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GESTÃO
Junho 2022
Transformação digital, mais um desafio para a indústria da cana A consolidação deste processo precisa ser avaliada pelos gestores das usinas com urgência, já que a iniciativa colabora na implantação do ESG nas usinas Processar a cana para dar origem ao açúcar, etanol e energia, entre ou− tra gama de produtos, é uma tarefa que as usinas vêm aperfeiçoando ao longo dos últimos anos. O grande desafio agora é digitalizar todo esse processo, de forma que as ações que se enqua− drem nas práticas ESG, possam ser mensuráveis, resultando em aumento de produtividade e retorno financeiro. Com o passar dos anos, a transfor− mação digital vem se transformando numa necessidade básica para todas as empresas. Investir em soluções tecno− lógicas, seja para automatizar proces− sos operacionais, ou para aprimorar o desempenho na gestão. Aliada às prá−
ticas ESG, como elas podem impactar o setor bioenergético. Essa e outras questões à governança ambiental, so− cial e corporativa foram respondidas por participantes da série de webinars ESG NAS USINAS, realizada pelo JornalCana no mês de Com o tema:“A Transformação Di− gital como Fator Estratégico”, a Quarta Estratégica JornalCana, realizada no dia 27 de abril, contou com as presenças de: André Ferreira, Head de Engenharia de Valor Agri & Food da SAP; Ariel Souza, head de Tecnologia da Usina São Do− mingos; Dalbi Arruda, gerente−execu− tivo de Tecnologia e Processos da Co− persucar e Luciano Fernandes, especia− lista em Transformação Digital e head de operação Treesales. Com o patrocínio das empresas AxiAgro e S−PAA, o webinar foi con− duzido pelo jornalista e diretor da Pro− Cana, Josias Messias, que destacou a complexidade do setor. “No caso es− pecífico das empresas do agronegócio, que tem um negócio complexo, pois são grandes tomadoras de capital e de mão de obra, ficam expostas à diversas volatilidades e às mudanças constantes nas técnicas de gestão. Quanto de pro− dução, transformação digital e ESG se
conectam e podem agregar valor e tra− zer novos modelos de negócio? inda− gou aos participantes. Para Luciano Fernandes, há duas grandes formas de trabalhar o digital: “seja pela necessidade de evolução, de controle, de fazer mais com menos, de otimizar os modelos tradicionais. Seja por uma crise ou questões de ESG. Então, podemos fazer a evolução digi− tal seja por tendência e dor ou com tendência e amor. Ela ocorre por uma questão de controle das informações ou por engajamento nas questões digitais”. De acordo com Fernandes, apenas 9% das empresas têm tido essa preo− cupação com o controle digital das informações. Nas demais que investem em tecnologia esse controle é extre− mamente manual. Poucas empresas estão engajadas em reportar o contro− le dessas medições. “Nós estamos no momento de fazer mais com menos. Numa pers− pectiva mais profissionalizada, é onde eu posso fazer toda uma questão de tratamento de dados, exposição e controle dessas informações para que eu possa chegar, a partir daí, no con− trole ideal, e ao longo do tempo estar digitalmente monitorando os dados e
controlando todos os indicadores. Um dos grandes desafios é habilitar essa estrutura para permitir essa engenha− ria de transformação”, explicou. Dalbi Arruda da Copersucar, lem− brou do protagonismo da empresa no RenovaBio, com todas suas 34 usinas certificadas. “O setor sucroenergético escriturou 31 milhões de CBIOs, na última safra e nossa participação foi de mais de 5 milhões, o que mostra o comprometimento do setor como te− ma”, informou Arruda, lembrando que ESG é uma questão de estratégia da companhia. Com relação à trans− formação digital, a empresa investe na robotização. “Decidimos começar a pisar nes− se terreno, lançando mão das tecno− logias com robotização, tendo como desafio que os robôs possam fazer al− go por nós e pelos nossos clientes. Al− guns robôs que se destacaram nesse processo, com capacidade de receber um e−mail do cliente e devolver para ele a informação que ele estava preci− sando, causando impacto nas opera− ções internas, liberando pessoas que antes respondiam essas solicitações pa− ra outras atividades”, contou. Ele citou ainda outro robô que se