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Governador Dix-Sept Rosado e nova tentativa de ataque a Apodi
Concomitante à prisão do coronel Antônio Gurgel, o bando se dividiu em duas facções para correr a região. Uma delas, chefiada por Massilon, foi a Apodi para nova tentativa de saque, mas dessa vez a história foi diferente.
O bando nem entrou na cidade. O tenente Juventino Cabral montou uma força para a defesa do lugar. Ao perceber os bandidos, policiais e paisanos dispararam uma violenta sequência de tiros. Massilon ficou em desatino e não teve como prosseguir a emboscada. Voltou desapontado com a incursão desastrosa.
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A segunda facção tinha duas colunas. A primeira com Jararaca e a segunda, mais atrasada, com Lampião. Ao todo, cerca de 40 homens, além dos reféns. Seguiam em direção ao povoado de São Sebastião.
Passaram em Riacho Preto, Taboleiro Grande, Ramadinha e Gangorrinha. No sítio Carnaubinha, chegaram à casa de Manoel Pregmácio, parada obrigatória para viajantes e comboios. Encontraram um carregamento pertencente a Manoel Alves de Medeiros, desafeto de Sabino. A carga foi queimada. Os bandidos dançaram e beberam aguardente ao redor do fogo.
Entraram em São Sebastião por volta de onze horas da noite, sem dificuldade. Na estação ferroviária, os funcionários se mantinham a postos conforme combinado com João Câmara poucas horas antes.
Aristides de Freitas ligou para o coronel Vicente Sabóia, superintendente da estrada de ferro em Mossoró, e avisou do ataque. Depois fugiu em um trole de ferro sob fogo dos bandidos.
Deficiente físico, Manoel Pereira não conseguiu escapar, mas foi poupado pelos cangaceiros. De acordo com Sérgio Dantas, Vicente Sabóia retornou o telefonema querendo mais detalhes. Um cangaceiro atendeu com ameaças: “Vocês vão ver o estrago que nós vamos fazer em Mossoró”, teria dito.
Embriagados, os homens não pouparam nem os casebres. Invadiram e depredaram tudo. Saquearam os comércios de José Ludgero Costa, João de Freitas Oliveira, Adauto Dias Fernandes e Eleutério Mendes. Puseram fogo em um automóvel e em um caminhão estacionados próximos à estrada de ferro.
A destruição só parou quando Massilon se juntou ao grupo. Reclamou com Jararaca e os dois se estranharam. Coube a Lampião acalmar os ânimos. Partiram em seguida, fazendo parada no sítio Cigana, de Francisco Chagas Lopes.
Virgulino mandou um grupo na frente para saber nas redondezas se tinha notícia de alguma volante. Depois seguiu para Passagem de Oiticica, onde iria acampar.