Jornal Diario do Povo | 14 de Outubro

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Foram 860 acidentes com vítimas nas duas BR's que cortam o estado

Rodovias da Morte no Piauí

O PERIGO INVISÍVEL NAS ESTRADAS FEDERAIS

O flanco aberto de Lula para 2026

As eleições municipais de 2024 trouxeram mais do que resultados locais; elas escancararam um cenário que pode ser decisivo para o futuro político do Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de seu inegável carisma e legado histórico, está longe de exercer a mesma influência de outrora. O afastamento das ruas e uma conexão cada vez mais enfraquecida com o eleitorado sinalizam que seu flanco está exposto para 2026, e isso é especialmente evidente nos resultados obtidos pelo Partido dos Trabalhadores no Piauí, um dos seus bastiões históricos.

O PT foi derrotado em 7 dos 10 maiores colégios eleitorais do estado, um dado que revela o enfraquecimento da legenda em uma região onde tradicionalmente encontrou forte apoio. Teresina, a capital piauiense, tornou-se um símbolo claro desse declínio. Todo o esforço do governador Rafael Fonteles e de seu candidato a prefeito, Fábio Novo, em usar

a imagem de Lula para conquistar o eleitorado, não foi suficiente para garantir a vitória nas urnas. A tentativa de transformar Lula em uma força motriz para a campanha mostrou-se insuficiente em uma cidade onde os eleitores se mostraram mais independentes do que se imaginava.

Antonio Carlos Magalhães Neto, vice-presidente do União Brasil, já destacou que o governo de Lula se afastou das ruas e, mesmo com a presença de partidos de centro na Esplanada, como PSD, MDB, PP e Republicanos, faz um governo de esquerda que, segundo ele, abre caminho para os adversários em 2026. A derrota do PT em importantes redutos eleitorais, como o Piauí, reforça essa percepção de que o presidente pode estar vulnerável. Se nem mesmo a força do governador Rafael Fonteles, um dos mais próximos aliados de Lula no Nordeste, foi capaz de capitalizar o carisma do ex-presidente em uma cidade estratégica como Teresina, o que esperar do resto do país?

O fenômeno se repete em outras partes do Brasil, e o próprio ACM Neto, que faz parte da ala do União

Brasil refratária ao governo, alerta que se os outros campos políticos se organizarem, as eleições de 2026 poderão ser altamente competitivas. O enfraquecimento da polarização, que era clara em 2022, começa a se desenhar, e as vitórias eleitorais não serão mais decididas exclusivamente pelo peso de Lula ou Bolsonaro. São Paulo, com o fenômeno de Pablo Marçal, é outro exemplo claro de como as figuras centrais do cenário político perdem o controle direto sobre seus eleitorados.

O PT e Lula enfrentam agora a dura realidade de que o tempo em que "padrinhos políticos" elegiam seus sucessores parece estar chegando ao fim. A vitória não está mais garantida pela associação a um nome forte, e o resultado das eleições municipais no Piauí evidencia isso de forma contundente. A simbologia que Fábio Novo e Rafael Fonteles tentaram utilizar ao se associar à imagem de Lula falhou em capturar o sentimento do eleitorado teresinense, que optou por um caminho diferente.

Essa derrota em uma das capitais mais importantes do Nordeste e a

perda de grandes colégios eleitorais no Piauí são sinais claros de que Lula precisará rever sua estratégia para 2026. Não basta mais o carisma e o legado de um líder histórico; será necessário um projeto político que reconquiste corações e mentes. A crescente independência dos eleitores e a incapacidade do PT de manter sua hegemonia, mesmo em regiões onde sempre foi dominante, expõem o flanco aberto de Lula para a próxima eleição presidencial.

A polarização, que ainda existe, pode não ser mais o único fator determinante, e a organização de forças opositoras pode significar uma eleição muito mais disputada do que a de 2022. Para Lula, o desafio será reconectar-se com a base popular que o alçou ao poder, apresentar resultados concretos em um governo que ainda enfrenta dificuldades econômicas e, acima de tudo, demonstrar que pode oferecer ao Brasil um futuro que vá além de seu passado glorioso. O flanco está exposto, e seus adversários já estão se movendo para ocupar o espaço deixado.

ARTIGO

UM BRASIL DEMOCRÁTICO E NÃO DE ESQUERDA

Ives Gandra da Silva Martins

As eleições municipais de 6 de outubro, com esmagadora vitória da democracia e dos postulantes do centro-direita e um fracasso da esquerda, principalmente da radical, merecem algumas considerações.

A primeira delas diz respeito ao Presidente Lula. Em seus dois mandatos anteriores, foi um presidente pragmático e não ideológico.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, talvez nosso melhor presidente depois da redemocratização, contou-me, certa vez, no meu escritório na presença de um comum amigo, George Legman, não me tendo pedido sigilo, que quando Lula liderava as pesquisas em 2002, atacando o sistema financeiro, o dólar chegou a 4 reais. Tanto o Ministro da Fazenda quanto o presidente do Banco Central sugeriram-lhe pedir um empréstimo ponte ao FMI para acalmar o mercado, que poderia até nem ser usado, pois os fundamentos

da economia eram bons. Fernando Henrique, com seu prestígio, obteve o empréstimo com a garantia de que quem fosse eleito cumpriria o acordado. Ao chamar o candidato Lula, disse-l he que se obtivesse o empréstimo acalmaria o mercado e ele receberia o país economicamente estabilizado, caso contrário não haveria como segurar o pânico cambial. Teria Lula, pois, que mudar o discurso.

Lula não só mudou o discurso, como um de seus primeiros atos como presidente foi indicar Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco de Boston nos Estados Unidos, que foi quem mais entendia de economia em seu governo e deu-lhe estabilidade. De rigor, foi o verdadeiro Ministro da Economia de Lula.

O homem pragmático dos dois primeiros mandatos, tornou-se um ideológico do terceiro, dizendo que tinha orgulho de ser comunista e que colocou um comunista no STF. Hospedou as teses fracassadas em todo o mundo albergadas no “Foro de São Paulo” promovido pelo PT. A isto acrescentou sua amizade com ditadores, não condenando a fraude do sangrento autocrata da Venezuela, sugerindo que a Ucrânia gostaria da guerra e não queria a paz com a Rússia, paz esta que seria entregar a Rússia parte de seu território, além

de sua amizade com os ditadores Putin e Xi Jiping da China e com a mais antiga ditadura da América, que é a de Cuba, sobre ainda apoiar o Irã , que provocou a chacina de 1.300 judeus através do grupo terrorista do Hamas e financiou os atentados do Hezbollah em Israel.

Por fim, afasta-se das nações democráticas ocidentais, para unir-se ao Sul Global sob o comando da ditadura chinesa.

O Brasil democrático reagiu contra esta linha totalitária, votando pela democracia equilibrada do centro-direita, em clara sinalização para uma vocação a favor da liberdade do povo e não da imposição governamental.

A segunda consideração foi a rejeição dos radicais de esquerda e de direita. O radicalismo perdeu espaço.

A terceira foi a não interferência da Justiça Eleitoral, como em 2022, em que veículos da mídia tradicional foram proibidos de veicular matérias a favor do ex-presidente, nas duas semanas que antecederam as eleições.

Os resultados desta eleição em que o partido do presidente obteve apenas 248 Municípios entre os 5.569 do Brasil, metade do que o partido do

ex-presidente, que obteve 510 e menos que o do Chefe da Casa Civil do Governo de Tarcísio em São Paulo, que obteve 838, devem merecer reflexão do presidente Lula. O próprio partido do Governador conquistou muito mais Municípios que o partido do presidente.

A meu ver, ou ele volta a ser o pragmático dos dois primeiros mandatos, governando para o país e não para o PT, ou creio que os futuros resultados eleitorais serão ainda piores que os atuais.

*Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região, professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da Universidade do Minho (Portugal), presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio -SP, ex-presidente da Academia Paulista de Letras (APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).

JORNAL DIÁRIO DO POVO

PT celebra crescimento eleitoral no Piauí, apesar de derrota em Teresina

FÁBIO SÉRVIO presidencia@jornaldiariodopovo.com.br

Após a derrota na disputa pela prefeitura de Teresina, o Partido dos Trabalhadores (PT) tenta ver no desempenho do deputado estadual Fábio Novo um "prêmio de consolação". Novo, candidato da coligação Juntos Por Teresina, obteve 198.794 votos no pleito de domingo (6), alcançando o melhor resultado da sigla em eleições municipais na capital, mesmo sem conseguir vencer.

O desempenho de Fábio Novo em 2024

foi uma evolução significativa em relação à eleição anterior, em 2020, quando ele conquistou 47.573 votos e terminou em quinto lugar. A comparação ressalta o avanço do partido na capital, embora a vitória tenha ficado com Silvio Mendes (União Brasil).

Além da performance de Novo, o PT também celebrou o aumento expressivo de sua bancada na Câmara Municipal de Teresina. O partido elegeu sete vereadores, com 77.322 votos para candidatos a vereador — um recorde em comparação a 2020, quando apenas três parlamentares petistas foram eleitos.

Estrutura robusta, mas insuficiente

A campanha de Fábio Novo contou com a maior estrutura já mobilizada pelo PT em eleições municipais na capital. A coligação que o apoiou reuniu 13 partidos, incluindo o MDB, e lançou mais de 300 candidatos a vereador, o que representou quase quatro vezes o número de candidaturas proporcionais da chapa de Silvio Mendes. No entanto, mesmo com essa força numérica, o resulta-

do não foi suficiente para garantir a vitória.

A estrutura ampla contrastou com campanhas anteriores, como a do ex-governador e atual Ministro Wellington Dias, em 2012, que foi descrita por líderes petistas como "franciscana" em comparação à "monumental" campanha de Novo.

Expansão no estado

Se em Teresina o partido ficou aquém da vitória, o PT celebrou um crescimento expressivo em todo o Piauí. O número de prefeituras conquistadas pela sigla saltou de 24 em 2020 para 50 em 2024. Além disso, os votos para prefeito passaram de 259.077 em 2020 para 682.638 em 2024, consolidando o PT como uma das principais forças políticas do estado.

O crescimento também se refletiu na eleição para vereadores, com o partido elegendo 554 parlamentares municipais, em comparação aos 308 eleitos em 2020. O total de votos para vereadores subiu de 247.553 para 448.767.

Desafios nos grandes colégios eleitorais

Apesar do crescimento estadual, o PT enfrentou dificuldades nos maiores colégios eleitorais do Piauí. Sob o comando do governador Rafael Fonteles, o partido perdeu em sete dos dez maiores municípios do estado, destacando desafios ainda a serem superados em regiões estratégicas.

Com a expressiva votação e a ampliação de sua base de apoio no interior, o PT se consolida como uma força política no Piauí, mas a derrota em Teresina serve como um alerta para futuras eleições. O partido demonstra capacidade de crescimento, mas precisará ajustar suas estratégias para converter o aumento de votos em vitórias nas principais cidades do estado.

A campanha de Fábio Novo em Teresina, apesar da derrota, trouxe um aprendizado para a legenda, que já se organiza para 2026, contando com o reforço das conquistas municipais no interior do estado.

Ciro Nogueira propõe punição para institutos que errarem previsões eleitorais

redacao@jornaldiariodopovo.com.br

Após a surpreendente vitória de Silvio Mendes (União Brasil) na eleição para a prefeitura de Teresina, o senador Ciro Nogueira (PP/PI) apresentou um projeto de lei que prevê sanções rigorosas para institutos de pesquisa eleitoral que divulgarem resultados com discrepâncias significativas em relação ao resultado das urnas. O Projeto de Lei nº 3916/2024, proposto por Ciro, tem como objetivo garantir maior precisão e responsabilidade nos levantamentos realizados nos sete dias anteriores ao pleito, estabelecendo punições para erros que ultrapassem a margem de erro estabelecida.

Contexto eleitoral em Teresina

A proposta surge após a eleição municipal em Teresina, na qual as pesquisas eleitorais indicavam, até a véspera da eleição, uma vitória do candidato Fábio Novo (PT). Contudo, nas urnas, houve uma inversão completa, e Silvio Mendes saiu vitorioso com 52,19% dos votos válidos, contrariando os números projetados pelos institutos. A situação levantou questionamentos sobre a confiabilidade das pesquisas de intenção de voto e despertou um debate sobre a influência que esses levantamentos podem exercer sobre os eleitores indecisos. Em seu projeto, Ciro Nogueira argumenta que erros dessa magnitude prejudicam o processo democrático ao induzirem o comportamento dos eleitores, que podem ser influenciados a adotar a estratégia do "voto útil", baseada em dados incorretos. "Eleitores indecisos, ou mesmo aqueles que já possuem uma preferência definida,

podem optar pela estratégia do voto útil [quando o eleitor vota num candidato apenas para evitar que seu concorrente vença] a partir de informações erradas", alerta o senador, apontando para o impacto negativo que levantamentos imprecisos podem ter sobre a decisão do eleitorado. Ele reforça que esses erros resultam em "um grave fenômeno de desinformação", capaz de distorcer a dinâmica eleitoral.

Detalhes do Projeto de Lei

O PL nº 3916/2024 propõe alterações na Lei nº 9.504/1997, que regulamenta o processo eleitoral no Brasil. A principal mudança é a inclusão de uma sanção de até cinco anos de proibição para que institutos que cometam erros fora da margem estabelecida possam registrar ou divulgar novas pesquisas eleitorais. A penalidade também se estenderia ao estatístico responsável pelo levantamento.

Segundo o texto do projeto, as pesquisas realizadas nas vésperas do pleito devem seguir critérios técnicos rigorosos. Caso os resultados divulgados se afastem significativamente do resultado oficial da eleição, o instituto responsável será punido, independentemente do registro formal dos dados metodológicos perante a Justiça Eleitoral. "A intenção é garantir que as pesquisas eleitorais, fundamentais para o processo democrático, sejam conduzidas com rigor e responsabilidade. Não podemos permitir que levantamentos irresponsáveis induzam o comportamento dos eleitores e coloquem em risco a credibilidade das eleições", explicou Nogueira.

Repercussão e debate sobre a credibilidade das pesquisas

A proposta já gerou debates sobre o papel das pesquisas eleitorais no processo democrático. Enquanto alguns defendem a necessidade de maior rigor e punição para institutos que errem de forma tão significativa, outros argumentam que as pesquisas refletem apenas uma fotografia do momento e que variações podem ocorrer nos dias que antecedem o pleito.

O projeto de Ciro Nogueira, entretanto, busca responsabilizar diretamente os institutos, criando um mecanismo que proteja a integridade das eleições e evite que levantamentos equivocados interfiram no resultado final. O senador também destacou que, em outras regiões, como Cuiabá, houve discrepâncias semelhantes entre as pesquisas e os resultados finais, evidenciando a necessidade de maior controle sobre os institutos que realizam esses levantamentos. Caminho legislativo

O projeto de lei segue agora para análise no Senado, onde passará pelas comissões de mérito antes de ser debatido no plenário. Caso aprovado, ele modificará a legislação eleitoral vigente e criará novas regras para a atuação dos institutos de pesquisa no Brasil.

Com essa proposta, Ciro Nogueira espera restaurar a confiança do público nas pesquisas eleitorais, um dos principais instrumentos de consulta e

análise durante o processo eleitoral. Para o senador, a legislação atual, que exige apenas o registro prévio das pesquisas, é insuficiente para garantir a precisão e a isonomia necessárias ao bom funcionamento da democracia.

O debate sobre a proposta promete ser acalorado, especialmente em um cenário onde a influência das pesquisas eleitorais sobre os eleitores se torna cada vez mais evidente.

Lula lidera intenções de voto para 2026, seguido por Marçal e Tarcísio

Pablo Marçal surpreende na Quaest e aparece com 18% de intenção de votos

redacao@jornaldiariodopovo.com.br

Uma pesquisa realizada pela Quaest entre os dias 25 e 29 de setembro aponta o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o líder nas intenções de voto para as eleições presidenciais de 2026, com 32% de apoio. A pesquisa, que entrevistou 2.000 eleitores, revela um cenário ainda incerto, com 18% de indecisos e o mesmo percentual declarando que votariam em branco ou nulo.

A sondagem destaca que Lula, mesmo enfrentando desafios políticos e econômicos durante seu atual mandato, continua sendo uma figura política forte e competitiva. A força histórica do PT e sua liderança natural parecem assegurar ao presidente um lugar de destaque no cenário político futuro, embora as eleições ainda estejam a três anos de distância.

político Guilherme Boulos (PSOL), o que foi posteriormente confirmado por perícia da Polícia Civil. A pesquisa foi realizada antes desse episódio, e especialistas acreditam que a repercussão negativa possa prejudicar sua campanha em futuras sondagens.

Tarcísio de Freitas tem 15% e se posiciona como nome da direita

Em terceiro lugar, com 15% das intenções de voto, está o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Visto como um potencial sucessor da direita no Brasil, especialmente após sua vitória em São Paulo, o maior estado do país, Tarcísio vem construindo uma base sólida, embora ainda não tenha superado Lula e Marçal nas

seus votos: 18% se declararam indecisos, e outros 18% afirmaram que votariam em branco, nulo ou que não votariam. Esses grupos podem ser decisivos para o resultado final, já que os cenários podem mudar conforme os pré-candidatos oficializam suas campanhas e adotam estratégias para conquistar esses eleitores. Perspectivas para 2026

Embora as eleições presidenciais de 2026 ainda estejam distantes, a pesquisa Quaest já desenha um cenário competitivo, com Lula liderando, mas com figuras emergentes como Pablo Marçal e Tarcísio de Freitas ganhando relevância. Especialistas apontam que os próximos anos serão decisivos

Pablo Marçal surpreende com 18%, mas enfrenta polêmica

Em segundo lugar, com 18% das intenções de voto, aparece o empresário e ex-candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal. Marçal tem se destacado como um nome de peso fora dos partidos tradicionais, mas sua posição pode ser ameaçada após uma recente polêmica. Ele foi acusado de divulgar um laudo falso contra o também

intenções de voto. Observadores políticos acreditam que, com o tempo, ele poderá consolidar sua candidatura, atraindo parte do eleitorado que hoje se declara indeciso ou que pretende votar em branco.

Indecisos e votos nulos podem decidir o cenário

A pesquisa destaca um número expressivo de eleitores que ainda não definiram

COLUNA DO POVO

VIAGEM À CHINA E A BALANÇA DESFAVORÁVEL

O governador Rafael Fonteles está na China, liderando uma missão empresarial com mais de 80 empreendedores piauienses. O objetivo? Ampliar as relações comerciais. O Piauí exportou mais de US$ 1 bilhão para a China em 2023, principalmente grãos. Em contrapartida, importou cerca de US$ 53 bilhões em maquinário, eletrônicos e manufaturados. A China vende 50 vezes mais para o Piauí do que compra. Bom negócio para quem? Fala-se em transferência de tecnologia e fortalecimento comercial, mas a balança comercial está claramente desequilibrada. Será que essa missão resultará em algo concreto ou é apenas mais uma excursão diplomática?

DA COLETA AO COMANDO

Ourinhos, cidade paulista de 106 mil habitantes, elegeu como prefeito Guilherme Gonçalves (Podemos), 33 anos, um ex-trabalhador rural e ex-catador de lixo. De coletor de resíduos a chefe do Executivo municipal, Gonçalves promete priorizar saúde e gestão de recursos públicos, especialmente nas áreas mais distantes do centro. Sua história é inspiradora, sem dúvida. Resta saber se a experiência nas ruas será suficiente para enfrentar os desafios do gabinete. A política brasileira carece de renovação, mas também de resultados concretos.

DERROTA ANUNCIADA

Fábio Novo (PT) fez a maior campanha da história do partido em Teresina, com estrutura e volume sem precedentes. Em 2020, obteve 47.573 votos, ficando em quinto lugar. Desta vez, apesar de todas as pesquisas indicarem vitória no primeiro turno, não conseguiu vencer Silvio Mendes. O PT elegeu sete vereadores—um feito histórico—mas isso não foi suficiente para alavancar Novo ao Executivo. Parece que campanhas grandiosas e pesquisas favoráveis não garantem vitória. Talvez seja hora de o PT repensar suas estratégias e reconectar-se com o eleitorado real.

PROMESSAS E ATRASOS

Poucos dias após a reeleição do prefeito Pablo Carvalho (PSD) em Sebastião Barros, funcionários da prefeitura denunciam atraso nos pagamentos. A previsão é que os salários sejam quitados apenas no final de outubro. A Secretaria de Educação justifica o atraso com a alegação de repasse insuficiente do governo federal. Enquanto isso, os servidores pagam o preço. Começa mal o novo mandato, mostrando que as promessas de campanha se evaporam diante da realidade fiscal. Mais do mesmo na gestão pública brasileira.

RODOVIAS DA MORTE NO PIAUÍ

O Piauí consegue a proeza de emplacar duas rodovias federais entre as dez mais violentas do Nordeste. A BR-343, cortando o norte do estado, ocupa a oitava posição com impressionantes 595 acidentes registrados. Já a BR-316, ligando os municípios do sul, não fica muito atrás, em décimo lugar, com 416 acidentes.

para a consolidação dessas candidaturas, e o comportamento dos eleitores indecisos será fundamental na definição do pleito. Com uma margem de erro de dois pontos percentuais e um nível de confiança de 95%, os números apresentados oferecem uma estimativa confiável do cenário eleitoral antecipado. Entretanto, com o avanço das campanhas e novos fatores políticos em jogo, o panorama pode sofrer mudanças significativas até a eleição.

Segundo a PRF, em 2023, o Nordeste somou 14.609 acidentes nas rodovias federais, com espantosos 84% resultando em vítimas. No Piauí, foram 503 acidentes com vítimas na BR-343 e 357 na BR-316.

Rodovias da morte no Piauí

FÁBIO

No calor escaldante do Piauí, onde o horizonte seco parece interminável, a BR-343 corta o estado como uma cicatriz. O asfalto quente não só reflete o sol abrasador, mas também as tristes estatísticas que fazem dessa estrada uma das mais perigosas do Nordeste. Em 2023, foram registrados 595 acidentes nesta rodovia, colocando-a na oitava posição entre as mais violentas da região. Mais ao sul, a BR-316, que liga cidades do interior, também entra nesse trágico ranking, com 416 acidentes — uma verdadeira roleta russa em que os motoristas jogam suas vidas a cada ultrapassagem.

Dirigir nas rodovias federais do Piauí, ao que parece, tornou-se uma espécie de esporte radical. Aqui, não é o cenário árido ou a beleza natural que chamam atenção. São as ultrapassagens indevidas, as motos cortando o vento sem capacete, e os motoristas que desafiam as estatísticas, jogando contra a própria sorte. Não é difícil perceber por que tantas famílias terminam suas viagens na beira da estrada, sob o olhar triste de testemunhas impotentes. Um teatro de horrores

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em 2023, o Nordeste somou 14.609 acidentes nas rodovias federais. O dado mais estarrecedor? 84% desses acidentes resultaram em vítimas. E no Piauí, o enredo trágico se repetiu: na BR-343, foram 503 acidentes com vítimas; na BR-316, outros 357. Entre Teresina e Piracuruca, no trecho mais mortífero da BR-343, 18 acidentes graves e quatro mortes foram registrados em apenas 15 dias de agosto de 2024. A cada quilômetro, parece que a estrada sussurra mais um número à estatística da morte.

Mas será mesmo a estrada a grande vilã? Ou estamos diante de um cenário onde a

imprudência humana se une ao descaso público, criando uma combinação letal?

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) apontou que 28% das rodovias no Nordeste são classificadas como péssimas ou ruins. E a BR-343, com seus buracos traiçoeiros e curvas perigosas, certamente contribui para o drama. No entanto, a PRF alerta: não são só as condições da via que matam. Ultrapassagens em locais proibidos, motoristas sem habilitação e motociclistas sem capacete fazem parte do espetáculo macabro que se desenrola diariamente.

O silêncio das autoridades e o custo da negligência

Uma solução longínqua?

Entre Teresina e Piracuruca, no trecho mais mortífero da BR343, 18 acidentes graves e quatro mortes foram registrados em apenas 15 dias de agosto de 2024. A cada quilômetro, parece que a estrada sussurra mais um número à estatística da morte.

O problema das "rodovias da morte" no Piauí não será resolvido apenas com asfalto novo. A questão é mais profunda e complexa. Precisamos, sim, de estradas bem conservadas, com boa sinalização e segurança. Mas de que adianta uma rodovia perfeita se os motoristas continuarem desrespeitando as leis, ultrapassando em curvas e ignorando os limites de velocidade?

A PRF já alertou que muitos desses acidentes poderiam ser evitados com um mínimo de atenção e respeito às normas de trânsito. Mas, ao que

parece, essas regras são encaradas como sugestões, e não obrigações. No Piauí, dirigir sem habilitação é quase corriqueiro, e as motos, muitas vezes pilotadas por adolescentes sem capacete, tornam-se armas mortais. A falta de fiscalização eficiente, por sua vez, só contribui para que esse ciclo de tragédias se perpetue.

O preço de viver à beira do abismo

Em 2024, no Piauí, dirigir é enfrentar a morte a cada curva, a cada ultrapassagem. E, enquanto nada muda, as famílias seguem arriscando suas vidas. Para quem cruza as rodovias BR-343 e BR-316, a paisagem pode parecer tranquila, mas o perigo está sempre à espreita, seja em um motorista apressado, uma ultrapassagem imprudente ou um buraco traiçoeiro. O futuro? Se algo não mudar, continuaremos liderando rankings que ninguém gostaria de encabeçar.

As rodovias da morte seguem sendo palco de tragédias evitáveis, enquanto o Piauí, com suas belezas naturais e seu povo acolhedor, se vê refém de uma mistura letal de imprudência e abandono. Para quem se arrisca a dirigir nessas estradas, o único conselho possível é simples, mas amargo: dirija com cuidado, porque aqui, a morte viaja sempre ao seu lado.

Em meio ao caos do trânsito, o que se vê é um silêncio ensurdecedor das autoridades. Enquanto as estatísticas se acumulam, o governo parece fechar os olhos para as rodovias que mais se assemelham a pistas de corrida descontrolada. A falta de manutenção das estradas reflete a ausência de uma política séria de prevenção de acidentes. A fiscalização, quando existe, é ineficaz, e as campanhas educativas são raras como água no sertão.

Na prática, dirigir em uma rodovia como a BR-343 é um exercício de sobrevivência.

Os motoristas enfrentam um campo minado de buracos e trechos mal sinalizados, além de serem obrigados a conviver com a imprudência dos colegas de estrada. Uma simples viagem de Teresina a Piracuruca, um percurso que deveria ser tranquilo, pode se transformar em uma corrida mortal, onde o destino final nem sempre é garantido.

A cada batida, a cada corpo jogado à margem da estrada, é possível sentir o peso do descaso. O Piauí, conhecido por sua hospitalidade e belezas naturais, agora estampa manchetes sangrentas sobre rodovias que ceifam vidas diariamente. Não bastasse a infraestrutura precária, a falta de responsabilidade de quem está ao volante agrava ainda mais a situação. Para muitos, dirigir aqui é apostar num futuro incerto.

Projeto de lei prevê até oito anos de prisão para quem portar arma sob efeito

de álcool ou drogas

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) apresentou o Projeto de Lei 706/2024, que prevê punições mais rigorosas para quem portar armas de fogo sob a influência de álcool ou substâncias psicoativas. A proposta, que começou a tramitar na Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado, altera o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826, de 2003), transformando essa conduta em crime inafiançável e aumentando as penas em casos específicos, como o porte não autorizado ou o uso de armas restritas.

Reclusão e penas mais severas

Atualmente, o Estatuto do Desarmamento já determina a perda automática do porte de arma quando o portador é flagrado embriagado ou sob efeito de drogas. No entanto, para a senadora, essa medida não é suficiente para coibir a gravidade da situação. O projeto de Soraya Thronicke estabelece penas mais rigorosas, variando de 3 a 8 anos de reclusão, além de multa, conforme o tipo de porte e o uso da arma:

De 3 a 5 anos de reclusão para o portador autorizado sob efeito de substância psicoativa, além da suspensão ou proibição do porte. De 4 a 6 anos de reclusão se o porte não for autorizado. Se o portador autorizado estiver com arma de uso restrito - 4 a 7 anos de reclusão. Entre 5 a 8 anos de reclusão se o porte de arma de uso restrito não for autorizado.

A parlamentar enfatizou que o uso de arma sob influência de substâncias que alteram o comportamento compromete a capacidade técnica e psicológica necessá-

ria para o manuseio seguro de uma arma de fogo, o que agrava o risco à segurança pública.

Inafiançabilidade e posicionamento do STF

A proposta também busca reverter um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) que afastou a inafiançabilidade dos crimes previstos no Estatuto do Desarmamento. A senadora defende que portar uma arma de fogo sob o efeito de álcool ou drogas representa uma ameaça à sociedade, justificando a necessidade de punições mais severas e inafiançáveis.

“Entendemos que o agente que porta arma de fogo (de uso permitido ou restrito) sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência pratica crime de gravidade acentuada, uma vez que, nessa condição, ele não está inteiramente capaz de agir de forma prudente e lícita”, justificou Soraya Thronicke.

Tramitação do projeto

O PL 706/2024 aguarda a designação de um relator na Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado. Após análise, o texto seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se aprovado, o projeto será enviado à Câmara dos Deputados para tramitação. A expectativa é que, com a sanção dessa proposta, o país tenha um mecanismo mais robusto para punir e prevenir o uso irresponsável de armas de fogo.

Ministério de Minas e Energia decidirá na terça-feira sobre retorno do horário de verão

O Ministério de Minas e Energia (MME) vai definir na próxima terça-feira (15) se o Brasil retomará o horário de verão ainda em 2024. O ministro Alexandre Silveira voltará ao trabalho na segunda-feira (14), após encurtar suas férias, para conduzir a reunião com a equipe técnica que analisará a situação energética do país. A decisão é urgente e deve ser tomada rapidamente para aproveitar a "janela ideal" de implementação em novembro, de acordo com o ministro.

“Se houver risco energético, não interessa outro assunto a não ser fazer o horário de verão”, afirmou Silveira nesta sexta-feira (11), durante o II Fórum Internacional Esfera em Roma, ressaltando a importância de uma decisão técnica para garantir a segurança energética no país.

Análise técnica e riscos energéticos

O principal critério para a possível adoção do horário de verão será a análise da segurança energética. Caso não haja risco imediato, o ministro pondera que a decisão será baseada em um cálculo de custo-benefício. “Se não houver risco energético, aí é um custo-benefício que terei a tranquilidade, a serenidade e a coragem de decidir a favor do Brasil”, explicou. Ele destacou que a política pública não deve ser vista apenas pelo prisma da economia de energia, mas deve considerar o impacto em outros setores da economia.

Silveira também lembrou que, historicamente, o horário de verão tem maior importância entre 15 de outubro e 15 de dezembro, quando a demanda energética atinge picos mais elevados.

Impacto da crise hídrica

Um dos fatores que pesará na decisão é a grave crise hídrica enfrentada pelo Brasil. De acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o país vive a pior estiagem dos últimos 73 anos. O ministro observou que, se não fossem as medidas preventivas tomadas ao longo do ano, como a redução da vazão de algumas usinas hidrelétricas, o Brasil já estaria enfrentando problemas energéticos severos. As previsões meteorológicas indicam que

as chuvas esperadas para os próximos meses podem ser insuficientes para compensar o déficit hídrico. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a recuperação dos níveis dos reservatórios, que estão em queda contínua, só deve ocorrer a partir de janeiro de 2025.

Horário de verão: uma decisão técnica, não política

Silveira ressaltou que o horário de verão não deve ser tratado como uma questão ideológica, citando que a medida é comum em países desenvolvidos e foi indevidamente extinta no Brasil em 2019 por motivos políticos. “É uma política pública que não deve ser tratada como uma questão ideológica e ela foi tratada pelo governo anterior assim, simplesmente extirpando-a”, afirmou.

O ministro também destacou que a decisão sobre o horário de verão será baseada em dados técnicos e em conversas com setores afetados, como o transporte aéreo, que precisará de tempo para se adaptar caso a medida seja adotada. Ele garantiu que, se implementado, o horário de verão não afetará o segundo turno das eleições em 27 de outubro, já que são necessários pelo menos 20 dias para os ajustes operacionais em setores estratégicos.

Projeções e desafios do ONS

Em sua última reunião, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), junto ao ONS, apresentou projeções de Energia Natural Afluente (ENA), mostrando que o nível de vazões no Sistema Interligado Nacional (SIN) entre outubro de 2024 e março de 2025 ficará abaixo da Média de Longo Termo (MLT). No cenário mais pessimista, o armazenamento de água no subsistema Sudeste/Centro-Oeste em março de 2025 poderia ficar 23,4 pontos percentuais abaixo dos níveis verificados em março de 2024. O principal desafio no curto prazo, segundo o ONS, é garantir o atendimento à demanda de ponta de carga, o horário de maior consumo de energia, geralmente entre 18h e 20h. A adoção do horário de verão poderia ajudar a aliviar esse pico de consumo, evitando sobrecargas no sistema elétrico.

Decisão final iminente

O ministro Alexandre Silveira destacou a responsabilidade e complexidade da decisão, que precisa ser equilibrada entre os potenciais benefícios e os impactos econômicos em diversos setores. "Se ele [o horário de verão] for imprescindível para assegurar energia para o Brasil e diminuir os custos que impactem menos negativamente, o farei", concluiu o ministro, reafirmando seu compromisso de tomar uma decisão técnica e fundamentada em diálogo com todas as partes envolvidas.

A expectativa é que o anúncio da decisão final seja feito na próxima semana, após a reunião técnica no MME, considerando os dados sobre a crise hídrica e as projeções de demanda energética para o final de 2024 e início de 2025.

Se não houver risco energético, aí é um custo-benefício que terei a tranquilidade, a serenidade e a coragem de decidir a favor do Brasil”, explicou.

SENADORA SORAYA THRONICKE, AUTORA DO PROJETO
MINISTRO ALEXANDRE SILVEIRA

Propostas de Lula para reforma tributária geram reações intensas no mercado financeiro

As recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a reforma tributária e política econômica do governo têm gerado grande impacto no mercado financeiro. Lula defendeu, em eventos recentes, a criação de um imposto mínimo para milionários e o aumento da isenção de imposto de renda para trabalhadores que ganham até R$ 5.000 por mês. Essas medidas, segundo o presidente, visam reduzir as desigualdades fiscais e equilibrar a carga tributária no país.

Lula criticou a atual política tributária ao afirmar que “salário não é renda”, sugerindo que aqueles que vivem de especulação ou herança deveriam pagar mais impostos. “Você não pode cobrar 27,5% de um trabalhador que ganha R$ 4.000 e deixar os caras que vivem de herança, que não pagam. Isso é apenas uma questão de justiça,” argumentou o presidente, reforçando seu compromisso com uma reforma que favoreça os trabalhadores de baixa e média renda.

"Você não pode cobrar 27,5% de um trabalhador que ganha R$ 4.000 e deixar os caras que vivem de herança, que não pagam. Isso é apenas uma questão de justiça.

caras que vivem de herança, que não pagam. Isso é apenas uma questão de justiça. O povo trabalhador, proporcionalmente, paga mais imposto do que o rico. O que nós queremos é inventar uma forma de isentar essas pessoas que ganham até R$ 5.000 e, no futuro, isentar mais, porque, na minha cabeça, a ideia é que salário não é renda. Renda é o cara que vive de especulação. Esse sim deveria pagar Imposto de Renda. Então o que eu quero é fazer sentido de justiça."

Impacto no mercado e reações imediatas

As propostas do presidente, no entanto, geraram forte reação no mercado financeiro, com os juros futuros disparando e o mercado precificando uma possível alta da taxa Selic para 13,5%. Esse movimento reflete o temor de que o governo adote uma política fiscal expansionista, o que pode aumentar o endividamento público.

isenções fiscais, sem detalhamento de contrapartidas para equilibrar o orçamento, agravaram a percepção de risco fiscal entre investidores.

Preocupações com a trajetória dos gastos públicos

Um dos pontos de maior atenção no mercado é a trajetória dos gastos públicos. Lula já havia aumentado os gastos governamentais no início de sua gestão, impulsionando a economia no curto prazo. No entanto, analistas alertam que o espaço para novos estímulos fiscais está se esgotando. Há temores de que o governo continue a aumentar as despesas públicas, especialmente em um contexto de preparação para a reeleição em 2026, o que pode comprometer ainda mais o cenário fiscal.

O economista Roberto Padovani, do Banco Votorantim, expressou preocupações sobre o crescimento da dívida pública. Segundo ele, o descompasso entre o crescimento econômico e as altas taxas de juros torna a dívida difícil de controlar. “A dívida pública está em trajetória de alta, e a falta de reformas estruturais aprofunda a incerteza,” alertou Padovani.

As declarações de Lula também levantaram questionamentos sobre o impacto nas variáveis macroeconômicas, como crescimento econômico, inflação e juros. Economistas acreditam que a contínua expansão da dívida pública, sem um plano claro de reformas fiscais, pode prejudicar o crescimento econômico no longo prazo. O risco de uma crise fiscal é uma preocupação crescente, caso o governo não consiga controlar os gastos e implementar reformas para sustentar a economia.

A falta de sinalizações claras do governo sobre como equilibrar as contas públicas aumentou a desconfiança do mercado. O temor é que, em busca de popularidade nas eleições de 2026, o governo continue a gastar de forma desenfreada, sem garantir a estabilidade fiscal necessária para evitar uma crise econômica mais profunda.

Desafios futuros

"Você não pode cobrar 27,5% de um trabalhador que ganha R$ 4.000 e deixar os

O dólar também apresentou valorização significativa, encerrando o dia com uma alta de 5%, atingindo seu maior nível em um mês. As declarações de Lula sobre

Sustentabilidade fiscal e variáveis macroeconômicas

Enquanto o governo busca aliviar a carga tributária sobre os trabalhadores de baixa renda, o mercado continua atento às consequências fiscais dessas medidas. A grande questão é se o governo conseguirá equilibrar suas promessas de campanha com a necessidade de manter o controle sobre a economia. A sustentabilidade das finanças públicas brasileiras dependerá da habilidade do governo em conciliar seus objetivos políticos com a responsabilidade fiscal, um equilíbrio que será determinante para o futuro econômico do país.

Alimentos e energia elétrica continuam a pressionar preços no Brasil

mento dos preços de produtos essenciais, como carne, café e frutas. Esses itens, fundamentais para a alimentação das famílias, ficaram mais caros em consequência das condições climáticas desfavoráveis e das dificuldades no transporte de mercadorias, especialmente nas áreas que dependem de rotas fluviais.

A inflação no Brasil voltou a ser um tema de preocupação em 2024, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro apontando uma alta significativa de 0,43%. Esse aumento é impulsionado principalmente pela alta nos preços de alimentos e nas tarifas de energia elétrica, fatores que têm pressionado o custo de vida das famílias brasileiras.

A seca e a pressão sobre os alimentos

Diversas regiões do Brasil enfrentaram seca severa em 2024, o que afetou diretamente a produção agrícola e resultou no au-

Desde 2020, a inflação de alimentos tem sido uma constante, resultado de crises que vão desde o aumento da demanda na pandemia, passando por problemas hídricos, até os efeitos de conflitos internacionais em 2022. Após uma breve desaceleração no início de 2024, os preços voltaram a subir, mantendo a inflação elevada. Especialistas destacam que a oferta agrícola segue vulnerável a variações climáticas, enquanto a demanda por alimentos permanece alta.

Energia elétrica: o impacto no custo de vida

Outro fator que está diretamente ligado à alta da inflação é o aumento nas tarifas de energia elétrica. Com a seca prejudicando os níveis dos reservatórios, foi necessário acionar as usinas termelétricas, que geram energia a um custo mais alto. Em setembro,

a tarifa de energia subiu 5%, e a conta de luz pesou no bolso dos consumidores, representando 50% da inflação registrada no mês.

A aplicação da bandeira tarifária vermelha, no patamar 2, indica que os custos energéticos devem continuar pressionando a inflação até o final do ano. Com os aumentos contínuos, tanto as famílias quanto as indústrias têm sentido o impacto, elevando o preço final de diversos produtos e serviços.

Perspectivas para o futuro

As projeções apontam que a inflação acumulada de 2024 pode atingir 4,5%, o teto da meta estabelecida pelo governo, que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5%. A expectativa é que, com o início do período chuvoso em 2025, a situação melhore, com a possibilidade de normalização dos níveis de água nos reservatórios e, consequentemente, uma redução nas tarifas de energia elétrica.

No entanto, a incerteza climática e a ex-

pectativa sobre o impacto das chuvas nas safras agrícolas permanecem. Caso as chuvas sejam suficientes para reverter os danos causados pela seca, o mercado de alimentos pode começar a se estabilizar, aliviando parte da pressão inflacionária. Porém, a inflação de demanda, impulsionada pelo aumento do consumo e pelo crescimento econômico, pode manter os preços elevados, mesmo com uma melhora nas condições climáticas.

Cenário de incertezas para 2025

O Brasil segue enfrentando desafios econômicos em 2024, com a inflação pressionada por uma combinação de fatores climáticos e estruturais. Embora as previsões para 2025 indiquem uma possível desaceleração da inflação, o cenário depende fortemente da regularidade das chuvas e da resposta da oferta agrícola. O consumo elevado, aliado ao impacto da energia elétrica, continua sendo um fator de risco para a estabilidade dos preços.

INFLAÇÃO
INFLAÇÃO

Começam as obras de reforma da Central de Artesanato

Governo do Estado apresenta o projeto de reforma da principal referência do artesanato piauiense

Fomento à cultura e economia local

O Governo do Piauí deu início às obras de reforma e revitalização da Central de Artesanato Mestre Dezinho, um dos principais pontos culturais de Teresina. Com um investimento de R$ 1.992.769,24, a intervenção busca garantir melhor infraestrutura, acessibilidade e segurança para artesãos, lojistas e visitantes que frequentam o local, famoso pela riqueza cultural e histórica.

Reforma estrutural e valorização do espaço

O projeto, que deve ser concluído em 240 dias, prevê uma série de melhorias na estrutura do prédio, tombado como patrimônio estadual e dedicado ao artesanato piauiense. As obras envolvem desde a preservação da arquitetura original até a modernização de áreas como o auditório, recepção e pátio interno.

Segundo o superintendente da Superintendência de Desenvolvimento do Artesanato do Piauí (Sudarpi), Ícaro Machado, o objetivo principal é revitalizar o espaço, respeitando as normas de acessibilidade e segurança. "As calçadas serão niveladas, as fachadas ganharão pintura nova e a iluminação será modernizada. Vamos cumprir todas as leis de acessibilidade e de combate a incêndios", explicou.

A reforma inclui ainda a instalação de revestimentos acústicos no auditório, melhorias no sistema de som e iluminação, e a criação de um novo espaço de recepção com mobiliário para informações e controle. No pátio, a pavimentação será refeita com pisos intertravados, facilitando a circulação de pessoas, inclusive com mobilidade reduzida. Banheiros novos estão sendo construídos, enquanto os já existentes passam por reformas para se adequar às normas de acessibilidade.

O início das obras marca uma nova fase para o artesanato e o turismo local. A Central de Artesanato Mestre Dezinho é um polo cultural importante, responsável por fomentar a produção e a comercialização de artesanato típico da região. Nomeada em homenagem ao famoso artesão santeiro Mestre Dezinho, o espaço é mantido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e gerido pela Sudarpi.

De acordo com Ícaro Machado, a revitalização do espaço permitirá o desenvolvimento de novos projetos voltados para a economia criativa, promovendo o turismo e incentivando a cultura local. "A partir dessa reforma, serão desenvolvidos novos projetos, com o intuito de movimentar a economia, o turismo e a cultura local", destacou.

Avanço das obras

Os primeiros trabalhos, que envolvem a construção de novos banheiros e a reforma dos já existentes, estão em fase avançada e devem ser concluídos em cerca de 20 dias. Além disso, a iluminação na entrada do prédio já está sendo substituída, e um novo depósito está sendo construído embaixo da escada principal. Franzé Araújo, mestre de obras responsável, garantiu que a equipe está empenhada em finalizar essas etapas rapidamente. "Estamos trabalhando intensamente para logo entregarmos essa etapa da reforma", afirmou.

Valorização do artesanato piauiense

A Central de Artesanato Mestre Dezinho é um importante ponto de encontro para turistas e moradores de Teresina, reunindo

IMAGEM 3D DO PROJETO DE REFORMA DA CENTRAL DO ARTESANATO

o melhor do artesanato local. Com a reforma, o governo estadual espera não apenas melhorar a estrutura física, mas também valorizar o trabalho dos artesãos que fazem parte desse espaço. A expectativa é que a revitalização atraia ainda mais visitantes, promovendo um novo ciclo de desenvolvimento para a cultura e a economia da região.

Com a conclusão das obras, a Central estará pronta para continuar seu papel como um centro de referência para a arte e a cultura do Piauí, oferecendo um ambiente mais acolhedor e acessível para todos.

"A partir dessa reforma, serão desenvolvidos novos projetos, com o intuito de movimentar a economia, o turismo e a cultura local", disse Ícaro Machado

CULTURA

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Jornal Diario do Povo | 14 de Outubro by Jornal Diário do Povo - Issuu