JornalCana — Edição 266 / Março 2016

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JC 266

3/2/2016

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TECNOLOGIA AGRÍCOLA

Março 2016

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Usinas precisam fazer desinfecção da lâmina de corte das colhedoras Outro procedimento necessário é a análise de sanidade do material (toletes ou mudas pré-brotadas) utilizado no plantio A necessidade de controlar essa doença exige que as empresas, com atuação neste segmento, adotem procedimentos rigorosos para a produção de mudas sadias, destaca Alfredo Urashima, que está vinculado ao Centro de Ciências Agrárias da UFSCar, campus de Araras, SP. As usinas e produtores de cana também devem assumir o seu papel na prevenção dessa doença. “Quando a colheita era manual, na mudança de um talhão para outro era muito mais fácil desinfetar o facão. Na colheita mecanizada, quando há a mudança de um campo para outro, o operador não para a máquina para fazer a desinfecção do implemento de corte” – compara o professor da UFSCar. A recomendação para a adoção deste procedimento é feita pelos especialistas em fitopatologia. “Mas, é muito pouco provável que ocorra, na maioria dos casos, a parada da máquina para que seja realizada a desinfecção”, reconhece. A lâmina de corte fica bem protegida na colhedora, o que demanda mais trabalho e tempo para que

ocorra a desinfecção – constata. “Este procedimento geralmente não é feito. Mesmo exigindo um trabalho maior, a recomendação tem que ser seguida, pois se um talhão estiver contaminado, a doença vai ser disseminada pela máquina”, diz. “Existe sim o risco da mecanização tanto do plantio como da colheita aumentar a incidência do raquitismo da soqueira – ressalta. “A dúvida é saber quão sadia vão ser essas mudas” – questiona. É necessário que todas as usinas façam

uma análise de sanidade do material (toletes ou mudas pré-brotadas) utilizado no plantio – adverte. “Existem muitas unidades que ainda não fazem esse trabalho de monitoramento da doença”, afirma. Apesar da falta de dados no Brasil, o professor da UFSCar considera que o raquitismo é a doença mais importante e perigosa da cana-de-açúcar. “O grande problema é que ele ataca todas as variedades. Não é visível. Atua como um diabetes. É possível ver o raquitismo à medida em que os

cortes vão avançando”, observa. O raquitismo é sistêmico, uma vez instalado, não há como controlá-lo com o uso de agroquímico. Essa doença é mais problemática em locais onde a cana possa sofrer estresse hídrico. Diminui o número de cortes do canavial e só pode ser eliminada na reforma – diz. Além disso, provoca redução na produtividade que pode variar entre 5% a 19%, dependendo da variedade, conforme trabalhos já realizados nessa área. (RA)


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