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PESQUISA & DESENVOLVIMENTO
Junho 2016
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Montadoras lançaram vários Brutos a etanol na década de 80 O lançamento do caminhão a etanol da Scania chega com o diferencial de que valoriza 100% a sustentabilidade e a pesquisa e desenvolvimento, uma vez que é movido a etanol de segunda geração e possui tecnologia 45 anos à frente dos primeiros veículos desenvolvidos. Nos anos 80 a Mercedes-Benz do Brasil desenvolveu caminhões movidos a álcool, em parceria com o setor sucroenergético. Eram modelos equipados com o motor Mercedes-Benz M-352-O a álcool de seis cilindros que gerava 150 (cv) de potência fabricados entre os anos de 1984 a 1986 para equipar os caminhões médios-pesados L2215 6x4. Posteriormente em 1987 o L-2215 foi substituído pelo L2216 6x4, entretanto o novo modelo continuou sendo equipado com o propulsor M-352-O. A alternativa do álcool em veículos comerciais exigiu o desenvolvimento de uma tecnologia própria que solucionasse possíveis problemas inerentes à utilização do novo combustível e, ao mesmo
tempo, permitisse explorar ao máximo as suas potencialidades. A Volkswagen Caminhões também teve sua experiência com caminhões a diesel, em parceria com o setor sucroenergético. O Dodge E-13 foi produzido em novembro de 1980 e deslanchou a partir de 1981, já com o famoso logotipo da Volkswagen, que acabara de assumir o controle das operações da Chrysler no Brasil. Montado na antiga Fábrica 4, às margens da Via Anchieta, o Dodge E-13 foi, junto ao 6×4 E-21, um dos caminhões a etanol de maior êxito. Permaneceu em produção até 1985. A proposta do E-13 era de servir nas tarefas de apoio na indústria sucroenergética, em complemento ao E-21, usado na colheita da safra. Atualmente é raro encontrar um caminhão desses em operação. Mas ficaram na história. Tratores agrícolas a etanol também foram produzidos na época, lançados pelas fábricas mais expressivas do País. (LB)
Emílio Fontanello: diferença de preço deve diminuir
Demanda maior pode baratear valor do caminhão a etanol De acordo com Emílio Fontanello, engenheiro de Pré-Vendas da Scania no Brasil, a tendência é que, quanto mais empresas aderirem à novidade, mais o preço de venda do produto e as despesas com manutenção barateiem. “O aumento da demanda vai fazer a diferença diminuir”, espera. A tecnologia Sunliquid, por sua vez, representa um processo biotecnológico inovador para a fabricação de etanol celulósico a partir de resíduos agrícolas,
como a palha da cana, garante a Clariant. A empresa desenvolveu enzimas específicas à matéria prima, que partem a celulose e a hemicelulose em açúcares fermentáveis sob condições estáveis de processamento com alta produtividade. “Concluímos diversos testes e obtivemos a validação técnica e econômica da tecnologia Sunliquid, que já está disponível para a comercialização no Brasil”, informa Martin Mitchell, gerente de desenvolvimento de negócios da Clariant. (LB)