JornalCana 342 (Dezembro 2022/Janeiro 2023)

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Dezembro 2022/Janeiro 2023

Série 2

Número 342

www.axiagro.com.br

Um dos destaques do Brasil na COP 27, RenovaBio completa 5 anos sob risco de desidratação

Novas propostas ameaçam descaracterizar o programa


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CARTA AO LEITOR

índice

carta ao leitor

MERCADO A cana e seu potencial de ser a bola da vez na transição energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6

Andréia Vital - redacao@procana.com.br

Motores híbridos chegarão aos trens, afirma engenheiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8,9,10 e 11 Sustentabilidade da cana foi pauta da Bonsucro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 Cresce investimentos na produção de etanol E2G . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 Brasil mostrou na COP27 por que é o país das energias verdes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 Um dos destaques do Brasil na COP27, RenovaBio completa 5 anos sob risco de desidratação 18 e 19

ROADSHOW Veja por onde passou o Road Show da Transformação Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21, 22 e 23

INDUSTRIAL Após ganhos na cogeração Caeté expande utilização da Otimização em Tempo Real . . . . . . . . . . . . .24 Transformação digital na indústria traz retornos significativos à BP Bunge Bioenergia . . . . . . . . . . . .24 Exigências crescentes, estratégias flexíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25 Ingenio Magdalena integra inteligência artificial ao seu sistema de controle industrial . . . . . . . . . . .25 Usina Goiasa quer mais estabilidade na produção de etanol orgânico neutro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26 El Angel procede com a integração da inteligência artificial em seus sistemas de controle industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26 Viterra Bioenergia alcança índices históricos de recuperação da fábrica de açúcar e baixíssimo consumo de água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27 Alpina Orion apresenta a sua linha de clarificadores de caldo e cozedores de açúcar . . . . . . . . . . . . .28 Conheça o sistema de desmineralização de água por troca iônica da Filtrando . . . . . . . . . . . . . . . . . .29

AGRÍCOLA Como corrigir e nutris o seu solo para obter maior longevidade no canavial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30 Datariain Consulting AWS/Amazon e Axiagro querem revolucionar gerenciamento de OITs para computadores de bordo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31 Em busca de estabilidade, produtores de cana do Centro-Sul começam a apostar na irrigação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32 e 33 RB867515 continua sendo a variedade mais plantada no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 Produtos antiestresse asseguram produtividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35 Usina dribla adversidades e reporta ganho de 23 TCH com manejo biológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36

GENTE Dorival Finotti, sócio da Enersugar Bioenergia, morre aos 73 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 Pádua, da Unica, recebe homenagem pelos 45 anos dedicados ao setor bioenergético . . . . . . . . . . .38 “Dinossauro do setor” é homenageado em seminário da usina da nova era . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39 Alysson Paolinelli, indicado ao Nobel da Paz, é homenageado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40 Amaury Pekelman segue no comando da Biosul por mais um ano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40

MASTERCANA MasterCana Centro-Sul premia protagonistas do setor bioenergético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41, 42 e 43

"O Senhor ama aos que odeiam o mal; ele preserva as almas dos seus santos, ele os livra das mãos dos ímpios." Salmos 97:10

Futuro do RenovaBio será próspero ou programa irá “morrer na praia”? Novas diretrizes ameaçam descaracterizar a iniciativa, considerada essencial para o desenvolvimento do setor O RenovaBio completa cinco anos de existência no dia 26 de dezembro. Criada com status de maior programa de descarbonização da matriz de transportes do mundo, a iniciativa, que já tem 317 unidades participantes, poderá sofrer mudanças, que podem descaracterizar sua essência, voltada para o desenvolvimento do setor de etanol. “Na prática, por trás do valor de cada CBIO, temos uma tonelada de carbono sendo evitada e biocombustível sendo produzido com eficiência e altíssimo compromisso ambiental. É um case fantástico de sustentabilidade, pioneiro ao analisar o ciclo de vida dos biocombustíveis ‘do poço à roda’, defende o autor do Projeto de Lei que criou o programa, Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana−de−Açúcar e Bioenergia (Unica). A matéria de capa desta edição trata deste tema e das possíveis consequências da reestruturação do programa, sugerido pelo Governo Federal através Ministério das Minas e Energia (MME), e, inclusive, traz informações sobre a nova resolução que define metas compulsórias anuais de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE) para a comercialização de combustíveis para o decênio 2023−2032. Nesta edição, uma entrevista exclusiva feita por Delcy Mac Cruz traz as avaliações sobre etanol, renováveis e eletrificação do engenheiro eletricista Peter Ludwig Alouche. O profissional, que está atento à transição energética que agora chega aos veículos de transporte público, destaca que a tecnologia, que gera eletricidade também com etanol, entrará no radar das companhias. Além disso, o leitor fica por dentro da rota do Road Show da Transformação Digital, comandado pelo diretor da Procana, o jornalista Josias Messias. E, através de um tour jornalístico, conhece as principais iniciativas e os novos investimentos das usinas para conseguir mais eficiência e produtividade em suas operações. Falando sobre reconhecimento, a edição traz os vencedores do MasterCana Brasil, aqueles que mais se destacaram no setor bioenergético em 2022.Também mostra que lideranças do setor receberam homenagens por sua atuação em prol do crescimento do agronegócio, como Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana−de−Açúcar (Unica); José Paulo Stupiello, presidente da Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil (STAB) e Alysson Paolinelli, ex−ministro. É muito conteúdo interessante. * Aproveitamos para manifestar a gratidão por tê−los como nossos leitores ao longo deste ano, agradecer a confiança em nosso trabalho e desejar a todos um excelente Natal e um próspero Ano Novo. Que 2023 seja provedor de muitas notícias boas e interessantes sobre o setor bioenergético. Até a próxima edição!

ISSN 1807-0264

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MERCADO

A cana e seu potencial de ser a bola da vez na transição energética

“Decepar a cana; recolher a gara− pa da cana; roubar da cana a doçura do mel; se lambuzar de mel…” diz uma das estrofes da canção Cio da Terra, letra de Chico Buarque e composição de Milton Nascimento, sucesso da MPB, lançada em 1977 e pioneira na temática ambiental, que até então, es− tava distante do centro das atenções globais. Mesmo porque, em 1977, a população mundial estava na casa dos 4,2 bilhões de pessoas, e hoje passados pouco mais de 40 anos, o número de habitantes do planeta duplicou e já somos cerca de 8 bilhões. Com isso, temas como segurança alimentar e busca de fontes de energias renováveis, vem se impondo na pauta das nações que buscam alternativas pa− ra tornar o planeta mais sustentável. E assim como na canção, a cana pode ser Raíz dessa nova ordem de transição energética mundial. “Quando falamos de cana, na ver− dade, eu estou falando de um potencial de combinação de garantia energética e garantia de alimento que é muito úni− ca. A gente usa 1% do território brasi− leiro para plantar cana e a gente res− ponde por 19% da matriz energética”, destacou a vice−presidente de Estraté− gia, Meio Ambiente e Sustentabilidade da Raízen, Paula Kovarsky Rotta, du− rante participação no painel “Transição Energética – O que isso significa para o

Brasil?”,do Brazilian Industry Day, rea− lizado no dia 16 de novembro, durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27). O debate abordou o cenário atual e as perspectivas que apontam para o aproveitamento do potencial brasilei− ro de geração de energias renováveis e a vantagem competitiva rumo à eco− nomia verde. Também participaram deste painel Julio Meneghini, diretor científico e executivo do Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa – RGCI Fapesp/Shell; Bárbara Rubim; vice−presidente de geração distribuída da Associação Brasileira de Energia So− lar Fotovoltaica (ABSOLAR); e Fer− nanda Delgado de Jesus, diretora Exe− cutiva Corporativa do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). A moderação foi feita pelo gerente−executivo de Meio Ambiente e Sus− tentabilidade da Confe− deração Nacional da In− dústria (CNI), Davi Bomtempo. Para Paula Kovarsky, esse movimento global é um reconhecimento e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade, mas com muitos desafios. Segundo ela, é preciso ser capaz de monetizar o atri− buto renovável de maneira correta, de maneira justa,para criar um círculo vir− tuoso de investimento. Há um equilí− brio que precisa ser atingido, precisa ser encontrado, mas, de acordo com Paula “a Raízen encara isso como uma gran− de oportunidade”. Os números explicam por que o Brasil pode ser protagonista, em relação ao potencial energético. 48% da nossa matriz energética é proveniente de fontes renováveis – enquanto o percen− tual da matriz de países que integram a

Organização para a Cooperação e De− senvolvimento Econômico (OCDE) é de 11% e o global é 14% – e uma ma− triz elétrica predominantemente reno− vável, cerca de 84%, contra 27% da média mundial. Segundo Kovarsky, o que falta ao Brasil é permitir que o discurso sobre o uso de energia renovável vá para fora do país.“Acho que o que está faltando pa− ra gente é olhar para dentro, mas per− mitir também que esse discurso vá pa− ra fora, porque temos uma oportunida− de grande”, ressaltou. Para ela, existe a necessidade de ur− gência.“Qual é a solução do presente? É o etanol, no caso do Brasil. Em outros países, pode ser o desenvolvimento do etanol na Índia, como a gente está ven− do. Mas como isso avança no tempo? Pensando na nossa jornada, estamos ampliando cada vez a oferta de produtos reno− váveis dessa mesma cana, desse mesmo hectare”, afirma. Kovarsky descreve o etanol como o “futuro no presente” pois é possível usar o combustível para promover a descarboni− zação, pensando nele co− mo uma “fonte de car− bono renovável no futuro”.Um exem− plo disso seria o uso de carros híbridos, a eletrificação no Brasil pode acontecer de uma outra forma. “Se eu pegar o carro híbrido, que aumenta a eficiência do motor em 30− 40%, eu estou, de novo, pegando o mesmo etanol e multiplicando por 30%, aumentando em 30% o potencial de descarbonização dele porque eu estou usando um carro que é mais eficiente. Será que a jornada de eletrificação no Brasil não vai passar, por exemplo, por célula de combustível no futuro, que vai usar justamente o hidrogênio do etanol

ou o hidrogênio que a gente produz através da energia renovável que a gen− te tem?”, questiona. Para Bárbara Rubim,o Brasil já lidera a transição energética e agora precisa as− sumir o papel de protagonista perante o mundo.“Do ponto de vista da transição energética, o Brasil é líder e existe espa− ço para que tenha o papel de protagonis− ta. Temos que mostrar que conseguimos construir um setor renovável por meio de políticas públicas e que a indústria res− ponde às políticas públicas,e que,por sua vez, a economia responde a esse desen− volvimento”, avalia. Bárbara apontou ainda que o país precisa de políticas públicas transversais para agregar valores e mostrar isso a ou− tros países. Para ela é preciso iniciar programas de exportação de conheci− mento em gestão e desenvolvimento de renováveis. “O desenvolvimento de programas de cooperação que consigam trocar conhecimento, levar e aprender com outros países é essencial para o momento que vivemos hoje”, disse. Fernanda Delgado concordou, ressaltando que a indústria de óleo e gás realiza contribuições significativas no processo, proporcionando à indús− tria de renováveis fontes de financia− mento, expertise e tecnologia. Nesse contexto, a participação de nossa in− dústria na discussão se mostra essencial. Ela afirmou ainda que o país precisa construir uma narrativa. “Temos tudo para ser o grande pro− tagonista em transição energética e dei− xar esse legado para o mundo. É preciso uma narrativa única para fora do Brasil e uma articulação maior”, disse. Já para Júlio Meneghini, o país precisa explorar as diversas possibili− dades. “O Brasil tem potencial enor− me para descarbonizar as operações. Temos um conjunto de oportunida− des único no mundo e a questão é sa− bermos explorar todas essas possibili− dades”, argumentou.

Barbara Rubim

Fernanda Delgado

Julio Meneghini

Paula Kovarsky

Especialistas apontam que o que falta ao Brasil é permitir que o discurso sobre o uso de energia renovável vá para fora do país

Do ponto de vista da transição energética, o Brasil é líder e existe espaço para que tenha o papel de protagonista


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MERCADO

ETANOL VERSUS HÍBRIDOS

Motores híbridos chegarão aos trens, afirma engenheiro Tecnologia que gera eletricidade também com etanol entrará no radar das companhias

Os motores híbridos, que funcio− nam com dois motores: um movido a combustão e outro a eletricidade, avançam no mercado brasileiro. Nos dez primeiros meses de 2022, a frota de eletrificados leves (híbridos e elétricos plug−in − que podem ser carregados na tomada) chegou a 38,6 mil, destaca a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Segundo a entidade, o ano deverá fechar com 44 mil unidades eletrifi− cadas vendidas. Hoje, o mercado na− cional conta com 114 modelos pro− duzidos por 39 empresas. Os híbridos normalmente usam gasolina e diesel, mas tecnologias que empregam o etanol para gerar eletri− cidade estão em desenvolvimento por meio de parcerias entre empresas e a Academia. É o caso da Unicamp,onde é desen− volvida célula de combustível a etanol. “O veículo vai ao posto e carrega com etanol, que será transformado em hidrogênio e, por meio da célula, ge− rará eletricidade”, resume Hudson Zanin, pesquisador que coordena equipe da instituição no desenvolvi− mento da solução para veículos elétri− cos com geração embarcada de eletri− cidade a partir do etanol. Confira mais em entrevista de Zanin ao na edição de setembro de 2021. Diante do crescente mercado dos híbridos, como ficam, por exemplo, os veículos de transporte público como ônibus e trens e metropolita− nos (metrôs)? No caso dos ônibus, os motores híbridos já estão nas ruas e essa tec− nologia também entrará no radar das companhias de trens e de metropo− litanos. A avaliação é do engenheiro ele− tricista Peter Ludwig Alouche. Nasci− do no Egito e naturalizado brasileiro, durante 35 anos ele trabalhou na Companhia do Metrô, onde assumiu diversas responsabilidades na empresa, todas à técnica e tecnologia.

Hoje consultor,Alouche tem pro− priedade de sobra quando o assunto é metrô. Não é à toa que é definido co− mo “pai da matéria”. Atento à transição energética que também chega aos veículos de trans− porte público, Alouche destaca, nesta entrevista ao JornalCana, suas avalia− ções sobre etanol, renováveis e ele− trificação. Jor nalCana − Como se dará a ele− tr ificação (puros elétr icos ou híbr idos), nos transpor tes (de uso pessoal, mas também públicos − ônibus − bem como rodoviár ios) no Brasil? Peter Alouche − Face à poluição crescente do meio ambiente nas gran− des cidades, há uma preocupação mundial em desenvolver meios de transporte movidos à energia limpa. Enfrentamos essa situação com o de− senvolvimento de meios de transpor− te movidos a energia limpa. A mobilidade elétrica tem sido o caminho que muitos países têm ado− tado, incentivando o uso de veículos elétricos e desenvolvendo as infraes− truturas para a necessidade de recarga. No transporte público, o investi− mento em ônibus elétricos têm sido também uma tendência. Além de não emitirem poluentes atmosféricos, são mais silenciosos e eficientes. As autoridades públicas do Brasil têm evitado a adoção da tecnologia de ônibus elétricos com a desculpa de que é muito cara. De fato, um ônibus elétrico chega a custar o dobro de um similar a die− sel. Em compensação, a vida útil dos ônibus elétricos é de 15 anos, enquan− to dos ônibus a diesel, é de 10 anos. Ao final deste período, os ônibus elétricos revelam que o investimento compensa. Como financiar essa transição? Os principais financiadores de políticas de mobilidade urbana no mundo já anunciaram planos de redu− zir drasticamente os recursos disponí− veis para projetos que envolvam com− bustíveis fósseis, como o diesel.

O investimento para a compra dos veículos pode ser facilitado por vários fundos específicos voltados a financiar infraestrutura e tecnologias que aju− dem a combater o aquecimento glo− bal, como o Banco Mundial, o Ban− co Interamericano de Desenvolvi− mento – BID, e o BNDES, que estão entre os principais financiadores de políticas de mobilidade urbana limpa, no mundo e no Brasil. E isso inclui os ônibus elétricos. E no caso dos híbr idos? Outra tendência que está se de− senvolvendo no mundo é o uso de ônibus híbridos, capazes de emitir 90% menos poluentes que os tradicionais. Nesse tipo de coletivo a partida é dada por meio de diesel e depois é utilizado um motor elétrico para a sua locomoção. Esse modelo já é muito utilizado em diversos países e nos próximos anos deve ser barateado e popularizado aqui no Brasil. Os ônibus híbridos já deixaram de ser novidade em muitos países euro− peus. Na Noruega, por exemplo, cer− ca de 52% de todos os veículos novos vendidos no ano passado foram elé− tricos ou híbridos. Os países com mais veículos elé− tricos, segundo o Instituto Interna− cional de Energia (IEA), são a China com 648 mil e os Estados Unidos com 563 mil automóveis renováveis. Atualmente há três fabricantes de ônibus elétricos e híbridos no país: a

brasileira Eletra, a chinesa BYD, e a alemã Volvo. Todas afirmam que po− deriam ampliar sua produção – e as− sim gerar mais empregos e capacita− ção técnica – se a demanda por pe− didos aumentar. Como especialista em metrôs, co− mo o sr. avalia a possibilidade de hí− br idos também nesse modal e também nos trens?


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MERCADO trô um sistema de transporte urbano de passageiros “operado por conta própria e segregado do tráfego rodo− viário e de pedestres”. Assim, o Metrô é um dos meios de transporte mais prático e ecológico com um consumo 100% elétrico. Sua rede de suprimento de energia é to− talmente própria, como no Metrô de São Paulo. Nas grandes cidades o Metrô se constitui numa rede de linhas onde os trens circulam e podem ser intercam− biáveis de uma linha para outra. E os híbr idos? Pensar num tipo de trem híbrido só seria possível numa linha de metrô totalmente independente. Mas não teria vantagem nenhuma, nem em termos tecnológicos, nem de consumo de energia, nem de eficiên− cia. Traria dificuldade e custos adicio− nais em termos de manutenção. O Metrô de São Paulo andou es− tudando a possibilidade de uso de trens híbridos, numa linha de teste, sem resultados animadores. Talvez possa se pensar no futuro, numa linha de subúrbio (CPTM) com trem híbrido. O Metrô é um modo de trans− porte público de alta capacidade que atende áreas urbanas. É uma ferrovia elétrica que opera em uma via exclusiva, que não pode ser cruzada por pedestres ou outros veículos de qualquer espécie e que geralmente é separada em túneis ou em vias ferroviárias elevadas. A UITP (associação mundial de transporte público) considera o Me−

Como foi a projeção do Metrô? Desde a sua criação, o Metrô foi concebido, projetado e construído pa− ra ser o transporte de massa por exce− lência na Cidade de São Paulo. Foi projetado por uma equipe multidisci− plinar, de altíssimo nível, formada por técnicos de visão, corajosos e compe− tentes, que se preocupavam em en− frentar os grandes desafios da constru− ção das linhas, mas sempre mantinham

uma visão do futuro. Era liderada pelo Engenheiro Plínio Assmann. Me or− gulho de ter participado dessa Equipe. Como o Metrô se desenvolveu? Em termos urbanísticos, a Cidade crescia conduzida pelas linhas do Me− trô. O Metrô não era uma ilha isolada de excelência dentro da Cidade. Em termos técnicos, a engenharia nacional se desenvolvia levada pelo Metrô. As empresas de consultoria para o setor metroferroviário, inexistentes então, floresceram. Em termos tecno− lógicos, o Metrô apostava na inovação. A indústria de material rodante, embrionária na época, se expandiu a ponto de começar a exportar trens e materiais para outros países. Tudo o que se fazia no Metrô tinha um signi− ficado importante e visível para o de− senvolvimento de São Paulo e do País. Havia na Companhia entre todos os metroviários, um entusiasmo ímpar, um dinamismo frenético, um orgulho de trabalhar no metrô. Os metroviá− rios comemoravam qualquer etapa vencida e se reuniam em debates ca− lorosos quando alguma falha aconte− cia. Tudo era decidido com rapidez e as decisões fluíam, muitas vezes, de baixo para cima. Havia uma confian− ça e abertura total entre os técnicos, independentemente de sua hierarquia e de sua função. Todos vestiam a “ca− misa” do Metrô. Como vê hoje a situação do Me− trô de São Paulo? Infelizmente, com muita preocu− pação. O primeiro fator que me cau− sa apreensão é o processo acelerado de concessão das linhas de Metrô, dentro da política de privatização do Gover− no que inclui também as linhas da CPTM e do Trem Intercidades. Face a este Processo acelerado de concessão das Linhas de Metrô, noto uma falta de iniciativa firme por par− te da Companhia do Metrô, para ga− rantir a si própria a continuidade do planejamento e controle da expansão da Rede Metroviária. No meu enten− der, só o Metrô estatal pode ditar a tecnologia e as especificações técnicas das linhas futuras, como também mo− nitorar e controlar a qualidade de ser− viço das atuais linhas em concessão. Qual é sua outra preocupação? O segundo fator que me angustia, é o fato da Companhia do Metrô ter perdido o controle do planejamento da sua expansão e a escolha de novas tecnologias. Não há mais esses grandes debates com o setor metroferroviário e com a população, internas e externas à Companhia, para a escolha de alter− nativas. Já há alguns anos, o Governo do Estado impõe a escolha de novas

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linhas e até as novas tecnologias a se− rem adotadas. Os monotrilhos das linhas 15 e 17, são um exemplo dessa falta de inde− pendência do Metrô. Os metroviários não tiveram oportunidade de analisar com profundidade os prós e os con− tras da tecnologia dos monotrilhos. Foi praticamente uma decisão po− lítica que o setor metroferroviário te− ve que aceitar. A consequência disso foi que a li− nha 15 só começou a operar com muito atraso e operou graças à com− petência e esforço dos técnicos do Metrô e graças à atitude construtiva da fornecedora. Mesmo assim, no meu entender, com baixa confiabilidade quando com− parada com as outras linhas do Metrô. O que virá na sequência? Talvez pelo amor que nutro pelo Metrô, quero confessar que meu sen− timento hoje é de muita preocupação pelo futuro do nosso Metrô. Sinto que a Empresa não tem mais a solidez dos tempos passados. Não sei se foram as concessões das li− nhas, no meu entendimento, mal planejadas, ou se foram as decisões gerenciais nos últimos anos que esti− veram muito mais na mão da Secre− taria dos Transportes Metropolitanos do que na mão da Diretoria do Me− trô e dos metroviários, o fato é que sinto hoje que a Companhia do Me− trô transfigurou−se perdendo infe− lizmente muito de sua presença e brilho na Cidade. Apesar de seu serviço ao usuário continuar a ser um dos mais eficientes do mundo, me dá a impressão que o Metrô, que eu vi nascer, perdeu um pouco de sua alma A Europa decretou o fim da ven− da de motores a combustão em 2035. Qual sua avaliação? De fato, os Estados membros da União Europeia entraram em acordo, em outubro passado, sobre uma legis− lação europeia que prevê, no hori− zonte de 2035, o fim da venda de veí− culos novos, com motor térmico. A Presidenta de Comissão euro− peia, Ursula von der Leyen declarou que esta é uma etapa chave para as ambições climáticas da EU. A indús− tria automobilística europeia disse es− tar pronta a atender este desafio. Isto significa, de fato, o fim das vendas de veículos leves novos com combustível a gasolina ou a diesel, as− sim como os híbridos (gasolina−elé− trica) serão substituídos por veículos 100% elétricos. Quanto ao Brasil, é possível pre− ver o fim dos motores a combustão?


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MERCADO

Os novos limites de emissões Eu− ro 7 decretarão certamente o fim da era dos motores a combustão e vão acelerar a transição para elétricos, também no Brasil. Aos poucos, as marcas vêm fir− mando compromissos com a eletrifi− cação. No Brasil, embora essa transação esteja acontecendo de forma mais len− ta, muitas montadoras já estabeleceram metas para vender veículos elétricos. A título de exemplo vou citar as intenções de algumas marcas famosas: A chinesa JAC Motors com foco em modelos 100% elétricos, venderá só carros elétricos no Brasil em breve. Há promessas de eletrificação maciça, por parte não só de fabricantes de lu− xo, como também das chamadas montadoras generalistas. Veja as mar− cas que vão investir em eletrificação. A Renault foi enfática ao afirmar que a empresa não vai mais produzir novos propulsores puramente a com− bustão. Os que existem serão moder− nizados e atualizados para atender a normas de emissões até serem descon− tinuados – o que não deve demorar. A General Motors vai investir US$ 27 bilhões até 2025 para desenvolvi− mento de 30 novos carros elétricos. A Nissan avisa que todos os seus lança− mentos nos próximos nove anos terão versões elétricas. E, a partir de 2031, a Nissan quer ter só produtos eletrifica− dos na Europa, além dos mercados dos Estados Unidos, Japão e China e cer− tamente no Brasil. A Volvo já deixou bem claro que até 2030 só terá carros elétricos.O Brasil, inclusive, é o segundo mercado da Volvo no mundo que recentemen− te passou a ter apenas produtos eletri− ficados – híbridos, híbridos plug−ins ou puramente EVs (o outro é a No− ruega). Mas a meta é só ter isso no portfólio em todos os países onde a Volvo atua até 2025. A Volkswagen quer ter participa− ção de mais de 70% no mercado de carros elétricos da Europa. Em 2016, essa mesma meta da empresa aponta− va 35% de market share. O plano de eletrificação da Hon− da é gradativo e bem pontuado. A ja− ponesa quer que 2/3 de seu portfólio global seja de modelos EVs ou híbri− dos até 2030. Mas a estimativa para 2040 é que a totalidade de suas ven− das seja de carros puramente elétricos e promete investir o equivalente a R$ 255 bilhões nos próximos seis anos em pesquisas e desenvolvimento em eletrificação. Pelas contas da Honda, em 2035 os elétricos vão representar 80% do mercado de automóveis nos mercados da Europa, América do Norte, Japão e China. No Brasil, a estratégia come− çou só agora. A marca acaba de apre−

sentar no Brasil, o Accord renovado e em versão única e híbrida e:HEV. A Audi não vai mais desenvolver novos propulsores a combustão e só vai vender modelos puramente elétri− cos a partir de 2035. A Jaguar Land Rover está bem mais ousada. Anunciou oficialmente que só terá modelos 100% elétricos já a partir de 2025. Uma meta ambicio− sa, visto que o único modelo pura− mente na tomada do fabricante britâ− nico atualmente é o utilitário espor− tivo I−Pace. A Ford quer que toda sua linha de veículos de passeio (automóveis e SUVs) seja zero combustão até 2030. Vale lembrar que a marca lançou, em 2019, o Mustang Mach−E, seu pri− meiro modelo totalmente EV, que de− ve chegar ao Brasil ainda este ano. A BMW e Mini prevê um aporte de mais de 30 bilhões de euros em pes− quisa e desenvolvimento em mobili− dade elétrica até 2025. Daqui a quatro anos, inclusive, a empresa irá desenvolver uma nova ge− ração de motores elétricos. Lembran− do que o plano do grupo norte− americano é justamente ter todas as vendas centradas em carros elétricos até o fim da década atual no Velho E certamente no Brasil. A Fiat só venderá a partir de 2027, carros elétricos no mercado europeu.

Com apor tes de montadoras e de player s como a Shell, a Unicamp de− senvolve tecnolog ias para motores hí− br idos movidos a etanol. Tecnolog ias como essa podem dar sobrevida ao etanol diante a transição para a eletr i− ficação? O Brasil e alguns países da Euro− pa (França) desenvolvem tecnologias de transporte à base de combustíveis não fósseis (etanol e outras biomassas). Mas, no meu entender, o futuro está na tecnologia do transporte elétrico. Teremos eletr icidade para movi− mentar a frota em circulação, caso to− da ela seja movida 100% a eletr icida− de ou no modelo híbr ido? O Brasil é um dos países mais ri− cos em produção de energia elétrica. Certamente teremos eletricidade para movimentar a frota em circulação, ca− so toda ela seja movida 100% a eletri− cidade ou no modelo híbrido. O Brasil usa 83% de fontes reno− váveis para a produção de energia, en− quanto a média mundial é de 25%. Além de mais sustentabilidade, isso também gera menos custos de opera− ção para as usinas que escolhem a energia renovável. Além da hidrelétrica, a matriz energética do Brasil também é dividi− da em: gás natural (9,3%), eólica (8,6%), biomassa (8,4%), carvão e de− rivados (3,3%), nuclear (2,5%), deri−

QUEM É PETER ALOUCHE

Engenheiro Eletricista pela Universidade Mackenzie (SP) com Pós Graduação para mestrado em Sistemas de Potência na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Possui diversos cursos de especialização em transporte público em universidades e entidades do Brasil, Europa e Japão. Desde 1972, por 35 anos na Companhia do Metrô, assumiu diversas responsabilidades na Empresa, todas ligadas à técnica e tecnologia. Foi também Membro do Comitê de Direção da Divisão de Metrôs da Associação Internacional do Transporte Público (UITP), Representante da Companhia do Metrô na UITP e no Grupo COMET. Membro da Comissão Permanente de Segurança COPESE (Elétrica) do Metrô. Foi também Professor Titular do Mackenzie, Faculdade Armando Álvares Penteado (FAAP), da e da Fundação Getúlio Vargas – FGV, no IBRE. Desde 2006 é consultor independente de transporte nas áreas de tecnologia. É membro da UITP, do IE, da ANTP e da AEAMESP, tendo participado de grande parte dos seminários e congressos dessas entidades, também como palestrante. Tem inúmeros artigos técnicos publicados em revistas especializadas do Brasil e do exterior.


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vados do petróleo (2,0%), solar (1,0%). O país tem grande potencial de produção de energia renovável por conta do clima, agricultura e distri− buição hídrica. Nos últimos anos, a energia eólica e solar cresceram, espe− cialmente no Nordeste. Deixando a matriz energética brasileira cada vez mais limpa. Qual sua avaliação sobre emissões? Se levada em conta a produção da eletr icidade eólica e solar desde a fa− br icação de placas, essas fontes tam− bém são emissoras de dióxido de car− bono (CO2) A energia é produzida por fontes renováveis e não renováveis. Como fontes renováveis e, portanto, inesgo− táveis. Podemos citar a hídrica (ener− gia da água dos rios), a solar (energia do sol), a eólica (energia do vento), a biomassa (energia de matéria orgâni− ca), a geotérmica (energia do interior da Terra) e a oceânica (energia das marés e das ondas). As fontes renováveis de energia são consideradas limpas, pois emitem menos gases de efeito estufa (GEE) que as fontes fósseis e, por isso, estão conseguindo uma boa inserção no mercado brasileiro e mundial. Toda a matéria vegetal e orgânica existente, biomassa, pode ser utilizada

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na produção de energia. A lenha, ba− gaço de cana−de−açúcar, cavaco de madeira, resíduos agrícolas, algas, res− tos de alimentos e até excremento animal que, após sua decomposição, produz gases que são usados para ge− rar energia. No Brasil, a biomassa mais utili− zada para geração de eletricidade atualmente é oriunda da cana−de− açúcar, plantada e processada princi− palmente nas regiões Sudeste e Cen− tro−oeste. A energia geotérmica ou energia geotermal é a energia obtida do calor presente no interior da Terra. E o futuro das fontes não renováveis? As fontes não renováveis de ener− gia são aquelas que se utilizam de re− cursos naturais esgotáveis, ou seja, que terão um fim, seja em um futuro pró− ximo, seja em um período de médio ou longo prazo. Em alguns casos, esse tipo de energia costuma apresentar problemas de ordem ambiental, além de disputas envolvendo a extração e comerciali− zação de suas matérias−primas. Os principais exemplos de fontes de energia não renováveis são os combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral, gás natural e xisto betumino− so) e os combustíveis nucleares.


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Sustentabilidade da cana foi pauta da Bonsucro Global Week Evento voltou ao Brasil após sete anos Entre os dias 17 e 20 de outubro, Ribeirão Preto – SP sediou a Bonsu− cro Global Week, um evento voltado para a sustentabilidade da cana−de− açúcar. Na ocasião, foram tratados tó− picos ambientais vitais, como segu− rança hídrica, agricultura regenerativa e biodiversidade e questões sociais na cadeia da cana, com participação de autoridades, pesquisadores, consulto− res, defensores de direitos humanos, entre outros. Os modelos circulares de pro− dução no Brasil, compromissos de redução de emissões, que serão im− plementados por meio da substitui− ção de combustíveis fósseis por combustíveis renováveis, assim como outras iniciativas, visando as boas práticas do setor canavieiro, foram destacados no evento. De acordo com a organização, e edição brasileira, foi o maior evento que já realizaram, contando com 250 pessoas de 25 países. Essa foi a segun− da vez que o país recebeu a Bonsucro Global Week. A primeira vez, em 2015, aconteceu na capital paulista. A organizadora, a Bonsucro, é uma iniciativa global sem fins lucrativos que visa reduzir impactos ambientais e so− ciais na produção de açúcar, etanol e energia provenientes da cana−de− açúcar. A primeira usina a receber sua certificação, foi a Unidade Maracaí, do Grupo Raízen, em 2011. Já a Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri (Asso− bari) leva o título de primeira entida− de a receber o certificado e a vender créditos de cana com certificação Bonsucro, isso em julho de 2020, quando comercializou 43.341 tonela− das de cana. A entidade conta atual− mente com cerca de 200 associados que atuam numa área de aproximada− mente 10 mil hectares. Na última década, a Bonsucro cresceu e hoje é a principal platafor− ma global de sustentabilidade para a cana−de−açúcar, com membros em mais de 50 países. “Atualmente nos temos 77 usinas certificadas no Brasil, que produzem 6 milhões de toneladas de açúcar certi− ficado, equivalente a 14% da produção nacional, e estamos perseguindo a sustentabilidade. Os membros reco− nhecem que a certificação permite

que produzam e vendam açúcar sus− tentável, mas também energia limpa, e outras soluções como: hidrogênio verde e biogás.Temos visto o aumen− to da exportação de etanol para União Europeia, onde a certificação vem sendo reconhecida”, informou a CEO da Bonsucro, Danielle Morley. Na abertura do evento, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, destacou que o futuro da sustentabi− lidade do transporte pode estar na combinação do etanol e hidrogênio, “o que dá uma grande margem de vantagem sobre o somente elétrico, pois já existe uma rede de distribuição de álcool por todo país”. Opinião compartilhada com Eduardo Leão de Sousa, da União da Indústria de Cana−de−Açúcar e Bioenergia (Unica). “Já temos a nos− sa solução pronta, que é o etanol, pa−

ra um processo acelerado de descar− bonização”. Os avanços sociais e ambientais com a adesão ao Protocolo Agroam− biental Etanol Verde, em 2007, pelo setor sucroenergético e, consequen− temente, a mudança na forma de produção com a mecanização das la− vouras também foram apresentados na ocasião. Segundo Renata Camargo, coor− denadora de Sustentabilidade da União da Indústria de Cana−de− Açúcar e Bioenergia (Unica), a adesão voluntária de usinas e produtores de cana ao protocolo representou a an− tecipação em 7 anos do fim do uso do fogo como método pré−colheita. “Saímos de um cenário com fo− go para outro completamente dife− rente, mudando o nosso perfil de produção. E o sucesso do protocolo

podemos ver nos números alcançados nos últimos 15 anos. Reduzimos a emissão de poluentes e outros gases, pois não há queima, além de investir− mos em projetos de proteção ou re− composição de mais de 250 mil hec− tares de mata ciliar com o cultivo de mais de 50 milhões de mudas de ve− getação nativa”, destacou. Durante o evento, ocorreu ainda a entrega do prêmio internacional Bonsucro Inspire Awards 2022 e duas entidades brasileiras estavam na lista das vencedoras. A ORPLANA (Or− ganização de Associações de Produto− res de Cana do Brasil), com o projeto “Muda Cana”, idealizado pela em parceria com a Fundação Solidaridad, que foi reconhecido como a melhor iniciativa ambiental da cadeia global de produção de cana−de−açúcar. Já a Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Es− tado de São Paulo), através do progra− ma SOS Incêndios, foi contemplada com o prêmio na categoria Melhor Iniciativa Ambiental. A Bonsucro Global Week foi en− cerrada com visitas ao campo. Os participantes visitaram produtores certificados Bonsucro, sendo que um grupo foi para a Spinagro, a primeira pequena fazenda certificada no Bra− sil. E outro grupo foi para a Usina São Martinho.


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Cresce investimento na produção de etanol E2G Raízen vai investir R$ 6 bilhões em novas plantas para produzir o biocombustível A Raízen assinou, no começo de novembro, um contrato para comer− cialização de etanol celulósico de se− gunda geração (E2G), produzido a partir da biomassa da cana−de− açúcar, até 2037, com a Shell, em conexão com um Programa de In− vestimentos para construção de 5 novas plantas de E2G, que totalizará R$ 6 bilhões. O documento prevê a entrega de 3,3 bilhões de litros (3,3 milhões de m³) de E2G, que serão produzidos em 5 novas plantas com início das ope− rações previsto entre 2025 e 2027, totalmente integradas aos Parques de Bioenergia da Raízen. “Consideran− do o preço mínimo definido para o E2G, a receita com a venda no âm− bito deste contrato atingirá, no mí− nimo, EUR 3,3 bilhões”, informa Ricardo Lewin, diretor Vice−Presi− dente Financeiro e de Relações com Investidores da empresa. O contrato ainda prevê um ajuste de preço vinculado à cotação de mer− cado do E2G, quando da entrega do produto. Desta forma, caso a cotação esteja acima do preço mínimo, haverá uma divisão do prêmio entre as par− tes. Adicionalmente, com a evolução da tecnologia e a consequente redu− ção da pegada de carbono do bio− combustível, a Raízen poderá se be− neficiar de um prêmio adicional a ser estabelecido conforme o aprimora mento das regulações vigentes nos mercados envolvidos. A Raízen prevê uma margem EBITDA de aproximadamente 50%, com investimentos em manutenção estimados em R$ 50 milhões por planta/ano, proporcionando geração robusta de fluxos de caixa. Assim, o fluxo de investimentos será suportado pelos recursos captados no IPO da Raízen e geração de caixa dos negó− cios, em conexão com a sustentação de uma estrutura de capital otimizada. Atualmente a Raízen opera a maior planta de E2G do mundo no Parque de Bioenergia da Costa Pinto, onde vislumbram atingir uma produ− ção recorde de 30 mil m³ na safra 2022/23. “A assinatura deste contrato, em agregação aos demais existentes, expande a carteira de demanda con− tratada de E2G da Raízen para, no mínimo, EUR 4,3 bilhões”, afirma

Planta etanol 2EG da unidade Bonfim em construção

Unidade de biogás será construída anexa ao Parque de Bioenergia Costa Pinto

Ricardo Lewin, diretor Vice−Presi− dente Financeiro e de Relações com Investidores da empresa. De acordo com o executivo, esta carteira equivale a 4,3 milhões de m³ de E2G já comercializados em con− tratos de longo prazo, volume que, ao deslocar o uso da gasolina do setor de transportes, evita emissões da ordem de 6,6 milhões de toneladas de CO2, ou o equivalente ao estoque de car− bono de uma floresta tropical com 3 vezes o tamanho da cidade de Paris, na França. “O mesmo volume de E2G, se utilizado para produção de Combus− tível de Aviação Sustentável (SAF)4, evitaria o consumo de 2,6 milhões de m³ de querosene de aviação e conse− quentemente a emissão de 5,2 milhões

de toneladas de CO2 em um setor onde alternativas tecnológicas de des− carbonização ainda se mostram pou− co viáveis, denominados como “hard− to−abate sectors””, exemplifica. Lewin confirma ainda os planos da companhia para os próximos anos. “A Raízen reitera seu plano de atingir 20 plantas de E2G até 2030/31, com uma capacidade instalada de produção de, aproximadamente, 1,6 milhão de m³/ano”, conclui. A empresa também avança com a construção da sua segunda planta de biogás. sendo essa a primeira dedica− da à produção de biometano. Com inauguração prevista em 2023, a planta anexa ao Parque de Bioener− gia Costa Pinto, em Piracicaba – SP, terá capacidade de produção de 26

milhões de m³ de gás natural renová− vel por ano, o suficiente para abaste− cer aproximadamente 200 mil clien− tes residenciais. Com investimento aproximado de R 300 milhões, a planta é resultado de uma joint venture entre a Raízen e a Geo Energética, reforçando a posição da Raízen Geo Biogás como uma das empresas pioneiras no uso de resíduos de processos industriais para a produ− ção de energia renovável em escala comercial. Recentemente, a companhia anunciou parceria com a Scania pela qual que viabilizará o fornecimento de biometano para utilização na opera− ção industrial da fabricante de veícu− los pesados em São Bernardo do Campo – SP a partir de 2024. O contrato estabelece o forneci− mento médio de 7.800 metros cúbi− cos de biometano por dia, volume que representa 100% do consumo da fá− brica da Scania. A medida é uma das ações que a empresa sueca tem ado− tado para cumprir suas metas de des− carbonização. “Toda a nossa produção é baseada na economia circular. Utilizamos esse conceito como uma ferramenta para produzir cada vez mais utilizando a mesma área plantada de cana, garan− tindo assim a otimização e aproveita− mento dos recursos naturais e contri− buindo para um futuro mais sustentá− vel”, conclui Raphaella Gomes, CEO da Raízen GEO Biogás, responsável pela produção do biometano.


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Brasil mostrou na COP27 por que é o país das energias verdes Neste ano, a COP aconteceu entre os dias 7 e 18 de novembro, em Sharm El Sheikh, no Egito O Brasil mostrou ao mundo seu potencial de geração excedente de energias verdes na Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mu− danças do Clima (COP27), realizada entre os dias 7 e 18 de novembro, em Sharm El Sheikh, no Egito. Líderes de mais de 190 países negociaram solu− ções para proteger a saúde do planeta, acompanhados de perto pela socieda− de civil, academia e setores público e privado de todo o mundo. O diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério das Minas e Energias (MME), Fábio Vi− nhado da Silva, chamou a atenção pa− ra o fato de o Brasil ter uma das maiores frotas de veículos leves flex do mundo, além de possuir uma gasolina com menor impacto ambiental, pois é

misturada com álcool, que emite me− nos gases e possui uma cadeia de pro− dução mais limpa do que a do deri− vado do petróleo. “Temos usinas produzindo etanol tanto com cana−de−açúcar quanto com milho, com uma pegada de car− bono bem menor se comparada a de outros países. O nosso híbrido flex, por exemplo, tem uma intensidade média de emissão de carbono por

quilômetro rodado menor do que o carro elétrico europeu, pois temos que olhar também a matriz energé− tica que, aqui, é predominantemente renovável, e lá é a base de carvão mi− nera e gás natural”, disse o represen− tante do MME. Atualmente, segundo Silva, a Agência Nacional do Petróleo e Gás (ANP) tem nove processos em análi− se para a construção de instalações de

biometano, outra importante fonte renovável. Esse combustível tem po− tencial para substituir 3,9 bilhões de litros de diesel até 2031. O CEO da União da Indústria de Cana−de−Açúcar e Bioenergia (Unica), Evandro Gussi, destacou que o excedente de produção de energias renováveis trará investimento estran− geiro e deixará a indústria brasileira mais competitiva. “O que nós temos que pensar é que, em 30 anos, teremos a indústria migrando para o Brasil ou nós estaremos exportando energia. Vamos ser os grandes líderes desse mercado e vamos passar a liderar pelo exemplo”, disse. Gussi defendeu que o etanol é um grande armazenador de energia, de uma forma simples, barata e segura, ao contrário do que ocorre com o trans− porte do hidrogênio já pressurizado ou líquido, que tem grandes desafios logísticos. “Podemos pensar no etanol como uma bateria líquida de hidro− gênio, que pode ser transportada em todos os modais conhecidos, com to− tal segurança e a um custo relativa− mente baixo”, finalizou.


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Um dos destaques do Brasil na COP 27, RenovaBio completa 5 anos sob risco de desidratação Propostas apresentadas pelo Ministério de Minas e Energia, segundo entidades do setor bioenergético, ameaçam descaracterizar o programa A Lei 13.576/17 completa cinco anos. Sancionada em 26 de dezembro de 2017, a legislação institui o Reno− vabio, Política Nacional de Biocom− bustíveis, com o objetivo de promo− ver a expansão dos biocombustíveis no Brasil (etanol, biodiesel, biometano, bioquerosene, segunda geração, entre outros) a partir de modelos de produ− ção mais sustentáveis, estimulando a redução de emissões de gases do efei− to estufa (GEE) e cumprindo com os compromissos assumidos pelo país no âmbito do Acordo de Paris. O programa começou a ser cons− truído em dezembro de 2016, quan− do a ideia foi lançada em um evento em Brasília. O RenovaBio não é um programa de subsídio, e nem um im− posto sobre Carbono. Sua regulação se baseia em 2 pilares: Indução de efi− ciência energética na produção e uso de biocombustíveis. Para Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana−de− Açúcar e Bioenergia (Unica), o pro− grama tem um papel estratégico. “Lá se vão cinco anos desde a criação do maior programa de descarbonização da matriz de transportes do mundo, o RenovaBio. Construída a várias mãos, a Política Nacional de Biocombustí− veis, cujo Projeto de Lei tive a alegria de ser o autor”, disse. “Na prática, por trás do valor de cada CBIO temos uma tonelada de carbono sendo evitada e biocombus− tível sendo produzido com eficiência e altíssimo compromisso ambiental. É

um case fantástico de sustentabilidade, pioneiro ao analisar o ciclo de vida dos biocombustíveis “do poço à roda”, avalia Gussi, indicado para compor a equipe de transição do futuro Gover− no Federal. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustí− veis (ANP), 317 unidades participam do RenovaBio atualmente. Destas, três fabricam biometano e outras 32, bio− diesel. Dentre as 282 usinas de etanol certificadas, 271 utilizam apenas a ca− na−de−açúcar como matéria−prima; seis processam cana e milho; quatro, apenas milho; e uma produz biocom− bustível de primeira e de segunda ge− ração de forma integrada.

Mudanças à vista Em setembro deste ano, o Gover− no Federal através Ministério das Mi− nas e Energia (MME) apresentou um programa de reestruturação do Re− novaBio, que seria implementado através de uma Medida Provisória. Entre as alterações estariam a transfe− rência da responsabilidade de aquisi− ção dos créditos de descarbonização (CBios), a liberação do diesel verde e do coprocessado para emissão de CBios e a possibilidade de abater as metas com outros créditos,como o de carbono. Entidades do setor de biocom− bustíveis reagiram e a medida provi− sória foi adiada, para ser rediscutida e receber novas propostas. Segundo Mário Campos, presi− dente da SIAMIG − Associação das Indústrias Sucroenergéticas de MG, “teve uma decisão muito ruim na nossa visão, que foi o decreto que postergou a necessidade de cumpri− mento das metas. Achamos que isso desestruturou o mercado. Trabalha− mos sempre com meta anual e a me− ta anual tinha que ser cumprida den− tro do ano. E isso impactou preço, perspectiva, trouxe instabilidade para o programa. Depois nós tivemos um anúncio, divulgado, muito ruim co− mo provável medida provisória e es−


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sa medida traria mudanças na estru− tura do programa e que depois foi colocada de lado”, disse. “Mantemos o posicionamento que o programa foi essencial para o mercado de carbono no Brasil e isso não pode ser negligenciado. Se existi− rem outras alternativas para melhorar, estamos abertos para conversar”, pon− dera Campos. Para Pietro Mendes, assessor da Infra S.A. e servidor da ANP, tornar refinarias e importadores parte obri− gada do RenovaBio, ao invés dos dis− tribuidores, pode gerar distorções na compra de créditos de descarboniza− ção (CBios) em função do poder de mercado do agente dominante. "Pro− por mudanças na parte obrigada nes−

Mário Campos

te cenário, em que a empresa mantém a capacidade de formar preços e não de ser tomadora de preços em merca− do competitivo, pode causar distorções no RenovaBio", afirma. A título de aperfeiçoamento do programa, Mendes sugere a inclusão do CBio como valor mobiliário. "Atualmente, compete ao Comitê RenovaBio e ao Ministério de Minas e Energia (MME) acompanhar o mercado e estes órgãos dispõem de menos recursos e expertise do que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Essa inclusão como valor mobiliário resolveria a questão da natureza jurídica do CBio; permitiria o desenvolvimento do mercado se− cundário em função de passar a ter

fiscalização pela CVM com o conse− quente aumento da credibilidade do programa e, também, possibilitaria a identificação de movimentos de es− peculação anormais com maior agi− lidade", argumenta Mendes. Em meio a essa discussão, o Con− selho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, no dia 8 de dezem− bro, a resolução que define metas compulsórias anuais de redução de emissões de gases causadores do efei− to estufa (GEE) para a comercializa− ção de combustíveis para o decênio 2023−2032. A proposta é resultado de Con− sulta Pública, realizada entre outubro e novembro deste ano, pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

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“Por meio do mecanismo de participação social, a pasta recebeu contribuições de 16 instituições, todas avaliadas pelo Comitê Re− novaBio, instância técnica da Po− lítica Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). Após considerar as contribuições da Consulta Pública, a meta global para 2023 foi defini− da em 37,47 milhões de CBIOs, o que significa uma redução de 37,47 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente”, afirmou o CNPE. De acordo com o órgão, as metas aprovadas serão desdobradas pela ANP aos distribuidores, consideran− do a participação de cada um no mercado de combustíveis fósseis. Pa− ra o período de 2024−2032, não houve alteração dos intervalos de to− lerância estabelecidos anteriormente pelo CNPE, com adição dos valores para o ano de 2032. “As metas compulsórias definidas pelo CNPE observam os interesses do consumidor e mantém o com− promisso brasileiro com a redução das emissões de GEE da matriz de trans− portes. A decisão do conselho tam− bém coopera para a previsibilidade e sinaliza ao mercado de combustíveis a importância de aumentar a produ− ção e a participação de biocombus− tíveis na matriz energética, visando à descarbonização e ao aumento da se− gurança energética”, conclui.


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VEJA POR ONDE PASSOU O ROAD

Danilo Beraldi, Franciel Ribeiro e Omar Rahal, da Uisa, visitam a Usina Da Mata, recepcionados por Jurandir Cedan e Belarmino Baptistela

Na Usina Santa Isabel, Pedro Camargo e Claudemir Roncoleta

Na Usina Denusa recebido por Pedro e Paulo Barbosa

Encontro com a diretoria da Cia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP): Gastão de Souza Mesquita, Gastão Mesquita Filho, Thiago Ferreira de Camargo Mesquita, Marcelo Fernandes de Oliveira e Christiano Ferreira de Camargo Mesquita

Na Usina Ester, recebido por Juliana Malha, Luiz Augusto de Lima Oliveira e Nelson Máximo

Na Enersugar, recebido por Valter Sticanella e Antonio Viesser

COA da Usina Bom Sucesso, com profissionais da área e o gerente agrícola Bruno Vilela

Na DCBIO Bioenergia, recebido por Welber Campos, gerente industrial


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SHOW DA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

Na Usina Santa Vitória, recebido por Joel Soares e Warriman Feitosa

Na BP Bunge Bioenergia, unidade Itumbiara (GO) recebido pelos profissionais da área industrial, Fernanda Lima, Rodrigo Mello e Beatriz Frederico

Na Aguapeí, recebido por Diego Vasconcellos, Deuir de Oliveira e Mauro Felizardo

No Grupo Moreno, recebido por Wellington Maggio, gerente Processos; Luciano Castro, gestor de elétrica; Rodrigo Bigi, gestor de PCM; Augusto dos Reis, gerente utilidades; Clodoaldo Paviani, gerente de manutenção e extração e Tafarel Moreno, diretor industrial

Na Usina Ipiranga, em Descalvado (SP), foi recebido por Edilson e Lucas Titoto e na unidade de de Mococa (SP), por Rafael e Fabio Alves


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SBA E A USINA DO FUTURO O 21° Seminário Brasileiro Agroindustrial (SBA) – A Usina da No− va Era promovido pela Stab, aconteceu nos dias 26 e 27 de outubro e reuniu diversos gestores da área industrial para apresentar cases de usinas que alcança− ram alta eficiência em seus processos in− dustriais. A programação contou com uma palestra especial ministrada por Nelson Nakamura, diretor da Soteica, sobre Otimização em Tempo Real – Case Aplicação abordando os resultados obtidos pela Usina Alta Mogiana através do uso de Otimização em Tempo Real (RTO) em seus processos produtivos.


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ROADSHOW

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GERHAI promove XXI Seminário de Gestão de Pessoas e Sustentabilidade no Agronegócio Abordar os principais desafios da gestão de pessoas diante das novas exigências de padrões de sustentabi− lidade no setor sucroenergético, foi a pauta da XXI edição do Seminário do GERHAI – Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroin− dústria, que aconteceu dia 30/10, no Auditório da Canaoeste, em Sertão− zinho – SP. O seminário abordou o tema “Gestão de Pessoas e Lideran− ças Sustentáveis” e contou com a palestra Gente 4.0, proferida por Jo− sias Messias, CEO da ProCana Bra− sil & Pró−Usinas.

INOVAÇÕES NO SEMINÁRIO DA UDOP O 5º Seminário UDOP de INO− VAÇÕES foi realizado nos dias 22 e 23

de novembro de 2022, em Araçatuba/SP. O evento reuniu mais de 1.200 partici−

pantes ávidos por conhecer e debater as principais inovações voltadas para o au−

mento de produtividade e competitivi− dade do setor da bioenergia.


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Após ganhos na cogeração Caeté expande utilização da Otimização em Tempo Real O Grupo Carlos Lyra em setem− bro a safra Nordeste 2022/23 em busca de mais eficiência em seus pro− cessos industriais para maximizar sua produção de açúcar, etanol e energia cogerada e aumentar seus ganhos fi− nanceiros. A usina computou um ganho de cerca de 800 mil reais em 2021, gra− ças a uma economia de vapor que gerou um vapor adicional que pode ser utilizado no sistema de contra− pressão proporcionado pelo uso de uma ferramenta de inteligência arti− ficial em sua planta industrial. Os bons resultados na área de energia fizeram com que a direção do Grupo Carlos Lyra decidisse imple− mentar a ferramenta de inteligência artificial utilizada, que é o S−PAA, único software de Otimização em Tempo Real (RTO) para usinas de açúcar e etanol em todo o mundo, em outras áreas da indústria e em suas demais plantas. A usina avança com a imple− mentação do módulo de processos do S−PAA. De acordo com o enge− nheiro químico sênior e especialis− ta de aplicação, Douglas Mariani, a primeira fase de expansão da otimi− zação em tempo real foi finalizada durante essa semana. “Estamos complementando o projeto que já está sendo implementado há algu− mas safras no setor de vapor e ener−

gia da usina. Até o final da safra nordestina teremos a expansão completa”, informa Mariani. Além disso, mais uma usina do Grupo Carlos Lyra, a Usina Caeté − Unidade Marituba, iniciou seu pro− cesso de transformação digital com a implementação dos módulos de Energia e Processos do S−PAA. A implementação iniciou com os Laços de Vapor e Energia, Embebição, pH e Fluxo de Caldo. Até o final de safra nordestina teremos também La− ço Fechado na Refinaria de Açúcar.

Ingenio Magdalena integra inteligência artificial ao seu sistema de controle industrial Com 39 anos de história, o Inge− nio Magdalena é a maior usina da Guatemala. Possui capacidade de moagem de mais de 40 mil toneladas de cana por dia e produz cerca de 13 milhões de sacas de açúcar por safra, além de ter a maior refinaria do mun− do anexada à uma usina e exporta seu açúcar principalmente para a Ásia. Sua capacidade instalada de gera− ção de energia é de 220 MW. Além disso, a usina também conta com uma planta de biogás anexa. Sempre ino− vando em busca de ganhos de eficiên− cia, o Ingenio Magdalena avança ago− ra no processo de transformação digi− tal implantando a plataforma de Oti− mização em Tempo Real (RTO) S− PAA em toda sua planta industrial. Na última semana, a equipe de es− pecialistas de aplicação da Soteica do

Edgar Wotzvely Castillo, gerente de refinería; Luis Arturo Najera, gerente de molinos; Jose Asencio, automatización; Saúl Godoy, gerente de automatización; Victor Ramírez, automatización; Julio Morales, director Área Industrial

Brasil esteve presente no Ingenio Magdalena dando continuidade à in− tegração do S−PAA aos sistemas de controle industrial da usina que po−

derá contar a partir disso com a inte− ligência artificial da ferramenta nas áreas de Controle de Caldeiras e Vapor e Energia.

O processo de integração também contou com a participação das equi− pes de engenharias de processo e au− tomação da usina. O engenheiro Bru− no Tarosso, da Soteica do Brasil, res− ponsável pela implementação, destaca a capacidade técnica dos engenheiros guatemaltecos e seu conhecimento sobre a planta. “Os primeiros laços fe− chados serão implementados no início de dezembro, logo após a partida da safra 2022/23”, informa Tarosso. Ao embarcar inteligência artificial em seus processos industriais, a unida− de produtora se junta às mais de 80 plantas em operação que utilizam o S−PAA, que é hoje o único software de RTO para usinas de açúcar e eta− nol e, inclusive, o único que controla de forma integral plantas de processo contínuo em todo o mundo.


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Transformação digital na indústria traz retornos significativos à BP Bunge Bioenergia A BP Bunge Bioenergia desponta− se na vanguarda tecnológica ao posicio− nar suas plantas industriais como Usina 4.0. O grupo vem maximizando sua produção e injetando mais eficiência em seus processos industriais graças ao uso da Otimização em Tempo Real (RTO). Tendo em vista que tecnologias do futuro, como a inteligência artificial, já estão presentes em suas unidades e da necessidade inerente de um estreita− mento entre tecnologia e pessoas, o grupo também investe em processos educativos para seus colaboradores. É o caso da iniciativa realizada na tarde de hoje, 29 de novembro, onde o grupo reuniu colaboradores de vá− rias unidades para o Workshop de Automação, o qual contou com uma apresentação do CEO da Pró−Usi− nas e da ProCana Brasil, Josias Mes− sias, sobre o tema Usina 4.0 – Opor−

Gestores e profissionais das áreas industriais das unidades da BP Bunge Bioenergia em Workshop de Automação Industrial

tunidades & Desafios na Transfor− mação Digital. Partindo de uma análise socioe− conômica, o especialista em Trans− formação Digital nas Usinas, apre− sentou quais megatendências causam maiores impactos sobre as empresas

no século XXI, gerando o que o professor e doutor Alexandre Miceli da Silveira chama de “A era das in− certezas”. Nesse sentido, Messias elencou dez fenômenos que merecem atenção, sen− do que um deles está em franca evolu−

ção na sociedade brasileira.“Nosso país vive um cenário de polarização políti− ca sem precedentes. Além disso, o mundo passa por um grave cenário de riscos geopolíticos. O que exige muita atenção sobre seus desdobramentos nos negócios das usinas”, alertou.

Exigências crescentes, estratégias flexíveis De acordo com Messias, essas me− gatendências que impactam as empre− sas criaram um ambiente de exigên− cias constantes e crescentes devido às ambiguidades e variações dos cenários futuros. O que demanda dos gestores estratégias flexíveis para responder à essas exigências. É nesse contexto que temos um avanço da crescente e irreversível abor− dagem ESG (Environmental, Social and Governance) nas usinas, que pretende desenvolver integridade e integração na cadeia de processos e relações das companhias. “É dentro desse pacote que se encontra a Transformação digi− tal”, aponta o CEO da Pró−Usinas. Ele afirmou que a transformação digital possui três fundamentos. O primeiro é o objetivo estratégico, se− guido da gestão de pessoas e culmi− nando em uma cultura estabelecida. “Aumentar a liquidez e reduzir custo é o objetivo estratégico de toda usina. Completada com a Gestão da Mu− dança e a Cultura da Inovação, a Transformação Digital aumenta a probabilidade do sucesso estratégico”, ponderou. O especialista em Transformação Digital nas Usinas, Josias Messias, tam− bém deu ampla ênfase aos desafios na gestão de pessoas abordando a impor− tância da aplicação de duas metodo− logias eficientes nessa área:  Predict and Control, adotado recentemente por grandes organi− zações. Ele se baseia em olhar pa−

Workshop realizado na BP Bunge foi apresentado por Josias Messias, CEO da Pró-Usinas e ProCana Brasil

ra frente, prever resultados e então construir sistemas baseados em controle para tornar essas previsões uma realidade.  Sense and Respond, que se ba− seia na aceitação de que não po− demos planejar com muita ante− cedência ou esperar controlar o futuro. Onde o melhor a fazer é traçar alguns cenários, guiar o ca− minho a seguir tentando algo, ob− servando a reação e então tentan− do outra opção. Messias propôs um trabalho con− junto das duas metodologias. “A ideia é aplicar o Sense and Respond na construção e vivência da cultura e da liderança da organização e o Predict and Control nos componentes geren−

ciáveis a partir da engenharia, como operações agrícolas, industriais e de logística”, sintetizou.

Transformação digital nas usinas é uma necessidade irreversível Ao final da apresentação, o espe− cialista em Transformação Digital nas Usinas, Josias Messias comprovou a necessidade irreversível e a importân− cia da transformação digital através de resultados significativos obtidos na unidade Tropical, da BP Bunge. Primeiramente, Messias trouxe uma visão geral sobre a tecnologia que transforma uma planta industrial co− mum em uma Usina 4.0. Para isso ele elencou seis virtudes encontradas nela:  Capacidade de antecipação do

processo devido à matéria−prima. Interligação de bases agrícola e industrial;  Dados do laboratório influen− ciando diretamente o processo;  Conhecimento da eficiência dos equipamentos;  Possibilidade de as partes inte− ressadas visualizarem os KPIs por diferentes formas; PDCA on−line para a operação;  Tomada de decisão global e não local.  Isso posto, Messias tratou sobre a questão da definição dinâmica dos set−points, onde os objetivos para a Área Industrial em uma Usina 4.0 são muito próximos do cha− mado Real Time Optimization (RTO) ou Otimização em Tempo Real. De acordo com ele, para cumprir essa tarefa, impossível humanamente, é que existe no mercado o S−PAA, que é a única tecnologia atualmente capaz de interagir e atuar em todas as cama− das fazendo uma otimização global com atuações locais. “Na prática, o S−PAA atua na função de RTO (determinando o set− point) e como Controle Avançado (atuando na malha para alcançar o set−point), mas coexiste com eventual Controle Avançado existente”, expli− cou Messias ressaltando que o S−PAA reúne todas as técnicas e tecnologias de um RTO robusto.


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Usina Goiasa quer mais estabilidade na produção de etanol orgânico neutro A produção de etanol orgânico neutro é complexa, como bem sa− bem os profissionais da área indus− trial das usinas bioenergéticas. Além disso, o produto possui maior valor agregado, o que torna sua produção mais exigente. A Usina Goiasa está em sua se− gunda safra produzindo etanol orgâ− nico neutro e com sucesso, mas identificou a necessidade de mais es− tabilidade no aparelho de produção operado à vácuo. As características únicas e com− plexas do aparelho são um desafio de modelagem, de modo que é neces− sário uma solução capaz de contro− lá−lo de forma mais eficiente e in− teligente. O que não foi um proble− ma para o S−PAA e equipe de apli− cação da Soteica. Após uma avaliação, a usina que já é usuária do S−PAA, que é a única ferramenta de Otimização em Tempo Real (RTO) capaz de modelar plantas bioenergéticas completas, comprovou sua ampla capacidade de integração e flexibi− lidade da equipe da Soteica com demandas específicas. Douglas Mariani, engenheiro químico sênior e especialista de apli−

Equipe de projetos, operação e gestão da planta industrial da Usina Goiasa e equipe da Soteica

cação da Soteica, traz mais detalhes. “A implementação ocorreu no mês de setembro e contou com a parti−

cipação de toda a equipe relaciona− da a projetos, operação e gestão da planta industrial e foi bem−sucedida

com bons resultados preliminares no que diz respeito a estabilidade do aparelho”.

El Angel procede com a integração da inteligência artificial em seus sistemas de controle industrial Na segunda semana de outubro, a equipe de especialistas de aplicação da Soteica do Brasil esteve presente no Ingenio El Angel, de El Salvador, dan− do continuidade à integração do S− PAA aos sistemas de controle indus− trial da usina que poderá contar a par− tir disso com a inteligência artificial da ferramenta nas áreas de Controle de Caldeiras e Vapor e Energia. A companhia, que investe pesado em equipamentos modernos, enten− deu que para maximizar seus proces− sos industriais é necessário contar com a inteligência artificial do S−PAA pa− ra garantir esse objetivo e transformar seu parque industrial em uma indús− tria 4.0. Por isso, nos últimos dias, os pro− fissionais da usina estão trabalhando no processo de integração da ferramenta. O engenheiro químico sênior, espe− cialista de aplicação da Soteica, Dou−

glas Mariani, esteve presente no inge− nio com esse objetivo e destacou a qualidade técnica e o comprometi− mento da equipe da El Angel. “Foi

uma semana de trabalho extrema− mente produtiva ao lado dos excelen− tes profissionais da El Angel. Agora, é só esperar a safra começar para que

mais um cliente possa colher os bene− fícios desse RTO”, conta Mariani. Vale destacar que o S−PAA está ganhando cada vez mais espaço em usinas da América Latina, já que é o único software de Otimização em Tempo Real (RTO Completo) para usinas de açúcar e etanol e, inclusive, o único que controla de forma integral plantas de processo contínuo em todo o mundo e está presente em mais de 80 plantas industriais. O El Angel possui capacidade de moagem de 1,65 milhões de toneladas de cana e produz atualmente cerca de 195 mil toneladas de açúcar. Possui também capacidade de geração de energia elétrica de 70 MW. Com essa integração, o Ingenio El Angel espera já nesta próxima safra alcançar, além da estabilidade nas operações, ganhos imediatos com a captura de perdas, gerando mais receita para a usina.


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Jean Briano, Edes Silva, Sidnei Souza, Marcos Costa, Fabio Queiroz, Sergio Costa, Janaina Soares e Hamilton de Ângelo

Viterra Bioenergia alcança índices históricos de recuperação da fábrica de açúcar e baixíssimo consumo de água A Viterra Bioenergia possui duas unidades produtoras localizadas no interior do Estado de São Paulo, a Rio Vermelho, de Junqueirópolis, e a Nova Unialco, em Guararapes. Em conjunto, elas possuem a capacidade de processar 6,4 milhões de toneladas de cana−de−açúcar por safra. Trata−se de um grupo sólido e em constante crescimento e que nessa safra vem obtendo números expressivos, principalmente na in− dústria. “Hoje a Viterra está com uma recuperação da fábrica de açú− car histórica, com um mix acumula− do de safra de 83%”, informa Ha− milton de Ângelo Antonio, diretor industrial do grupo. Ele também destaca que, com ações bem−sucedidas nos processos e esse patamar de recuperação, hou− ve maior concentração de potássio, gerando uma economia expressiva ao grupo. “Com a alta recuperação da fábrica foi possível classificar a vinhaça como adubo, sem gastar com concentradores, economizando assim milhões de dólares”, explica Hamilton. Os bons resultados não param por aí. Hamilton conta que além da busca

por mais sustentabilidade, houve uma diminuição nos custos de aplicação na lavoura, com menor volume, tanto de águas residuais, quanto de vinhaça. Tudo isso devido à alta concentração promovida pelo maior patamar na re− cuperação da fábrica de açúcar.

Consumo de água de apenas 0,39 m3/tc Outro número importante vem do consumo de água, onde o grupo atingiu a marca de 0,39 m3/tc, indi− cador bem abaixo da média das uni− dades bioenergéticas e da meta legal que é de 0,70 m3/tc. Para a redução do consumo de água na agroindústria, foram realiza− dos investimentos e melhorias em quatro linhas de otimização: reuso de água bruta, reuso de água residual, oti− mização do balanço térmico e proce− dimentos operacionais. Os maiores ganhos pontuais foram obtidos através das seguintes ações: Economia de 105,00 m³/hora através da reutilização de condensados vegetais no processo industrial face a instalação de torres de refrigeração. Economia de 62,00 m³/hora atra−

vés do aumento de ºGL do vinho de 8,00 para 9,5 ºGL diminuindo o vo− lume de vinhaça, automaticamente sobrando mais água para o processo. Economia de 30,00 m³/hora atra− vés da redução da umidade do baga− ço da cana no processo de extração de caldo.

410 kg/tc de consumo de vapor e 113 KW/tc de produção de energia Hamilton destaca os números po− sitivos também na cogeração e utili− dades. “Mesmo com mix açucareiro, estamos com um consumo de vapor de 410 kg/tc e uma produção de energia de 113 KW/tc”, celebra o executivo. A unidade Rio Vermelho conta com Otimização em Tempo Real na cogeração e utilidades, com o softwa− re S−PAA atuando online na carga dos turbo−geradores e válvulas do sistema de vapor – dessuperaquecimento, re− baixamento e alívios – e na redistri− buição da carga entre as 3 UTEs, sempre atuando para a estabilidade do

vapor para os processos. Recentemente, o CEO da Pró− Usinas e da ProCana Brasil, Josias Messias esteve na unidade para cele− brar os resultados com o time indus− trial, discutir as lições aprendidas e desenhar os novos passos no processo de Transformação Digital da indústria. Uma das boas experiências do proje− to foi a questão dos acessos e integra− ções. “A Viterra possui um complian− ce muito rígido na área de TI e a So− teica conseguiu cumprir todas as nor− mas para o software operar online”, explica Douglas Mariani, engenheiro químico da Soteica do Brasil. “Com a gestão da mudança e os acertos na área de energia, o time agora estuda o potencial de maximi− zação da produção e eficiência na área de processos através do S−PAA, que é o único software que desdobra a ex− celência operacional da gestão para a operação, padronizando os turnos e capturando perdas industriais 24 ho− ras por dia, 7 dias por semana”, afirma Messias. Por todas essas ações e indicadores significativos, a Viterra foi eleita Usina do Ano em Gestão da Área Industrial no Prêmio MasterCana Brasil 2022.


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Alpina Orion apresenta a sua linha de clarificadores de caldo e cozedores de açúcar O corpo técnico da empresa assegura que os equipamentos tornam mais eficientes e econômicos os processos de purificação do caldo e da cristalização da sacarose A Alpina Orion, empresa especiali− zada em equipamentos para a medição de brix com a tecnologia de micro− ondas, amplia sua carteira de produtos, disponibilizando decantadores e clarifi− cadores de caldo, cozedores, calandras e técnica de automação e controle do co− zimento para usinas de açúcar. O decantador ou clarificador Al− pina Orion é desenhado para otimizar a purificação e assegurar a extração de um caldo limpo, mantendo o nível de lodo sempre baixo e com o melhor adensamento possível, além da otimi− zação da adição de polímero. O pro− jeto apresenta as melhores condições para que as reações químicas ocorram no seu modo mais eficiente. "Pensamos na separação do lodo desde a sua entrada com o caldo ca− leado, até a sua extração mais adensa− da, sempre com mais volume dispo− nível para o caldo clarificado", infor− ma a engenharia da empresa. O cozedor Alpina Orion, com sua calandra com tubos hexagonais, permi− te a operação com vapores vegetais mais frios, reduzindo o consumo de vapores mais quentes e nobres. Também pode aumentar a produção, pois conta com mais tubos instalados, aumentando a área

de troca térmica por unidade de volu− me. Melhora a qualidade da produção no tacho, já que não existe a área de ex− posição dos espelhos à massa cozida. A tecnologia de cristalização ofere−

cida pela empresa, ajuda na determina− ção do ponto de injeção da semente. O corpo técnico da empresa assegura que "junto com o medidor de brix por mi− cro−ondas, acertar a curva de brix e o

esgotamento do mel durante o cozi− mento torna−se uma tarefa muito mais fácil, reduzindo as horas gastas com as calibrações dos medidores de concen− tração e gerando economia por quilo de açúcar produzido. A Alpina Orion foi criada em 2006, como um braço da Alpina Equipamentos Industriais, que por 70 anos tem sido líder de mercado na fa− bricação de torres de resfriamento de água para uma extensa variedade de indústrias no Brasil e em muitos ou− tros países do mundo. A empresa tem o seu foco na in− dústria do açúcar e do etanol, com a visão de ser líder de mercado no su− primento de tecnologia diferenciada, engenharia de aplicação e assistência ao cliente, fazendo disso a sua vanta− gem competitiva.

www.youtube.com/canalProcanaBrasil


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Conheça o sistema de desmineralização de água por troca iônica da Filtrando O sistema foi projetado em função das caraterísticas da água bruta A Filtrando Tratamento de Água e Efluentes Industriais oferece ao mer− cado uma completa linha de sistemas, equipamentos, e serviços para os mer− cados residencial, comercial e industrial. Entre eles, citamos o sistema de desmineralização de água por troca iônica que foi projetado em função das características da água bruta, com instrumentos de processo e de medição dos parâmetros de conta− minação da água, via controladores e tomadas de amostra na entrada e saída do sistema. O tratamento primário, para a proteção das resinas de troca iônica, permite clarificar, absorver o cloro li− vre e material orgânico residual da água bruta. A água é desmineralizada pelas re−

sinas das colunas catiônica e aniônica, é de excelente qualidade, sendo mui− to utilizada em água de processos in− dustriais e especialmente em caldeiras de alta pressão, com um leito misto, obtendo condutividade. “A regeneração das resinas é rea− lizada após um ciclo de produção de água desmineralizada em horas ou m³, com ácido clorídrico ou sulfúrico e soda cáustica, posteriormente se en− xáguam para retirar o excesso de áci− do e soda, ajustar pH e qualidade so− licitada da água desmineralizada”, in− forma a empresa que tem sede em Mauá – SP.

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Como corrigir e nutrir o seu solo para obter maior longevidade no canavial cionais do seu solo junto às necessi− dades da planta. A manutenção da fer− tilidade do solo é um dos primeiros passos que devem ser tomados. Muitas vezes, os prazos para cor− reção de solo entre uma safra e outra são bastante apertados, e para essas ocasiões, é preciso contar com os pro− dutos certos, que vão ajudar sua safra a alcançar o potencial máximo. Habituada a promover a correção e nutrição adequada dos solos brasi− leiros com seus produtos pensados es− pecialmente para uma boa safra e au− mento da produtividade, a Viter, uma marca da Votorantin Cimentos, ofere− ce ao mercado produtos que prezam pela produtividade e pelo cuidado com o solo, como o óxido de cálcio e magnésio, Calfértil Max.

A produção sucroenergética precisa de bons nutrientes e um solo corrigido para ter uma performance positiva. Descubra como isso é possível! Apesar de ter passado pelo seu au− ge na época do Brasil Colônia, a ca− na−de−açúcar continua sendo uma grande cultura do país. Ainda hoje, a cultura segue sendo uma das ativida− des que mais impactam e movimen− tam o agronegócio brasileiro, nos tor− nando o maior produtor mundial. São diversas as suas aplicações como ma− téria−prima, como a produção de ál− cool ou açúcar, sendo duas das mais comuns. Segundo o CTC (Centro de Tec− nologia Canavieira), o setor de cana− de−açúcar tem uma representação de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Essa cultura se mantém vi− va e lucrativa no país graças às tecno− logias implementadas no processo de cultivo. Sabe−se que o Brasil produz anualmente cerca de 596,06 milhões de toneladas de cana−de−açúcar (da− dos divulgados no 1º Levantamento da Safra 2022/23 da Conab), um núme− ro muito expressivo. Entre os estados com maior produção sucroenergética estão São Paulo (com 301,38 milhões de toneladas), Goiás (com 74,54 mi− lhões de toneladas) e Minas Gerais (com 67,03 milhões de toneladas) res− pectivamente. Para se calcular a produtividade do setor a Conab, faz referência a algumas variáveis: área plantada, influência das condições climáticas, evolução de co− lheita e plantio, perspectivas de pro− dutividade média, destinação de cana esmagada, produção de etanol e açú− car e também alguns aspectos merca− dológicos. Uma certeza sobre a cana−de− açúcar é a de que sua produção visan− do a industrialização é um desafio complexo se considerarmos os núme− ros e as questões relacionadas ao mer− cado. Podemos destacar, entre os as− pectos que possuem uma grande in− fluência na relação Produtividade x Retorno Econômico a longevidade do canavial.

Como utilizar Carlfértil Max na produção sucroenergética?

Entende−se como longevidade o número de cortes possíveis de serem feitos durante o ciclo da planta, e nor− malmente essa variação vai de 4 a 6. Porém, é importante destacar que, pa− ra que tais números sejam alcançados, o manejo realizado no canavial preci− sa ser adequado e o solo muito bem

nutrido e corrigido, com isso, a pro− dutividade do canavial é incentivada e garante−se maior longevidade. Para ter um solo bem nutrido e que proporcione à cultura da cana− de−açúcar bons números de produ− tividade, é importante que o agricul− tor saiba aliar as características nutri−

Calfértil Max é um produto que foi desenvolvido a partir de um apri− moramento da linha de óxidos da Vi− ter, com a missão de recuperar o solo em poucos dias, a fim de acelerar sua preparação para o plantio, melhoran− do também a produtividade da lavou− ra. O produto oferece rápida reação e entrega de cálcio e magnésio de for− ma imediata, neutraliza o alumínio tóxico em profundidade, aumenta a eficiência dos fertilizantes e disponi− biliza nutrientes para as plantas, favo− recendo o desenvolvimento das raízes. O produto conta com um dife− rencial: sua granulometria homogênea e definida em micro grânulos. Ele po− de ser aplicado por diversos equipa− mentos, pois é fluido e homogêneo, garantindo um maior rendimento operacional. Com Calfértil Max, o produtor consegue alcançar o máxi− mo potencial produtivo do solo da sua lavoura, melhorando seus resultados e colhendo grandes números de produ− tividade. Calfértil Max tem recomendação de aplicação em plantio, sendo aplica− do no fundo do sulco e na cana soca, por cima da palhada da cana−de− açúcar, já criando um panorama de nutrição rápida de cálcio e magnésio além do benefício da correção locali− zada. O estudo do solo é fundamen− tal para a análise e monitoramento da área de cultivo, essa análise possibilita verificar quais nutrientes ainda são necessários e permitir que essas in− consistências sejam corrigidas.


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Datarain Consulting AWS/Amazon e Axiagro querem revolucionar gerenciamento de OITs para computadores de bordo

Bruno, da Datarain Consulting, Ariel e Flávio da Usina São Domingos e Rodrigo, da AxiAgro

A 5ª edição do Seminário de Inovações da UDOP realizado nos dias 22 e 23 de novembro em Araçatuba, SP, foi o palco para um anúncio que promete revolucio− nar o gerenciamento de dados nas operações agrícolas das usinas. A Datarain Consulting (AWS/ Amazon), provedora de web services e a Axiagro, que disponibiliza ao setor soluções de tecnologia e inteligência para extrair a máxima performance das operações agrícolas trabalha− rão juntas para revolucionar o gerenciamento de OITs para computadores de bordo. O anúncio foi feito por Bru− no Barros, da Datarain Consul− ting durante palestra proferida por ele no evento. O Projeto vi− sa a construção de uma moderna tecnologia de gerenciamento de OITs para os já avançados com− putadores de bordo da AxiAgro. De acordo com Barros, a

tecnologia prevê comunicação de altíssima velocidade de pro− cessamento porque usará a tec− nologia AWS Lamdba, com es− calabilidade automática de de− manda de serviços e servidores. Trata−se da mais moderna tec− nologia de desenvolvimento existente no mercado. Com o uso dessa tecnologia é possível obter maior velocida− de e escalabilidade na gestão de dados – estruturados ou não es− truturados. Além de garantir uma análise de dados com maior integração com as soluções de Data Analytics e Data Science, com acesso aos dados em qual− quer momento e de forma si− multânea. Além disso, existem os be− nefícios de uma arquitetura Ser− verless. Tudo isso proporcionan− do mais eficiência, agilidade de inovação e gerenciamento sim− plificado.


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Em busca de estabilidade, produtores de cana do Centro-Sul começam a apostar na irrigação Consultor avalia que a irrigação não deve ser vista apenas na questão da produtividade, mas também para diluir os custos de todas as operações Ainda distante de ser a panaceia, que vai resol− ver todos os problemas do canavial, a irrigação vem superando mitos e vai ganhando força entre os pro− dutores de cana que buscam além de expandir, as− segurar a tão almejada estabilidade na produção. Os projetos, antes restritos à região nordeste, passam a migrar para região Centro−Sul, onde usinas e pro− dutores já sinalizam investimentos em sistemas ba− seados na irrigação. “Esse fato pode ser claramente observado com a entrada de grandes empresas do setor no mercado de irrigação e de uma maneira muito agressiva. O que vem demonstrando que finalmente o segmento vol− tou os olhos para a irrigação”, afirma Carlos San− ches, diretor de marketing Mercosul da Netafim. Segundo ele, a irrigação passou a estar na pau− ta das usinas e fornecedores. “O mercado do Nor− deste é mais maduro para esse trabalho de irrigação, onde já temos 15 usinas. A Netafim, porém, preten− de escalar o mercado de cana do Centro−Sul. Atualmente grandes grupos como Raízen, Bevap, Alta Mogiana fazem parte do nosso processo”, in− formou Sanches. De acordo com o diretor, as usinas vão expan− dindo o programa.“Colocam a irrigação como pro− jeto piloto, e aí vem a expansão, com as áreas irriga− das crescendo a cada ano. Portanto, muito mais im− portante que o número de usinas é a expansão que suas áreas vão alcançando”, alegou. Para Sanches esse crescimento se deve aos ex− pressivos aumentos de produtividades registrados com o a utilização do sistema. “Claro que a pro− dutividade depende do ambiente de produção, mas a gente costuma comparar a cana irrigada final de safra, com uma de sequeiro de final de safra. A produtividade aumenta na média de 50 a 60 to− neladas por hectare. É um incremento bastante expressivo. E não estamos falando só de água, e sim de água mais nutrição, ou seja, você aproveita o sistema de irrigação para fazer uma boa nutrição da cana”, acrescentou. E os investimentos continuam crescendo. A Te− reos deu início a um projeto piloto de irrigação por pivô central de seus canaviais em duas de suas uni− dades – Vertente (Guaraci) e São José (Colina), am− bas no noroeste do estado de São Paulo. A operação visa incrementar a produtividade no campo – estima−se um ganho de 20 toneladas por hectare de cana – além de atenuar o impacto dos períodos de seca. O sistema de irrigação piloto con− tará com dois pivôs centrais que cobrem cerca de 250 hectares de plantio próprio. Complementado pela fertirrigação, que consis− te na aplicação de água residuária junto à vinhaça nos canaviais, o projeto de mitigação de déficit hí−

drico da companhia alcançará 40% da área de plan− tio de cana−de−açúcar. As duas unidades escolhidas para iniciarem o projeto foram selecionadas por conta da maior dis− ponibilidade hídrica das suas regiões, localizadas próximas aos rios Pardo e Grande, garantindo o uso racional do recurso pelas operações da empresa. “Nos dois últimos anos, nossa região enfrentou um longo período de estiagem, com a pior seca em 90 anos na última safra. Dessa forma, as medidas de irrigação e fertirrigação são cada vez mais impor− tantes para garantir a produtividade dos nossos ca− naviais”, comenta Everton Carpanezi, superinten− dente de Operações Agroindustriais da Tereos. Cassio Paggiaro, da Usina Santa Adélia disse que “a irrigação traz a possibilidade de ganhos para áreas de sequeiro, deslocando essas áreas para onde elas fo− rem mais produtivas.Trata−se de uma ferramenta de manejo, que assegura também, segurança empresa− rial. Vamos implantar 1.300 ha de gotejamento em 2024 para colher em 2025 , informou. Já a BEVAP Bioenergia tem investido num grande projeto de irrigação. Somando áreas próprias e de fornecedores, são 30 mil hectares de cultivo de cana−de−açúcar, com mais de 150 pivôs. Além disso, conta também com irrigação por gotejamento, sendo a única do setor com 100% de irrigação plena (manejo frequente de água durante o ciclo da cultura, em quantidade e local exatos do cultivo da cana), se diferenciando do tradicional ma− nejo de salvação (realizado para evitar que a lavou− ra sofra o estresse hídrico). Isso é relevante considerando que, segundo da− dos da Agência Nacional de Águas (ANA), excluin− do a fertirrigação (aplicação da vinhaça sobre o so− lo), apenas 6,7% dos mais de 11 milhões de hecta− res de cana no Brasil são efetivamente irrigados em qualquer uma das modalidades existentes.

O projeto BEVAP foi concebido e está estra− tegicamente posicionado numa região que apre− senta relevo plano, com diversidade de solos, boa disponibilidade de recursos hídricos, características climáticas ideais para o cultivo da cana−de− açúcar, mas marcadas por longos períodos de estia− gem. Por isso, a Bevap, desde sua concepção, tem investido em projetos de irrigação automatizados e de alta tecnologia. “A irrigação está no DNA da empresa, que nas− ceu com propósito de operar com irrigação total− mente plena. Nossa busca incansável por inovação resultou no investimento do Irriger Connect e Cogni, programas pioneiros no manejo e gerencia− mento de irrigação para uso racional de água e energia elétrica na cultura da cana−de−açúcar, pro− porcionando Lâmina de água na quantidade e mo− mento certos, com maior eficiência na aplicação, sem desperdício dos recursos hídricos”, explica Arturil− do Apelfeler, especialista no assunto e que ajudou a desenvolver e implementar os sistemas de irrigação na BEVAP. O correto manejo cultural integrado para cada de variedade de cana plantada, também foi deter− minante para o alcance de resultados satisfatórios. “O trabalho da empresa está colocando o No− roeste de Minas Gerais no mapa dos mais importan− tes polos de bioenergia do país. Prova disso é o au− mento de sua capacidade de moagem nos últimos anos, a qual atingiu cerca de 3 milhões de toneladas de cana, podendo chegar a 4,5 milhões de toneladas (capacidade instalada) de cana por safra”, comenta a empresa. Usinas do Nordeste que já estão mais familiari− zadas com o sistema de irrigação seguem investin− do. Instalada no município de Juazeiro, na Bahia, a Agrovale é a única usina no semiárido brasileiro, com 100% de área plantada completamente irrigada, sen−


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AGRÍCOLA do a detentora da marca de maior área plena de ir− rigação em cana no Brasil. Outro exemplo é do Grupo Olho D’Água que inaugurou no início de novembro, em Aliança – PE, a 86 km do Recife, a barragem Dr. Murilo Tavares de Melo, com capacidade para 17,8 milhões de me− tros cúbicos de água. A obra, concluída em menos de um ano, fica dentro de uma área de 186 hectares e é a primeira etapa de um amplo projeto de irrigação de 4 mil hectares, dos quais 1,2 mil hectares serão irrigados por gotejo, e outros 2,8 mil hectares irrigados por aspersão. No total, serão investidos R$ 74,2 milhões, sendo R$ 58,8 milhões com recursos financiados pelo Banco do Nordeste (BNB). A nova barragem faz parte da estratégia do gru− po em manter a regularidade das safras otimizando a oferta de água. Nessa linha, já possui a maior barra− gem privada de Pernambuco, a Artur Tavares de Melo, inaugurada em 2003, com capacidade para ar− mazenar 21 milhões de metros cúbicos, com um es− pelho d’água que ocupa uma área de 320 hectares. Com a barragem Dr. Murilo Tavares de Melo, o grupo assegura a alta produtividade de suas usinas. O Grupo Olho D’Água possui 50 mil hectares de área agricultável, dos quais 70% já são beneficia− dos com irrigação. Suas três usinas respondem por uma capacidade industrial de moagem 4,5 milhões de toneladas de cana−de−açúcar por ano. Nilceu P. Cardoso, consultor da Canaplan, avalia que a irrigação não deve ser vista apenas na questão da produtividade, mas também para diluir os custos de todas as operações, dando maior estabilidade à produção. “Esse assunto deve fazer parte do nosso radar não apenas em épocas de grande estiagem. Ir−

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rigação não é só jogar água, é auxiliar no desenvol− vimento da planta“, disse. Conforme estimativa da Canaplan, a produtivi− dade dos canaviais do Centro−Sul na safra 2022/23 deve ficar entre 71 toneladas de cana por hectare e 73 toneladas de cana por hectare. E deve ter uma le− ve recuperação na próxima temporada, com a qua− lidade da cana em 141 kg/t e a produtividade em 75,5 toneladas de cana por hectare. Porém, apesar da recuperação prevista, tudo dependerá das condições climáticas se mostrarem mais favoráveis ou não ao desenvolvimento do canavial. “De 2009 a 2021 tivemos uma estagnação e ain− da estamos bem distantes do potencial de produti− vidade da cana. Uma forma de reduzir essa distân− cia é a irrigação, com a aplicação de sistemas mais eficientes como o de gotejo. Mas para isso, é preci− so constância neste assunto, que só é tratado em grandes quebras de safra”, pontua Cardoso. De acordo com ele, em uma área de 5 mil metros irrigados, comparado à área equivalente de sequeiro, foi constatado um ganho médio de 217 mil toneladas em 5 mil ha, mais com picos de 340 mil. “A irrigação permiti ainda o ganho de esta− bilidade, que é o grande desafio da agricultura”, afirmou. O consultor ressalta ainda que a irrigação é uma ação que precisa ser bem planejada e entre suas van− tagens estão: aumento na produtividade, longevida− de, estabilidade e custos. “O uso da irrigação vai passar por uma reflexão sobre o uso eficiente da água. Não se pode confundir irrigação com molhamento de cana. Precisamos produzir mais e logo. A irriga− ção possibilita muitos ganhos indiretos, inclusive a redução da emissão de CO2”, conclui.


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RB867515 continua sendo a variedade mais plantada no Brasil Dados foram divulgados na 7a reunião do Grupo Fitotécnico do IAC A variedade RB867515, desen− volvida pela Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Su− croenergético (Ridesa), mantém seu reinado no Brasil, conforme mostrou o “Censo Varietal e Intenção de Plan− tio – Safra 2022/23”, durante a 7ª e última reunião do ano do Grupo Fi− totécnico de Cana, realizada no dia 22 de novembro, no Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto – SP. De acordo com o coordenador do projeto, o pesquisador Rubens Leite do Canto Braga Júnior, o Censo Va− rietal, considerado o maior do Brasil, abrangeu, até o momento, um univer− so de 222 empresas produtoras em uma área de 6 milhões de hectares no Centro−Sul do Brasil. O Censo mostra que a RB867515 segue como a variedade mais cultiva− da nessa região, ocupando 15% da área recenseada, seguida pela CTC4 e RB966928, com 13% cada. CTC9001 (6%) e RB92579 (4%) completam as cinco primeiras posições. A RB867515 também lidera em área plantada, com 12%, acompanhada pela RB966928 (11%), CTC4 (10%), RB975242 (7%) e CTC 9001 (5%). No estado de São Paulo, as varie− dades mais cultivadas na safra atual são RB966928 e CTC4, com 15% de participação cada. Em seguida, apare− cem a RB867515 (10%), CTC 9001 (7%) e as RB975242 e RB975201, ambas com 4% cada. Segundo o Cen− so, as duas mais cultivadas também despontam como as mais plantadas, com 11% cada. Na terceira colocação, está a RB975242 (10%). De acordo com Braga Júnior, o índice de concentração varietal vem caindo, sendo que nenhuma varieda− de possui mais do que 15% da área re− censeada. Prova disso é que, apesar de manter ainda a predominância, a RB867515 vem perdendo espaço pa− ra variedades mais novas, surgindo em evidência no levantamento a RB975242, a CTC 9003, RB 975201, CV 7870, CTC9002, IACSP95−5094 e a RB985476. O diretor geral do IAC e coor− denador do Grupo Fitotécnico, Marcos Guimarães de Andrade Lan−

dell, destacou a importância do Censo e a segurança que o trabalho de pesquisas de novas variedades trouxe para o setor. Na ocasião, Landell apresentou os dados referentes à intenção de plantio de 166 empresas em uma área de 884 mil hectares nos estados da Bahia, Es− pírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Ma− to Grosso do Sul, Minas Gerais, Para− ná, São Paulo e Tocantins. A RB867515 aparece também como a principal variedade com maior intenção de plantio no país, sendo que, no Centro−Sul, a varieda− de conta com 9,2% de participação, seguida da CTC4 (8,9%), RB966928 (8,6%) e RB975242 (8,6%). A variedade tem representativida− de no Espírito Santo e no Mato Grosso com participação na intenção de plantio de 23,3%; no Mato Grosso do Sul com 14,2% e no Tocantins e na Bahia com 24,8%. Nesse caso, o per− centual foi considerado, por Landell, preocupante porque é uma área mui− to grande, de 12 mil hectares, recen− seada “basicamente somente com uma variedade, o que pode criar uma vul− nerabilidade biológica grande”, disse. No estado paulista, a variedade que deverá ser mais plantada será a RB975242 (10,5%), seguida da RB966928 (9,0%), da RB867515 (8,9%) e da CTC4 (8,7%). Ainda fizeram parte da programa− ção orientações de manejo varietal das principais cultivares indicadas na pes− quisa de intenção de plantio com par− ticipação do IAC, da Ridesa, do CTC

(Centro de Tecnologia Canavieira) e da GranBio. Landell destacou as variedades do IAC – como a IAC 5503, indicada para ambiente de produção de A até D, que tem alta produtividade associada à alta sacarose e ao alto perfilhamento, com mais de 95 mil colmos/há, porte ereto e maior flexibilidade de janela de colheita, usando o Terceiro Eixo, sis− tema de colheita desenvolvido pelo IAC (abril a novembro) – e é relutan− te ao florescimento e à isoporização. Falou também da IAC 8008, va− riedade com alta produtividade e es− tabilidade de TCH ao longo dos ciclos, alto perfilhamento, com mais de 100 mil colmos/ha, porte ereto, bom equi− líbrio biométrico e pode ser utilizada no Terceiro Eixo sendo que a época de colheita vai de maio a agosto. Roberto Giacomini Chapola, da Ridesa, falou sobre as cincos varieda− des mais citadas no Censo, como a RB867515, a RB966928, a RB975242, a RB975201 e a RB975033. Segundo ele, nos últimos dois anos, quando enfrentamos um eleva− do déficit hídrico, a variedade RB975242 ganhou destaque em área de plantio e cultivo, pois é uma culti− var tolerante à seca. “A variedade se destaca também pela rusticidade e por apresentar floreamento e ‘chocha− mento’ raros. A indicação é não colher tardiamente nos ambientes mais res− tritivos e em regiões de elevado défi− cit hídrico”, disse. Mauro Violante, gerente de De−

senvolvimento de Produtos & Assis− tência Técnica do CTC, destacou a contribuição que o centro de de− senvolvimento de variedades vem dando ao setor, citando variedades como a CTC4, já consolidada, com amplas áreas de cultivo. Também ci− tou a CTC 9001 e a CTC 9003, va− riedades que se destacaram, princi− palmente, por produtividade. Inclu− sive, as cultivares existem também na versão BT, protegidas contra o ata− que da broca. Violante comentou ainda que, re− centemente, o CTC lançou a CTC7515BT, mais uma opção no seu portfólio de variedades transgênicas re− sistentes à broca.Também adiantou que o CTC prepara o lançamento de três novas variedades para o ano que vem. José Bressiani, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da GranBio, apre− sentou o posicionamento das Vertis, variedades exclusivas de cana−energia, desenvolvidas pela companhia em sua Estação Experimental, localizada em Barra de São Miguel−AL. Ele co− mentou que a Vertix 3, indicada para ambientes restritivos, já está sendo plantada por mais de 20 clientes em área, que chegou a mais de 10 mil hectares nesta safra. Bressiani informou ainda que, no próximo ano, será lançada a cultivar Vertix 12 – VX13−07733, que vem sendo desenvolvida em três ambientes em Alagoas (Estação, Coruripe e Ma− rituba). Considerada por ele um ma− terial promissor, a nova cultivar é in− dicada para ambientes restritivos.


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Produtos antiestresse asseguram produtividade As linhas Protect Agro e Revita Agro são as únicas com tecnologia antiestresse já patenteadas Os produtos antiestresse despontam como im− portantes aliados dos produtores na resolução da di− fícil equação de manter a produtividade, mesmo diante das imprevisíveis adversidades climáticas. Segundo a engenheira agrônoma e CEO da Za− non Agro, Natalia Zanon Carvalho, que atuou em posições estratégicas de grandes empresas do setor sucroenergético durante 12 anos, o mais desafiador era garantir uma boa aderência ao planejamento mesmo com tantos riscos potenciais muitas vezes não previstos, sendo eles: seca, geada, incêndios, en− tre outros. Com isso, embora muito investimento e esforços eram feitos para o aumento de produtivi− dade do canavial, esse aumento acontecia de forma pouco expressiva ano a ano, já que outros fatores contribuíam negativamente para a produtividade. A tecnologia antiestresse foi desenvolvida ao longo de mais de 15 anos de estudos e pesquisas, com uma formulação exclusiva, baseada em com− postos organo−mineral que ativam os hormônios de defesa e crescimento da planta, promovendo prote− ção e revitalização das lavouras aos danos climáticos (temperaturas elevadas, estresse hídrico, baixa lumi− nosidade, geadas, chuvas de granizo) e químicos

(efeitos fitotóxicos de herbicidas), maximizando desta forma a produtividade. De acordo com Natália, os produtos Protect Agro e Revita Agro, que atuam com a tecnologia Antiestresse já tem sua eficiência validada e comprovada por órgãos públicos, usinas sucroenergéticas e centenas de agri− cultores, promovendo junto ao setor sucroalcooleiro produtividade e rentabilidade. Segundo avaliação de Natália, "estamos vindo de dois anos consecutivos de condições climá− ticas adversas, com secas, geadas, altas temperaturas, entre outros, o que tem prejudicado o desenvolvi− mento das lavouras. A instabilidade climática, seguirá durante este final de

2022, e existem previsões de institutos de meteo− rologia que apontam que devemos sofrer com o fenômeno La Niña até o final do primeiro tri− mestre de 2023". Para a empresa "as adversidades climáticas cons− tituem hoje um dos maiores desafios dos agentes envolvidos no planejamento e na comercialização de produtos agroindustriais, pois precisam se adequar a uma demanda estável com uma oferta sazonal, sen− do assim a necessidade de buscar tecnologias que mitiguem esses problemas de forma eficiente e rá− pida é essencial". Criados pela Dana Agro e comercializados pela Zanon Agro, o Revita Agro e Protect Agro, vem al− cançando resultados significativos. "Com a única Tecnologia Antiestresse paten− teada, nós trazemos para o mercado, a tecnologia certa para horas incertas. E garantimos produtivi− dade mesmo sob adversidades", afirma a direção da Zanon Agro, que as− segura além de uma matéria prima com melhor qualidade e produtividade, um incre− mento de receita líquida es− timado em R$1.615 por hectare no tratamento pre− ventivo com Protect Agro e R$2.097 por hectare com o tratamento pós estresse sofri− do pela cultura com Revita Agro nos tratamentos em cana de açúcar.


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Usina dribla adversidades e reporta ganho de 23 TCH com manejo biológico Tecnologia implantada pela companhia gerou excelentes resultados após o 1º ano de trabalho em cana-planta O Grupo Tietê Agroindustrial, pos− sui duas unidades na região de São José do Rio Preto (SP). A unidade localiza− da em Paraíso tem capacidade instalada de moagem de 2,5 milhões de tonela− das e a unidade localizada em Ubarana tem capacidade instalada de 1,8 milhões de toneladas. O Grupo investiu no ma− nejo biológico através da Biotecnologia Microgeo® e mesmo com o cenário de estiagem impactando negativamente desde a Safra 20/21, a tecnologia gerou excelentes resultados após o 1º ano de trabalho em cana−planta. “Conheci a tecnologia numa visita técnica na propriedade do Daine Fran− giosi, em Campo Florido (MG) e me chamou atenção os resultados apresen− tados. Decidimos colocar na Usina pensando no incremento de produção e maior formação de raízes para suportar o déficit hídrico na região”, conta Thá− cio Arruda, Gerente Agrícola da unida− de Ubarana. A região de São José do Rio Preto fica no Noroeste do Estado de São Pau− lo e encarou uma das piores secas dos últimos 95 anos na Safra 21/22, que contribuiu junto com algumas geadas num impacto de quebra de produtivi− dade de cana−de−açúcar de −25,6% (− 22 t cana/ha), segundo dados acumula− dos de abril a outubro/22 comparados com o mesmo período do ano anterior, de acordo com o Monitoramento de Safra do Centro de Tecnologia Cana− vieira (CTC) publicado em novem− bro/21. A produtividade média da re− gião que era de 86,2 t/ha veio para 64,2

Thácio Arruda, gerente Agrícola da Unidade Ubarana

t/ha. Ubarana tem uma média histórica de 1.282 mm de chuva, segundo a Cli− matempo. Arruda conta que com os impactos dessas variações climáticas, os resultados da adubação biológica ficaram eviden− tes quando analisadas área testemunha em comparativo com área tratada com Microgeo®. “Vimos nos últimos anos uma redução de TCH de forma geral, em função do déficit hídrico acentuado, com uma diminuição de 400 a 500 mm de chuva por ano nos últimos anos em relação à média histórica de precipita− ção. Ficamos animados com os resulta− dos acima da média que esperávamos com este 1º ano de trabalho e estamos trabalhando no sentido de expandirmos as áreas tratadas. Fizemos 1.000 ha na Safra passada e contratamos 3.000 ha na Safra atual”, detalha o gerente. O manejo biológico através da Biotecnologia Microgeo® é a única so−

lução do mercado com capacidade de restabelecer o microbioma do solo por meio do processo de Compostagem Lí− quida Contínua (CLC). “Os resultados obtidos juntos a Tie− tê Ubarana foram fantásticos, pois con− seguimos 23 t cana/ha frente a uma ex− pectativa de 9 t cana/ha e conseguimos uma média de TAH de 2,15 frente a uma expectativa de 1,40”, explica An− tônio Marcos da Silva, Gerente de Di− visão de Vendas da Microgeo. O Gerente Agrícola da usina conta como foi o manejo nesse 1º ano de uti− lização da tecnologia Microgeo®. “No plantio realizado agora em 2022, em metade da área foi utilizada adubação orgânica com resíduos da produção agroindustrial da unidade e parte adqui− rida de parceiros externos. Devemos au− mentar a utilização de resíduos orgâni− cos no plantio em 10% ao ano a partir de agora. Na parte de tratos culturais de ca− na−soca, a meta é chegar nos próximos 3 anos em 80% de vinhaça localizada nos 19.000 ha de área de gestão da usina. Marco Antonio Farias, Coordenador de Desenvolvimento de Mercado da Mi− crogeo destaca que um dos pilares de be− nefícios do produto, a bioestruturação fí− sica do solo, permite uma maior agrega− ção do solo, proporcionando maior infil− tração de água nos períodos chuvosos do ano, e com isso deixando uma reserva maior armazenada para que a planta possa utilizar nos períodos mais secos do ano.

Outro pilar de benefício do Adu− bo Biológico é a eficiência nutricional atuando na ciclagem de matéria orgâ− nica, biossolubilização dos minerais proporcionando maior eficiência dos fertilizantes, e assim deixando esses elementos disponíveis para a planta absorver.“Todos esses fatores dão con− dições para a planta expressar seu po− tencial genético produtivo que é o ca− se de sucesso citado pelo gerente agrí− cola da usina Ubarana. Hoje a Micro− geo é uma empresa referência e pio− neira na recuperação do microbioma local, atuando em usinas e fornecedo− res em todo território nacional e no Paraguai”, detalha Farias Ainda nas análises feitas na unidade Ubarana, obtivemos um incremento de 95% em sistema radicular (21% teste− munha x 41% Microgeo) e um incre− mento médio de 10,80 mg/dm−3 de fósforo na área tratada em relação a área testemunha no primeiro ano de aplica− ção do Adubo Biológico. No momento em que o mercado como um todo está engajado com a agenda ESG, a Microgeo há 22 anos tem dado a sua contribuição com esta pauta e passa a contribuir agora com o Gru− po Tietê através da melhoria na bioes− truturação física do solo, na melhoria de sistema radicular, na solubilização de fósforo, no aumento de produtividade agroindustrial e na lucratividade do ne− gócio de forma sustentável.


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Dorival Finotti, sócio da Enersugar Bioenergia, morre aos 73 anos Empresário era figura importante no agronegócio da região do Vale Paranapanema Morreu no dia 30 de novembro, em São Paulo, Dorival Finotti, sócio− fundador da Enersugar Bioenergia, localizada em Ibirarema – SP. O empresário, que tinha 73 anos e era figura importante no agronegócio da região do Vale Paranapanema, esta− va internado no Hospital Sírio−Liba− nês para tratamento de insuficiência respiratória e foi a óbito devido a uma embolia pulmonar. Nascido aos 6 de outubro de 1949 em Palmital −SP, Finotti cresceu no meio rural e dedicou grande parte da vida à agricultura. Nos anos de 1970, tornou−se en− genheiro agrônomo pela Escola Su− perior de Agricultura “Luiz de Quei− roz” (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), com especialização em tecnologia de sementes.

Depois de formado, passou a atuar na produção agrícola em propriedade da família em Palmital e a trabalhar como agrônomo de desenvolvimento de sementes na região de Assis, onde fixou residência e se casou em 14 de dezembro de 1977 com Amábile Schievano Finotti, com quem teve os filhos Gabriel Schievano Finotti e Marília Shievano Finotti. Finotti teve uma importante atua−

ção no setor rural no Estado de São Paulo e foi diretor da Associação Pau− lista dos Produtores de Sementes, da Cooperativa dos Cafeicultores da Média Sorocabana (Coopermota), do Conselho Estadual de Sementes e Mudas – Ministério da Agricultura e da Fundação IAC – Instituto Agronô− mico de Campinas. O agrônomo também fundou e presidiu a Biomavale, entidade volta−

da ao desenvolvimento de um polo biotecnológico na região do Médio Paranapanema que viabilizou a insta− lação do curso de Biotecnologia na Unesp de Assis. Finotti administrava há mais de 20 anos o Moinho Nacional, empresa de produção de derivados de trigo em Assis. Em 2018, Finotti se associou ao irmão Dirceu para, junto com Sylvio Ribeiro, adquirir a planta industrial da falida Usina Pau D’Alho, em Ibirare− ma. Em 2020, a empresa entrou em funcionamento sob a denominação de Enersugar Bioenergia e voltou a pro− duzir açúcar e álcool, com uma filo− sofia de moderna governança e de parceria com os produtores. Atual− mente, o empreendimento finaliza sua terceira safra com bons indicadores de produção e eficiência nos processos, segundo a assessoria de imprensa da companhia. Lideranças políticas e entidades do agronegócio da região divulgaram notas de pesar e ressaltaram a impor− tante contribuição do palmitalense pelo desenvolvimento econômico do setor rural no Vale Paranapanema.


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Pádua, da Unica, recebe homenagem pelos 45 anos dedicados ao setor bioenergético Uma das vozes mais respeitadas do setor afirma que é o momento de apostar em uma nova geração O diretor técnico da União da Indústria de Cana−de−Açúcar e Bio− energia (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, uma das mais expressivas lideranças do setor bioenergético, com mais de 45 anos dedicado ao segmen− to, foi homenageado durante a 22ª Conferência Internacional DATA− GRO sobre Etanol e Açúcar, realizada nos dias 24 e 25 de outubro, na capi− tal paulista. Após 30 anos como diretor técni− co da Unica, Pádua avalia ser o mo− mento de dedicar mais tempo à famí− lia e apostar numa nova geração que está despontando no setor. “Continuarei a contribuir com o setor, um pouco distante da luta diá− ria. Guardo na lembrança um carinho especial por todas as pessoas que cru− zaram o meu caminho. Meus agrade− cimentos a todos os presidentes de entidades representativas do setor e toda a equipe da Unica. Agora chegou a hora de partir, ficar mais próximo da minha mulher, filhos e netos. Chegou a hora de apostar em mais uma nova geração. Obrigado cana−de−açúcar, que dissipada se transforma em açúcar, álcool e energia. Sigamos em frente!”, disse em agradecimento. Membro da equipe da Unica des− de 1990, exerce o cargo de diretor técnico desde 2003. Pádua foi coor− denador de Administração e Finanças do Programa Nacional de Melhora− mento da Cana−de−Açúcar (Planal− sucar) e supervisor Administrativo− Financeiro dos projetos financiados pela Secretaria de Tecnologia Indus− trial (STI) do Ministério da Indústria, Comércio e Tecnologia (MICT). Em 1983, implantou junto aos fornecedores de cana o Sistema de Pagamento de Cana por Teor de Sa− carose (SPCTS), junto ao qual atuou como consultor até 1990. É bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade de Administração de Em− presas, Serviço Social e Educação de Americana −SP, com especialização em Administração de Projetos na Fa− culdade de Economia e Administra− ção (FEA) da Universidade de São Paulo.

Em recente matéria publicada pe− lo JornalCana, durante sua participa− ção no 5º Seminário da Cana−de− Açúcar em Campos dos Goytacazes, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Pádua falou sobre a susten− tabilidade da cana. “Nós temos o produto que é o mais sustentável do mundo, porque o nosso processo seja agrícola, seja in− dustrial, é sustentável, de alta qualida− de, voltado para a questão social, am− biental e econômica, nós temos esse tripé, que é fundamental para o futu− ro. Quando o mundo hoje procura um combustível em substituição ao combustível fóssil, nós já fazemos isso há mais de 40 anos e não vamos parar

por aqui. Nós começamos a fazer açúcar, depois produzimos etanol e hoje já produzimos energia e estamos começando a produzir os fertilizantes orgânicos”, disse. De acordo com o diretor da Pro− Cana, Josias Messias,“contribuições de lideranças como Pádua, não apenas fortaleceram as potencialidades da ca− na−de−açúcar, como contribuíram para que o setor possa assumir o pro− tagonismo nesse processo de transição energética com sustentabilidade”, ponderou Messias. Para a coordenadora de Sustenta− bilidade da Unica, Renata Camargo, mais do que uma referência e uma li− derança. “Pádua representa a essência

do setor. Não consigo descrever o que o Pádua significa para o setor sucroe− nergético. Só sei que desde que co− mecei a trabalhar na Unica, a frase que mais ouvi foi: “pergunte ao Pádua an− tes”. Em pouco mais de 13 anos de Unica, eu só tenho a agradecer”, res− saltou Durante a homenagem a Pádua, expressivas lideranças do setor como Rubens Ometto, Maurício Biagi Fi− lho, Eduardo Queiroz Monteiro, Otávio Lage Siqueira Filho, Plínio Nastari, entre outros, subiram ao pal− co para também para o homenagear. Depois de anos como diretor Técnico da Unica, Pádua poderá atuar como consultor da entidade.


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“Dinossauro do setor” é homenageado em seminário da usina da nova era O presidente do STAB, José Paulo Stupiello, recebeu homenagem por sua trajetória no segmento bioenergético Durante a 21ª edição do Seminá− rio Agroindustrial Brasileiro (SBA), realizada nos dias 26 e 27 de outubro, em Ribeirão Preto – SP, foi feita uma homenagem àquele que é reconheci− do como um “dinossauro” do setor, José Paulo Stupiello, consultor técni− co em usinas sucroenergéticas e pre− sidente nacional da Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil (STAB). Atuando no segmento canavieiro desde 1963, o engenheiro agrônomo, formado pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), com doutorado em Tecno− logia do Açúcar e do Álcool pela Universidade de São Paulo (USP), é considerado um “dinossauro do setor”, sempre atento a todos os movimentos relacionados à cana. Porém, ao contrário dos animais do período jurássico, que sucumbiram, Stupiello vem ao longo desses anos resistindo e mantendo uma participa− ção bastante ativa, contribuindo de forma significativa para o aprimora− mento da cana−de−açúcar. Aos 87 anos, credita essa longevidade e resi− liência à prática de uma filosofia de vida que consiste em crer que nunca saberá o suficiente, sempre tendo muito a aprender. Stupiello tem acompanhado pre− sencialmente as principais mudanças que a cadeia sucroenergética viveu nas últimas décadas. Ele explica que um dos segredos para estar na ativa há tanto tempo é manter−se sempre atualizado para que assim seja possível adquirir e conseguir passar conheci− mentos aos outros. “A gente não pa− ra”, afirma. Stupiello comanda a STAB, há 32 anos. Foi eleito presidente da entida− de em 1990, mas entrou para a sua história por ser um de seus sócios− fundadores junto a um grupo de mais 83 técnicos do setor, liderados por Gilberto Miller Azzi. Mesmo depois de muito tempo no setor, ele salienta a importância de estar sempre se reciclando e aprimo−

Raffaella Rossetto, Márcia Mutton e José Paulo Stupiello

rando seus conhecimentos. Ele defen− de a constante qualificação e capaci− tação da mão−de−obra para atuar no setor.“É preciso treinar as pessoas”, destaca. Durante o SBA foi apresentado um vídeo onde personalidades do universo acadêmico e de lideranças expressivas do setor, como Márcia Mutton, professora da FCAV/UNESP; Raffaella Rossetto, pesquisadora científica da Agência Paulista de Tecnologia do Agronegó− cio(APTA); Paulo Montabone, dire− tor da Fenasucro&Agrocana; João Guilherme Ometto, empresário e membro da Academia Nacional de Agricultura (ANA) ; Ericson Marino, consultor; Oswaldo Alonso, consultor; Fernando Vicente, diretor industrial da Usina Alta Mogiana; HermannHoff− mann; coordenador geral da Ridesa e seu filho Jaime José Stupiello, consul− tor da Usina Nardini, entre outros, prestam depoimentos com homena− gens. José Paulo agradeceu as homena− gens e disse que sempre conta com o apoio dos amigos para realizar o seu trabalho.“Eu não mereço tanto. Agra− deço a lembrança, o apoio e amor que vocês têm me dedicado”, concluiu.


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Alysson Paolinelli, brasileiro indicado ao Nobel da Paz, é homenageado Ex-ministro teve papel central na transformação do Brasil em potência do agronegócio O ex−ministro da Agricultura,Alys− son Paolinelli, engenheiro agrônomo, indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2021 e 2022, foi homenageado por sua atuação histórica em prol do agronegó− cio brasileiro, em cerimônia realizada no dia 29 de novembro, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), durante reunião do Cosag. Parlamentares, embaixadores e presidentes de entidades representativas da agroindústria entregaram ao home− nageado o Prêmio Alysson Paolinelli – O maior Brasileiro Vivo. O troféu foi concedido pelo Comitê Executivo de Indicação do Prêmio Nobel, presidido por Roberto Rodrigues, com apoio de várias empresas e entidades do setor agropecuário. Em seu discurso de agradecimen− to, Alysson Paolinelli reforçou que o Brasil é o único país capaz de, em poucos anos, mais do que dobrar a produção de alimentos sem abrir no− vas fronteiras agrícolas. “Temos as res− postas rápidas e seguras que o mundo precisa em temas críticos como o combate à fome e enfrentamento da agenda climática”, afirmou. Paolinelli também sublinhou a ne− cessidade de se reler o papel da agricul− tura tropical muito além da sua tradu− ção convencional em avanço do PIB. Outros pontos foram a participação dos jovens na política brasileira, a viabiliza− ção de novos modelos de financiamen−

Alysson Paolinelli recebeu o troféu das mãos do presidente da Fiesp Josué Gomes da Silva (Divulgação Fiesp)

Jacyr Costa e Alysson Paolinelli

to rural, maior segurança jurídica no campo, combate ao desmatamento ile− gal, democratização das tecnologias sus− tentáveis e reestruturação da Embrapa. Durante a cerimônia, o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, agrade− ceu a participação de outras entidades do agro, e o papel de Alysson Paolinelli no atual protagonismo da agricultura bra− sileira. “São muitas as entidades unidas nesta missão de darmos ao País o seu primeiro Nobel da Paz na figura Paoli− nelli. Ele traduz de maneira perfeita to−

Amaury Pekelman segue no comando da Biosul por mais um ano Decisão foi anunciada na última semana A Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), que representa as indústrias produtoras de energia limpa e reno− vável a partir da cana−de−açúcar e do

milho, segue sob o comando do exe− cutivo Amaury Pekelman. No cargo de presidente do Con− selho Deliberativo das associadas des− de 2016, Pekelman deve estender sua gestão até dezembro de 2023. A decisão unânime entre os re− presentantes da Biosul foi anunciada no dia 1º de dezembro.

do o sucesso do nosso agronegócio hoje em dia”, disse. Jacyr Costa, presidente do Cosag da Fiesp, enfatizou o pioneirismo de Pao− linelli, também conselheiro do Cosag, ao alinhar, há 50 anos, o conhecimento científico com a atividade agrícola, transformando o Brasil em um grande exportador de alimentos. “Esta home− nagem é um reconhecimento pelo tra− balho exemplar desempenhado por Paolinelli no processo de transformar o Brasil de importador na década de 1970

em grande exportador, comercializando sua produção agrícola em mais de 200 países”. Seguindo a mesma linha de argu− mentação, o atual ministro da Agricultu− ra, Marcos Montes, lembrou que esta re− volução agrícola vivida nos últimos 50 anos no País barateou o custo de vida da população: “Em 1970, o percentual de gasto dos brasileiros com alimentação ocupava metade do salário. Hoje, depois dessa transformação capitaneada por Alys− son Paolinelli, esse custo é bem menor”. Na opinião do ex−ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues,“Pao− linelli é o autor da mais fantástica saga contemporânea da agricultura no mun− do. Implementando programas pionei− ros, fez o cerrado tornar−se produtivo.” O coordenador técnico da Rede Alysson Paolinelli, Ivan Wedekin, apre− sentou dados relativos ao trabalho de comunicação feito para a inclusão de Paolinelli entre os laureados pelo No− bel da Paz. Na primeira indicação, em 2021, foi elaborado um material com 56 páginas, ao qual foram anexadas 104 cartas de apoio representando 74 países. “No caso de 2022, mesmo ele não ten− do sido distinguido pelo Prêmio, nosso material avançou para 80 páginas, com mais de 100 cartas de apoio, metade delas da área acadêmica”, ressaltou. O diretor da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Uni− versidade de São Paulo (ESALQ/USP), Durval Dourado Neto, lembrou a im− portância de um projeto mais recente liderado por Alysson Paolinelli. “Como terceiro catedrático da Universidade de São Paulo (USP), ele está à frente do Projeto Biomas, que procura estruturar um planejamento estratégico para au− mentar a produção de alimentos para 1,2 bilhão de pessoas até 2050”, revelou.


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PREMIAÇÃO MASTERCANA BRASIL VALORIZA SETOR 100% ESG Após analisar os 83 cases inscritos, MasterCana Brasil 2022 premia os melhores do setor bioenergético 100% ambiental, 100% social, 100% governança. E acima de tudo 100% cana−de−açúcar. Assim foi a cerimônia de premiação do Master− Cana Brasil 2022, que no dia 24 de outubro, reuniu nas dependências do auditório da AMCHAM, na capital paulista, os que mais se destacaram no setor bioenergético, que já traz incor− porado em seu DNA as práticas ESG. Criado em 1988, o MasterCana re− conhece o mérito das pessoas e orga− nizações que buscam o aprimoramen− to tecnológico e socioeconômico do agronegócio sucroenergético brasileiro. O troféu vem ao longo destes anos, acompanhando a evolução do setor e viu usinas de açúcar se transformarem em parques de bioenergia, investindo cada vez mais em tecnologia e susten− tabilidade. O evento contou com pa− trocínio da AxiAgro, da Netafim; da Ubyfol, e do S−PAA Soteica. Na abertura do evento o CEO da ProCana, Josias Messias, elencou uma característica que confere ao setor o carimbo de atividade 100% ambiental. “Se você não cuida da terra e nem do meio ambiente, você não tem produ− tividade. Embora simples, essa equação

vem carregada de uma complexidade de gestão, por lidar com variáveis que impactam o resultado final do negócio, e boa parte dessas variáveis estão fora do controle de suas mãos. Logo, admi− nistrar uma usina é uma das tarefas mais complexas do mundo, não é coi− sa para amador”, destaca Josias, atri− buindo à transparência da gestão, um dos pilares que compõem a base de um empreendimento ESG. O diretor−presidente da Jalles Machado, Otávio Lage de Siqueira Filho, abriu a entrega das premiações, sendo contemplado com o troféu de “Empresário do ano”. “Agradeço a Deus por essa opor− tunidade de estarmos aqui neste mo− mento muito importante. Quero pa− rabenizar também ao Josias pelo tra−

balho que desenvolve em prol do nosso setor. Compartilho esse prêmio com a nossa equipe, colaboradores, diretores, gerentes, enfim, todos os amigos que fazem com que a Jalles Machado possa estar aqui sendo re− presentada por mim nessa noite”, dis− se ao receber o troféu. Na sequência o vice−Presidente Executivo de Etanol, Açúcar e Bio− energia da Raízen, Francis Vernon Queen Neto, ao ser contemplado com o prêmio de “Executivo do Ano” atri− buiu esse reconhecimento aos inves− timentos do grupo no etanol de se− gunda geração. “Agora já com três plantas novas de etanol celulósico em construção. A Raízen está dando um empurrão pa− ra que possamos fazer uma mudança

relevante no setor. Mudar de patamar e extrair mais energia por hectare no nosso canavial, usar melhor a nossa cana−de−açúcar. Tenho certeza que a gente só está dando o primeiro passo e que juntos iremos muito longe, le− vando a nossa tecnologia e exportan− do solução sustentável para o mundo”, pontuou Francis. Para Hugo Cagno Filho, diretor executivo da Usina Vertente e da Grupo Hummus Agroterra e presi− dente União Nacional da Bioenergia (UDOP), ter sido eleito como o Líder do Ano de 2022 foi uma honra. “Es− tou feliz por receber este prêmio e es− pero merecê−lo de verdade, pois tem muita gente boa neste setor. Estou há 48 anos neste mercado, tentando sem− pre fazer o melhor. Agradeço pela ho− menagem”, disse. Bento Gonzaga, gerente de RH e Motomecanização na Usina Santa Lúcia, foi laureado com prêmio Jor− nalCana NEXT MasterCana, catego− ria que homenageia jovens executivos. “Fico muito lisonjeado e encaro isso como uma grande responsabili− dade. Representamos a quarta geração à frente da usina e vamos encarar esse desafio que temos pela frente, pois te− mos que produzir para alimentar e lo− comover”, disse Gonzaga. Após a entrega do troféu a ceri− mônia de premiação prosseguiu com um coquetel onde os participantes pu− deram praticar um Benchmarking na busca das melhores práticas de gestão.

VENCEDORES MASTERCANA BRASIL 2022

Otávio Lage de Siqueira Filho, diretor-presidente da Jalles Machado

Francis Vernon Queen Neto, Vice-Presidente Executivo de Etanol, Açúcar e Bionergia da Raízen

Hugo Cagno Filho, diretor executivo da Usina Vertente e Presidente da UDOP – União Nacional da Bioenergia

Bento Gonzaga, gerente de RH e Motomecanização na Usina Santa Lúcia


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VENCEDORES MASTERCANA BRASIL 2022

A recebeu três prêmios:  Área Agrícola - Tecnologia & Inovação  Manejo e Tratos Culturais - Performance BP  Automotiva e Logística Agrícola - Performance BP A empresa foi representada por Mário Dias, gerente Sênior de Desenvolvimento Agrícola, Alexandre Martins, gerente de Logística; Rogério Bremm, diretor Agrícola e Mário Sérgio Salani, gerente Sênior de Mecanização

A recebeu três prêmios:  Administração & Finanças - Tecnologia & Inovação  Produção de Açúcar - Tecnologia & Inovação  Manejo e Tratos Culturais – Gestão A empresa foi representada por Paulo Gutierrez, especialista de excelência agronômica e pesquisa de desenvolvimento, Eneas Cordeiro, gerente executivo de Unidade; João Francisco Toqueti, gerente executivo de BSC e Suprimentos

A recebeu dois prêmios:  Programas de Qualidade e Produtividade - Tecnologia & Inovação  Eficiência Industrial – Gestão A empresa foi representada por José Elias Redigolo Junior, diretor de RH e de Administração e Gilmar Galon, diretor industrial

A recebeu três prêmios:  Estratégia Empresarial - Gestão  Programas de Qualidade e Produtividade - Gestão  Gestão de Pessoas – Gestão Representando o Grupo, Carlos Furlaneti, VP de Pessoas e Jurídico; Adriano Furtado, VP de Finanças e Tecnologia; Gustavo Henrique Rodrigues, CEO e Carlos Zanon, VP de Supply Chain, receberam os prêmios.

A recebeu três prêmios:  Saúde e Segurança no Trabalho - Gestão  Comercial & Logística - Gestão  Automotiva e Logística Agrícola - Tecnologia & Inovação A empresa foi representada por Agnaldo Veronezi, gerente comercial, Thiago Sousa Barros dos Santos, diretor Superintendente; José Ribeiro de Oliveira Netto, gerente Corporativo Serviços Administrativos e Marcel Motta Martins, gerente de Motomecanização, Torre de Controle e Frota Corporativa.

A recebeu dois prêmios:  Automação Industrial - Tecnologia & Inovação  Área Industrial – Performance A empresa foi representada por Alberto Antonio Silva, gerente industrial

A recebeu três prêmios:  Estratégia ESG - Performance  Área Agrícola - Performance  Bioeletricidade -Tecnologia & Inovação A empresa foi representada por Lucas André Lopes, diretor Agrícola; Silvério da Silva, Cordenador SSMA e Hélio Pavani, diretor industrial

A recebeu três prêmios:  Saúde e Segurança no Trabalho - Tecnologia & Inovação  TIC– Tecnologia da Informação e Comunicações - Tecnologia & Inovação  Automação Industrial – Performance A empresa foi representada por Abel Rocha, diretor Geral da SJC Bioenergia e Ronaldo Bezerra, diretor geral de açúcar e etanol Brasil da Cargill

A recebeu dois prêmios:  Área Industrial - Tecnologia & Inovação  Automotiva e Logística Agrícola – Gestão A empresa foi representada por David Fernando de Britto, coordenador de Manutenção Industrial e Alex Sandro Herico Motta, gerente de Manutenção Automotiva

A recebeu três prêmios:  Responsabilidade Empresarial - Performance  Administração & Finanças - Performance  Comercial & Logística – Performance O Grupo foi representado por Thierry Soret, diretor Financeiro; Marluci Pinheiro Rossi, diretora ADM/RH; Francisco Vital, diretor Comercial e pelo presidente Mário Lorencatto

A recebeu três prêmios:  Produção de Açúcar - Gestão  Automação Industrial - Gestão  Área Agrícola – Gestão A empresa foi representada por Igor Botrel, gerente Industrial; Maicon Caetano, gestor de PCMI e Confiabilidade, Claudemir Leonardo, diretor agroindustrial, Fernando Zeferino, encarregado de produção, e Eugênio de Paula, técnico de Automação.

A recebeu dois prêmios:  Saúde e Segurança no Trabalho - Performance  Programas de Qualidade e Produtividade – Performance Os colaboradores José Francisco Arazabone Neto, gerente de Segurança e Medicina do Trabalho e André Luiz Teixeira Câmara, diretor Industrial receberam os troféus em nome da companhia


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A recebeu dois prêmios:  Responsabilidade Empresarial - Gestão  Área industrial - Gestão A empresa foi representada por Hamilton de Angelo Antonio, diretor Industrial e Ana Beatriz Marchini Tenália, gestora do Meio Ambiente

A foi premiada na categoria:  Estratégia Agrícola - Gestão A empresa foi representada por André Monaretti, CEO

A recebeu o prêmio na categoria:  Gestão de Pessoas - Performance A empresa foi representada por Diego Victoriano, Supervisor de Qualidade, Sustentabilidade e RH, e Marina Destefani, Analista de RH

A recebeu o prêmio na categoria:  Automação Agrícola - Performance A empresa foi representada por Antonio Luiz Giro, controller

A recebeu dois prêmios:  Preservação Ambiental - Tecnologia & Inovação  Administração & Finanças – Gestão A empresa foi representada por Tiago Marcelo de Novaes, diretor Administrativo Financeiro, Lúcio Aurélio Ramos, supervisor Financeiro, Carlos Soldi Junior, gerente de Tecnologia de Informação e equipe

A recebeu o prêmio na categoria:  Produção de Etanol -Tecnologia & Inovação A empresa foi representada por Giovanni Carlo Rabesco, gestor de Projetos

A recebeu o prêmio na categoria:  Eficiência Industrial - Tecnologia & Inovação A empresa foi representada por Claudia Toniello, diretora de RH

A recebeu o prêmio na categoria:  Automotiva e Logística Agrícola Tecnologia & Inovação A empresa foi representada por Henrique Fratari, supervisor COA – Agricultura de Precisão

O recebeu o prêmio na categoria:  Preservação Ambiental – Performance Eduardo de Queiroz Monteiro, presidente da usina e Sônia Roda, gestora ambiental receberam a homenagem

UBYFOL

A recebeu o prêmio na categoria:  Manejo e Tratos Culturais - Tecnologia & Inovação A empresa foi representada por Menero Denardi, supervisor de COA e Logística

A recebeu o prêmio na categoria:  Estratégia Empresarial - Performance O prêmio foi entregue ao gerente de Divisão Industrial, Alexandre Menezes e ao gerente Industrial da Usina Buriti, Alessandro Gonçalves.

Netafim


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