17ª Edição

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N.º

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NEF/AAC 2016-2017

A despedida de um mandato de novidade e inovação

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Entrevista à Professora Doutora Teresa Rosete pág. 05

Sara Domingues: "Os meios e as ferramentas de evolução deveriam ser justos e equitativos (...)". pág. 08

Galeria do I Honoris Pharma - Gala do NEF/AAC pág. 10

Esclarecimento de dúvidas quanto aos Estágios de Verão pág. 16

Voluntários por um Sorriso, um projeto de voluntariado no Hospital Pediátrico pág. 25

Ana Paula Martins

“(...) é também necessária uma visão integrada para o sistema de saúde que consagre o impacto da intervenção farmacêutica (...)”

Jornal do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra - NEF/AAC


Ficha Técnica

Jornal O Pilão”

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) Faculdade de Farmácia Universidade de Coimbra Pólo das Ciências da Saúde Azinhaga de Santa Comba 3000-548 Coimbra www.nefaac.pt www.facebook.com/nefaacoimbra geral@nefaac.pt jornal@nefaac.pt

Direção João Dias

Direção Editorial

Carla Pereira e Tânia Baptista Carla Pereira e Tânia Baptista

Redação

André Ribeiro, Carla Pereira, Carolina Lopes, Cátia Almeida, Cristiana Fontes, Elisa Silva, Rita Dias, Rodrigo Dias Almeida e Tânia Baptista

Colaboraram nesta edição Rodrigo Sousa, Sara Nobre

Tiragem

250 exemplares Distribuição gratuita

Editorial Caros leitores,

Temos o enorme orgulho e previlégio de apresentar a 17ª Edição d’O Pilão! Pretendemos que os nossos leitores possam viajar por um universo de temas diversificados, informativos e inovadores nesta 17ª Edição. Começamos esta jornada com o Caloiro vs Finalista na personificação de Sara Nobre e Rodrigo Sousa. De seguida, dirigimo-nos microcospicamente à vida da Professora Doutora Sara Domingues, através do Perfil do Professor. Prosseguimos para a formação na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) com informação sobre os Mestrados Científicos de 2º ciclo, que esta mui nobre instituição tem a oferecer. Seguimos para a Professora Doutora Teresa Rosete que nos espera para explicar o desenvolvimento de um dos seus projetos n' A FFUC Investiga. Segue-se um dos mais aguardados eventos da FFUC, o I Honoris Pharma - Gala do NEF/AAC, com todo o seu esplendor e glamour. A próxima paragem é a última do mandato 2016/2017 do NEF/AAC, após um ano de "Inovação", vamos discutir os marcos conquistados pela direção do projeto liderado por João Dias. Continuando com representantes da comunidade farmacêutica, dirigimo-nos então à Ordem dos Farmacêuticos, à Doutora Ana Paula Martins, Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos. Com ela, vamos descobrir o que o futuro nos tem para oferecer, bem como alguns marcos a serem alcançados para a resolução dos diversos problemas da profissão. Mas antes de chegar a profissional tem de se passar por estágios, e porque não também estágios de verão? Fomos descobri-los e descodificá-los para esclarecer as dúvidas dos nossos leitores. Avançamos até à Bluepharma, onde Paulo Barradas Rebelo nos explica como uma pequena empresa sediada em Coimbra se tornou na grande instiuição que é hoje. Com isto, não poderia faltar o associativismo dos estudantes da FFUC, neste caso, com Rafael Duarte e Rodrigo Ribeiro, presentes em dois órgãos auxiliares na gestão da Universidade de Coimbra. Continuamos por este caminho até à Comissão Organizadora da Queima das Fitas 2017, com o Comissário da FFUC, João Pinheiro, que nos elucida sobre esta atividade ligada à maior festa da "Cidade dos Estudantes". É vez do tradicional Espaço Pedagógico, agora em jeito de crónica, sobre as caraterísticas necessárias para o mercado de trabalho, na área farmacêutica, do ponto de vista dos estudantes da FFUC. A próxima paragem é o voluntariado e desta vez fomos descobrir como é ser voluntário no Hospital Pediátrico de Coimbra, pela mão de Ana Bernardino. Não poderíamos terminar esta viagem sem pensar na nossa saúde, através do Espaço Saúde e Alimentação, com um especial ênfase nas doenças cardiovasculares e cancro. Virando a página seguimos para as mais recentes notícias da área da saúde. Por fim, o nosso Phartoon, dedicado a todos os terceiranistas de 2017. Terminando este mandato, termina também a nossa jornada. Levamos deste ano diversos ensinamentos e aprendizagens, que de outra forma não teríamos adquirido. Queremos agradecer à DNEF/AAC, aos nossos familiares e amigos, aos nossos patrocinadores e a todos os que ajudaram na realização deste projeto. No entanto, estamos em especial dívida com os nossos colaboradores, que tão arduamente trabalharam para que tudo isto fosse possível, aplicando muito suor e esforço em tudo aquilo que fizeram para elevar cada vez mais o estatuto e o nível d'O Pilão, tornando-o num jornal inovador, cultural, apelativo e repleto das mais recentes novidades, que sempre estamos orgulhosas de apresentar. Para sempre terão um lugar especial nos nossos corações! Resta-nos agradecer aos nossos leitores por nos acompanharem. Um obrigado a todos vós.

Apoio Instituicional

Ordem dos Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra

Patrocinadores

Plural - Cooperativa Farmacêutica, CRL ANF - Associação Nacional das Farmácias Edição redigida segundo o novo acordo ortográfico

Carla Pereira e Tânia Baptista Coordenadoras do pelouro Jornal O Pilão

Colaboradores do Jornal O Pilão O Pilão | nº 17 | Março2017


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Destaques Entrevista

Oferta Formativa

"(...) temos também apostado numa investigação mais disruptiva, nomeadamente com a Luzitin, com uma substância nova contra o cancro"

Quais os mestrados disponibilizados pela Faculdade, como realizar a candidatura e as dúvidas que poderão existir.

Paulo Barradas Rebelo

Mestrados Científicos da FFUC

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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Por | André Ribeiro O tema desta crónica para a 17ª Edição do Jornal “O Pilão” é “Início e fim da Vida Académica” por alunos da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. Iremos ler aqui a perspetiva da aluna do 1º ano MICF, Sara Nobre, sobre o início da sua vida Académica e o ponto de vista do aluno do 5º ano MICF, Rodrigo Sousa, sobre o término da vida Académica.

Caloira | Sara Nobre O meu berço foi Cantanhede, mas foi Coimbra que me viu nascer. Hoje, a cidade que me acolhe todas as semanas como nenhuma outra o poderia fazer é Coimbra, a tão merecidamente reconhecida como “a cidade dos estudantes”. Foram inúmeras as vezes que me tentaram seduzir com outras cidades, perguntavam-me “Mas porquê Coimbra?” e falavam-me de outras universidades como a de Lisboa, Porto ou Aveiro como possíveis escolhas: ou porque as condições seriam melhores, ou porque teriam mais prestígio, ou simplesmente porque sim. Mas digo bem alto para toda a gente ouvir e batendo com o pé no chão: “O meu pasto é Ciências Farmacêuticas na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra com muito orgulho!”. Tive a sorte de conseguir o que queria, e entrei na minha primeira opção. Por isso, e pelo esforço que fiz até ao 12º para estar aqui hoje, sinto que tenho o dever de continuar a aproveitar tudo o que a vida académica tem para me dar. Vivi os três primeiros meses como caloira num apartamento e em dezembro mudei para uma segunda

casa onde moro com três raparigas que, tal como eu, estudam no polo lll. Arriscar-me-ei a dizer que qualquer novo estudante espera encontrar uma casa que reúna todas as condições ideais para viver, afinal o que seria de nós, caloiros, sem uma casa onde nos sintamos confortáveis nesta mudança que muitos de nós tememos? Mas nem todos têm perspicácia (ou sorte!). A maioria está no mesmo barco. Barco esse que na descoberta de terra segura e firme, nem sempre toma o rumo certo e leva-nos, por vezes, a viver experiências desagradáveis que nos obrigam a tomar decisões difíceis, para que não tomemos como perdida a busca pelo tesouro que nos dê, acima de tudo, segurança. Ouvi de tudo até chegar a Coimbra como estudante oficial da FFUC. Sobre a praxe houve quem me quisesse convencer que não valeria a pena, mas também quem me dissesse que é a tradição que melhor me ajudaria a integrar e dar a conhecer não só os pontos turísticos da cidade como a sua própria essência. Hoje, posso dizer que não sou a caloira mais assídua à praxe, mas, assumo aqui, que sem ela nada teria sido, de todo, a mesma coisa. Os amigos e a família de praxe que tenho neste momento foram o que de melhor Coimbra, até hoje, me deu. Agora, o que mais anseio é “sentir” Coimbra de capa e batina!

Finalista | Rodrigo Sousa Definir a vida académica não é uma tarefa fácil, pois eu acho que ela engloba tudo aquilo que nós fazemos enquanto estudantes, seja ir às aulas, ou não, passar tardes no café a fingir que estudamos ou simplesmente a apreciar um fino e um pires de tremoços, até mesmo à pior altura do ano que são os exames, onde todo o stress que vivenciamos só nos faz querer saltar fora e perguntamo-nos porque tem de ser assim e que mal fizemos nós para merecermos tal fado. No entanto, são todos estes momentos que moldam aquilo que somos na Faculdade e que dizem também um pouco de nós à medida que percorremos a caminhada para o mercado profissional. Sem dúvida que aquilo que nos marca mais positivamente são todas as pessoas que passam por nós e que vivem connosco a vida académica, sejam eles amigos, colegas, professores, porque todos eles deixam

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um pouco deles próprios na nossa vida o que a torna, a meu ver, muito mais preenchida de momentos únicos, pelo que, a caminho do fim, e olhando para toda esta jornada, vejo que o mais difícil é vermos aqueles de quem mais gostamos irem embora sem termos a certeza se voltaremos a partilhar momentos com essas pessoas. Por isso sei que quando também eu me for embora, irei sentir imensas saudades daqueles que ficam, daqueles que irão embora comigo, e de todas as memórias que partilhei com todas essas pessoas, que fizeram com que a minha vida académica fosse repleta de histórias, de amigos que levo para a vida e de muitos ensinamentos que fizeram de mim aquilo que sou hoje. Para os caloiros, não há muito que possa dizer que eles a esta altura não consigam perceber já, afinal se escolheram Coimbra é porque sabiam que aqui era sem dúvida a cidade perfeita para ser estudante e para viver aqueles que são os melhores anos das nossas vidas, por isso o meu único conselho é para aproveitarem tudo o que esta cidade tem para vocês e que Coimbra vos dê ainda mais do que me deu a mim!

O Pilão | nº 17 | Março2017


Por | Carla Pereira e Rita Dias Maria Teresa Rosete, de vasto currículo profissional, passando por docente da Universidade de Coimbra, investigadora e fundadora de empresa, dá-nos a conhecer um pouco mais sobre este último tema, a Toxfinder.

Jornal "O Pilão" (OP): Antes de mais, muito obrigado por aceitar o nosso convite para a entrevista. A Toxfinder é uma empresa com uma ideia inovadora. Como ocorreu a ideia de começar uma empresa como esta? Maria Rosete (MR): A ideia surgiu durante o desenvolvimento do trabalho de doutoramento do Doutor Bruno Neves (2007-2010), cujo objetivo consistiu na identificação dos mecanismos celulares e moleculares seletivamente ativados por alergénios cutâneos em células dendríticas da pele. Posteriormente, os resultados obtidos foram utilizados no desenvolvimento de um teste in vitro com a capacidade de identificar compostos alergénicos cutâneos, teste este que tem vindo a ser otimizado. OP: Tendo em conta o objetivo da empresa, como chegaram ao caminho do desenvolvimento de testes in vitro para previsão da toxicidade? MR: A abordagem utilizada baseia-se na análise e integração de vários parâmetros em diferentes modelos celulares in vitro com o objetivo de criar protótipos preditivos de toxicidade humana fornecendo, simultaneamente, informações sobre os mecanismos de toxicidade de substâncias químicas ao nível celular. De enfatizar que as estratégias utilizadas se baseiam no novo paradigma da Toxicologia que perspetiva, para cada patologia, o estabelecimento dos adverse outcome pathways (AOPs), ferramentas que fornecem uma representação mecanística dos eventos cruciais que despoletam o desenvolvimento dessa patologia. Para este efeito utilizamos culturas de células dendríticas e sistemas de co-cultura imunocompetentes baseados em células dendríticas (DCs) e queratinócitos e ainda equivalentes cutâneos. OP: Tendo a União Europeia lançado novas legislações, incluindo a relacionada com experimentação animal, considerou-se a mesma uma mais valia para que este projeto ganhasse mais peso e valor?

te validados pela ECVAM (The European Union Reference Laboratory For Alternatives To Animal Testing) e ainda o Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem (GHS) que prevê a classificação de alergénios na categoria 1A (sensibilizadores fortes) ou categoria 1B (outros sensibilizadores da pele). Atualmente não existe ainda nenhum ensaio não animal validado pelas entidades científicas e reguladoras que permita categorizar os alergénios cutâneos de acordo com a sua potência, pelo que o teste que desenvolvemos constitui, atualmente, uma mais-valia. OP: Sabemos que a Toxfinder pretende a diminuição da experimentação animal. A nível do processo de toxicologia, em que pontos atua a Toxfinder? MR: Principalmente alergia cutânea e alergia respiratória. OP: Com o rumo e desenvolvimento científico atuais, qual a previsão e perspetivas para o futuro dos ensaios em animais? MR: Assiste-se, atualmente, a uma mudança do paradigma atual referente à realização de testes toxicológicos para as próximas décadas. Esta mudança de paradigma está bem enfatizada no relatório emitido pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos intitulado “Testes de toxicidade no século XXI: uma visão e uma estratégia”, em 2007, e que prevê a substituição total dos testes clássicos realizados em animais por testes in vitro realizados em linhas celulares, preferencialmente humanas, que se baseiem na identificação de vias intracelulares de toxicidade. De acordo com o cronograma deste relatório serão necessários 20 anos para se implementar uma substituição total dos testes tradicionais toxicológicos por ensaios alternativos in vitro/in chemico/in silico. OP: Mais uma vez, muito obrigado pela colaboração. Desejamos um grande sucesso à Toxfinder.

MR: O teste desenvolvido vem de encontro às exigências legislativas atuais da União Europeia, nomeadamente o regulamento cosmético, que proibiu desde Março de 2013 a utilização de animais para avaliação da segurança toxicológica dos seus ingredientes. A legislação REACH que obriga à utilização de testes não animais para fins toxicológicos desde que previamenNúcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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Por | André Ribeiro e Tânia Baptista A Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) disponibiliza um variado leque de cursos para complementar a formação de todos os estudantes. Na Oferta Formativa, desta edição, serão abordados os seis Mestrados Científicos de 2º Ciclo disponibilizados por esta instituição, bem como as condições de candidatura aos mesmos.

Candidatura

Prazos de candidatura:

Documentação Obrigatória: Carta de motivação Carga horária e programas das unidades curriculares já 1ª Fase: 15 de fevereiro a 31 de março de 2017 efetuadas no curso de origem (a) 2ª Fase: 1 de abril a 15 de julho de 2017 Certidão comprovativa da aprovação nas unidades curriculares realizadas, com as respetivas classificações (a) 3ª Fase: 24 de agosto a 5 de setembro de 2017 Certidão do curso superior de que é detentor com média Fase Extraordinária: 15 a 31 de outubro de 2017 final de conclusão (a) Curriculum vitae, em formato EuroPass Seriação: Fotocópia simples do documento de identificação 2/3 – Adequação do currículo académico, científico e (a)= exceção para cursos realizados na Universidade de Coprofissional imbra 1/3 - Classificação da habilitação de ingresso

Mestrados Análises Clínicas

Biotecnologia Farmacêutica

Duração: 4 semestres

Duração: 4 semestres

ETCS: 120.0 Nº de vagas: 25 Nº de unidades curriculares: 1º ano: 11 unidades curriculares 2º ano: 4 unidades curriculares e estágio anual

ETCS: 120.0 Nº de vagas: 25 Nº de unidades curriculares: 1º ano: 10 unidades curriculares

Sistema de aulas: De segunda a sexta durante o perío- 2º ano: Dissertação / Projeto Sistema de aulas: Sextas à tarde e Sábados de manhã do da tarde Propina: 1063.47€

e à tarde.

Saídas Profissionais:

Propina: 1250€

Laboratórios públicos e privados de análises clínicas;

Saídas Profissionais:

Laboratórios de controlo antidopagem;

Investigação fundamental e aplicada na área biomédica;

Laboratórios de análises toxicológicas;

Funções no desenvolvimento, produção e controlo de

Centros de diagnóstico terapêutico e monitorização de medicamentos biotecnológicos; Funções na área regulamentar de medicamentos de tecfármacos, Laboratórios de análises hidrológicas e bromatológicas; nologia avançada e de biotecnologia; Funções no armazenamento, dispensa e utilização na Laboratórios de controlo microbiológico; Instituições de verificação e gestão da qualidade;

prática clínica de produtos biotecnológicos e na imple-

Unidades de investigação e de desenvolvimento.

mentação de novas estratégias terapêuticas; Seleção, utilização e avaliação de novos métodos de diagnóstico molecular; Monitorização de ensaios clínicos de novos medicamentos e/ou estratégias terapêuticas resultantes de tecnologias avançadas.

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O Pilão | nº 17 | Março2017


Farmacologia Aplicada

Química Farmacêutica Industrial

Duração: 4 semestres

Duração: 4 semestres

ETCS: 120.0

ETCS: 120.0

Nº de vagas: 25

Nº de vagas: 25

Nº de unidades curriculares: 1º ano: 10 unidades curriculares

Nº de unidades curriculares: 1º ano: 12 unidades curriculares

2º ano: Dissertação / Projeto

2º ano: Dissertação / Projeto

Sistema de aulas: Sextas à tarde e Sábados de manhã Sistema de aulas: Sextas à tarde e Sábados de manhã e à tarde.

e à tarde.

Propina: 1250€

Propina: 1250€

Saídas Profissionais:

Saídas Profissionais:

Investigação científica nas diversas vertentes da farma- Integração em equipas multidisciplinares na área do cologia;

desenvolvimento de produtos (fármacos e biofárma-

Investigação no âmbito da descoberta de novos fárma- cos) e processos inovadores, como em indústrias químicos (ensaios pré-clínicos, ensaios clínicos).

co-farmacêuticas, farmacêuticas, centros de investigação, organismos regulamentares e outros.

Segurança Alimentar

Tecnologia do Medicamento

Duração: 4 semestres

Duração: 4 semestres

ETCS: 120.0

ETCS: 120.0

Nº de vagas: 25

Nº de vagas: 25

Nº de unidades curriculares: 1º ano: 10 unidades curriculares

Nº de unidades curriculares: 1º ano: 11 unidades curriculares 2º ano: Dissertação / Projeto

2º ano: Dissertação / Projeto Sistema de aulas: Sextas à tarde e Sábados de manhã e à tarde.

Sistema de aulas: Sextas à tarde e Sábados de manhã e à tarde. Propina: 1250€

Propina: 1250€

Saídas Profissionais:

Saídas Profissionais: Funções na garantia de qualidade e segurança na área aliementar, tais como na produção, transformação, conservação, distribuição, comercialização, inspeção, fiscalização, licenciamento e controlo de géneros ali-

Integração em equipas em departamentos de investigação e desenvolvimento de indústrias farmacêuticas, "project management" e "senior research" nas áreas da produção, transposição de escala e "design" de projetos.

mentícios.

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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Por | Elisa Silva

Nasceu na Marinha Grande e desde cedo tinha vontade de ensinar. Frequentou a Licenciatura em Ciências Farmacêuticas na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, mantendo-se por esta Universidade para realização de Mestrado e Doutoramento, sendo hoje Professora Auxiliar Convidada na FFUC. Sara Domingues é, nesta edição, quem destacamos. Breve Biografia

Nome Completo: Sara Margarida dos Santos Domingues. Naturalidade: Marinha Grande. Percurso Académico: Licenciada em Ciências Farmacêuticas (2006) pela FFUC; Mestrado em Biologia Celular na FCTUC (2009); Doutoramento em Microbiologia e Parasitologia (2013) na FFUC. Projetos de Investigação: Universidade de Tromsø, na Noruega, associados às teses de mestrado e doutoramento.

Jornal “ O Pilão” (OP): Em que fase do seu percurso decidiu que Microbiologia é a sua área de eleição? Sara Domingues (SD): Uma das Unidades Curriculares que mais gostei de frequentar durante o período da Licenciatura foi Microbiologia e Imunologia. Mais tarde, aquando do Mestrado em Biologia Celular, o projeto de investigação que realizei no âmbito da tese foi na área da Microbiologia e desde então permaneci sempre associada a esta área. OP: O que mais gosta no trabalho do seu dia a dia? SD: Considero que lecionar é uma tarefa muito recompensadora. Gosto bastante de dar aulas, sentir que contribuo para a promoção do conhecimento junto dos alunos, assim como para o desenvolvimento da sua capacidade de análise e espírito crítico. No que concerne à investigação, resolver um problema, estabelecer expectativas e obter (ou até mesmo superar) os resultados esperados é também muito gratificante, e justifica todos os momentos de dificuldade, pressão e desânimo que são necessários ultrapassar para conseguirmos atingir o nosso objetivo. OP: Qual o maior sonho da sua vida (a nível pessoal ou profissional)? SD: A nível profissional já realizei: ser professora da Faculdade de Farmácia. Sei que ainda tenho um longo percurso pela frente, e ainda muito para concretizar, mas quando se faz o que se gosta, o caminho fica mais fácil. A nível pessoal, gostava muito de ter a minha família o mais perto possível. Os meus pais vivem na Marinha Grande, que é relativamente perto, mas não o suficiente para estar com eles tanto quanto desejava, e a minha irmã está a viver na Alemanha. Com o passar dos anos, vamos percebendo que as nossas conquistas só fazem sentido junto daqueles que nos preenchem e tornam melhores.

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OP: Apesar de ter uma vida ocupada, como preenche o seu tempo livre? SD: Adoro ler, pelo que dedico bastante tempo livre à leitura. Também gosto de ver séries, especialmente policiais e de mistério. Quando vou à Marinha Grande, gosto de caminhar perto da praia, especialmente ao domingo de manhã, em dias de sol. OP: Destaque-nos um livro, uma banda e um filme que sejam os seus favoritos. SD: Como gosto muito de ler, tenho muitos livros preferidos. Tal como nas séries, gosto de ler livros policiais, de mistério e de investigação. Adorei ler a trilogia Millennium do sueco Stieg Larsson; infelizmente o autor não conseguiu escrever os dez livros que tinha planeado para esta saga. Atualmente, acompanho Camilla Läckberg e Lars Kepler, entre outros. Quanto aos filmes, gostei muito do Para a Minha Irmã, onde uma menina de 11 anos decide que não quer continuar a submeter-se a cirurgias para salvar a vida da irmã, que tem leucemia. Este filme mostra que não devemos julgar os outros sem sabermos quais as razões que motivam as suas atitudes. Relativamente à música, na realidade gosto muito mais do silêncio, ajuda-me a pensar e a relaxar. Normalmente, deixo a música para os momentos que passo no carro, onde ouço o que passa nas rádios portuguesas. Em casa, por vezes, gosto de ouvir Stacey Kent. OP: Se tivesse o poder para alterar algo no mundo, o que alteraria? SD: Considero que deveríamos ter igualdade de oportunidades e de condições de vida. Os meios e as ferramentas de evolução deveriam ser justos e equitativos; o uso que cada um lhes dava estaria então dependente do seu livre arbítrio, vontade e perseverança. OP: Qual o conselho que gostaria de deixar aos estudantes da nossa faculdade? SD: Essencialmente, penso que cada um deve tentar seguir o caminho que mais gosta. Embora atualmente não seja muito fácil, é necessário ser perseverante, não desistir nem desanimar. São as dificuldades que nos conduzem à nossa própria superação e que nos levam a descobrir capacidades que não desenvolveríamos se tudo fosse de fácil conquista. Dêem o vosso melhor, corram atrás dos vossos sonhos, sejam fiéis aos vossos princípios e respeitem os que vos rodeiam. No fim, mesmo que não alcancem todos os vossos objetivos, sabem que pelo menos fizeram tudo o que podiam, e nunca ficarão desiludidos convosco próprios.

O Pilão | nº 17 | Março2017


Por | Rodrigo Dias Almeida A 1ª edição da “Honoris Pharma – Gala do NEF/AAC” era um dos momentos mais aguardados do ano. A ideia fazia parte do projeto que João Dias tinha apresentado para o seu mandato e contou com o intenso trabalho de uma equipa que ajudou a tornar este evento possível. O jornal “O Pilão” esteve presente e tentou perceber o que é que alunos, professores e funcionários acharam desta noite.

Decorreu no passado dia 16 de fevereiro, na Quinta de São Pedro da Pousada, em Cernache, a primeira Gala do NEF/AAC. O evento iniciou-se com um jantar, durante o qual foram entregues os tão aguardados prémios que pretendiam atribuir distinções alusivas e próprias das experiências da vida universitária, tanto a nível estudantil, como da restante comunidade académica. Foi ainda atribuído à professora Doutora Margarida Caramona, o prémio Carreira, que pretende reconhecer personalidades que ao longo do seu percurso na FFUC marcaram, de forma ímpar, o ensino, a investigação e os restantes projetos que abraçaram enquanto profissionais da área da saúde. Ao longo da noite fomos também presenteados com diversos momentos culturais, tanto a nível musical, como através de uma atuação de stand-up comedy, que aumentaram a qualidade e brilhantismo do evento. A I Honoris Pharma terminou com música ao ritmo de estudantes, funcionários e professores, corooando uma noite que perdurará como recordação do trabalho da equipa de João Dias. Ao NEF/AAC, muitos parabéns!

Prémio Cultura: Ricardo São Marcos Prémio Melhor Não-docente: Dona Graça Santiago Prémio Boémio: Tiago Branco Prémio Melhor Causa: Adriana Machado Prémio Investigação: Professora Doutora Teresa Rosete Prémio Carisma: Carolina Ferreira Prémio Desporto: Diana Silva Prémio Associativismo: João Dias Prémio Sebentas do Ano: Jaime Miguel Prémio Melhor Docente: Professor Doutor Carlos Cavaleiro Prémio Musical: Alexandre Loureiro Prémio Carreira: Professora Doutora Margarida Caramona

O Jornal “O Pilão” esteve presente e tentou perceber o que é que alunos, professores e funcionários acharam desta noite: Excelente iniciativa, bem organizada e com bom ambiente. A repetir. – Professor Doutor Amílcar Falcão, Vice-Reitor da Universidade de Coimbra De realçar o espírito de iniciativa do NEF ao realizar um evento como este que serviu desde logo para estreitar laços entre a família Faculdade de Farmácia, mas também reconhecer o empenho e dedicação de várias pessoas que se esforçam diariamente para formar novos profissionais. Estão todos de parabéns, foi uma noite espetacular, em que todos brilharam. - Dona Graça Santiago, Funcionária da FFUC A I Honoris Pharma provou ser uma excelente iniciativa que promoveu a união entre os diferentes cursos da FFUC, através da música, dança e boa disposição. - Mané Teixeira, 2ºano, Farmácia Biomédica A gala não se limitou a premiar quem se destacou em 2016, foi também um momento que elevou o convívio entre os diferentes anos a um novo patamar. Espero que esta iniciativa seja continuada nos anos vindouros. – Nuno Silva, 1º ano MICF Num dado momento, estavas tu a pensar “será que são aqueles os nossos professores ou somos, afinal, todos da mesma família? Farmácia é a melhor em tudo! - João Simão, 1º ano, MICF Senti-me um priveligiado por poder usufruir da primeira edição de um evento tão nobre como a Honoris Pharma. Resta-me congratular toda a comissão organizadora pela excelente noite que proporcionou a toda a comunidade da faculdade. - Tiago Branco, 5º ano, MICF Penso que era o evento que faltava à nossa faculdade e para primeira edição correu muito bem. O NEF está de parabéns e a FFUC orgulhosa! - Gonçalo Bento, MICF, Vice-Presidente da DG/AAC 2016 A gala foi um excelente momento de partilha e diversão. Parabéns pela organização de elevada qualidade. – Professora Doutora Cláudia Cavadas, Presidente da Sociedade Portuguesa de Farmacologia Ninguém sabia ao certo com o que nos iríamos deparar e pessoalmente gostei bastante. Fui agradavelmente surpreendida. Houve espetáculos para todos os gostos, foi animado, a música contribuiu imenso e, como tal, o ambiente acabou por ser excelente! Estavam todos à vontade e isso é essencial para que tudo tivesse dado certo. – Ana Sara Ferreira, 2º ano MICF Congratulo a Comissão Organizadora por terem conseguido juntar classe, diversão, variedade cultural, organização e terem ainda a capacidade de criar um ambiente favorável à oportunidade de reforço de união entre estudantes, professores e entidades. Sem dúvida que a I Honoris Pharma excedeu as expectativas! - Joana Grangeia, 5º ano, MICF Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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Desde o início do mandato que o NEF/AAC quis ser inovador e organizar pela primeira vez a Gala de Farmácia, fazendo assim mais um marco na história do núcleo e da faculdade. Agora, recordando todos os momentos da noite enchemo-nos de orgulho ao ver o impacto tão positivo que a gala teve! Não podíamos deixar de agradecer à DNEF, à FFUC e à Plural por todo o apoio prestado, aos incríveis apresentadores e artistas e, claro, a toda a Comissão Organizadora pelas horas perdidas em prol da realização deste evento. Terminamos esta jornada de coração cheio, certos de que para o ano será ainda melhor! Os Coordenadores do Pelouro Cultural e Recreativo, Diana Oliveira, Mariana Verga e Pedro Amado

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O Pilão | nº 17 | Março2017


Balanço do mandato 2016-2017 Por | Carla Pereira e Tânia Baptista Após um ano de trabalho da equipa liderada por João Dias, "O Pilão" foi descobrir o que esta conseguiu conquistar e superar depois de um mandato comandado pela inovação e de tão variados e desafiantes objetivos.

No início do mandato tínhamos desígnios e focos bem definidos para este ano de trabalho. Pretendíamos apostar em iniciativas inovadoras, estabelecer uma maior ligação à AAC e à APEF, aliada a uma melhor representação externa no contacto com as mais diversas entidades. Outras bandeiras foram ainda o estabelecimento de um novo patrocínio para o Núcleo e uma maior proximidade ao setor farmacêutico regional, despertando os estudantes para o empreendedorismo. Por outro lado, demos ainda continuidade a lutas presentes na nossa génese, das quais destacamos a defesa dos interesses pedagógicos dos estudantes.

"(...) um ano volvido, realçamos a competência e qualidade no cumprimento de todos os objetivos inicialmente traçados." Foi um ano particularmente marcante com diversas atividades inovadoras como a Dose Extra, o Empower Pharma ou a I Honoris Pharma – Gala do NEF/AAC. Reveste-se ainda de especial importância a renovação do Ponto NEF, as Comemorações do 30º Aniversário do NEF/AAC e o nível alcançado no X Congresso Científico. Destacamos ainda o trabalho de qualidade e competência no âmbito da tesouraria e administração, o qual se refletiu num maior rigor na gestão do Núcleo e em iniciativas mais proveitosas para os estudantes, melhorando a divulgação das diversas atividades do Núcleo e a qualidade científica das formações. Assim, realizámos mais

de uma centena de iniciativas e, um ano volvido, realçamos a competência e qualidade no cumprimento de todos os objetivos inicialmente traçados. De destacar ainda, o maior orgulho na equipa que aceitou este desafio: a DNEF/AAC e os colaboradores do Núcleo. Foi para toda a equipa uma enorme honra o presente mandato, a defender os estudantes e a desenvolver cada iniciativa e evento a pensar na sua formação. Assim, realizámos mais de uma centena de iniciativas e, um ano volvido, realçamos a competência e qualidade no cumprimento de todos os objetivos inicialmente traçados. De destacar ainda, o maior orgulho na equipa que aceitou este desafio: a DNEF/AAC e os colaboradores do Núcleo. Foi para toda a equipa uma enorme honra o presente mandato, a defender os estudantes e a desenvolver cada iniciativa e evento a pensar na sua formação.

Jornadas da Mobilidade 2016, atividade realizada pelo NEF/AAC

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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Comunicação e Imagem O Pelouro da Comunicação e Imagem (CI) foi uma peça determinante ao longo deste mandato, pois conseguiu proporcionar um suporte adequado aos pelouros e membros da DNEF/AAC. Permitiu, assim, uma divulgação eficaz das diversas atividades realizadas. Para tal, o CI decidiu pautar pela simplicidade e dinamização dos seus conteúdos a nível digital.

Cultural e Recreativo Neste mandato o Pelouro Cultural e Recreativo tentou primar pela inovação. Organizámos atividades novas como o InPharMed e a I Honoris Pharma e introduzimos novidades nas restantes, das quais salientamos a grande reformulação do Manual do Caloiro, o tema controverso "Praxe e Atividades Praxistas" do Café Cultural e a introdução de uma Movie Night na Semana Cultural.

Desporto O Pelouro de Desporto primou pela realização de diversas atividades de carácter desportivo e competitivo, fomentando o trabalho de equipa e a prática de um estilo de vida saudável e ativo. Realçou também a vertente científica aliada ao desporto, colaborou com causas solidárias e com entidades como a Ordem dos Farmacêuticos. Terminamos este mandado com uma enorme satisfação, orgulho e bastante enriquecidos pelo NEF/AAC.

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Estágios e Saídas Profissionais Neste mandato, a nossa equipa teve com farol a Inovação. Trouxemos novidades como a Palestra de Simulação de Entrevista e CV, o Levantamento de Entidades de Locais para Possíveis Estágios em Coimbra, o calendário de Estágios, e a primeira edição do Empower Pharma. Salientamos esta última, a atividade desafiante que aliou o nosso Setor ao Empreendedorismo, assim como o recorde de colocação de 44 estudantes em estágios extracurriculares do NEF/AAC. Não poderíamos terminar este mandato sem agradecer a toda a nossa incansável e excelente equipa!

Formação Ao longo deste mandato, o Pelouro da Formação desenvolveu inúmeras e diversas atividades, entre as quais a criação da Dose Extra, o X Congresso Científico do NEF/ AAC, e o Simpósio Anual. Todo o trabalho visou desenvolver e/ou aprimorar competências e colmatar eventuais falhas ao nível do plano de estudos no que concerne às atuais necessidades do setor farmacêutico.

GAPE Ao longo deste mandato, conseguimos garantir com sucesso as nossas funções como parte integrante do GAPE.

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O Ponto NEF manteve-se funcional, onde foram recebidas as inscrições das diversas atividades NEF/ AAC e disponibilizado o merchandising do núcleo. Este foi reestruturado adquirindo um espaço moderno. Para além disso, a manutenção da sala do núcleo e a realização dos inventários foram asseguradas.

Pedagogia Neste mandato, a base das nossas atividades passou pelo contacto com as Comissões de Curso, Conselho Pedagógico, parceria com o NIA-SASUC e SDUC, reformulação do Manual Pedagógico, colaboração com o jornal “O Pilão”, entre tantas outras. Assim, o Pelouro da Pedagogia, teve, tem e terá um papel essencial no percurso dos nossos estudantes.

Intervenção Cívica e Promoção para a Saúde É com satisfação e orgulho que olhamos para o caminha trilhado durante um ano: fortificou-se a intervenção dos Estudantes na promoção da Saúde Pública e Literacia em Saúde, uma responsabilidade social acima de profissional, para que a sua Ação junto da Comunidade seja cada vez mais assertiva e atenta. Política Educativa e Ação Social O pelouro da Política Educativa e Ação Social termina o seu mandato com um sentimento de realização. As atividades foram desenvolvidas no sentido do esclarecimento e do auxílio no que toca aos aspetos sociais; e para além disso, conseguiram contribuir para um maior envolvimento dos estudantes no tão vasto mundo que é o Associativismo.

Jornal “O Pilão” Com o mote a Inovação, o Jornal "O Pilão" mostrou-se renovado tanto pelo seu conteúdo como esteticamente, sempre com conteúdos relevantes e atuais ao longo das três edições, bem como na sua página do Facebook. É de realçar o trabalho de toda a equipa que permitiu a criação de edições apelativas e relevantes para toda a comunidade estudantil. Por isso, agradecemos à nossa equipa e também a todos os que nos acompanharam!

Relações Internacionais Este mandato ficou marcado pelo lançamento da atividade Erasmus Partners a qual teve bastante adesão e foi mais um passo para a melhor e plena integração dos alunos de mobilidade na nossa faculdade. Apostámos também na forte divulgação das iniciativas das duas organizações que nos representam a nível europeu e internacional, a EPSA e IPSF e demos um novo rosto ao International Spot.

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Por | Carla Pereira e Tânia Baptista A Professora Doutora Ana Paula Martins tomou posse a 17 de fevereiro de 2016 enquanto Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos para o triénio de 2016-2018. Fomos descobrir as pretenções para este mandato, assim como pontos de vista problemáticos tanto para os estudantes de farmácia, como para a profissão farmacêutica. Jornal "O Pilão" (OP): Quais os próximos desafios para a profissão farmacêutica? Ana Paula Martins (AM): Atravessamos uma época extremamente desafiante, em que fatores como o envelhecimento da população ou o acesso a novas e dispendiosas tecnologias de saúde se revelam determinantes para a definição das políticas de saúde. Temos de definir prioridades, estabelecer metas e objetivos e fazer uso de todas as ferramentas que temos ao nosso dispor para prestar cada vez melhores cuidados de saúde. Nos últimos anos, temos procurado desenvolver modelos alternativos que promovam uma maior integração dos serviços prestados pelos farmacêuticos quer em ambiente hospitalar, quer na comunidade. As autoridades e parceiros estão sensibilizados para esta nova realidade, assente na proximidade dos cuidados e na colaboração interprofissional. Cabe também à profissão demonstrar a relevância da sua intervenção junto do doente e a mais-valia clínica e económica para o Estado e para os utentes.

OP: Quais as estratégias que devem ser adotadas pelas farmácias comunitárias portuguesas para que cada vez mais o utente olhe para estas como locais especializados em medicamentos e cuidados de saúde? AM: Não tenho quaisquer dúvidas em afirmar que os portugueses veem nos farmacêuticos comunitários um importante apoio para resolver os seus problemas de saúde, seja ao balcão das farmácias, seja através da referenciação para os serviços de saúde. Há aqui uma relação de proximidade, que é secular e que julgo que nunca se irá perder, porque os cidadãos sabem que podem contar com a elevada disponibilidade das farmácias, com os conhecimentos e competências dos farmacêuti-

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cos para os auxiliar em matérias de saúde, e com o seu sentido ético na abordagem aos utentes. Os farmacêuticos portugueses, deve-se sublinhar, têm feito um esforço notável para prestar serviços diferenciados e cada vez mais abrangentes, que vão de encontro às necessidades dos seus utentes e que aliviam a pressão sobre o sistema de saúde.

“(...) é também necessária uma visão integrada para o sistema de saúde que consagre o impacto da intervenção farmacêutica (...)”

OP: Tendo em conta que atualmente o SNS não é autossustentável, que vantagens traz uma maior integração das farmácias comunitárias neste? AM: A intervenção estruturada das farmácias ao nível dos cuidados de saúde primários traz vantagens clínicas e económicas para os doentes e para o Estado. São vários os estudos que o demonstram, entre os quais o estudo promovido pela OF sobre o valor económico e social das intervenções em Saúde Pública dos farmacêuticos nas farmácias. Contudo, é também necessária uma visão integrada para o sistema de saúde que consagre o impacto da intervenção farmacêutica ao nível dos cuidados hospitalares e continuados.

OP: De que forma o Diploma da carreira farmacêutica trará benefícios para o farmacêutico hospitalar? AM: Os farmacêuticos hospitalares são profissionais altamente qualificados, com elevadíssimas responsabilidades, desempenhando funções vitais para os hospitais portugueses e para os resultados clínicos dos cuidados administrados aos doentes. Esta diferenciação e relevância deve ser reconhecida legalmente, através da criação de uma carreira profissional autónoma que assegure e enquadre a sua atividade no âmbito do SNS e defina uma formação estruturada para os profissionais que iniciam atividade neste ramo profissional. Os períodos formativos especializados, designados de estágio, residência ou internato de-

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como a avaliação económica, qualidade, segurança, informação, por exemplo, além de consolidarem, através da prática, os conhecimentos adquiridos durante o Mestrado Integrado. Apenas, deste modo, se poderá garantir a renovação do quadro de farmacêuticos no SNS e uma melhor organização e planeamento dos recursos farmacêuticos nas diferentes unidades hospitalares, mas também a nível nacional.

“Todos estes fatores contribuíram para um crescimento notório do número de farmacêuticos que saíram do País para exercer a profissão. É uma realidade com que atualmente somos confrontados.” OP: Olhando para a perspetiva internacional verificamos que existem países onde o farmacêutico clínico tem uma importância preponderante. Do seu ponto de vista, quais os motivos para o mesmo não se verificar tanto em Portugal? AM: O modelo de farmácia em Portugal é uma referência em termos internacionais, quer pela própria infraestrutura da farmácia (espaço, informatização, robótica), quer pelo elevado leque de serviços que já são prestados. Temos no nosso País alguns bons exemplos de programas de cuidados farmacêuticos que são extremamente valorizados pela população. No entanto, reconheço que em determinados países, como a Austrália ou o Canadá, por exemplo, a componente clínica da intervenção farmacêutica assume outra dimensão, muito por causa de um maior aproveitamento dos serviços assistenciais disponibilizados nas farmácias e da sua integração nos respetivos sistemas de saúde. Admito também que ao nível da formação graduada, durante o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, a componente clínica do exercício profissional farmacêutico não corresponde ao que hoje a sociedade espera da profissão. Este desfasamento está perfeitamente identificado e é reconhecido pelos responsáveis das faculdades que lecionam o curso. A OF vai impulsionar este trabalho através da Plataforma Ensino-Profissão, cujos

trabalhos serão coordenados pela professora Margarida Caramona, e que tem como objetivo iniciar um conjunto de alterações no ensino de Ciências Farmacêuticas em que sejam valorizadas matérias eminentemente clínicas.

OP: Há estudantes que no final do curso ponderam emigrar. De que forma se poderá reverter a situação? AM: Nos últimos anos, a profissão foi confrontada com fenómenos até então desconhecidos. Falo de despedimentos, desemprego, insolvências, penhoras, fornecimentos suspensos, etc. Tem sido, de facto, um período difícil, mas cuja pior fase, acredito, já terá sido ultrapassada. Enquanto docente universitária, fui confrontada com alguns casos de alunos finalistas, recém-diplomados e até profissionais já com alguns anos de prática, com dificuldades de inserção no mercado de trabalho, sem perspetivas profissionais no nosso País ou com contratos laborais precários. Todos estes fatores contribuíram para um crescimento notório do número de farmacêuticos que saíram do País para exercer a profissão. É uma realidade com que atualmente somos confrontados. Ora, se por um lado isso constitui um desperdício de um recurso de saúde, depois de anos de investimento público na sua formação e qualificação, quero também acreditar, por outro lado, que estas experiências ajudam ao enriquecimento profissional e que um dia mais tarde, quem sabe, também o nosso País e os portugueses possam beneficiar com o seu regresso à terra natal.

OP: Considerando a presente situação do país, como estimular um espírito empreendedor capaz de criar empresas bem-sucedidas no ramo farmacêutico? AM: As dificuldades económicas e financeiras que os operadores do circuito do medicamento têm vindo a sentir ao longo dos últimos anos tiveram o condão de abrir novos horizontes aos farmacêuticos portugueses. Tal situação levou a um desvio destes profissionais das áreas tradicionais, com escassa oferta de oportunidades de trabalho, para novas áreas de intervenção, cada vez mais

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emergentes e que resultam do desenvolvimento tecnológico, das novasferramentasdecomunicaçãoe informação. Em muitos casos, estes jovens farmacêuticos arriscam e ousam criar o próprio emprego. Dou-lhes imenso valor por tal iniciativa e proatividade. Mesmo os projetos que acabam por não vingar fornecem importantes ensinamentos para o futuro e para a atividade profissional. A OF deve acompanhar estas tendências, dar suporte às apostas destes jovens em novas áreas de intervenção farmacêutica e destacar o papel dos farmacêuticos mais jovens como atores de um modelo empreendedor, competitivo e que expanda a presença de Portugal no mundo.

mero de farmacêuticos diplomados no espaço nacional. Com a Diretiva do Reconhecimento das Qualificações Profissionais passaremos a ter que encarar definitivamente o espaço económico europeu como mercado de trabalho. No entanto, achamos que o Estado Português tem que fazer uma reflexão sobre o investimento estratégico que está a fazer nos seus jovens, tendo em conta também as necessidades do País. Hoje somos de facto um País que produz profissionais de saúde para o Reino Unido, França, Suécia, Noruega, Alemanha, entre outros.

“(...) um desvio destes profissionais das áreas tradicionais, com escassa oferta de oportunidades de trabalho, para novas áreas de intervenção, cada vez mais emergentes (...)” OP: Muito obrigada pela disponibilidade Doutora Ana Paula Martins. Para finalizar, gostaria de deixar uma mensagem a todos os futuros farmacêuticos?

OP: Dos mais de 20 anos de experiência enquanto docente, qual a sua opinião quanto aos numerus clausus, um assunto que está na ordem do dia? AM: A Direção Nacional da OF não tem uma posição ainda sobre esta matéria. Durante o primeiro ano de mandato tivemos prioridades ligadas ao exercício profissional, ao quadro de competências e qualificação profissional e ao estabelecimento de um caminho, uma estratégia para aproximar, em diálogo, o ensino e a profissão. É-nos claro que o mais importante atualmente na empregabilidade dos farmacêuticos não são os numerus clausus, mas sim a qualidade e a competência, a excelência na formação e a dinâmica empreendedora e a capacidade de adaptação. Com a mobilidade dos profissionais na Europa, a competitividade vem de além-fronteiras, mesmo que diminuam o nú-

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AM: Que sejam os melhores dentro das suas equipas. Reconhecidos pelos pares e pelos doentes e cidadãos. Que façam um caminho digno sem recurso a situações eticamente condenáveis. Que se atualizem permanentemente. Que se qualifiquem eternamente. Desejo que se sintam recompensados pelo trabalho porque a profissão que escolheram não é fácil. Exige esforço permanente. Desejo que tenham força e coragem. Para decidir, para correr riscos controlados, para empreender. Não se escondam em espaços de conforto que são, atualmente, virtuais e que já não existem. O futuro da profissão está nas vossas mãos. O que vamos ser ou não ser no futuro depende de vós.

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Por | Carolina Maia e Cátia Almeida Os Estágios de Verão podem ser uma ótima aposta para enriqueceres o teu currículo e, acima de tudo, aprenderes mais sobre uma área que pode vir a ser o teu futuro. Iremos apresentar brevemente os regulamentos dos Estágios de Verão da UC e da APEF e avaliar se são uma boa referência através da experiência de três colegas da FFUC para que possas tirar todas as tuas dúvidas.

Estágios de Verão UC São destinados a todos os estudantes da Universidade de Coimbra e servem como complemento à formação de forma a estabelecer uma ligação ao mundo laboral. Regulamento Um Estágio de Verão por este programa deve conter 8h em formação no âmbito de um seminário a realizar em Coimbra e entre 140 e 420 horas de trabalho. O período de estágio pode ocorrer entre Maio e Outubro, à exceção de finalistas e diplomados que só podem estagiar por este programa até ao final do mês de Setembro. No final do estágio tanto a entidade como o estagiário preenchem uma ficha de avaliação fornecida pelo Gabinete de Saídas Profissionais da Universidade de Coimbra (GSP.UC). Em relação aos direitos e deveres, a entidade deve enviar o plano de estágio, de modo a que este seja aceite e assinado tanto pelo GSP.UC como pelo estagiário. A entidade acolhedora deve aceitar o estagiário, proporcionar-lhe as melhores condições e informar a UC caso exista antecipação do término ou não concretização do estágio, bem como contratar um seguro mais amplo para o estagiário, caso o seu estágio o exponha a riscos não cobertos pelo seguro escolar. Já o estagiário deve cumprir o plano de estágio que assinou, guardar sigilo quanto às tarefas desenvolvidas e caso exista alguma alteração no estágio deverá informar prontamente a entidade e o GSP.UC. É de salientar que nenhum estágio inclui renumeração ou subsídio alimentar e/ ou de transporte. Caso seja cumprido o programa e que inclua todos os pontos regulamentados será dada uma referência no suplemento ao diploma de curso. No entanto, se o estudante não concretizar o estágio sem justificação prévia e fundamentada resulta na não realização de estágio no ano letivo seguinte. Candidatura As candidaturas para o verão de 2017 estão abertas entre 20 de março e 7 de abril no Inforestudante (Candidaturas > Estágios de Verão), devendo ser colocados por ordem de preferência (até 6 opções) os diferentes estágios, sendo que o resultado é disponibilizado na mesma plataforma. A seriação é feita através da percentagem do nº de ECTS realizados face ao total necessário para concluir o ciclo de estudo e da média atual. Em caso de empate terá preferência a data em que a candidatura foi submetida e a ordem decrescente de preferência do estágio. A lista com os diferentes locais e datas dos Estágios de Verão da UC é disponibilizada com antecedência no site da UC na secção do Gabinete das Saídas Profissionais. Não ficaste colocado. E agora? Caso não fiques colocado, não te tenhas candidatado ou apenas estejas a realizar unidades isoladas poderás autopropor-te a um estágio, ou seja, terás de entrar em contacto com uma entidade reguladora de modo a estabelecer contactos para uma futura colocação. Porém apenas o poderás fazer se não existirem vagas sobrantes na candidatura normal para os estágios da UC na tua área de formação e/ou na tua área geográfica. Se fores aceite pela entidade que contactaste para fazer um estágio, esta terá de informar o GSP.UC do plano de estágio e da data de início e término do estágio para o seguinte email sp@uc.pt. Se estes forem aprovados, podes efetuar o teu estágio. Ao cumprires todos os pontos regulamentados pelo GSP. UC receberás também uma referência no suplemento ao diploma do curso. Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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APEF em Estágio Os destinatários destes estágios são todos os estudantes de MICF das Instituições de Ensino Superior Membros da APEF, estando acessível tanto a estudantes do 1º e 2º ciclos. Estes estágios são constituídos por duas fases, sendo que um mesmo estudante se pode candidatar e ficar colocado nas duas. No entanto, se houver sobreposição dos períodos de estágios, o aluno será penalizado. Regulamento Por cada dez dias úteis de estágio, o estagiário pode faltar, no máximo, uma vez e devidamente justificada à entidade. As desistências após a formalização da colocação conduzem ao levantamento do respetivo cheque-caução pela APEF. As vagas livres deixadas pelos desistentes serão, sempre que possível, atribuídas a outros candidatos de acordo com os critérios de seleção. Todos os estagiários devem estar assegurados, assim se a entidade não lhe fornecer um seguro o estudante deverá realizar um, sendo as despesas do mesmo responsabilidade do aluno. No final do período de estágio, é atribuído, a cada estagiário, um certificado comprovativo da participação no estágio. Candidatura Cada estudante pode candidatar-se por ordem de preferência a 10 opções, no máximo. Terá também de entregar comprovativo de matrícula numa Instituição de Ensino Superior de um Membro da APEF, comprovativo da média, Curriculum Vitae com certificados e/ou comprovativos e carta de motivação. A candidatura é seriada através de um sistema de pontos que pode ser consultado no Regulamento Interno APEF em Estágio (a divulgar posteriormente). Após a divulgação dos resultados, o estudante terá de entregar pessoalmente na sua Associação/Núcleo de Estudantes, nos 3 dias úteis seguintes à divulgação dos resultados, um cheque-caução no valor de cinquenta euros e preencher o Termo de Responsabilidade no formulário online disponibilizado pelo DESP (Departamento de Estágios e Saídas Profissionais).

Testemunhos Estágio UC | Concurso Inscrevi-me no estágio de Verão em Farmácia Hospitalar no Hospital da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada com o objetivo de entrar em contacto com o mundo do trabalho e com este ramo da nossa área de estudos, de forma a ter um conhecimento fundamentado e experienciado das funções práticas de um farmacêutico hospitalar. Por ser um hospital pequeno, com muito trabalho diário para ser feito apenas por 3 pessoas (as quais me ensinaram imenso e me acolheram com toda a simpatia), tive a sorte de poder ajudar em várias tarefas, o que tornou o meu estágio dinâmico e interessante. Dois dias por semana ajudava a preparar a medicação para vários dias da semana, para todos os doentes dos Cuidados Continuados e Internamento, sendo que, muitas vezes, fui entregar medicação a estes serviços, estabelecendo contacto com alguns médicos e enfermeiros. Entre outros trabalhos, recebia encomendas (conferir lotes, datas de validade, e armazenar), fazia a etiquetagem das doses individuais dos medicamentos, ou ajudava nos registos informáticos. Foi uma experiência muito gratificante, mesmo se, muitas vezes cansativa, que aconselho a qualquer um! Ana Fresco - 4º ano MICF

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Estágio UC | Auto-proposto Sou da zona de Leiria e queria arranjar um estágio de verão na minha área para poder estar perto de casa. Como os estágios fornecidos pela UC não abrangiam nenhuma farmácia da minha zona decidi ir falar pessoalmente com a dona da farmácia onde costumo ir e fui aceite. Contactei a UC sobre a minha proposta, tratei de todos os detalhes e fiz o estágio durante o mês de agosto. No sítio onde estive tive oportunidade de conseguir fazer um pouco de tudo; estive na zona de stock e arrumação onde recebíamos as encomendas e arrumávamos os medicamentos, mas também contatei com a área da dermofarmácia e serviço de balcão. Foi uma experiência muito abrangente e que me possibilitou ter uma visão mais real do que pode ser um futuro emprego. Maria Soares- 3º ano MICF APEF em Estágio| Auto-proposto Assim que tive conhecimento do estágio da APEF candidatei-me a este, pois achei que seria uma boa oportunidade de contactar com a realidade de uma das saídas profissionais do nosso curso. Escolhi farmácia comunitária como primeira opção e estagiei duas semanas de julho numa farmácia no Porto. No breve estágio tive a oportunidade de contatar com a realidade de uma farmácia pertencente ao Grupo Holon. Considero que houve uma boa organização nas atividades que desenvolvi, contatei com o sistema informático (SIFARMA) através do qual tive a oportunidade de ir aprendendo gradualmente a realizar vários procedimentos como, por exemplo, rececionar encomendas, fazer devoluções, gerir prazos de validade e ver as fichas dos produtos. Contatei também com as receitas médicas, tanto manuais como eletrónicas, tendo verificado a existência de várias entidades comparticipadoras e vários regimes de comparticipação, assim como a existência de receitas renováveis e não renováveis. Pude pôr em prática alguns conceitos que já tinha abordado na faculdade, como a medição da tensão arterial e da glicémia, e também novos como a medição do colesterol e dos triglicerídeos. Para além disso, ainda tive a oportunidade de observar o atendimento na farmácia e o aconselhamento farmacêutico, tendo verificado que de facto o farmacêutico não é apenas responsável pela dispensa de medicamentos. De uma forma geral, considero que os conteúdos abordados no estágio me deram a oportunidade de desenvolver novas aprendizagens. Apesar de breve, penso que este estágio foi benéfico para mim pois permitiu-me contactar diretamente com o dia-a-dia de uma farmácia comunitária, uma das principais saídas profissionais do nosso curso. Daniela Costa - 3ºano MICF

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Por | Rita Dias e Rodrigo Dias Almeida O jornal “O Pilão” esteve na sede da Bluepharma, em Coimbra, para entrevistar o Doutor Paulo Barradas Rebelo, que se licenciou na FFUC e que atualmente é CEO desta empresa que é a Melhor Exportadora Nacional, com um portefólio de mais de 60 medicamentos e exportando 86% da sua produção para mais de 40 países. Breve Biografia Qual a palavra que o caracteriza: Otimismo O que é que faz um CEO nos tempos livres: Não tenho muito tempo livre, mas adoro fazer o que faço, portanto às vezes não sei bem se o trabalho é um hobby, ou se o hobby é trabalho. Viagem de sonho: A viagem mais interessante que fiz foi ao Quénia, em que dormi numa tenda, perto de hipopótamos. Gostava de conhecer a Índia porque tem uma grande componente farmacêutica. Filme favorito: Não tenho um filme favorito. Gosto muito do trabalho do Woody Allen e do Martin Scorsese. Livro de eleição: D. Afonso Henriques de Diogo Freitas do Amaral Lema: “Andar depressa com calma, fazendo as coisas certas, mas não perdendo tempo”

Jornal "O Pilão" (OP): Que opinião tem acerca da formação dada atualmente na FFUC comparativamente com a sua formação inicial? Paulo Rebelo (PR): Eu sou um farmacêutico de 360º, porque já fiz todo o ciclo do medicamento e sempre senti que a formação que tinha feito na FFUC era boa. Claro que fui tendo outras necessidades ao longo do tempo, porque o conhecimento tem prazo de validade e temos de o ir atualizando sempre, mas a bagagem que levei da faculdade, permitiu-me sempre acompanhar essas necessidades que fui tendo. OP: Que motivos o levaram a procurar uma pós-graduação na área da gestão farmacêutica? Qual o contributo dessa formação no desenvolvimento do seu percurso profissional e empresarial? PR: Tirei a pós-graduação em Gestão Farmacêutica por necessidade. Quanto ao contributo, por um lado é motivacional, o facto de poder sair do meu posto de trabalho e ouvir outras pessoas motiva-me imenso a inovar. Também o networking que se estabelece nessas formações é muito importante, e por último, a aprendizagem em si. Sempre dei muita importância ao rigor contabilístico e financeiro, e queria ter um maior controlo sobre a operação, assim aprofundei mais os conhecimentos nessa área. Ser farmacêutico e ter esta vertente é um “casamento perfeito”. OP: O Doutor “Empreendedor decorrer do XIII pital de Risco e cipal qualidade

Paulo Barradas foi distinguido do Ano” pela Gesventure, no Congresso Internacional de CaEmpreendedorismo. Qual a prinde um líder empreendedor?

PR: A principal qualidade é a visão estratégica, dizer a verdade, acreditar nos projetos e mobilizar pessoas de confiança para esses mesmos projetos. Fui criando equipas; o que me permite delegar, se assim não fosse ainda hoje estaria atrás do balcão na farmá-

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cia e mesmo assim não a controlava como eu queria. Acho importante responsabilizar as pessoas, deixar que criem uma estratégia e que criem milagres, porque pessoas motivadas fazem milagres, e por isso também os que estão ao meu lado cresceram comigo e eu com eles. OP: Como Presidente da Bluepharma, o que considera diferenciador num candidato a colaborador, relativamente aos demais? PR: A língua dos negócios é o inglês e é muito importante dominar a informática. São também caraterísticas relevantes o sentido de responsabilidade, perceber o que estamos a fazer e o que podemos fazer para o projeto evoluir, e não o que os projetos podem fazer por nós. É também importante não cruzar os braços, acrescentar valor, procurar, ser proactivo e criativo. Temos de ter sentido crítico, trazer inovação e "mundo" para dentro das estruturas onde estamos. OP: Qual a política da Bluepharma relativamente aos seus colaboradores? Incentivos, promoção da comunicação e espírito de equipa, apoio social? PR: Tratamos bem as pessoas e tentamos motivá-las pelo respeito que temos por elas e pela atenção. Num mercado tão competitivo precisamos de gente muito boa e muito motivada, e que de facto temos. Apostamos na formação, responsabilização e na boa comunicação com os nossos colaboradores, e tentamos envolver a equipa em várias atividades da área social, ambiental e cultural, para além de boas condições de trabalho . OP: Como foi possível em quase dezasseis anos, transformar uma empresa com 58 colaboradores, na Melhor Exportadora Nacional, com 450 colaboradores? PR: Foi possível com muito trabalho e planeamento estratégico, com conhecimento do setor, pessoas muito motivadas e uma equipa de administração que têm permitido

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der e depois avançar para novas áreas geográficas. OP: Das três áreas a que se dedica: produção, investigação e comercialização, qual tem maior peso no sucesso da Bluepharma?

criar a reputação na Europa de uma empresa sólida, com uma vertente científica e em que se pode confiar. Para isso foi necessário acreditar e arriscar muito e assim conseguimos levar para a frente o pressuposto deste projeto. Como farmacêuticos a componente social era muito importante, em concreto com os medicamentos genéricos. Estes representavam uma mão cheia de coisas: medicamentos acessíveis à população; a democratização do acesso aos medicamentos, permitindo ao Estado poupar dinheiro e gerir a escassez e os fundos para aquela área. Cada caixa que exportamos é postos de trabalho e dinheiro que entram cá dentro, o que leva o projeto a crescer e a empregar mais pessoas. O mesmo também permite apostar na investigação e desenvolvimento de medicamentos inovadores. Assim é possível proporcionar medicamentos de qualidade a preços acessíveis aos doentes, e, por outro lado investir os resultados desse investimento na área da ciência e da inovação. OP: A Bluepharma é um dos mais recentes exemplos do sucesso português no mercado internacional. Como avalia o percurso da Bluepharma desde a sua criação até à atualidade? PR: Começámos por ser uma empresa que fabricava medicamentos para terceiros, mas cedo percebemos que era uma área extremamente competitiva. Começámos, então, numa segunda fase, a desenvolver as nossas tecnologias de medicamentos genéricos em parceria com empresas do mercado internacional, partilhando o risco do desenvolvimento e depois o proveito das vendas desses licenciamentos, o que permite angariar e fidelizar clientes ao projeto. Da venda de conhecimento fomos fazendo inovação incremental, criámos equipas de desenvolvimento farmacêutico e vamos implementando novos processos, o que levou a que hoje tenhamos tecnologias desenvolvidas cá dentro, tal como os filmes orais. Numa fase mais recente, temos também apostado numa investigação mais disruptiva, nomeadamente com a Luzitin, com uma substância nova contra o cancro. OP: Qual a importância das sucursais em Espanha, Angola, Moçambique, Colômbia, Chile, Brasil e EUA? Quais as perspetivas da Bluepharma para o futuro? PR: Neste momento exportamos 86% do que produzimos para mais de 40 países e estamos já a registar medicamentos de marca “Bluepharma” numa série de outros países, mas ainda estamos a dar os primeiros passos na internacionalização. Investimos muito na inovação, porque nos dá portefólio, que é o valor de uma empresa, e temos também dez pessoas permanentemente a viajar. Todas as sucursais que abrimos vão-nos permitir crescer mais depressa nos próximos anos do que até aqui. Primeiro queremos consolidá-las, apren-

PR: Claramente a investigação, ou para ser mais preciso o I&D - investigação e desenvolvimento. Temos dado uma grande ênfase ao D, que nos tem proporcionado desenvolver tecnologias que nos permitem marcar a diferença e levar produtos interessantes e apelativos aos nossos clientes. Contudo, achamos que a investigação vai ser o futuro da Bluepharma. OP: Como foi a participação do Grupo Bluepharma, através da Treat U, na Web Summit 2016? Que importância atribui às novas tecnologias no desenvolvimento e crescimento da empresa? PR: Conseguimos dar a oportunidade aos nossos colegas farmacêuticos que representam a Treat U de apresentarem o projeto, dando notoriedade à Treat U e confiança aos investidores e ao mercado. Desde o início sabíamos que a grande revolução que o mundo está a ter está assente nas novas tecnologias e portanto fizemos um esforço muito grande para tentar modernizar esta empresa. Quando investimos não olhamos a custo, para conseguirmos obter o melhor do mercado, e, assim, sermos competitivos, por isso temos os laboratórios com melhor equipamento da região. Acho que sempre fizemos bons investimentos e temos tido o retorno desses mesmos. OP: Que mensagem gostava de passar aos atuais estudantes da área da saúde, em relação ao seu futuro no mercado farmacêutico? PR: Eu li recentemente um livro: “A Indústria do Futuro”, de Alec Ross, que põe as indústrias do futuro em 5 áreas: a Robótica, as Ciências da Vida, os Cybercoins, a Cibersegurança e o Big Data. Por isso temos a felicidade, enquanto farmacêuticos, de estar numa área de muito futuro, apesar da sociedade esperar muito mais de nós. Portugal tem o 12º melhor Serviço de Saúde do Mundo, temos farmácias que dão nas vistas, com uma distribuição de excelência e uma indústria farmacêutica fortemente exportadora, e temos também uma instituição de excelência - a Fundação Champalimaud. No entanto, se vamos ter muito mais oportunidades também vai ser mais difícil, vamos ter de ser mais profissionais e competitivos, para não as deixar escapar. Sei também que estudantes de farmácia, têm uma preparação como nunca existiu antes, e podem contribuir muito mais, apenas precisam de "Mundo", autoconfiança e ambição. Estou ciente que falta ambição aos estudantes e aos portugueses em geral, mas Portugal precisa de gente que acredite, arregace as mangas e vá à guerra.

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Por | Rodrigo Dias Almeida

Conselho Geral

O Conselho Geral é constituído por trinta e cinco membros: dezoito representantes dos professores e investigadores, cinco representantes dos estudantes, dois representantes dos trabalhadores não docentes e não investigadores e dez personalidades de reconhecido mérito externas à Universidade de Coimbra. Das competências do Conselho Geral destacam-se a eleição do Reitor (assim como a sua substituição, suspensão ou destituição), a apreciação dos atos do Reitor e do Conselho de Gestão, a proposta das iniciativas que considere necessárias ao bom funcionamento da Universidade e a aprovação das alterações dos Estatutos da Universidade, ouvindo o Senado. O nosso colega Rafael Duarte, que frequenta o 3º ano do MICF, é um dos representantes dos estudantes neste órgão e fomos falar com ele. Jornal "O Pilão" (OP): Como surgiu o interesse de representares os estudantes no Conselho Geral? Rafael Duarte (RD): No 2º ano do curso integrei a Comissão de Curso como Vice-Presidente. Queria estar mais perto dos problemas dos estudantes e poder ajudá-los em todas as ques-

Senado

O Senado é um órgão de natureza consultiva que coadjuva o Reitor na gestão da Universidade de Coimbra, em especial no que se refere à coordenação das actividades de investigação científica, de oferta educativa, de desenvolvimento e inovação, à gestão da qualidade, à mobilidade de professores e estudantes no seio da Universidade, às relações internacionais e à gestão dos recursos financeiros e dos espaços pertencentes à Universidade. São membros do senado: o reitor, que preside; os diretores de todas as unidades orgânicas; um estudante por cada unidade orgânica de ensino e investigação; dois trabalhadores não docentes e não investigadores. O mandato dos membros eleitos é de dois anos e pode ser renovado. Rodrigo Ribeiro, que também está no 3º ano do MICF, é o representante dos estudantes por parte da nossa faculdade. Jornal "O Pilão" (OP): Como surgiu o interesse de representares os estudantes no Senado? Rodrigo Ribeiro (RR): Desde que cheguei à FFUC tentei sempre dar o meu contributo em todos os diversos projetos em que me envolvi ajudando no que podia e aprendendo também.

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tões e dúvidas que vão surgindo no percurso de cada um. Aí observei que existiam situações que poderiam ser melhoradas e corrigidas, mas eu nada poderia fazer. Surgiu, então, o convite para ingressar num projeto candidato a representar os estudantes no Conselho Geral da Universidade de Coimbra, o facto de estar ligado ao associativismo e gostar de encarar novos desafios tornaram esta decisão fácil. Aí começou todo o trabalho preparatório, porque queria estar a par de tudo, de modo a poder ser um fiel representante dos estudantes. OP: De que modo esta experiência poderá contribuir para o teu enriquecimento pessoal e profissional? RD: Acho que esta vontade de abraçar novos desafios é realmente uma mais valia tanto a nível pessoal como profissional, porque devemos estar preparados para um mundo em constante evolução. Conciliar todas as estruturas associativas é estimulante para desenvolver outras competências, tais como a capacidade de lidar com o stress e de rentabilizar o tempo. Esta experiência também me permite desenvolver outras capacidades e competências que não são explicadas nas sebentas. Acredito que é preciso encontrar um meio-termo para estar ao melhor nível em tudo.

Quando surgiu a oportunidade de me candidatar ao Senado da Universidade de Coimbra como estudante representante da FFUC, encarei o projeto com muita seriedade e como mais uma hipótese de lutar pelos interesses dos estudantes. OP: De modo esta experiência poderá contribuir para o teu enriquecimento pessoal e profissional? RR: Acredito que todas as experiências por que passamos influenciam sempre quer os nossos conhecimentos, quer a nossa forma de pensar. E em relação ao Senado, sem dúvida que já contribuiu e irá continuar a fazê-lo para o meu enriquecimento pessoal e profissional. Começando pela organização da equipa, a aquisição de conhecimento e competências para desempenhar o cargo, a campanha em si, entre outros, tiveram um grande impacto nas minhas competências relacionadas com a gestão de tempo, organização de projetos, capacidade de liderança e gestão, saber escutar, entre muitas outras. Acho que toda esta experiência fará de mim um profissional, talvez melhor, mas, sem sombra de dúvida, diferente. “As hard skills garantem a entrevista, mas são as so skills que garantem o emprego.” Há qualidades que nos podem distinguir e que devem ser trabalhadas durante a faculdade. Só depende de ti!

O Pilão | nº 17 | Março2017


Por | André Ribeiro e Cátia Almeida Em vésperas da época mais aguardada do ano por todos os estudantes de Coimbra, temos uma entrevista com o Comissário da Queima das Fitas representante da Faculdade de Farmácia. Se queres ficar a saber mais do que será a Queima das Fitas 2017 lê o que o João Pinheiro tem para nos contar! Jornal "O Pilão" (OP): Atualmente integras a Comissão Organizadora da Queima das Fitas (COQF) como o comissário representante da Faculdade de Farmácia. Mas o que é ser comissário? João Pinheiro (JP): Faço parte da comissão central, que é uma das entidades que pertencentes à Comissão Organizadora da Queima das Fitas de Coimbra. A comissão central é composta por oito comissários, cada um representando uma das faculdades da Universidade de Coimbra. A cada um deles é atribuído um pelouro responsável por diferentes tarefas, naquela que é a grandiosidade da organização de toda a festa. No meu caso fiquei com o pelouro da produção, que está responsável pela parte de artistas, palco secundário e também contacto com os grupos académicos da AAC. OP: Qual foi a tua motivação para a candidatura a Comissário da Queima das Fitas 2017? JP: A Queima das Fitas é algo que marca todo o nosso percurso enquanto estudantes da Universidade de Coimbra, aliando toda essa mística com o facto de ter sido sempre uma pessoa proactiva achei ter o necessário para avançar com a minha candidatura. OP: Como foi o apoio dos teus colegas durante as eleições para comissário? E atualmente continuam a teu lado? JP: Posso dizer que o apoio dos meus colegas e família

foram das coisas que mais me marcaram neste, ainda curto, percurso. Durante as eleições fizeram sempre com que sentisse que não estava sozinho nisto e que teria sempre o apoio deles, em qualquer ocasião. E isso tem-se confirmado! Foram e são o meu pilar nesta aventura. OP: rio

O facto mudou a

de tua

seres comissávida académica?

JP: Não posso dizer que houve mudanças drásticas, mas houve algumas. Primeiro, na gestão de tempo, porque uma tarefa extra consome sempre algum tempo, e por isso, tive de me tornar mais organizado para conseguir conciliar com os estudos. Em segundo, a responsabilidade. Estar envolvido numa festa desta envergadura faz com que tenhamos sempre de dar o melhor de nós e que estejamos 110% concentrados em todas as tarefas. A exigência é grande, mas é uma tarefa que sinto que consigo cumprir e que farei de tudo para que corra às mil maravilhas. OP: Estamos a caminho da Queima das Fitas 2017. Que novidades podemos aguardar para este ano? JP: Podemos esperar algumas surpresas ao nível de artistas assim como uma melhoria em algumas das atividades tradicionais já realizadas, indo muito de encontro ao projeto começado no ano passado! OP: Gostarias sagem aos

de

deixar nossos

uma

menleitores?

JP: Sim, que vivam Coimbra como se nunca mais cá voltassem e aproveitem todas as oportunidades para experimentarem Coimbra ao máximo!

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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Por | Pelouro da Pedagogia Nesta edição do Espaço Pedagógico o Pelouro da Pedagogia decidiu trazer-vos um artigo um tanto diferente do habitual. Trazemo-vos então uma crónica elaborada pelos colaboradores do Pelouro sobre o tema “Quais as competências necessárias para o mercado de trabalho farmacêutico segundo o olhar de um estudante”. Não percam esta oportunidade de dedicarem 5 minutos a ler o que os nossos colaboradores pensam ser as competências chave para o Farmacêutico ter sucesso no mercado de trabalho!

Quais as competências necessárias para o mercado de trabalho Farmacêutico, segundo o olhar de um estudante. "O estudante, futuro farmacêutico tem, não só, a árdua tarefa de se manter constantemente a par de todo o progresso técnico-científico farmacêutico e de todas as informações relativas a aspetos deontológicos e legislativos sobre medicamentos, bem como de fomentar e cultivar capacidades individuais de comunicação, trabalho de equipa, e versatilidade e adaptação a diferentes ambientes profissionais." Teresa Abreu, 4º ano MICF “Tendo em conta o atual panorama da sociedade não basta limitarmo-nos a apenas possuir competências técnico-científicas, isto é, saber apenas aquilo que aprendemos no curso. Devemos procurar mais e melhor informação, através, por exemplo, da participação em congressos e realizando estágios extracurriculares. É também fundamental, em qualquer uma das áreas farmacêuticas que se ingressa, uma boa capacidade de trabalho em equipa e de comunicação e o conhecimento em línguas estrangeiras. Devemos também ser criativos, não tendo medo de abraçar novos desafios e possuir espírito crítico, sabendo sempre admitir os nossos erros. " Carla Oliveira, 4º ano MICF “Se antigamente o mais importante para se ser farmacêutico era o conhecimento cientifico e a aprendizagem mais teórica, hoje em dia, para o mercado de trabalho farmacêutico são necessários, não só esses mesmos conhecimentos técnico-científicos, como também os conhecimentos adquiridos fora do plano de estudos. É cada vez mais necessário a integração em congressos; a realização de voluntariado e também a participação em atividades que nos são propostas como rastreios, estágios extracurriculares, atividades como “Hospital do Ursinho”, entre outras. Para se ser farmacêutico não basta ter apenas os conhecimentos que a universidade se encarrega de dar, tem de se ter também espírito inovador, vontade de explorar novas áreas, o à vontade para com as pessoas e situações adversas que possam surgir e acima de tudo coragem!” Catarina Diogo, 3º ano MICF “Numa sociedade cada vez mais ‘estandardizada’ e tecnológica, as relações interpessoais são o que nos distingue, e nesta linha, o farmacêutico deve ter um papel ativo nesta «não-área» da sua formação. Deste modo, cabe a nós, estudantes, iniciar um percurso não previsto em termos de unidades curriculares que se baseia no saber estar e falar, para cada vez mais, nos tornarmos profissionais da confiança do público e, portanto, profissionais de saúde de excelência." Ana Rita Rodrigues, 3º ano MICF “O conhecimento científico está permanentemente a ser atualizado, o que obriga o farmacêutico a acompanhar tais inovações, mantendo sempre o objetivo de melhorar o estado de saúde do doente tanto quanto possível. Para isso, é ainda necessária uma boa capacidade de comunicação interpessoal que permita ao farmacêutico colaborar com outros profissionais de saúde.” João Janela, 4º ano MICF “São imprescindíveis para o mercado de trabalho profissionais dotados de competências sociais e comportamentais, conhecidas como so skills, ou seja, ter uma atitude positiva, resiliência, capacidade de raciocínio e rápida resolução de problemas, gestão do tempo, trabalho em equipa, capacidade de comunicação e a humildade necessária para perceber que não existe um limite ao desenvolvimento de novas aprendizagens. Além de tudo isto, é importante que durante o percurso académico se adquiram outras valências, não menos importantes, através da participação em congressos científicos, workshops, estágios extracurriculares, experiências noutros países, e ainda o estudo de outras matérias na área da economia, gestão, línguas, estatística, entre outras.” Beatriz Gama, 3º ano MICF

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O Pilão | nº 17 | Março2017


Por | Carolina Maia e Rita Dias O jornal "O Pilão" traz novamente a rubrica que pretende divulgar os diversos tipos de voluntariado na bela cidade de Coimbra. Desta vez, contamos com o testemunho da Ana Rita Bernardino, voluntária no projeto ‘Voluntários por um Sorriso’, que nos contará a sua experiência no Hospital Pediátrico de Coimbra. Jornal "O Pilão" (OP):Será que nos podes dar uma breve descrição do que fazes? E pensas que deveria ser possível ao voluntário contribuir de mais alguma forma? Ana Bernardinho (AB): O projeto no qual me integro visa o desenvolvimento de atividades lúdicas com as crianças no internamento e no ambulatório. Diariamente os voluntários dirigem-se aos quartos e às salas de espera e interagem com as crianças aí presentes, tarefa essa que é facilitada pela utilização de materiais didáticos adaptados às diferentes idades, que estão disponíveis na sala de voluntariado do Hospital Pediátrico. Após este primeiro contacto e quebrado o “gelo” inicial, os voluntários conseguem cativar a atenção das crianças e assim alcançar o objetivo pretendido, que é proporcionar um ambiente divertido e descontraído, amenizando o sofrimento das crianças doentes e das suas famílias. As atividades desenvolvidas passam por jogos didáticos (jogos de tabuleiro, jogos de cartas, etc.), leitura e dramatização de histórias e contos, trabalhos manuais relacionados com épocas do ano ou alturas festivas como o Carnaval, a Páscoa, as estações do ano, entre outros, sendo também assinalado o dia do voluntário a 5 de dezembro (data instituída pela ONU), com atividades especiais, dinamizadas e organizadas pelos voluntários. Desta forma, apenas se “exige” ao voluntário que dedique algum do seu tempo e atenção às crianças que estão no hospital e que agradecem todos os momentos de companhia e partilha. OP: O que te levou a querer fazer voluntariado?

jeto ideal e até hoje estou certa de que foi uma boa escolha. O processo de inscrição é simples, é dada formação a todos os voluntários que integram o projeto e existe acompanhamento por uma comissão de coordenação do voluntariado. Todos este fatores contribuíram para o meu interesse neste projeto. OP: Qual a experiência que mais te marcou no decorrer deste voluntariado? AB: No voluntariado cada dia é diferente e as crianças com que lidamos não são sempre as mesmas. Por conseguinte, cada dia, sorriso, gargalhada e até a tristeza que as crianças demonstram quando dizemos que temos de ir embora (apesar de apenas termos estado com elas durante alguns minutos ou horas) fica marcado e assim sabemos que cumprimos a nossa missão. OP: De que forma o trabalho como voluntária tem contribuído para o teu desenvolvimento pessoal? E acreditas que poderá ser vantajoso para ti no mundo laboral? AB: Em primeiro lugar, a experiência de voluntariado tem-me permitido alcançar realização pessoal, ao fazer algo de que gosto e simultaneamente conseguir ajudar pessoas emocionalmente fragilizadas. Além disso, o voluntariado possibilita a aquisição e aperfeiçoamento de so skills tais como o atitude positiva, dinamismo, trabalho em equipa, partilha, responsabilidade, gestão de emoções, capacidade de comunicação, entre outras, que atualmente são muito valorizadas na entrada no mercado de trabalho e que contribuem para uma melhor performance laboral.

AB: Desde cedo foram-me incutidos valores de partilha, solidariedade e de ajuda ao próximo, valores esses que tenho vindo a pôr em prática. Por outro lado, senti que poderia enriquecer a minha vida académica com novas experiências e depois de alguma pesquisa surgiu a hipótese de fazer voluntariado, que acabou por se concretizar. OP: Porquê o Projecto "Voluntários por um Sorriso"? AB: Aliando a vontade de ajudar alguém ao gosto que tenho por crianças este pareceu-me o pro-

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Por | Cátia Almeida e Tânia Baptista em colaboração com o Des.Liga

Alimentação e Doenças Cardiovasculares O Dia Nacional do Doente Coronário é celebrado a 14 de fevereiro. Em Portugal, as doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte. Segundo a Fundação Portuguesa de Cardiologia, o enfarte agudo do miocárdio é a causa de morte de mais de oito mil portugueses por ano! Um dos principais fatores de risco destas doenças é uma alimentação desequilibrada aliada à falta de exercício físico, por isso deve-se sempre alertar a população para os mesmos. Devem-se seguir os seguintes comportamentos: -Ter uma alimentação equilibrada e muito variada tendo em conta as recomendações da Nova Roda dos Alimentos Portugueses; -Ter um consumo adequado de alimentos dos grupos dos legumes, hortaliças e frutos, devido à sua riqueza em fibras alimentares, vitaminas (especialmente vitamina C, B e A) e minerais como o selénio, que devido ao seu potencial antioxidante, desempenham um papel fundamental na prevenção da aterosclerose; -Preferir o peixe à carne. Mesmo os peixes gordos. A riqueza em ácidos gordos polinsaturados da série ómega 3 tornam os peixes um alimento importante na proteção cardiovascular; - Os frutos oleaginosos (nozes, avelãs, amêndoa…) são também importantes dada a sua riqueza em vitamina E, uma vitamina de elevada capacidade antioxidante;

- Restringir o consumo de calorias totais (adequar a energia consumida às necessidades reais e à atividade física); - Reduzir o consumo de gorduras saturadas e colesterol veiculado pelos alimentos. -Reduzir ou retirar da alimentação bebidas alcoólicas, sal e café ; -Preferir preparações culinárias mais saudáveis como cozidos, cozidos a vapor, assados e grelhados; -Evitar fritos, refogados e partículas queimadas resultantes da confeção dos alimentos (nomeadamente assados no forno e grelhados); - Fazer 5 ou 6 refeições diárias distribuindo as calorias ingeridas de forma harmoniosa, tendo o cuidado de comer calmamente mastigando e insalivando bem os alimentos; - Adotar hábitos saudáveis como: andar a pé diariamente 1hora (10000 passos/dia), praticar desporto adaptado às limitações de cada um, não fumar, ingerir uma boa quantidade de água por dia (1.5 a 2 litros), reduzir a ansiedade e o stress, tentar viver de forma calma e despreocupada; Um estudo desenvolvido no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge demonstrou que, numa população entre os 18 e os 79 anos, cerca de 55% das pessoas têm dois ou mais fatores de risco cardiovasculares: •Mais de metade tem excesso de peso ou obesidade; •Cerca de 40% têm hipertensão arterial; •1/4 são fumadores; •Cerca de 30% têm colesterol muito elevado; • O número de pessoas com diabetes continua muito alto. Estes números mostram que, em Portugal, ainda há muito por fazer para baixar o risco de doença cardiovascular, sobretudo do acidente vascular cerebral, em que somos um dos países com maior mortalidade na Europa.

Des.LIGA da inatividade física. Sê ativo na prevenção do cancro! Atualmente já não existem dúvidas que a ausência de exercício físico aliada a um excesso de peso e a uma inadequada alimentação estão associadas a um risco aumentado de desenvolver diversos tipos de cancro, nomeadamente os cancros colorretal, mama, útero e rim. Aproximadamente 1/3 das mortes por cancro estão relacionadas com a alimentação e atividade física. Por exemplo, o excesso de peso, obesidade e a inatividade física, conjuntamente, são responsáveis por cerca de 159 mil mortes por cancro colorretal todos os anos e por cerca de 88 mil mortes por cancro da mama. Os estudos têm evidenciado, a este respeito, que 26% das mortes por cancro colorretal e 19%

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das mortes por cancro da mama são atribuídas a um aumento excessivo de peso e à inatividade física. As recomendações a respeito da prática de exercício físico apontam para a importância de realizar uma atividade física de intensidade moderada pelo menos cerca de 150 minutos por semana ou 75 minutos se a atividade for mais intensa. Para as crianças, as recomendações são de pelo menos 60 minutos de atividade física moderada ou mais vigorosa, todos os dias, devendo as atividades mais intensas ocorrer pelo menos 3 vezes por semana. No entanto, a atividade física não só é essencial na redução o risco de desenvolver cancro, também tem benefícios para as pessoas que se encontram em tratamento de cancro ou que são sobreviventes. A este respeito, os estudos realizados aludem que a prática de exercício físico não só é segura durante os tratamentos para o cancro, como também pode melhorar o funcionamento físico e qualidade de vida.

O Pilão | nº 17 | Março2017


Por | Carolina Maia e Cristiana Fontes ÁLCOOL ATIVA AS CÉLULAS CEREBRAIS QUE ESTIMULAM A FOME Cientistas do Reino Unido demonstraram que os componentes fundamentais dos circuitos do cérebro, localizados no hipotálamo, também são ativados pelo álcool. Os cientistas administraram 180 mL de álcool a ratinhos, durante três dias, o que resultou num aumento significativo da ingestão de comida, por comparação com roedores do grupo de controlo. Descobriram, assim, que a atividade dos neurónios que estimulam a fome é aumentada pelo etanol, um dos componentes do álcool, o que pode levar ao ato de comer em excesso.

YOGA PROPORCIONA ALÍVIO PARA DOR LOMBAR Confirmou-se que a prática de yoga está ligada ao alívio da dor e que para pacientes que sofrem de dor lombar crónica não-específica, o yoga pode ser considerado como uma forma de tratamento. Os ensaios, que incluíram mais de 1.000 participantes, compararam o yoga a um material educacional dado a um paciente, ou a uma intervenção de exercícios como a fisioterapia. Demonstrou-se que, após 3 a 6 meses de yoga, os pacientes apresentaram pequenas a moderadas melhorias na dor lombar e, enquanto outras práticas levam à dor nas costas com recorrência, o yoga não é associado a efeitos secundários graves.

BAGAS DE ÁRVORE DA PIMENTA DO BRASIL DESARMAM BACTÉRIAS MULTIRESISTENTES As bagas da árvore da pimento do Brasil foram usadas durante anos pelos curandeiros locais para tratar algumas infeções. Recentemente, descobriu-se que as bagas da árvore da pimenta do Brasil (Schinus terebinthifolius) tornam inofensivas bactérias resistentes a antibióticos, o que pode contribuir para encontrar novos tratamentos para estas infeções, principalmente, para as infeções causadas por Staphylococcus aureus. A substância não mata a bactéria, mas reprime um gene que permite que as suas células comuniquem entre si. Segundo os investigadores as bagas “contêm um extrato com o poder de desarmar a perigosa bactéria Staphylococcus aureus, resistente a antibióticos”, “evitando que segregue as toxinas que utiliza como armas para danificar os tecidos”.

VITAMINA E: CIÊNCIA ATUAL E DIREÇÕES FUTURAS A vitamina E é um conhecido antioxidante, mas descobertas recentes demonstram que o composto e seus metabolitos têm papéis que vão além do metabolismo, regulação genética, imunomodulação e neuroproteção. A vitamina E pode desempenhar um papel importante na prevenção da doença hepática gordurosa não alcoólica e esteatohepatite não alcoólica. Pode, ainda, ter efeitos se tomada como suplementação na doença crónica renal, doença hepática colestática e fibrose cística. Sendo, por isso, que os clínicos consideram importante 2 intervalos de dosagem: um que se relaciona com os efeitos biológicos habituais e outro interligado com efeitos preventivos.

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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Que temas gostarias de ver tratados nas próximas edições do jornal ? Gostas de escrever? Tens vontade de participar no jornal do teu núcleo?

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