
3 minute read
maratona inusitada
from Jornal de Fato
diálogo e satisfazer a curiosidade das pessoas.
P – Virar personagem de reportagem não seria arriscado nesse sentido?
Advertisement
Muitas ideias ousadas aplicadas na televisão surgiram de conversas informais entre os profissionais das emissoras. “Correndo com o Hora 1”, quadro do telejornal exibido nas madrugadas da Globo, é um excelente exemplo disto. Roberto Kovalick brincava sobre ter como meta disputar a tradicional corrida de rua São Silvestre, realizada sempre no dia 31 de dezembro, em São Paulo, quando dois colegas de redação decidiram embarcar na ideia e elaborar um projeto de série para o programa. O âncora se surpreendeu, mas não resistiu e disse sim à proposta. “O ‘Hora 1’ é um jornal cujo público acorda cedo. Então, é importante ter iniciativas que aproximem esses telespectadores da gente e, ao mesmo tempo, os motivem a terem o que a gente chama de ‘um dia iluminado’”, analisa Kovalick, que garante que a aposta de identificação com o público não para aí. “Teremos mais coisas”, desconversa.
Depois de exibições diárias, durante seis dias, o “Correndo com o Hora 1” passa a ser semanal, sempre às quartas-feiras. A ideia é seguir mostrando a preparação do apresentador para a corrida, mas incluir também personagens que tenham a ver com o assunto. Desde profissionais ligados à saúde e ao bem-estar até pessoas que já atingiram o objetivo de mudar de vida a partir de uma reeducação alimentar e de uma rotina de atividades físicas. “Os passos são dados um de cada vez. E tem muita gente que já passou por isso ou está passando. Personagens maravilhosos que lutam contra um câncer ou outras doenças, idosos, enfim, não faltam exemplos que tiveram a vida modificada por abandonar o sedentarismo. A intenção é trazer boa informação para quem quiser seguir o mesmo caminho”, adianta Kovalick.
P – Como surgiu a ideia para o “Correndo com o Hora 1”?
R – Foi no dia 31 de dezembro do ano passado. Estávamos falando de propósitos para 2023 e aí surgiu assunto da São Silvestre. Eu falei, assim, meio sem pensar, que o meu propósito era participar. O Alessandro Jodar, apresentador de esportes do “Hora 1”, e a produtora Erica Hideshima, também do Esporte, vieram com este projeto. Eles levaram a sério e, no fim, acabei gostando muito. Acho que é uma excelente forma de incentivar as pes- soas a praticarem exercícios e a terem uma vida com mais qualidade.
P – Você era um jornalista mais low profile e avesso às redes sociais. Mas, agora, está cada vez mais presente nesse universo. O que mudou?
R – Não sei se fui eu que mudei ou se foi o mundo que mudou, porque hoje a tevê e a internet estão muito misturadas. Se você lembrar, o “Hora 1” foi o primeiro jornal de rede a usar as redes sociais para ter esse feedback dos telespectadores. A gente leva conteúdo que repercute nessas plataformas e os telespectadores se comunicam por elas com a gente, tem um círculo, tem um diálogo aí. Fora que as pessoas também têm muita curiosidade sobre a nossa vida pessoal. Como sou um jornalista, tento manter um limite. Não quero ficar na frente das notícias. Preciso mostrá-las, mas sem me interpor entre o telespectador e a informação. Abro um pouco a janela, mas não demais. Até mesmo para conseguir ter esse
R – Eu pensei muito a respeito disso, troquei ideias com minha família e o pessoal da equipe do “Hora 1”, para entender até que ponto isso é válido. E percebemos que isso tem um propósito, que é o de incentivar as pessoas. Eu sou, fisicamente, uma pessoa comum, como qualquer outra. Fazia exercício de vez em quando, tinha uma alimentação que não era muito ruim, mas também não era espetacular, então, coloquei um desafio para mim que as pessoas podem assumir junto.
P – Até pelo horário do programa, você segue uma rotina atípica. Isso atrapalha?
R – Vou dormir umas 15h30, é verdade, mas esse é um dos aspectos legais desse desafio. Todo mundo tem os seus obstáculos diários: pega um ônibus e enfrenta duas horas de distância até o trabalho ou gasta muitas horas nessa rotina profissional, sobrando pouco tempo para o resto. A rotina é um dos principais problemas que fazem das pessoas se manterem sedentárias. A minha pode ser diferente para muita gente, mas só isso. Há rotinas bem mais duras entre a maioria dos trabalhadores brasileiros.
P – Além da tevê, o portal “g1” também fará a cobertura do “Correndo com o Hora 1”. Como isso vai funcionar ao longo do ano?
R – Eu pretendo mandar muito material exclusivo para lá. Na televisão, as atualizações serão semanais. Já na internet, a meta é que sejam diárias ou praticamente diárias.