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Famosos, mas, infelizes

Difícil passar uma semana sem a notícia de um suicídio de alguém que a sociedade e a mídia dizem ser famosos. Denomina-se famoso alguém que tem auditório cativo na TV. É aplaudido, até mesmo adorado e idolatrado, pelo público que compõe o auditório, na maioria feminino. Famoso porque a música cantada durante a semana alcançou número elevado de ouvintes. Essas músicas são repetidas nos super e hipermercados da Cidade. A galera em histerismo ovaciona o famoso. Seus CD’s são vendidos aos milhões; recheando sua conta bancária. Na maioria das vezes, a letra é repetitiva e sem nexo. Não possui conteúdo que edifique os ouvintes. Isto sem falar na agressividade à gramática. A TV possui a capacidade de gerar famosos que se sucedem em fileiras intermináveis. Se o famoso é feliz, é outra história, seria uma conclusão lógica. Mas, tal não acontece. Dinheiro não gera felicidade. O ser “famoso” também não. Possuir um auditório cativo também não gera felicidade. O indivíduo se apresenta como alguém que exala alegria e felicidade. Mas, no íntimo, é um infeliz tentando camuflar a sua infelicidade e desgraça. O caminho de alguns é a droga assassina que mata sem piedade. O indivíduo tenta esconder a dor que sua infelicidade lhe proporciona. Parece ter muitos amigos, mas, no íntimo é um solitário tentando sobreviver sob os aplausos dos que anseiam por imitá-lo, desejando possuir um pouco da falsa alegria que o mantém acorrentado às garras do pai da mentira.

A notícia triste aparece em manchete garrafais. “Fulano” foi encontrado morto no décimo andar do prédio de luxo, no bairro nobre da Cidade. A polícia suspeita de suicídio, já que nada foi levado dos seus pertences. Morreu sozinho. Nenhum amigo para ouvi-lo quando a morte o encontrou.

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Os fãs choram o final trágico. Quando o velório se torna público, formam-se filas intermináveis, milhares de ad- miradores se acotovelam para vê-lo de longe, pela última vez. Como ocorre com todos os mortos, o famoso vira santo. “Era maravilhoso. Caráter íntegro. Sempre fazendo o bem. Coração boníssimo.” Seus deslizes não são revelados, tampouco levados em conta. Certamente está nos céus nos braços de Deus, que o recebeu com alegria, dando-lhe um bom lugar. Orações são oferecidas em sufrágio de sua alma. Como é hipócrita a população que assim se comporta diariamente. Basta morrer para virar santo, às vezes até milagreiro.

Ninguém reflete sobre o significado da vida. A recompensa que a vida oferece após a morte, não é levada a sério. O ser famoso aos olhos da multidão oferece ao indivíduo o “direito” de quebrar todos os parâmetros de uma vida desequilibrada. Pode adulterar à vontade; não reconhecer os filhos dos encontros casuais com as fãs. Casar dezenas de vezes e ser aplaudido pela multidão. O ser famoso tudo pode.

Jesus conta uma parábola, registrada por Lucas 12.13-21; de um rico famoso. Era famoso, louco e vaidoso. Vivia em função das riquezas que aumentavam a cada novo dia. Ao ver crescer as riquezas, que aumentavam a cada dia, ver crescer os seus bens materiais, resolveu construir celeiros maiores para recolher a colheita farta daquele ano. Propôs um pacto com sua própria alma. O monólogo que faz com sua própria alma é hilariante. Alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga (v. 19). Jesus o chama de louco, por não saber que alma não come bens materiais e que seus dias estavam contados. É como a erva do campo, aparece por um pouco de tempo e depois se desvanece. Pobres famosos, que não suportam a si mesmos e terminam pondo fim a existência. Vidas vazias que caminham para a perdição, sem saber que os aplausos de um momento podem ser os últimos, sem retorno. São vidas que precisam de Cristo como Salvador e Senhor. n