3 minute read

ATAQUES EM SÉRIE

Next Article
Fora dos padrões

Fora dos padrões

>> RN voltou a registrar nesta semana sequência de atentados semelhantes ao menos a outras quatro situações de ações criminosas coordenadas ocorridas no estado nos últimos oito anos

ORio Grande do Norte vem vivenciando no decorrer desta semana uma novela que já teve outros capítulos semelhantes em anos anteriores. O registro de sequências de ações criminosas envolvendo disparos de arma de fogo e incêndios contra veículos e prédios públicos e privados no estado voltou a se repetir nos últimos dias. A estimativa é de que situações desse tipo já aconteceram em, ao menos, outras quatro ocasiões nos últimos oito anos.

Advertisement

Os ataques em série no RN não são nenhuma novidade no histórico da segurança pública potiguar. Um levantamento dá conta de que entre 2015 e 2023 já são, pelo menos, cinco episódios diferentes de ações criminosas coordenadas ocorridas no território potiguar em determinados anos dentro desse espaço de tempo. A série de delitos orquestrados de maior proporção no território potiguar entre 2015 e 2023, atribuídos a facções e com veículos e prédios na mira, concentrou-se nos anos de 2015, 2016, 2017, 2018 e 2023.

O primeiro caso desse espaço de tempo foi registrado em março de 2015.

Na época, ocorreram rebeliões em unidades prisionais do estado e ataques a ônibus em Natal. A segun-

Série de crimes orquestrados no RN em 2017 se concentrou praticamente dentro de presídio estadual

Além das séries de ataques ocorridas no Rio Grande do Norte em 2015 e 2016 contra veículos e prédios públicos e privados, uma sequência de crimes direcionados em 2017 se concentrou praticamente no interior de uma unidade prisional do estado. O fato ficou conhecido nacionalmente como o “Massacre de Alcaçuz”.

As ações delituosas coordenadas ocorreram em janeiro de 2017, dentro dos muros da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, localizada na região da Grande Natal. O cenário de guerra envolveu uma rebelião nas dependências do estabelecimento carcerário e terminou como o massacre mais violento da história do sistema prisional potiguar. No total, 27 presos morreram, quase todos decapitados, após 14 horas de motim. Muitos dos mortos foram carbonizados. O motim envolveu membros de facções rivais: Sindicato do RN e Primeiro Comando da Capital (PCC). Três anos depois, 74 pessoas foram indiciadas por homicídio, entre outros crimes, como destruição do patrimônio público e associação criminosa. da série de ataques destes últimos oito anos no RN foi entre os meses de julho e agosto de 2016. Um mapeamento da imprensa local deu conta, na época, de 118 ataques criminosos em 42 cidades potiguares, ao longo de uma semana, entre o fim de julho e o começo de agosto.

Mas, paralelo à matança em Alcaçuz, fora do presídio também ocorria ações criminosas orquestradas como ataques a prédios públicos e veículos de transportes urbanos. Informações divulgadas na época deram conta de que foram registradas nos primeiros dias ao menos 28 ocorrências de ataques a ônibus, terminais urbanos, viaturas do governo, delegacias e outros prédios públicos na capital e em outras cinco cidades potiguares. A Cadeia Pública de Natal também registrou motim com colchões queimados.

Na ocasião, ônibus, carros, prédios da administração pública e bases policiais foram os alvos das ações criminosas, além da vegetação de um dos principais pontos turísticos do estado, o Morro do Careca, em Natal, e um dos acessos ao aeroporto internacional na região metropolitana da capital potiguar. Em meio ao reforço na segurança e intensificação do policiamento, cinco chefes da facção que estavam presos foram transferidos para presídios federais depois dos ataques, e mais de 100 pessoas foram presas.

Cerca de três meses de- pois, já em dezembro do mesmo ano, novos ataques ocorreram em Natal e em Parnamirim ao longo de uma noite. Com proporções bem menores, os ataques atingiram uma delegacia de polícia, um ônibus coletivo e um carro da polícia. A então instalação de bloqueadores de celular na Penitenciária Estadual de Parnamirim, na Grande Natal, foi apontada pelo Estado como motivo dos atentados.

Sequência de ataques em 2018 no RN teve ao menos 13 atentados em seis dias

Os períodos são diversos, mas o cenário de veículos e prédios crivados com marcas de balas e incendiados parece o mesmo. Pessoas detidas, galões de gasolina, armas e munições apreendidas, e polícias nas ruas. Esse cenário poderia parecer o registro de situações vivenciadas ou noticiadas no RN ao longo desta semana, mas também pode ser o de cenas registradas em anos anteriores.

Passadas as séries de ataques em 2015 e 2016, e o chamado “Massacre de Alcaçuz” em 2017, o Rio Grande do Norte voltou a registrar uma nova sequência de atentados em 2018. Um levantamento dá conta de pelo menos 13 atentados no estado nessa época dentro de um período de seis dias. Um mapeamento aponta que foram cerca de 13 ataques ao longo de seis dias, em cinco municípios potiguares, no mês de junho de 2018. coNt. pág. 5

Os alvos foram os mesmos dos anos anteriores: prédios públicos, ônibus e unidades policiais. Nessa vez, no entanto, até um policial militar foi assassinado.

Na época, duas ambulâncias do Corpo de Bombeiros foram incendiadas em Mossoró, no estacionamento da corporação; e frotas de ônibus em Natal foram retiradas de circulação após um coletivo ter sido incendiado na zona Oeste da cidade.

This article is from: