35ª Edição - "O Pilão"

Page 1

35ª Ediç ã o d’O PILÃO

A HISTÓRIA D’O PILÃO

com Antigos Coordenadores

NA SOMBRA DE

Catarina Gomes

CRÓNICA

Também na Medicina Estética somos Farmacêuticos

GRANDE ENTREVISTA COM

luís lourenço

LUIS LOURENÇO

“Desejo que cada um de vós encontre aquilo que vos mo�va a ser a melhor versão de cada um! No meu caso, encontrei essa mo�vação no envolvimento associa�vo, mas mais importante do que a área em que nos envolvemos, é fazê-lo com paixão e empenho!”

REVISTA DO NÚCLEO DE ESTUDANTES DE FARMÁCIA DA ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DE COIMBRA DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
35ª EDIÇÁO // ABRIL 24

F I C H A T É C N I C A

Revista do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

Grafismo e Paginação

Catarina Neves e Mariana Felgueiras

Direção Editoral

Catarina Neves e Mariana Felgueiras

Redação

Andreia Figueiredo, Bárbara Oliveira, Bárbara Silva, Beatriz Faim, Beatriz Neves, Carolina Resende, Catarina Neves, Cheila Sousa, Clara Lucas, Cristiana Silva, Inês Paião

Silva, Inês Sofia Silva, Inês Rocha, Joana Sousa, Leonel Guerra, Maria Inês Lopes, Maria José dos Santos, Maria Sofia Brida, Mariana Felgueiras, Marina Pereira, Matilde Lopes, Sofia Maurício

Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra

Polo das Ciências da Saúde, Azinhaga de Santa Comba, 3000-548 Coimbra

Contactos

nefaac.pt

o.pilao@nefaac.pt

@opilao.nefaac

/opilao.nefaac

Caros leitores,

Desde o começo, que o pelouro d’O Pilão se comprometeu a fazer da Revista do Núcleo de Estudantes da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) uma ferramenta útil e apelativa para a difusão de conhecimento e alargamento dos horizontes da comunidade estudantil. Hoje, o pelouro reconhece e valoriza o trabalho de uma comunidade que culminou no lançamento de 34 edições, sempre com aposta na inovação e distinção. Assim, é com muito orgulho que o pelouro d’O Pilão anuncia que a 35ª edição da Revista “O Pilão” “vê a luz do dia”. Passadas 35 edições, cabe ao pelouro d’O Pilão celebrar o legado que nos fez chegar aqui, valorizando o trabalho de todos aqueles que contribuíram para a Revista ser o que é hoje.

Desde Jornal a Revista, o pelouro passou por inúmeras remodelações ao longo dos últimos anos, mas foram todas elas que tornaram possível o lançamento desta edição, uma edição comemorativa que celebra o legado, a persistência e a perseverança dos Coordenadores que, ano após ano, continuamente se reinventaram e adaptaram para manter viva esta que é a Revista do NEF/AAC.

Com a consciência de que nada seria possível sem ajuda, o pelouro d’O Pilão gostaria muito de agradecer a todos os que colaboraram na concretização deste projeto. O pelouro d´O Pilão endereça o mais sincero agradecimento ao Doutor José Rui Peixoto, Doutor Luís Lourenço, Professora Doutora Catarina Gomes, Beatriz Neves, Carolina Gonçalves, Francisca Mendes, Jéssica Mendes, Margarida Ferreira, Mariana Ferreira, Miguel Capinha, Nádia Almeida, Rita Albano, Imperial TAFFUC, Phartuna e aos antigos Coordenadores do pelouro que aceitaram o convite de participar novamente em mais uma edição: Ana Margarida Ribeiro, Catarina Batista, Cátia Almeida, Guilherme Baleias, Humberto Martins, Inês Cortês Pais, Luana Baptista, Maria Aquino e Tânia Baptista. Um agradecimento especial aos pelouros da Educação e Promoção para a Saúde, Pedagogia e das Relações Internacionais do NEF/AAC pela elaboração das rubricas constantes.

Votos de Boas Leituras, A Equipa d’O Pilão

nefaac.pt/opilao.php
PERCORRE O QR CODE E ACEDE A TODAS AS EDIÇÕES ONLINE D’O PILÃO!

A NOSSA EQUIPA

INTERESSAS-TE PELA ESCRITA E JULGAS QUE PODES ACRESCENTAR VALOR AO PILÃO?

ENTRA EM CONTACTO CONNOSCO E VEM DAR VOZ AOS ESTUDANTES DA FACULDADE DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA!

ANDREIA FIGUEIREDO BÁRBARA OLIVEIRA BEATRIZ NEVES CHEILA SOUSA MARIA JOSÉ DOS SANTOS CLARA LUCAS LEONEL GUERRA MARIA INÊS LOPES CAROLINA RESENDE MARIANA FELGUEIRAS CATARINA NEVES INÊS SOFIA SILVA INÊS PAIÃO SILVA INÊS ROCHA CRISTIANA SILVA MARIA SOFIA BRIDA MARINA PEREIRA SOFIA MAURÍCIO MATILDE LOPES BÁRBARA SILVA BEATRIZ FAIM JOANA SOUSA

5BALANÇO DO MANDATO DO NEF/AAC, CAROLINA GONÇALVES

ATIVIDADES DO NEF/AAC

GRANDE ENTREVISTA COM LUÍS LOURENÇO

37º ANIVERSÁRIO DO NEF/AAC

ESPAÇO PEDAGÓGICO

PELOURO DA PEDAGOGIA

CRÓNICA “TAMBÉM NA MEDICINA ESTÉTICA SOMOS FARMACÊUTICOS” COM JOSÉ RUI PEIXOTO

MRNA “DA SINAPSE À TELA

NEURONAL – A JORNADA DA MENTE ARTÍSTICA ATRAVÉS DA NEUROCIÊNCIA”

TESTEMUNHOS DE MOBILIDADE PELOURO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O IMPACTO DAS DST’S PELOURO DA EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO PARA A SAÚDE

OS 50 ANOS DO 25 DE ABRIL COM RITA ALBANO A HISTÓRIA D’O PILÃO

NA SOMBRA DE CATARINA GOMES

C’A TUNA ÀS COSTAS

CAPAS NEGRAS DE MEMÓRIA 7

6
20 23
30 26 32 35
36 18 24 20 45 42
35
26

BALANÇO DO MANDATO

Pode ser a minha visão enviesada. Mas eu posso dizer que vi fazer muito.

A contagem é agora decrescente para o fim de mais um ano de mandato do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra. Em meados de maio de 2023, iniciámos o nosso trabalho definindo uma missão clara: estar ao Lado dos Estudantes e por eles desafiar os Limites. Um ano após assumirmos esta como a nossa visão de futuro, posso, sem qualquer dúvida, afirmar que a preservámos até ao fim. Balancear o, ainda presente, mandato é trazer à lembrança as linhas ímpares que idealizámos no princípio, e trazer à reflexão a capacidade de as termos tornado feição real do projeto. Uma equipa, que carregava o legado de continuidade, soube impulsionar o nome do mais antigo Núcleo de Estudantes da Academia. Foram quatro as bandeiras de mandato que quisemos que nos diferenciassem: Comunicação e Marketing Digital, Estágios e Saídas Profissionais, Educação e Promoção para a Saúde e Pedagogia. A implementação de um novo pelouro, Comunicação e Marketing Digital, implicou uma reestruturação na dinâmica da Equipa. A alocação de um dirigente com exclusiva responsabilidade a versar na divulgação externa das iniciativas da Estrutura, demonstrou ser um passo na direção certa. Tivemos como preocupação exponenciar a visibilidade das atividades tanto na fase de promoção de inscrições como posteriormente na publicitação dos resultados atingidos, por forma a envolver cada vez mais a comunidade académica e as entidades parceiras. Foi da sinergia do NEF/AAC com a Associação de Antigos Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra que se lançou a primeira edição do programa de mentoria. Um projeto que capacitou os Estudantes no campo das Saídas Profissionais e trouxe até cada um deles uma perspetiva concreta do mercado de trabalho. No que concerne à Educação e Promoção da Saúde, e preparados para responder com vitalidade à progressão do panorama profissional, apresentou-se a primeira edição da Farmácia dos Pequenitos. Reconhecida a nível nacional, esta

iniciativa recriou à escala do imaginário infantil as áreas de intervenção do Farmacêutico e proporcionou a mais de cinco centenas de crianças a experiência de sentirem o papel ativo do nosso Setor na saúde da população.

A Pedagogia assumiu um papel de destaque ao longo do mandato. As preocupações dos Estudantes são a força motriz do NEF/AAC, e a transparência aleada à proximidade com os Órgãos da Faculdade foram premissas do pelouro. Tendo em consideração as matérias tratadas em conselho pedagógico e a importância e dimensão que têm para toda a comunidade académica, criou-se o primeiro Fórum Pedagógico. Possibilitou-se, assim, um momento de debate à cerca dos problemas associados ao ensino e à qualidade pedagógica da nossa instituição, sempre com vista à continua melhoria do ensino.

A índole associativa e a aproximação aos órgãos e às associações com as quais conjuntamente trabalhamos – AAC e APEFtomaram igualmente a nossa linha da frente de ação, refletindo-se numa intervenção ativa e adequada nos mais diversos campos.

No singelo começar do abraçar da despedida da 37ª Direção do NEF/AAC, que naturalmente chega pelo seu ciclo orgânico, sei que cumprimos primorosamente as nossas funções. Na certeza da união por uma missão comum, dirijo-me aos quase 300 elementos integrantes desta Estrutura para agradecer o empenho, a dedicação e o espírito de sacrifício. Num trabalho continuo e convicto fizemos acontecer nas mais diversas áreas de atuação. Estão à vista os resultados e o mérito terá que ser sempre e necessariamente distribuído por todos os seus dirigentes, verdadeiramente fundamentais na edificação de um Núcleo forte, coeso e profissional. Que nunca se perca a garra, o interesse e a vontade de trabalhar pelos mais de 1600 Estudantes desta Casa.

Acredito num Núcleo que não se esquece de onde veio e do seu propósito, mas que não teme ajustar-se às necessidades de quem representa. Deixamos a história perfeitamente inacabada para quem honrar servi-la.

5

Há 37 anos, um propósito nasceu da alma e coração de um punhado de bons Estudantes que em novembro de 1986 subscreveram a escritura do protocolo, que viria a formar o primeiro Núcleo da Associação Académica de Coimbra (AAC), o Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC). Por aqueles dias, poucos imaginariam que daquele ato brotariam as raízes de tão nobre criação: uma estrutura ímpar e resiliente, não mais utópica, mas que ainda se pincela de audaciosos sonhos. Alicerçada à soma de valores e princípios, ecoa pela prossecução de valências que valorizem os profissionais do amanhã.

Perante os desafios constantes que se lhe colocaram, o NEF/AAC soube sempre, ao longo da sua história, posicionar-se a par e passo com os Estudantes que honra representar. Por mais um ano, renova-se a afirmação de um projeto e de uma Casa que se revê em êxitos e se edifica do espírito resiliente dos seus Dirigentes.

Encadeando o passado e o presente, em demonstração do ambiente contínuo e transversal de aprendizagem, no dia 28 de novembro de 2023, reuniu-se na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC), a comunidade Estudantil, corpo docente e não docente, Entidades e todos os que assumiram espelhar-se no papel interventivo, integro e responsável desta Estrutura. Nesta comemoração contou-se com a especial presença do Exmo. Diretor da FFUC, Professor Doutor Fernando Ramos; o Presidente da Associação de Antigos Estudantes da FFUC, Dr. Miguel Silvestre; a Presidente da Secção Regional Centro da Ordem dos Farmacêuticos, Dra. Anabela Mascarenhas; a Diretora da Delegação do Centro da Associação Nacional das Farmácias, Dra. Paula Cristina Miranda; o Vice-Presidente da Associação Académica de Coimbra, Pedro Monteiro e o representante da Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia, Pedro Teodoro.

Ano após ano, o NEF/AAC apresenta-se como símbolo de irreverência e progresso e a trigésima sétima direção trabalhou uma vez mais no sentido de se posicionar na linha da frente da inovação. Assim, nesta data especial e de forma a comemorar o Aniversário, o NEF/AAC teve a honra de lançar a completa reestruturação do seu website oficial. Surge, com ele, a implementação de uma nova plataforma de oportunidades de emprego e a implementação de uma plataforma de inscrições e credenciação nas atividades. A comunidade Estudantil conta agora com moderna tecnologia aliada ao profissionalismo.

Ser da FFUC é uma experiência quase indissociável de ser NEF/AAC, e as velas dos 37 anos foram importantes para aclarar o seu eixo de ação.

Coimbra, novembro de 1986.

Coimbra, novembro de 2023.

Coimbra, novembro de todos os anos que de compromisso se cultivem! por Carolina Gonçalves

6

Com o intuito de criar uma relação mais próxima entre os Alunos da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) e o mundo profissional, o pelouro de Estágios e Saídas Profissionais do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC), em colaboração com a Associação de Antigos Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (A2EF2.UC), desenvolveu um Programa de Mentoring – Find Your Career.

O Programa de Mentoring – Find Your Career pretende proporcionar aos Estudantes (Mentorandos) a oportunidade de ter um acompanhamento próximo com os respetivos Mentores, numa abordagem que permitirá ajudar cada Mentorando a compreender a aplicabilidade na vida profissional das matérias curriculares e ainda apoiá-lo no desenvolvimento de todo o seu potencial, de forma a enveredar numa carreira de maior autorrealização e sucesso. Pretende-se uma relação positiva de confiança e orientação, através da troca de experiências, conselhos, sugestões, esclarecimento de dúvidas, que culmine numa melhor inserção no mercado de trabalho.

Assim, para este projeto disponibilizaram-se trinta e cinco mentores, com cerca de cinquenta e oito vagas totais, abordando diversas áreas farmacêuticas como indústria farmacêutica, marketing farmacêutico, serviços farmacêuticos em Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI), farmácia comunitária, investigação, ensaios clínicos, consultoria farmacêutica, dermocosmética, agência europeia do medicamento, administração de investigação, empreendedorismo, farmácia hospitalar e ensino.

No dia quatro de março, o pelouro dos Estágios e Saídas Profissionais do NEF/AAC, em colaboração com a A2EF2.UC, realizaram uma Sessão de Esclarecimento sobre o projeto, sendo este o “pontapé de partida” para o arranque do programa, abrindo também neste dia as candidaturas aos Mentorandos. O processo de seleção aos mesmos conta com vários critérios de atribuição de pontos, como os projetos onde os alunos estão inseridos, o ano curricular que frequentam e até mesmo a possibilidade de entrega de uma carta de motivação, sendo a soma dos pontos conseguidos determinante para a sua colocação.

O NEF/AAC e a A2EF2.UC acreditam que o Programa de Mentoring – Find Your Career se revela um projeto inovador, que irá trazer bastantes ensinamentos, parte a parte.

7

TWINNET

O Twinnet consiste num programa de mobilidade, de curta duração, promovido pela European Pharmaceutical Students’ Association (EPSA). Este programa promove um intercâmbio de estudantes, fomentando o desenvolvimento de múltiplas competências, assim como a oportunidade de conhecer novas cidades e contactar com diferentes culturas.

“Neste sentido, o IV Twinnet decorreu entre dois grupos de estudantes das Faculdades de Farmácia, respetivamente da Universidades de Coimbra e de Angers, esta em França. Cada um destes grupos ficou responsável por receber o outro na sua cidade, bem como por dinamizar um programa educacional, social e cultural a ser cumprido durante os dias de receção dos grupos. No âmbito deste programa, foram desenvolvidas diversas atividades, que permitiram conhecer não só a cidade de Angers, como outras cidades próximas e, ainda, o desenvolvimento de competências, destacando neste plano a oportunidade de assistir a um EPSA Training sobre trabalho em equipa e consciencialização intercultural. Entre os dias 15 e 20 de fevereiro de 2024, o grupo de estudantes de Coimbra, que tive o prazer de integrar, viajou até à cidade de Angers, localizada no oeste de França, onde foi calorosamente recebido pelos seus pares franceses, naquele que foi um proveitoso intercâmbio educativo, social e cultural e que considero uma experiência única e valorizadora do meu percurso universitário. Durante os dias 4 a 8 de março, recebemos o grupo de Angers na cidade de Coimbra. Para integrar o grupo de estudantes do IV Coimbra Twinnet e viver toda esta inigualável experiência, apresentei a minha candidatura, enviando o meu Curriculum Vitae e uma carta de motivação, na qual constam os motivos de querer viver esta aventura. Poucos dias após ter submetido a can-

didatura, ao pelouro das Relações Internacionais do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação de Coimbra (NEF/AAC), recebi a agradável notícia de que me encontrava selecionada para embarcar até França, em conjunto com outros estudantes da minha Faculdade. No dia 15 de fevereiro de 2024, aterrámos na bonita cidade de Nantes, que explorámos durante algumas horas até apanharmos o comboio até Angers, onde fomos presenteados com uma agradável e calorosa receção do grupo de estudantes desta cidade. No decorrer destes 6 dias, começámos por visitar a Faculdade de Farmácia de Angers, onde contactámos com alguns docentes, conhecemos o seu bonito Jardim Botânico e tivemos a oportunidade de debater as diferenças e semelhanças do método de ensino, bem como o Plano de Estudos do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, entre Angers e Coimbra. Conhecemos a cidade de Angers, que se destacava pelo seu majestoso castelo de onde se podia observar o rio. Passeámos, também, pelas suas agradáveis e bonitas ruas mais históricas, acompanhados de uma simpática e muito culta guia, que nos deu a conhecer as curiosidades e particularidades desta cidade. Esta experiência deu-nos, ainda, a oportunidade de conhecer outras cidades tais como Saumur e Rennes. Em Saumur, na região de Pays de la Loire, desfrutámos do maravilhoso e elegante castelo, conhecido como “Château d’Amour”, e da vista para o rio onde se espelhava parte da cidade.

Nesta cidade, fomos surpreendidos com um tradicional mercado de rua com produtos agrícolas frescos, queijos, entre outras iguarias tradicionais e encontrámos uma família portuguesa emigrada a quem comprámos uns deliciosos pastéis de nata e pastéis de bacalhau que nos aqueceram o estômago e mataram a saudade da comida portuguesa. Em Saumur, fomos, ainda, conhecer umas caves de vinho, podendo desfrutar de uma prova dos mesmos. Visitámos, também, a cidade de Rennes, onde almoçámos os típicos crepes salgados e desfrutámos das suas ruas e parques.

Por fim, no último dia em Angers, tivemos a profícua experiência de assistir a um EPSA Training sobre trabalho em equipa e consciencialização intercultural e conhecer um pouco melhor Angers. Terminámos a nossa experiência nesta cidade, com um jantar de grupo num restaurante conhecido e muito agradável, seguido de uma confraternização num bar, onde nos despedimos do grupo de estudantes de Angers.

No dia 4 de março, o grupo de Angers chegou a Coimbra onde vivenciou 6 dias de um programa social, cultural e educacional cuidadosamente preparado, de forma a promover a melhor experiência possível. Tiveram a oportunidade de conhecer a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, onde foram recebidos pelas tunas da Faculdade, a Imperial TAFFUC e a Phartuna, cujas atuações os maravilharam. Conheceram a Cidade dos Estudantes, os seus pontos turísticos e desfrutaram de um típico jantar de estudantes, bem como das maravilhas da vida académica de Coimbra. Durante estes 6 dias, visitaram, ainda, Aveiro onde degustaram os típicos ovos moles e desfrutaram da conhecida Veneza de Portugal. Por fim, conheceram, também, a cidade do Porto, onde provaram a famosa francesinha.

Considero ter sido uma experiência extremamente enriquecedora, que me deu a oportunidade de conhecer uma nova e diferente cultura, desenvolver novas competências, incluindo as linguísticas e, ainda, conhecer novas pessoas. Foi uma experiência única e memorável e que, certamente, repetiria. Aconselho, sem dúvida alguma, que todos os estudantes procurem embarcar nesta aventura, pois será, muito profícua e inesquecível.”

9

Decorreu na semana de 19 a 23 de fevereiro, a 3.ª Edição da Semana da Cultura. Esta iniciativa, promovida pelo pelouro Recreativo - Vertente Cultural, traz até aos estudantes um conjunto de dinâmicas, que relembram a importância da cultura na sociedade, assim como a sua valorização.

No primeiro dia desta Semana, dia 19, segunda-feira, foi possível responder a um quiz de temática cinematográfica nas histórias do Instragram do Núcleo de Estudantes da Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC), que, ao ter um caráter interativo, conseguiu captar a atenção dos estudantes.

No dia seguinte, foi possível assistir a atuações da Imperial TAFFUC e Phartuna, pelas 11h e 16h, respetivamente, que trouxeram muita animação ao pátio da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC).

As tunas são uma tradição cultural importante na vida académica, algo que se torna evidente ao observar o esforço e dedicação que os estudantes integrantes destes grupos demonstram.

No dia 21 de fevereiro, houve momento para um Quiz Night, na FFUC, onde equipas constituídas por grupos de amigos foram desafiadas a responder a questões de cultura geral, com a possibilidade de ganhar prémios. A equipa vencedora foi a equipa “Funaná”.

Na quinta-feira, pelas 21h, realizou-se uma visita às Repúblicas dos estudantes da cidade de Coimbra, nomeadamente à República dos Galifões, sendo estas parte do Património da Universidade de Coimbra (UC).

Estas visitas permitiram conferir uma visão real da vida de alguns estudantes e desvendar segredos da história de cada uma destas “casas”.

No último dia da Semana da Cultura, foram expostos, no Ponto NEF, alguns artigos jornalísticos, que puderam ser consultados pelos estudantes. Este momento contou com a parceria da Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra (AAC).

Por fim, a III Semana da Cultura foi bem-sucedida, havendo um feedback positivo ao longo dos dias. Estas iniciativas são imprescindíveis para relembrar o papel imperativo da cultura na sociedade.

à República dos Galifões

Visita por Beatriz Faim e Inês Paião

IV JORNADAS PEDAGÓGICAS

INTELIGÊNCIA ARTIFICAL NO ENSINO SUPERIOR

No passado dia 15 de março realizaram-se a IV Jornadas Pedagógicas do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/ AAC), na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC), cujo objetivo foi aprender e refletir como a Inteligência Artificial pode impactar a sociedade atual e como esta pode ser integrada no Ensino Superior. Estas Jornadas contaram com a presença do Professor Doutor Luís Macedo como orador e interveniente de debate, da Professora Doutora Cláudia Cavadas como moderadora, e, ainda, com o Estudante Pedro Teodoro enquanto interveniente de debate.

A Inteligência Artificial não é fácil de definir, pois a “inteligência” é um conceito complexo. No entanto, pode-se considerar que se trata da ciência que tenta estudar e compreender o que está por trás da inteligência humana e as suas várias manifestações e que contém uma parte significativa de engenharia, já que tenta transferir essa inteligência para suportes físicos, tais como robots e máquinas.

A Inteligência Artificial trouxe grandes avanços tecnológicos, mas também tem associado alguns riscos significativos. Estes sistemas ainda apresentam algumas falhas que podem ter graves consequências, tais como acidentes rodoviários devido a erros no sistema de carros autónomos, erros no diagnóstico de doenças e criação de fake news que podem influenciar resultados de eleições.

Por consequente, deve-se tentar minimizar estes riscos através de: supervisão por humanos, regulamentação de partilha de dados e de privacidade, responsabilização, transparência, diversificação e não discriminação, justiça e valorizar o bem estar da sociedade e do meio.

Por outro lado, a Inteligência Artificial também pode ter várias aplicações benéficas na área do Ensino. Existem várias aplicações que podem ajudar quer estudantes quer professores, como por exemplo a Connected Papers (que mostra papers sobre o assunto pesquisado), a Tinywow (que contém várias ferramentas de edição de vídeo e PDF), a Scisummary (que permite resumir artigos científicos) e a Gamma (que permite gerar PowerPoints a partir de texto). O Professor Doutor Luís Macedo defendeu que as ferramentas de Inteligência Artificial podem ser usadas a favor do estudante, com a condição de haver espírito crítico e de ocorrer procura de informação em várias fontes, para uma maior garantia da sua veracidade.

As IV Jornadas Pedagógicas terminaram com a Mesa de Debate, tendo sido bastante participativa. Com isto, o feedback da atividade foi positivo, com destaque no tema que, para além de ser atual, é do interesse dos estudantes.

11

XVII CONGRESSO CIENTÍFICO NEF/AAC

por Joana Sousa

Nos dias 21 e 22 de março decorreu a décima sétima edição do Congresso Científico do Núcleo de Estudantes da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) com foco na longevidade, organizado pelo pelouro da Formação do NEF/AAC. Intitulado “Longevidade - A Ciência do Envelhecer”, o Congresso Científico contou com a presença de vários moderadores e oradores no Auditório Principal do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC). Vários estudantes e docentes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC), estudantes provenientes de outras faculdades e profissionais de saúde aderiram ao congresso, como se tem verificado nas últimas dezasseis edições do mesmo.

O Congresso Científico iniciou-se na manhã do dia 21 de março com a Sessão de Abertura, onde estiveram presentes o Subdiretor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, Professor Doutor João Sousa, o Presidente da Associação Académica de Coimbra, Renato Daniel, e a Presidente do NEF/ /AAC, Carolina Gonçalves, que congratularam a realização de mais uma edição do Congresso Científico do NEF/AAC, destacando que a sua realização fomenta o interesse sobre um tema atual e igualmente presente na cidade de Coimbra, com Centros de Investigação debruçados sobre o tema do envelhecimento.

Encerrada a Sessão de Abertura, procedeu-se à apresentação da Professora Doutora Maria Teresa Cruz com o Painel I, designado “O Ponto de Partida para a Longevidade”, onde realizou uma breve introdução de como se poderia alcançar a longevidade.

Seguiu-se o Painel II, cuja moderadora Professora Doutora Bárbara Rocha se fez acompanhar pelos oradores Doutor Paulo Oliveira, Doutora Célia Aveleira e a Professora Doutora Manuela Grazina para discutirem a relação da mitocôndria, o declínio da proteostase celular e as influências dos fatores genéticos e de como estes estão interligados com o envelhecimento no Painel intitulado “As Bases do Envelhecimento”.

Após os dois Painéis, os congressistas, juntamente com os moderadores e oradores, foram convidados a realizar uma pausa e participar no coffee-break fornecido pela Comissão Organizadora do Congresso Científico do NEF/AAC.

Retomando ao Auditório Principal do CHUC, iniciou-se o Painel III: “Neurociência do Envelhecimento”, contando com a presença da moderadora Doutora Maria Ribeiro, os oradores Doutora Cláudia Almeida, Doutora Ana Silva e o Professor Doutor Miguel Castelo-Branco. Neste momento foram discutidas perguntas tais como: a razão do envelhecimento do cérebro humano, se é possível ter um envelhecimento saudável e qual o impacto da inteligência artificial no envelhecimento e doenças neurodegenerativas.

Após almoço, os congressistas reuniram-se para assistir ao Painel IV designado “À Descoberta do Elixir

para a juventude” com moderação da Professora Doutora Cláudia Cavadas que abordou o tema “Miméticos da restrição calórica”. O Painel contou com a intervenção do Doutor José Pedro Castro, abordando as terapias anti-envelhecimento e da aluna de Doutoramento, Dra. Inês Tomé que discutiu as perspetivas futuras dos senolíticos.

Encerrando o primeiro dia com o Painel V, moderado pelo Professor Doutor João Laranjinha, com uma novidade relativa ao Congresso Científico do NEF/AAC, a apresentação de pósteres científicos elaborados por estudantes de doutoramento da FFUC. Neste momento, foi permitido aos estudantes de doutoramento apresentarem à comunidade estudantil e profissional as investigações científicas que têm vindo desenvolver dentro dos seus grupos de investigação, contando com a presença dos estudantes: Dra. Inês Tomé, Dra. Marisa FerreiraMarques, Dra. Daniela Costa, Dra. Filipa Gouveia e Dr. João Gonçalves.

O segundo dia, iniciou-se com o Painel VI, moderado pela Professora Doutora Isabel Vitória que se fez acompanhar das oradoras Doutora Susana Nobre, Professora Doutora Diana Teixeira e Doutora Ema Paulino. Foram abordados os cuidados pediátricos no aumento da esperança média de vida e a importância da dieta na longevidade, como também a

13

importância do farmacêutico no aumento da esperança média de vida, tema este abordado pela Doutora Ema Paulino, Presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF).

Findado o sexto Painel e após o coffee-break, retomou-se o congresso com o Painel VII – “Viver mais, viver melhor”, com a moderação da Professora Doutora Victoria Bell. Mais uma vez abordada a importância do farmacêutico, o orador Doutor Luís Lourenço destaca este na promoção da literacia em saúde. O orador Professor Doutor Raul Martins abordou a temática da prevenção da fragilidade no doente idoso. Posteriormente, o orador Doutor João Quintas discutiu como a tecnologia poderá estar a serviço da longevidade.

O oitavo e último Painel, antes da mesa redonda, intitulado “Os desafios da longevidade”, moderado pela professora Doutora Carlota Quintal sobrepõe-se sobre o plano de ação e envelhecimento ativo e saudável 2023-2026, abordado pela Doutora Sónia Brígida, as oportunidades de desafios da saúde mental na longevidade discutido, pela Professora Doutora Elzbieta Campos e, por fim, sobre uma vertente mais direcionada para a relação da economia e o envelhecimento, pela Doutora Carolina Santos.

Por fim, deu-se início à Mesa Redonda, moderada pelo Doutor Tiago Gonçalves. Com duração de cerca de uma hora, o Doutor Tiago Gonçalves proporcionou momentos de discussão entre os presentes na Mesa, a Professora Doutora Cláudia Cavadas, o Professor Doutor Frederico Teixeira, a Dra. Inês Costa e o Professor Doutor Manuel Santos.

Terminada mais uma edição do Congresso Científico do NEF/AAC, realizando-se oito paneis durante dois dias juntamente com a Mesa Redonda, deu-se início à Sessão de Encerramento, onde se assistiu à atuação do Grupo de Canção de Coimbra: Inquietação.

Não sendo indiferente, esta edição do Congresso Científico do NEF/AAC foi pautada por rigor científico e dedicação que se tem vindo a verificar nas últimas edições, apresentando este ano um site inteiramente dedicado ao Congresso onde os congressistas acederam antecipadamente ao programa do congresso, conheceram os membros da Comissão Organizadora, os embaixadores e onde realizaram a sua inscrição.

14

FARMÁCIA PILOTO

No passado dia 2 de abril decorreu a 2ª Edição do projeto “Farmácia Piloto”, realizado pelo pelouro da Formação do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC). À semelhança da edição anterior, o foco principal do projeto é oferecer aos jovens estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) a oportunidade de contactar, de forma mais prática, com a realidade do quotidiano de um farmacêutico comunitário. Para isso, são recriadas situações hipotéticas num ambiente semelhante ao de uma farmácia comunitária, proporcionando aos estudantes a oportunidade de adquirirem competências profissionais e sociais que poderão ser úteis no seu Estágio Curricular futuro.

O público-alvo do projeto são, principalmente, alunos do 3º ano do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (MICF).

A presente edição contou com o seguinte programa: às 9h deu-se início à atividade com uma Sessão de Abertura dinamizada pela Professora Doutora Victoria Bell e elementos da coordenação do pelouro da Formação; de seguida às 9h15, a Dra. Margarida Baptista realizou a formação SIFARMA e, após uma breve pausa, às 11h30 a Professora Doutora Ana Rita Pedro retomou a ordem de trabalhos com uma formação relativa à comunicação em saúde. Após o intervalo de almoço, a atividade foi retomada às 14h pela Dra. Carmen Monteiro e Dra. Sofia Sousa, com a temática de Implementação de Serviços Farmacêuticos. Posteriormente, os estudantes foram divididos em duas turmas e expostos a casos práticos, de modo a promover uma dinâmica relativa aos serviços farmacêuticos que podem ser prestados em farmácia comunitária e ao sistema informático utilizado; por fim, às 17h30 ocorreu a formação de Renovação da Terapêutica Crónica. A atividade foi finalizada às 19h, após uma Sessão de Encerramento.

O projeto contou com um número considerável de estudantes e foi muito bem recebido pelos mesmos, os quais transmitiram opiniões bastante positivas relativas às formações adquiridas e ao desejo de criação de futuras edições semelhantes.

15

A Semana da Saúde, anualmente celebrada pelo Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) no mês de abril, de modo a incluir o dia 7 de abril - Dia Mundial da Saúde, ficou marcada, no presente ano, pela Inauguração da I Farmácia dos Pequenitos, que teve lugar nas instalações do Portugal dos Pequenitos, entre os dias 8 e 11 de abril.

O NEF/AAC apresentou esta atividade enquanto um projeto inovador de caráter lúdico, mas também educativo, direcionado, sobretudo, a crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico. No entanto, além dos grupos escolares que marcaram presença, o evento contou também com a participação de centenas de crianças que se deslocaram ao Portugal dos Pequenitos, acompanhadas dos pais, para não deixarem escapar a oportunidade de integrar a atividade.

A iniciativa contou com uma vasta programação de atividades complementares que foram eximiamente delineadas para promover a dinamização do espaço destinado ao evento.

O primeiro dia do evento teve início com a Sessão Inaugural, onde estiveram presentes diversos convidados que apoiaram e acompanharam o progresso da atividade.

A Sessão contou com o discurso do Coordenadores Gerais da I Farmácia dos Pequenitos, do Dr. Nuno Gonçalves - Diretor do Parque do Portugal dos Pequenitos, do Professor Doutor Fernando Ramos - Diretor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, Sofia Duarte - Vice-Presidente da Direção Geral da Associação Académica de Coimbra, Carolina Gonçalves - Presidente do NEF/AAC, Dra. Anabela Mascarenhas - Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Farmacêuticos, Dra. Paula Miranda - Presidente da Delegação Centro da Associação Nacional das Farmácias, Dr. Miguel Silvestre - Diretor do Conselho de Administração da Plural + Udifar e Dra. Isolina Mesquita, Vice-Presidente da Bluepharma.

Ainda neste começo da atividade, estiveram presentes elementos da comunicação social, nomeadamente da Televisão da Associação Académica de Coimbra e do Diário As Beiras.

Após a Sessão Inaugural, procedeu-se à abertura do circuito planeado para os participantes e, em simultâneo, teve início a atuação da tuna mista da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra - Phartuna. Ainda, o começo da atividade contou também com a participação da Bluepharma, representada pela Dra. Maria Aquino, com a dinamização de uma palestra intitulada “Crescer em Segurança”.

A segunda metade do dia 8 de abril teve como foco a ativi-dade executada pela Dra. Rafaela Silva, enquanto representante da Vila Saúda, intitulada “Bê-á-bâ do Sol”, que consistiu num alerta à importância que a proteção solar assume, através da utilização de pulseiras reativas à radiação ultravioleta, que foram revestidas com protetor solar.

O dia 9 de abril contou com a presença da Professora Doutora Victoria Bell, que juntamente com a Dra. Ana Rita Rodrigues dinamizou uma atividade cuja temática abordada foi a “Higiene Respiratória: Super Espirro”. Também o dia 11 de abril ficou marcado pela realização desta atividade, que cativou a atenção dos presentes e permitiu a transmissão de conhecimentos no âmbito da Higiene Respiratória.

A Imperial TAFFUC, a tuna masculina da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, fez-se também representar na I Farmácia dos Pequenitos, na tarde do dia 9 de abril, animando não só as crianças presentes, como também os Estudantes voluntários que lá se encontravam.

A aventura da I Farmácia dos Pequenitos superou todas as expectativas, quer para os grupos escolares participantes, quer para os Estudantes voluntários envolvidos e Comissão Organizadora.

No âmbito da organização do evento, salienta-se a criatividade na criação de um espaço idealizado à escala do imaginário infantil, com vista a explanar o ciclo de vida do medicamento, com foco em áreas como a Investigação, Indústria Farmacêutica, Controlo de Qualidade, Distribuição e Farmácia Comunitária. Destaca-se ainda o lançamento de um livro infantil, por parte do NEF/AAC ”Theo e a Cura Mágica”, criado com o propósito de promover uma maior envolvência das crianças no circuito planeado, sendo que os elementos do livro foram incluídos durante as diversas estações percorridas pelos mais novos, por forma a aumentar a autenticidade da experiência. A presença diária de uma mascote permitiu intensificar a história vivida dentro do Castelo de Guimarães, no Portugal dos Pequenitos. por Filipa Cerqueira

Após quatro dias vividos com grande intensidade, que assinalaram de excelente forma a Semana da Saúde, a atividade culminou com um balanço muito positivo e o objetivo do NEF/AAC foi, indubitavelmente, alcançado: deixar a marca em todas as crianças que passaram pela I Farmácia dos Pequenitos.”

Da Sinapse à Tela Neuronal – a jornada da

mente artística através da neurociência

Ao longo da história que materializa a evolução humana, diversas mentes julgadas iluminadas tentaram desvendar os mistérios do universo, e compreender o mundo que as rodeia. Remontando a antigas civilizações, como os eruditos egípcios, fenícios e gregos, cruzando as grandes épocas do Renascentismo e Iluminismo, até chegar aos tempos contemporâneos, intelectuais levaram a cabo este crescente progresso recorrendo frequentemente a um conceito denominado “Método Científico”.

O grande foco sobre a compreensão da mente como um dos grandes mistérios da ciência, e do próprio existencialismo humano, moveu gerações na procura por ilusivas respostas, resultando apenas em coletâneas de inúmeras novas questões e escassos resultados. Mas mais do que entender o mundo de uma rigorosa perspetiva matemática, física, química ou biológica, o ser humano sempre demonstrou um interesse pela sua interpretação individual, emocional e artística. De que modo é assim possível fazer esta ponte entre o conhecimento empírico para com a subjetividade estética de arte?

Em diversas instâncias, arte e ciência foram consideradas áreas distintas, e até circunstancialmente antagónicas, pela sua díspar visão do mundo: empírica, através do olhar cauteloso e metódico da ciência, contrastando com a subjetividade e individualidade da contemplação artística. Todavia, existiram sempre relevantes indivíduos, que através do seu trabalho e conjugação da mente criativa e do seu poder reflexivo, foram capazes de transcender as barreiras do pensamento crítico. Leonardo da Vinci (14521519) é um perfeito exemplar, tendo sido capaz de transformar o método científico da sua época, em áreas tão diversas como a anatomia, engenharia e astronomia, e sendo simultaneamente considerado um dos maiores artistas que alguma vez a humanidade viu prosperar.

É assim, através de uma inigualável ambição pelo desvendar do oculto e desconhecido, por revelar os enigmas que nos tornam humanos, que certas mentes audazes são capazes de transformar pequenos fragmentos do método científico, e eternamente aprisioná-los em obras que nos remetem a uma complexa reflexão, e conectam o contexto técnico com o despertar da alma e emoção nos seus observadores.

Um dos grandes pensadores e neurocientistas do seu tempo, para além de um exímio artista, foi Santiago Ramón y Cajal (1852-1934), considerado o pai da neurociência moderna, que conseguiu através dos seus desenhos aprofundar e demonstrar a complexidade das estruturas neuronais, através de uma combinação de técnicas de microscopia e habilidades artísticas, que o elevam como um dos mais influentes investigadores na área até hoje. Greg Dunn é outro desses atuais exemplos, que tenta através do seu trabalho artístico explorar a representação de algumas das mais intrincadas estruturas que compõem o nosso cérebro, englobando neurónios, sinapses e os seus circuitos neuronais, harmonizando a precisão e rigor científico com a sua díspar beleza estética. Entre outros nomes de grande relevo na comunidade científica e artística, são também Julia Buntaine Hoel, Amanda Phingbodhipakkiya e Anna Dumitriu, cujo trabalho tem impactado e exaltado a importância da expressão artística com base no seu trabalho científico.

Porém, mais do que apenas proporcionar o progresso da ciência ou demonstrar o conteúdo estético de uma obra, a ponte entre ciência e a visão artística culmina também numa mais aprofundada reflexão da comunidade sobre o que é “verdadeira ciência”. Segundo esta perspetiva, e de um modo mais desconstruído e acessível, toma para si um papel de agente de comunicação e difusão de conhecimento, promovendo o desenvolvimento educacional, científico e artístico dos cidadãos, e ultrapassando quaisquer barreiras linguísticas ou culturais, sendo capaz de despertar e inspirar futuras gerações de neurocientistas da importância do seu legado no progresso da humanidade.

Grande Entrevista com

Luís Lourenço

O Pilão: Licenciou-se em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) tendo desempenhado, simultaneamente, cargos ligados ao associativismo, nomeadamente na Associação de Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (AEFFUP), na Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) e na Federação Internacional de Estudantes de Farmácia (IPSF). Considera o associativismo jovem impactante no futuro profissional? De que forma os cargos que desempenhou nestas associações estudantis se revelaram mais-valias a longo prazo?

Luís Lourenço: Tive a oportunidade, praticamente desde o momento em que entrei na Faculdade, de estar envolvido com o universo associativo estudantil. E senti que a minha voz, juntamente com a de outros colegas com quem partilhava funções, era ouvida pelos responsáveis da profissão e da academia. É uma excelente sensação sentirmos que temos um impacto no nosso mundo e podemos contribuir para que melhore a cada dia!

Este envolvimento associativo também me ajudou a desenvolver capacidades e competências essenciais para ser, não só, um melhor cidadão, mas também um melhor profissional. Tive a oportunidade de desenvolver competências de liderança, mas também de aumentar o conhecimento sobre a profissão e a sociedade, assim como de contactar colegas de outras realidades nacionais e internacionais (e aprender muitos nessas interações)! Por muito que tentasse, penso que não conseguiria elencar tudo o que aprendi e desenvolvi durante esses anos, mas sei que é algo que os meus colegas, que tiveram o mesmo envolvimento, também experienciaram.

Ocupei diferentes cargos, desde os mais operacionais aos estratégicos, a nível nacional e internacional. Todos foram desafios importantes e impactantes.

Fazer parte de várias equipas, com diferentes funções e responsabilidades, ajuda-nos a compreender melhor os outros, a desenvolver um foco naquilo que podemos impactar e a entender que fazemos parte de um todo, que servimos um propósito coletivo maior do que nós próprios.

Estas posições ajudam-me, ainda hoje, a posicionar-me nas minhas funções profissionais e associativas. Agradeço ter tido a oportunidade de aprender tudo isto numa fase precoce da minha vida pois hoje sinto-me um cidadão mais capaz e com mais-valias a partilhar com quem trabalho e interajo.

OP: Após a formação na FFUP, realizou um Curso Geral de Gestão na Porto Business School e participou no Programa Avançado em Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa. O que o motivou a adquirir esta formação complementar e, em que medida, sente que é útil nas funções que desempenha atualmente?

LL: Assim que ingressei no mercado de trabalho apercebi-me que necessitava de desenvolver as minhas capacidades na área de gestão. O que aprendi ainda hoje utilizo nas minhas várias funções, nas diferentes instituições em que tenho responsabilidades. Porque gerir aplica-se a qualquer tipo de organização, embora cada uma tenha as suas especificidades.

Dado o meu envolvimento associativo durante o percurso estudantil, era muitas vezes abordado por colegas para partilhar considerações sobre a política e a gestão do País. Senti que precisava de aprender mais também nesta área e dedicar tempo a refletir sobre a ciência política.

As competências que adquiri na altura em que participei no curso ajudaram-me (e ajudam) a ter uma visão estruturada sobre os fenómenos políticos, não só nacionais/gerais, mas também setoriais/ profissionais. Tentei partilhar este conhecimento com mais colegas, pois penso que é essencial sermos farmacêuticos (e cidadãos esclarecidos). Nesse sentido, apoiei a organização na Seção Regional de um curso de Capacitação Política para farmacêuticos e membros-estudantes da Ordem, que está neste momento a decorrer, com um elevado número de participantes.

OP: Desempenha, desde 2006, cargos na International Pharmaceutical Federation (FIP). Como sente que integrar a FIP influencia a visão que tem do panorama nacional? Considera a sua experiência internacional uma mais-valia para os cargos que desempenha em Portugal?

LL: Termos contacto com realidades profissionais de outros países, para além de muitos outros benefícios, ajuda-nos em 2 grandes áreas.

Em 1º lugar, ajuda-nos a perceber como funcionam outros modelos profissionais, como foram desenvolvidos e quais foram os caminhos trilhados.

Este conhecimento, após análise da sua pertinência e adequação à realidade nacional, pode levar-nos a aplicar a mesma estratégia a nível nacional. Aprendemos lá fora e trazemos o melhor do que se faz a nível mundial para o nosso país.

GRANDE ENTREVISTA 21

Em 2ª lugar, ao cruzarmos os nossos projetos com que é feito a nível internacional, tomamos consciência da qualidade do nosso trabalho. E é muito gratificante percebermos, nestas interações, que a realidade profissional e associativa farmacêutica em Portugal é do melhor que existe a nível mundial! É um orgulho, não só representar o País, mas também partilhar o que de melhor fazemos.

OP: Foi galardoado com o prémio “Figura do Ano” nos Prémios Almofariz 2023. Qual o significado deste reconhecimento na sua vida profissional?

LL: Antes de mais, foi uma enorme alegria! Sermos reconhecidos pelos nossos pares é algo extraordinário!

Este prémio é o corolário de anos de dedicação à profissão, desde os bancos da Faculdade e das Associações de Estudantes, passando pelo trabalho desenvolvido em Farmácia Comunitária e nas organizações nacionais e internacionais nas quais tenho colaborado.

Mas também encerra em si muita responsabilidade: sinto que este reconhecimento me motivou para continuar a servir a profissão nas suas várias dimensões e isso é entusiasmante!

OP: Que objetivos pretende ainda alcançar enquanto Presidente da Direção da Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas da Ordem dos Farmacêuticos, cargo que desempenha desde 2019?

LL: Temos em mãos a finalização da obra de renovação da Sede da Seção Regional, que é partilhada com a Direção Nacional. Estamos a trabalhar para finalizar os trabalhos e abrir a Casa que será de todos os farmacêuticos!

Também gostava de terminar o desenvolvimento decursos e programas de capacitação nas áreas técnicas da profissão. Muito já foi feito, mas ainda temos alguns temas em desenvolvimento que gostava de entregar para usufruto dos colegas. Por último, e dado estarmos a menos de 1 ano do período eleitoral, espero entregar aos nossos sucessores uma estrutura preparada para dar resposta aos futuros desafios da profissão. Só sentirei que desempenhei o meu cargo na sua plenitude quando, quem nos suceder, conseguir fazer mais e melhor do que nós fizemos.

OP: Por último, que conselhos gostaria de deixar aos nossos leitores, maioritariamente estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra?

LL:

“Desejo que cada um de vós encontre aquilo que vos motiva a ser a melhor versão de cada um! No meu caso, encontrei essa motivação no envolvimento associativo, mas mais importante do que a área em que nos envolvemos, é fazê-lo com paixão e empenho! Desejo a todos os maiores sucessos pessoais, académicos e profissionais!”

As doenças sexualmente transmissíveis (DST’s) constituem um problema de saúde pública disseminado globalmente, que afeta indivíduos de diferentes idades, géneros, etnias e orientações sexuais. Estas doenças podem variar na sua severidade, com impacto significativo na qualidade de vida e saúde reprodutiva. Dados recentes publicados pelo Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), alertam para um aumento de notificações de DST’s na União Europeia, estando Portugal entre os países em que este aumento se denotou mais significativo. Neste contexto, é imperativo examinar as possíveis abordagens para o controlo e prevenção imediata das DST’s, considerando os avanços científicos, os desafios socioculturais e as lacunas na prestação de serviços de saúde. Um dos principais meios de intervenção neste combate à propagação de DST’s é a sensibilização para a existência destas doenças bem como a promoção da educação para a saúde sexual na comunidade. A maioria das infeções reportadas nos dados do ECDC correspondem a jovens adultos de idades entre os 20 e os 24 anos. Nesse sentido, a abordagem da educação sexual nas escolas e associações ligadas a esta faixa etária tem particular importância. Esta não só fornece informações precisas sobre prevenção e transmissão de DSTs, como também aborda questões de consentimento, comunicação saudável e autoestima, promovendo assim comportamentos sexuais mais seguros e saudáveis. Além desta medida, é fundamental a disponibilização de um serviço de saúde sexual e reprodutiva que garanta o acesso a testes de DST’s, tratamento quando oportuno e aconselhamento profissional

desimpedido de qualquer estigma. É ainda de salientar a importância da implementação de um programa de rastreios de rotina, especialmente entre populações de risco mais vulneráveis.

Uma das DST’s cujo grande aumento em Portugal é reportado pelo ECDC corresponde à Clamídia, provocada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Em 2022 foram notificados , na União Europeia, mais de 216 mil casos e, em Portugal, cerca de mil e 500 novos doentes. Os seus sintomas podem incluir dor ao urinar, corrimento vaginal anormal e dor abdominal. No entanto, cerca de 80% dos indivíduos infetados por Clamídia são assintomáticos, o que contribui para o aumento do risco de transmissão entre parceiros sexuais.

Quando não tratada, a Clamídia pode resultar em graves sequelas nos órgãos reprodutores femininos, incluindo dor crónica, doença pélvica inflamatória, infertilidade, tumores ginecológicos e doenças teratogénicas. Nos homens, as consequências mais graves incluem doenças da próstata e também infertilidade.

Embora a Clamídia represente uma das DST’s com maior prevalência no nosso país e com um aumento de 16% de novos casos notificados entre 2021 e 2022, não está atualmente implementado em Portugal um programa de rastreios em regime comparticipado. Esta lacuna na vigilância e prevenção da Clamídia destaca a necessidade de uma abordagem mais abrangente no controlo desta e outras DST’s em Portugal, com destaque na sensibilização e promoção da educação sexual e aplicação de programas de rastreios na comunidade para mitigar os impactos negativos na saúde pública e individual.

Pelouro da Educação e Promoção para a Saúde

“Na história de um país, meio século é uma curta e ténue fração de tempo. Para cada um dos portugueses, para os ideais de abril e para nós, jovens que não conhecemos o período anterior ao vinte e cinco de abril de 1974, é uma data extremamente relevante que celebramos com alegria e redobrada responsabilidade tendo em conta o que conquistámos ao longo das últimas décadas e que hoje, mais do que nunca, tem sido posto em causa.

Relembrar abril é evocar a memória da resistência, da conquista, da liberdade, assegurar a passagem de testemunho, do compromisso intergeracional e a essencial reflexão sobre o futuro para dar resposta aos desafios que o mundo presente, em constante mudança, nos coloca. Cuidar, construir e consolidar a “Revolução dos cravos” agora e para o futuro significa uma luta contínua para que todos esses princípios, convições e desafios se concretizem. Um desafio que deverá ser assumido por todos em respeito pela pluralidade de opiniões e o dever de cidadania de cuidar da democracia. É esta uma tarefa de todos e para a qual cada um deverá estar pronto a contribuir, acolhendo com orgulho e compromisso os desafios e as janelas oportunidades que abril nos abriu.”

TEM A CERTEZA QUE SABE O QUE É SER FARMACÊUTICO COMUNITÁRIO?

É daquelas pessoas que pensam que o trabalho nas farmácias é aviar receitas, atender pedidos de um creme ou xarope, e repor os produtos que vão saindo das prateleiras? Pois se alguma vez existiu uma farmácia comunitária assim, há muito que se extinguiu, e se não acredita, vai ficar surpreendido quando conhecer a carreira dos farmacêuticos comunitários.

Há anos que o setor está em transformação, encontrando-se, hoje, numa fase crítica de mudança. A crescente complementaridade das farmácias ao sistema de Saúde na intervenção profissional e prestação de serviços de saúde pública, alargou o papel de dispensa e aconselhamento terapêutico dos farmacêuticos, tornando-os profissionais mais clínicos, multidisciplinares e ainda mais focados nas pessoas.

A possibilidade de acesso aos dados em saúde e o diálogo mais estreito com os médicos prescritores são duas realidades que, só por si, alteram desde logo o paradigma da intervenção farmacêutica. E, não sendo os únicos, são caminhos com larga margem de crescimento e espaço para novas oportunidades que exigirão dos farmacêuticos comunitários novas responsabilidades na jornada de saúde das pessoas.

O farmacêutico comunitário é hoje, por isso, alguém de qualificação necessariamente elevada e em contínua capacitação, orientado para um trabalho em equipas intersectoriais e para a prestação de serviços técnico-científicos humanizados. Alguém apostado na evidência dos resultados em saúde. Alguém comprometido não só com a sua vocação profissional, mas também com os seus valores, desejos e ambições pessoais.

A progressão profissional dos farmacêuticos comunitários está atualmente enquadrada numa carreira de lógica horizontal de evolução, que espelha e responde a este perfil. Uma evolução associada à aplicação prática dos conhecimentos adquiridos e ao tempo de serviço, que premeia a aquisição de novas competências e diferencia o desempenho nelas baseado, seja no âmbito da promoção da efetividade e segurança da terapêutica e gestão da doença crónica, seja na promoção da saúde, na prevenção da doença, na realização de testes point-of-care ou na avaliação de risco.

Porque ser farmacêutico comunitário hoje é ser a primeira referência das pessoas no sistema, e isso não só é de valor, como é valorizado. É ser um marketeer da saúde, um influencer na prevenção da doença, um consultor na adoção de práticas e cuidados saudáveis, um gestor de mercado e de clientes, um interveniente de impacto rápido nas condições particulares de saúde e um agente de mudança - da mudança das histórias de vida do meio milhão de pessoas que com ele se cruzam diariamente na rede nacional de farmácias comunitárias. E isso não só é de valor, como encerra em valores de medida incalculável.

Se ainda pensa que trabalhar numa farmácia é aviar receitas, então esta não é a carreira para si. Mas se, pelo contrário, se revê nesta profissão, então saiba que aguardamos por si para continuarmos a crescer juntos. Até já.

25

Na Sombra de CATARINA GOMES

PROFESSORA AUXILIAR NA FACULDADE DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

O Pilão: Concluiu a Licenciatura em Ciências Farmacêuticas na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC). Quais os motivos que a levaram a ingressar num curso de Ensino Superior na área das Ciências da Saúde?

Catarina Gomes: Quando aprendi a ler e a escrever, decidi que queria ensinar, porque fiquei fascinada com a revelação. Acreditava que os professores faziam revelações fascinantes e nunca quis outra profissão.

Sempre adorei aprender. Aprender sobre tudo, porque quase todas as áreas me interessavam, o que complicou a minha vida no momento de fazer opções. Escrevia e interessava-me por Filosofia, as Artes também me atraíam, mas não tive dúvidas no momento de escolher Ciências. O problema era escolher entre Biologia, Física e Química e outras áreas que me interessavam. A professora de Físico--Química foi determinante ao sugerir as Ciências Farmacêuticas, argumentando tratar-se de uma licenciatura abrangente, em que estudaria todas estas áreas e, não menos importante, com pleno emprego e várias opções de carreira.

OP: Entre 2001 e 2002, iniciou a atividade laboratorial no período de mestrado, seguido de doutoramento entre 2003 e 2010, e de pós-doutoramento, entre 2010 e 2016. De que forma os projetos que desenvolveu durante esses anos, nas diferentes etapas da sua formação académica, contribuíram para traçar o seu percurso até hoje? Quais são as habilidades e características necessárias para se tornar num bom investigador?

CG: Durante a licenciatura gostei mesmo muito e interessei-me por Farmacologia e, depois de uma curta experiência em Farmácia Comunitária, decidi experimentar a ciência nesta área. Considerava relevante desenvolver trabalho científico em instituições diversas e achava essencial ter uma experiência fora do país, pelo que depois do mestrado em Coimbra, doutorei-me na Faculdade de Medicina de Lisboa e passei algum tempo nos Estados Unidos. Nesta etapa da minha formação tive o privilégio de aprender com a figura mais determinante da minha vida sob o ponto de vista profissional, o Professor Alexandre Ribeiro. Médico, cientista e professor universitário, abrangia uma dimensão intelectual e científica que me fascinava. Desenvolvi um trabalho na área da Neurofarmacologia e por esta altura comecei a lecionar Farmacologia. Regressei a Coimbra para um pós-doutoramento com o professor Rodrigo Cunha, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), outra figura central da minha carreira.

Por esta altura integrei o corpo docente da FMUC, onde lecionei Farmacologia e, mais tarde, Fisiopatologia. Os projetos que desenvolvi foram determinantes para a minha carreira, mas as experiências, as pessoas e a riqueza dos seus ensinamentos foram muito mais importantes.

OP: No âmbito da área da investigação, é autora de várias publicações científicas e tem vindo a exercer um papel ativo em conferências e congressos internacionais. A partir de que momento surge o seu interesse pela pesquisa na área da Farmacologia?

CG: Na faculdade, no primeiro minuto da primeira aula de Farmacologia. Nunca mais tive dúvidas.

Habilidades e características para se tornar um bom investigador?

Senso comum: compromisso, disciplina, trabalho, criatividade, espírito crítico. Com as suas particularidades, a investigação é uma atividade como qualquer outra, mas sem espaço para o ceticismo. Acho importante saber perguntar, isto é, saber identificar questões científicas pertinentes no domínio em que se trabalha, com objetividade. Não basta ter uma mente inquiridora para se fazer caminho na ciência; é necessário analisar a questão e estudar para conceber as melhores estratégias para dar resposta à mesma e ter uma aptidão para resolver problemas, muitas vezes inesperados. Paixão e uma forte motivação, não sendo requisitos para o exercício desta atividade, contribuem para a realização a satisfação pessoal.

OP: A par da Investigação, assumiu também a vertente de Ensino. Desde o ano letivo de 2019/2020, exerce funções na qualidade de Professora Auxiliar na FFUC, integrando o Grupo de Farmacologia e Terapêutica Experimental. Em que medida é que estas duas áreas se podem complementar? Que mais valias pode retirar desta experiência como professora?

CG: Comecei a ensinar Farmacologia em 2004 e, nestes 20 anos de carreira, lecionei sobretudo Farmacologia Clínica. Antes de iniciar funções na FFUC lecionei Farmacologia e Fisiopatologia na FMUC, onde também fui (ainda sou) investigadora.

27

Ensinar Farmacologia Clínica, com especialistas das várias áreas, para além de uma experiência incrível, ajudou-me a identificar problemas relacionados com a terapêutica farmacológica, que podem ser resolvidos recorrendo à Farmacologia e à Terapêutica Experimental. A aplicabilidade e/ou translação para um contexto clínico é o objetivo central destes projetos.

OP: Enquanto associada da Ordem dos Farmacêuticos, integrou a equipa formadora da Associação Nacional de Farmácias (ANF) para organizar e lecionar ações de formação no domínio da Farmacologia e Farmacoterapia. Além disso, desempenha o cargo de Farmacêutica Comunitária. Na sua perspetiva, qual o impacto da profissão farmacêutica na gestão farmacoterapêutica dos utentes da farmácia, numa população cada vez mais envelhecida?

CG: A gestão farmacoterapêutica tem um potencial incrível de influir na saúde da comunidade e, em particular, na saúde do idoso. O conceito de utente responsável pela própria saúde pressupõe que todos temos igual acesso à informação e aos cuidados, o que não corresponde à verdade. A sociedade reconstruiu-se num formato pouco interessante, em que muitos idosos vivem sós ou institucionalizados. A iliteracia ou as complicações inerentes ao envelhecimento (como as alterações em alguns domínios da cognição ou limitações motoras) são causa de problemas associados à medicação.

O avanço da terapêutica farmacológica muito contribui para a maior longevidade, mas uma gestão farmacoterapêutica eficaz permitiria, não só prevenir/resolver problemas associados à medicação (eventualmente causadores de um agravamento do estado de saúde), mas também uma otimização de resultados, medidos em escalas de qualidade de vida. O farmacêutico da comunidade, como gosto de lhe chamar, pode marcar a diferença. Na minha opinião, deveria investir-se, ainda mais, na formação pré e pós-graduada nesta área, que pode ser muito diferenciadora na intervenção do farmacêutico. Esta área é subaproveitada e subvalorizada e requer investimento. Na altura em que colaborei com a ANF, dava formação de norte a sul do país numa equipa que incluía um médico e apercebi-me da importância destas ações de atualização/reciclagem. Uma gestão farmacoterapêutica eficaz requer, na minha opinião, uma articulação plena com as várias especialidades médicas.

OP: Atualmente integra um novo projeto de investigação no Coimbra Institute for Biomedical Imaging and Translational ResearchCIBIT (CIBIT), liderado pelo professor Miguel Castelo Branco da FMUC. Pode falar-nos um pouco sobre o trabalho que está a desenvolver?

CG: O projeto que agora inicio tem por objetivo estudar o potencial farmacoterapêutico de substâncias psicadélicas nas doenças do espetro do autismo. Durante o neurodesenvolvimento, há uma janela temporal em que se estabelece a cognição social, que se refere aos processos psicológicos que nos permitem gerir as interações sociais. São operações mentais envolvidas na perceção, interpretação e geração de respostas às intenções, disposições e comportamentos dos outros. Em várias doenças, nomeadamente as do espetro do autismo, estes processos estão afetados e resultam em alterações do comportamento social. Num estudo recente demonstrou-se que as substâncias psicadélicas interferem de forma positiva com alguns circuitos neuronais envolvidos nestas alterações comportamentais. É um grupo vasto de fármacos, alguns com potencial demonstrado em doenças como a depressão ou adição e nós tencionamos explorar o seu potencial no espetro do autismo. O professor Miguel Castelo Branco lidera este incrível projeto, que inclui as vertentes clínica e da farmacologia e terapêutica experimental. É outra figura inspiradora, com quem venho conversando há anos, ensaiando mais este passo na minha carreira científica.

28

OP: Se pudesse descrever o seu percurso numa frase, qual seria?

CG: Sem dúvida, repetiria a frase que o meu mentor usou nas minhas provas de doutoramento: o caminho faz-se caminhando. Tem sido assim.

OP: Que mensagem gostaria de deixar aos estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, futuros profissionais de saúde?

CG: Admiro as chamadas novas gerações, que demonstram ter uma abertura à diversidade e à diferença que me cativa. São desafiadores e críticos. Gosto de ser desafiada e gosto de melhorar e só vou melhorando se for criticada. Tenho tentado impregná--los com esta ideia de que têm um potencial incrível para aprender (neuroplasticidade) e um acesso inédito a ferramentas tecnológicas incríveis. Seja qual for o caminho que escolham, que nunca desperdicem a neuroplasticidade e que saibam usar as ferramentas em proveito próprio, mas sem prejuízo do outro. Como profissionais de saúde, como em tudo na vida, que se responsabilizem. Que façam a diferença na vida dos outros, utentes, colegas de trabalho ou familiares. Que operem mudanças.

OP: Mudando um pouco a dinâmica desta entrevista, gostaríamos de lhe fazer algumas perguntas de resposta rápida.

Uma banda que marcou a sua vida?

Supertramp! Nick Cave and the bad seeds! Divine Comedy! Radiohead! The Cure! (que injustiça pedirem UMA banda … impossível … adoro música).

Hobby?

Ténis e leitura.

Filme ou livro favorito?

Filmes, quase todos do Woody Allen. “Deus na escuridão” do Valter Hugo Mãe (leio compulsivamente, mas este livro marcou-me ao ponto de o querer emoldurar).

Unidade curricular que menos gostava no curso?

Tenho mesmo de dizer? Gnosia e todas as relacionadas com plantas...

Plano ideal para o fim de semana?

Viajar ou, ficando em Coimbra, um jogo de ténis e umas horas solarengas de esplanada a ler e ouvir música (mais solitário) ou a rir em boa companhia (filhos são a melhor!). Estar à mesa em família ou com amigos. Dançar.

Pessoa que tenha marcado o seu percurso?

Tendo ao dispor muitos gigantes inspiradores, só me ocorre a pessoa da minha vida, a minha avó materna, Isaura, nome de avó que vive para sempre.

Um objetivo pessoal para o futuro?

Dispor de TEMPO para continuar a viajar pelo mundo e praticar desporto, vigilante e participante da felicidade dos meus filhotes. Aprender um outro instrumento e, quem sabe, voltar à universidade enquanto estudante.

Um objetivo profissional para o futuro?

Não tenho outro objetivo para além de ensinar farmacologia clínica. Na ciência, trabalharei para dinamizar o projeto que agora inicio com o professor Miguel Castelo Branco e que ambiciono levar até aos doentes numa atitude mais assistencial.

Servindo como guia, este documento contém as Normas necessárias para a garantia do normal funcionamento de uma Instituição Educacional, de que é exemplo a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. É composto por inúmeras diretrizes fundamentais para a promoção de um ambiente propício ao ensino e aprendizagem, estabelecendo padrões claros de conduta e desempenho tanto para alunos, como para docentes e não docentes.

Neste Regulamento são abordadas temáticas como o Calendário Escolar, a Inscrição em Unidades Curriculares, o Regime de Avaliação de cada qual, o modo de atuação em caso de falha ou incumprimento do Regulamento, a Avaliação de Qualidade Pedagógica de cada Ciclo de Estudos, entre outros que, conjuntamente, promovem a qualidade pedagógica da Faculdade de Farmácia.

No presente ano letivo, o Regulamento Pedagógico foi alvo de atualizações, tendo sido aprovado por estudantes e professores, em seio de Conselho Pedagógico.

Este documento foi revisto na sua totalidade e elaborado pelo próprio Conselho Pedagógico, de acordo com o RAUC - Regulamento Académico da Universidade de Coimbra. Posteriormente, ocorreu a divulgação e discussão pública da proposta de Novo Regulamento Pedagógico da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, de onde resultou um período de auscultação dos comentários retidos, de modo a garantir que todos veriam os seus interesses salvaguardados pelo mesmo. Estes comentários foram analisados e, após discutidos e devidamente justificados, o Regulamento Pedagógico foi aprovado em Conselho Pedagógico.

Aprovado o Regulamento Pedagógico da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, este será a base para o bom funcionamento da Instituição de Ensino, salvaguardando sempre os Direitos e Deveres da comunidade integrada na mesma.

Pelouro da Pedagogia

(...) agora que finalmente editamos o jornal da Faculdade de Farmácia, que este sempre foi um desejo das várias direções que têm passado pelo NEF/AAC e é com enorme alegria que o conseguimos concretizar.”

João Paulo Cruz Presidente do NEF/AAC no mandato 1995/96

""O Pilão" era o cartão de visita dos estudantes de farmácia de Coimbra junto dos potenciais futuros empregadores de farmacêuticos no país. Era o resultado de um trabalho de equipa e os seus mais de 3.500 exemplares por edição eram distribuído em todas as farmácias, nos laboratórios de análises, nos serviços farmacêuticos hospitalares, nas indústrias farmacêuticas, nos distribuidores farmacêuticos... era um regozijo quando algum de nós encontrava o Pilão nalgum destes sítios."

Humberto Martins Mandato 1997/98

““O Pilão" é mais do que um meio de comunicação informativa, é também passado, presente e futuro. A cada edição desafia os seus colaboradores e coordenadores a serem criativos, organizados, inovadores e resilientes, porque a história d'"O Pilão" também é feita de percalços e conquistas. Sem dúvida que para brilhar, "O Pilão" precisa de equipas fantásticas, que sejam unidas, confiáveis, focadas e que colaborem entre si. Tenho muito orgulho e carinho por todas as equipas onde cooperei, enquanto colaboradora e coordenadora d'O Pilão. Este pelouro está em constante mudança e inovação e, por isso sei, que o seu futuro será repleto de novidades incríveis.”

Tânia Baptista Mandato 2016/17

"A revista "O Pilão" tem uma importância fulcral no seio da comunidade estudantil da FFUC. Foi com muito orgulho que fiz parte deste projeto que me ensinou tanto, não só a nível profissional como também pessoal. Considero importante que as gerações vindouras o continuem a acarinhar e a atribuir o respeito que ele merece, tentando sempre elevar a sua qualidade a todos os níveis."

Cátia Almeida Mandato 2018/19

"Ter a oportunidade de coordenar e idealizar a revista "O Pilão" é muito mais do que fazer parte de uma história que se desenvolve a cada edição. É presenciar a irreverência, a criatividade, a reinvenção e a ousadia de fazer o que nunca havia sido feito."

Maria Aquino Mandato 2018/19

“A experiência no pelouro d’O Pilão foi sinónimo de aprendizagem, enriquecimento, conhecimento e abertura de novos horizontes. Mais que uma revista, o Pilão para mim foi inspiração e orgulho.”

Ana Margarida Ribeiro Mandato 2019/20

""O Pilão" é mais que uma revista. É onde diferentes vozes, perspectivas e conhecimentos se unem para criar uma narrativa rica e envolvente que espelha a diversidade e complexidade do nosso meio académico e cultural."

Inês Cortês Pais Mandato 2020/21

""O Pilão" tem o potencial para ser uma borboleta em constante metamorfose, um organismo selvagem, desobediente e caótico dentro da sobriedade e pragmatismo que se exige aos restantes pelouros do NEF/AAC. Caso não descure a irreverência e a constante necessidade de novidade por parte dos Estudantes, "O Pilão" deixa de ser uma mera revista e torna-se numa das ferramentas mais importantes de comunicação do NEF/AAC com Quem representa.”

Guilherme Baleiras Mandato 2022/23

“O Pelouro d'O Pilão teve um papel fundamental no meu percurso académico. Permitiu-me desenvolver diversas capacidades, entre elas a de organização e de escrita. Perceber que a revista d'O Pilão é reconhecida e que tem um impacto positivo nos leitores, é verdadeiramente gratificante."

Luana Rocha Mandato 2021/22

CRÓNICA

TAMBÉM NA MEDICINA ESTÉTICA SOMOS FARMACÊUTICOS

Orgulhosamente Farmacêutico, às vezes por vontade, outras por mera oportunidade, fui desenvolvendo a minha carreira profissional desempenhando diferentes funções, com distintos desígnios. Na área farmacêutica, em concreto, e sempre entre a Indústria e a Distribuição, tive o privilégio de passar por áreas mais técnicas, como a Qualidade, Assuntos Regulamentares e Acesso ao Mercado, para depois me aperceber que o que efetivamente me dá mais prazer e desafia são as áreas de desenvolvimento e relacionadas com negócio.

Numa destas últimas aventuras e andanças, vim parar a uma área médica que me fascinou e que classifico como totalmente distinta das demais: a Medicina Estética. Área médica em que ainda trabalho, exploro e aprendo (ainda que não exclusivamente) e que, neste texto, vos convido a conhecer um pouco melhor.

O mercado da Medicina Estética tem vindo a crescer de uma forma totalmente exponencial na última década, à escala global, e reflete a preocupação crescente da população com a imagem. Prevenir e retardar os efeitos do envelhecimento terá sido o primeiro objetivo, mas logo se passou, provavelmente não só por interesse do público, também por pressão económica de todos os envolvidos na cadeia de valor, para objetivos mais amplos e menos fisiológicos, como o embelezar, realçar e harmonizar.

Os crescimentos exponenciais representam, normalmente, lucros exponenciais e trazem - quase sempre - aproveitamento e descontrolo e nisso a Medicina Estética não é exceção.

O intrusismo médico é uma realidade assustadoramente vulgar, com profissionais não-médicos, como esteticistas, cabeleireiros, entre outros, a concretizar tratamentos e procedimentos exclusivamente médicos, como a injeção de dispositivos médicos e medicamentos. São muitos os processos a decorrer em tribunais - esperemos que com condenações céleres - que incidem sobre complicações e consequências perfeitamente dramáticas decorrentes da concretização de procedimentos por profissionais sem conhecimento e qualificação necessária e que acabam em necroses de tecidos, deformações permanentes e, até, morte.

Mas também a entrada no território nacional de produtos sem qualquer controlo, desde medicamentos a dispositivos médicos e cosméticos, que são comercializados nos circuitos paralelos, como a internet e por entidades não licenciadas e que com grande facilidade e muita competitividade, são colocados ao dispor dos interessados, muitas vezes falsificados e não conformes.

E por último, mas não menos relevante, a falta de ética por parte das empresas que comercializam produtos no mercado, que por ambição, ganância e objetivos desmesurados, mas também por falta de formação e conhecimento, pressionam no sentido da venda e utilização dos produtos, alegando, inclusivamente, características e resultados impossíveis de atingir. Nos dias que correm, por exemplo, as terapias celulares são a nova moda, com empresas a promoverem novas tecnologias ainda sem evidência científica como se fossem a última gota de água no deserto.

É nestas condições que ser farmacêutico tem de representar ser obrigatoriamente diferente. Desde logo pela ética e independência, mas também, e sobretudo, pelo elevado espírito crítico e rigor científico, que pode ser totalmente diferenciador e reconhecido pelos pares, sempre no longo-prazo, porque o curto-prazo só interessa a quem tem vistas curtas.

C A Tuna às Costas IMPERIAL TAFFUC

À Deriva

“Choro abraçado ao vento

Lembrando o momento

Em que o meu olhar’ perdia o teu

Como um pequeno barco

À deriva no mar

Doces tempos de paixão

Que se foram em vão como folhas no Outono ‘caindo no chão

E fiquei eu perdido

E na solidão

Aí fugir ou ficar?

Começava tudo de novo Noutro lugar.

Aí contigo talvez

Os dois e o mundo p’ra nós Outra vez...

O vento sopra, Minha alma chora

A dor de não te ter aqui. Quero que voltes,

Me abraces, me olhes e digas que sim

Aí fugir ou ficar?

Começava tudo de novo Noutro lugar.

Aí contigo talvez

Os dois e o mundo p’ra nós Outra vez...”

Ano e local de lançamento: 7 de abril de 2018, no Teatro Académico Gil Vicente (TAGV).

Evento de lançamento: III IMPERIVS

Autoria: Imperial Tuna Académica da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra

““À Deriva”, uma serenata não muito convencional, é uma música que, quando ouvida atentamente, pode-nos mostrar como lidar com certas adversidades e obstáculos que a vida nos proporciona e, por isso, identifico-me muito com ela. No meu ponto de vista, “À Deriva” ajudou-me a perceber que, mesmo quando a vida nos manda abaixo “como folhas no Outono ‘ caindo no chão”, temos que nos levantar e seguir em frente e, mesmo quando estamos perdidos “como um pequeno barco \ À deriva no mar”, temos de encontrar o nosso próprio rumo, para que possamos construir a pessoa que nos queremos tornar. Por vezes, pode parecer que seria mais fácil poder voltar atrás e começar “tudo de novo”, mas todas as vezes que caímos ou que nos sentimos “À Deriva” são, na verdade, pequenas aprendizagens que levamos para a vida. “À Deriva” não transparece, apenas, estas ideias pela maneira como está escrita, mas também pela sua melodia e pela forma como é cantada, uma vez que faz-me sentir como se realmente estivesse num barco à deriva no mar, que sempre segue as ondas com os seus altos e baixos.”

Gabriel Barroso

“O “À Deriva” é uma das nossas melhores músicas. A letra expressa um sentimento profundo de nostalgia e saudade e no refrão a dualidade entre fugir ou ficar reflete a indecisão e a busca por uma nova chance de felicidade. A acompanhar esta bela letra, a música tem um instrumental melancólico que ajuda a transmitir a emoção retratada na letra. Este tema apaixonado é um dos preferidos de quem gosta de nos ouvir.”

Duarte Guedes

““À Deriva” é uma serenata não convencional. Tem uma melodia calma que transmite muita serenidade e gosto muito das nossas bandeiras nesta música, onde conseguem demonstrar toda a delicadeza que uma bandeira pode ter.”

Pedro Delgado

´ 36

““À Deriva” é um dos nossos temas mais apaixonados, fala sobre uma paixão que tivemos de deixar para trás. Muitos, ao ouvir esta canção pensam em alguém que amaram ou amam, mas para nós, estudantes de Coimbra, essa paixão que deixamos é a cidade de Coimbra. Cidade essa que nos abraça ao chegarmos e que ao fim dos nossos verdes anos e de muitas memórias nos põem a pensar, em “Fugir ou ficar...”.”

““À Deriva” é, sem dúvida, das músicas mais bonitas que esta tuna tem. Apesar de ser uma serenata simples, tem a sua complexidade em níveis líricos, que, juntando à sua simplicidade musical, faz com que esta canção se destaque e ganhe cor em relação a outras músicas que nós temos.”

IMPERIVS

“Prepara o guerreiro a sua espada

E vai prá batalha

Um império criando, legião em marcha, Ninguém falha

Arma em riste, escudo na mão,

P’rá investida

Entrega e ambição

Na partida

Lusitânia é a terra

Prometida

Lutam com paixão

Dão a vida

Com o estrondo dos tambores

A anunciar

O acender da chama

Que os vai guiar

O fulgor no olhar

O estandarte imenso a esvoaçar

Odisseia p’ra lembrar

Inspirando um bélico cantar

Liberta o Tuno a sua alma, canta

E vai p’rá batalha

Um império criando, gerações em marcha, Ninguém falha

Capa ao ombro, guitarra na mão

P’ra mais um dia

Nesta vida de paixão

Esforço e alegria

Cumprindo a tradição

Com euforia

E no fim nada é em vão

Nostalgia

Ode intemporal

Cantada aos céus

Por cem mil vozes

Imortais”

Ano e local de lançamento: 2 de abril de 2016, no TAGV

Evento de lançamento: I IMPERIVS

Autoria: Imperial Tuna Académica da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra

37

““IMPERIVS” descreve a preparação e o fervor de um guerreiro, seja literalmente para a batalha ou metaforicamente para enfrentar os desafios da vida. Utilizando metáforas da história e cultura portuguesas, ela evoca um senso de determinação, paixão e orgulho nacional.

Com uma mistura de entrega, ambição, tradição e alegria, a canção celebra a luta e a perseverança, destacando a importância de seguir em frente, mesmo diante das adversidades e deixar um legado para as gerações futuras.”

Gabriel Barroso

““IMPERIVS” é o meu original preferido. A sua letra estabelece um paralelo entre a vida de um guerreiro e a vida de um elemento da nossa tuna, ambos nas suas “batalhas”, exaltando a entrega, ambição, paixão e sacrifício de ambos. Para além da letra fantástica, a música causa uma sensação épica e grandiosa, como se estivéssemos mesmo numa batalha. Por fim, é uma música especial para mim, uma vez que foi com ela que subi pela primeira vez a palco num festival.”

Duarte Guedes

““IMPERIVS” começa com uma enorme pujança algo que se estende por toda a música. Este espírito transmite em muito o que é ser parte da Imperial TAFFUC. Para nós elementos, é uma música de extrema importância, pois é ela que deu o nome para o nosso tão belo festival.”

““IMPERIVS” é uma das músicas mais importantes para nós, podemos até mesmo dizer que é a mais importante. Não apenas por ser o homónimo de nosso festival, algo que nos enche de orgulho, mas também por ter relação com o nosso nome. Cada vez que a tocamos, o espírito e a emoção em cada um de nós são percetíveis, cantamos com tamanha pujança que parece que somos os próprios guerreiros em batalha. É por ser uma música tão poderosa vocalmente, que me traz imenso prazer cantá-la.”

““IMPERIVS” é, na minha opinião, a música que melhor consegue descrever esta tuna, não só pelo facto de ser a música que dá nome ao nosso festival de tunas, mas também pela canção em si transmitir uma energia indescritível. Desde o arranjo vocal pujante e os rasgados de guitarra sonantes, esta é sem dúvida a música que me dá mais gozo tocar, não só em ensaios, mas sobretudo em atuações.”

Tomas Gaio Lopes

38

C A Tuna às Costas

PHARTUNA

PRAXIS

“Chegas caloiro a esta cidade

E vês nas margens do rio, a Saudade

Mas num instante estás de olhos no chão

E pouco a pouco aprendes a Lição

Tu és caloiro desta faculdade

Sabes de cor o chão desta cidade

Mas não me olhes nos olhos só

tens de saber:

Coimbra tu vais viver

Sim, oh caloiro, eu canto p’ra ti

Para que saibas que o que vives eu já vivi

Nunca te esqueças, “orgulho” é a palavra a dizer

Se não o tens, um dia irás ter

Tu és caloiro desta faculdade

Sabes de cor o chão desta cidade

Mas não me olhes nos olhos só

tens de saber:

Coimbra tu vais viver

Tu és caloiro desta faculdade

Sabes de cor o chão desta cidade

Mas não me olhes nos olhos só tens de saber:

Coimbra tu...

Tu vais viver”

Ano e local de lançamento: 2018, no TAGV

Evento de lançamento: V Boticários - Festival de Tunas Mistas da Phartuna

Autoria: Pedro Nuno, Carmen Brito, Francisco Freire, Francisco Mota, Joao Pedro Batista, Rafael Loureiro, Rui Pancas, Diana Costa

“É um retornar ao meu ano de caloiro. Voltar a conhecer a cidade, conhecer pessoas, conhecer todo um novo mundo. É voltar a sentir a adrenalina de uma vida nova numa cidade que me acolheu e se tornou uma segunda casa. É sempre um regressar de boas memórias e é uma sensação incrível cantar o Praxis a qualquer estudante, mas uma ainda maior quando é dirigida aos nossos caloiros. Vê-los entusiasmados com o Praxis enche-me o coração por saber o quanto vão viver nesta cidade de sonhos, assim como eu!”

Tiago Sousa

“O que dizer do Praxis!? Foi a primeira música que ouvi quando cheguei à faculdade e me deparei pela primeira vez com o mundo tunante! Tem uma letra que nos permite lembrar daquilo que foi o nosso primeiro ano em Coimbra e por vezes deixa saudades desses tempos e dos momentos, que na altura sem pensarmos, ficaram marcados para a vida! Tocamo-la tantas vezes que já é uma música conhecida por muitos daqueles que nos ouvem. É muito engraçado/satisfatório nas atuações olhar para o público e perceber que eles estão a divertir-se connosco, porque de certo modo é o que esta música também nos faz sentir a nós! É muitas vezes aquela musica feliz, divertida, que põe as pessoas bem dispostas para o resto de um ensaio ou atuação.”

Mariana Serrasqueiro

“O original “Praxis” é uma música sem dúvida especial. Sendo caloiro, sinto que descreve na perfeição o que se experiencia no ano de caloiro em Coimbra. Acho que é unânime entre todos os membros da Phartuna que sempre que tocamos o “Praxis” nos vêm imensas memórias do nosso tão querido ano de caloiro. No início, somos inundados com todas as mudanças no estilo de vida, nos estudos, nas amizades. Mas, antes de sequer darmos conta, tudo isso fica para trás e o melhor vem ao de cima. O ano de caloiro, especialmente em Coimbra, é algo de fantástico - numa questão de semanas passa-se estar “de olhos no chão” para “orgulho é a palavra a dizer”, e o “Praxis” descreve isso como nenhuma outra música.”

´

“O nosso “Praxis” nasceu de um desafio da Phartuna de 2017, de criar um tema dedicado aos novos alunos da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC). Sentíamos nesta altura que acrescentar ao nosso repertório algo que cantaríamos especialmente para os caloiros seria, não só enriquecedor, mas também a forma perfeita de abrir cada ano letivo e receber estes alunos de braços abertos.

É hoje um clássico de qualquer atuação da Phartuna para a FFUC e em cada uma somos envolvidos pela energia contagiante com que os estudantes dos vários anos desta casa cantam agora connosco o tema que, no seu primeiro dia, cantámos para eles. Esta música representa assim, em poucas palavras, uma missão cumprida!”

CONTRA O TEMPO

“Cantamos hoje, sorrimos juntos

Lembramos quem soube viver

Quem, tendo tido um só segundo

Ninguém poderá esquecer

Deixa-me ouvir as cordas

Canta comigo ao mundo

Hoje é dia de gritar

Sei que a vida é um segundo

Se estás aqui e te vejo

Quero amar, respirar fundo

Lembrar quem me ensinou

Sei que a vida é um segundo

Cantamos hoje, sorrimos juntos

Lembramos quem soube viver

Quem, tendo tido um só segundo

Ninguém poderá esquecer

Enquanto ouvir o trinar

Coimbra ao meu ouvido

Vou saber lembrar

O que poderia ter sido,

Memória bem presente

Num abraço, ouço dizer

Um obrigada que não mente

E nos lembra de aparecer

Cantamos hoje, sorrimos juntos

Lembramos quem soube viver

Quem, tendo tido um só segundo

Ninguém poderá esquecer

E quando ouvires estas vozes

Agarro a força que me dão

E quando sentires a tristeza

Sei que me darás a tua mão

Sorri

Sorri

Cantamos hoje, sorrimos juntos

Lembramos quem soube viver....”

“Foi do sentimento de constantemente corrermos “Contra o Tempo” que nasceu este tema. Seria bonito escrevermos apenas sobre as alegrias da vida de estudante e de tunante, mas, como todos sabemos, nem sempre é essa a realidade. Esta música nasceu então em 2022, de um momento inesperado de perda e resultou numa ode ao “amar, respirar fundo” que gostaríamos de poder fazer mais vezes. Revelou-se uma oportunidade de refletir sobre a importância de estarmos verdadeiramente presentes, não cantássemos nós que “a vida é um segundo”, e tornou-se assim um tema que julgo ser muito acarinhado pelos membros da Phartuna. De cada vez que o levamos a palco, sente-se a vontade de todos de transmitir a emoção desta música na sua totalidade e é por isso uma das músicas que considero mais impactantes do atual repertório da Phartuna!”

Ano e local de lançamento: 2022, no TAGV

Evento de lançamento: VII Boticários - Festival de Tunas Mistas da Phartuna

Autoria: Carmen Brito, Diogo José Lourenço, Diogo Saraiva, Rafael Monteiro, Rui Pancas, Vanessa Cipriano

““Sei que a vida é um segundo”

Para mim é sobre isto que fala a música: sobre o tempo a passar.

Sobre a vontade de querer parar o tempo e aproveitar mais aquilo que estamos a viver... e como tal não é possível, tentar capturar o maior número de memórias e recordações com aqueles que estão à nossa volta. Porque, sem darmos conta, os anos de faculdade acabam e de repente tudo o que vivemos nesta cidade não vão passar de lembranças... Felizes! Mas lembranças!

É a saudade disfarçada de alegria!

Uma música com partes muito divertidas de cantar, como por exemplo as mudanças de dinâmicas (que causam um impacto incrível) com uma letra forte e que deixa a pensar. É uma das minhas músicas preferidas do nosso cancioneiro e gosto sempre de a levar a palco!”

“Faz pensar bastante sobre como o tempo passa tão depressa e como tanta coisa fica por fazer ou dizer. Acaba por se tornar uma corrida em que, por vezes, deixamos de correr e, mais tarde, arrependemo-nos de ter ficado nessa inércia. É realmente importante realizarmos todos os nossos sonhos e dizer tudo o que queremos dizer ou fazer porque, se não o fizermos, pode já ser tarde demais. A vida realmente é uma verdadeira corrida Contra o Tempo.”

Tiago Sousa

“O “Contra o tempo”, por outro lado, é uma música que me desperta emoções muito díspares. Este original retrata a triste realidade da efemeridade do tempo e a alegria das memórias vividas. É um misto entre a melancolia e a felicidade e relembra-nos de algo que ficou por dizer ou fazer e que se tornou numa janela fechada que não voltará a abrir. Apesar de ter entrado na tuna há pouco tempo, esta é, definitivamente, uma das músicas que mais gosto de tocar e das que tem uma letra mais tocante.”

41

PROGRAMA ERASMUS +

O Programa Erasmus+ é um Programa de Mobilidade que permite aos estudantes frequentar o Plano Curricular de uma Universidade Europeia (vertente de estudo) ou a realização de um estágio curricular/ extracurricular (vertente de estágio). Habitualmente, o estudante recebe uma bolsa que contribui para os custos adicionais da vida num outro país e para os custos de deslocação. Além disso, o estudante fica isento do pagamento de propinas na Universidade de acolhimento.

"No semestre passado, realizei o Programa Erasmus+ (vertente de estudo) na cidade de Roma, em Itália. Esta faculdade oferece 4 equivalências, no entanto, considerei que o nível de dificuldade era bastante maior, uma vez que os exames foram todos orais. Além disso, estes foram todos em italiano, sendo que os professores não permitiram a sua realização em inglês. Quanto à componente prática do curso, esta era inexistente. As aulas eram todas teóricas e com duração longa (cerca de 2h) e lecionadas em italiano.

No que diz respeito ao alojamento, aconselho que procurem com antecedência, pois há alguma escassez e os preços são elevados. Eu consegui ficar perto da faculdade, mas a maioria dos meus colegas andava uma hora em transportes públicos. Os autocarros são pouco eficientes, estando muitas vezes atrasados, no entanto, o custo do passe/ bilhetes individuais era bastante acessível.

No que toca à alimentação, os preços são consideravelmente parecidos a Portugal, exceto ao nível da carne e peixe, os quais são bastante mais elevados.

Já a nível de restaurantes, os preços são bastante acessíveis e existe uma grande variedade. Quanto a bebidas, estas são bastante mais elevadas nos bares, mas não deixem de provar o famoso Aperol Spritz.

Relativamente à componente social deste programa de mobilidade, considerei bastante positivo, pois tive a oportunidade de participar em diversas atividades e viagens, relativamente em conta, promovidas pelas três Associações de Erasmus+ presentes na cidade. Foi através destas que conheci diferentes pessoas e culturas, bem como criei memórias inesquecíveis.

Aconselho vivamente a todos os estudantes a participação no Programa Erasmus+, pois foi sem dúvida uma experiência incrível e muito enriquecedora! Aconselho que adquiram previamente algumas bases de italiano caso escolham Roma como destino, pois irá facilitar imenso a adaptação dado que, em geral, os italianos não falam inglês.”

Testemunho de Francisca Mendes

42 Pelouro das Relações Internacionais

O S tudent Exchange Programme (SEP) é um Programa de Mobilidade promovido pela International Pharmaceutical Students’ Federation (IPSF), que permite aos estudantes de Ciências Farmacêuticas realizarem estágios extracurriculares, possibilitando o contacto com a profissão farmacêutica.

“Éramos 5 estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, sendo que 4 de nós contactámos com farmácia comunitária e outro com investigação. Dinamizaram diversas atividades de integração e acolhimento para nós, o que foi bastante positivo. Considero que foi, sem dúvida, uma experiência bastante enriquecedora, dadas as diferenças culturais entre os dois países. Recomendo a todos os estudantes a participação neste Programa!

No que diz respeito ao alojamento, o processo foi bastante fácil. Optámos por ficar na residência universitária da Faculdade de Medicina de Lódz, localizada na periferia da cidade, contudo, existiam diversos transportes e os acessos ao centro da cidade eram ótimos. Considerei o alojamento bastante em conta, sendo que paguei 40€ por um quarto duplo partilhado. As condições da residência eram as essenciais, não sendo necessário levar roupa de cama, toalhas, etc. No entanto, era necessário ter utensílios de cozinha próprios.

A língua utilizada foi sempre o inglês e, sobretudo nas cidades mais turísticas, a população comunicava bem connosco. Contudo, na cidade de Lódz, o inglês não era muito utilizado e, por vezes, tínhamos de recorrer ao tradutor e a gestos.

Relativamente à alimentação, cozinhamos na residência algumas refeições, existindo uma vasta gama de supermercados com custo semelhante a Portugal, entre os quais, o Lidl e o Biedronka.

STUDENT EXCHANGE PROGRAMME (SEP)

No entanto, os restaurantes eram bastante acessíveis e, portanto, comemos maioritariamente fora. A Polónia tem vários pratos típicos, muito distintos dos nossos, pelo que aconselho a ida a restaurantes tradicionais pois é uma experiência gastronómica interessante e única. A bebida mais popular era sem dúvida a cerveja e existiam diversos bares com música ao vivo, karaoke, etc.

Gostei imenso do estágio, apesar da curta duração deste. Foram 2 semanas (3/4h diárias), mas foi possível identificar as principais semelhanças e diferenças na área da farmácia comunitária, relativamente a Portugal. Considerei as farmácias polacas, na grande maioria, maiores e com um horário mais alargado (24h), existindo também diferenças ao nível da própria arrumação dos medicamentos. Outro ponto positivo foi o facto da farmácia onde estagiei fazer manipulados, contactando também com essa área. No entanto, poucos colaboradores da farmácia falavam inglês pelo que, por vezes, a comunicação foi difícil. De igual modo, não fizemos atendimento dada a barreira linguística."

Testemunho de Nádia Almeida
43

TWINNET

O Twinnet consiste num Programa de Mobilidade com génese na European Pharmaceutical Students’ Association (EPSA), com o objetivo de fomentar o conhecimento e a troca de experiências interculturais. Neste projeto, dois a quatro grupos de estudantes de diferentes países realizam o intercâmbio, visitando o país de cada grupo. Cada grupo é responsável por organizar um evento com programa educacional e social.

“O Twinnet foi uma experiência incrível, pois não só me deu a oportunidade de conhecer outra cultura como de poder apresentar a minha cultura. A cidade que nos acolheu foi Angers, localizada no noroeste de França. Foram 6 dias de aventuras nos quais tivemos a oportunidade de conhecer Angers, Samour, Rennes e Nantes.

Angers é uma cidade histórica, assim como Coimbra (mas mais plana). Foi-nos apresentada a história da cidade e os passeios pelo castelo e pelas ruas são das melhores memórias que guardo.

Desde provas de vinhos, karaoke , refeições com muita “fofoca”, pouco sono e muitas gargalhadas, a saudade das pessoas que conheci e os sítios que vi é o que mais vai ficar. Foi uma experiência muito enriquecedora, pois para além de conhecer um novo país e uma cultura diferente, tive a oportunidade de conhecer pessoas incríveis quer francesas quer portuguesas que tornaram esta experiência ainda mais memorável.

Um ponto importante foram as visitas à Faculdade de Farmácia de Angers, onde nos foi apresentado o Plano de Estudos, que difere bastante do Plano de Estudos Farmacêuticos em Portugal. Em França, tem uma duração de 6 anos, sendo que no 4º ano os alunos devem escolher uma área de especialização (farmácia comunitária, hospitalar, indústria, investigação,etc.). Já em Portugal, que tem uma duração de 5 anos, os alunos não têm que optar por uma área de especialização, estando assim aptos a exercer qualquer área do campo farmacêutico.

No que toca ao lazer, foi interessante identificar as diferenças em questões de tradições académicas, gastronomia e lifestyle , sendo um desafio para nós adaptarmo-nos às diferenças culturais, contudo foi um desafio muito bem cumprido e que tornou toda esta aventura mais memorável.

Por fim, recomendo imenso esta experiência, foi um prazer conhecer as pessoas a que agora posso chamar de amigos e foi mágico poder conhecer esta linda cidade de França, que nos acolheu de braços abertos desde o primeiro dia. P.S. Comprem macarons ”

Testemunho de Jéssica Mendes

44

CAPAS NEGRAS DE MEMÓRIAS

fitas que contam histórias

“Findados estes três maravilhosos anos de Licenciatura, recordo tudo o que vivi com grande emoção e agora melhor compreendo a tão famosa saudade e nostalgia de Coimbra…

Olho em retrospetiva e reconheço que, apesar de intensos, foram três anos repletos de momentos, situações e histórias que, com certeza, levo para a vida e guardo com muito carinho!

Beatriz Neves, 3º ano LFB

Devo confessar que fui muito feliz nesta Casa! Farmácia Biomédica não era a minha primeira opção mas, por escolha, arrisquei e fiquei no curso. Hoje fico feliz pela decisão que tomei pois foi, e continua a ser, uma porta aberta para um futuro promissor, repleto de oportunidades. Coimbra guarda memórias e segredos de todos os estudantes que por ela passam, guarda felicidades e alegrias, guarda angústias e receios… Mas como se diz por aí “Coimbra tem mais encanto na hora da despedida” e, num ápice, chegou a minha…

Ainda não é a última etapa do percurso, mas a primeira está concluída. Foi uma etapa com altos e baixos, cheia de desafios e aventuras, lágrimas mas também muitos sorrisos, mas estou certa de que foi uma fase fulcral em todos os aspetos para o meu desenvolvimento pessoal e profissional. Que Coimbra seja sempre a mais bela Cidade dos Estudantes!”

“Penso que a melhor frase que pode definir ser Finalista de Coimbra é “Uma vez Coimbra, para sempre saudade”. A verdade é que estes 3 anos ainda não acabaram e parece que a saudade já se começa a sentir. Ser estudante de Coimbra é, e será sempre, um privilégio enorme. Esta cidade, sem darmos conta, torna-se casa. Vivemos momentos inesquecíveis, desde o batismo, ao traçar da capa e acabando no cortejo. Para mim, o momento mais emocionante foi o traçar da capa à minha afilhada durante a Serenata, acho que não há momento mais mágico do que este. Passados 3 anos, espero que a minha passagem por Coimbra não termine aqui, mas se terminar, ficam sempre as memórias e as pessoas, porque é disso que se faz Coimbra.”

Mariana Ferreira, 3º ano LCB 45

“Longos foram estes 5 anos mas tão curtos se fazem agora sentir, relembrando todas as vivências que o meu percurso na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra me trouxe. É realmente engraçado olhar para trás e ver a minha evolução desde caloiro, saído das matrículas com dúvidas das decisões tomadas, até ao finalista orgulhoso do que alcançou e ao qual foi proposto escrever este texto sobre o seu percurso académico e experiência na FFUC. O primeiro ano chegou então com toda uma nova dinâmica à qual não estamos de todo habituados, mas com imensas surpresas. Fruto do acaso, conheci aqueles que me alegra hoje de chamar amigos com quem criei memórias que sempre guardarei no coração com a certeza de que mais virão no futuro.

Rapidamente conheci a Phartuna, a maior das surpresas, a família que eu não sabia que precisava, o meu refúgio após um dia difícil. A Phartuna permitiu-me libertar o meu verdadeiro potencial, fez-me crescer como pessoa, pelas vivências e cargos que desempenhei e pelas capacidades e ferramentas que me deu para o mundo lá fora. É mais do que uma honra não só ver o que cresci dentro da Phartuna, como também acompanhar o crescimento dos mais velhos e mais novos de quem tanto me orgulho sempre que vejo o que alcançaram. À Phartuna e a todos os que nela fizeram parte da minha vida, estou eternamente grato, ansiando para sempre por mais um esquema com os estandartes, por mais uma sensação de nervosismo antes de entrar em palco, por mais um abraço depois de ganharmos um prémio, por mais um “PHARTUNA-TUNA-TUNA”.

Apesar da pandemia ter trocado os planos a todos, o nunca perder contacto com amigos, tuna e mesmo a capacidade de adaptação da faculdade ao permitir que tivéssemos aulas o mais dentro da normalidade possível, ajudou na sensação de isolamento e saudade. Retornada a normalidade, tornou-se então altura de viver tudo o que tínhamos perdido e aproveitá-lo ao máximo, sejam saídas à noite, simples cafés após as aulas ou mesmo viver as Queimas que nos haviam sido tiradas.

Algo que sempre procurei agarrar nestes últimos anos foram oportunidades que, felizmente, a FFUC está disposta a dar. Sejam estas realizar estágios a acompanhar projetos de professores, aliarmo-nos ao associativismo junto com o NEF/AAC (ao qual guardo especial carinho pelo pelouro da Formação), realizar estágios de verão tanto dentro como fora do país, e muitas outras das quais me sinto privilegiado de ter conseguido aproveitar nestes últimos anos.

O maior conselho que deixo? Experimentem tudo o que conseguirem, agarrem-se ao que mais vos agrada. É verdade que estamos na faculdade primeiramente para aprender, mas não implica que não possamos aproveitar para explorar todo um outro mundo que não apenas o dos estudos. Com uma boa gestão do tempo, inúmeras são as possibilidades do que podemos fazer, sem fracassar nas restantes. Com saudade do passado, olho agora para o futuro. O que me reserva? Não sei, mas sigo com a certeza de que todas as memórias e amizades que comigo levo me ajudarão a escolher o caminho certo, pois sempre o fizeram.

Aos padrinhos, afilhados, amigos, à Phartuna, à FFUC e a Todos os que partilharam comigo estes últimos 5 anos, um último Obrigado.”

Miguel Capinha, 5º ano MICF

Jornadas de Farmácia Comunitária

A GENDA FORMATIVA

20 de abril

Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa

Webinar Doenças Raras: Detenção e Referenciação

23 de abril

Regime Assíncrono

V Encontro Sociedade Portuguesa de Farmacêuticos dos Cuidados de Saúde “O que Levamos para Marte”

25 de maio

Monte Real

Reunião Anual do Colégio de Assuntos Regulamentares 2024

20 de junho

Lisboa

Webinar Boas Práticas Regulamentares: Comunicação, Atividades Subcontratadas, Auditorias e Inspeções, Business Continuity

16 de outubro

Regime Assíncrono

Grande Conferência ImunoONCO

20 de abril

Grande Hotel do Luso

Labsummit

16 a 18 de maio

60th Association of the European Self-Care Industry Annual Meeting

4 a 6 de junho

Bruxelas, Bélgica

82nd International Pharmaceutical Federation World Congress of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences

1 a 4 de setembro

Cidade do Cabo, África do Sul

Congresso Nacional de Farmacêuticos

21 a 23 de outubro

Centro de Congressos de Lisboa

Coimbra
PERCORRE O QR CODE
AS EDIÇÕES D’O PILÃO! APOIOS PATROCINADORES APOIOS PATROCINADORES /NEFAACOIMBRA GERAL@NEFAAC.PT @NEFAAC
E VEM CONHECER TODAS
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.