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Levante na antiga Marcelino Vieira
Até àquela altura, tudo estava dando certo para Lampião no Rio Grande do Norte, bem como discutido com o coronel Isaías Arruda. Mas, desde a fazenda Caiçara, ele tinha informações de um possível levante no povoado Vila de Vitória, hoje município de Marcelino Vieira. Aproximadamente 60 homens armados, tinha alertado o refém Antônio Dias de Aquino.
O coronel José Marcelino de Oliveira, líder local, organizou o piquete contando com voluntários. O tenente Napoleão de Carvalho Agra, representante da Polícia Militar do Estado, foi incumbido de organizar força armada para enfrentar os cangaceiros.
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Para percorrer os 18 km até a fazenda Aroeiras, de José Lopes, contaram com o empréstimo dos automóveis do boticário Álvaro Andrade, de Pau dos Ferros, e de Emiliano Arnaud e Antônio Caetano, de Alexandria.
Sabino comandava a tropa quando teve a impressão de ouvir barulho de motor à explosão. Levantou o braço em sinal de comando. O grupo parou atento. Numa curva do caminho, apontaram os veículos perfilados, entupidos de soldados.
A resistência também viu os cangaceiros, mas foi obrigada a parar os veículos em declive desfavorável. Sabino deu comando e a bateria de tiros começou. Soldados entrincheirados. As balas resvalavam na lataria dos automóveis fazia menos barulho que a algazarra dos bandidos.
Sem saída, o tenente ordenou o revide. O guia Antônio Dias de Aquino aproveitou o confronto para empreender fuga. Foi baleado, mas mesmo assim conseguiu escapar.
Mais experientes, os cangaceiros dominaram a batalha, praticamente cercando a tropa
Tenente Napoleão de Carvalho Agra, representante da PM/ RN organizou a resistência aos cangaceiros Coronel José Marcelino de Oliveira, chefe político de Vila Vitória, organizou a ofensiva
comandada por Agra. Sabino aproveitou-se do fumacê provocado pelas armas e mandou que cinco homens, sob comando de Moreno, forçassem um fogo por um dos flancos.
Inexperientes e com armas inferiores, os soldados se precipitavam. Os cangaceiros ouviram quando o corneteiro Francisco Sales gritou que a munição estava acabando, motivo para os bandidos ampliarem o fogo.
A chegada da tropa de Lampião encerrou o confronto. A ofensiva forçou o recuo do regimente comandado por Agra. Ferido, o soldado José Monteiro de Matos dava cobertura para seus colegas fugirem. Tinha dito em Vila que morreria, mas não recuava. Assim o fez. A resistência sumia na curva da estrada.
Fim do confronto, os cangaceiros encontraram morto o bandido Patrício de Souza, conhecido com Azulão. O cabra conhecido como Cordeiro também foi ferido com bastante gravidade. Pouco adiante, o soldado Monteiro agonizava.
Coqueiro lhe tomou o fuzil, atirou contra ele várias vezes e terminou a atrocidade desferindo diversas cutiladas de punhal no homem já morto.
Recolheram o que se aproveitava de armas e munição e atearam fogo nos automóveis. Enterraram Azulão em cova rasa.