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OUTRAS PALAVRAS
from Jornal de Fato
JOSÉ NICODEMOS aris�ida603@hotmail.com
AGRIÃO, MEL E LIMÃO
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Tive necessidade de ir à rua, mandar cortar o cabelo. Era manhã ainda cedo, sol camarada, então desobrigado dessa missão, deixei-me ficar um bom tempo andando, passos lentos, ali pelas ruas do comércio.
O pensamento descomprometido, todo o meu ser dentro inteiramente vago. Quanta falta me faz na cidade daqui uma praça para o conforto do corpo e da alma!
O comércio comparado com o que era até há pouco tempo pareceria ter deixado de existir. Olhei o interior das lojas, grandes e pequenas, completamente vazio, se não fosse pela presença preguiçosa dos funcionários, ocupação nenhuma. Sim, fiquei triste, mas triste de não ter jeito, como no poema de Bandeira. Já disse triste de não ter jeito? Triste de não ter jeito.
E não quis ocupar o pensamento com a sensível decadência econômica da cidade, negócios e serviços – para quê, se nada, é lógico, posso fazer que venha a contribuir, o mínimo que seja, para a solução desse problema? Preferi então ocupar o pensamento com outras coisas, essas coisas banais da existência. E foi o que fiz, com algum esforço mental, é claro.
Foi quando um cheiro bom, e saudável, de plantas medicinais de repente me encheu as narinas, dilatando-as, e eu desde logo me decidi a tomar o rumo de onde ele vinha. Era de uma lojinha, dessas de uma porta só, um tanto estreita, diversas pessoas, gente simples do povo, a comprar os remédios contra seus achaques: folhas, raízes, lambedores de fabricação caseira.
Aí me lembrei de que, faz pouco, passei mal, muito mal, mesmo, dias seguidos, com uma obstrução das vias respiratórias, quase sem poder respirar. Estive por pensar que tinha chegado o fim da minha existência terrena. Mas, afinal, estou aqui, vivinho de corpo e alma, a escrever estas linhas. O doutor mandou-me largar o diabo do cigarro, de imediato. Larguei-o?
Confesso que ainda não. Esse ainda não, porque tenho, sinceramente, a intenção de fazê-lo. Mas ia falando da lojinha de remédios do mato, que é como as pessoas costumam dizer.
E aí me veio de logo à lembrança o remédio que minha mãe, que tinha problemas respiratórios, sempre usava, em suas crises: chá de agrião misturado com mel de abelha. Era na batata.

E como tenho medo de repetir-se aquele meu enorme sofrimento, quase sem poder respirar, o ar escasso e pesado, uma agonia medonha, cuidei logo de adquirir um bom estoque de agrião, com uma garrafinha de mel de jandaíra, sob a garantia de ser o próprio. Legítimo. O Seguro morreu de velho – não é assim que diz a máxima antiga? E estou usando o agrião.
Digo mais: com sensível melhora da respiração, apesar da teimosia do cigarro. Ia esquecendo: acrescento ao chá de agrião com mel, por conta própria, o suco de um limão. Por conta própria? Não disse bem; foi o que recomendou uma senhora, já bem entrada em anos, ao retirar-me da lojinha. Receita dos seus avós. Pois ganhei com meu passeio matinal.
JUROS PAPO EMBUSTE
A baixa dos juros nos empréstimos consignados, ora decretada pelo governo, vale apenas para os empréstimos novos, o que configura um ato de injustiça. Por que não a generalidade?
Por quê? Mais uma razão popular –nada se faz a sério neste país.
O que está pintando no governo sob Lula não é outra coisa senão a mantença da tradição governamental – o levar o povo no papo, e Lula, reconheço agora, leva jeito e carisma. Tudo à base dos governos sul-americanos. Enganei-me, presidente.
Linguagem
Sem dúvida, sente-se logo, por trás do mencionado decreto presidencial, o dedo miserável do sistema bancário. E segue-se o modelo de governo ditado pelas corporações do prestígio mais alto. Somos então vítimas do embuste político.
Custo a crer ou custa-me crer? Bem, ensina a gramática normativa, e ainda hoje, que só esta última construção é que é correta. Não será tanto assim. No português dos nossos dias, pode-se dizer que se contextualizou a primeira construção, à mercê da evolução da língua, determinada, naturalmente, pelas práticas sociais. Não impede então que use esse “custo a crer”, que também admite análise perfeitamente científica. Encontramo-la amiúde nos modernos escritores de grande estilo, e nem por isso podemos acoimá-los de incorreção gramatical. Os de mais alto nome na moderna literatura brasileira, um Josué Montello, por exemplo. De onde se segue que ambas as construções – custo a crer, custa-me crer – são positivamente vernáculas. Isso, no âmbito da linguagem literária. A segunda, é verdade, tem a preferência da linguagem da ciência e documentos oficiais. Uma preferência, e só isso. É preciso então fazer-se uma revisão na gramática normativa. É que a língua evolui. Sabe-se.
Nos vídeos publicados pelo sindicato, apareceriam carteiras em péssimo estado, ventiladores quebrados, paredes rachadas e com infiltração, além de matagal em muitas unidades. Algumas das unidades mostradas nos vídeos são a Creche do conjunto Geraldo Melo, escola Geraldo Leão, na comunidade Hipólito, e outras unidades da rede rural.
custos, a Liga Mossoroense vem firmando parcerias com empresas para ampliar o Programa Adote um Leito. Por meio de uma contribuição de R$ 1 mil por mês, a empresa adota um dos 65 leitos da LMECC e ajuda o hospital a acolher e tratar pacientes de todo o Oeste Potiguar.
O custeio mensal desses leitos, distribuídos por todo o Hospital, é um dos grandes desafios que a instituição enfrenta. Dentre as despesas, estão as refeições diárias para pacientes e seus acompanhantes, além de medicamentos e a aquisição e manutenção de equipamentos.
“O discurso do Mossoró Cidade Educação con-
Para minimizar esses
O Sindiserpum faz crítica ao projeto Mossoró Cidade Educação, anunciado pelo prefeito, no qual ele informa que prevê investimentos para a educação do município, como a compra de carteiras novas, ar-condicionado para as escolas, material e fardamento escolar, entre outros benefícios. De acordo com a Prefeitura, algumas unidades ainda não receberam todos os materiais, que estão sendo entregues aos poucos pela Secretaria de Educação.
“O custeio dos leitos é atualmente um dos grandes desafios para que a Liga Mossoroense continue atendendo, com a melhor qualidade possível, os pacientes do oeste potiguar. Nossos pacientes precisam de sua ajuda. Somente a união de muitas forças do bem é capaz de sustentar o nosso lar, com muito amor e carinho”, informa a instituição.
As caixas de chocolates podem ser entregues na reitoria da Ufersa até o próximo dia 3 de abril