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ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO
Outubro 2016
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“Residência” dos custos facilita Formação não é adequada em diversos casos construção do orçamento A controladoria é, atualmente, a “residência” dos custos de uma companhia – define Fábio Pussi. “Acredito que os custos bem mapeados e apurados possibilitam a confecção do orçamento e fluxo de caixa em 90%, influenciando diretamente no endividamento da empresa. Os demais 10% derivam de estratégias e planejamentos da organização”, comenta. Segundo ele, a controladoria é estruturada pela contabilidade (societária, patrimonial e tributária), pelo sistema Integrado de gestão (ERP e sistemas especialistas), pelo planejamento e controle (acompanhamento do negócio, projeção orçamentária, custos e controle orçamentário), pela auditoria interna. Atualmente, a controladoria tem compartilhado algumas de suas atribuições com um novo departamento implementado em grandes corporações, que é o de gerenciamento de riscos – constata. De acordo com Fábio Pussi, a partir de um software de gestão bem implementado, e um fluxograma de procedimentos bem desenhado, em cada departamento da companhia, é possível utilizar uma das principais técnicas da controladoria, que é a realização de procedimentos de auditoria visando a melhoria contínua. Essas medidas possibilitam a identificação de inconformidades em diversos processos, criando condições para correções e/ou prevenções de falhas na empresa – afirma. Os recursos da TI - Tecnologia da Informação, como a utilização de um ERP - Enterprise Resource Planning, são essenciais para dar suporte ao trabalho desenvolvido pela controladoria, ressalta. “Não podemos mais pensar em controles e informações
Fábio Valentim Pussi, gerente da área da DCBio da Della Coletta Bioenergia
contábeis e fiscais, sem apoio de um bom ERP. A globalização, o avanço da tecnologia e a constante evolução dos órgãos governamentais, quanto à sua estrutura de fiscalização e arrecadação, exigem que a companhia possua um ERP bem estruturado e que atenda os stakeholders de forma ampla”, diz. (RA)
De maneira geral, os profissionais que atuam na área de controladoria em unidades sucroenergéticas têm formação precária – afirma Fábio Pussi. Muitos deles são originários de uma época menos informatizada, possuindo, no entanto, um maior conhecimento “braçal” da atividade, ou seja, com uma visão mais ampla para a elaboração de todos os procedimentos nessa área. “Quem já começou a atuar na controladoria, trabalhando com computador, terceiriza um pouco o pensamento. Joga as informações em uma planilha, o computador faz tudo e o profissional acaba não raciocinando como deveria”, compara. O que ocorre em várias empresas, principalmente as que não têm gestão profissionalizada, é a ausência de profissionais de controladoria com formação adequada, que tenham um conhecimento amplo da atividade. “Alguns possuem conhecimento das questões financeiras, mas não conhecem a área operacional. Hoje em dia as empresas não encontram profissionais completos, com todas as diretrizes”, observa. O básico para atuação na área é o conhecimento de contabilidade – constata. O perfil do profissional completo de controladoria requer conhecimento para estruturar os procedimentos e gerenciar controles internos de áreas específicas, como: vendas, compras, departamento pessoal e financeiro. Há atualmente poucos profissionais no mercado que possuem uma formação mais ampla – constata. Diversas empresas estão formando equipes de controladoria em vez de contar com profissionais que tenham conhecimento mais abrangente. É um caminho alternativo, que está se tornando uma boa solução – avalia. Empresas de grande porte, entre as quais, as que contam com investimentos estrangeiros, possuem, na maioria dos casos, profissionais de controladoria com uma formação mais adequada – diz. (RA)