JornalCana 260 (Setembro/2015)

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MERCADO

Setembro 2015

Investimento em distribuidora pode ser uma boa alternativativas para as usinas A venda direta de etanol é uma situação complexa, porque há vários interessados na cadeia, inclusive os próprios governos estaduais e o federal, que não querem perder receita, observa Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo, diretor comercial da Usina Alta Mogiana. Poderia haver um problema de evasão em algumas situações, envolvendo usinas mais fragilizadas – exemplifica.

Venda direta de etanol não traria benefícios significativos para consumidores e unidades sucroenergéticas, opina diretor comercial de usina Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo, da Usina Alta Mogiana: vários interessados na cadeia

Segundo ele, a margem obtida na comercialização de etanol por parte das distribuidoras não é tão grande como se imagina, por isto a venda direta não traria benefícios significativos ao consumidor e às usinas. Existe ainda a questão do risco de crédito relacionado ao pagamento de etanol por parte dos postos. Ele também considera que a questão da fidelização das bandeiras é outro obstáculo.

Para Luiz Figueiredo, uma boa alternativa para as unidades sucroenergéticas ampliarem os seus ganhos é o investimento em distribuidoras. “No momento em que as usinas estiverem numa situação financeira melhor, elas podem – juntas ou isoladamente – buscarem uma diversificação que inclua o business de distribuição de combustíveis no portfólio de seus negócios”, afirma. Este cenário das usinas interessadas, em

algum momento, por ativos de distribuição é mais provável do que a alternativa de venda direta – avalia. Ele cita a Raízen, que investiu em distribuidora, como um bom exemplo de atuação nessa área. “Se o setor de distribuição de combustíveis se tornar muito rentável, vai atrair novos entrantes. Entre esses investidores, as usinas seriam ótimas candidatas”, afirma. (RA)

Produto apresenta baixa competitividade em Brasília A venda direta, o investimento em distribuidoras ou mesmo a utilização de outras modalidades de distribuição e comercialização podem criar alternativas para a venda do produto em mercados regionais onde o etanol apresenta baixa competitividade. Em Brasília, por exemplo, esse biocombustível chega a ter um preço, nos postos, de R$ 0,80 por litro superior ao de Rio Verde, GO, que compra o produto pelo mesmo valor do Distrito Federal, revela André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético. O mercado bastante concentrado, o custo da mão-de-obra e de imóveis, a alíquota de ICMS interferem parcialmente no preço do litro do etanol em Brasília – explica. “As distribuidoras costumam, no entanto, vender o produto por um preço mais elevado para os postos”, comenta. A mudança no índice de ICMS, que deverá ser reduzida de 25% para 19%, poderá aumentar a competitividade do produto na capital federal, observa André Rocha. A melhoria da paridade do preço do etanol, que chega a ficar em 80% do valor do litro da gasolina, é importante, pois “Brasília não deixa de ser uma vitrine para o produto” – destaca. (RA)


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