Você - 21.08.2021

FIM DE SEMANA, 21 E 22 DE AGOSTO DE 2021 edição nº 305

BIBIANA FALEIRO

No ritmo

da cura

Musicoterapia une sons e melodias para prevenção e tratamento de doenças e transtornos Páginas 6 e 7

Bastidores

Naquela noite de jazz

M

anoeal (nome fictício) carrega sempre o saxofone a tiracolo.

Mesmo com os cabelos grisalhos adquiridos pela experiência, ele ainda tem fôlego para soprar o instrumento e o faz com maestria. Era noite de jazz em Praga, na República Tcheca, e foi lá que ouvi um grupo do gênero tocar pela primeira vez.

O show já estava no fim, mas sentamos no sofá bordô do clube, digno de cinema. Não bebo cerveja e meus trocados não valiam uma taça de vinho. Peguei uma bebida típica europeia, a sidra, que se assemelha a uma espumante.

Alguns minutos depois, os músicos desceram do pequeno palco e nos contaram sua história com a música. Lembro de pensar na importância do trabalho deles e nas coisas boas que aqueles poucos minutos trouxeram.

Naquela noite era o jazz, mas poderia ser o pop, o rock ou MPB. A música está nas

pequenas coisas do dia a dia. Às vezes nem percebemos, mas ela continua lá. Ela também guarda memórias, e ao escutar uma canção, é possível reviver um momento. Mesmo que ele seja de muitos anos atrás. É na música que vivem tantas histórias. E são elas que nos fazem lembrar daqueles que já partiram. Ela também cura e auxilia na saúde e educação. A música nos permite diferentes sentimentos a cada vez que acionamos o “play”.

Faz tempo que não toco um instrumento musical.

Também nunca fui muito afinada no vocal. Mas não é preciso entender a música em sua ciência para ser tocado por ela. Basta estar aberto para viver o que ela tem a nos oferece.

Para mim, a música é uma experiência. Daquelas que nos faz sorrir ou nos faz chorar. Mas, principalmente, nos faz lembrar de quem fomos um dia. Ela nos ensina sobre o mundo. Como naquela noite de jazz em que conhecemos o Seu Manoel, que fez questão de nos mostrar um pouquinho sobre a vida dele em cada nota que saía do instrumento musical.

Boa leitura!

Bibiana Faleiro

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Dica de leitura

As mulheres

e o Talibã A notícia da retomada do Talibã no Afeganistão circula o mundo e deixa, em especial as mulheres, em estado de alerta. O grupo surgiu em 1994, formado por ex-guerrilheiros que prometeram restaurar a paz e a segurança no país. Mas, ao tomarem o poder em 1996, tornaram as regras rígidas e as mulheres foram obrigadas a usar a burca,

não tinham direito à educação e viviam confinadas em casa.

“O medo é generalizado. Por mais que o Talibã afirme que os direitos das mulheres serão mantidos, é um momento de muita incerteza e preocupação. Com o Talibã à frente do Afeganistão, até mesmo pequenos avanços conquistados com muita luta podem ser perdidos”, afirma a comunicadora

EU SOU MALALA, DE MALALA YOUSAFZAI É uma leitura enriquecedora porque a história da Malala está ligada aos acontecimentos políticos do seu país, o Paquistão, e ao próprio Talibã. Malala foi baleada no rosto aos 15 anos por defender a educação de meninas do Vale do Swat, onde morava. Ela sobreviveu, e hoje, inclusive, segue alertando contra os perigos do Talibã. É uma mulher que pode nos ensinar muito.

O SEGREDO DO MEU TURBANTE, DE NADIA GHULAM E AGNÈS ROTGER Esta é a nossa leitura da vez, que segue a mesma proposta da biografia de Malala.

Conhecemos a trajetória de Nadia, que nasceu na década de 80 na capital de Cabul, no Afeganistão, e teve o rosto deformado por conta de uma bomba que explodiu na sua casa quando tinha apenas 8 anos. Por causa do Talibã, contrário às mulheres no mercado de trabalho, ela assumiu uma identidade masculina por muitos anos para sustentar a família.

Mariana Blauth, co-criadora do projeto Tinha Que Ser Mulher.

Ao lado da também comunicadora Giulia Rodrigues Silvestre, elas criaram na região metropolitana de Porto Alegre, uma comunidade online para compartilhar dicas de leitura.

A ideia surgiu da vontade de desconstruir a literatura feita por mulheres e incentivar o empoderamento feminino.

O HARÉM DE KADAFI, DE ANNICK COJEAN Indicamos esse livro com um alerta: ele é bem pesado. É uma história real de uma jovem que virou escrava sexual de Muamar Kadafi aos 15 anos. Os relatos são dolorosos. Essa foi a realidade de muitas mulheres que tiveram suas vidas dilaceradas e suas histórias invisibilizadas por um governo que enxerga as mulheres apenas como objetos.

Hoje, o Tinha Que Ser Mulher é uma plataforma que conta com comunidade online, clube de leitura, podcast e outros conteúdos literários. Para acompanhar mais:

@tinhaquesermulher padrim.com.br/tinhaquesermulher Tinha Que Ser Mulher

Apresentado por

CRON CENTRO REGIONAL DE ONCOLOGIA

IB E S

SAIBA MAIS:

Instituto Brasileiro para Excelência em Saúd e

1 - O câncer é resultado de uma mutação no DNA dos genes. As células cujo material genético foram alterados passam a receber instruções equivocadas, como a multiplicação incontrolável e a capacidade de migrar para outros locais do corpo humano (metástase).

O sedentarismo é um dos principais fatores de risco”

2 – Entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados a causas externas.

Má alimentação, sedentarismo, tabagismo e o consumo regular de bebidas alcoólicas são hábitos que podem aumentar o risco de diferentes tipos de câncer.

MÉDICO ONCOLOGISTA, RENATO CRAMER DÁ DICAS DE PREVENÇÃO CONTRA O CÂNCER

A

adoção de hábitos saudáveis e a realização de exames preventivos estão entre as principais atitudes capazes de evitar o desenvolvimento de tumores e outras doenças crônicas, além de aumentar as chances de sucesso de tratamentos precoces.

Médico oncologista do Centro Regional de Oncologia – CRON, Renato Cramer destaca ações que ajudam a prevenir diferentes enfermidades, entre elas o câncer. Conforme o especialista, a maior parte das doenças resulta dos nossos hábitos de vida e a adoção de rotinas mais saudáveis precisa ocorrer o quanto antes.

“Não existe uma idade para a pessoa começar a se cuidar. Quanto mais cedo, melhor”, destaca. As principais medidas incluem a prática de atividade física regular e controle do peso, por meio de uma dieta balanceada, além de evitar bebidas alcoólicas e o tabagismo.

“O sedentarismo é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento, não só câncer, mas de diversas outras doenças, incluindo as cardiovasculares”, alerta. O ideal é realizar pelo menos 30 minutos por dia de atividade física moderada, afirma o médico.

Cramer relata a experiência pessoal para exemplificar os benefícios de abandonar o sedentarismo. “Sempre fui praticante de atividade física e, por uma série de fatores, acabei deixando que outros hábitos de vida tomassem conta.”

O médico desenvolveu sobrepeso e começou a ter problemas de saúde, quadros revertidos com a retomada das atividades físicas. Hoje, ele pratica corrida em três dias da semana e musculação em outros três. “Faço exercícios físicos todos os dias”, aponta. Além de perder peso,

Cramer hoje tem mais disposição para executar as tarefas do dia a dia, entre muitos outros benefícios.

CRON PREVINE Renato Cramer destaca que o trabalho do CRON não está centrado apenas no tratamento do câncer, mas também em desenvolver estratégias de prevenção à doença.

Lembra que o Centro Oncológico sempre esteve engajado em campanhas que visam mudar a cultura de procurar o médico apenas quando ocorre algum problema.

“O ideal é que se procure o médico quando tudo parece bem, justamente para per-

mitir um trabalho preventivo adequado”, aponta. Pensando nesse conceito, o CRON criou serviço que tem por objetivo acolher pessoas em busca de rastreamento de riscos e diagnóstico precoce do câncer.

Um dos objetivos do CRON Previne é de atender pessoas que tenham histórico familiar da doença, para averiguar o risco de hereditariedade. Cramer lembra que o câncer é sempre uma doença genética, mas uma minoria de casos ocorre devido a genes herdados da família. “Um dos objetivos do CRON Previne é recomendar um aconselhamento genético para esses casos, que são minoria.”

3 – Uma minoria de casos ocorre devido a genes herdados da família, mais propensos a desenvolver mutações. Nesses casos, é possível realizar um acompanhamento genético para identificar a presença do gene e definir uma estratégia de prevenção.

4 - As principais medidas para prevenir os casos mais comuns de câncer estão relacionados aos hábitos de vida e incluem a prática de atividade física regular, controle de peso por meio de uma dieta balanceada, além de evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o tabagismo.

escaneie o qr-code e saiba mais ALDO CÉSAR LOPES

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CONTEÚDO PATROCINADO

Inscrições para a Copa Integração CTC/Sete/Soges terminam na quarta-feira DÉCIMA EDIÇÃO DO CAMPEONATO TEM NOVA CATEGORIA PARA ATLETAS DE 55 ANOS

ENTRE A GENTE

A

s inscrições para a 10ª edição da Copa Integração CTC/Sete/ Soges de minifutebol terminam na próxima quarta-feira (25/08) e devem ser feitas na secretaria do clube que a equipe representará. A reunião técnica será no dia 30 e as disputas iniciam-se já em setembro.

Neste ano, além das categorias Veterano (35 anos) e Master (45 anos), a competição passa a contar com a categoria Senior (55 anos). Se alguma categoria contar com mais de oito equipes inscritas, haverá divisão em séries Ouro e Prata a partir da segunda fase da Copa.

O valor da inscrição é de R$ 500 por time, além da doação de 20 quilos, ou mais, de alimentos

Primeira fase da Copa inicia-se já em setembro

não perecíveis, que serão repassados a entidades beneficentes da região.

Na categoria Master, as partidas serão realizadas nas terças-feiras à noite. Já os confrontos de Veteranos ocorrem nas quintas-feiras e para a categoria Senior, os jogos serão às sextas-

-feiras. As disputas acontecem nos gramados sintéticos dos três clubes, conforme determinação da comissão organizadora.

Categorias

Veteranos: associados nascidos até 1986, sendo permitida a participação de até quatro atletas

CTC promove Torneio de Beach Tennis de Duplas Escolhidas Sócios do Clube Tiro e Caça (CTC) já podem se inscrever no 1º Torneio Interno de Beach Tennis 2021 de Duplas Escolhidas.

O evento de integração e fomento ao esporte terá disputas nas categorias Masculino A, B e C, Feminino A, B e C, e Misto A e B. As inscrições vão até o dia 11 de setembro e cada sócio pode participar em duas categorias, sendo uma delas a Misto A ou B. As inscrições devem ser feitas pelo telefone (51) 3726-4980, pelo WhatsApp (51) 98153-1222 ou pelo e-mail esporte@ctclajeado.com.br. Para confirmar a participação, cada dupla deve doar 4 quilos de alimento não perecível, que serão entregues a uma entidade beneficente da região.

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ENTRE A GENTE

Torneio Interno ocorre entre os dias 17 e 19 de setembro

O torneio será realizado entre os dias 17 e 19 de setembro, nas quadras de areia do Clube. Na sexta-feira os jogos iniciam-se às 18h. Já no fim de semana, as

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disputas começam às 8h30min e se estendem até o final do dia.

Monte sua dupla e garanta sua inscrição no 1º Torneio Interno de Beach Tênis 2021!

nascidos entre 1987 e 1988.

Master: associados nascidos até 1976, podendo participar até quatro atletas nascidos entre 1977 e 1978.

Senior: associados nascidos até 1966, sendo permitida a participação de até quatro atletas nascidos entre 1967 e 1968.

Início dos jogos Veterano - 9 de setembro Master - 14 de setembro Senior - 10 de setembro

Claus e Vanessa fazem show no Happy Hour Quarta-feira (01/09) é dia de curtir um show de voz e violão no Happy Hour Cultural. A dupla Claus e Vanessa volta ao CTC para animar a noite do público no Salão Panorâmico, a partir das 19h.

A entrada é gratuita e o uso de máscara é obrigatório para acesso e circulação no local. Durante a realização do evento, todos devem permanecer sentados, evitando aglomerações ou circulação entre as mesas e respeitando os protocolos de prevenção à Covid-19.

Atração Claus e Vanessa têm mais de 20 anos de carreira e já passaram diversas vezes pelo palco do CTC. Parceiros na vida e na música, são conhecidos pelo estilo descontraído e pelas músicas que transitam entre o pop, folk, rock e o reggae. Suas canções já rodaram o mundo, sendo hit também na Europa e nos Estados Unidos.

Apresentado por

U

m novo conceito em vestir chega a Lajeado.

A startup de moda, Ivan Pons inaugura sua loja física na cidade e proporciona para as pessoas a experiência em adquirir roupas versáteis e confortáveis, sem deixar o estilo de lado.

Localizada na Avenida Benjamin Constant, nº 1.194, loja 104, o espaço oferece um mix de produtos que carregam em seu DNA uma composição minimalista, atemporal, assimétrica e exclusiva.

Conforme o idealizador da marca, Ivan Pons, a loja física foi inaugurada para atender a demanda de seu público-alvo, que são homens de 25 a 55 anos, classe AB, que sabem o que querem, investem em si, e claro, estimam por qualidade.

“Nossa expectativa é conquistar cada vez mais a região do Vale do Taquari e que nossa marca se espalhe por este grupo de homens de bom gosto, de trato fino e que não economizam em se vestir bem e se diferenciar”, destaca.

Apesar de oportunizar ao cliente adquirir as roupas por meio do e-commerce ivanpons.com, o idealizador da marca revela que não abre mão do cliente vivenciar a experiência em realizar a compra na loja física. Com espaço moderno, música boa e frigobar, a ideia é proporcio-

MODA, CONFORTO E LIFESTYLE Chega a Lajeado a Ivan Pons. Uma nova forma de viver, uma nova forma de vestir nar um momento de cuidado, alegria e prazer, para que a marca Ivan Pons faça parte da rotina e da cultura das pessoas. “Nós primamos muito em servir com maestria, extremo cuidado e qualidade”.

Roupa que você coloca no corpo e não quer mais tirar Unir conforto e estilo em uma única peça são características que a Ivan Pons não abre mão. Afinal, o conceito da marca é justamente colocar estilo em peças que antes só ofereciam conforto, repensando cor-

tes e ressignificando aquelas roupas antes usadas apenas em casa ou nos finais de semana.

IP Sports A marca sempre foi uma incentivadora dos esportes e de uma vida mais saudável. Pensando nisso, para o verão 2021-2022, além das peças já tradicionais, a Ivan Pons está lançando a coleção IP Sports. Essa nova linha de produtos, com peças em dry fit, algodão e elastano, foi criada para oferecer mais conforto e estilo para aqueles que estão sempre em movimento.

Os produtos chegam em setembro nas lojas.

Ivan Pons na loja de Lajeado

ONDE ENCONTRAR A MARCA IVAN PONS? O QG da Ivan Pons fica em Pelotas, porém a marca conta com um time de produção em Santa Catarina, uma franquia em Rio Grande e cinco lojas com sócios-investidores em Bagé, Gramado, Lajeado, Porto Alegre e Novo

Hamburgo. Até setembro inauguram mais três lojas: em Canoas, São Lourenço do Sul e mais uma unidade em Pelotas. As peças também são vendidas em todo o Brasil, através do e-commerce ivanpons.com.

Avenida Benjamin Constant, nº 1.194, loja 104 - Lajeado/RS

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Comportamento

MÚSICA PARA CURAR

Por meio do som, ritmo, melodia e harmonia, a musicoterapia auxilia na prevenção, tratamento e reabilitação de pacientes neurológicos, além de pessoas com transtornos mentais, afetivos e de desenvolvimento ARQUIVO

A

os cinco anos de idade, Julia Vargas Corrêa Pacheco, hoje com 10, teve contato com a musicoterapia pela primeira vez. Ao contrário de outras crianças, as aulas musicadas não eram frequentadas para aprender um novo instrumento musical. Os sons ajudavam a despertar a criatividade e foi por meio da prática que ela voltou a falar.

Os pais, Victor Souza Pacheco e Kelen Vargas Corrêa Pacheco procuraram a terapia depois da filha sofrer uma encefalite e apresentar sequelas. Algumas habilidades que ela tinha antes foram perdidas, como a fala e alguns movimentos corporais. Mas com uma fonoaudióloga e diferentes práticas terapêuticas, a menina apresentou melhoras.

“Ela já estava há muitos meses sem emitir uma palavra, apenas sons. Mas no primeiro contato ela já começou a interagir com a música e repetir as palavras cantadas.

Foi fantástica a experiência.

Ela nos mostrou que sim, ela sabia o que estava fazendo, mas não conseguia verbalizar e com a musicoterapia ela

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conseguia se expressar”, conta o pai.

Com as aulas, Julia conseguiu pronunciar as palavras outra vez. Nem sempre de forma perfeita, mas voltou a se comunicar. Além da fala, ela também desenvolveu a linguagem corporal e deixou o constrangimento de lado para interagir cada vez mais com os pais e professores.

“Hoje posso dizer que a nossa filha está completamente recuperada, embora a gente saiba que algumas lesões e dificuldades de aprendizado estão presentes e talvez não serão recuperadas.

Mas se pensarmos em como ela estava, hoje está muito bem”, destaca Victor.

Há cinco anos preocupados com a reabilitação de Julia, os pais se adaptaram para garantir qualidade de vida à filha.

Compraram uma tv maior e instalaram uma nova internet. Assim, a menina coloca as músicas preferidas para tocar e pode passar horas com o ouvido grudado no aparelho.

Ela também interage com aplicativos como o Tiktok e Instagram. Basta aparecer um vídeo com música para Julia se alegrar.

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Ricardo Petter é musicoterapeuta e trabalha a música de forma lúdica com as crianças

Em meio à música, o cuidado

Ela não falava há meses. Mas no primeiro contato, Julia já começou a interagir com a música e repetir as palavras cantadas” Victor Souza Pacheco Pai da Julia

A menina é uma das alunas da Companhia Aprendiz, pioneira na oferta da musicoterapia na região. Na escola localizada em Lajeado, as aulas costumam durar 45 minutos, mas podem variar de acordo com a tolerância dos pacientes e com o objetivo das sessões.

Em um local equipado com recursos sonoros e materiais de apoio, a terapia também pode ser feita à domicílio, ao ar livre ou em outros ambientes. O importante é deixar o paciente confortável durante a atividade.

De acordo com a musicoterapeuta da Companhia Apren-

diz Diana Dick, a técnica utiliza música e elementos como o som, ritmo, melodia e harmonia com intervenções terapêuticas para promover saúde e qualidade de vida. Ela atua nas necessidades físicas, emocionais, sociais e cognitivas dos pacientes, e pode ser preventiva ou para tratamentos e reabilitação.

“Entre muitas doenças e transtornos, têm se tornado mais comum o acompanhamento de pacientes neurológicos e pessoas com transtornos mentais, afetivos e de desenvolvimento”, destaca Diana. Entre eles, pacientes portadores de paralisia cerebral, AVC, Alzheimer e Parkinson. Além do au-

Benefícios da musicoterapia

tismo, hiperatividade, déficit de atenção e ansiedade.

Segundo Diana, também há uma demanda crescente de pacientes internados ou em atendimentos ambulatoriais, como centros oncológicos, que recebem a terapia.

Foco nas necessidades Também musicoterapeuta da escola, Ricardo Petter ex-

A musicoterapeura Diana Dick trabalha com Julia algumas técnicas relacionadas aos sons, ritmos e melodias

plica que há diferença entre a música e a musicoterapia. “Na aula, o objetivo principal é o desenvolvimento do conhecimento musical, sua teoria e prática e suas técnicas. Já na musicoterapia, o foco é a pessoa e suas necessidades, sendo a música um instrumento para que sejam atingidos objetivos terapêuticos”, destaca.

Por meio da técnica, é possível

sentir emoções positivas ou negativas, ativadas em áreas específicas do cérebro. Por isso, a musicoterapia também é capaz de melhorar o humor, concentração, memória e lembranças profundas.

Durante as sessões, quando o paciente é ativo, ele canta junto com o instrutor. No caso de pacientes passivos, eles apenas escutam as melodias. A técnica também pode ser executada em grupos, onde todos tocam e cantam juntos, mas cada um no seu ritmo. Estudos mostram que as sessões ajudam pacientes a se soltarem e expressarem emoções com mais facilidade.

Hoje a profissão é reconhecida no Brasil e estão aptos para exercê-la, profissionais com graduação ou pós-graduação em musicoterapia. No RS, inclusive, existe a Associação de Musicoterapeutas (AMT-RS) que regulamenta e fiscaliza os profissionais.

• além de tratar doenças, também estimula a memória e o aprendizado; • auxilia na quebra da tensão dos músculos, comum principalmente em pacientes com ansiedade e depressão, seja esta motivada por alguma situação ou doença; • as sensações de relaxamento ajudam a motivar pacientes a continuarem com os tratamentos; • também equilibra o ritmo do coração e da respiração, ajudando a controlar o estresse; • pode melhorar as frequências cardíaca e respiratória; • a prática é eficaz no tratamento de sintomas negativos, como a ansiedade e o isolamento; • serve para tratar sintomas como a demência, comum em doenças como o mal de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas; • Pode ameniza sintomas da amnésia; • no caso do autismo, incentiva a comunicação e a autoexpressão, trazendo qualidade de vida para o portador da doença.

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Moda

“Meu primeiro produto foi um

bem rudimentar” Proprietário da Anger Creations, Pedro Enger, produz objetos em couro e outros materiais de forma manual.

A ideia é criar produtos autênticos e possibilitar novas experiências

Q

uem entra no estúdio da Anger Creations, no bairro Hidráulica, em Lajeado, vê tecidos pendurados, máquinas de costura, martelos e muito couro. É assim que Pedro Enger, 31, desenvolve um trabalho autêntico na confecção de cintos, bolsas, aventais e mochilas, tudo de forma manual.

Mas os produtos não são apenas para o comércio, toda a marca foi pensada para criar uma identidade própria aos usuários e garantir experiências. Aliás, quem quiser experimentar a arte da costura no estúdio de Pedro, também

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tem lugar.

“Queremos proporcionar momentos que as pessoas não estão acostumadas, que as levem a fazer uma viagem que não fariam antes, porque o produto vai fazer elas se inspirarem”, ressalta o proprietário.

Pós-graduado em Engenharia de Produção e com um curso técnico em Design, ele morou um tempo em Porto Alegre.

Enquanto passava os dias em um escritório fechado, começou a se sentir mal, perdido e com raiva.

Durante esta fase conturbada, decidiu voltar a Lajeado para trabalhar com os pais na empresa de móveis da família.

Ele iniciaria na produção e, para se preparar, ingressou em um curso de marcenaria.

Lá, surgiu a ideia de iniciar um trabalho manual. Assim, a Anger se transformou em uma marca e, acima de tudo, um trabalho em que Pedro canalizava seus sentimentos para criar algo positivo. O nome faz um trocadilho com o sobrenome Enger e a palavra “anger”, que significa raiva em inglês.

Oportunidade na região A ideia de produzir materiais com couro surgiu em

Com as moedas que guardava em uma garrafa pet de cinco litros, Pedro comprou a primeira máquina de costura

uma viagem para Buenos Aires, onde Pedro encontrou um cinto de couro antigo. Ele percebeu que não existiam muitos produtos como este na

BIBIANA FALEIRO

ARQUIVO PESSOAL

No início a prática era mesmo um hobbie. Até que Pedro participou de edições do Arte na Praça e passou a receber encomendas. Hoje ele também trabalha com outros materiais, e faz, além de bolsas, mochilas e cintos, porta copos, mouse pad, toucas e camisetas. Ele gosta de utilizar retalhos e outros materiais descartados nas indústrias, e busca criar um produto com alta durabilidade.

Do trabalho à diversão

região, e decidiu empreender.

“Meu primeiro produto foi um cinto de couro tingido, bem rudimentar. Eu só tinha uma tábua, um martelo e um vazador”, conta. Com as moedas que guardava em uma garrafa pet de cinco litros, ele comprou a primeira das sete máquinas de costura que fazem parte do

estúdio do lajeadense.

Com o tempo, ele procurou se qualificar e, por três anos, viajava todos os sábados até Novo Hamburgo para estudar as técnicas. Ele gosta de misturar cores, materiais e texturas em uma mesma produção. “Eu sempre digo que a soma das diferenças nos faz fortes”.

A marca é baseada em três pilares: chaos build (caos constrói); Order frees (ordem liberta); e No fun, no reason (sem diversão, sem razão).

“No meio do caos que a ideia surgiu, mas é quando temos tudo organizado que conseguimos ir pra frente. A Anger também quer criar uma comunidade com esses princípios, e incentivar as pessoas a terem momentos de diversão, como um acampamento, uma viagem em que possam usar os nossos produtos”.

O caminho não foi fácil e ele teve que persistir para continu-

Além de bolsas, mochilas e cintos, Pedro produz carteiras, porta copos, kits de escritório, toucas e camisetas

ar na produção. Mas a maior recompensa é ver as pessoas usando um produto que ele mesmo produziu.

Ainda sem conseguir se manter apenas com a marca, Pedro divide as produções com o trabalho de freelancer. “Se no fim das contas a Anger não tiver sucesso, eu vou estar feliz e com a missão cumprida”, diz Pedro.

As encomendas são feitas pelo instagram @angercreations, mas um site com e-commerce está em processo de criação.

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Salada fit N

a cozinha de casa, a lajeadense Márcia Cristina do Nascimento, 63, gosta de preparar comidas saudáveis.

Alimentos como frutas e verduras já faziam parte da rotina dela mesmo antes de descobrir a diabetes, no início deste ano.

Com o diagnóstico, o cuidado com os preparos dobrou e ela passou a influenciar também amigos e a família.

Em meio à medicação, Márcia deixou de consumir queijo, produtos industrializados e diminuiu o preparo de massas e outros alimentos com carboidrato. Mas, com isso, procurou um curso online e aprendeu a misturar os ingredientes com os nutrientes necessários para cada refeição.

Entre seus preparos estão as saladas com molho de iogurte natural e um purê de moranga com frango desfiado, sempre com o acréscimo de sementes como as de chia e gergelim.

Colocados em pequenos potes, ela passou a vender algumas saladas para os amigos e

da Márcia

FOTOS BIBIANA FALEIRO

Salada fit Ingredientes

vizinhos, e pensa em registrar o serviço mais tarde, quando tiver um ambiente mais equipado para trabalhar.

“São coisas que eu gosto de fazer, mas sem muito compromisso, a ideia era fazer para mim, mas as pessoas começaram a pedir”, conta.

Durante a semana, os exercícios físicos fazem parte da rotina dela, e isso também a ajudou a emagrecer.

Mas o gosto pela culinária não é de agora. Faz alguns

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anos, ela fazia trufas e cupcakes para festas de aniversário. Hoje, entre as especialidades estão panqueca, almôndegas, e frango temperado no forno. Além, é claro, das saladas, de um escondidinho de carne e aipim, e do camarão na moranga. “É assim que encontrei uma forma de cuidar da minha alimentação no dia a dia, mas cada um tem um corpo diferente, e é sempre importante procurar um profisisonal”, ressalta.

• 1 copo de iogurte natural • 1 dente de alho amassado • 2 colheres de mostarda • Limão espremido • 2 colheres de azeite de oliva • 50g de pepino picado com casca • 50g de tomate • ervilha fresca • milho • 100g de frango desfiado • 50g de cenoura ralada • folha de alface, rúcula ou agrião raladas • sementes (chia, gergelim)

Modo de preparo

Misture o iogurte, alho amassado, mostarda, limão e azeite de oliva para o molho e coloque na primeira camada do pote. Acrescente os legumes formando novas camadas, deixe as folhas e sementes por último.

Uma dica é deixar os legumes crus, porque auxiliam na digestão e possuem menos açúcares. É possível misturar os alimentos que preferir. Na hora de consumir, vire o potinho para misturar o molho aos outros legumes e vegetais.

ENCONTROS

Cheiro de café, gosto de família

FOTOS BIBIANA FALEIRO

O

cheiro de café fresco já virou parte da experiência vivida no estabelecimento de David Schwingel. Na barbearia D'Homme Barbershop, que já passou por três gerações da família, ele, o sogro e o filho transformaram o lugar em um espaço para, além do corte de cabelo e barba, oferecer uma viagem gastronômica com gosto de café.

A vontade de criar um local nesses moldes já vem de anos, porque David sempre gostou da bebida. Mas foi em 2010, quando a barbearia mudou de endereço e passou a atender no número 561 da Rua Capitão Leopoldo Heineck, em Lajeado, que ele colocou o velho sonho em prática.

Hoje, um espaço do estabelecimento é reservado para a máquina de torrar café. Os grãos chegam ainda verdes, vindos de Minas Gerais, e são torrados por David e pelo filho Asafe Schwingel. É comum serem torrados 3 kg de café por vez, em um processo que leva cerca de uma hora. Depois disso, os grãos aguardam por uma semana antes de serem comercializados ou moídos para o preparo na própria barbearia.

“Nós fazemos o café forte, médio e fraco. Isso depende do tempo de torração e da intensidade de calor. Mas cuidamos para não carbonizar, se não o café perde muitos de seus nutrientes”, destaca David.

Ele aprendeu a prática com o tempo e entendeu cada vez mais os processos para produzir um café diferenciado. No

Os grãos chegam ainda verdes, vindos de Minas Gerais, e são torrados por David (na foto) e pelo filho Asafe. O modelo da máquina para torrar o café foi pensado por eles, e hoje também faz parte da decoração do espaço

estabelecimento familiar, ele é comercializado dentro da barbearia, em especial aos clientes mais assíduos. Os grãos são moídos na hora e embalados em uma sacola de papel.

Hoje, a bebida também é consumida no local, em mesas de madeira, enquanto os clientes esperam pela vez de serem atendidos. Um piano que veio da Alemanha, uma guitarra e uma moto de 1939, ainda em funcionamento, fazem parte da decoração do espaço. Lá, já foram feitos shows e os próprios clientes podem tocar os

instrumentos. “Também buscamos unir a cultura e o entretenimento ao serviço”, ressalta o proprietário.

Outros objetos como câmeras fotográficas, quadros e placas também se destacam, e a maioria foi doada por quem frequenta o lugar. “Eles deixam sua marca no nosso espaço, tem coisas de muitas pessoas diferentes aqui”, diz David.

Com um público variado, aqueles que querem comprar o café podem adquirir o produto por R$ 15 em uma embalagem de 250 gramas.

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Um apê moderno e descomplicado

Arquiteta Natália Schäffer @natáliaschäffer @eniéssearquitetura CAU A72208-1

P

ensado para ser o primeiro imóvel de um jovem na cidade de Taquari, o “Apê R”, carrega cores atemporais e móveis versáteis dentro de um apartamento. O projeto da arquiteta e urbanista Natália Schäffer é composto por uma sala de estar e jantar, cozinha, área de serviço, lavabo, banheiro social, dois dormitórios e uma suite completa.

“A ideia central de todo o projeto foi trazer funcionalidade ao

local, com melhores fluxos para a localização de móveis e outros elementos no interior do apartamento”, destaca a arquiteta.

Para trazer um conceito moderno e descomplicado, foi utilizada a marcenaria sob medida nas periferias dos ambientes e para embutir o que fosse necessário. Nas áreas centrais, a sugestão foi colocar móveis soltos, com a garantia de versatilidade para uma futura mudança de layout.

“Alguns elementos fixos também foram projetados entre os espaços, como o exemplo da bancada que divide a sala e a cozinha, para um melhor aproveitamento e para um local mais convidativo”.

O projeto busca oferecer atemporalidade, com cores como cinzas, pretos e toques amadeirados, que garantem, ao mesmo tempo, sobriedade e aconchego. Objetos de decoração e iluminação também

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foram alinhados na mesma linguagem arquitetônica.

Para o trabalho, a arquiteta buscou referências no conceito “clean”, de acordo com o desejo do cliente. O local já possuía um porcelanato claro e foi preciso fazer a quebra de algumas paredes para integrar o local. Assim, foi necessária a nova adequação de um piso que trouxesse mais aconchego e, ao mesmo tempo, fosse de fácil instalação e manutenção.

“Por isso sugerimos o piso vinílico, pois ele tem boa resistência à água, é de fácil e rápida aplicação e pôde ser utilizado sobre o piso existente”.

Já no banheiro e áreas úmidas, são utilizados porcelanatos que também convergem com a ideia de materiais brutos em contraste com os leves. A obra iniciou em julho e aguarda a finalização. A próxima etapa é a instalação de móveis sob medida e decorações.

REALIZAÇÃO