JC 264
12/23/2015
12:38 PM
Page 13
MERCADO
Janeiro 2016
Usinas devem aproveitar preço e liquidar parte do estoque Algumas unidades e grupos mais capitalizados tiveram condições de manter açúcar estocado durante a última safra, apostando no aumento dos preços do açúcar, tanto o internacional – devido à desvalorização cambial –, quanto ao nacional, relata André Danelon, do Pecege. Em geral, poucas usinas puderam adotar, no entanto, essa estratégia – diz.
Empresas podem captar, dessa forma, mais recursos por meio da comercialização do produto e evitar financiamentos O custo de capital de giro cresceu junto com a elevação da taxa básica de juros e a comercialização do etanol apresentou baixa rentabilidade no mesmo período – constata. “O momento é propício para liquidar parte do estoque, especialmente pelo elevado nível de preços em que a saca de açúcar tem fechado nos últimos meses”, enfatiza. No mercado interno, o preço do açúcar disparou acompanhando o movimento dos
contratos futuros na Bolsa de Nova York, aumento impulsionado pela previsão de El Niño, que ameaça a produção de cana-deaçúcar na Índia e Tailândia – detalha. No mercado externo, a sustentação do câmbio desvalorizado, entre outros fatores, corroborou para a geração de um cenário favorável aos produtores, observa. “Apesar da desvalorização cambial, o preço internacional do açúcar se manteve reduzido devido ao baixo preço do barril de petróleo no mercado mundial. Desta maneira, apenas parte dos efeitos da desvalorização cambial foi repassada em aumentos do preço em reais da saca de açúcar”, esclarece. Segundo ele, essa desvalorização da moeda elevou, por outro lado, a necessidade de capital de giro das empresas, principalmente das que possuem dívidas dolarizadas. “Assim, o aumento de preços do açúcar é um forte incentivo para que as empresas captem mais recursos financeiros por meio da comercialização do produto, evitando recorrer a financiamentos”, ressalta. De maneira geral, as unidades sucroenergéticas precisam manter o foco no planejamento para a safra 2016/2017, com estratégias para redução de custos – afirma – visando maximizar a rentabilidade econômica na venda de açúcar, etanol e bioeletricidade. (RA)
13