OJB EDIÇÃO 28 - ANO 2023

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Lado a lado:

UFMBB realiza

Conferência nacional sobre Discipulado

Entre os dias 23 e 25 junho, nas dependências do Centro Integrado de Educação e Missões (CIEM), no Rio de Janeiro, aconteceu a Conferência Nacional de Mulheres realizada pela União Feminina Missionária Batista do Brasil. “Lado a lado: a mulher e a essência do discipulado” foi o tema. Leia a matéria nas páginas 08 e 09.

Notícias do Brasil Batista Notícias do Brasil Batista Notícias do Brasil Batista Observatório Batista

Reconhecimento

PIB em Teresina - PI fala sobre seu projeto de plantação de Igrejas

União Feminina de Alagoas homenageia pastores da região

Impacto

Adolescentes e jovens da CB Pioneira promovem conferência com mais de 3000 pessoas

Modo Batista de ser e pensar

Coluna fala sobre a liberdade de consciência e expressão

ISSN 1679-0189 R$ 3.60 ANO CXXII EDIÇÃO 28 DOMINGO, 09.07.2023 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901
“Até a última cidade”
pág. 10 pág. 12 pág. 13 pág. 15

EDITORIAL

De Norte a Sul do Brasil

Na edição desta semana, destacamos o conteúdo das páginas da União Feminina Missionária Batista do Brasil (UFMBB). Entre os dias 23 e 25 junho, nas dependências do Centro Integrado de Educação e Missões (CIEM), no Rio de Janeiro, aconteceu a Conferência Nacional de Mulheres realizada pela União Feminina Missio-

nária Batista do Brasil. “Lado a lado: a mulher e a essência do discipulado” foi o tema. Leia a matéria nas páginas 08 e 09. Destacamos também o projeto “Até a última cidade”, da Primeira Igreja Batista em Teresina - PI (página 10); a homenagem da União Feminina Missionária Batista de Alagoas (UFBAL)

aos pastores do campo (página 12); a conferência realizada pelos adolescentes e jovens da Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil (página 13) e o artigo “Há liberdade total, ampla e irrestrita no modo batista de ser e pensar?”, na Coluna Observatório Batista (página 15). Além disso continuamos a ênfase no Mês de Missões

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2 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/07/23
REFLEXÃO

Habacuque viveu uma época semelhante a que vivemos hoje. Era o ano 612 a.C. O profeta, ao ver a corrupção dos valores que deveriam nortear a vida de todos os homens, questiona a Deus sobre o agir divino sobre as ações humanas. Seu primeiro questionamento é sobre a aplicação da Lei. A iniquidade e a violência cresciam a cada novo dia. Por isso, a Lei se afrouxava. O ímpio cercava o justo e o resultado era o juízo pervertido (1.4). Quando a Lei perde o seu significado, os juízes se deixam corromper, a sociedade perde seus parâmetros de comportamento; tudo passa a ser valido no agir humano.

O crescer da violência leva ao desrespeito às autoridades constituídas.

“escarnecerão dos reis, e dos príncipes farão zombaria” (1.10). Dois fatores respondem por este agir do povo. As autoridades não levam a sério o respeito que é devido a posição que devem assumir. O povo se aproveita dessa condição de ausência de respeito às autoridades constituídas, para zombar da Lei que não é obedecida. Os infratores têm certeza de que a Lei jamais será aplicada. Os legisladores corruptos propõem e aprovam Leis que atendem a interesses pessoais. Leis que jamais serão aplicadas. A história está repleta de exemplos negativos. Governos que se deixaram corromper por mesquinhos interesses pessoais.

O profeta questiona a santidade divina. “Deus é tão puro de olhos que não pode ver o mal” (1.13). Como,

Aviva, ó Senhor, a Tua obra

então, aceitar o agir divino ante toda maldade humana? Deus responde ao profeta que exerça a paciência. Porque a visão é ainda para o tempo determinado (por Deus, não pelos homens.) O Senhor não renuncia a Sua autoridade e o Seu domínio sobre o universo. Ao profeta caberia exercer a fé “O justo pela sua fé viverá” (2.4). Haverá um dia em que Deus corrigirá todas as injustiças praticadas pelos maldosos e infiéis. A pergunta que não pode calar é sempre a mesma.

Onde estão os grandes líderes da maldade humana? Seus nomes são mencionados apenas nos labirintos das grandes bibliotecas. Esquecidos para sempre. Seus nomes são lembrados, com desprezo, pelos historiadores.

Onde está o Faraó que escravizou o povo de Deus? Onde está Hitler com

seus campos de concentrações? Alimentados pelos gases da bestialidade humana. Uma visita a um dos campos de concentração ou ao Museu do holocausto revelam que a bestialidade do ser humano em sua arrogância, em achar-se igual a Deus, só levam à destruição. Tudo isso revela que os homens em sua prepotência jamais destruirão a criação divina e jamais escaparão do juízo divino.

O profeta sugere algumas soluções práticas. A primeira começa com o povo de Deus. Genuíno avivamento e retorno às verdades bíblicas. Conhecimento bíblico que saiba escoimar as heresias tão propagadas atualmente. Aviva, Senhor, a Tua obra em nossos dias. Carecemos de um verdadeiro avivamento bíblico, que respeite as verdades bíblicas. n

Proclamemos a Verdade ao mundo no Amazonas

“Naquela noite Paulo teve uma visão. Ele viu um homem da província da Macedônia, que estava de pé e lhe pedia: “Venha para a Macedônia e nos ajude!” (At 16.9)

O mês de julho geralmente é dedicado aos trabalhos missionários nos estados, e no terceiro domingo do mês celebramos o dia de “O Jornal Batista”.

Hoje falaremos um pouco do estado do Amazonas nesse contexto de proclamar a mensagem salvadora e transformadora de Jesus ao mundo.

O estado do Amazonas tem o seu nome inspirado na lenda grega

das guerreiras “Amazonas”. Coube à Francisco Orellana, conquistador espanhol, que ao adentrar a foz do “grande rio”, viu mulheres nativas que receberam esse nome de “Amazonas”, que também vai dar nome ao maior rio do mundo chamado de Amazonas.

É o maior estado brasileiro em extensão territorial (tem 1.559. 148.89 km²). Para entender a dimensão, ele sozinho é maior que toda a região Nordeste com os seus nove estados e mais o território de Fernando de Noronha. Ainda que sua população esteja chegando aos cinco milhões de brasileiros, uma das menores do país, tem uma quantidade significativa de comunidades ribeirinhas, além das

comunidades de povos nativos com suas línguas e culturas que representam um grande desafio missionário, além da capital Manaus com cerca de dois milhões e meio de vidas, um desafio sempre constante para a evangelização, que para aqui se instalou uma base da Junta de Missões Nacionais, para trabalhar na formação de jovens radicais vindos de diversas partes do Brasil para ajudar na região ou de retorno para os seus campos missionários originais.

Além disso, a Convenção Batista do Amazonas (CBA) desenvolve um trabalho intensivo de evangelismo e missões nos municípios amazonenses, apoiando logística e financeiramente pastores e missionários.

Os desafios são gigantescos, a visão recebida pelo apóstolo Paulo “passa à Macedônia e nos ajuda” continua mais do que nunca atual, e essa visão é para todos os estados do Brasil envolvidos na proclamação da Verdade transformadora de Jesus Cristo nos corações dos brasileiros nos mais longínquos lugares da nossa pátria.

O tema da CBA é: “EU + VOCÊ, até o último ribeirinho”. Qual é o tema da sua região? Essa é a hora de proclamarmos a palavra bendita do Senhor!

E levantarmos uma grande oferta missionária para ajudar a manter homens e mulheres que estão na luta falando do amor de Jesus.

Avante, irmãos queridos! Porque o Senhor é conosco sempre! n

3 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/07/23
BILHETE DE SOROCABA
REFLEXÃO

Proclamemos a Verdade aos estados brasileiros

Olavo Fe ijó

Quem crer será salvo

“Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16).

Às vezes, quando o Senhor fala conosco, nós não prestamos atenção ao que Ele nos diz... Quando isso acontece, não só nós somos pessoalmente prejudicados, quanto fazemos mal àqueles que precisam da mensagem que o Senhor quer que preguemos.

Neste contexto, vale a pena aceitar a revelação que está escrita no livro do profeta Ezequiel. “Se eu anunciar que um homem mau

vai morrer e você não avisar este homem, par que ele pare de fazer o mal e assim salve sua vida, ele morrerá como pecador e você será o responsável pela morte dele. Se você avisar um homem mau e ele não deixar de pecar, ele morrerá ainda pecador, mas você não morrerá” (Ez 3.17-20).

Como pregadores da Grande Comissão, proclamamos ao mundo pecador a vida eterna que Cristo nos ordenou anunciar. “Quem crer e for batizado, será salvo” (Marcos 16.16).

Ruy Gonçalves Ferreira pastor, diretor executivo da Convenção Batista do Pará (adaptado)

Meus irmãos, falar sobre missões é compartilhar algo que vem do coração de Deus e toca os nossos corações. Todos nós cremos que João 3.16 é verdade “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Esta é a grande verdade do Evangelho, Jesus Cristo morreu por nós na cruz do calvário.

Em cada campanha missionária, temos a oportunidade de anunciar esta poderosa mensagem de salvação. Por isso aguardamos o mês de missões estaduais com grande expectativa.

Este ano, aqui no Pará, vamos trabalhar com o tema “Proclamemos a verdade aos paraenses”, e a divisa: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra de verdade” (II Tm 2.15).

As Igrejas e Congregações vão receber todo o material, como em todos os anos, o qual será a base para o planejamento e elaboração das campanhas missionárias locais. No sentido de ajudar as Igrejas e Congregações, em tempos de missões, vamos compartilhar alguns pontos a seguir:

1. O mundo precisa ouvir a verdade de Deus. Esta campanha missionária visa os nossos estados, mas, deve-

mos ter em mente que o mundo inteiro precisa ouvir a verdade. E o que é a verdade? Com base na Bíblia podemos dizer:

1) Verdade é o que Deus diz em Sua Palavra; 2) A própria Bíblia é chamada de a Palavra da Verdade; 3) Jesus Cristo, Filho de Deus, declarou-se como sendo a própria verdade; 4) O Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade, é reconhecido na Bíblia como o Espírito da verdade; 5) O Evangelho é ensinado como a verdade; 6) As cartas de Paulo ensinam que os homens nada podem contra a verdade, mas a favor da verdade; 7) João, em seu evangelho, registrou que a verdade em Jesus é totalmente libertadora. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. 8) As recomendações éticas na Bíblia instruem aos crentes que falem a verdade, vivam na verdade, e proclamem a verdade de que só existe um caminho para a salvação, que é Jesus. 9) Pessoas sem Deus estão perdidas, desorientadas e infelizes, portanto, precisam ouvir a verdade de que Jesus Cristo pode mudar suas vidas para sempre e para melhor. 10) Verdade para nós, cristãos, é a Palavra de Deus (João 17.17).

2. Os missionários precisam eliminar os paradoxos. Talvez, nem haja consciência da presença de paradoxo, mas as consequências estão à vista de todos. Perguntamos: Por que existem tantos crentes em dúvidas paralisantes a respeito de uma ação

evangelística? O paradoxo está no seguinte fato: de um lado a Bíblia mostra, em diversos textos, que a obra missionária no mundo está em fase de conclusão; sendo que de outro lado temos as estatísticas globais sobre missões, mostrando que a obra estaria longe de ser concluída, faltando quase tudo. Diante dessa aparente contradição, não devemos vacilar pensando se estamos concluindo ou iniciando a missão no mundo. Mas, cabe-nos, como missionários que somos, vencer os paradoxos mentais e, com determinação, permanecendo no propósito de Deus, cumprindo a nossa missão, procurando evangelizar todos os dias.

3. As Igrejas precisam combater a lentidão missionária. Vivemos na época da velocidade, de aviões supersônicos, de carros velozes, comunicação instantânea, transmissão em tempo real. A Bíblia nos ensina que a obra de Deus exige diligência e rapidez. Quem já prestou a atenção na velocidade com que Jesus Cristo realizava as suas obras, percebeu que durante toda a Sua vida nunca esteve parado; o Seu foco era missões todos os dias. Se você considerar somente os últimos três anos de Jesus, Ele quase não parava, a não ser para um pequeno descanso com os Seus discípulos. Quem já prestou a atenção na velocidade com que Paulo realizava as suas ações missionárias, as suas viagens, as suas falas, pode perceber que o senso de urgência faz parte da

vida de um bom missionário. Devemos incentivar o nosso povo a imprimir mais velocidade em suas ações missionárias. Missões está naquela lista de prioridades que não podemos deixar para amanhã, devemos fazê-la hoje.

4. Os líderes de missões precisam ter como foco a excelência na obra missionária. Uma das verdades que a Bíblia ensina é que não devemos fazer a obra de Deus relaxadamente! Missionários são pessoas que trabalham para Deus. Igrejas são agências missionárias comprometidas com o Senhor. Quem tem compromisso com Deus deve procurar fazer o seu trabalho com excelência. Deus espera o melhor de Seus servos. Nada deve ser mais importante para um crente verdadeiro do que obedecer a Deus em termos de missões, fazendo a Sua obra com excelência. Os primeiros missionários da era cristã, aqueles que ariscaram tudo por missões, conhecidos como os apóstolos de Jesus Cristo, diziam: “... Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus. Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.19-20). Irmãos, missões é a obra de excelência do povo de Deus, ao realizarmos essa obra, devemos ter somente um sentimento: obedecer a Deus em amor e fazer o melhor possível para Ele. “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp.2.5).

4 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/07/23
n
REFLEXÃO
pastor & professor de Psicologia

O dia 14 de julho celebra o Dia da Liberdade de Pensamento. O Criador fez as pessoas livres para pensar; pensar sob responsabilidade de suas próprias razões. Então, a liberdade para pensar independe de terceiros, isto é, cada qual é livre para pensar, e consequentemente agir de acordo com sua inteligência racional.

Pensamento se traduz por consciência, liberdade de opinião, de ideia. É assim que cada indivíduo defende suas posições sobre o que bem deseja e a que se inclina racional e inteligentemente, por moto próprio. Essa garantia, além do próprio arbítrio que induz responsabilidade, é também garantida pelo artigo 5º, inciso IV da Constituição Brasileira, dentre outros como o XVI que estabelecem a garantia da liberdade de pensamento, isto é, sua expressão por todos os meios e a liberdade de reunião pacífica realizada em locais abertos ao público.

Também a Declaração Universal doso Direitos Humanos, no seu artigo

Livres para pensar

18 afirma que “tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião”. Percebe-se o óbvio, isto é, cada indivíduo, em razão da liberdade de pensamento, pode mudar de convicção e mesmo de religião, consequentemente quando bem entender, sem que qualquer autoridade constituída possa impedi-lo, basta observar o artigo da Constituição brasileira: “toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento...”.

Sem dúvida, cada indivíduo tem liberdade de expressão, entretanto também é responsável por suas expressões. A legislação brasileira define como crimes contra a honra a calúnia, a difamação e a injúria. Isso seria o bastante para frear a irresponsabilidade da liberdade de expressão do pensamento. O Código Penal assim define tais crimes: “art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime” Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa; art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação. Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa; e, art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o de -

Glorifique a Deus (Salmos 31.18-24)

O salmo 31 foi escrito por Davi enquanto estava era perseguido pelo rei Saul. Neste salmo, Davi descreve as pressões pelos quais vivia. Ele foi perseguido, rejeitado e perseguido pela culpa. A parte final retrata o salmista sendo abraçado pela graça de Deus e, por isso, ele glorifica ao Senhor, porque o livrou e o libertou. Assim como Davi, nós também temos inúmeras razões para glorificá-lo. Neste pequeno trecho das Escrituras, gostaria de elencar quatro razões que fizeram Davi glorificar e bendizer ao Senhor.

Em primeiro lugar, Deus é bom (Salmos 31.19). O salmista exclama que o Senhor é incrivelmente bom para com Seus servos. Davi não só assevera que Ele é bom, mas fica extasiado com Sua bondade, a ponto de dizer que ela é grande. Mesmo em aflição, o salmista sentia que a bondade de Deus se presentificava em sua vida. O teólogo

Warren Wiersbie diz: “Davi sabia que o Senhor tinha um suprimento de bondade reservado para ele e que suas misericórdias nunca falhariam”. Já o Wayne Grudem, ao falar sobre a bondade de Deus, ressalta que Deus é “bondoso para com os angustiados e aflitos”.

Pode ser que você esteja, neste exato momento, questionando a bondade de Deus, devido aos problemas pelos quais esteja encarando. Não perca sua fé. Agasalhe em seu coração essa premissa bendita, que a bondade e misericórdia do Senhor te acompanharão todos os dias de sua vida. Você pode não ter controle da situação pelo qual enfrenta, mas o nosso Pai bondoso tem a sua vida no controle de Suas mãos.

Em segundo lugar, Deus livra os Seus (Salmos 31.20). Davi nos ensina que a melhor maneira de nos protegermos das tramas dos homens maus e das línguas contenciosas é no recôndito da presença de Deus. Quem anda na presença de Deus é liberto. Deus livra aqueles que anseiam e anelam por

coro. Injuria: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa”. Cada uma dessas lesões ocasionada pelo mau uso da expressão do pensamento é devidamente processada e decidida por um Juiz de Direito.

Nota-se que a calúnia e a difamação ferem de modo objetivo a honra da pessoa, isto é a sua reputação, enquanto na injuria a honra tem a forma subjetiva, isto é, fere o sentimento de respeito pessoal.

O sábio Salomão já dizia: “a pessoa que consegue guardar sua boca, preserva a própria vida, todavia quem fala sem refletir acaba se arruinando” (Pv. 13.3). E Jesus reafirma o uso da liberdade para expressar o pensamento sob responsabilidade, ao ensinar com segurança ao dizer: “O homem bom, do seu bom tesouro, tira coisas boas, e o homem mau, do seu mau tesouro, tira coisas más. Mas eu lhes digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado. Pois por suas palavras você será absolvido, e por suas palavras será condenado” (Mt 12.35-37).

Tiago, apóstolo, faz uma aplicação

adequada quanto à expressão da liberdade do pensamento e das ações consequentes, ao historiar ilustres personagens da história de Israel ao dizer: “Você pode ver que tanto a fé como as obras estavam atuando juntas, e a fé foi aperfeiçoada pelas obras. Cumpriu-se assim a Escritura que diz: “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça”, e ele foi chamado amigo de Deus. Vejam que uma pessoa é justificada por obras, e não apenas pela fé. Caso semelhante é o de Raabe, a prostituta: não foi ela justificada pelas obras, quando acolheu os espias e os fez sair por outro caminho? Assim como o corpo sem espírito está morto, também a fé sem obras está morta” (ibid. 2. 22-26).

Assim pois, cada pessoa é livre para pensar sabendo que por todo pensamento que gerar palavras, isto é, obras, ela será responsabilizada. Então, sempre livres para pensar, é bom atender ao conselho de Tiago: “Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg. 1.19). n

Sua presença, de forma que nenhum plano ou intento maligno prevalecerá. Deus mesmo é um lugar de refúgio e proteção para Seus servos e Seu povo.

Em terceiro lugar, a misericórdia de Deus (Salmos 31.10; 21-22). No verso dez Davi faz uma confissão. Ele sabe que seu estado emocional de desânimo e tristeza tem como pano de fundo o pecado. O pecado é maligníssimo. Seus efeitos são desastrosos e seu salário é a morte. Por este motivo, ele sente estar excluído da presença de Deus. O que mais assustou o salmista não foi nem o inimigo, mas a ideia de ter sido abandonado ou excluído da presença de Deus.

O que o rei Davi fez e que todos nós deveríamos fazer quando temos a impressão de que o Senhor não está perto é clamar pela Sua misericórdia divina. O profeta Jeremias diz que as misericórdias do Senhor não têm fim – elas se renovam a cada manhã. O saudoso pastor e escritor Isaltino Gomes Coelho Filho diz: “Se a situação está ruim, se tudo é

amargo, há más recordações e o presente é ruim, descanse na misericórdia de Deus. Confie na sua graça. Há esperança, sempre, porque as misericórdias do Senhor “renovam-se cada manhã”.

Em último lugar, Davi demonstra seu amor a Deus (Salmos 31.23). Aqui o salmista encoraja os santos a dirigir e demonstrar seu amor a Deus. Assim fazemos quando somos gratos pela nossa salvação em Cristo Jesus. Só ama quem é grato.

Demonstre seu amor a Deus testemunhando do que Ele tem feito em sua vida. O testemunho exalta a Deus. O testemunho é a expressão de quem é agradecido. Demonstre seu amor ao Senhor servindo ao Senhor de todo o seu coração. Não abra mão do que o Senhor colocou em suas mãos para fazer. Tenha paixão e ardor pelo ministério. Glorifique a Deus! Seja Grato por tudo o que Ele tem feito em sua vida, em sua família, em seu casamento, na vida de seus filhos, na Igreja em que você congrega. n

5 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/07/23 REFLEXÃO

Educação Cristã missionária à luz do ministério de Isaías

Mônica Coropos educadora cristã

Desenvolver um programa intencional de Educação Cristã Missionária na Igreja local deve ser prioridade de prioridades. Em tempos controversos, a nutrição dos crentes deve estar robusta e balanceada, para que não choremos vendo as próximas gerações vivendo um Evangelho descompromissado e raso.

Não: eu não sou pessimista. Mas, como educadora cristã, não poderia me esquivar de conclamar a liderança a uma coerência estratégica ante os desafios vigentes. A Educação Cristã corre sério risco de ser deixada de lado, dando lugar a uma agenda lotada com festividades sem objetivos, Igrejas sem currículos contextualizados para sua comunidade, modelos que, repetidos e copiados sem as devidas adaptações, não atenderão às faixas etárias e não trarão crescimento.

Precisamos de alimento sólido, de Palavra. Precisamos de púlpitos que anunciem a Palavra. Precisamos de modelos curriculares bem elaborados, pautados na Bíblia, feitos por educadores e líderes que conhecem a realidade da sociedade, que tem compromisso com a edificação dos membros de suas Congregações. É imperativo a formação continuada dos professores, o envio de vocacionados aos seminários e centros de educação e missões. Precisamos fazer de cada crente, um profeta, que anuncie com firmeza a razão da esperança: Jesus.

Fiquei pensando em alguns perso-

nagens que poderiam servir de exemplo para justificar meus argumentos: pensei em Jeremias - pois podíamos nos sentar e chorar diante do tempo presente; pensei em João Batistaaquele educador que clamava no deserto.

Mas minhas reflexões se maravilharam com o texto de Isaías 6 percebendo, no ministério deste profeta maior, características que precisamos desenvolver para que marquemos nossa geração com uma Educação Cristão Missionária responsável. Dito isto, vamos lá:

Em primeiro lugar, Isaías marca seu ministério por sua dedicação na realização do chamado de Deus. As contas dos estudiosos sugerem uma jornada de cerca de sessenta anos iniciados, conforme o texto bíblico, no ano em que morreu o Rei Uzias (v.1). Olhei para meus quase trinta anos de ministério e já cansada de tanto labutar na seara, entendi que ainda preciso perseverar mais uns anos! Sim, Isaías herdou um povo contaminado de vaidade e cheio de pecado, mas decidiu empenhar sua saúde, suas emoções, habilidades e (in)capacidades. Sua dedicação o fez atender o chamado do trino Deus com a resposta mais linda que um líder pode dar. Ele disse “Eis-me aqui”.

Em segundo lugar, Isaías traz inspiração e ânimo para os nossos dias quando nos direciona para o lugar mais seguro que um líder pode estar: na presença de Deus. Um povo liderado por um ministro cheio de comunhão com o Eterno, tende a buscar o

mesmo. Uma Educação Cristã Missionária só será consistente mediante a educadores cheios da presença de Deus. E vejam, chamo por educadores todos aqueles que lideram, entendendo que os que lideram, ensinam. A presença de Deus em Isaías certamente advinha de uma vida de busca de santidade, de oração, de temor a quem o chamou para ser profeta. De alguém que se via insuficiente e, por isso, buscava, adorava, se prostrava diante da fonte de toda bênção. Quantas vezes confiarmos somente no nosso conhecimento humano, quantas vezes estaremos longe da glória manifesta na presença de Deus. Esta seria uma boa hora “pra quem tem juízo”, fechar a porta do quarto e colocar seu tempo de devoção em dia.

Em terceiro lugar, ainda que o episódio do encontro do profeta com o Sobrenatural tenha sido algo incontestavelmente espiritual, Isaías conserva sua postura humilde de aprendiz. O versículo 5 diz que ele reconhece sua humanidade e seus lábios impuros. Em outras palavras, se Isaías estava vivo, e não havia morrido como o rei Uzias, ele ainda estava no processo, na trilha da aprendizagem. Reconhecer nossa condição de aprendizes, muitas vezes “sem luz”, nos faz olhar para o Pai das luzes com outra perspectiva: não há outro fora dEle. Não somos nada sem Ele. A humildade do constante aprendizado, do “prosseguir no conhecimento de Deus” e de Sua palavra, é a qualidade de um Educador Cristão Missionário que Deus procura. Alguém que não se coloca num

pedestal, que não deixa seus títulos ofuscarem a glória de Deus, mas que reconhece sua natureza de pecado e sua dependência do Criador de todas as coisas.

É tanta lição para se tirar de um texto tão rico, mas preciso destacar outra característica que deve nos inspirar: Isaías tinha um plano educacional. Em tempos de um cardápio de métodos e metodologias, Isaías nos ensina a planejar o que a Igreja deste tempo precisa. Sua mensagem continha elementos variados que nutririam o povo por um ano eclesiástico, tranquilamente. Seu currículo tinha mensagens de conforto, repreensões ao povo, alertas sobre sua infidelidade, esperança no restaurar da fidelidade, exortação à vigilância, e um apelo à santidade. Isaías detalhou com riqueza o Messias prometido, elaborou o perfil de Jesus com seus atributos que iam de Servo a Rei. Fico a pensar com preocupação de quantos passam pelos bancos de nossas igrejas anos a fio, e não são confrontados com a mensagem que liberta, com o alimento que sacia, com a Palavra que transforma.

Meu apelo aos líderes de nosso tempo, é que se unam para alcançar os que estão perdidos, edificar os que estão achados e testemunhar ao mundo a dedicação, a notória presença de Deus, a postura humilde de aprendiz e um plano educacional que equipa, discipula e capacita a todos os que anseiam por uma Igreja relevante. Como Isaías, me uno aos que entendem a Educação Cristã Missionária assim, e digo: Eis-me aqui, envia-me a mim! n

6 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/07/23 REFLEXÃO

Uma experiência missionária na Vila Minha Pátria!

No início do ano de 2023, participei do acampamento para promotores de missões e foi lá que conheci o projeto Vila Minha Pátria, uma casa missionária em que várias famílias afegãs refugiadas estão sendo recebidas e cuidadas. Quando ouvi sobre o projeto, o meu coração se encheu de vontade de visitar a Vila, mas eu não sabia como isso ia acontecer. Quatro meses depois, a oportunidade chegou. Recebi um convite para participar de uma caravana que levaria 45 pessoas de várias Igrejas Batistas. Passei apenas um dia na Vila Minha Pátria e descobri tantas coisas sobre o projeto e sobre os afegãos!

O projeto começou quando chegou ao conhecimento do pastor Fernando Brandão a necessidade de acolhimento para tantos refugiados afegãos, e ele se sentiu desafiado a fazer alguma coisa por aquelas famílias. Ao buscar apoio, conheceu o dono de um sítio com vários chalés, que era usado para acampamentos da Igreja. Porém, com a pandemia da COVID-19, o local encontrava-se desativado. O proprietário do local cedeu as instalações para o projeto de acolher nesse momento a demanda de afegãos e assim começou o projeto Vila Minha Pátria, em Morungaba, no estado de São Paulo.

No dia da minha visita à Vila Minha Pátria, 24 de junho, assisti à Formatura da 3ª turma de Língua Portuguesa. Era uma turma com oito alunos e alguns eram da mesma família. Chegou a hora de cantarem o Hino Nacional do Afeganistão e, depois, do Brasil. Como não se emocionar ao ver os olhos cheios

d’água de uma jovem formanda afegã, ao cantar o Hino Nacional de seu país, de onde foi obrigada a sair, fugindo do regime Talibã, deixando para trás sua faculdade, seus pais e seus amigos?

Dentre os formandos, um rapaz e uma moça fizeram um belo discurso, em Português, com apenas três meses de estudo da língua. Como não se emocionar diante de algo tão extraordinário?

Ao fim da formatura, houve a entrega de medalhas para os alunos que se destacaram. Porém, essa turma foi muito especial, porque todos os alunos eram muito bons. Assim, um aluno recebeu medalha de prata (2° lugar) e três alunas receberam medalha de ouro (1° lugar).

O interessante é que essa turma, que se destacou tanto, teve um professor novato, ou seja, ele nunca tinha ensinado a Língua Portuguesa para estrangeiros antes. Porém, os alunos gostaram tanto dele que pediram para ele ser o professor deles no próximo módulo também. Quando perguntei ao professor qual era o segredo dele ter conseguido tal êxito com aqueles alunos, ele disse: “Dependência total de Deus”.

As famílias afegãs são geralmente grandes e com muitos filhos. Cada uma delas tem o seu próprio chalé. Elas são acolhidas, amadas, respeitadas, ajudadas e algumas se aproximam do Senhor por causa do amor e do cuidado que recebem das pessoas que integram a equipe missionária do projeto, sob a liderança de Fabíola Molulo.

Na Vila, as crianças afegãs já estão todas matriculadas em escolas da Prefeitura. A cidade recebeu muito bem as crianças e elas estão se adaptando com facilidade. Elas recebem também reforço escolar no projeto. Uma curiosidade que descobri é que os maridos afegãos não deixam as esposas lavarem as panelas pesadas do jantar - eles é que lavam.

Existem muitos momentos alegres e descontraídos como, por exemplo, quando formam um grande círculo cantando e dançando ao som do violão. As crianças pedem as músicas que desejam cantar!

Para encerrar a noite da nossa visita com chave de ouro, tivemos a boa notícia de que a nossa caravana

adiaria algumas horas o retorno da viagem! Assim, foi possível testemunhar a recepção de mais 11 afegãos que chegaram para ser acolhidos na Vila Minha Pátria.

Estávamos todos juntos, quando, de repente, uma pessoa surgiu com a bandeira do Brasil. Em seguida, duas crianças seguravam a bandeira do Afeganistão. A Fabíola ensinou o “Bem-vindos” na língua afegã, que nós iríamos dizer quando as novas famílias chegassem. A casa estava em festa e, com a presença da nossa caravana, a festa ganhou uma proporção ainda maior!

A Fabíola deu as boas-vindas à nova família que acabara de chegar e anunciou que naquele momento estava acontecendo um reencontro de uma mãe com a sua filha e a sua neta. Como não se emocionar?

A Vila Minha Pátria tem sido um lugar de cura, de esperança e de recomeço. Esse projeto nasceu no coração de Deus e, em parceria com as igrejas batistas, tem conseguido cumprir o “ide” do Senhor. Louvado seja Deus pela obra missionária em nossa nação! n

7 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/07/23
MISSÕES NACIONAIS
Silvia e a filha Rebeca na Vila Minha Pátria Vila Minha Pátria, em Morungaba - SP
8 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/07/23 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Roseli Martins (OPBBCA)
9 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/07/23
NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
presidente da UFMBB, orando

Embaixada da PIB em Jardim República, em São Gonçalo - RJ, é reativada Trabalho volta a acontecer após 11 anos.

Diego Lourenço

conselheiro de Embaixadores do Rei na Primeira Igreja Batista em Jardim República, em São Gonçalo - RJ

A Primeira Igreja Batista em Jardim República, localizada na cidade de São Gonçalo - RJ, teve, depois de 11 anos, a sua Organização Embaixadores do Rei reativada. Na noite do domingo 25 de junho, tivemos a presença do pastor Marcos Vianna, da Igreja Batista em Mundel, também em São Gonçalo - RJ, com a mensagem, e a presença do nosso coordenador Nacional dos Embaixadores do Rei, pastor Fabiano Lessa, com uma palavra de incentivo. O pastor Alcides Barreto, líder desta Igreja buscou homenagear o irmão

Cosme Marcelo, que foi conselheiro por muito tempo da Primeira Igreja Batista do Jockey, em São Gonçalo - RJ, e fez um trabalho sensacional na região, o fazendo conhecido por muitos na localidade.

A Igreja não pode parar, vamos juntos, avante na propagação do Evangelho. Pedimos aos irmãos oração, para que esse grupo de conselheiros se mantenha firme nessa missão en-

viada do Senhor Jesus.

“De sorte que somos Embaixadores por Cristo, como se Deus por nós vos exortasse. Rogamo-vos, pois, por Cristo que vos reconcilieis com Deus” (II Co 5.20). n

PIB em Teresina - PI compartilha experiência na plantação de Igrejas

Projeto “Até a última cidade” tem 13 anos.

Plantar Igreja no sertão é um desafio peculiar. Só entende quem vem por aqui com este propósito. E quem vem, logo entende que só pela graça de Deus isto é possível. Nossa gente tem características singulares e a realidade ambiental é inóspita. Gente boa, amigável, acolhedora, mas aferrada às suas tradições, mesmo que estas sejam as causas de suas mazelas e sofrimentos.

No mundo moderno, as ações são feitas a partir da lógica de mercado: custo x benefício. No caso de plantação de Igreja, esta lógica avalia os custos do investimento da plantação e os benefícios em termos de conversão e autossustento da Igreja plantada. No sertão, esta lógica não se aplica. Não temos como prever autonomia de Igreja, de fato, muitas nunca saberão o que é ser autônomas. Por quê? Muitos fatores: analfabetismo, sub condição econômica, idolatria como parte da vida social... enfim, fatores os mais diversos. Por isso, temos plantado Igrejas sem a pressão da autonomia, embora trabalhemos para que isto aconteça.

Nestes 13 anos do projeto “Até a última cidade” organizamos como Igrejas autônomas, no sertão: a PIB do Centenário, em Buriti dos Montes; a SIB do Centenário, em Caraúbas; a PIB em Hugo Napoleão e a PIB em Monte Alegre do Piauí. A PIB do Centenário,

em Buriti dos Montes, é uma história de milagre. Iniciamos a Igreja em 2010 e a organizamos em 2014. Em quatro anos surgiu uma Igreja autônoma e que hoje tem duas Congregações nos povoados. A SIB do Centenário, em Caraúbas foi a primeira Congregação que assumimos no sertão, em 2009. Foi uma revitalização. Conseguimos, pela graça de Deus, organizá-la em 2014. Esta Igreja plantou as Igrejas de Caxingó e Murici dos Portelas, hoje nossas filhas. A PIB em Hugo Napoleão existiu como Congregação de outra Igreja durante 10 anos e fechou. Replantamos a Igreja em 2009 e a organizamos como Igreja autônoma em 2018. Foram nove anos de investimento, mas ainda hoje a ajudamos financeiramente. Esta Igreja tem uma Congregação no Povoado Gomes. A PIB em Monte Alegre foi iniciada em 2011, embora já existisse como Ponto de Pregação, e foi organizada em 2019. Durante a pandemia chegou a parar de funcionar, mas pela graça de

Deus, com nossa ajuda financeira voltou a funcionar e segue a todo o vapor.

Se você fez as contas, percebeu que organizamos uma Igreja no sertão a cada 6 anos e meio, em média. Esta não é a realidade da maioria das Congregações. Segundo estimativas de nossas lideranças, a média são 10 anos. É comum encontrarmos Congregação com 30, 40 e até 60 anos sem emancipação. Urge que encontremos um meio de mudarmos esta situação. Talvez tenhamos que desenvolver um programa de Igrejas familiares. Pequenas Igrejas, nas pequenas comunidades, lideradas por um líder local e com apoio, supervisão e mentoreamento de um pastor de uma Igreja missionária.

A verdade é que esta situação é de pura graça. Graça para mover quem se disponha a plantar, graça para mover corações idólatras para Cristo, graça para termos recursos para o sustento destas igrejas e mais graça para termos condições de conceder-lhes

autonomia. Cansou de ler graça? Pois dependa dela, pois sem ela não haverá plantação de Igrejas no sertão.

Só para ficar mais claro, veja este exemplo. Plantamos a Igreja em Lagos do Sítio em parceria com a PIB de Prata, apoio da SIB de Açailândia, Congregação no Teresina Sul e Junta de Missões Nacionais. A Igreja foi iniciada em 2021, há dois anos, e só no dia 17 de junho de 2023, foi realizado o primeiro batismo. Só a graça!

Plantamos a Igreja em Lagoa do Barro. O primeiro encontro de um Pequeno Grupo foi no dia 24 de maio de 2023. O pastor Marcão está na liderança, indo de D. Inocêncio, onde lidera a Congregação local. Estamos em um espaço alugado. Até termos um templo, que é a identificação de Igreja para o sertanejo, e atividades regulares semanais, levará tempo, e, assim, só graça e mais graça, superabundante graça para termos Igrejas no sertão. n

10 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/07/23 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Gilvan Barbosa pastor Titular da Primeira Igreja Batista em Teresina - PI Pr. Fabiano Lessa, coordenador nacional de ER, participou da celebração Embaixada Conselheiro Cosme Marcelo Batismos e organização de Igrejas aconteceram ao longo dos 13 anos do projeto “Até a última cidade”

Missões Mundiais 116 anos

Redação de Missões Mundiais

No dia 27 de junho, nos reunimos para expressar nossa gratidão a Deus pelos incríveis 116 anos de serviço e dedicação da Junta de Missões Mundiais. É um marco notável que merece ser celebrado com profunda gratidão em nossos corações.

Ao longo desses anos, a Junta de Missões Mundiais tem sido uma luz de Cristo no mundo, levando a mensagem do amor de Deus a todos os cantos da Terra. Por meio de pessoas que têm trabalhando incansavelmente, milhões de vidas foram impactadas, comunidades foram transformadas e a esperança foi restaurada.

É impossível mensurar o impacto total das missões em todo o mundo, mas podemos testemunhar os frutos desse trabalho. Povos foram alcançados, culturas foram valorizadas e a fé foi fortalecida. Os nossos missionários enfrentam desafios e sacrifícios, deixando sua zona de conforto para compartilhar a mensagem de salvação e esperança em lugares distantes e muitas vezes hostis.

Devemos expressar nossa gratidão não apenas pelos missionários corajosos, mas também por todos aqueles que apoiaram a Junta de Missões Mundiais ao longo dos anos. Desde os generosos doadores até as igrejas parceiras que têm orado e enviado recursos. Cada pessoa desempenhou um papel importante nessa jornada de 116 anos.

Nossa gratidão a Deus também se estende à Sua fidelidade inabalável. Ele tem capacitado e guiado esta agência missionária em todas as estações e circunstâncias. Mesmo diante de desafios e obstáculos, Deus tem levantado líderes sábios e providenciado os recursos necessários para que a missão avance.

Neste momento de celebração, devemos continuar a orar pelos missionários, sustentá-los financeiramente e estar dispostos a nos envolver pessoalmente na obra missionária. Afinal, a obra de Deus é uma responsabilidade compartilhada e uma oportunidade de participar de algo eterno.

Que possamos olhar para trás e reconhecer os marcos que Missões Mundiais alcançou ao longo dos 116 anos. Mas também olhemos para frente, com esperança renovada e um compromisso inabalável de que, com a graça de Deus, a missão continuará a crescer e prosperar.

A Junta não é velha com os seus 116 anos. Ela é renovada a cada mãozinha que se juntam para fazer uma oração no PEPE, no olhar do adolescente que recebe uma mancha de tinta preta na mão e é ministrado que Jesus pode lavar seus pecados através de um colaborador da sede que vai ao campo, nas mãos de uma mulher que apren-

de a fazer um artesanato na África, é renovada pelo missionário que deixa a sua vida de conforto no Brasil para ensinar futebol e evangelizar na Ásia, é revigorada através da expectativa de um voluntário no saguão do aeroporto orando para que dê tudo certo e pelas vidas que ele alcançará.

Que Deus continue a abençoar e a guiar a cada missionário da sede e missionário do campo em todos os seus esforços. Que Seu amor e luz continuem a ser compartilhados em todo o mundo, transformando vidas e trazendo redenção a lugares onde a esperança parecia estar perdida.

Em gratidão, louvor e adoração, celebramos a Deus pelos 116 anos da Junta de Missões Mundiais. Que possamos ser uma geração que se levanta para continuar essa importante obra até que o último rincão deste mundo ouça a mensagem do Evangelho e experimente o amor de Deus. n

11 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/07/23 MISSÕES MUNDIAIS

Igrejas Batistas no Sul do Rio de Janeiro se reúnem e realizam

Mutirão Evangelístico

Mais de 200 voluntários colaboraram na ação.

União Missionária de Homens Batistas da Costa Verde - RJ

Dando continuidade aos trabalhos que a União Missionária de Homens Batistas da Costa Verde, com apoio da UNISUL, tem desenvolvido na região, em apoio a obra missionária das Igrejas, entendemos que deveríamos avançar e, assim, apoiar outras regiões do Sul do estado do Rio de Janeiro no trabalho evangelístico.

Já na visita de técnica para reconhecimento do campo, ficou claro que o desafio seria muito maior, e assim precisaríamos superar tudo o que já tínhamos feito. Assim, estabelecemos uma meta de, pelo menos, 150 participantes para atender as demandas, que seria centro da cidade e bairros vizinhos.

Mais uma vez, Deus nos surpreendeu e mais de 200 irmãos atenderam ao chamado a missão no dia 11 de junho. Ao todo, 30 Igrejas representaram cinco Associações Batistas do Estado do Rio de Janeiro, além de outras Igrejas irmãs.

O mutirão contou com o apoio das equipes focais nas seguintes áreas: equipe de ministério infantil, Embaixadores do Rei, Mensageiras do Rei, visitação nos lares e saúde. Na região de Alambari, oração, evangelismo, ação social, intercessão, terceira idade e cozinha.

Finalizamos com uma grande fes-

ta e o coração desejoso de estarmos juntos novamente e em breve para continuar a obra que nos foi confiada. Nossa percepção é que a cidade está aberta a receber o Evangelho. Muitos foram os pedidos de retornos para visitação e acompanhamento. Desta forma, fica para nós a responsabilidade de criarmos estratégias para continuar apoiando o trabalho junto a Igreja local, caso não tenha braços suficientes para atender todas as solicitações.

O trabalho desenvolvido com a união das Igrejas do Sul do estado tem sido neste momento algo relevante e marcante para esse tempo. Cremos que juntos podemos viver missões a partir do nosso bairro, expandindo para cidades, alcançarmos nosso estado até os confins da terra.

Números e atividades do Mutirão

Mais de 200 irmãos participantes;

Mais de 40 crianças atendidas pela equipe infantil;

Mais de 50 atendimentos da Equipe de Ação social;

Mais de 60 atendimentos da Equipe de Saúde;

Mais de 100 lares visitados, além de comércios;

Mais de 800 materiais evangelísticos apresentados e entregues (evangelho de João, Marcos, plano de salvação e literaturas infantis doadas pela junta de missões estaduais);

Mais de 200 fichas de atendimentos e solicitações de visitas preenchidas e entregues ao pastor da Igreja; Casas e comércios que foram vi

sitados receberam um Evangelho de João;

Equipe de saúde acompanhada de pastores visitou o hospital Municipal e a Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) da cidade;

Atendimento e ginástica laboral para mulheres e idosos;

Sala de intercessão;

Cultos evangelísticos ao ar livre simultâneos em diversas partes da cidade;

Atividade para crianças o dia inteiro e culto infantil;

27 adultos e 15 crianças entenderam o plano de salvação e entregaram suas vidas a Cristo Jesus;

01 cidade impactada pelo amor de Cristo Jesus! n

União Feminina de Alagoas homenageia pastores Batistas alagoanos

Pastores também tiveram capacitação em Comunicação.

Maik Paranhos designer, estudante de jornalismo e membro da Igreja Batista Betel em Maceió - AL

No dia 12 de junho de 2023, a União Feminina Missionária Batista de Ala goas (UFMBAL) promoveu uma emo cionante homenagem aos pastores do campo Batista alagoano, no auditório da Convenção Batista Alagoana (CBAL). O evento, que contou com a presença de pastores, missionários e liderança da União Feminina, teve como objetivo celebrar e reconhecer o trabalho incansável dos pastores, além de oferecer capacitação na área de comunicação.

O momento especial foi marcado por uma recepção calorosa, com um café regional que valorizava a tradicional culinária local. Os participantes puderam desfrutar do banquete, enquanto compartilhavam experiências

e estabeleciam laços de amizade.

A palestra principal foi ministrada pelo renomado professor Carlos Conce, mestre em comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em Clínica Psicanalítica pelo CESMAC. Carlos trouxe seu vasto conhecimento e expertise para abordar estratégias de comunicação eficazes

na pregação do Evangelho. Sua pales tra foi elogiada por sua profundidade e capacidade de inspirar os presentes.

A irmã Cândida de Oliveira, executi va da UFMBAL, expressou sua gratidão pela homenagem aos pastores: “O nos so sentimento como União Feminina foi extremamente positivo, por poder homenagear aqueles que tanto contri

buem com a causa do evangelho e que também cuidam das nossas vidas e famílias. Foi um momento especial de Certamente, as valiosas lições desor Carlos Conce contribuirão para -

12 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/07/23 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Membros de Igrejas da região uniram forças para realizar o mutirão evangelístico Evento celebrou e reconheceu o trabalho dos pastores Batistas alagoanos

Junta de Mocidade e Adolescentes da CB Pioneira do Sul do Brasil promove a Conferência Impacto

Conferência multigeracional reuniu aproximadamente 3.000 pessoas.

Blumenau, SC - Depois de quatro anos, a Junta de Mocidade e Adolescentes da Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil (JUMAP) voltou a realizar a Conferência Impacto! A convite da Primeira Igreja Batista Pioneira em Blumenau - SC e com o apoio da Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil, a Conferência aconteceu no Parque Vila Germânica, na cidade de Blumenau - SC, entre os dias 08 e 11 de junho de 2023.

A Conferência Impacto busca potencializar e fortalecer a Igreja local nas áreas de Teologia, Artes e Missões. Nesse ano, o tema da Conferência foi “Relevante: Novo Tempo, mesma essência”, onde mais de 50 convidados entre preletores e bandas trouxeram uma mensagem da importância da Igreja em nosso tempo e de como ela deve se colocar dentro da cultura para ser relevante e trazer transformação para a sociedade.

A programação começou na quinta, às 14h00, e terminou no domingo, após o almoço. Foi composta por várias ministrações, como também minicursos sobre música, plantação de Igreja, o jovem e a cultura. Também aconte -

ceram plenárias com temas diversos, congressos de mulheres, homens e missões, shows e apresentações musicais. Os convidados também participaram de podcasts comandados e transmitidos pela Rádio Transmundial.

Simultaneamente, aconteceu a Conferência Impacto Kids, onde participaram aproximadamente 150 crianças. O preletor foi Weglison Calavaro, fundador do Ministério “O Mundo de Otávio”. Ele, com a equipe do Ministério Kids, fez uma programação bíblica e dinâmica, através de culto, brincadeiras, oficinas, gincanas e muito mais. O tema estudado entre os pequenos foi “Trabalhadores: Construindo a minha vocação.” Foram dias especiais e relevantes na vida deles. Que Deus abençoe cada criança que participou.

Uma das celebrações da Conferência Impacto

A novidade desse ano foi o espaço de exposições, o qual chamamos de Expo Cristã, um espaço montado com 90 stands, praça de alimentação e apresentações. Participaram nos stands empresas com foco cristão de diversos segmentos, agências missionárias, instituições e juntas da Convenção Batista Pioneira. Foi um ambiente muito rico em conexões entre as instituições dos diversos segmentos ali representadas e os participantes que circularam pelo local. Passaram pela Conferência aproximadamente 3.000 pessoas. Não foram apenas quatro dias de mais um evento, mas sim quatro dias que geraram frutos, trouxeram novos sonhos e propósitos para quem participou. Dias de inspiração e crescimento teológico

para toda a Igreja, desde as crianças até os idosos. Nossa oração é que tudo o que nos foi ensinado continue gerando bons frutos e permaneça em nossos corações.

Deus seja louvado pela vida de cada um que ajudou como voluntário e participou para que a Conferência acontecesse. Agradecemos também à PIB Pioneira em Blumenau - SC que, com muita dedicação, foi um grande apoio para a realização da Conferência. Que esse movimento continue edificando Igrejas e pessoas para que o nome de Jesus seja conhecido e proclamado.

“Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém” (Romanos 11.36).

Até 2025, se assim Deus permitir! n

Convenção Batista de Roraima celebra culto de abertura de Missões Estaduais

“Vivendo a Palavra” é o tema da campanha para 2023.

Culto de abertura de Missões Estaduais da Convenção

Redes sociais da Convenção Batista de Roraima

“Vivendo a Palavra” é o tema da campanha de Missões Estaduais 2023 da Convenção Batista de Rorai-

ma (CBRR). E o culto de abertura foi realizado no dia 17 de junho, na Igreja Batista Memorial, em Boa Vista - RR. O preletor da programação foi o pastor Marcelo Rivelino, da Primeira Igreja Batista de Roraima - RR.

Deus seja louvado pelas vidas dos nossos missionários, promotores de Missões Estaduais e de todos os irmãos que estavam a representar suas Igrejas. Que sejamos incansáveis nessa obra que é do nosso Senhor Jesus

Cristo.

O tema “Vivendo a Palavra” tem como base o texto de João 17.17-18: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo”. n

13 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/07/23 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Lucineia Honnef Sena missionária da Junta de Mocidade e Adolescentes da Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil Andréa Vargas, uma das preletoras do evento, e Pr. Samuel Esperandio, diretor Executivo da CBPSB Batista de Roraima

A arte da adoração

Adorar é reconhecer quem é o Senhor. É o ato de ajoelhar-se, prostrar-se em homenagem, em temor e tremor diante dAquele que reúne em Si mesmo toda a perfeição. É a atitude sincera do homem regenerado em relação ao seu Senhor. É dar honra Àquele que a merece, Àquele que tem todo o mérito em Si mesmo. Adorar é avivar a mente, renovar o coração, alimentar o espírito e reconhecer que o corpo é templo do Espírito Santo (I Coríntios 6.19,20). Devemos sempre adorar a Deus, nosso Pai, em espírito (a natureza da adoração é espiritual) e em verdade (caráter íntegro, sinceridade) Foi assim que Jesus nos ensinou a adorar (João 4.24).

Um dos textos bíblicos bastante pedagógicos nesta direção é Isaias 6.1-8. Aqui, o profeta tem o seu chamado para o oficio de anunciar os oráculos de Deus. Há cinco verdades sobre a genuína adoração. A primeira é a posição do Senhor. Ele está num alto e sublime trono. A Sua posição é de soberania, autoridade absoluta, majestade e santidade. É o Deus que tem o total controle de todas as coisas visíveis e invisíveis. A segunda é que os seres celestiais O adoram, os anjos, Seus ministros, reconhecem todos os Seus qualificativos. A terceira é a reação do profeta. Ele reconhece a majestade e a santidade de Deus e, ao mesmo tempo, a sua vileza, impureza, sua desqualificação natural como pecador, bem como a de todo o povo

para o qual profetizará. É neste contexto que os seus lábios são purificados pelo Senhor. A quarta é a comunhão entre a Trindade, os anjos e o profeta. Há aqui uma sintonia e sinergia entre o Deus Trino, Seus ministros e o homem, representado aqui pelo profeta. A verdadeira adoração acontece no solo da comunhão. A quinta é a missão que ele recebe do Deus que é Bendito eternamente. O mesmo Deus adorado o comissiona como profeta messiânico. Isaias se apresenta em inteira devoção, entra no centro da vontade de Javé e se dispõe a falar da parte dEle ao Seu povo.

Fico extasiado com o meu Pai Amoroso e Bondoso, pois sendo transcendente –num altíssimo lugar –, Ele é imanente, isto é, está em nós e entre

nós por meio do Seu Espírito Santo, se relacionando conosco em perfeito amor. Ele busca adoradores sinceros, autênticos, humildes, comprometidos e cheios de temor por Ele. Ele quer que O glorifiquemos em todas as nossas atitudes. Que O reconheçamos como o Senhor de todos nós. Ele não despreza o coração quebrantado e contrito (Salmos 51.17). Ele tem prazer naqueles que fazem toda a Sua vontade em Cristo Jesus. Cresçamos na arte da adoração.

Reconheçamos os atributos (qualidades) naturais e morais do nosso Grande Deus, Soberano Senhor, Aquele em quem nos movemos e existimos neste mundo apenas por Sua graça em Cristo Jesus, Seu Filho Unigênito, nosso Salvador e Senhor. n

Missões Estaduais e sua importância

Bárbara Castro coordenadora do Departamento de Comunicação da Convenção Batista Goiana (adaptado)

Missões Estaduais têm um papel fundamental na expansão do Evangelho no Brasil. Através delas, é possível alcançar regiões mais distantes e carentes de assistência espiritual. Além disso, as missões são importantes para fortalecer as Igrejas estabelecidas e para o crescimento do reino de Deus.

O tema “Fortalecer para Crescer” é muito apropriado para descrever a importância das Missões Estaduais,

afinal, a ideia por trás das missões é justamente fortalecer as Igrejas locais para que elas cresçam e se multipliquem.

Uma das principais contribuições das Missões Estaduais para a Igreja é a capacitação de líderes. As equipes que atuam nas missões trabalham junto com as lideranças das Igrejas locais, dando suporte a elas em questões de evangelização, discipulado, administração e outros aspectos importantes da vida eclesiástica. Com isso, os líderes das Igrejas aprendem novas habilidades e aprimoram suas competências, o que fortalece a igreja como um todo.

Além disso, as missões são importantes para ampliar a atuação da Igreja em regiões onde ainda não há presença evangélica. Essas áreas frequentemente são carentes de assistência social, educacional e outras formas de apoio comunitário. Ao levar o Evangelho até esses lugares, as missões também levam esperança e ajuda prática aos moradores locais. Isso fortalece a imagem da Igreja e abre portas para novos relacionamentos e oportunidades de evangelização.

Por fim, a participação das Igrejas nas Missões Estaduais é uma oportunidade única para crescer na fé e amadurecer espiritualmente. Viven -

ciar a realidade de outras comunidades eclesiásticas e compartilhar experiências de vida e ministério é uma forma preciosa de enriquecer o conhecimento e a perspectiva sobre o reino de Deus.

Em suma, as Missões Estaduais são importantes para fortalecer as Igrejas locais, ampliar a atuação do Evangelho em regiões distintas e para o crescimento espiritual de cada participante.

Que cada Igreja se empenhe em participar ativamente das missões em sua região, contribuindo assim para o fortalecimento e crescimento das Igrejas em seus respectivos estados. n

14 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/07/23 FÉ PARA HOJE PONTO DE VISTA
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob

Há liberdade total, ampla e irrestrita no modo batista de ser e pensar?

Ao longo do tempo, os Batistas foram alinhando alguns princípios fundamentais que vieram a lhe dar sustentação histórica em que alguns nomes clássicos ficaram conhecidos, tais como “Princípios Distintivos dos Batistas”, “autonomia da Igreja local”, “competência da alma”, “livre exame das Escrituras” etc. Estes dois últimos, como já mencionamos em artigos anteriores, estão relacionados e dão colorido todo especial ao modo de ser e pensar no ambiente Batista. Mas, ao mesmo tempo, o cenário que a aplicação destes dois princípios tem proporcionado historicamente germina, digamos como efeito colateral, a diversidade ou variedade de ortodoxia e ortopraxia.

Um dia, um amigo luterano me pediu para explicar como os Batistas funcionam e constroem sua teologia. Depois de cinco minutos ele me disse, “bem, você pode parar, não estou entendendo nada!” Pois é, nem mesmo alguns Batistas entendem. Como é possível, no campo religioso, que também é um campo de forças e que geralmente se sustenta na uniformidade para germinar a sua unidade, é possível sobreviver com a unidade apesar da sua variedade ou diversidade? Gostemos ou não, é assim que, como Batistas, somos!

O primeiro Princípio Distintivo dos Batistas nos ensina que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática, portanto é a partir daqui que os demais princípios devem funcionar e o dilema da variedade se assenta principalmente na aplicação do princípio da “competência da alma” que, para mim, vem da herança de um dos princípios da Reforma Protestante, do Século XVI - o sacerdócio dos crentes. Na linhagem, do princípio do sacerdócio universal dos fiéis (outro modo de dizer o mesmo) temos o princípio da “competência da alma” que vai mais além, pois aponta para a competência que cada crente tem em se aproximar diretamente das Sagradas Letras e exercer o seu livre exame, como manifestação da liberdade de consciência.

E o percurso não para aqui, mas prossegue para outro componente que é a liberdade de consciência e de expressão, isto é, o crente tem liberdade, sem intermediários (sacerdócio, de certo modo) de ler a Bíblia, interpretá-la e, após isso, encontrar suas conclusões, depois terá a liberdade de expor essas conclusões.

Aqui é que os efeitos colaterais podem se fazer presentes e, em um

extremo, gerar até anarquia, em vez de variedade respeitosa, dialogal e aprendente que apontaria para o fortalecimento de nossa unidade como povo batista.

Em linguagem simples, um gigantesco imbróglio que tem causado muito desconforto, pois naturalmente essa “linhagem” de percurso pode nos levar a divisões, segregações, marginalizações e até mesmo a radicalismos, especialmente com indicações tais como, “minha abordagem é que é bíblica”, “isso é liberalismo” ou algo semelhante. Por favor, aos mais radicais, não me chamem de liberal, porque posso pensar diferente, aliás não sou de ficar colocando etiquetas em pessoas ou grupos, os que se autodenominam já o fazem.

Como resolver esse impasse? Já que o teólogo é da Igreja, deve trabalhar para a Igreja, dar suporte à Igreja e esta é que é autônoma (outro Princípio Distintivo dos Batistas). Então, se a autonomia é da Igreja local e não do teólogo, não existe liberdade ampla total e irrestrita no fazer teológico no modo Batista de ser e pensar. Em palavra mais simples, na produção teológica Batista não há como termos “franco-atiradores” independentes da vida da Igreja.

Lamentavelmente o triunfo do indivíduo, um dos principais componentes da Hipermodernidade, tem tornado o indivíduo seu próprio legislador e juiz, que, associado ao princípio da autonomia da Igreja local, tem sido absorvido por indivíduos (pastores, teólogos, membros de Igrejas etc.) como se pudessem também ser autônomos. Vivemos em uma comunidade, nosso papel deve ser desejar a manutenção da unidade do Espírito promovida pela paz (Efésios 4.3). Na visão sistêmica seria como promover a homeostase. E o apóstolo Paulo ainda nos ensina que Deus não é Deus de confusão, mas de paz (1 Co 14.33).

É claro que alguém poderia perguntar, “mas não tenho o direito do livre exame das Escrituras?” Com certeza, nenhum Batista pode negar e proibir alguém de examinar as Escrituras, interpretá-la, pois isso é fruto da “competência da alma”. Mas aqui é que reside um segredinho fundamental que podemos aprender com o mesmo ensino que o apóstolo dos gentios aplica aos profetas, que deveriam gerenciar seu papel (I Coríntios 14.32). Talvez, algum colega possa me questionar dizendo que o texto esteja falando de profetas. Mas, pense comigo, qual é o princípio e essência do ensino que está por trás do texto?

Assim, como teólogo, posso e devo me aproximar das Escrituras com todo ferramental interpretativo e exegético e interpretá-la. Depois disso, dialogar com a Igreja sobre minhas conclusões, seja por meio do púlpito, seja pela escrita, seja pelo ensino, abrindo espaço para que minhas conclusões sejam avaliadas, objeto de discussão, de análise hermenêutica e exegética. Enfim, estes princípios da “competência da alma”, liberdade e livre exame das Escrituras, liberdade de consciência/ expressão, ainda que com foco individual, jamais devem ser entendidos de maneira individualista.

Em resumo, a Bíblia é como um vetor catalizador de nosso diálogo comunitário e aprendente na construção de nossa compreensão teológica. A comunidade é o ambiente onde esse diálogo deve ocorrer. O teólogo Batista existe para dar à Igreja segurança da compreensão da eterna Palavra de Deus e buscar meios para a sua contextualização, isto é, partindo da busca dos profundos princípios bíblicos, imutáveis, eternos, perenes, e aplicá-los no contexto em que vivemos hoje, encontrando, assim, respostas bíblicas para situações concretas de hoje. E, após tudo isso, estar sujeito à Igreja local para ser avaliado em suas conclusões, pois poderá ter deixado de lado alguma compreensão ou algum componente de análise exegética ao buscar sua compreensão das Escrituras. A comunidade, então, poderá lhe dar suporte e prover agradável espírito de paz e unidade, dentro de um ambiente aprendente, dialogal, de comunhão, unidade permeada pela paz.

Como Batistas enfatizamos a comunidade local, então como fica a visão institucional ou convencional?

Igrejas Batistas decidem se unir para cooperar umas com as outras. Por isso, a missão da Convenção Batista Brasileira é “viabilizar a cooperação entre as Igrejas Batistas no cumprimento de sua missão como comunidade local”. Ao se unirem, as Igrejas também se dedicam a discutir princípios, práticas, doutrinas e seu modo de convivência e lealdade, sem isso, nenhum grupo ou comunidade consegue sobreviver e vira anarquia.

Isso nos leva ao próximo passo: que o teólogo vá mais além de sua Igreja local e apresente suas conclusões às comunidades Batistas por meio das estruturas que elas mesmas precisam criar.

Em resumo, vejamos algumas conclusões práticas:

Já que defendemos o livre exame das Escrituras, nossas Igrejas locais

precisam urgentemente fornecer aos seus membros ferramentas e experiência para o labor interpretativo das Escrituras. Como não temos um clero, pelo menos não deveríamos ter, o crente tem o direito de se aproximar das Escrituras, mas também receber orientação em como fazer isso em um ambiente aprendente, dialogal, de comunhão, amor e paz;

A estrutura convencional necessita aperfeiçoar sistemas para que teólogos, pastores, líderes e todos os crentes possam ter a oportunidade de expor suas conclusões obtidas pelo livre exame das Escrituras e receberem o devido suporte sobre isso.

Vamos concluir lembrando que, hoje em dia, a “verdade” deixou de ser coincidente com a realidade e passou a ser definida pela conveniência de pessoas, também pela quantidade de acessos e “likes” que recebe nas redes digitais.

Além do mais, precisamos compreender que a liberdade foi sofrendo alterações, pois em seu percurso histórico envolvia o desenvolvimento de virtudes para governarmos a nós mesmos e gerirmos nossos apetites e um tipo de tipo de educação que deveria modelar e guiar um povo. Mas, no mundo contemporâneo, a liberdade foi ressignificada e leva a pessoa a ser livre para fazer o que quiser, independentemente do ambiente em que vive e quem pensa diferente ou é preconceituoso, não bíblico ou mesmo liberal nesse caso.

Então, o exercício da liberdade exige conhecimento, responsabilidade coletiva, e, nesse sentido, não existe liberdade ampla total e irrestrita, pois estamos juntos e unidos no mesmo ideal em que o exercício da liberdade será nesse ambiente “orgânico” do corpo de Cristo em que se uma parte do corpo sofre todo o corpo sofre (I Coríntios 12.26). Células que reagem contra o corpo são cancerígenas, destrutivas.

Vamos lembrar, o terreno doutrinário é um de muitos que caracterizam nosso Cristianismo, mas não o único. Não podemos deixar que a diversidade ou variedade doutrinária, natural do modo de ser e pensar como Batistas, destrua nossa unidade. Há outros pontos que podem nos unir.

Precisamos crescer na propagação do Evangelho, mas igualmente crescer no diálogo, a comunhão, a amizade entre nós, que fomos salvos pelo mesmo Jesus, que deu sua vida por nós.

Desejando dialogar entre em contato: rega@batistas.org

Instagram: @lourencosteliorega n

15 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/07/23
BATISTA PONTO DE VISTA
OBSERVATÓRIO
Lourenço Stelio Rega

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