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TECNOLOGIA AGRÍCOLA
Julho 2016
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Novas soluções podem revolucionar colheita da cana-de-açúcar Mudanças já adotadas proporcionam melhorias, mas não alteram conceito de funcionamento da máquina “A adequação das máquinas é um problema crônico no sistema mecanizado”, afirma Wilson Agapito, gerente corporativo de motomecanização do Grupo Santa Isabel, que tem unidades em Mendonça e Novo Horizonte, no estado de São Paulo. Segundo ele, algumas coisas estão sendo aprimoradas. Falta, no entanto, um conceito de mudança. “Tudo o que se pensa em relação às colhedoras é projeto das décadas de 60 e 70, da Austrália. Muda alguma coisa, melhora em um lugar ou no outro, Mas, nada que revolucione o mercado”, comenta. Piloto automático, alguma pá diferente do extrator, material de esteira mais resistente, a telemetria da máquina, a utilização de recurso para gerenciar o motor diesel estão entre as melhorias. “Não há um conceito diferente de máquina de colheita de cana. O corte de base é o primeiro projeto. Não tem ainda uma inovação”, enfatiza. Na opinião dele, uma das iniciativas que está procurando mudar o conceito da máquina é o projeto coordenado por Jorge Mangolini que
prevê corte de base duplo, individualizado. “O sincronismo de recolhimento de cana é um pouco diferente, proporcional à transação da máquina. O sistema de limpeza da palha, ao invés de usar extrator, utiliza insuflador”, resume. A pesquisa sempre vai criando condições para a evolução da máquina – afirma Rubismar Stolf, da UFSCar. “Pode se chegar a um corte a laser. Há um sistema de uso da água. Com alta pressão, a água corta até ferro. Não existe ainda estudo nesse sentido. Uma iniciativa para aprimorar a colheita é o projeto do CTBE (Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol), que é a longo prazo”, avalia. Com sede em Campinas, SP, o CTBE desenvolve uma solução denominada ETC – Estrutura de Tráfego Controlado, com nove metros de largura, que possibilita a passagem dos pneus sobre faixas dedicadas permanentemente ao tráfego de máquinas e libera o restante da superfície para o desenvolvimento da planta. A ETC tem o objetivo de reduzir em 80% a incidência de tráfego sobre o solo, aumentar a produtividade e diminuir o consumo de combustível. O projeto desta máquina não visa desenvolver apenas uma colhedora, mas um processo de colheita que tem a finalidade de melhorar o corte de base, reduzir as perdas, aprimorar a limpeza da cana, entre outros itens.
Wilson Agapito, gerente corporativo de motomecanização do Grupo Santa Isabel