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MERCADO
Novembro 2020
SINDAÇÚCAR PE COMPLETA 79 ANOS O Sindicato da Indústria do Açú− car e do Álcool no Estado (SINDA− ÇÚCAR−PE) completou 79 anos na última sexta−feira (20).Ao longo des− sas quase 8 décadas, vem contribuin− do com o crescimento da cadeia su− croenergética, que impulsiona a eco− nomia do Estado, gera emprego e renda, inclusão social e desenvolvi− mento dos locais onde atua. “O SINDAÇÚCAR PE é prota− gonista de uma representação corpo− rativa que sempre traçou um caminho sócio econômico gerador de maior qualidade, em valores para a base de ativos de nossas empresas”, disse o pre− sidente do sindicato, Renato Cunha. O líder comenta que o sindicato é integrante ativo do Fórum Nacional Sucroenergético e da Câmara setorial do Ministério da Agricultura e ofere− ce uma gama de serviços às suas atuais 13 associadas, além de representa−las, como pesquisas e estudos, defesas ju− rídicas, participação em convenções trabalhistas, assim como, integram o sistema Cni−Fiepe.“Focamos no de− senvolvimento da inovação, objeti−
Renato Cunha
vando incrementos dos processos de produtividade”, afirma. Cunha ressalta que a indústria da cana de Pernambuco hidrata com ren− da cerca de um terço dos municípios do Estado, ou seja, 58 municípios, se de− senvolvem a cada ano com as atividades das unidades produtoras. Por exemplo, no acumulado de janeiro a setembro, o segmento gerou 21.801 novos postos de trabalho em Pernambuco, se destacan− do como o maior empregador entre as usinas nacionais. Já os níveis de empre− gabilidade nesta safra, iniciada em se− tembro no NE, são consideráveis e de− vem chegar a 70 mil empregos formais até março do ano que vem. “Os ativos da cana geram valor em
mercadoria no setor de commodities, mas além disso, geram milhares de empregos distribuídos na indústria, logística e outros setores”, comenta. O executivo reforça a importância do setor para o Estado, lembrando que Pernambuco conta com dois termi− nais de exportação de açúcar, termi− nais marítimos de etanol, uma estação experimental de melhoramento ge− nético da cana, que opera em parceria das usinas e UFRPE. “As nossas unidades produzem açú− car, etanol, bioeletricidade, álcool 70, briquetes de biomassa e melaço para ra− ção animal.Algumas usinas são gerado− ras de energia oriunda de pequenas cen− trais hidrelétricas (PCHS),além de con−
tarem com ativos ambientais com pre− servação de mata Atlântica e matas cilia− res nos principais cursos d’água”, afirma. Neste contexto, o SINDAÇÚ− CAR PE atua como um porto seguro para as atividades da agroindústria ca− navieira. Como ocorreu este ano, em meio aos impactos da Covid−19, o sindicato articulou medidas para mi− nimizar efeitos da pandemia no setor, que amargou queda acumulada que chegou a 40% na demanda por etanol no Estado, sugerindo desde propostas de redução de tributos federais à in− clusão do segmento em programas de concessão de crédito junto ao BNDES e outras instituições financeiras Com mais segurança, as usinas pernambucanas iniciaram a safra 20 /21 com uma perspectiva otimista e espera−se que sejam colhidas 12,5 milhões de toneladas de cana no ciclo. Este será o maior volume processado pelo Estado em quatro anos. “Ainda não estamos nos melhores momentos, mas o setor está tentando consolidar sua recuperação, procurando os me− canismos de mercado interno e ex− portação. E o SINDAÇÚCAR PE está aqui para contribuir neste senti− do”, concluiu Cunha.
Usinas investem em transporte por ferrovia As usinas passaram a investir mais no escoamento de seus produtos pelo modal ferroviário. Uma prova disso foi o investimento de aproximadamente R$ 70 milhões feito pela Usina Co− ruripe no lançamento da pedra fun− damental do futuro terminal rodofer− roviário Comendador Rubem Mon− tenegro Wanderley, na cidade de Itu− rama (MG). O projeto prevê a instalação de uma unidade moderna de transbordo rodoferroviário interligada à Rumo e a previsão é que sejam movimentados pelos trilhos dois milhões de tonela− das de açúcarVHP por ano com des− tino ao Porto de Santos (SP), já no primeiro semestre de 2022, quando a obra deverá ficar pronta. “Pretendemos contribuir com o desenvolvimento da produção re− gional de açúcar e trazer mais facili− dades a clientes e consumidores, além de gerar novos postos de trabalho. Esse investimento demonstra a con− fiança da empresa no cenário so− cioeconômico da região”, afirma o
presidente da Usina Coruripe, Ma− rio Lorencatto O terminal atenderá outras usinas em um raio aproximado de 400 a 500 quilômetros, uma área de influência que abrange todo o Triângulo Minei− ro e as usinas do sul de Goiás. A Tereos também aposta no trans− porte ferroviário, por isso, em parceria com a VLI, inaugurou oficialmente, em novembro, dois armazéns de açú− car construídos nos terminais do Por− to de Santos e na cidade de Guará (SP). As construções fazem parte do
acordo de longo prazo assinado pelas duas empresas em junho de 2018, com investimentos de R$ 145 milhões por parte da Tereos e R$ 60 milhões pela VLI, e que prevê uma capacidade de transporte de 1 milhão de toneladas de açúcar bruto por ano. Os estabelecimentos têm capaci− dade para 240 mil toneladas e foram essenciais para apoiar o aumento esti− mado em 60% nas exportações da Te− reos nesta safra, alcançando um volu− me de 1,15 milhão de toneladas de açúcar bruto.
“Em um momento desafiador em virtude da pandemia, a conclusão dos novos armazéns de açúcar, em parce− ria com aVLI, foi essencial para apoiar o aumento de nossas exportações de açúcar.Além de aumentar a competi− tividade de nossa logística, este inves− timento permite uma redução de 220 mil toneladas em emissões de CO2 anuais”, comentou Jacyr Costa Filho, membro do Comitê Executivo Glo− bal da Tereos. “A parceria garante uma maior competitividade e confiabilidade à Te− reos por meio de um serviço de logís− tica multimodal que integra a cadeia do açúcar da usina até o navio. A VLI já movimenta cerca de 1/3 do açúcar exportado pelo Porto de Santos. Queremos continuar crescendo e au− xiliando o setor com uma logística ca− da vez mais eficiente”, ressaltou o pre− sidente da VLI, Ernesto Pousada. A VLI movimentou 19% mais açúcar no primeiro semestre de 2020 na comparação com igual período de 2019 e a expectativa no médio e lon− go prazo é ampliar o volume em ra− zão do aumento de capacidade oriun− do dos novos armazéns.