Agronotícias - 22/10/2021

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SEXTA-FEIRA, 22 DE OUTUBRO DE 2021

Especial - Grupo A Hora

COLHEITA DO TRIGO

Produtores e cooperativas projetam safra recorde FOTOS FELIPE NEITZKE

Incremento de área supera 90% comparado ao ano passado e produtividade representa ganho de 18%

Trigo nos vales do Taquari e Caí Área cultivada em 2021 soma 4 mil hectares em 55 municípios da regional de Lajeado da Emater. Incremento é de 92,38%, comparado a 2020, quando foram 2,1 mil hectares. A produtividade esperada neste ciclo é de 44 sacas por hectare, ganho de 18% comparado a 2020.

FELIPE NEITZKE felipeneitzke@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

A

s projeções de tempo seco na próxima semana contribuem no avanço da colheita de trigo na região. Até agora, cerca de 20% da área cultivada no Vale do Taquari foi colhida, conforme dados do escritório regional da Emater/RS-Ascar. A alta de preços dos grãos (soja e milho) e a escassez dos produtos de nutrição animal fez aumentar a produção de trigo na região e no estado. O incremento de área nos vales do Taquari e Caí chega a 92,38% comparado ao ano passado. “Este ano foram cultivados 4 mil hectares, ante 2,1 mil em 2020. A produtividade também deve ser maior, com estimativa de 44,6 sacas por hectare. No ano passado a média foi de 37,5 sacas”, explica o técnico da Emater, Alano Tonin. Embora o excesso de umidade no início da primavera causou algumas doenças em lavouras, a aplicação correta de produtos contribuiu na recuperação da sanidade das plantas e o preenchimento

Egon e Martin Bünecker, de Cruzeiro do Sul, cultivam 60 hectares de trigo e apostam na cultura para cobertura do solo no inverno

dos grãos, o que garante uma das melhores safras dos últimos anos.

Preço em alta

A trajetória de preço do trigo fez muitos produtores desistirem da cultura nos últimos anos. A atividade em muitas propriedades era mantida para garantir a cobertura do solo até. Esse sempre foi o objetivo da família Bünecker, de Cruzeiro do Sul. Agora com maior valorização do cereal e a saca cotada a R$ 80 o cultivo tornou-se mais atraente e compõe o faturamento. “Teve uma época que pagavam até 20% a mais comparado ao preço do milho. Depois tornou-se inviável e agora retoma uma melhor cotação”,

A grande característica positiva é que o produtor está redescobrindo o inverno para ter resultado econômico para a manutenção da propriedade e o trigo continua sendo a melhor alternativa.”

comenta o produtor Martin Bünecker. A produção de soja e milho é a principal atividade da família e perpetua gerações. Hoje, com maquinário moderno e tecnologia nos processos, a produtividade das lavouras também aumentou. Este ano, a estimativa é colher 50 sacas de trigo por hectare. “A qualidade até o fim da colheita depende muito das condições do tempo. O excesso de chuva no mês passado atrasou um pouco o ciclo como um todo”, afirma Egon Bünecker. Pai e filho iniciaram a colheita do trigo esta semana e devem iniciar o plantio da soja no próximo mês.

Paulo Pires, presidente da FecoAgro/RS

Produtividade A Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do

Sul (FecoAgro/RS) estima que, dentro da normalidade do tempo, a colheita possa ultrapassar as 3,7 milhões de toneladas em uma área de quase 1,2 milhão de hectares. De acordo com o presidente da entidade, Paulo Pires, o desenvolvimento da safra como um todo é positivo. “Mesmo que em algumas regiões, como as Missões e Grande Santa Rosa, tenha ocorrido falta de chuva nos meses de julho e agosto, deverá se ter uma colheita normal, ao contrário do ciclo passado onde houve uma frustração por causa da geada”, explica. Pires reforça que este crescimento na produção vem depois de um ano de frustração de cerca de 30% na safra de 2020. Entretanto, lembra também que o mercado está aquecido, com demanda de trigo para exportação, das indústrias moageiras e para a nutrição animal.


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