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TECNOLOGIA AGRÍCOLA
Dezembro 2015
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Performance de operadores na colheita gera remuneração variável NovAmérica prioriza produtividade, mas também valoriza economia no consumo de óleo diesel, qualidade e cuidados com o equipamento R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP
A premiação de operadores que trabalham nas frentes de colheita mecanizada de cana crua pode contribuir para a obtenção de resultados positivos nesta atividade? Apesar de gerentes agrícolas de usinas e profissionais que atuam em associações de produtores serem favoráveis a algum tipo de remuneração adicional, o assunto gera polêmica em relação à maneira como deve ser reconhecida a performance dos operadores. A NovAmérica, por exemplo, utiliza o conceito de “remuneração variável” que embute produtividade, qualidade, consumo de óleo diesel e cuidados com a manutenção do equipamento, como forma de valorizar o trabalho e a performance dos operadores na colheita mecanizada de cana crua, explica Humberto Rampazzo, gerente de desenvolvimento agrícola da NovAmérica, que tem atuação voltada à produção e ao
Humberto Rampazzo, da NovAmérica: premiação precisa ser incentivada
fornecimento de cana. A empresa não costuma denominar de premiação esse reconhecimento da performance dos operadores. “É uma remuneração variável mesmo”, esclarece. A produtividade é o principal fator da remuneração variável da NovAmérica. “Precisa ser incentivada devido aos custos
que envolvem a colheita mecanizada”, ressalta. O valor adicional nos ganhos do operador, em decorrência do rendimento no corte mecanizado, é definido conforme as metas estabelecidas para cada área de cana. Apesar da importância da produtividade, é necessário ter um equilíbrio com a qualidade, pondera. Segundo ele,
alguns aspectos, nesse quesito, dependem de parâmetros definidos para a máquina que podem aprimorar a operação. O pisoteio – um dos grandes problemas gerados pela mecanização – está mais relacionado com a definição do espaçamento a partir do equipamento utilizado, avalia Humberto Rampazzo. Outros fatores estão vinculados ao trabalho dos profissionais que atuam nas frentes de colheita. “É preciso cobrar do operador os resultados referentes à perda na colheita, arranquio de soqueira, impureza mineral e vegetal”, comenta. De acordo com ele, esses itens também fazem parte do mix que compõe a remuneração variável. Mas, as questões principais hoje são a produtividade do equipamento e o consumo de diesel – enfatiza. “O operador tem muito artifício para reduzir o consumo e pode contribuir com isto”, afirma. Para o gerente da NovAmérica, a remuneração variável tem gerado resultados positivos. “Há um empenho para não se perder tempo com a logística. O operador tem demonstrado preocupação com a conservação e a manutenção da máquina”, diz. Com produção de 6,3 milhões de toneladas de cana (TCH) – quatro milhões na unidade de Tarumã, SP, e 2,3 milhões em Caarapó, MS – por safra, a NovAmérica tem conseguido uma produtividade agrícola acima de 100 TCH. Há todo um manejo para a obtenção desse resultado – observa.