Vasco da Gama?

TL: Dividir o tempo entre as duas instituições exige organização e disciplina. Cada instituição tem a sua cultura e exigências, mas este desafio também me permite aprender e ensinar em ambientes diversos, o que enriquece a minha prática pedagógica e científica.

O.P: O que mais o entusiasma na área do ensino?

TL: O que mais me entusiasma no ensino é ver o desenvolvimento dos meus Estudantes, especialmente quando começam a conectar os conceitos, a aplicá-los de forma prática e a desenvolver espírito crítico e interesse pela área científica. É muito gratificante para mim testemunhar o seu crescimento e saber que posso influenciar positivamente o seu percurso.

O.P: Durante o seu Doutoramento, qual foi o maior desafio?

TL: O maior desafio durante o Doutoramento foi, sem dúvida, a complexidade da investigação, ou seja, trabalhar com bactérias, isto é, com organismos vivos, que são por vezes imprevisíveis e proporcionam momentos inesperados. A pressão para obter resultados num tempo limitado foi uma prova de resiliência, agravada pela pandemia da COVID-19, que trouxe dificuldades adicionais. Durante esse período, muitos processos funcionaram a meio gás e com várias limitações, o que aumentou ainda mais a pressão sobre prazos e resultados.

O.P: Como vê o futuro da investigação em Microbiologia e Parasitologia, especialmente no contexto de novas resistências antimicrobianas emergentes?

TL: Vejo um futuro altamente desafiante, mas promissor. A resistência antimicrobiana é um dos maiores problemas de saúde pública deste século. Quero muito acreditar que as próximas décadas trarão inovações no desenvolvimento de novas estratégias na luta contra as bactérias multirresistentes. A interdisciplinaridade é e será fundamental, integrando ciências biológicas, tecnologia e políticas públicas para enfrentar esta crise de forma eficaz.

OP: Mudando um pouco a dinâmica desta entrevista, gostaríamos de lhe fazer algumas perguntas de resposta rápida.

Uma cidade? Berlim.

Unidade Curricular que menos gostava no curso? Estatística.

Plano ideal para o fim de semana? Estar com a família e amigos.

Livro/filme/série que impactou a sua vida? “O rapaz do pijama às riscas”

Hobby? Correr e caminhar na natureza.

Uma frase que o identifique?

O equilíbrio entre seriedade e uma boa piada é o segredo para um dia melhor.

Pessoa que tenha marcado o seu percurso? A Professora Doutora Gabriela Jorge da Silva.

Cor preferida? Verde.

Um objetivo profissional para o futuro? Entrar na carreira docente.

Um objetivo pessoal para o futuro? Aprender uma língua nova.

Local favorito para sair à noite, enquanto Estudante? O moelas.

Saúde Mental dos Estudantes Universitários

A saúde mental dos Estudantes universitários é um tema de crescente preocupação. A transição do ensino secundário para o ensino superior representa uma grande mudança na vida dos jovens. Esta fase envolve, não apenas novos desafios académicos, mas também mudanças significativas no ambiente social, na rotina diária, e nas responsabilidades pessoais, que podem ter um grande impacto no bem-estar emocional e psicológico dos Estudantes. Desta forma, durante o percurso académico, a pressão escolar, a competitividade entre os Estudantes e a transição para a vida adulta são alguns fatores que podem desencadear sintomas de stress , ansiedade, depressão ou até chegar ao burnout académico.

A evidência científica indica que a maioria da população estudantil universitária sofre de algum tipo de perturbação mental, mas poucos procuram ajuda devido à estigmatização e à falta de informação, o que leva muitas vezes ao isolamento social. Assim, cria-se um ciclo vicioso que pode resultar em graves consequências para a saúde mental e para o desempenho académico.

A falta de acesso a recursos de apoio e o medo do julgamento por parte de colegas e familiares são barreiras significativas que impedem os Estudantes de procurar o suporte necessário. Deste modo, é essencial que se reconheça a importância da saúde mental neste contexto e que sejam implementadas estratégias de suporte e intervenção para promover o equilíbrio emocional dos Estudantes, nomeadamente:

• Disponibilizar apoio psicológico acessível e confidencial para todos os Estudantes, com horários flexíveis e profissionais qualificados;

• Estimular a adoção de hábitos saudáveis como: realizar atividade física, ter um sono reparador de maneira a gerir o stress , uma alimentação saudável e uma boa hidratação;

• Criação de redes de Apoio Social, incentivando a formação de grupos de apoio e a participação em atividades sociais e comunitárias, que possam fortalecer as relações interpessoais e reduzir o isolamento;

• Desenvolver espaços próprios na Universidade onde os Estudantes possam relaxar, meditar ou participar em atividades que ajudem a gerir o stress diário e reduzir a ansiedade.

Em suma, a saúde mental dos Estudantes Universitários é um aspeto crítico que exige atenção e ação imediata. Para enfrentar este desafio silencioso, é fundamental que as Universidades estejam abertas a criar um ambiente disposto a combater e a desmistificar.

Ser farmacêutico comunitário é uma vocação

Ser farmacêutico comunitário é exigente. Toda a atividade clínica o é, quer do ponto de vista emocional, quer no que respeita a horários de trabalho. Seguir uma carreira clínica significa estar apto a responder às necessidades da população 24 horas por dia, 365 dias por ano, e muitas vezes - bastantes vezes! -, gerir problemas e situações de enorme fragilidade.

Trabalhar em Farmácia Comunitária requer um enorme humanismo, uma grande resiliência, mas também uma profunda ambição de conhecimento, constante capacitação e um verdadeiro sentido de realização através do impacto positivo direto na modelação da qualidade de vida das pessoas.

Por outras palavras, ser farmacêutico comunitário não é só uma profissão: é uma vocação. As farmácias são centros de aplicação, produção e partilha de conhecimento técnico-científico vivo, dinâmico e multidisciplinar, ao serviço, diariamente, das comunidades, na identificação e resposta às suas necessidades.

Optar por uma carreira em Farmácia Comunitária implica estar próximo das pessoas, estabelecer relação com elas, estar disposto a partilhar as suas conquistas e saber escutar e interpretar as suas queixas. Em conjunto, estas duas dimensões granjearam à farmácia a confiança da população e dão ao farmacêutico o potencial de mudar, para melhor, as histórias de vida nas quais é, quotidianamente, convidado a entrar.

O farmacêutico comunitário é um profissional de saúde de elevada qualificação que está próximo e disponível para as pessoas. E, por isso, é hoje, para uma grande parte da população, a sua primeira referência no sistema, seu parceiro na saúde e apoio na doença.

Numa altura em que os sistemas se debatem com crescentes dificuldades de resposta à procura de cuidados, a rede capilar de farmácias é cada vez mais um suporte, assumindo novas responsabilidades em saúde pública e no acompanhamento das pessoas que vivem com doença.

O mundo está em transformação e a Farmácia Comunitária também. O novo modelo de carreira dos farmacêuticos comunitários, mais competitivo e atraente, assenta na conexão efetiva entre a desafiante prática profissional e a sua justa valorização, considerando que a progressão se faz com o contributo das competências adquiridas e da sua aplicação prática no desempenho de um serviço farmacêutico de excelência.

Porque a vocação, quando é exponenciada, muda vidas.

E a primeira pode ser a sua.

Esperamos por si.

Farmacêuticos Pelo Mundo

Para alcançar o título de farmacêutico, os Estudantes ingressam o curso de Ciências Farmacêuticas. Neste, são incentivados a desenvolver uma ampla visão no ramo farmacêutico, reconhecendo a importância dos medicamentos na vida dos seus futuros utentes. As Faculdades de Farmácia em Portugal são bastante prestigiadas e conhecidas pelo seu ensino intensivo e abrangente, razão pela qual os farmacêuticos portugueses são tão valorizados além-fronteiras. Esta formação de excelência permite aos futuros profissionais de saúde desempenhar um papel fulcral na supervisão da terapêutica de medicamentos, assegurando a eficácia e a segurança dos mesmos.

Dispersos pelo Mundo, os farmacêuticos portugueses desempenham funções em diversas áreas, como farmácias comunitárias, hospitais, indústrias farmacêuticas e investigação científica, contribuindo de forma substancial para o bem-estar da sociedade. Assim, a sua presença em diversos países, demonstra que a dedicação e o conhecimento não têm fronteiras.

Exemplo disso é Ana Cadete, uma cientista de 38 anos, cujo percurso académico bem como profissional refletem um interesse indiscutível tanto pela investigação como pela comunicação em ciência. Iniciou a sua jornada enquanto futura Farmacêutica na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL) em 2004. Em 2010, não só concluiu com sucesso o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, como também se destacou como jovem investigadora nesta mesma instituição.

Concluído o seu percurso na FFUL, Ana embarcou numa aventura internacional que teve como ponto de partida a cidade de Madrid.

No entanto, foi em outubro de 2020, em plena pandemia, que Ana decidiu explorar uma nova faceta da sua carreira, criando The Non-Conformist Scientist , uma plataforma que reflete o seu espírito disruptivo e pretende comunicar ciência de uma forma inovadora, sendo assim parte ativa do empoderamento feminino na referida área.

Contudo, não é o único exemplo.

Joana Carrasqueira, de 34 anos, é não só mestre em Ciências Farmacêuticas pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz (ISCSEM), como também uma profissional de destaque na área da ciência e tecnologia, sendo reconhecida pela sua trajet ó ria marcada pela inovação no campo da inteligência artificial.

Após a obtenção do grau de mestre, teve a oportunidade de viver uma experiência transformadora em Londres, onde passou seis meses como investigadora. Ainda assim, o desejo de contribuir para o avanço da sua área de formação fez com que regressasse a Portugal, onde começou a trabalhar na Ordem dos Farmacêuticos.

Posteriormente, Joana deu um salto significativo na sua carreira ao mudar-se para a Holanda, onde ingressou na Federação Internacional Farmacêutica (FIP).

A sua experiência internacional começou a expandir-se, acompanhada pela vontade de explorar novas áreas e adquirir novas competências.

Isso levou-a a realizar um MBA na prestigiada IE Business School, em Madrid, onde desenvolveu um interesse profundo por inovação e tecnologia, o que redefiniu a sua trajetória profissional.

Após o MBA, Joana tomou uma decisão ousada e mudou-se para os Estados Unidos, onde começou a trabalhar na Google , uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Lá, a sua carreira ganhou um novo rumo, centrando-se na relação com desenvolvedores e no avanço de tecnologias de machine learning.

Atualmente, Joana ocupa o cargo de Head of Community for Developer Relations – Machine Learning na Google , onde lidera iniciativas globais de construção de comunidades, promovendo a inovação e o desenvolvimento de soluções tecnológicas baseadas em inteligência artificial.

Em suma, é de notar que a capacidade de adaptação e o inigualável conhecimento científico dos Estudantes portugueses, aliados à prática clínica, permite-lhes prestar serviços de reconhecível valor.

No dia 30 de outubro, o Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) esteve presente na Bluepharma para a apresentação do Plano de Atividades do mandato 2024/2025 ao Presidente, Paulo Barradas Rebelo.

Este encontro reforça a colaboração entre a Bluepharma e os Estudantes de Farmácia, abrindo portas para novas iniciativas, trocas de ideias e projetos.

C’a tuna às costas

Vem Conhecer os Fundadores

Pilão: Como e quando surgiu a ideia de fundar a tuna?

Imperial TAFFUC: Determinar o quando é difícil, pois a ideia estava a ser maturada há bastante tempo. Contudo, podemos apontar o final do ano letivo de 2006/2007 como a data da sua criação. Antes de entrarmos na época de exames desse semestre, um grupo de Estudantes da FFUC decidiu avançar com o projeto, que muitos já idealizavam, de criar uma tuna masculina que representasse a Faculdade.

OP: Qual foi a principal motivação e os objetivos iniciais para criar a tuna?

IT: A principal motivação para a criação da Imperial TAFFUC foi formar uma tuna masculina que representasse a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. A Phartuna já existia, no entanto, sempre sentimos que havia um espaço por preencher com uma tuna masculina.

OP: Pode contar-nos um pouco sobre os primeiros dias da tuna? Quais foram os maiores desafios?

IT: O principal desafio naquela altura foi atrair membros suficientes para a criação da tuna. A FFUC sempre foi composta maioritariamente por mulheres, pelo que encontrar um número suficiente de elementos masculinos, com gosto e/ou conhecimentos musicais, foi realmente um obstáculo (e imagino que ainda seja).

Quando a tuna foi criada, contávamos talvez com seis tunos que sabiam tocar um instrumento. Todos os outros (eu incluído) tiveram de aprender um instrumento, de acordo com as necessidades. Passei esse verão a aprender guitarra através do YouTube . Outra dificuldade foi também a criação de repertório. O grupo fundador concebeu, desde logo, um conjunto de músicas, incluindo originais. A partir daí, fomos melhorando essas músicas e criando composições.

OP: Quais são os momentos mais memoráveis na história da tuna?

IT: Tive o privilégio de estar presente nos primeiros três anos da tuna, e, por isso, há muitas histórias. O primeiro ensaio foi um momento importante, pois desde o primeiro instante criou-se uma camaradagem natural. A primeira atuação pública, num jantar do NEF/ AAC em 2007, foi igualmente marcante. No entanto, se pensarmos em marcos igualmente importantes, diria que a

atuámos na Queima das Fitas, no congresso em Lisboa e ainda fomos ao Porto, a convite das Sirigaitas. Todas estas experiências muito especiais e enriquecedoras.

OP: Quais são algumas das memórias mais queridas que tem da sua época ativa na tuna?

do nosso primeiro festival de tunas, onde ganhámos o prémio de Melhor Serenata (no III Festival de Tunas Académicas da Cidade de Santa Comba Dão), foi bastante significativa. E, claro, a primeira vez que pisámos o palco da Queima das Fitas, em 2008, foi uma experiência inesquecível. Outro marco, mas que já assisti como antigo membro, foi o I IMPERIVS, que nos encheu a todos de orgulho.

P : As memórias mais queridas que guardo estão ligadas ao convívio entre os membros da tuna, às amizades que se formaram e às noites de alegria e folia. Coimbra deixou em mim uma marca profunda, e os tempos passados com a tuna foram, sem dúvida, dos mais felizes da minha vida. A convivência, o companheirismo e as experiências que vivemos juntos são lembranças que guardarei para sempre com carinho.

OP: Quais são algumas das memórias mais queridas que tem da sua época ativa na tuna?

IT : Uma das memórias mais queridas que guardo é a sensação de ingenuidade de um grupo de rapazes que queria fazer música para o seu público, a partir do zero, mas com uma ambição imbatível. Lembro-me perfeitamente da tarde em que compusemos a música do Caloiro Imperial. Queríamos uma música nova para a nossa estreia na Queima das Fitas e, para isso, fomos buscar inspiração com algumas grades de minis. Ficámos fecha-

OP: Como vê a evolução da tuna desde que deixou de estar ativa?

dos na sala F das Farmacologias (onde ensaiávamos na altura) até terminarmos a música. Outra memória querida dessa Queima das Fitas foi ver um grupo de fãs naquela noite – as TAFFUQUETTES – com grandes cartazes a torcer por nós.

OP: Como vê a evolução da tuna desde que deixou de estar ativo?

IT : Estou (e estamos todos) extremamente orgulhoso. É gratificante perceber que houve continuidade no nosso trabalho e que se registaram melhorias face ao que conseguíamos fazer naquela época. A nossa preocupação nos primeiros anos era criar uma base sólida que pudesse crescer e continuar. Atualmente, sentimos que essa base está bem estabelecida e que os objetivos da tuna evoluíram para um patamar superior. Contemplar o tipo e a qualidade das iniciativas que a tuna realiza atualmente – a Semana Imperial, os IMPERIVS, os CDs lançados, videoclipes, entre outras – são realizações que, há 17 anos, podíamos apenas sonhar.

OP: Que conselho daria aos atuais membros da tuna para manterem o espírito e a missão original?

IT: Lembrem-se de que, antes de serem um grupo musical académico, são um grupo de amigos. A amizade é fundamental para criar o nível de cumplicidade que uma tuna precisa para crescer e se desenvolver. Contudo, a tuna deve ser levada com a seriedade que merece, pois representa a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e a Academia Coimbrã. Tenham coragem, ousadia e, acima de tudo, desfrutem, porque, garanto-vos… terão saudades.

C’a tuna às costas

Vem Conhecer os Fundadores

Pilão: Como e quando surgiu a ideia de fundar a tuna?

Phartuna: Na verdade, fui eu que dei o primeiro passo para formar a tuna. Tudo resultou do meu grande desejo de pertencer a uma tuna. Como não consegui entrar nas Mondeguinas, não desisti do meu sonho e tive a ideia de formar uma tuna mista na Faculdade de Farmácia, no ano letivo de 1995/1996.

OP: Qual foi a principal motivação e os objetivos iniciais para criar a tuna?

P: O principal objetivo era juntar um grupo de pessoas que gostasse de cantar e tocar, com a esperança de que, um dia, a tuna se tornasse num projeto significativo e reconhecido na Academia. Queríamos criar algo que unisse a comunidade e que permitisse, tanto a nós como aos futuros membros, viver momentos de amizade, música e partilha. No fundo, a tuna de hoje é o reflexo desse desejo inicial, um sonho que se tornou realidade.

OP: Pode contar-nos um pouco sobre os primeiros dias da tuna? Quais foram os maiores desafios?

P: Os primeiros dias foram marcados por alguma incerteza. Conseguimos uma sala para ensaiar e reunir algum dinheiro para comprar os

instrumentos. Os colegas Ricardo Santos e Filipa Lã também contribuiram com um original seu. Ainda que não tivéssemos a organização que se veio a formar, o espírito tunante e a vontade de tocar e cantar eram enormes.

OP: Quais são os momentos mais memoráveis na história da tuna?

P: Sem dúvida, o momento mais memorável foi a nossa primeira atuação no Hotel Melia. Estávamos todos muito nervosos, pois era a primeira vez que nos apresentávamos em público, e a plateia era composta por professores da Faculdade, pelo NEF/AAC, as Sirigaitas, nossa tuna madrinha, e outras pessoas ligadas ao ramo da farmácia. Penso que a atuação correu bem, uma vez que fomos bastante felicitados. Outro momento marcante foi a nossa atuação na Cave das Químicas, onde nos apresentámos para todos os Estudantes da Faculdade de Farmácia. Foi um momento de grande alegria

e superação para nós. Posteriormente, atuámos na Queima das Fitas, no congresso em Lisboa e ainda fomos ao Porto, a convite das Sirigaitas. Todas estas experiências muito especiais e enriquecedoras.

OP: Quais são algumas das memórias mais queridas que tem da sua época ativa na tuna?

P : As memórias mais queridas que guardo estão ligadas ao convívio entre os membros da tuna, às amizades que se formaram e às noites de alegria e folia. Coimbra deixou em mim uma marca profunda, e os tempos passados com a tuna foram, sem dúvida, dos mais felizes da minha vida. A convivência, o companheirismo e as experiências que vivemos juntos são lembranças que guardarei para sempre com carinho.

OP: Como vê a evolução da tuna desde que deixou de estar ativa?

P: A Phartuna, ao longo dos anos, tornou-se uma tuna com um nível musical muito elevado e um reconhecimento importante na academia. Nunca imaginei que o projeto que começámos com tanto entusiasmo pudesse alcançar o patamar onde está hoje. É um orgulho enorme ver a sua evolução e o impacto que continua a ter.

OP: Que conselho daria aos atuais membros da tuna para manterem o espírito e a missão original?

P: A missão sempre foi criar uma tuna onde todos sejam amigos, partilhem a boémia e construam recordações para a vida. O meu conselho é que façam tudo com o coração, procurando ser felizes e aproveitando ao máximo, quer nos ensaios, quer nos palcos, e valorizem os laços que formam. Que a tuna seja para vocês uma forma de desanuviar das aulas e dos exames. Em termos musicais, nada tenho a aconselhar, pois são verdadeiramente especiais. Na realidade, acho que sou eu quem teria muito a aprender convosco. Sejam felizes, divirtam-se e desfrutem destes anos maravilhosos, que serão certamente inesquecíveis, pois, para além de um projeto musical, a tuna é também um refúgio face à vida académica e uma fonte de memórias que levarão para sempre.

Raquel Canas, Fundadora da Phartuna

História

Associação Rabo de Peixe sabe sonhar

Em 2002, um grupo de jovens padres jesuítas visitou a vila de Rabo de Peixe e foi profundamente impactado pela realidade vivida pelas famílias e crianças locais. Motivados pelo desejo de ajudar, surgiu a ideia de organizar uma colónia de férias no verão, para que estas crianças pudessem sonhar com um futuro melhor. Dois anos depois, em 2004, nasceu a Associação Rabo de Peixe Sabe Sonhar, fruto da iniciativa da Companhia de Jesus, em parceria com jovens ligados a centros universitários e ordens religiosas, como as Escravas do Sagrado Coração de Jesus e as Criaditas dos Pobres.

O projeto teve origem durante o noviciado dos padres em Coimbra, após terem sido sensibilizados por uma irmã que relatava as carências da comunidade. Ao visitarem a vila pessoalmente, ficaram profundamente comovidos e decidiram criar uma colónia de férias semelhante à que conheciam, oferecendo esperança e oportunidades às crianças de Rabo de Peixe. Desde então, a vida dessas crianças e das suas famílias tem sido o principal motor que continua a motivar e a comprometer a equipa da associação.

Missão

A Associação desenvolve várias atividades ao longo do ano, com foco na formação de animadores e na angariação de fundos. Quinzenalmente, os núcleos reúnem-se para formações e organizam eventos para angariar recursos e promover a vila. Estes esforços financiam a colónia de férias, que ocorre em agosto e acolhe 96 crianças, proporcionando atividades lúdicas e educativas que estimulam a capacidade de sonhar e trazem alegria. Para além disso, a equipa da Associação visita regularmente a vila para acompanhar as famílias e orientar os jovens que anteriormente participaram na colónia de verão, ajudando-os a desenvolver os seus sonhos e capacidades. O objetivo é promover a formação de jovens capazes de superar as adversidades da vida, através de uma ação contínua que vai para além da colónia de férias, oferecendo acompanhamento durante todo o ano.

Associação Rabo de Peixe sabe sonhar

Esta entidade é uma organização comunitária que visa a transformação social através da educação, cultura, desporto e empreendedorismo social. Oferece apoio escolar individualizado a crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem, desenvolve projetos educativos inovadores que estimulam a criatividade e o espírito empreendedor, e organiza atividades culturais que fortalecem a identidade local. O desporto é utilizado como uma ferramenta de inclusão social, enquanto o empreendedorismo social é incentivado através de workshops que capacitam jovens e adultos para desenvolverem os seus próprios negócios.

Colónia de Férias da Associação Rabo de Peixe sabe sonhar

A Associação Rabo de Peixe Sabe Sonhar tem um impacto significativo na comunidade desta vila, ajudando a melhorar o desempenho escolar e a autoconfiança dos jovens, além de promover a coesão social. Apesar dos desafios, como a necessidade de mais recursos, a organização continua a expandir as suas atividades, com foco na criação de uma comunidade mais resiliente e sustentável. O trabalho da Associação é uma fonte de esperança para a região, demonstrando como a dedicação e a perseverança podem gerar mudanças profundas e duradouras para as futuras gerações.

Espaço Pedagógico

Inquéritos Contínuos

O projeto visa implementar Inquéritos Pedagógicos Contínuos através de um formulário online , onde os Estudantes poderão selecionar o curso, ano e unidade curricular, e posteriormente, descrever os problemas ou sugestões que desejem levantar. O formulário estará disponível durante todo o ano letivo, permitindo a exposição contínua de questões ao longo dos semestres.

Uma das principais vantagens dos Inquéritos Pedagógicos Contínuos é a capacidade de captar, em tempo real, as dificuldades e sugestões dos Estudantes, permitindo uma resposta mais célere e proativa por parte dos órgãos pedagógicos. Ao contrário dos Inquéritos periódicos, que apenas recolhem dados num determinado momento, esta metodologia contínua facilita o acompanhamento regular das unidades curriculares ao longo do ano letivo. Além disso, promove um ambiente de melhoria contínua, onde as sugestões dos Estudantes são levadas em consideração de forma dinâmica, contribuindo para um processo de ensino-aprendizagem mais adaptável e eficaz.

IX Congresso Nacional de Estudantes de Farmácia (CNEF)

O IX Congresso Nacional de Estudantes de Farmácia (CNEF) foi concebido como um evento inspirador, unindo os Estudantes pela paixão, pela saúde e pela busca contínua de conhecimento e inovação. Nesta edição, foi essencial reforçar a componente política internacional, uma vertente inevitável da profissão farmacêutica.

Ao longo do IX CNEF, abordaram-se tópicos como o enquadramento da profissão farmacêutica na Europa, destacando a importância do papel do farmacêutico no contexto europeu, numa altura em que as políticas de saúde se estão a tornar cada vez mais transnacionais. Foram também analisados os desafios emergentes na área da saúde na União Europeia, que exigem respostas coordenadas e eficazes, particularmente em tempos de crise, e debatido de que forma podemos melhorar a organização dos sistemas de saúde. Esta discussão revelou-se especialmente relevante no que diz respeito ao impacto climático no setor, obrigando a uma reflexão profunda sobre a adaptação dos sistemas de saúde às mudanças ambientais.

Outro ponto de destaque foi a inovação em saúde, aliada às políticas que moldam o setor. Tornou-se fundamental compreender como as novas tecnologias e os avanços científicos podem melhorar a qualidade dos cuidados de saúde, otimizar os serviços e responder de forma mais eficaz às necessidades dos doentes. A inovação não se limita aos medicamentos, abrangendo também a forma como os sistemas de saúde e a indústria farmacêutica se organizam e se adaptam às novas exigências da sociedade.

Para complementar estas discussões, outros temas foram abordados em vertentes práticas, em formato de MasterClasses e Sessões Paralelas, com especial destaque para as áreas de Análises Clínicas e Genética Humana, que despertaram grande interesse entre os Estudantes e foram recebidas com muito entusiasmo, denotando um forte desejo de conhecer mais sobre a vasta e importante atuação do farmacêutico nestas áreas. Adicionalmente, merece também destaque a sessão intitulada “Farmacêutico no Parlamento Europeu”, que consistiu numa simulação do Parlamento Europeu e teve excelente feedback

O IX CNEF culminou numa Mesa Redonda de excelência, dedicada ao tema “Contribuição Integral para a Saúde Global”, consolidando todas as questões debatidas desde o início do evento.

A internacionalização da profissão é um elemento crucial, preparando-nos para um mercado global cada vez mais interconectado e permitindo-nos enfrentar os desafios da saúde pública com uma visão mais ampla e colaborativa. Com um enfoque global e um compromisso com a inovação, estaremos melhor preparados para contribuir significativamente para o sistema de saúde em que estamos inseridos.

Juntos, somos catalisadores da mudança e do progresso, prontos para enfrentar os desafios de um sistema de saúde em constante transformação e determinados a fazer a diferença na vida das pessoas que servimos.

O Encontro entre Farmácia

Biomédica e Ciências

Bioanalíticas na Indústria Farmacêutica

Atualmente, observa-se um crescimento notório de novas formações que promovem a inovação científica e tecnológica. As Licenciaturas em Ciências Bioanalíticas e Farmácia Biomédica, dois cursos inovadores da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, constituem um exemplo paradigmático dessa tendência. Estas Licenciaturas refletem a importância de formar novos profissionais na área da saúde, capazes de responder às necessidades nacionais e europeias de forma eficaz.

O principal objetivo da Licenciatura em Ciências Bioanalíticas reside na formação multidisciplinar em áreas analíticas aplicadas à saúde pública, com aplicação nos setores clínico, alimentar e ambiental. Por outro lado, a Licenciatura em Farmácia Biomédica foca-se essencialmente no desenvolvimento de medicamentos. Assim, ao integrar duas profissões clássicas como a Medicina e a Farmácia, formam-se profissionais inovadores, com profundo conhecimento de toda a componente regulamentar exigida para atuar neste campo.

Embora estas duas Licenciaturas possuam objetivos e planos de estudo distintos, oferecem oportunidades de carreira semelhantes e constituem uma escolha altamente promissora para quem ingressa no ensino superior e pretende uma Licenciatura na área das Ciências da Saúde que possibilite uma rápida entrada no mercado de trabalho. Ambas proporcionam uma ampla variedade de opções profissionais, que se cruzam em diversas áreas, nomeadamente na indústria farmacêutica, em instituições de investigação e em organismos responsáveis pela verificação e gestão da qualidade.

Dessa forma, a Farmácia Biomédica e as Ciências Bioanalíticas são Licenciaturas que partilham abordagens científico-tecnológicas complementares, desempenhando um papel fundamental no diagnóstico e tratamento de doenças. A sua contribuição é crucial para o avanço da medicina e a promoção da saúde, resultando na melhoria da qualidade de vida das populações. As semelhanças entre estas duas Licenciaturas fazem delas uma escolha atrativa para quem tem paixão pela ciência e pretende contribuir para a segurança e bem-estar da sociedade, com especial ênfase no diagnóstico e na análises.

A GENDA FORMATIVA

XXIV Jornadas Científicas de Análises

Clínicas e de Genética Humana

15 e 16 de fevereiro

Lisboa

Farmácia Piloto

25 de fevereiro

Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra

Literacia Financeira

11 de março

Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra

XII Formação em Dermofarmácia e Cosmética

10 de abril

Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra

XVII Jornadas de Farmácia Hospitalar

22 de fevereiro

Fórum Pedagógico

3 de março

Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra

XVIII Congresso Científico NEF/ AAC

XI Jornadas das Saídas Profissionais

22 e 23 de abril

Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra

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