7ª Edição

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Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) Faculdade de Farmácia Universidade de Coimbra Pólo das Ciências da Saúde Azinhaga de Santa Comba 3000-548 Coimbra www.nefaac.pt www.facebook.com/nefaacoimbra geral.nefaac@gmail.com jornalopilao.nefaac@gmail.com

João Martins

Pedro Martins

Pedro Martins, David Ramos, Margarida Viola, Mariana Laranjeiro

Anita Calado, Cristiana Pinheiro, Cristina Rebelo, David Melo, David Ramos, Diana Marques, Joana Fiteiro, João Durães, Leonor Bruçó, Margarida Viola, Maria Virgolino, Mariana Laranjeiro, Pedro Martins, Nuno Jesus, Rita Alves, Rita Ribeiro, Rafaela Silva, Stéphanie Pais

Ana Sofia Correia

Semestral

500 exemplares Distribuição gratuita

Ordem dos Farmacêuticos; Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra

Plural - Cooperativa Farmacêutica, CRL;


presidente.nefaac@gmail.com aros Leitores, Na era da comunicação, eis que urge a necessidade de reinventar o formato do Jornal O Pilão. Indo ao encontro das vossas preferências, consideramos que o presente aspecto proporciona uma maior prédisposição para a sua leitura. A presente edição não sofre apenas novidades ao nível da impressão, mas também ao nível de conteúdo, pelo que poderão encontrar várias surpresas. Atentos à actualidade, quer a nível

académico quer sectorial, focámos a nossa atenção numa aproximação às temáticas do sector farmacêutico, a possíveis áreas de saída profissional, projectos de intervenção do farmacêutico na sociedade, bem como a recentes iniciativas de promoção da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. Permitam-me usar este veículo de comunicação para enaltecer os actos empreendedores dos grupos de estudantes que formaram o FFUCoral e a Juni|Pharma. Tendo em conta o contexto em que vivemos e face às exigências do mercado de trabalho, é legítimo cada um de nós estar cada vez mais preocupado em obter a melhor média possível. Não menos relevante é perceber que os estudantes continuam activos, a impulsionar novos projectos, que em muito

podem contribuir para o desenvolvimento pessoal dos seus pares. Para o Futuro desejo -vos a maior das sortes e, no presente, deixo -vos um Muito Obrigado. Com o aproximar de uma época que muitos de nós usufruem para estar com aqueles com quem muitas vezes não temos essa possibilidade, aproveito para deixar o meu mais sincero desejo de que esta festividade represente um confluir de amor e carinho no seio das vossas famílias. Votos de um óptimo Natal. Saudações Académicas.

(Presidente da Direcção do NEF/AAC)

jornalopilao.nefaac@gmail.com com grande satisfação que vejo o fruto de um semestre de trabalho finalmente concretizado. Esta sétima edição é o culminar de um trabalho contínuo de toda a equipa d’ O Pilão. m tempos fulcrais para a afirmação da posição da profissão farmacêutica na sociedade, dirigimo-nos à sede da Secção Regional de Coimbra da Ordem dos Farmacêuticos, para falar com a sua presidente, Prof. Doutora Ana Cristina Rama, também professora na nossa Faculdade. A mensagem que nos deixou foi clara — mostrar que somos precisos, estudar o mercado, as necessidades da sociedade, em busca de oportunidades para a intervenção do farmacêutico. E deixou como uma das possíveis soluções a especialização em competências numa determinada área. “Temos de criar algo que nos identifique”, como resume o Dr. Pedro Borrego, que entrevistámos a propósito do projecto de promoção e educação para a saúde que coordena. Tão importante quanto procurarmos essas novas oportunidades de intervenção é

continuar a trabalhar pela dignificação dos farmacêuticos comunitários, do acto farmacêutico e da farmácia comunitária, aquela que permite uma prestação de cuidados de saúde próxima, pessoal e individualizada, aquela que é a porta de entrada e o primeiro contacto que o doente tem com o SNS. Não queiram fechar mais uma porta nesta casa já entaipada. alámos com a Dr.ª Vera Moura, CEO da Treat U, uma spin-off da UC de base biotecnológica, fundada inicialmente para servir de suporte a um produto com potencial de mercado – a nanopartícula PEGASEMP, direccionada para o transporte e entrega de fármacos a tumores. Tem como inovações a entrega altamente específica, a acção anti-angiogénese e a redução dos efeitos secundários, quando comparada com a quimioterapia convencional. Mais um exemplo de que Coimbra está bem presente no mapa da inovação feita em Portugal e de que sinergias entre meio académico e tecido empresarial podem gerar frutos com impacto positivo na sociedade. iferenciar deverá ser cada vez mais a meta de um percurso universitário – conseguir destacar-se dos demais por ser inovador. Deram-nos um exemplo disto os grupos de estudantes da nossa Faculdade que formaram quer o coral (FFUCoral), quer

a júnior empresa da FFUC (Juni|Pharma). Quer-se uma Faculdade com os olhos no futuro, querem-se estudantes proactivos e que promovam a diversificação da experiência universitária, não só para si, mas dando também a oportunidade a outros. Porque este, o limbo entre a irreverência, criatividade e iniciativa da juventude e as inevitáveis responsabilidades da idade adulta, é o tempo privilegiado para isso. E diferenciar porque o farmacêutico não é nem deve ser meramente o produto da sua formação de base, é e deve ser antes o veículo das competências que foi adquirindo durante ou depois desta, competências essas visíveis no seu currículo (formações creditadas e de qualidade em, por exemplo, administração de injectáveis) ou não. esta nova edição, assim como em qualquer outra, primámos por usar como únicas constantes o dinamismo e a evolução. Um jornal universitário cresce com novas pessoas e novas ideias. Nesta edição d' O Pilão, em novo formato, esperamos que os temas tratados vão de encontro às vossas expectativas e que encontrem informação útil e novas ideias. Boas leituras!

(Coordenador do Pelouro do Jornal “O Pilão”)


Numa fase em que o sector farmacêutico atravessa um período conturbado e exige um patamar cada vez mais elevado de formação e excelência, o Pelouro da Formação tem como objectivo abrir novas portas de aprendizagem aos estudantes e proporcionar um conhecimento mais aprofundado em algumas áreas específicas. Assim sendo, foram já realizadas algumas actividades a que nos propusemos. Começámos pelo I Curso de Iniciação em Língua Gestual. Este curso vem de encontro à necessidade de uma maior formação dos estudantes ao nível de uma comunicação alternativa com o doente durante o acto farmacêutico. De seguida apresentámos o workshop “Homeopatia, um desafio e uma oportunidade de uma terapêutica com futuro”. Numa área cada vez mais em estudo e com análises contraditórias, com este workshop foi nosso objectivo desmistificar as diferenças entre o medicamento homeopático e o medicamento alopático, bem como tudo o que envolve esta “nova” ciência. Com um culminar de diversos meses de trabalho, nos dias 21 e 22 de Novembro realizámos o VII Congresso Científico do NEF/ AAC – “Fronteiras da Biotecnologia”, onde contámos com vários oradores de prestígio e pudemos aprofundar conhecimentos nas diversas áreas da biotecnologia. Como planos futuros, realizaremos a “Formação SIFARMA 2000”, o “II Curso de Iniciação em Língua Gestual” e um simpósio dedicado às áreas de marketing e empreendedorismo. Pensamos serem três actividades que em muito contribuirão para a formação de todos os estudantes. É gratificante trabalhar para todos vós! Salomé Brogueira

O Pelouro da Cultura visa desenvolver actividades para os estudantes ligadas à cultura, promovendo o trabalho cultural, artístico e recreativo que existe na Universidade. Foi isto que tentámos desenvolver este ano e esperemos que continue de hoje em diante. Entre as diversas actividades de carácter artístico, cultural e recreativo que o Pelouro da Cultura dinamizou destacamos a Agenda Cultural, a Semana Cultural, o Jantar de Serenata da Queima das Fitas, o workshop “Capa e Batina”, dois peddy-tascas, o Café Cultural e a Febrada de Farmácia. Rui Liceia

Hoje em dia, seja por falta de tempo ou mesmo de interesse, deparamo-nos com uma sociedade cada vez mais carente de valores éticos e morais. Assim, o Pelouro de Intervenção Cívica e Promoção para a Saúde tem como objectivo principal consciencializar os nossos estudantes da necessidade de serem cada vez mais proactivos, intervindo directamente na sociedade, quer por acções de solidariedade, quer por promoção de estilos de vida mais saudáveis. Nesse sentido temos vindo a realizar algumas actividades, como a organização de campanhas de recolha de sangue, rastreios à hipertensão arterial e à diabetes, dinamização de actividades desportivas no Parque Verde do Mondego e organização do XV Concurso de Aconselhamento ao Doente, bem como o X Hospital do Ursinho em pareceria com o NEM/AAC. Ao nível de acções solidárias criámos a Semana Solidária, que começou com um concerto solidário no Rock Planet, onde recolhemos bens alimentares que foram doados à Santa Casa da Misericórdia de Coimbra, seguido da visita às instituições Acreditar e Cáritas Diocesana de Coimbra e, finalmente, recolha de roupas, calçado e material didáctico a doar à Casa Cor de Rosa em Coimbra. Este pelouro surge assim como oportunidade de te dares a conhecer à sociedade e intervires onde mais é preciso, seja como futuro profissional de saúde ou mesmo como cidadão exemplar. Alexandra Pereira

com a maior brevidade junto das entidades competentes. Estivemos também presentes como moderadores nas eleições das Comissões de Curso do MICF e licenciaturas, de modo a garantir o normal funcionamento destas. Futuramente realizar-se-á um Fórum Pedagógico, cujo projecto está ainda em crescimento e que culminará num género de mesa redonda onde pretendemos juntar alunos, professores e membros do Conselho Pedagógico e Direcção da FFUC, com o objectivo de aproximar os estudantes com os seus direitos e deveres dentro da UC. Estamos sempre disponíveis para as vossas questões, relembrando que é mais proveitoso que estas vos sejam bem respondidas do que ficarem na dúvida por não se informarem atempadamente. Diogo Sousa

O Pelouro do Desporto tem como principal objectivo promover hábitos de vida saudáveis junto dos seus estudantes e torná-los mais activos e participativos. Para isso leva a cabo diversas actividades desportivas que ao mesmo tempo fomentam o convívio e promovem a prática do exercício físico. Ao longo deste mandato organizámos torneios de diferentes modalidades, entre eles a II FFUC Cup e a IV Liga NEF (futsal masculino), o III Torneio de Voleibol Feminino NEF/AAC, o I Torneio de Basquetebol Misto e o III Open Pharma (ténis). Para promover a integração de todos os estudantes na universidade e cidade que os acolhe foram feitas actividades de recepção aos caloiros (peddy-paper e jogos tradicionais) e foi feito um torneio de matraquilhos incluído na Febrada de Farmácia de início de ano. Foi ainda criada uma plataforma intitulada “Jogging Buddies”, cujo objectivo é facilitar a comunicação entre os estudantes para praticarem desporto e foi também organizada uma Competição de PES. No âmbito dos protocolos com ginásios foi recolhida toda a informação necessária de modo a poder divulgá-los junto dos nossos estudantes e perceber as suas eventuais necessidades nesta área. Foram também promovidas aulas de GAP e Body Pump. Continuaremos assim, no futuro próximo, a promover actividades saudáveis e atractivas. Joana Santos

O Pelouro da Pedagogia tem o propósito de esclarecer e informar os estudantes, bem como tentar solucionar problemas de carácter pedagógico que possam surgir ao longo do ano lectivo. É essencial que os estudantes recorram sempre a este órgão de modo a alcançarem respostas credíveis, evitando a propagação de informação errada. Para facilitar tudo isto criámos o Gabinete da Pedagogia, um espaço virtual onde todas as dúvidas dos estudantes da FFUC podem ser esclarecidas, disponível permanentemente em ppedagogia.nefaac@gmail.com. Conjuntamente com os restantes Núcleos de Estudantes, a DG/AAC, os senadores e a Reitoria, o pelouro participou na génese do novo Regulamento Pedagógico da UC. Este levantou muitas dúvidas no início do ano O Pelouro das Relações Internacionais é o lectivo, às quais procurámos obter respostas pelouro responsável por receber os


estudantes de mobilidade e integrá-los na vida académica e coimbrã, bem como informar os estudantes da FFUC acerca dos programas de mobilidade que existem. Cada vez mais, nos dias de hoje, é importante a globalização, cabendo aos estudantes e futuros profissionais aproveitar o melhor que a academia pode dar. É também responsável pelo SEP (Student Exchange Programme) que se trata de um programa europeu de intercâmbio de estudantes. Como principais actividades podemos apontar a recepção aos estudantes incoming de Erasmus, a sessão de esclarecimento para outgoing de programas de mobilidade, quer de estudos quer de estágios curriculares e extracurriculares. Como próximas actividades teremos as candidaturas ao programa SEP, uma sessão para os alunos que pretendam realizar Erasmus, com o objectivo de os ajudar com os planos de estudo e as equivalências. Sara Neto Gil Barros

O Pelouro da Comunicação e Imagem é responsável por fazer chegar aos estudantes toda a informação relativa ao NEF/AAC, à AAC, à APEF e seus membros, à FFUC, à UC e a toda a área farmacêutica, através de duas áreas distintas, que se complementam mutuamente: a Comunicação, responsável por levar ao estudante toda a informação útil; e a Imagem, à qual cabe todo o design inerente ao NEF/AAC e às suas actividades. As nossas responsabilidades englobam a promoção do NEF/AAC através das redes sociais, merchandising e site, a divulgação atempada e eficaz de cada uma das actividades dos diversos pelouros, a elaboração de fotorreportagens de cada actividade e uma constante ligação com a Coordenação Nacional de Publicação e Imagem da APEF, de forma a que os nossos estudantes tenham acesso e conhecimento das actividades de outros Núcleos/ Associações de Estudantes de Farmácia. Tudo isto é cumprido com um grande entrelaçar de forças das duas áreas, permitindo que possamos construir a imagem de um Futuro melhor. Luís Cruz O Pelouro dos Estágios e Saídas Profissionais, Paulo Mendes no decorrer do semestre que agora termina, realizou várias actividades com o intuito de proporcionar aos nossos estudantes momentos de enri quec imento e (ver Editorial) aprendizagem para lá do período lectivo. Exemplo disso foram as visitas ao Laboratório de Análises Clínicas da FFUC, onde fomos O Pelouro dos Serviços Permanentes tem recebidos pela Dr.ª Ana Donato e Dr.ª Ana como função a agilização dos contactos entre Miguel que elucidaram os nossos alunos o Núcleo de Estudantes de Farmácia (NEF/ sobre o trabalho desenvolvido no AAC) e a população estudantil, bem como o Laboratório. A Palestra "Farmacêutico: Um auxílio a todos os restantes Pelouros. Desta outra visão" com o Dr. Pedro Borrego foi um forma não é da sua competência a criação de espaço importante de reflexão e diálogo actividades, mas desempenha um papel sobre os desafios com que a actividade importante no seu correcto desenrolar. farmacêutica se depara na actualidade. Tiago Leitão O lançamento dos Estágios Extracurriculares, período de candidaturas e colocação foi também da responsabilidade do nosso Pelouro, tendo existido um maior número de candidatos a concorrer face ao ano anterior, e também um maior número de colocados. O Pelouro da Política Educativa e Acção Social Este programa é sem dúvida uma mais valia é um pelouro que procura garantir a para qualquer estudante, pelo que desejamos oportunidade de uma formação educativa a todos os colocados continuação de bom transversal e adequada a cada um dos estágio! Aos não colocados garantimos que o estudantes da FFUC, independentemente da programa irá continuar, pelo que no futuro sua condição socioeconómica, permitindo que todos aqueles que querem aprender poderão ter a vossa oportunidade! O trabalho do Pelouro irá continuar no possam fazê–lo. Um dos projectos que sentido de corresponder às vossas espelha este propósito é o Banco de Sebentas da FFUC, onde se encontram diversos expectativas e necessidades! Ana Machado materiais de estudo e cujo acesso é gratuito. Procurámos também garantir a existência de locais de estudo em número suficiente no

Pólo III ao longo da época de exames do semestre passado, tendo disponibilizado salas na faculdade e as cantinas abertas para que os estudantes pudessem estudar. Temos também actividades de cariz mais social, como a recolha de tampas para ajudar quem procura adquirir uma cadeira de rodas através deste meio. No início do próximo semestre iremos ter duas sessões sobre dois temas distintos: uma será sobre o Associativismo no Ensino Superior e a outra será sobre como fazer uma gestão eficiente dos nossos recursos económicos. Hugo Mendes

É uma das competências do NEF/AAC colaborar com a FFUC na divulgação das estruturas internas, cursos leccionados e serviços prestados, de modo a, cada vez mais, enaltecer e mostrar que a nossa Faculdade é sinónimo de excelência no panorama do ensino nacional. É neste âmbito que o pelouro das Relações Internas e Externas actua. O pelouro apoiou a parte logística da PharmCareer, que ocorreu na nossa Faculdade no semestre passado, e esteve também presente, para representação do núcleo, na Universidade de Verão. Este semestre foi realizada uma visita guiada à Alta Universitária. Outras iniciativas que se pretendem realizar são a ida às escolas secundárias da zona de Coimbra, para divulgação da nossa Faculdade e Academia, e também a realização de uma visita ao Museu da Farmácia em Lisboa, para os nossos estudantes. Raquel Miguéis


“ ome: Alexandrina Ferreira Mendes Naturalidade: Coimbra Percurso Académico: Licenciatura em Ciências Farmacêuticas no Ramo de Análises Clínicas (1989) e no Ramo de Farmácia de Oficina e Hospitalar (1993) Técnica Superior de Análises Clínicas no Centro Regional de Oncologia do IPO (finais de 1989-1993) Assistente Estagiária de Farmacologia da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (desde 1993) Doutoramento na especialidade de Farmacologia (2003) Razões pelas quais se doutorou: “O meu gosto pela investigação, apesar de se ter a ideia de que Portugal não tinha condições para tal, fui percebendo que não era uma ideia assim tão distante. Na altura trabalhava, houve um concurso na faculdade e entrei, e neste momento tenho uma carreira de investigação com muito gosto e entusiasmo.” Áreas de investigação: Biologia e Farmacologia Celular e Molecular, mais precisamente os mecanismos celulares e moleculares envolvidos na fisiopatologia da osteoartrite e investigação de novos alvos farmacoterapêuticos. O que mais gosta no seu trabalho no dia-adia: “Tenho dois trabalhos: leccionar e investigar e gosto igualmente dos dois.

Ensinar é uma experiência muito enriquecedora, ter o contacto com os alunos, tanto pré-graduados como em doutoramento, e alargar-lhes horizontes para terem uma outra perspectiva do mundo. Investigar permite-me perceber como é que o organismo funciona, o que podemos mudar quando algo não funciona… Sinto-me afortunada!” Hobbies: Ler, brincar com os filhos, ver televisão, ir ao cinema. Estilo musical favorito: Jazz, música clássica, rock, de tudo um pouco. Livro da sua vida: Muitos, porém mais recentemente descobri a poesia, não sabia que gostava. Destaco “Eu não sou de ninguém” de Florbela Espanca. Filme da sua vida: “África Minha”, mais marcante pela fotografia e “Nova Iorque fora de horas”, que mostra a diversidade cultural. Cidade ou país que gostaria de visitar: Nova Iorque por ser o “centro do mundo” no sentido da diversidade de pessoas, culturas e a vanguarda artística (em todas as formas de arte). É uma cidade muito atrativa e gostava de “beber” o seu espírito. Sonho da sua vida: Viajar por todo o mundo. Objectivo de vida: Ser sempre melhor. Quem entrevistaria: “Craig Mello, por ter sido Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina em 2006, ao estar na origem da descoberta

do RNA de interferência, mas sobretudo por ser americano de descendência portuguesa, e em que medida este facto contribui para a sua maneira de ser e de estar na ciência e na vida. Se pudesse viajar no tempo, entrevistaria também Florbela Espanca e Sophia de Mello Breyner Anderson.” Citação preferida: “O tempo que passa não passa depressa. O que passa depressa é o tempo que passou” de Vergílio Ferreira. Lembra que é preciso valorizar o presente, porque quando nos apercebemos já passou. Ao pensar no futuro, esquecemo-nos de viver o presente. Conselhos aos jovens recém-formados e aos que se estão a formar: “Aos recémformados, que não pensem que a formação acaba com a licenciatura ou o mestrado. Devem fazer formação mais específica na área que gostam. O importante é que continuem! Aos que se estão a formar, que invistam na sua formação e que se esforcem ao máximo. A média é de facto importante, porque o primeiro cartão-de-visita é o que levam da faculdade. Devem ser arrojados e não ter medo de procurar experiências novas e diferentes, não ter medo de partir. Pensar “fora da caixa”, não devem ficar agarrados ao tradicional.” Mensagem pessoal: “Não desistam e sejam arrojados!”


Banco Farmacêutico nasceu em Milão, no ano de 2000, como associação sem fins lucrativos. Em Portugal, o projecto partilha da sua missão e valores, tendo sido criado em 2008 pela Associação para a Assistência Farmacêutica, associação criada para intervenção social na área da saúde e do medicamento. O Banco Farmacêutico tem como objectivos apoiar a população carenciada através do fornecimento gratuito de medicamentos não sujeitos a receita médica e produtos de saúde, colaborar com as instituições de solidariedade social e, ainda, promover o papel do farmacêutico como agente social. Tem como principais intervenientes as farmácias, o farmacêutico, as instituições de solidariedade social (IPSS) e os voluntários. A sua principal actividade é a Jornada Anual

de Recolha de Medicamentos, que visa apelar aos donativos da sociedade civil e das farmácias, para fazer face às necessidades das instituições da área abrangente. Esta acção ocorre todos os anos no segundo sábado do mês de Fevereiro. Neste dia, as pessoas ao entrarem numa farmácia aderente são abordadas pelos voluntários e convidadas a colaborar com o projecto, comprando e doando medicamentos mais necessários para as instituições em causa, com o aconselhamento de um farmacêutico. Os medicamentos recolhidos são depois entregues às instituições e estas distribuemnos por aqueles que deles mais necessitam. O farmacêutico tem como papel aconselhar e garantir a segurança e qualidade dos medicamentos doados, pois estes têm de ser novos e não podem estar fora do circuito do

medicamento (não são aceites medicamentos vindos de casa). Ao longo dos anos, nas jornadas de recolha de medicamentos (que já vão na sua sexta edição), o número de farmácias aderentes, voluntários, instituições apoiadas e medicamentos recolhidos tem vindo a aumentar, proporcionado ajuda a cada vez mais pessoas. Na edição deste ano, a quinta, foram recolhidos em 111 farmácias (nenhuma na zona de Coimbra) cerca de 9.000 medicamentos, que apoiaram mais de 50.000 pessoas, através de 69 instituições. Esta jornada contou com a ajuda de 400 voluntários. A VI Jornada de Recolha de Medicamentos do Banco Farmacêutico realizar-se-á no dia 8 de Fevereiro de 2014.


“ m dos recantos da Faculdade, o Laboratório de Análises Clínicas, que passa despercebido aos olhos de muitos, está a celebrar 30 anos, por isso entrevistámos a sua Directora Técnica, Dr.ª Ana Donato, “que já faz parte da casa”. O Laboratório surgiu em Outubro de 1983, sediado no rés-do-chão do Museu de Zoologia, em resposta à reforma do plano curricular, dado que uma das áreas de opção da Licenciatura em Ciências Farmacêuticas era a especialização em Análises Clínicas. Como havia o objectivo de acompanhar os alunos até ao final do percurso académico, o Laboratório foi criado de forma a proporcionar aos alunos o estágio de 6 meses que era obrigatório para concluírem a formação, sendo que por semestre apenas 12 alunos se inscreviam e efectuavam um horário de 8 horas diárias. Quando a reforma foi abolida, o Laboratório passou apenas a ser usado em função da comunidade, mas “não foi para isso que ele tinha sido criado”. E, de forma a colmatar o facto de o laboratório já não ter

uma função de ensino, propôs-se a criação de estágios extracurriculares, pois é necessário que os alunos tenham contacto com esta outra vertente antes de saírem para o mundo de trabalho. “Manter o laboratório durante 30 anos a funcionar foi uma aventura, por isso é que os quisemos assinalar”.

“ “Conheço todos os recantos do Laboratório, material, reagentes e aparelhos”. A transição para o actual Laboratório, segundo a Dr.ª Ana Donato, foi muito

positiva na vertente profissional, pois as condições de trabalho são muito melhores, dado que o espaço se encontra adaptado para o seu fim. “A nível pessoal custou-me imenso, foi das coisas que me doeram mais foi vir para aqui”, admite a Directora Técnica do Laboratório, “tive muita dificuldade em voltar a adquirir rotinas. Agora, enfim, já lá vão 4 anos…”; “Apesar de tudo era bom” – acerca do antigo Laboratório de Análises Clínicas. “Foram muitos anos lá em cima [Pólo I] (…) aquela casa dos Melos, aquele jardim, aquela cicadófita que devíamos ter trazido para aqui, mas não podia ser…” Quando o laboratório se encontrava no Pólo I, a população da Alta de Coimbra usufruía dos serviços prestados pelo mesmo. Hoje em dia, o público-alvo é a comunidade estudantil “quase em exclusivo” e o pessoal docente e não docente. Ainda há algumas pessoas que se mantiveram fiéis aos serviços prestados, dado que ser um laboratório pequeno permite um atendimento mais pessoal e personalizado, mas o facto de se ter


deslocado para um sítio menos central, conduziu a que as pessoas optassem por outros laboratórios. A proximidade aos Hospitais não aumenta a adesão aos serviços, uma vez que o laboratório ao estar integrado na faculdade tem como objetivo o ensino e por isso não está integrado na rede nacional de saúde. “Temos duas utentes que estão connosco há talvez 30 anos, desde que abrimos o laboratório. Todos os meses vêm cá fazer as análises. São muito engraçadas, já são da família, já fazem parte da casa”. Uma regalia deste laboratório é a possibilidade de um

atendimento individualizado e personalizado, “tem-se um contacto directo, o que num laboratório com muito movimento também não é possível (…) aqui podemos dar-nos a esse luxo!” Os estágios extracurriculares têm bastante adesão, mas o número de vagas é limitado, dado que o ensino é em tempo real e pretende-se que os alunos participem activamente. Os alunos são acompanhados durante os primeiros dias, mas rapidamente se tornam autónomos, não só na questão analítica como na interpretação de resultados.

Ao longo destes 30 anos, a dedicação e o entusiasmo continuam a ser o mote deste projecto. Parabéns ao Laboratório! “Deve haver poucas pessoas que possam dizer isto, mas eu não trocava este local de trabalho por outro. Estou a trabalhar neste laboratório há trinta anos, não trocava onde eu trabalho, aqui, por nada. Já cá está dentro. É muito reconfortante, é uma experiência interessantíssima, especialmente a parte dos estágios (…) Os estagiários e o desafio permanente de os ter (…)” “Esta experiência é muito gratificante, não a trocava por nada!”


Vera Moura, licenciada em Ciências Farmacêuticas pela FFUC, teve em farmácia comunitária o seu primeiro emprego. Ao fim de um ano redefiniu as suas prioridades e pensou voltar à Faculdade para tirar o doutoramento. “Não foi por falta de estímulo que decidi deixar a farmácia de oficina. Achei que não conseguiria passar 30 anos da minha vida ali, porque me faltava uma componente.” Com base na tecnologia inovadora conseguida através do seu doutoramento, uma nanopartícula para entrega altamente específica de fármacos a tumores, fundou a Treat U, empresa de base biotecnológica da qual é actualmente CEO.

“ PILÃO — Porquê a área de tecnologia farmacêutica para o doutoramento? E porquê regressar à FFUC? Vera Moura — Fui falar com o professor Sérgio Simões, porque tinha gostado das aulas dele, e apresentou-me um projecto que estava aprovado e que precisava de alguém para trabalhar nele. O que me fez regressar à FFUC foi a qualidade dos docentes, do ensino e também do trabalho em termos de investigação que estava a ser feito: um trabalho de qualidade, válido e com utilidade. Qual foi o projecto que deu origem à sua tese de doutoramento e, consequentemente, à nanopartícula? Era um projecto bastante actual e que estava assente em conhecimento anterior, pois havia a experiência dos professores João Nuno Moreira e Sérgio Simões, dos seus doutoramentos e de orientações de outros alunos de doutoramento. Os seus sucessos e fracassos levaram-nos a este projecto, que consistia numa nanopartícula que servia de sistema de entrega de fármacos a tumores. Havia todo um screening para ser feito, uma pesquisa inicial para conseguirmos chegar a uma nanopartícula eficaz e, caso conseguíssemos, era necessário fazer a sua validação em testes in vitro e in vivo. Portanto, era um projecto construído de forma a que no final se pudesse testar em humanos e que passava para a clínica. Quais as bases tecnológicas, principais

inovações e vantagens desta nanopartícula? A nanopartícula trata-se de um sistema lipídico. Tem também um polímero hidrofílico na sua constituição, que lhe permite revestir-se de moléculas de água quando é formulada num tampão aquoso e na corrente sanguínea. Ao ser administrada na corrente sanguínea, passa despercebida [ao sistema imunitário], porque a água não é um elemento estranho. Estes lipossomas são chamados de stealth. Esta tecnologia já era conhecida, nós decidimos levá-la um passo à frente. Tirámos partido da tecnologia stealth e demos-lhe sensibilidade ao pH, para que fosse estável ao pH sanguíneo, mas que, ao mesmo tempo, ao ser internalizada pelas células (o que acontece de forma específica, porque a partícula tem um ligando que reconhece um receptor das células do tumor) e como há uma descida de pH na via endocítica, liberte o fármaco de uma forma massiva. Quando fizemos o screening inicial testámos vários ligandos para ver o mais eficaz e escolhemos um que tinha afinidade para as células tumorais mas também afinidade para as células dos vasos sanguíneos do tumor. Estamos a matar duas populações de células, sendo uma delas o suporte de sobrevivência e de metastização do tumor. Se paramos o aporte de nutrientes e o impedirmos de metastizar, acabamos por controlar a progressão do tumor e o processo de metastização. Mas esta particularidade também é importante para a fixação no tumor. Por exemplo, quando temos um tumor sólido que não está na

corrente sanguínea é difícil chegar a esse tumor, mas fazendo o direccionamento para o endotélio, o alvo está ali exposto, havendo uma grande concentração de fármaco na região do tumor. O receptor chama-se nucleolina e existe no interior de todas as células. No caso das células cancerígenas e do endotélio dos vasos tumorais, esse receptor torna-se sobre-expresso na membrana. Qual foi o ponto de viragem na investigação em que percebeu que o projecto poderia ser aplicado à clínica? E que para isso teria de ser criada uma empresa de raiz? Foi muito importante o papel do professor João Nuno Moreira. Ele teve oportunidade de patentear o trabalho dele, no Canadá, mas, por questões de publicações e de tempo, não o fez. Ficou com essa informação de que é preciso valorizar conhecimento inovador. Portanto quando ainda estávamos em células in vitro (ainda não tínhamos começado com testes em animais), percebemos que os níveis de internalização e de especificidade desta nanopartícula eram muito mais elevados do que a nanopartícula sem ligando nem sensibilidade ao pH, que era o nosso controlo. Quando vimos estes resultados, notámos que tínhamos um produto que em termos de citotoxicidade era cerca de 180 vezes melhor. Tínhamos uma partícula realmente inovadora. Contactámos o Gabinete de Apoio à Transferência do Saber da Universidade de Coimbra (GATS, actual DITS) e aconselharam-nos a patentear, apesar de ainda não termos resultados in


“ vivo, para protegermos a ideia e termos uma data de prioridade (2008). Foi muito importante o papel da universidade, ajudaram-nos a escrever a patente, que foi submetida primeiramente nos Estados Unidos, e encaminharam-nos para concursos de ideias de negócio, para não pensarmos nesta nanopartícula como apenas uma experiência mas como num produto de negócio. Aí a nossa mentalidade de cientista tem de dar uma volta de 180º. O professor Sérgio Simões era meu co-orientador e tinha experiência na indústria e o input dele foi muito importante nesta fase. Nesta altura concorremos ao Arrisca Coimbra (actual Arrisca C) e ganhámos o prémio de melhor ideia, ganhamos o montante de maior valor. No fim de 2009, tínhamos o nosso projecto validado como ideia de negócio e, em 2010, constituímos a empresa porque este prémio também nos obrigava a isso. Com este empurrão, fomos quase forçados, mas estivemos sempre conscientes, porque já tínhamos a patente submetida e, porque sendo isto um produto, é muito linear: em primeiro lugar faz-se o desenvolvimento do projecto, a validação/prova de conceito, testes GLP, teste de segurança em animais e testes clínicos. São passos muito

dispendiosos, morosos e trabalhosos. Quando constituímos a empresa, seguimos uma lógica de ter financiamento para as fases seguintes. Sem uma empresa é difícil ter acesso a fundos. Quando se perspectivam os ensaios clínicos? Já começámos a produção industrial, a fazer o scale-up. E começámos a fazer os ensaios não clínicos, portanto ensaios em condições GLP, em animais que não ratinhos, roedores e não roedores. Estamos nesta fase e perspectivamos que em 2015 estejamos a entrar nos ensaios clínicos. Tendo já preparado todo o IND, o dossier com a informação necessária para obter a autorização para realizar os ensaios clínicos. Qual é o papel da Bluepharma na Treat U? Bluepharma é nossa sócia-accionista. É uma investidora e uma parceira porque nos dá muito suporte nas actividades do dia-a-dia da empresa. Juntaram-se a nós em 2011. Como é para a cientista vestir o papel de

empresária? Complementam-se? Até que ponto não ter uma formação em gestão foi um entrave para a fundação da empresa e gestão da mesma? Estou muito contente por ter dado este passo. Não pretendia ser cientista a vida toda. Acho que é uma característica minha querer evoluir e fazer coisas diferentes. Eu gosto de ser cientista. Ainda vou ao laboratório bastantes vezes. Gosto de trabalhar com os alunos e sempre que é preciso estou lá. Mas era necessário fazer esta transição, porque nós temos um produto em que vale a pena investir, porque parece muito promissor. Na parte da gestão das várias actividades que o vão conduzir à clínica, nada melhor que ter alguém que conhece o produto. Sempre gostei muito da parte de gestão. Temos um grande acompanhamento por parte da Bluepharma e tento sempre manter-me a par da parte financeira. Apesar de ser a única que trabalha a tempo inteiro na empresa, todos os sócios colaboram nas diferentes vertentes da empresa e constituímos uma equipa bastante coesa. Para um empreendimento sobreviver tem de ter uma excelente equipa, ter um bom ambiente e que as várias competências

realmente interessa é o impacto que isto vai causar a nível social, económico e, portanto, recolher essa informação foi muito importante. Claro que depois nas nossas candidaturas a financiamento o facto de termos este reconhecimento ajudou muito.

que existem se complementem, e tudo isto acontece na Treat U. Não ter uma formação de base, claro que é um entrave, mas não é algo que não seja ultrapassável com uma equipa multidisciplinar, com gosto e dedicação.

em termos de tratamento com quimioterapia (porque conseguimos, com esta partícula, diminuir os efeitos secundários), criamos impacto num doente e isto vai depois ter consequências a nível do sistema de saúde, porque se o doente tem menor incidência de efeitos secundários, todo o tipo de tratamentos associados com os efeitos nefastos deixam de ser necessários, há uma redução de custos de saúde. Se o doente reage melhor os tempos de internamento são menores, redução dos custos de saúde. Além de que a nossa investigação foi um ponto de partida. Começámos com o cancro da mama mas a partícula é versátil o suficiente para ser aplicada a outro tipo de cancro. Perspectivamos que haja mais consequências positivas para o PEGASEMP, a nossa nanopartícula. Todo esse desenrolar é o que mais nos motiva. Criarmos uma spin-off com um medicamento inteiramente português que possa chegar ao mercado mundial.

Os vários prémios que ganharam, para além de uma injecção de capital, foram também uma maneira de gerar credibilidade e maior reconhecimento por parte de possíveis investidores? Ajuda sempre. Mas, para nós, foi mais uma forma de validar o produto que tínhamos em mãos. Quando temos um júri internacional, o que aconteceu no caso dos concursos em que participámos, foi muito bom para nós o feedback que eles nos deram. Enquanto estávamos a tentar estruturar a ideia de negócio (foi nessa altura que tivémos as maiores distinções) foram importantíssimas as questões que nos colocavam e a informação que eles necessitavam de obter. Estávamos habituados à informação científica – a gráficos, a resultados, mas aquilo que

O que é que neste momento mais a motiva? É o impacto positivo que esta tecnologia poderá vir a ter na sociedade? É. Aquilo que a investigação pode gerar. Claro que é muito bom ver o produto que nasceu das nossas mãos chegar a algum lado, é muito motivante. Também não vou dizer que a parte financeira, tudo aquilo que pode advir da comercialização de uma nanopartícula como esta também não seja aliciante. Mas aquilo que é mais interessante é, aqui em Portugal, num país, numa cidade que está vocacionada para a inovação mas que ainda não tem essa projecção de ser uma cidade inovadora, é mais uma cidade tradicionalista, nós podermos gerar um produto com impacto a nível mundial, que vai ter consequências sociais e económicas. Se conseguirmos gerar melhor qualidade de vida para um doente, aumentar a sua esperança de vida, mitigar todo o sofrimento


Helena Teixeira, licenciada em Ciências Farmacêuticas pela FFUC e doutorada em Ciências Biomédicas pela Faculdade de Medicina da UC, trabalha no Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INML), como toxicologista forense. O Jornal “O Pilão” foi tentar perceber quais as competências e o contributo do farmacêutico nesta área.

“ PILÃO — O que a levou a escolher Ciências Farmacêuticas? Helena Teixeira — Incialmente queria ir para Biologia, contudo, na altura, este curso só tinha como saída profissional o ensino. Aí o meu pai teve uma mão excelente e conduziume para Ciências Farmacêuticas, aconselhando-me a escolher um curso que tivesse a biologia que gostava e, quem sabe, me podesse abrir outras portas.

de assistir a uma área profissional muito especial e que obriga a uma capacidade de força interior imensa. Hoje em dia confesso que não sou capaz de ficar parada a fazer sempre a mesma rotina, não condiz comigo. Naquela altura os meus colegas iam para farmácia de oficina ou indústria, mas eu tive sempre algum entusiasmo pela parte laboratorial, pelo que, quando acabei o curso, não comecei logo a exercer nestas Quando acabou o curso começou logo a áreas. exercer? Antes de acabar o curso fiz um estágio em Como surgiu a área da toxicologia? farmácia de oficina. Apesar de ter sido um Não me recordo como apareceu esta área na estágio fabuloso, nunca foi a área que mais minha vida, porque não era uma área me entusiasmava, portanto eu sabia que, se laboratorial que se falasse muito. Fui ao assim fosse necessário, a exerceria no futuro. então Instituto de Medicina Legal (IML) de Contudo, hoje em dia já não se pode pensar Coimbra pedir um estágio, acabando por assim, temos de tentar perceber onde nos conseguir um estágio não renumerado podemos encaixar e deixar em aberto todas durante quase dois anos e meio. Também as possibilidades. Todos sabemos que os gostava de referir que aguardei este período tempos não estão fáceis para todos. de tempo relativamente longo pois tinha de Além deste estágio, optei por estagiar dois alguma forma uma visão futura, uma vez que meses no IPO. Este foi um estágio mais de tínhamos conhecimento da existência de observação, sendo muito o mesmo de concursos que teriam de ser abertos para os sempre, apesar de ter tomado contacto com laboratórios, pelo que naturalmente este pessoas fabulosas e ter tido a oportunidade estágio contribuiu para um melhor

conhecimento e experiência, sendo uma mais -valia para poder concorrer. Acabei por ser direccionada para a área da Toxicologia Forense, assim como poderia ter sido para outra área qualquer. As especializações que fez posteriormente à licenciatura foram por necessidade profissional ou interesse pessoal? Quando nos envolvemos em alguma coisa não o fazemos apenas por interesse pessoal, mas também pelo bem do nosso local de trabalho. Podes optar por ser um funcionário público ou por fazer mais, embora não se ganhe, em termos monetários, mais com isso, nem se trabalha tão pouco nesse sentido. Tendo sido sempre apoiada pelo Professor Duarte Nuno Vieira, Presidente do Conselho Directivo do INMLCF, e pelo Professor Francisco Corte Real, Diretor da Delegação do Centro, envolvi-me noutros projectos que, além de serem uma mais-valia para a instituição, acabaram por ser uma concretização pessoal.. No meu caso, ao fazer mestrado e doutoramento e trabalhando simultaneamente, o que nem sempre foi


fácil, teve de existir uma parte pessoal muito somente com a técnica analítica, mas importante. Apesar das dificuldades, o também com a determinação de grupos e importante é gostar do que se faz. substâncias toxicológicas. No meu caso, passei já pela área do etanol e de substâncias Que bases e conhecimentos oferece o curso ilícitas, assim como pela determinação de de Ciências Farmacêuticas na área da medicamentos e pesticidas. Os nossos toxicologia e ciências forenses em relação a serviços abraçam inúmeras metodologias outros cursos? analíticas, tal como xenobióticos (etanol, Há uma formação básica que o farmacêutico substâncias ilícitas, medicamentos, traz e que funciona quase como um “polvo”, pesticidas, monóxido de carbono, metais, possuindo muitos mais tentáculos do que cianeto, entre outros), sendo as análises outro profissional da área das ciências, num realizadas em amostras biológicas ou não serviço como é o Serviço de Química e biológicas quer no indivíduo vivo quer post Toxicologia Forense. mortem. Como especialista superior, teremos Toda a base que temos, desde a química, de saber fazer desde o processamento da bioquímica à farmacologia e tecnologia faz- amostra à parte analítica propriamente dita. nos abraçar um pouco de tudo, o que ajuda Por vezes o meu trabalho foge a esta rotina muito na interpretação de resultados. Apesar das constantes inovações tecnológicas, com as bases que o farmacêutico possui, este está muito mais preparado para acompanhálas. Contudo, a maior preparação que um estudante de Farmácia deve ter é a vontade de aprender, de se adaptar, saber pesquisar, ouvir, tentar reproduzir e saber lidar bem com o que não se gosta de fazer. A partir daí verão que tudo será sempre mais fácil e sentir-se-ão capazes de ultrapassar de laboratório, pois estou com uma parte qualquer desafio! científica e de investigação muito grande. Neste momento sou guest editor de duas Além de si, o INMLCF emprega muitos revistas científicas internacionais (Forensic farmacêuticos? Science International e The Journal of ABC), Quando cheguei cá, em termos de vou tendo sempre imensos alunos a fazer especialistas superiores, eram quase todos mestrado e doutoramento comigo aqui no farmacêuticos. Hoje, no laboratório aqui de INMLCF e ainda dou muitas aulas. Coimbra, eu sou a única farmacêutica. No Exerço funções não unicamente de entanto, os nossos serviços do Porto e de especialista superior de Medicina Legal, mas Lisboa têm mais farmacêuticos. também de professora auxiliar convidada da Faculdade de Medicina da nossa Fale-nos um pouco sobre a sua função e Universidade, pelo que a actividade docente actividade aqui no INMLCF. é algo que se encontra muito presente Trabalhando num serviço como o nosso, o também no meu dia-a-dia. Laboratório de Química e Toxicologia Forense, vamo-nos especializando em Como membro da TIAF (The International determinadas áreas, relacionadas não Association of Forensic Toxicologists)

consegue observar o que se faz a nível da toxicologia forense noutros países. Portugal, em termos de conhecimento, técnicas e equipamento, está ao nível do que se faz lá fora? Portugal, do ponto de vista de ciência e de capacidade, está óptimo. Gostaríamos de ter mais dinheiro para comprar equipamentos que vão aparecendo no mercado, mas mesmo assim temos lutado, o que se deve à presidência e organização do instituto, nomeadamente através da acreditação dos laboratórios. Estamos bem melhor do que muitos países que nem sempre imaginamos, podemos na verdade orgulhar-nos do que temos nacionalmente nesta área. Actualmente, aconselharia a sua profissão? Sim, aconselho sempre. Sou farmacêutica com muito orgulho, por isso, digo para serem mais activos, pois existem muitas saídas para além de farmácia comunitária. O farmacêutico neste momento tem uma visão muito ampla, pode ir tanto para um cargo de gestão de um laboratório ou indústria como para a área de análises clínicas, tudo depende de vocês. Que conselhos pode dar a quem gostaria de seguir toxicologia forense a nível profissional? O farmacêutico precisa de ter uma visão mais alargada, principalmente nos tempos que correm. Tentem sempre que poderem ir a congressos e workshops para enriquecer o vosso currículo e conhecer pessoas da área. Pedir para fazer estágios de observação e teses nesta área também é uma boa opção, demonstrando sempre empenho e maneira de estar. Pode-se fazer ainda o Curso Superior de Medicina Legal e Ciências Forenses. Além disto, podem-se ir informando sobre acções de formação no site do instituto.


“Geração Saudável”, um projecto da Secção Regional de Lisboa da Ordem dos Farmacêuticos (SRL) para a promoção e educação para a saúde nas escolas portuguesas, foi iniciado no ano lectivo de 2011/2012, tendo tido grande aceitação e adesão por parte dos alunos. Diabetes mellitus é o tema para este ano. O Pilão falou com o Dr. Pedro Borrego, responsável pela área de Promoção e Educação para a Saúde da SRL e director deste projecto.

“ PILÃO - Como nasce a ideia de fazer este projecto de promoção e educação para a saúde? Por quê nas escolas e por quê nesta faxa etária? Pedro Borrego - A ideia nasceu em 2010, com as eleições na Ordem dos Farmacêuticos. Entrou uma nova geração de farmacêuticos que tinham uma grande vontade de desenvolver algo que saísse das portas da Ordem dos Farmacêuticos. A Ordem sempre esteve muito fechada, é uma instituição muito politizada e, portanto, o que se pensou foi, não só aproximar os farmacêuticos, mas também aproximar o farmacêutico da sociedade. Porquê nas escolas? Basicamente, porque nós já temos um conjunto de farmacêuticos que, pontualmente, desenvolvem projectos de educação para a saúde nas escolas: Pela proximidade da escola à farmácia, ou porque o farmacêutico se disponibiliza, ou porque a própria escola convida. Como nós tínhamos noção que existiam, espalhados pelo país, este conjunto de farmacêuticos, basicamente o que pensámos foi desenvolver um projecto que os pudesse representar e, desta forma, tentar ter algum impacto. Em relação à faixa etária, era algo que não

estava considerado inicialmente, mas quando começámos a desenvolver o projecto, e tendo em conta que temos vários elementos que nos limitam (temos um autocarro, uma equipa de formadores), percebemos que não conseguíamos chegar a todas as escolas, era impossível. Isto obrigou-nos a criar um “target”, a definir o que iríamos fazer e com quem iríamos trabalhar. Achámos, depois de algumas avaliações que fizemos, que o 5º e o 6º ano eram muitas vezes esquecidos, por ser uma fase de transição entre o ensino primário e o ensino secundário. Pensámos então que poderia ser interessante e começámos a pesquisar que tipo de projectos existiam direccionados para aquela faxa etária e a perceber se esses projectos eram palpáveis. Concluímos que não, que era uma faixa algo esquecida, e assim definimos esses anos. Nesta fase conseguimos chegar a mais público: ou porque há furos, ou porque há mais tempo nas escolas, ou porque há escolas que têm menos turmas de 5º e 6º ano e então os professores ou os alunos pedem-nos para dar formação, e aí conseguimos dar até 12º ano.

Quanto à equipa deste projecto, na sua maioria farmacêuticos recém-formados, encara a oportunidade que é dada aos formadores como uma possibilidade de crescimento e aquisição de novas competências? É mesmo esse o objectivo. Os formadores ganham uma experiência que é prazeirosa de observar e inconscientemente estão a fazer história, porque isto nunca aconteceu, uma vez que a Ordem estava fechada e agora há gente nova a entrar. Nós dizemos muitas vezes que as pessoas estão desligadas da Ordem, mas neste caso criámos um projecto em que as pessoas, no dia-a-dia, estão ligadas à Ordem. Por outro lado, é a mais valia que eles têm em dar formação, em terem que resolver os problemas diariamente. Inicialmente, eu fui com eles a todas as escolas e depois é definido um “team leader”, responsável pela equipa no terreno e por preparar tudo comigo, mas no dia-a-dia são eles que resolvem os problemas que vão surgindo. Isto dá uma experiência que eles não tinham antes de entrar no terreno: falar para crianças e para professores é muito complicado.


“ Quanto ao projecto, tem um autocarro e ainda tem outros custos associados. O financiamento provém unicamente da Secção Regional de Lisboa da Ordem dos Farmacêuticos? Numa fase inicial sim. Mas chegámos a um ponto em que, se queríamos desenvolver o projecto, tinhamos que optar: ou ficávamos à espera de parcerias e não andávamos para a frente, ou tínhamos que criar alguma independência. Agora não procuramos as escolas, são as escolas que nos procuram. Com as entidades, foram feitas duas fases de procura de parceiros e entretanto nunca mais foi feita nenhuma. Neste momento, conseguimos arranjar financiamento de uma indústria farmacêutica para uma determinada área. Há uma coisa que não permitimos, que é a publicidade a marcas ou a produtos, mas como as indústrias também têm projectos internacionais de promoção e educação para a saúde direccionam os fundos, neste caso, para o projecto Geração Saudável. Foi acontecendo, e nós temos a noção que aos poucos podem surgir mais entidades com essa vontade. Em relação às escolas escolhidas, o projecto tem um acordo com o Ministério da Educação, tendo sido escolhidas escolas “prioritárias”. Este projecto tem também uma componente de intervenção social? O Ministério deu uma ajuda, mas nós é que definimos as escolas que queríamos. Queríamos escolas com debilidades sócioeconómicas envolventes, de zonas interiores (porque achámos que a informação seria mais escassa nessas) e escolas em que, para o target que definimos, não houvessem projectos de formação e educação para a saúde. Segundo estes três critérios o Ministério cedeu-nos uma lista de 40 escolas. Destas 40, só 12 quiseram trabalhar connosco. Neste momento, como são as escolas que nos procuram, já não avaliamos muito estes critérios, mas a verdade é que a maior parte delas têm perfis muito idênticos. Se for uma escola de uma zona interior aceitamos directamente. Não temos nenhum colégio privado, por exemplo, mas não é porque tenhamos descartado os colégios, é apenas porque não calhou. A grande maioria

das escolas mantém-se neste perfil mas, se manter obesidade infantil porque há essa alguma sair dele, não é descartada por isso. ligação directa com a Diabetes tipo 2. A ideia é trabalhar principalmente a Diabetes tipo 2 Em jeito de balanço do ano lectivo de mas desmistificar também os doentes 2012/2013, em que os temas foram diabéticos tipo 1, a situação das utilizações sexualidade, alimentação saudável e enfarte das insulinas, porque há ainda algum receio, agudo do miocárdio, como correu e qual o os doentes sentem-se melindrados por terem motivo da escolha destes temas? que tomar insulina em certos momentos, e Sexualidade e alimentação saudável: Há portanto vamos tentar que os alunos temas prioritários a nível governamental percebam que isso é muito normal, que há desde 2006 e nós achámos que, dentro crianças nas escolas que são diabéticas tipo desses, estes eram os mais interessantes: 1. A diabetes tipo 2 é trabalhar a área da primeiro porque cada vez temos mais prevenção, que está directamente pessoas obesas, depois porque cada vez há relacionada com a obesidade e até com o mais pessoas infectadas com o vírus do HIV e enfarte agudo do miocárdio, portanto vamos porque ainda há um certo tabu em relação manter esse tema também este ano. aos temas da sexualidade. Em relação à sexualidade é um tema que, à partida, seria Fazem falta mais projectos como este, que complicado, por irmos estar em locais em aumentem o papel e o impacto que o que a informação não é muita e por existirem farmacêutico tem na sociedade e que esses tabus, mas não tivemos problemas e é contribuam para a valorização da nossa um tema que suscita muita atenção por parte profissão? dos alunos, e até por parte dos professores. Sim, sem dúvida. Como referi anteriormente, Funcionou lindamente. se temos feito isto há uns anos atrás, A alimentação é um tema importante: é provavelmente não estaríamos a sofrer agora fundamental falar sobre a obesidade e os as consequências. riscos associados, mas é algo que eles já Muitas vezes perguntam-nos quais as mais ouvem há muito tempo. O que nós fazemos é valias de um projecto destes para os próprios alterar a forma de comunicar: Trabalhamos farmacêuticos, para a localidade ou para a com base em audiovisuais, exposição através farmácia que tem em frente uma escola e o de vídeos, e depois então entramos em que é que se ganha. Financeiramente, à debate com os alunos. partida, não se ganha nada. Vai ganhar o O enfarte agudo do miocárdio foi uma farmacêutico, que começa a ser identificado parceria com a iniciativa “Stent for facilmente, não só como aquela pessoa que Life” [iniciativa da Associação Portuguesa de está atrás do balcão da farmácia. A par de, Intervenção Cardiovascular], porque o por exemplo, os nutricionistas, os médicos e projecto deles em termos cronológicos era os enfermeiros, temos de criar, também nós, muito idêntico ao nosso e as perspectivas de algo que nos identifique. futuro também. Eles precisavam de um Se puder ser na comunidade, se puder ser veículo para chegar às escolas e nós nas escolas e na promoção da saúde, precisávamos, de certa forma, de uma perfeito. Logicamente não é tudo, mas é um parceria a outros níveis, e assim criámos uma bom começo. Estes jovens, se o projecto sinergia entre os dois projectos. Há uma continuasse, se houvesse mais projectos, parte do autocarro que é destinada à “Stent mais trabalho nesta área daqui a uns anos, for Life”, em que a informação que passamos iriam certamente lembrar-se que, durante o não é complicada e o que tentamos passar é: período em que estiveram na escola, os Estes são os sinais, estes são os sintomas, em farmacêuticos foram à escola deles, falar caso de sentir ou ter um familiar com estes com eles e que estão disponíveis. É essa a sinais e sintomas ligue o 112. Basicamente é mensagem que queremos passar: Nós isso, e os alunos absorvem esta informação estamos disponíveis, venham ter connosco. E facilmente. se assim fosse feito mais vezes, seria melhor. Não conseguimos chegar a toda a gente, mas Qual o tema escolhido para este ano? penso que é um bom começo. Este ano o tema vai ser Diabetes, e vamos


CASSILDA PEREIRA

SARA DOMINGUES

INÊS RODRIGUES

ANA FOR

DOUTORAMENTO EM QUÍMICA FARMACÊUTICA 1. Sem dúvida que o gosto que se tem por uma determinada área passa muito pelos professores que a transmitem. Enquanto aluna fui membro do grupo EQOFAR, Estudantes de Química Orgânica: acçãoreacção, fundado pela professora Maria José Moreno, que visava a sensibilização dos estudantes para questões ambientais. No 4º ano iniciei-me na investigação com o professor Elisiário Tavares e a professora Fernanda Roleira, acabando por me candidatar a uma bolsa de doutoramento. Enquanto isso cheguei a trabalhar em farmácia comunitária até me ser concedida a bolsa.

2. Síntese de novas moléculas esteróides potenciais inibidoras das enzimas aromatase e 5alpharedutase, envolvidas no cancro da mama e da próstata, respectivamente.

5. Tem de ser o aluno o principal impulsionador, sendo que para isso é necessário gostar muito

daquilo que se faz para que as dificuldades sejam ultrapassadas, pois é normal que na investigação existam estratégias que não funcionem e que nem tudo o que é teoria se aplique à prática. Daquilo que se planeia no papel até ao que se consegue fazer no balão, vai uma grande distância.

DOUTORAMENTO EM FARMACOLOGIA 1.

Não tinha pensado em fazer o doutoramento durante o curso. No entanto, o estágio curricular de investigação que fiz em Barcelona contribuiu para essa decisão, assim como os estágios em farmácias (de oficina e hospitalares) que realizei.

2.

Desenvolvimento de métodos in vitro para prever a farmacocinética in vivo, orientada pelo professor Amílcar Falcão.

3.

A maior dificuldade foi o impacto inicial quando comecei a investigação, quando os resultados não eram os esperados. Por vezes os dados errados poderão ser uma barreira; tornase difícil encontrar novas vias para continuar a investigação.

4.

Continuar a leccionar e a orientar os projectos de doutoramento de novos alunos, para além de prosseguir com os projectos de investigação em desenvolvimento.

DOUTORAMENTO EM MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA 2. Investiguei o potencial dos genes de resistência a antibióticos, inseridos em integrões de classe 1. O trabalho efectuado

demonstrou que a transformação natural contribui para a disseminação dos genes de resistência antimicrobiana e que vários mecanismos intracelulares estão envolvidos na integração destes elementos no genoma da bactéria receptora.

4. Continuar a investigar a problemática da disseminação de resistência aos antibióticos, contribuindo com novo conhecimento

que ajude a compreender os mecanismos que estão na origem desta rápida propagação. Espero também conseguir manter colaborações científicas com equipas de investigação nacionais e internacionais.

5. É preciso ser perseverante, não desistir nem desanimar. E é preciso ser curioso e ter entusiasmo por aquilo que se investiga.

Com trabalho e dedicação tudo se consegue! Também é importante saber que não podemos resolver todos os problemas

DOUTO

2. Produção de •NO em meio gástrico por redução de nitrito e nitrato da dieta em meio ácido, produção esta que pode ser modulad 3. O acesso ao doutoramento por via de uma bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia, como é o meu caso, é um processo com

instituições de acolhimento. É bastante competitivo. A primeira “dificuldade” prende-se com a média obtida no curso, uma boa méd doutoramento eu estava já inserida no grupo do Dr. João Laranjinha através de uma bolsa de investigação. Este período antes de ini enriquecer o currículo. Ao iniciar o doutoramento, pensamos que temos todo o tempo do mundo, que quatro anos são uma eternid

5. Não querendo ser pessimista, mas já o sendo, pensem bem. Pesem os prós e os contras. Não é um caminho fácil, exige muita ded

doutoramento ou pós-doutoramento, não há contratos logo não há direitos, não estamos inseridos no mercado de trabalho. Temos profissionais. Se é mesmo o que querem, depois de devidamente informados, o meu conselho é: força! Escolham um bom grupo de


RTUNA

CARLA VARELA

DOUTORAMENTO EM BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR

Ê

2. Biologia da retina, e de como a alteração que esta sofre com a idade contribui para a degenerescência

macular, a patologia mais comum causadora de cegueira entre as pessoas mais idosas. O objetivo era descobrir uma proteína com potencial terapêutico para estudos futuros.

3. Apesar de inserido num grupo de trabalho, um doutoramento é um projeto individual, o que

implica ter opiniões e defendê-las em nome próprio, o que nem sempre é encarado com facilidade; há muitas alturas em que a insegurança prevalece, principalmente nos primeiros tempos. Outra situação que nem sempre controlamos é o ambiente de discussão científica, nem sempre é o que idealizamos, mas devemos tentar contornar essa limitação. Por fim, em investigação científica o retorno do nosso trabalho demora invariavelmente mais do que estamos à espera.

DOUROTAMENTO EM BIOQUÍMICA 1. O meu orientador, o Professor Doutor José Custódio, já tinha desenvolvido um longo trabalho com fármacos antitumorais. Embora para mim não fosse fácil decidir qual a área de investigação que pretendia seguir quando acabei o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, a área do cancro era muito apelativa porque todos temos consciência do impacto desta doença na vida de muitas pessoas e eu tinha vontade de fazer um trabalho útil e de sentir que podia ajudar alguém. 5. Acho que depende do trabalho em questão. Se em certas áreas o doutoramento é, sem dúvida, uma mais-valia, noutras poderá não ser tão importante. Como no contexto actual há poucas certezas neste campo, penso que as pessoas devem sobretudo fazer o doutoramento se realmente é o que mais gostam, pois é um trabalho que requer muito empenho e dedicação.

DOUTORAMENTO EM BIOFARMÁCIA E FARMACOCINÉTICA 1. Com um avô boticário e uma mãe Farmacêutica, desde sempre tive curiosidade em saber mais sobre a forma como os medicamentos interferem nos sistemas biológicos. No entanto, foi a contagiante paixão pela farmacologia quantitativa transmitida nas aulas pelo Professor Amílcar Falcão, enquanto docente da unidade curricular de Farmacologia Geral, que fez despertar em mim o interesse pela investigação científica em Biofarmácia e Farmacocinética.

2. O meu trabalho insere-se no âmbito da ciência multidisciplinar que é Farmacometria e consiste no ajuste de modelos matemáticos e estatísticos para aumentar o conhecimento que temos dos medicamentos e das doenças. O espectro de acção da minha especialização é muito variado. Neste momento, estamos a desenvolver um modelo matemático que permitirá prever a ocorrência de crises epilépticas.

ORAMENTO EM BIOQUÍMICA

da por polifenóis da dieta, e nas interacções que podem ocorrer entre o •NO com proteínas endógenas ou exógenas.

mplexo onde é avaliado tanto o mérito do candidato como o projecto que pretende realizar, assim como o(s) seu(s) orientadores e dia é condição impreterível para concorrer a doutoramento, felizmente foi o meu caso. Antes de concorrer à bolsa de iciar o doutoramento foi valioso pois deu-me tempo para conhecer melhor o trabalho do grupo, para definir objectivos e dade, mas não é bem assim.

dicação, motivação e disponibilidade. O maior contra, no meu ponto de vista é a precariedade do bolseiro, seja de investigação, s especializações mas não temos experiência. Por outro lado é um caminho fascinante, cheio de descobertas pessoais e investigação, falem com os investigadores de modo a escolherem o melhor possível a vossa área de interesse e sigam em frente.


O PILÃO entrevistou a Prof.ª Dr.ª Ana Cristina Ribeiro Rama, Presidente da Direcção da Secção Regional de Coimbra da Ordem dos Farmacêuticos (SRC), eleita em Dezembro de 2012 para exercer funções durante o triénio 2012-2015. É também especialista em Farmácia Hospitalar no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), onde exerce funções como Responsável do Sector de Informação de Medicamentos e Dispositivos Médicos e é professora auxiliar convidada na Faculdade de Farmácia da UC. Falou-nos em competências, em motivação e em atitude, no trabalho que está a ser realizado para a valorização do acto farmacêutico e da profissão farmacêutica e na importância do estudo das oportunidades de mercado existentes.

na Cristina Ribeiro Rama é farmacêutica licenciada pela FFUC, com mestrado em Tecnologias do Medicamento e doutoramento na área da Farmacologia. Tem exercido actividades de gestão clínica e económica e de farmácia clínica nos hospitais onde tem trabalhado. Actualmente é responsável do Sector de Informação de Medicamentos e Dispositivos Médicos dos CHUC, lecciona na FFUC e é a presidente da Secção Regional de Coimbra da Ordem dos Farmacêuticos (SRC) desde Dezembro de 2012, onde já tinha ocupado o cargo de vogal de 1989 a 1995. Quando questionada como o gere o tempo entre todas estas actividades confessa ter “espírito de missão” e que foi com “um pouco de receio de não conseguir conciliar as coisas todas” que aceitou o cargo na SRC. “Mas tenho tido a ajuda dos meus colegas, nada se faz sem equipa”, acrescenta. Sobre o seu trabalho no Sector de

Informação, refere que não tem rotina. “Todos os dias me aparecem situações novas, o que requer uma permanente actualização. Aquilo que eu disser ao médico ele poderá utilizar no seu doente. A responsabilidade é grande”. Exerceu cargos de direcção na Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares (APFH) desde a sua criação, em 1990 e foi representante nacional na assembleia geral da Associação Europeia de Farmacêuticos Hospitalares (The European Association of Hospital Pharmacists - EAHP), tendo feito também parte do comité científico. Sobre o que é ensinado na Faculdade diz que “tem tudo um sentido e é tudo necessário. O que faz falta é saber integrar os conhecimentos”.

farmacêutico – “A farmácia hospitalar tem sido vista como tendo muito mais potencial para estar ligada ao doente e à farmácia clínica, quando comparada com a farmácia comunitária. O que é uma ideia que não corresponde à realidade, uma vez que em farmácia comunitária se tem acesso ao doente; poder-se-á é não ter acesso aos dados clínicos, o que em contexto hospitalar está acessível .Penso que a missão do farmacêutico é os cuidados ao doente, quer seja na indústria, porque tem de ter noção de para quem está a preparar os medicamentos, quer seja em termos regulamentares, quando está a aprovar a utilização de um medicamento. Penso que nós, farmacêuticos, não nos podemos dissociar de o que é o doente. Houve, ao longo destes anos, a perspectiva de que o farmacêutico Sobre a área da actividade farmacêutica em comunitário não podia fazer farmácia clínica. que mais actua, a farmácia hospitalar, Acho que não. O que poderá haver é maior esclarece-nos quanto à actuação do facilidade por parte do farmacêutico


hospitalar em exercer farmácia clínica enquanto actividade a pensar no doente (e não propriamente só o acompanhamento da farmacoterapia), por estar num meio onde tem facilmente acesso ao processo clínico do doente. A realidade é que, na farmácia comunitária, lidamos com os doentes todos os dias. Temos uma faixa de medicamentos não sujeitos a receita médica (NSRM) em que temos competências para fazer indicação farmacêutica. Apesar de serem denominadas na lei como doenças menores não deixam de ser doenças e são as mais prevalentes. As pessoas precisam de nós para gerir melhor a sua farmacoterapia.”

de o demonstrar. E isto faz-se recolhendo dados de maneira sistematizada que provem que, se for feito um investimento em farmacêuticos, estes irão conseguir rentabilizar recursos. Temos de trabalhar de uma maneira sistematizada e que seja validada e reconhecida por pares, quer farmacêuticos, quer médicos e enfermeiros. Mostar que o nosso trabalho é consistente e que se nós o fizermos desse modo estamos a ajudar o doente e a colaborar na equipa. Temos de fazer passar a mensagem correcta de qual é a nossa intervenção e função dentro daquela área e em que é que podemos ajudar e colaborar. Há muita oportunidade na nossa sociedade

dar competências de Suporte Intermédio de Vida a todos os farmacêuticos, que vai vigorar até ao fim do seu mandato.

para a intervenção do farmacêutico. Vamos ter de nos juntar, todos, e pensar quais as soluções que vamos propôr. Sermos pagos por acto farmacêutico é uma das coisas que pretendemos, mas não podemos só dizer que queremos ser pagos por acto farmacêutico, temos de demonstrar que este tem valor para ser pago. Já vimos que o modelo de Aponta como uma das soluções para a actual pagamento ao farmacêutico comunitário por situação dos farmacêuticos o estudo das venda está a levar toda a gente à falência.” necessidades da sociedade – “Onde há doentes há necessidade de haver Quanto à aquisição de competências farmacêuticos. Ninguém tem necessidade do específicas que permitam colmatar estas que nunca teve, esta é a lei do mercado. necessidades da sociedade, é da opinião de Temos então de identificar as necessidades que “a faculdade e a parte profissional do mercado. Neste momento temos a (Ordem, associações profissionais) se população a envelhecer com co-morbilidades deveriam ligar para fazer formação póse polimedicação. Dado que os medicamentos graduada direccionada às necessidades da não são isentos de riscos, há necessidade de sociedade em termos de cuidados haver um farmacêutico a fazer um farmacêuticos.” acompanhamento.” Neste campo, a SRC está neste momento a Portanto, oportunidade e necessidade existe desenvolver programas de formação muita. Já vontade política vai depender de direccionada e específica, que estão em fase como nós vendermos as ideias. Não basta de acabamento. Foi assinado um protocolo apenas dizer que somos precisos, precisamos com o Centro de Simulação Biomédica para

sabermos tudo, temos de ir para áreas. Temos de nos especializar em áreas clínicas se pretendemos trabalhar na área da farmácia clínica.

Na sua perspectiva, “falta-nos muito o orgulho em sermos farmacêuticos e estarmos conscientes da importância que isso tem para a sociedade. Enquanto não tivermos esse orgulho dentro de nós não o conseguimos passar aos outros.”

Aponta a especialização em competências como uma solução – “Temos de pugnar por ter competências. E competências não é sermos generalistas. Cada vez mais temos de ser competentes numa área em que outros não sejam, para sermos competitivos. E isso parte muito das Ordens e das Faculdades. Se queremos trabalhar em equipa temos de saber especificamente da farmacoterapia daquelas doenças. A doença, a fisiopatologia e o comportamento dos medicamentos naquelas situações clínicas. Não é possível

No seu discurso de tomada de posse defendeu que a actual crise política e económica que o país atravessa pode ser assumida como “uma oportunidade para a melhoria, crescimento e inovação e até para uma mudança de paradigma da nossa forma de estar e de actuar”. Juntando a actual conjuntura do país à crise do sector farmacêutico, a presidente da SRC considera que este é o momento ideal para aumentar as áreas de actuação do farmacêutico, colocando-o onde antes nunca tinha estado e criando novas oportunidades – “Há que sair fora da caixa. Acho que o farmacêutico tem de estar onde estiver um doente. Pode e deve ser na farmácia comunitária, mas não só. Eu não sei quais são as soluções. Sei, e estou completamente convencida, de que a sociedade precisa do farmacêutico. Penso que temos de fazer uma análise de mercado,


“ ver o que é que a sociedade precisa neste momento, quais são as suas necessidades. E depois vermos a partir das nossas competências o que é que podemos fazer e que outras competências precisamos de adquirir para desempenhar a nossa actividade de cuidados farmacêuticos. Sem fronteiras, sem barreiras, onde quer que hajam doentes. Eu, enquanto dirigente da OF, defendo a actividade do farmacêutico em todas as áreas que estejam em consonância com aquilo que é o acto farmacêutico.” Falando como exemplo na nova norma do “triângulo preto invertido”, aplicada aos medicamentos sujeitos a monitorização adicional – “É uma lista infindável de medicamentos que implica que os doentes irão passar a poder notificar reacções adversas. As pessoas não têm noção do que é uma reacção adversa, nem do que vão notificar. É necessário fazer o acompanhamento desses doentes e a monitorização da terapêutica porque, no limite, o Infarmed vai ser inundado com reacções adversas que, na realidade, não o são. Cada vez mais, principalmente a nível hospitalar, vamos ter fármacos mais complexos, cada vez com mais riscos. Não podemos, enquanto sistema de saúde, negar

a terapêutica aos doentes. Mas também Em Março deste ano surgiu a oportunidade temos de ter critérios do seu uso racional e de a SRC integrar o consórcio do Ageing @ optimizado." Coimbra – Região Europeia de Referência, iniciativa europeia que promove o Quanto aos cuidados farmacêuticos defende envelhecimento activo e saudável, que vai que a gestão efectiva da terapêutica eleger zonas de excelência para tal, “Coimbra farmacólogica requer uma equipa de candidatou-se e nós, enquanto SRC, cuidados de saúde dedicada” – “A World aderimos, com a perspectiva de inserirmos o Medical Association tem uma declaração de farmacêutico também nos cuidados aos 1999, que foi ratificada em 2010, onde define idosos. Vamos ter um grupo líder a nível quais as competências tanto do médico como europeu para a adesão à terapêutica, com do farmacêutico no que toca à gestão da sede em Coimbra. Também haverão grupos farmacoterapia do doente e a conclusão a para a prevenção de quedas, que chegam é que o trabalho em equipa acompanhamento de doentes acamados em potencia os ganhos em saúde. Esto é apenas casa, detecção precoce da demência, entre um exemplo, para não falar da OMS/WHO, outros. Temos tido reuniões com esses grupos dos EUA ou da Austrália, entre outros. todos. Ao integrarmos este projecto estamos O trabalho de equipa sempre foi um a tentar gerar a necessidade de vir a potenciador, porque são diferentes contratar farmacêuticos para esta área.” perspectivas sobre o mesmo problema, que é o problema de saúde do doente. Com No que toca à intervenção da Ordem dos formações de base diferentes e perspectivas Farmacêuticos – “Fazendo um balanço deste diferentes há toda a vantagem em que, ano já surgiram oportunidades de quando reunidas, possa dali sair mais do que intervenção. A direcção nacional tem sido a soma dos trabalhos isolados. bastante interventiva, apesar de isso não E mesmo a nível comunitário há experiências. passar muito cá para fora. Já tivemos quase Em Évora, por exemplo, havia um mestrado vinte reuniões a nível político – várias com o em Cuidados Farmacêuticos e houve ministro da saúde, com secretários de estado experiências de colegas que foram trabalhar da área da saúde e da economia, com todas para centros de saúde e que ainda lá estão, as comissões parlamentares, com o próprio em acompanhamento farmacoterapêutico.” presidente da República. Para evidenciarmos a actividade do farmacêutico no sistema de


“ saúde e a hipótese desta ser paga por acto farmacêutico. Temos tido uma actuação grande a esse nível e tem sido muito interessante e gratificante. A alteração aos estatutos que propusemos, caso seja aceite, vai ser excelente, já que vamos conseguir alargar o acto farmacêutico aos cuidados farmacêuticos e à consulta farmacêutica, abrindo assim o leque da intervenção farmacêutica.” Quanto às possíveis consequências que possam advir da baixa da média de entrada em todos os cursos de MICF em Portugal, tem uma “leitura diferente do que são e do valor que têm as médias para o futuro de um profissional” – “Começou com a ideia de que as pessoas que tivessem melhores notas eram aquelas que teriam mais competências. Acho que as competências têm a ver, cada vez mais, com a vocação. Até acho que as notas, ao serem mais baixas, vão dar oportunidade a pessoas que realmente querem entrar em Ciências Farmacêuticas. Não tenho nada que me diga que, pelo facto de baixarem as notas, vou ter melhores ou

piores profissionais.” Considera que os estudantes de Ciências Farmacêuticas podem contribuir para a resolução dos problemas que afectam actualmente o sector e que são parte integrante da solução – “Temos todos de ter espírito crítico, não nos acomodarmos com nada, não tomarmos nada por certo. Se os modelos convencionais estão esgotados agora é necessário que se criem novas oportunidades no âmbito das competências vertidas no acto farmacêutico. Desde que não estejamos dentro de um quadrado a pensar sempre da mesma maneira. Cada elo é extremamente importante e cada pessoa tem uma visão e ideia diferentes. Todos temos alguma coisa a dizer, para fazer, todos temos experiências e maneiras de pensar diferentes. Uma das coisas que quero, tentei mas ainda não consegui passar, é exactamente essa – estamos aqui na OF abertos a toda a gente que queira vir ter connosco para discutir soluções para os problemas que enfrentamos."

Quer conseguir a aproximação dos farmacêuticos, dos estudantes, dos professores, dos doentes à OF – “A Ordem é o sítio onde nos podemos reunir e tem de estar aberto a tudo quanto seja do âmbito das suas competências. É nossa responsabilidade, neste momento, que a Farmácia continue ou acabe. Pelo caminho que levamos, se não fizermos nada, a Farmácia deixa de ser necessária. Venho a dizer isto há muitos anos. E agora estamos a chegar a limites: farmácias a fechar, a maior parte das pessoas desempregadas e os jovens com muita dificuldade em arranjar empregos. Neste momento temos nove Faculdades de Farmácia, será que precisamos de todas? Temos de ver o mercado mais uma vez. Exportar farmacêuticos é estar a investir e não tirar lucro. Se eles nos querem lá foram é porque acham que somos competentes. Por que é que não actuamos cá dentro? Temos de saber demonstrar que somos precisos. Mas para demonstrar temos de fazer alguma coisa de maneira consistente e sistematizada, para provar que é relevante.”


ou uma estudante da FFUC que decidiu aventurar-se a estudar um ano fora, ao abrigo do programa Erasmus. Escolhi Bologna como destino. Bologna, tal como Coimbra, é uma cidade universitária que, apesar de não ter o mesmo nível de tradição, se torna numa cidade fascinante, por ser uma das que recebe mais estudantes de Erasmus. Actualmente existem duas associações de estudantes de Erasmus em Bologna, a ESN (Erasmus Student Network) e a ESEG, responsáveis pela organização de diversas actividades como: viagens por Itália, tardes desportivas, festas temáticas, entre outras. Itália é um país espectacular, tendo já tido oportunidade de visitar vários sítios como San Marino, Rimini, Sirmione, Verona ou Florença, tendo adorado as paisagens, os monumentos, a história por trás de cada casa e igreja, a gastronomia. Tenho que referir que é muito fácil e é acessível deslocarmo-nos de comboio em Itália. Outro aspecto que me agrada é o facto de o meio de transporte de eleição ser a bicicleta, por ser um meio de transporte limpo e rápido. Participei também noutras actividades organizadas pelas associações como um curso de salsa e de kizomba durante dois meses, costumo jogar voleibol aos sábados, fui a várias festas, entre as quais a de Halloween. Quanto à vida nocturna de Bologna, penso que é a cidade ideal para se sair à noite,

porque todos os dias há alguma festa de Erasmus, quer seja num bar ou numa discoteca. E parece-me ser uma cidade segura. Antes de sair à noite as pessoas têm o hábito de se reunirem em bares para o “aperitivi”, um menu que te permite comer e beber o que quiseres. Depois os estudantes costumam reunir-se na Piazza Verdì para conversar e conhecer pessoas novas, visto que é uma zona mais central. Infelizmente aqui a noite acaba mais cedo, os italianos costumam ir para casa às duas da manhã e a maioria das discotecas fecham às quatro da manhã. Mas como a população estudantil é maioritariamente espanhola, a festa prolonga-se até de manhã, de novo na Piazza Verdì. O ambiente é muito bom, todas as pessoas fazem um esforço por falar outras línguas e quando não é possível recorre-se ao inglês. Antes de vir para Itália preparei-me através de um curso online e-local e estudei um livro de “Italiano em 30 dias”. Durante a primeira semana foi complicado porque vim para Bologna e fiquei alojada num hostel em quarto partilhado, com o objectivo de encontrar casa no prazo de uma semana. Esta procura de casa foi muito cansativa e tornava-se muito difícil marcar visitas, tendo que falar ao telefone em italiano. Contudo consegui e a partir de Outubro comecei a frequentar um curso de italiano gratuito que dura dois meses, oferecido pela Unibo (Universidade de Bologna) a estudantes

internacionais. Até agora estou a gostar da Universidade e penso que a língua não vai constituir uma barreira à compreensão das aulas. Em relação às diferenças entre a FFUC e a Unibo, estas residem no plano de estudos. Na FFUC o plano é muito mais extenso, ou seja, anualmente temos o dobro das unidades curriculares dos estudantes da Unibo. Em termos de avaliações não é como na FFUC em que é publicada uma época de exames, aqui os professores vão marcando os exames ou frequências à medida que conseguem e alguns exames são orais. Tenho também que confessar que não tive equivalências a todas as unidades curriculares correspondentes a um ano lectivo mas é um risco que cada um tem que ponderar. Quanto às condições, as instalações são boas. Contudo, não existem cantinas convencionais e, para colmatar esta falha, existem salas com microondas acessíveis a todos os estudantes. Em suma, estou a adorar a cidade, o intercâmbio cultural, a língua e quero aproveitar ao máximo. Penso que qualquer pessoa que esteja a pensar fazer Erasmus ou Erasmus Placement não deve hesitar, porque só pode ganhar com esta experiência, quer a nível profissional quer pessoal.


A nossa faculdade recebe, todos os anos, estudantes de outros países da Europa ao abrigo do Programa Erasmus, como é o caso do Víctor, do Ángel e do Antonio. O Víctor é um estudante do 4.º ano de Ciências Farmacêuticas da Universidad de Granada, Espanha. O Angel, também espanhol, está no 4.º ano de Ciências Farmacêuticas da Universidad Miguel Hernández de Elche, Campus de Sant Joan d’Alacant. O Antonio é um estudante do 5.º ano de Ciências Farmacêuticas da Università degli Studi di Palermo, Itália.

Todos dizem que Coimbra é muito bonita e é a cidade dos estudantes. Além de ser um local perto, é conhecida por ter boas pessoas e estar sempre em festa.

A cidade é melhor do que pensávamos, pois pensávamos que era mais velha, mais conservadora, menos acolhedora. Só achamos que tem muitas subidas.

Porque escolheram Coimbra para

O que acham da cidade?

Os papéis da residência, a burocracia… O idioma é um pouco difícil, é complicado perceber como escrever e ouvir, ler é

Quais são as maiores dificuldades

Porque é uma cidade conhecida e tem Quanto à cidade, não podes No primeiro dia não percebi nada das uma das mais antigas universidades do compreender Coimbra sem a viver. Tens aulas, queria voltar a Itália. Os Erasmus mundo. E por todo o fascínio que ela que a ver e caminhar pelas ruas, falar estavam num grupo fechado, sem se exerce. com as pessoas. No mundo não há integrar. Mas agora já conheço mais cidade como esta, especialmente quanto pessoas e a cada dia aprendo novas ao espírito de estudante que tem! Na palavras. Latada vi as maiores loucuras, mas toda a gente me diz que a Queima é muito pior… A: A minha faculdade é nova como esta. É mais sério, não podes faltar a nenhuma aula senão não podes ir a exame. Em termos de festas, só temos a Festa da Primavera num recinto fechado. Fazemos viagem de finalistas no 3.º ano e 5.º ano. Não temos traje académico. Em termos de comida, não se come a salada com o prato principal e não se come sopa todos os dias. V: Em Granada, as notas vão até 10 valores e as de resposta de desenvolvimento são páginas e páginas. Em termos académicos temos a Copea, também num recinto fechado. Nós só fazemos viagem no 5.º ano, e no 3.º temos uma cerimónia. Quem quiser ir de Erasmus para Espanha, aconselhamos a ir para Barcelona ou Valência. Os estudantes não podem melhor muita coisa, o programa em si é que tem de sofrer alterações, principalmente, na quantidade de papelada que é preciso preencher.

Que diferenças notaram, em termos de faculdade e cultura? Em Palermo a universidade é velha e sem

Quais os conselhos que podem equipamentos novos. Aprendíamos tudo pelos dar a quem está interessado livros e sem muita prática. Não há vida académica, não temos traje nem praxe e a universidade é vista em participar no programa

Quando chegarem à cidade nova, não O que podemos fazer para aluguem uma casa com pessoas da melhorar o acolhimento aos mesma nacionalidade para terem a estudantes de Erasmus? oportunidade de poderem melhorar a Não há muita coisa, mas, por língua aí falada. Também não podem exemplo, fazer exames de escolha ter medo de novas experiências e têm de manter uma mentalidade aberta. múltipla.

como se fosse a escola. Há uma certa rivalidade entre os estudantes, sente-se competição e não há entreajuda, contrariamente aqui que há apontamentos, por exemplo. Tinha também a impressão de que em Portugal a mentalidade seria muito mais retrógrada e conservadora do que na realidade é. E cá há sempre coisas para fazer. Em Itália chegamos a casa à meia-noite e cá é quando saímos de casa.


Um café com uma filosofia carismática, de hábitos e rituais ímpares, onde se pode calmamente ler um livro, conversar, assistir à apresentação de contadores de histórias, de lançamentos de livros, ouvir um bom fado ao vivo e relaxar, deslocando-nos para um ambiente de renascença, abrilhantando-nos culturalmente através dos seus vitrais magnificentes. Este luxuoso café-restaurante preserva a sua arquitectura e multiculturalidade. Praça 8 de Maio

Um espaço distinto que conjuga cultura e lazer, debruçando-se sobre a imponente paisagem coimbrã. Na Galeria são realizadas mensalmente exposições que podem abranger diversas manifestações artísticas e são organizados também cursos artísticos, mostras de vídeo ou de cinema, teatro, dança e música ao vivo. No Inverno, há uma salamandra que torna o ambiente confortável e acolhedor, completando-se com música variada. Os vegetarianos têm a possibilidade de pedir um “bio-lanche”.

Situado no emblemático Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), é um espaço singular, com uma esplanada sobre a Praça da República. Oferece uma variedade de propostas gastronómicas e, em dias de espectáculo, este pode ser o ponto de encontro para uma refeição ligeira ou para uma bebida. Pode ser ainda palco para pequenas tertúlias, conferências ou lançamento de livros e, ainda, um cenário único para a realização de jantares ou cocktails. Oferece Wi-Fi grátis. Praça da República Diariamente entre as 9h e a 1h

É o espaço indicado para qualquer cidadão de Coimbra, mas sobretudo para estudantes e investigadores pela harmonia que o envolve e diversidade de espaços úteis para os mais variados eventos. Tem acesso gratuito e ilimitado a Wi-Fi, assim como restaurante e bar. Possui salas para encontros de grupo, reuniões de trabalho, acções de formação, aulas, conferências e congressos. Tem vista para o Jardim Botânico e ao Rio Mondego. Couraça de Lisboa, 30 (Pólo I) Segunda a sexta: 9h às 23h; Sábado: 9h às 18h


Festa das Latas e Imposição de Insígnias já lá vai, mas perduram as memórias e os momentos passados na companhia daqueles que a viveram. A semana de recepção aos caloiros começou na noite de quarta-feira (Serenata) ao som da “Canção das Lágrimas”, cantada por Willy Oliveira, que assim prestigiou os estudantes da Faculdade de Farmácia. Depois de uma hora à frente da Sé Nova, muitos dos caloiros acompanharam os padrinhos até ao Átrio das Químicas, onde a noite se prolongou até ao raiar do dia. Avizinhava -se uma longa semana, repleta de tradição e farra. Na noite seguinte, e já na Praça da Canção, assistimos ao Sarau Académico onde brilharam os grupos académicos de Coimbra, incluindo a Imperial TAFFUC que representou a nossa faculdade ao som de músicas como “Memórias” ou

“Caloiro Imperial”. Já no sábado, a nossa Faculdade voltou a estar representada, desta vez com a actuação da Phartu na. Para contentamento de tantos espectadores que, para além das tunas, tinham sempre “uns copitos ligeiros” para aquecer a alma junto à barraca do NEF/ AAC, ponto de encontro de todos os estudantes de Farmácia. Na manhã de terça-feira, 22 de Outubro, faziam-se os últimos preparativos para o Cortejo, incluindo os fatos dos caloiros e finalistas. Enquanto isso, os próximos fitados deslocaram-se ao Pátio das Escolas para participar na cerimónia da Imposição de Insígnias. Os últimos retoques foram dados à tarde, enquanto os padrinhos iam preparando os caloiros para um cortejo que ficará para sempre nas suas memórias. Entre FFUCtralhas, FFUCball Team, mimos e tantos outros

dava-se ínicio ao cortejo, onde houve sempre tempo para os caloiros morderem o nabo, tirarem uma fotografia e arranjarem alguns trocados para pagarem o jantar aos padrinhos. Ao chegar ao Mondego os caloiros foram baptizados ou por um penico ou por um valente mergulho nas águas tépidas, que acolhiam também os nabos já há muito trincados. O primeiro cortejo para uns, o último para outros! Foi assim que os finalistas, vestidos outra vez de caloiros, reviveram os momentos de uma vida coimbrã que agora está prestes a terminar. No último dia da Latada, quando a noite já ia longa, os estudantes juntaram-se em torno da barraca do seu núcleo e, abraçados, ouviram com emoção a famosa Balada de Despedida do 5.º ano jurídico de 88/89.


Phartuna - Tuna de Farmácia de Coimbra foi fundada em Janeiro de 1996, na antiga Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, situada no Palácio dos Melos, por um grupo de estudantes com uma enorme paixão pela cultura e tradição coimbrã. Nascia então a primeira Tuna Mista de Faculdade da Universidade de Coimbra. Com essa forte responsabilidade, foi criado um reportório, com base na música portuguesa, e principalmente a coimbrã, que muito marca qualquer estudante desta grande Universidade. Tendo como objectivos a difusão da tradição coimbrã e integração dos elementos na cidade de Coimbra, bem como prezando o respeito, espírito de união e trabalho de equipa, a Phartuna é hoje uma das imagens da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. A Phartuna orgulha-se de, anualmente e durante três anos consecutivos, ter organizado o seu Encontro de Tunas Mistas, intitulado de “Quando a Noite Chega”, que já contou com a participação de tunas mistas

vindas de Norte a Sul de Portugal, nomeadamente do Porto, Lisboa, Portalegre, Leiria, Seia e claro, tunas vizinhas que partilham connosco a sua origem coimbrã! O desejo de o fazer já crescia dentro de todos nós, mas foi só este ano que nos deparámos com a possibilidade de realizar um sonho: o de organizar um Festival de Tunas Mistas de Coimbra. Nesta crucial fase de existência, a Phartuna deposita nos seus elementos a confiança e motivação necessárias para que este projeto seja levado a bom porto. Será já em finais de Março de 2014 que poderão assistir a este tão aguardado espectáculo! Tendo já participado em alguns festivais por esse Portugal fora, é grande a vontade de trazer mais prémios para casa. Contamos actualmente com prémios como o de Tuna Mais Tuna, Melhor Pandeireta e Melhor Passa-Calhas, conquistados em Portugal continental e ilhas. Cientes do curto currículo festivaleiro, preparamos agora a nossa participação no “IV Noites de Bruma” na Ilha da Terceira, Açores. Participámos também

em diversos encontros de tunas mistas, onde fizemos grandes tunas-amigas com as quais ainda hoje estabelecemos contacto. Para além de encontros e festivais, a Phartuna participa em diversas actuações ao longo do ano, tais como em casamentos, festas em pequenas freguesias, diversas arruadas e ainda actuações de cariz solidário. Anualmente, os nossos elementos contam ainda com o ‘”Retiro Espiritual da Phartuna” e com os épicos “Peddys-Tuna”, bem como com os míticos jantares “Phartuna & Friends”, onde prezamos o convívio, alegria e companheirismo! Actualmente situamo-nos no Pólo III da Universidade de Coimbra, no Edifício Central junto à sala do NEF/AAC. Para todos os que quiserem fazer parte da nossa história, venham conhecer-nos às segundas e terçasfeiras pelas 21h30. Diversão e boa companhia não vão faltar! Sérgio Vaz — Presidente


A Imperial TAFFUC e as suas guias no XVI Feituna - Festival de Tunas de Santa Maria da Feira (2013) m tempos já (não) muito longínquos, no mês de Julho de 2007 D.C., nasce a Imperial Tuna Académica da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (Imperial TAFFUC). A concepção nasce por parte de um grupo de amigos apreciador de música e da vida académica, que partilhavam a vontade de ver uma Tuna Masculina de Farmácia a representar a sua casa mãe, a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC). Fazer parte da Imperial TAFFUC é abrir todo um novo mundo dentro do grande mundo que já é Coimbra. É aliar o gosto pela música ao companheirismo, é o bater forte do peito antes de pisar o palco, a festa como só nós fazemos assim que dele saímos. É poder ter o privilégio de andar por todo o país (e quem sabe um dia o Mundo), a espalhar aquilo que tanto amamos, a nossa FFUC e a nossa eterna cidade. É também o trabalho, a responsabilidade e a dedicação, que tanto acabam por valer a pena nos derradeiros momentos. Por entre actuações e festivais, onde fomos

conquistando prémios, (prémios como Melhor Pandeireta, Melhor Solista, Melhor Passa-Calles, Melhor Serenata, Melhor Original, Melhor Instrumental, Tuna Mais Tuna e Melhor Tuna), visitámos já bastantes locais deste nosso Portugal e não só, contando já com uma internacionalização, quando fomos convidados para actuar e participar no Torneio Internacional de Futsal de Faculdades de Farmácia 2009, realizado em Sevilha, em representação da FFUC e de Portugal. Recentemente, tivemos também a nossa estreia na realização de um festival comemorativo do nosso V aniversário, onde pudemos contar com tunas de enorme qualidade como a TAFDUP – Tuna Académica da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, Tuna-UM’s – Tuna Médica da UBI, Tuna Bruna – Tuna Universitária da Figueira da Foz, e, claro, a nossa Tuna Madrinha, a TFMUC – Tuna Feminina de Medicina da Universidade de Coimbra. Depois de muito trabalho árduo por parte de todos, sentimos que foram criadas memórias que para sempre ficarão

connosco. Tendo como inspiração a nossa bela cidade, o apoio de todos aqueles que nos acompanham e com um lugar muito especial todos aqueles que fizeram parte de nós e que criam em conjunto um ainda curto, mas poderoso legado, procuramos sempre ter os olhos postos no futuro, e evoluir tanto a nível musical como de espírito, para que possamos sempre ser um motivo de orgulho como representantes da Faculdade de Farmácia da UC e de Coimbra. Para todos os estudantes que se queiram juntar a nós, aqui lançamos o convite! Encontrem-nos às quartas e quintas-feiras, no Pólo III, pelas 21h30! E para a Imperial TAFFUC não vai nada, nada, nada? TUDO!!! P’la Imperial TAFFUC, João Figueiredo – Secretário Octavian Tuca – Presidente


No sentido dos ponteiros do relógio: IV Liga NEF - Torneio de Fustal Masculino 7 a 30 Outubro, Pavilhão dos Olivais Pelouro do Desporto Concerto Solidário integrado na Semana Solidária, com a presença da Imperial TAFFUC, Quantunna e Os Quatro e Meia 29 de Outubro, The Rock Planet Pelouro da Intervenção Cívica e Promoção para a Saúde Visita à Acreditar integrada na Semana Solidária 30 de Outubro, Hospital Pediátrico de Coimbra Pelouro da Intervenção Cívica e Promoção para a Saúde Palestra “Farmacêutico: Uma outra visão”, pelo Dr. Pedro Borrego 14 de Outubro, FFUC Pelouro dos Estágios e Saídas Profissionais Dia Desportivo: Sensibilização para a prevenção do cancro, rastreios de hipertensão arterial e diabetes, aulas de dança jazz e dance fusion e actividades infantis 22 de Setembro, Parque Verde do Mondego Pelouro da Intervenção Cívica e Promoção para a Saúde


No sentido dos ponteiros do relógio: Visita ao Paço das Escolas 5 de Novembro, Alta Universitária Pelouro das Relações Internas e Externas Sessão Solene de Abertura da Semana Cultural do NEF/AAC, com a presença da Prof. Doutora Clara Almeida Santos, Vice-Reitora da UC. A Semana Cultural contou com música, teatro, cinema, ilusionismo e dança contemporânea 4 a 7 de Novembro, FFUC Pelouro da Cultura VII Congresso Científico do NEF/AAC “Fronteiras da Biotecnologia” 21 e 22 de Novembro, FFUC Pelouro da Formação

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Workshop “Homeopatia: Um desafio e uma oportunidade de uma terapêutica com futuro”, com a Dr.ª Ana Cristina Pombo 5 de Novembro, FFUC Pelouro da Formação III Open Pharma 3 de Novembro, Estádio Universitário Pelouro do Desporto


é o mais recente agrupamento musical na FFUC. Teve o seu primeiro ensaio no passado dia 3 de Outubro. Com um nome que dispensa explicações, o FFUCoral surgiu com o objectivo de proporcionar aos estudantes da FFUC uma possibilidade de fazer música coral em representação da Faculdade de Farmácia. Assim, vê-se diversificado o género musical praticado na Faculdade, não só por se tratar de um tipo de agrupamento diferente dos já existentes, nomeadamente, a Imperial TAFFUC e a Phartuna, mas também por procurarmos abranger diversos estilos e formas musicais, entre os quais a música de cariz mais popular, música dos anos 70, 80, actual, erudita, aceitando sempre sugestões para adições ao repertório! Deste modo, pretendemos que mais pessoas se sintam atraídas pela música coral e pela incrível sensação de fazer música, contribuindo, assim, para reduzir a ideia de que um coro é só para cantores profissionalizados. Para que o FFUCoral se torne cada vez mais representativo da Faculdade de Farmácia, lançamos aqui o convite a quem se queira juntar ou assistir a algum ensaio, às segundas e quintas pelas 18h na sala já partilhada pelas tunas, junto ao NEF/AAC.

Vem conhecer-nos! João Henriques

é uma Júnior Iniciativa sediada na FFUC, caracterizando-se por ser “uma associação sem fins lucrativos, não política e não religiosa, constituída por estudantes universitários”. O objectivo é “colocar em prática os conhecimentos e competências adquiridos ao longo da formação académica dos diversos estudantes” e tem como mote o “learning by doing”. [baseado em: http://jadeportugal.com/sobre/conceito-de-juniorempresa/] Este projeto tem como missão fortalecer o elo de ligação entre a comunidade estudantil e o actual panorama farmacêutico, estabelecendo um novo paradigma que assenta no ideal de empreendedorismo e ambiciona explorar um sector ainda pouco valorizado, elevando o seu prestígio e influência na realidade actual. Os objectivos traçados englobam uma actuação no marketing aplicado às farmácias comunitárias, acções de promoção de saúde e acompanhamento farmacoterapêutico. Enquanto aliada da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, a Juni|Pharma concentra esforços no sentido de ser uma referência no ramo farmacêutico e reconhecida como uma Júnior Empresa forte e de qualidade. É ainda um projecto bastante recente e, por isso, está ainda imaturo e em fase de crescimento e desenvolvimento. Já tem, no entanto, alguns projectos delineados que serão dados a conhecer a toda a comunidade estudantil da FFUC em momento oportuno. Por ser a Júnior Empresa da Faculdade de Farmácia da UC e porque a representa, qualquer estudante que pretenda coloborar connosco poderá fazê-lo, sempre que o desejar. Para tal temos o email: junipharma13@gmail.com. Podes também visitar-nos na nossa página de Facebook, www.facebook.com/JuniPharma, e acompanhar as nossas novidades. Carina Gomes Vice-Presidente da Juni|Pharma


is que chegamos ao vértice mais descendente que a Licenciatura em Ciências Farmacêuticas já viu. Ups… O Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas já viu! Descendente no que toca não só às médias dos colocados como ao número de candidatos que procuraram o MICF para o ano 2013. Será talvez precoce dizer que o curso já não interessa aos estudantes. No entanto, verificamos este ano que em média, e em comparação ao ano de 2012, apenas metade dos estudantes procurou o MICF e efectivamente colocaram no seu boletim de candidatura uma Instituição de Ensino que ministre o MICF. São dados que nos devem preocupar não só por orgulho enquanto “família farmacêutica”, mas também porque é um grave indicador do que o MICF está a passar. Em 1997, as vagas totais para se estudar Ciências Farmacêuticas em Portugal rondavam as 400, sendo que hoje rondam as 820 sem nunca fazer as contas a instituições privadas ministrantes do MICF, sem mudança de curso, transferências e outros mecanismos de entrada no MICF. Assustador não?! Não será estranho dizer que em Portugal, para 10 milhões de habitantes temos 9 escolas de farmácia que nem em termos geográficos fazem grande sentido? Dizer que existem farmacêuticos a mais é

errado. Nunca poderão existir farmacêuticos a mais, pelo menos enquanto estiverem tão mal aproveitados. O farmacêutico é um agente de saúde que pode e deve estar ao serviço da população. Neste momento existem farmacêuticos comunitários que prestam à comunidade, gratuitamente, um serviço de valor inestimável de ganhos em saúde. Mas não chega. É urgente que se integrem nos serviços hospitalares mais farmacêuticos, que a carreira farmacêutica seja uma realidade para que estes profissionais de saúde estejam verdadeiramente ao dispor do Serviço Nacional de Saúde. Desemprego – condição que o recémgraduado do MICF nunca conheceu mas que hoje, para incredulidade das faculdades, existe. Degradação salarial – além da questão ética, é necessário compreender-se que estamos a considerar profissionais de saúde altamente qualificados que estão a submeter-se a salários insultuosos e completamente à parte da tabela salarial. Será importante dizer que para isto não contribui apenas a agressão que o sector das farmácias está a passar. Além de despropositado, é um verdadeiro assalto a micro e pequenas empresas que, durante muitos e bons anos, contribuíram para o desenvolvimento regional do local onde se encontram inseridas assim como geradores brutais de receitas para o Estado em impostos. Isto, e óbvio está, sem contar com o contributo que deixaram na saúde das populações. Será que todos esquecemos as campanhas de prevenção que foram levadas a cabo por farmacêuticos e farmácias que

durante anos libertaram os portugueses de condições clínicas altamente comprometedoras?! Não será mentira também referir que no Memorando de Entendimento assinado com a Troika, a meta da despesa com medicamentos em meio ambulatório já foi atingida há muito, e neste momento está largamente ultrapassada – enquanto que em meio hospitalar o Estado não só não racionaliza como aumenta a despesa percentualmente todos os anos. Chega! Basta. Os estudantes têm que definir uma posição. Posição essa que não deverá – pelo menos por agora – passar pela rua. Existem locais e instituições nas quais os estudantes podem ainda fazer uma grande diferença no que toca à “audição” das suas propostas. Os núcleos e as associações de estudantes que representam os estudantes do MICF são os principais interlocutores de toda esta situação. Não basta apenas dar formação, cultura e desporto aos seus associados. É importante que continuem com a sua postura proactiva no que toca à representação dos seus. Acredite-se numa máxima: o progresso não se constrói a favor da corrente. É fulcral que todos os núcleos/associações possam estar presentes e em conjunto possam tomar posições mais fortes, mais informadas, mais coesas e mais efectivas. A Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia está hoje mais presente que nunca. É com a postura inerente à condição de estudante que deveremos sempre contar: irreverência. Juntos somos mais fortes ontem, hoje e amanhã. Estamos à espera de quê?

Tomada de posse dos órgãos sociais da APEF para o mandato de 2013/2014 Sede social da APEF, na Secção Regional do Porto da Ordem dos Farmacêuticos

Formação Sifarma 2000 (Exclusivo para alunos do 5.º ano do MICF) (Formação) FFUC e sede da ANF em Coimbra

Candidatura SEP 2014: Mostrar os certificados aos responsáveis pela pré-selecção (Relações Internacionais) Ponto NEF 10:00 - 17:00

Jantar de Gala de Natal do NEF/AAC (Cultura) Restaurante Universitário Luzio Vaz (Cantinas do Pólo das Ciências da Saúde) 20:00



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