28 AGRÍCOLA
Outubro 2017
10% da cana-de-açucar pauli Procedimento ocorre em áreas não mecanizáveis, diz estudo do Instituto de Economia Agrícola, da Secretaria da Agricultura BRÁS HENRIQUE, DE RIBEIRÃO PRETO (SP)
Estudo do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, com resultados de junho último, revela que, chegando ao final do Protocolo Agroambiental em dezembro próximo, 10% da área canavieira paulista segue com corte manual de cana nas áreas não mecanizáveis. O estudo também aponta que os municípios com essa característica não atingirão a meta de 100% estabelecida no Protocolo. Os dados não distinguem usinas
e fornecedores e representam o setor sucroenergético como um todo, além de não especificar se os mesmos são signatários do Protocolo Agroambiental, firmado em 2007. Levando-se em conta a Lei 11.241, de 2002, esses municípios ainda têm tempo suficiente para terminar o corte de cana manual e atingir tanto o prazo de 2021 para as áreas mecanizáveis quanto o ano de 2031 para as áreas não mecanizáveis. “Não se deve confundir a Lei 11.241 com o Protocolo Agroambiental”, alerta um dos pesquisadores do estudo, Carlos Eduardo Fredo. “Os que aderiram ao Protocolo e não o cumprirem, não receberão o certificado Etanol Verde, mas terão o prazo governamental para se adequarem”, acrescenta. Mais da metade dos municípios produtores apresentou percentual superior a 90% de cana colhida por máquinas e cerca de 100 apresentam percentual que variam de 0% a 80%, com indícios de que
têm dificuldades para mecanizarem a colheita, considerando-se a declividade do solo acima de 12% e/ ou áreas cultivadas inferiores a 150 hectares, que dificultam o trabalho das máquinas. Nas regiões que somam 50% da produção de cana-de-açúcar estadual (Barretos, Orlândia, Ribeirão Preto, Jaboticabal, São José do Rio Preto, Araraquara, Andradina, Catanduva e Presidente Prudente), os índices de redução no uso de queima oscilaram entre 84,4% em Ribeirão Preto e 99,5% em Andradina. O estudo também cita áreas especializadas em alambiques e destilarias. Em outro estudo, na safra 2007/08, o índice de mecanização era de 40,7% e o restante da área era colhida manualmente. O atual estudo segue o levantamento “Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do Estado de São Paulo, Ano Agrícola 2016/17, Novembro de 2016”, com o índice de mecanização atingindo 90%.