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Amigo, colega ou companheiro

Lourenço

Stelio Rega

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Em 2000 e 2011 fiz um levantamento de dados entre pastores batistas brasileiros em que um dos itens indicava a quantidade de amigos que cada pastor respondente tinha. Em 2011, 13% responderam que não tinham nenhum amigo de verdade, contra 9% em 2000. Em 2011, 61% responderam que tinham de 1 a 5 amigos de verdade, contra 51% em 2000.

O que é ser amigo? Há diferença entre amigo e colega ou companheiro? Não tenho dúvida que a cada época as definições se alteram, mas podemos, pelo menos, traçar um rascunho de ideias sobre o tema.

Há quem faça diferença entre níveis ou tipos de amizade. Uma vez ouvi de um líder denominacional que há diferença entre amigo e “amigo funcional”. Enquanto ao amigo podemos confiar tudo sobre nossa vida, o “amigo funcional” é alguém que frequenta as mesmas reuniões que frequentamos, participa conosco de grupos de trabalho, enfim, atua funcional e institucionalmente nos mesmos ambientes que atuamos. Podemos falar sobre o trabalho com o amigo funcional, mas só isso. Vida pessoal é somente com os amigos de verdade. Já ouvi também que companheiro significa comer o mesmo pão. Isto é partilhar dos mesmos desafios, dilemas e vitórias, estar junto para o que der e vier.

Outro dia, uma pessoa amiga me deu outra ilustração sobre amizade que entendi ser a melhor que eu ouvi até o momento. Há níveis de relacionamento numa escala de 1 a 5. No nível 1 temos um relacionamento de contato casual e momentâneo. No nível 2 há algum consenso e confiança e começa uma amizade. No nível 3 há maior consenso e confiança e a amizade é bem maior em que podemos trocar mais expectativas. No nível 4 temos uma amizade profunda, onde as pessoas compartilham não apenas expectativas, mas conhecimento de sua vida pessoal interna e o nível de confiança é elevado. No nível 5 temos o relacionamento matrimonial com o mais profundo grau de amizade, companheirismo e intimidade. Achei muito interessante. expectativas, objetivos. Em todos os seis dias da criação tudo o que fora criado foi tido como bom por Deus, mas Ele mesmo declarou que não era bom que a humanidade estivesse só, composta somente por um tipo de gênero, era necessária companhia, partilhamento, colaboratividade, relacionamento, convivência (Gênesis 2.18). Nascemos para isso e, como ingrediente mobilizador, Deus atribuiu ao ser humano o amor, a paciência, a afetividade e como resultado, existe a operacionalidade do perdão, da humildade, da consideração. Acima de tudo isso está o amor, por isso que é colocado como o maior mandamento (Marcos 12.28ss), a maior virtude (I Coríntios 13). É o amor que move e mobiliza essa característica de origem da vida. quétipos fundantes da vida humana. Assim que ser humano foi criado para conviver, fazer amizades, desenvolver relacionamentos, partilhar

Com a rebelião no pecado estas características foram substituídas pelo egoísmo, individualismo, ódio, vingança, maldade, frieza afetiva, vingança, nos afastando da convivência madura e sadia. Paulo chama tudo isso de “obras da carne” (Gálatas 5.19-21), isto é, da natureza rebelde e decaída.

Por isso mesmo que a salvação é muito mais do que meramente a conquista do céu e o livramento das chamas aquecidas do inferno. Ser salvo significa ser reposicionado por Deus de novo na ordem das coisas criadas e reaprender, pela renovação da mente e do espírito (Romanos 12.2; II Timóteo 3.16,17), a rechear a vida com estes atributos que nos foram dados de presente na Criação.

Meu desejo é que cada um de nós possamos reavaliar a vida e saber quem são de fato nossos amigos, e de quem somos de fato amigos, quem necessita ser reconquistado e investirmos tempo nisso dependendo a ação do Espírito Santo produzindo em nós o seu fruto (Gálatas 5.22,23). Amém. n