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AGRÍCOLA
Março/Abril 2022
Irrigação antecipando geração de caixa Ferramenta transforma incerteza e limitação, em maiores chances de sucesso e oportunidades
Ter o retorno de um investimen− to o quanto antes é uma das principais ambições de um negócio. No caso da produção agrícola, inclusive, é até mais fácil assimilar a expressão “gerando frutos”. Afinal, a depender da cultura, o objetivo é justamente esse. O prazo de “geração de caixa” depende do tempo de desenvolvi− mento agrônomico da cultura, rela− cionado, sobretudo, as características da espécie. Soja, milho, por exemplo, apresentam ciclos em torno de 150 dias. Cana−de−açucar, 1 ano. Euca− lipto, Pinus, de 5 a 6 anos. Ou seja, um aspecto fundamental nas toma− das de decisão relacionadas ao negó− cio. Afinal, a liquidez da atividade depende disso.
Na prática, esse prazo de desen− volvimento deve ser relacionado ain− da a condições climáticas, sobretudo, disponibilidade de água. Via de regra, para toda e qualquer cultura vegetal, os plantios são concentrados nos perío− dos chuvosos. No caso do Centro−Sul canaviei− ro, a concentração das chuvas se dá entre setembro e março. Nesse perío− do, entretanto, há uma maior intensi− dade de chuvas a partir de janeiro. Da−
do esse aspecto, os produtores de cana concentram o plantio nesse intervalo, visando mitigar os riscos de falta chu− va. Dados do Pecege, referentes a safra 21/22, mostram que 65% dos plantios são concentrados nessa época. Ao fazer isso, determina−se um ponto importante na liquidez do ne− gócio, dado que o período de desen− volvimento de 12 meses da cultura vai confrontar justamente com a época de entressafra, onde não há colheita. Re−
sultado: “empurra−se” essa cana 3 a 6 meses para frente, possibilitando então o corte. Daí o termo “cana−de−ano− e−meio” ou “cana−de−18−meses”. Nessa linha de raciocínio, assume− se tambem que sua geração de caixa será de “ano−e−meio” ou “18 meses”. Ou seja, os cerca de R$ 13 mil por hectare investidos na formação da la− voura – valores referentes a safra 21/22 – começam a gerar caixa apenas 1,5 ano depois. Considerando que a principal ra− zão desse “empurrão” é o medo da falta chuva, pode−se assumir que prá− ticas de irrigação são ótimas alterna− tivas. Com o “controle da torneira”, a água deixa de ser limitante, permitin− do encaixar janelas de plantio fora dos períodos dependentes da chuva, com cascateamento dos 12 meses para pro− dução na janela de safra. Ou seja, an− tecipa−se a geração de caixa. Evidente que esse é um dos bene− ficios da irrigação. Ao tornar um fator antes “incontrolável” – como é o caso da água – para “controlável”, transfor− ma−se incerteza e limitação, em maiores chances de sucesso e oportu− nidades. Eu sou fã de irrigação.
Uso de biofertilizantes em canaviais é ampliado pela BP Bunge Bioenergia Bactérias e fungos aceleram desenvolvimento das plantas, reduzem perdas e promovem ganhos de rentabilidade De olho na safra 2022/23, a BP Bunge Bioenergia está ampliando o uso de biofertilizantes e o controle biológico de pragas. As ações auxiliam a planta a atingir seu máximo poten− cial genético, diminuem riscos de perdas e garantem altas produções. Amplamente utilizado na cultura do milho, o bioestimulante do tipo biofertilizante Azospirillum brasilense está entre as soluções para o próximo ciclo. A bactéria acelera o desenvolvi− mento da cana, evita estresses nutri− cionais e doenças e reduz os impactos climáticos. O objetivo é aumentar o TCH (toneladas de açúcar por hecta−
re) e economizar custos com fertili− zantes nitrogenados.Testado em 37 mil hectares na safra 2020/21 e com resul− tados positivos, o biofertilizante passa− rá ser aplicado em 100% da produção. “Bons patamares de produtividade requerem investimentos que vão além
do básico em tratos culturais, e isso implica inovação, pesquisa e tecnolo− gia. Uma alta produtividade é resulta− do da combinação de uma boa aduba− ção junto com controles de pragas e outras ferramentas como os bioesti− mulantes”, diz Rogério Bremm, dire−
tor agrícola da BP Bunge Bioenergia. Também voltada à diminuição de uso de fertilizantes e defensivos quí− micos, a empresa tem incorporado à gestão no campo novas tecnologias para realizar o controle biológico. Um dos exemplos é o uso de drones na aplicação das larvas da vespa Cotesia flavipes, que se alimentam da broca− da−cana. A distribuição aérea, que obedece a um planejamento georreferenciado para a melhor eficiência de localiza− ção, garante resultados adequados ao manejo. Um deles é a redução do tempo de distribuição do agente bio− lógico, que pode variar de 15% a 20% em relação ao sistema manual. “Os drones têm ganhado cada vez mais funcionalidades na manutenção das plantações. O combate às pragas é uma delas. No processo diário de evolução na gestão do campo, a tec− nologia, sem dúvida, exerce um papel essencial, melhorando a produtivida− de, a qualidade, promovendo econo− mia de recursos financeiros e ambien− tais”, avalia Rogério Bremm.