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GESTÃO
Um bom planejamento pode ser o divisor entre o sucesso e o fracasso do negócio Usinas competitivas investem cada vez mais no planejamento para melhorar sua performance Se navegar é preciso, como dizia o poeta e empresário Fernando Pessoa, planejar é fundamental para assegurar o sucesso do empreendimento. Foi o que ficou evidenciado durante o Masterclass ESG NAS USINAS com o tema: O Planejamento Estratégico como Fator de Competitividade. O webinar promovido pelo Jor− nalCana realizado no dia 11 de maio, contou com a participação do execu− tivo agroindustrial Luiz Paulo Sant’Anna. Com 38 anos de carreira e passagens bem−sucedidas por empre− sas bioenergéticas como Cevasa (Gru− po Cargill), Atvos, Renuka do Brasil, Grupo Equipav, Grupo Zanin e Gru− po Zilor, Sant’Anna é relevante refe− rência quando se fala em planejamen− to estratégico. Ao longo de sua trajetória ele de− senvolveu o conceito de “Visão de Dono”, que consiste na delegação planejada das atividades e desenvolvi− mento do senso de propriedade, para que os profissionais assumam maiores responsabilidades e possam entregar melhores resultados. Quem também enriqueceu o webinar com sua parti− cipação foi o COO Julimar Souza, que está à frente das operações do Grupo Usacucar (Santa Terezinha) no Paraná, onde lidera o bem−sucedido plano de transformação do grupo, denominado de Projeto Transforma. Nos últimos três exercícios, o gru− po Usacucar saiu de um EBIT negati− vo para cerca de R$400 milhões anuais, gerando mais de R$ 1 bilhão de Lucro Operacional para a empresa. Resulta− dos obtidos mesmo com a queda no volume de moagem, o que contribui para quebrar um velho paradigma so− bre a importância da escala e volume de moagem como principais fatores no resultado econômico das usinas. Com o patrocínio das empresas Axiago e S−PAA Soteica, o webinar contou com a condução do jornalista e diretor da ProCana, Josias Messias, pa−
Julimar Souza
Luiz Paulo Sant’Anna
ra quem “o planejamento estratégico é essencial para o sucesso, pois determi− na onde a empresa quer chegar e co− mo ela fará para executar seu objetivo”. Numa rápida e básica definição Luiz Paulo vê o planejamento como uma ferramenta que permite às pes− soas perceber a realidade e avaliar os caminhos a serem seguidos a curto, médio e longo prazo, tendo como conceitos: missão, visão e valores. “É preciso transformar essas ideias em documentos, sair da mente para o pa− pel e virar realidade, lembrando que a missão tem como objetivo declarar o propósito da empresa, e o porquê dela existir. A visão é onde a empresa quer chegar, o que quer alcançar, para des− pertar o engajamento das pessoas. E os valores devem estabelecer quais serão as regras do jogo, qual a cultura da empresa, o que realmente importa e o que se pode ou não abrir mão. Uma das premissas importantes no processo de planejamento, segundo Luiz Paulo, diz respeito a Cultura Organiza− cional, que não deve ser inventada. “Empresa são pessoas e a comu−
nicação entre elas abrigadas por uma razão social e uma cultura organiza− cional, que conecta as pessoas com os resultados. Isso vai depender de iden− tificação com valores, lideranças in− fluenciadoras, e coerência para se chegar a resultados. Nunca invente uma Cultura Organizacional, ela pre− cisa ser revelada, através da percepção dos líderes, colaboradores, RH, diri− gentes, assim se consegue um com− portamento adequado das pessoas no seu dia a dia”, explicou. É importante ter grupos com di− versidade, formação multifuncional, que possibilitam questionamentos. Com relação à Pertencimento e En− gajamento Sustentável (P&E), Luiz Paulo explica que sentimento de per− tencimento, é estar dentro de uma empresa que tem um elo de ligação entre as pessoas. “Ele deve estar basea− do no tripé do engajamento: autono− mia, espaço para contribuição, cresci− mento (faz sentido para mim estar aqui). É necessário criar um quadro de gestão estratégica, que inclui missão, valores, comportamentos estratégicos,
pilares estratégicos, política de quali− dade. E é importante que este quadro esteja visível para garantir que todos conheçam”. De acordo com Luiz Paulo, o pla− nejamento se subdivide em três con− ceitos: O Estratégico, voltado para a alta administração, que inclui visão da empresa, forte orientação externa, fo− co no longo prazo com objetivos ge− rais e planos genéricos; Tático, volta− do para gerentes, com visão por uni− dade de negócio ou departamento,