JornalCana — Edição 272 / Setembro 2016

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TECNOLOGIA AGRÍCOLA

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ABALO NA FUSELAGEM Empresas de aviação agrícola também sofrem estilhaços causados pelo estouro da crise LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

Embora dê sinais de arrefecimentos, os estilhaços da crise do setor sucroenergético ainda estão fazendo estragos. Os resultados negativos não estão prejudicando apenas produtores e usinas, mas também todos os colaboradores indiretos desse setor tão vasto. O setor de aviação agrícola, por exemplo, tem sentido impactos fortes em sua fuselagem. O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola — Sindag, tem como base todo o território brasileiro. O sindicato representa as empresas de Serviços Aéreos Especializados de Proteção à Lavoura, com o objetivo de proteger ou fomentar o desenvolvimento da agricultura em qualquer de seus aspectos, fazendo a aplicação de fertilizantes, defensivos, sementes, combate a pragas, povoamento de águas e até combate a incêndios, além do comprometimento com a preservação do meio ambiente e saúde da população. Júlio Augusto Kampf, atual presidente

Júlio Augusto Kampf, atual presidente da Sindag

da Sindag, conta que a empresa sempre manteve o crescimento de 7% a 8% ao ano, mas a crise do país e principalmente a crise do setor, fez com que nos últimos dois anos esse número caísse para 5% a 6%. “O mercado todo parou nos últimos tempos. Além da crise, isso pode ser também resultado das questões climáticas no Brasil. Por outro lado, na área de prestação de serviços a nossa companhia registrou um

crescimento de 10% ao ano”, comemora Júlio. O Brasil possui hoje aproximadamente 230 empresas de aviação agrícola e é considerado o segundo maior na frota de aviões, com 2.200 aeronaves registradas. O avião movido a etanol está sendo bem aceito em algumas regiões do país, porém o crescimento se estagnou quando a crise começou. Segundo Júlio o avião a etanol se

adapta melhor em regiões específicas do país, especialmente onde há mais produção de álcool, como por exemplo Mato Grosso, Mato Grosso do Sul. E o maior registro de aviões movidos a etanol está no estado de São Paulo. A empresa Aero Agrícola Santos Dumont, especializada na formação de pilotos agrícolas aponta que o preço médio de uma aplicação aérea, no Brasil, varia de 18 a 50 reais, por hectare voado e pulverizado, dependendo das variáveis, tamanho da lavoura, vazão aplicada e tempo de translado da aeronave da pista até a lavoura. Em pulverizações de líquidos, por exemplo, principalmente inseticida em ultrabaixo volume, na qual a vazão em litros por hectare pulverizado é de 1, 2 ou, no máximo, 10 litros por hectare, pode-se fazer cargas na aeronave Ipanema Emb 201 de 60 ou mais hectares por voo. Sua capacidade de carga é de 600 litros de produto. Assim, o avião Ipanema pode alcançar uma produtividade média de 100 hectares por hora, chegando à marca de mais mil hectares pulverizados em um dia de trabalho. Mesmo com a expansão do mercado para a atividade devido ao crescimento da produção nacional, existem pouco mais de mil pilotos registrados na Anac — Agência Nacional de Aviação Civil, para a aviação agrícola. O número é menor, inclusive, ao de aeronaves cadastradas no país, 1.633.


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