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PRODUÇÃO
Junho 2016
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Conab prevê resultados positivos em diversos estados brasileiros A Companhia Nacional de Abastecimento — Conab, lançou, em abril deste ano, as previsões de moagem para a safra e dados de produção 2016/17. De acordo com o gerente de levantamento e avaliação de safra da empresa, Marisson, a produção de cana-deaçúcar estimada para a safra é de 690,98 milhões de toneladas. O crescimento está estimado em 3,8% em relação à safra anterior. A área cultivada será de 9 milhões de hectares, aumento de 5,4%, quando comparada com a safra 2015/16. A produção de açúcar deverá atingir 37,5 milhões de toneladas, 12% superior à safra anterior. A produção de etanol deve se manter acima de 30 bilhões de litros, porém há estimativa de redução de 0,4%. A produção de etanol anidro deverá ter aumento de 4,7%, alcançando 11,7 bilhões de litros e a produção de etanol hidratado poderá atingir 18,6 bilhões de litros, redução de 3,4% ou 649 milhões de litros. A previsão da safra para o setor sucroenergético é positiva. Após alguns anos de dificuldade em função de questões mercadológicas e climáticas, a tendência é uma maior estabilidade na safra que se inicia. A valorização cambial e o aumento da demanda por combustíveis renováveis e de açúcar, no cenário internacional, favorecem esta perspectiva. Diante deste cenário, algumas unidades de produção não interromperam as atividades em janeiro,
Marisson Marinho, gerente de levantamento e avaliação de safras da Conab
fevereiro e março. O crescimento do setor sucroenergético é constante em alguns novos estados, como: Pará, Maranhão, Sul da Bahia, parte do Piauí, Tocantins. No Maranhão, algumas empresas estão se reestruturando, buscando recursos para se modernizarem e atingirem patamares de tecnologia e produção superiores. Investimentos em segurança e
aumento de capacidade constam nas perspectivas de curto prazo de algumas empresas. Há casos de injeção de capital internacional e de grupos econômicos nacionais que veem as unidades de produção como potencial de investimento. Há casos de áreas cultivadas com cana-de-açúcar totalmente irrigada, que significa grande possibilidade de sucesso. Além disso, o
avanço da colheita mecanizada qualifica o setor sucroalcooleiro do Maranhão. Um problema que aparece é o envelhecimento do canavial, mas a renovação poderá ser efetuada durante a atual safra, tendo em vista a injeção de novos recursos. Em geral, na Bahia, os números da safra de cana-de-açúcar estão estáveis, com leve aumento na área, produtividade, ATR total e ATR médio. Já a produção de açúcar terá acréscimo significativo. Da mesma forma há uma tendência no aumento da produção de etanol anidro. No Tocantins a safra de cana-de-açúcar irá até outubro deste ano. Isso se deve ao volume de cana-de-açúcar a ser processada nesta safra. A produção deverá ser menor em relação à safra 2015/16, devido à produtividade que está abaixo do potencial e às condições climáticas adversas. Tanto no Pará como no Piauí há pouca representatividade junto ao setor sucroalcooleiro. No Pará existe apenas uma unidade de produção, mas as informações indicam um pequeno acréscimo de área e produtividade, impactando na produção total do estado. Isso indica aporte de tecnologia no canavial. A situação no Piauí terá pequeno aumento. O que difere, porém, é que no Piauí há uma redução da produtividade média. “Espera-se um incremento de 3,8% na produção em relação à safra passada, chegando a 690,98 milhões de toneladas”, finaliza Marinho.