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Heróis da resistência
gERALDO MAIA DO NASCIMENtO
Pesquisador
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Centenas de homens participaram do confronto ao bando de Lampião, naquele dia 13 de junho de 1927. Grande parte de origem humilde, o que, segundo alguns pesquisadores, não lhe conferiram o nome na lista dos heróis. Segue lista de grande parte dos resistentes, divididos por trincheiras.
tRINChEIRA DE RODOLPhO FERNANDES
Manoel Duarte, Honório Ferreira, Francisco Pinto, Antonio Pinto, Manoel Arão e seus filhos: Paulino e João, José Pereira Lima e seu filho Jorge Pereira Gomes, Júlio Maia, Francisco Fernandes de Queiroz, Enedino Inácio, João Domingos, José Rodolfo Fernandes, Amaro Silva, Abel Coelho, Adrião Duarte, Francisco Vidal, Francisco Calixto e seu irmão Raymundo, Herculano Barbosa, Geraldo Dunga, Joaquim Benedicto, Rochinha Freire, Antonio Caldas, Antonio Rolim, José Grosso e José Conrado.
Conforme o jornal Correio do Povo, ainda fizeram parte desta trincheira as seguintes pessoas: Luiz Amâncio, Tibúrcio Silveira, Florêncio Netto, Manoel Reis, Francisco Ferreira, Cicero Pereira, Evaristo Pereira, Manoel Tonel, Raymundo Calistrato, Pedro Raymundo, Euclides Aleixo, Sinhô Bento, Manoel Serra Negra, Júlio Souza, Sebastião Raymundo, João Pedro, Antônio Alves, Manoel Pereira, Jose Ribeiro, João Chá e Octavio Cavalcante.
Segundo Raul Fernandes, em A Marcha de Lampião, pág.129 e 130: “Várias pessoas desarmadas procuraram a residência do Prefeito, por segurança. Ficaram no sótão e na sala de jantar. Ajudavam selecionando munição e na limpeza das armas – José de Oliveira Costa (Costinha Fernandes) José Martins Fernandes, José Ribeiro Dantas, José Miguel de Oliveira Martins, Mirabeau de Carvalho Costa, Jofily Paiva de Carvalho, Joaquim Mafaldo de Oliveira, Raimundo Nonato da Silva, José de Paula (motorista do Prefeito) e o jovem Epifânio Dias Fernandes.”
IgREJA SÃO VICENtE DE PAULO
Nesta torre ficaram entrincheirados Manoel Alves de Souza, Léo Teófilo e Manoel Félix. Devido à posição de tiro, onde teriam que se expor, serviram mais como observadores. Um deles indicou a Manoel Duarte a presença do cangaceiro Colchete, que foi alvejado pelo exímio atirador.
EStAÇÃO FERROVIÁRIA
Vicente Sabóia Filho, Pedro Sílvio de Morais (3º Sargento da Polícia Militar do RN), Clóvis Marcelo de Araújo – soldado, Severino França – soldado, Lafaiete Tapioca – engenheiro da Estrada de Ferro, Raimundo Leão de Moura – comerciante, Lourenço Menandro da Cruz, José Cordeiro, Francisco Santiago de Freitas, João Delmiro, José Tenório, José Pereira, Inácio Bispo e Pacífico de Almeida, funcionários da Estrada de Ferro.
ALFREDO FERNANDES & CIA
(situada a Avenida Cunha da Mota, 27). Foram colocados cinco (5) homens no dormitório dos empregados que ficava no primeiro andar. Nos armazéns (que se estendiam até a Av. Cel. Gurgel, nº 475 e 487), sob o comando de Francisco Alves Cabral ficaram mais dez (10) homens.
tELÉgRAPhO NACIONAL
Mirabeau Mello - encarregado da estação telegráfica e os funcionários dos Correios e Telégraphos: Alcides Magalhães, Mário Villar de Melo, Moacir da Cunha Melo, Manoel Leandro Bezerra – Guarda do Telégrapho e Francisco P. De Souza – Mensageiro; os Tenentes da PM: Laurentino de Morais, Abdon Nunes de Carvalho e João Antunes; o soldado João Arcanjo de Oliveira, Dr. Gilberto Studart Gurgel – Advogado, Dr. Jose Furtado de Castro – Dentista, Padre Motta, Cônego Amâncio Ramalho e Padre Ulisses Maranhão; Júlio Ramalho – Técnico da Usina Força e Luz, Homero Couto – Motorista contratado pela Polícia, João Fernandes de Queiroz – comerciante, Cornélio Mendes, José Gomes, Antônio Araújo e o Professor Eliseu Viana.
tORRE DA MAtRIZ DE SANtA LUZIA
Antonio Brasil e mais 2 homens armados, alguns citam que eram policiais.
tRINChEIRAS DE tERtULIANO FERNANDES & CIA
A primeira, situada no sobrado, nº 160, no lado leste da Praça Felipe Guerra, com o intuito de proteger os dez armazéns da firma, ficou composta de João Manoel Filho, Antônio Juvenal, João Ferreira da Silva, Luiz Chico, José Manoel e Francisco Canuto. A segunda, no sobrado à Rua Cel. Gurgel com Frei Miguelinho, foi formada por Manoel Sabino Lima, Francisco Campos Nogueira, Sérgio Queiroz, Francisco Porto, Pedro Maia e Monte Belo. Pouco antes do assalto, chegaram uns comboieiros, armados de rifles e com dez balas cada um.
gYMNASIO DIOCESANO SANtA LUZIA gYNASIO DIOCESANO SANtA LUZIA
(situado à Praça Vigário Antônio Joaquim, hoje sede do Banco do Brasil). Aqui ficaram: José Alves de Oliveira, José Ibiapino, Manoel Moraes, Celso Alves, Nestor Leite e Pedro Nonato.
JORNAL O NORDEStE
(situado no prédio à Praça Vigário Antônio Joaquim). Lá ficaram: Amâncio Leite, João Damasceno, Manoel Luz e outros não identificados.
MESA DE RENDAS DO EStADO
(situada à Praça Vigário Antônio Joaquim). Ficaram de três (3) a quatro (4) militares (soldados).
CASA DE AFFONSO FREIRE
(situada à Rua Padre João Urbano, atual Dix-sept Rosado, próximo à Catedral de Santa Luzia). Reuniu em sua residência, além do irmão Leônidas Freire, o vizinho Pedro Ferreira Leite, Lauro Leite, Francisco Negócio da Silva e Abel Chagas Filho.
FRANCISCO MARCELINO & CIA
(no sobrado situado na Praça 6 de Janeiro, atual
Praça Rodolfo Fernandes). Tertuliano Ayres Dias, José Mathias da Costa, Severino de Aquino, Noberto de Souza Rêgo, Basílio Silva, Manoel Ferreira, Luiz Mendes de Freitas, Antônio Godeiro e Antônio Estevam de tal. litana). Ficaram quatro (4) civis armados.
gRUPO ESCOLAR ELISEU VIANA
(situado à Praça Miguel Faustino). Ficaram duas (2) pessoas.
M.F. DO MONtE & CIA
(situado à Praça dos Fernandes, atual Getúlio Vargas). No escritório e nos armazéns, durante a luta, estavam entre seis (6) oito (8) trabalhadores, dentre eles Joaquim Gregório da Silva.
tRINChEIRA DA BOCA DO ESgOtO DE ÁgUAS PLUVIAIS
Situada na esquina da Praça do Esgoto do Cano com a Rua Alfredo Fernandes. Foi uma defesa casual, comandada pelo soldado João Antônio de Oliveira, que tinha sob suas ordens os companheiros de farda: Leonel Pastel, David Sabino, José Abreu e Manoel Pedro. Praça do Esgoto do Cano, antiga denominação da Praça 6 de Janeiro, hoje Rodolfo Fernandes. Em “Ruas, Caminhos da Saudade”, diz R. Nonato: “Praça do Esgoto do Cano ganhava o nome mais bonito, que era Praça 6 de Janeiro, para lembrar a data da fundação da Sociedade Libertadora Mossoroense”.
gRANDE hOtEL
(situado à Praça da Independência, esquina com a Augusto Severo). Nele funcionava o Cine-Theatro Almeida Castro de Francisco Ricarte de Freitas. Ali ficaram Ismael Siqueira e um (1) soldado.
MERCADO PÚBLICO MUNICIPAL
(situado à Praça da Independência). Estavam oito (8) homens armados.
CADEIA PÚBLICA
(situada à Praça Antônio Gomes), atual Museu Histórico Lauro da Escóssia. Sob o comando do Sargento João Laurentino, estavam cinco (5) Soldados.
tORRE DA IgREJA DO CORAÇÃO DE JESUS
(onde situa-se ao lado, hoje, a Cúria Metropo-
tRINChEIRA DA BARRAgEM
(na ombreira da barragem do rio, ao lado da cidade). Ficaram quatro (4) a seis (6) homens devidamente armados e municiados, O soldado João Arcanjo dizia haver três (3) soldados sob o comando do Sargento Efraim.
USINA FORÇA E LUZ
Era propriedade da firma Tertuliano Fernandes & Cia. Ficaram duas (2) pessoas. Seu gerente, Mário Vilar, foi com o Tenente Laurentino à Cadeia Pública buscar dois rifles para os vigias que lá ficaram.
RESIDÊNCIA DE JÚLIO MAIA
(situada à Praça Bento Praxedes, 42). Ficaram dois (2) trabalhadores seus.
RESIDÊNCIA DE EZEQUIEL FERNANDES
(situada à Praça da Igreja de São Vicente, atual Francisco Ramalho, 85, foi uma defesa casual). Com sua esposa gravemente enferma, Ezequiel se preparava para deixar a cidade, quando iniciou o tiroteio. O chofer do caminhão, apavorado, partiu deixando-os, juntamente com Pedro Fernandes Ribeiro, Francisco Fernandes Sena, Raimundo Nonato Fernandes, Murilo Eufrásio da Costa e Chico Velho. Algumas trincheiras, organizadas na noite do dia 12 pelas firmas e formadas por trabalhadores e sócios com o intuito de defenderem os seus patrimônios, ficaram desfalcadas no dia seguinte durante a luta, como foram os casos da M.F. do Monte (a maioria retirou-se ficando quase desguarnecida); da Firma Colombo Ltdª, de Luiz Colombo Ferreira Pinto, cujos funcionários saíram para almoçar e não voltaram; a agência do Banco do Brasil e a residência do Gerente, Jayme Guedes.