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TECNOLOGIA INDUSTRIAL
Dezembro 2015
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Mudanças são necessárias para amenizar os efeitos da crise A crise fiscal brasileira e no setor sucroenergético tem criado os motivos para as usinas tentarem conter gastos, por meio da adaptação a novas estruturas. “Eliminar a reforma de entressafra das colhedoras de cana e tirá-las dessa rotina, foi o maior desafio”, declara Júlio César Piveta, gerente de manutenção automotiva da Ruette. A estratégia criada por Júlio César Piveta foi montar um plano preventivo que visava eliminar a reforma da entressafra. “Vínhamos há tempos incomodados com as reformas das colhedoras. A adversidade era grande. O volume de mão de obra não atendia a demanda e tínhamos que contratar terceiros. Faltavam peças para reposição. Éramos obrigados a antecipar as compras. Gastávamos muito num período complicado”, conta o gerente da Ruette e afirma “No ano passado resolvemos sair de uma vez por todas desta condição”. “A pintura deixou de ser uma prioridade lá na crise em 2008/2009”, lembra Júlio Piveta. A pintura ficou somente para equipamentos que sofrem com corrosão como os equipamentos de adubação, de aplicação de vinhaça e outros semelhantes. Nestes casos ela é indispensável, pois evita gastos futuros. A Ruette deixou uma equipe de três técnicos para a manutenção preventiva das colhedoras. Assim, as máquinas ficam organizadas e em condições de iniciar a safra corrente. No decorrer do ano são preparados alguns componentes sobressalentes como elevador, exaustor, mesa do giro, rolos, para fazer trocas
Júlio César Piveta: eliminar reforma de entressafra das colhedoras foi o maior desafio
rápidas e evitar que a máquina fique parada. “A colhedora vem para a manutenção preventiva na oficina
acompanhada do seu operador e do seu mecânico da frente de colheita e recebem o diagnóstico atualizado. O mecânico da
frente de colheita fica responsável por reparos que não estão contemplados no plano preventivo”, explica Júlio César. (IA)
Quem despreza a pintura anticorrosiva sofre sérias consequências Com 40 anos de atuação e prestando serviços para usinas e indústrias em geral, o especialista em pinturas anticorrosivas e tintas Carlos Anibal Papasian Palma sugere atenção e cuidado na manutenção de peças, sobretudo as que envolvem reposição dos equipamentos. “A contaminação interna em áreas com alta umidade e alta agressividade, em contato com caldo de cana e melaço, faz da corrosão um grande problema nos equipamentos das usinas”, explica. Palma conhece e ensina a arte da pintura anticorrosiva: “Na parte interna, coloca-se revestimentos epóxis com certificados de não toxidez. Isto faz inclusive melhorar a qualidade do caldo da cana”. Desde 1984 ele fornece esse acabamento e informa que houve uma redução de infecção e contaminação no açúcar sobretudo por meio do uso de equipamentos com alta agressividade e abrasividade – lavador de gases e chaminés e da parte externa com a preservação dos equipamentos: dornas, chaminés, estruturas, tubulações, tanques. Inclusive reduziu as taxas de evaporação nos reservatórios de álcool com a pintura na cor branca que foi por ele introduzido nas usinas desde 1985. Um segredo neste tipo de pintura é a da cura final, ensina Carlos Palma. Quando a
pintura é feita nos equipamentos novos, onde é possível cumprir todos os processos de preparo das superfícies, aplica-se as tintas e a cura final antes de entrar em operação. Esse processo torna possível ter um grau de eficiência superior a 85%, que resulta em maior economia, observa. “A repintura possui um tempo superior a 20 anos, para revestimentos externos, por exemplo.” esclarece. “Quem diz que não tem necessidade de pintura anticorrosiva é porque não sabe e não conhece os custos envolvidos”, garante Carlos Palma. As paradas constantes, perdas e prejuízo, segurança de pessoas e reposição dos equipamentos por problemas causados pela corrosão, atrapalham o processo. Vários acidentes graves no Brasil já aconteceram por falhas de corrosão, em tanques, equipamentos e pontes, lembra. Ele conclui, afirmando que ao deixar de repintar seus equipamentos, as unidades terão prejuízos em futuro não distante. “Esse negócio de dar uma garibada nos equipamentos ou usar tintas de terceira categoria pode dar um tom de beleza por alguns dias, mas não resolverá questões principais, como as que garantem vida longeva ao equipamento e a qualidade alimentar ou técnica dos produtos”, finaliza. (IA)
Carlos Palma: pelo fim das garibadas porque pintura anticorrosiva é fundamental