11ª Edição

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O Pilão

Dia da Faculdade de Farmácia Universidade de Coimbra celebra 725 anos A Retrospetiva de um Mandato NEF/AAC

Farmácia Nazareth - 200 anos de História Experiência Erasmus

O Suplemento N.º 11 | Fevereiro 2015 | Distribuição Gratuita

Jornal do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra - NEF/AAC


FICHA TÉCNICA Jornal “O Pilão” Propriedade e Edição

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) Faculdade de Farmácia Universidade de Coimbra Pólo das Ciências da Saúde Azinhaga de Santa Comba 3000-548 Coimbra www.nefaac.pt www.facebook.com/nefaacoimbra geral@nefaac.pt jornal@nefaac.pt

Direção

Sandra Magro

Direção Editorial

Anita Calado e Stéphanie Pais

Grafismo e Paginação Anita Calado, Cristiana Pinheiro, Leonor Bruçó e Stéphanie Pais Redação

Anita Calado, Carla Oliveira, Cristiana Pinheiro, David Ramos, Diana Marques, Inês Ferreira, Joana Fiteiro, Kevin Leandro, Leonor Bruçó, Margarida Viola, Mariana Galante, Rafaela Silva, Rita Alves, Stéphanie Pais e Tânia Baptista

Colaboraram nesta edição Ana Sofia Correia e Luís Cruz

Tiragem

EDITORIAL Caros Leitores, É com honra que vos apresentamos mais uma edição do Jornal O Pilão, neste caso a décima primeira. Talvez a edição mais nostálgica, uma vez que é a última deste mandato do NEF/AAC. Como o fim do mandato se aproxima, reunimos com o executivo e com os coordenadores dos pelouros para fazer a retrospetiva de um fantástico ano, enquanto Direção. As referências ao empenho, trabalho e dedicação foram constantes. Tudo fruto de um ano de conhecimento e aprendizagem mútua. Será uma Direção que deixará saudade, pois quando há amizade os laços criam-se. Sendo O Pilão um jornal feito por estudantes e, sobretudo, para estudantes, damos uma vez mais, a conhecer a outra faceta destes, isto é, o que os estudantes fazem para além da vida académica. Fomos ao encontro de Gonçalo Bento, atual Conselheiro Geral e Presidente da Mesa do Plenário, que nos falou das suas diversas atividades extracurriculares e da sua visão enquanto associativista. Também fomos saber como os estudantes Erasmus se adaptaram às diversas mudanças a que foram sujeitos. A área profissional do farmacêutico desperta sempre grande interesse para o estudante e, por isso com o apoio do Pelouro dos Estágios e Saídas Profissionais, apresentamos testemunhos de farmacêuticos nas diversas áreas de intervenção. Sem fugir à regra, O Pilão prima pela referência dos profissionais da FFUC e por isso conversou com a Doutora Professora Gabriela Silva no intuito da rubrica O Perfil do Professor. Como estamos no início de um novo ano, as festividades repetem-se e celebram-se múltiplas datas referentes à Faculdade de Farmácia e à Universidade de Coimbra. Portanto, optamos por relembrar o Dia da FFUC e os 725 anos da UC. Com isto, juntámos a riqueza cultural e patrimonial que Coimbra tem e fomos visitar uma das mais emblemáticas Farmácias Portuguesas, a Farmácia Nazareth, que curiosamente festeja o seu ducentésimo aniversário. Sem sair literalmente do espaço da Faculdade de Farmácia damos a conhecer o conteúdo histórico da Capela de Santa Comba e alargando horizontes, fomos revisar a história da Sé Nova e da Sé Velha. Duas das nossas mais recentes novidades implementadas nas edições do jornal foram o Espaço Pedagógico e O Suplemento, e com elas vamos continuar pois foram muito bem aceites pela comunidade. Por fim, e de todo não menos importante, queremos agradecer a toda a nossa dedicada e incansável equipa editorial, pois sem eles nada disto seria possível. À Carla Oliveira, à Cristiana Pinheiro, ao David Ramos, à Diana Marques, à Inês Ferreira, à Joana Fiteiro, ao Kevin Leandro, à Leonor Bruçó, à Margarida Viola, à Rafaela Silva, à Rita Alves e à Tânia Baptista, um nosso muito e sincero obrigada! Despedimo-nos de um mandato de muitas batalhas e conquistas, com o sentimento de dever cumprido e com a esperança de termos feito a diferença. Pois acreditamos

que não acabámos como cópias mas sim como começámos, únicos!

300 exemplares Distribuição gratuita

Boas Leituras,

Impressão

PRINTHOUSE, LDA

Apoio Instituicional

Ordem dos Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra

Patrocinadores

Plural - Cooperativa Farmacêutica, CRL ANF - Associação Nacional das Farmácias Edição redigida segundo o novo acordo ortográfico Anita Calado e Stéphanie Pais - Coordenadoras do pelouro O Pilão

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O Pilão | nº 11 | Fevereiro 2015


ÍNDICE NEF/AAC 4-9 Retrospetiva do mandato NEF/AAC

Entrevistas 10-11 Conselheiro Geral - Gonçalo Bento

Perfil do Professor 12 Professora Doutora Gabriela Silva

Universidade de Coimbra 13 Dia da Faculdade de Farmácia 14 Universidade de Coimbra - 725 anos

E ntidades /A ssociações 15 Farmácia Nazareth - 200 anos de História

Em Coimbra 16-17 Capela de Santa Comba, Sé Nova e Sé Velha

Na Primeira Pessoa

18-19 Saídas Profissionais 20-22 Experiência Erasmus

Espaço Pedagógico 23 Pesquisa Bibliográfica

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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NEF/AAC 2014/2015

Retrospetiva de um Mandato O mandato 2014/2015 do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/ AAC) chega agora ao fim. O jornal O Pilão foi ao encontro da Direção (executivo e coordenadores dos diversos pelouros) para fazer o balanço do que aconteceu este ano. por Anita Calado e Stéphanie Pais

Executivo

Em nome de Sandra Magro, atual presidente do NEF/AAC, o executivo faz um balanço em jeito de retrospetiva de um mandato notável!

Missão Cumprida – é com um grande sentimento que enaltecemos estas duas palavras, pois conseguimos construir uma equipa de excelência para os estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC). Porque os Projetos são feitos de momentos e os momentos são feitos por pessoas, é com um grande Orgulho que afirmamos que tivemos os melhores ao nosso lado e que sem eles não estaríamos a terminar em grande nesta meta final. Enquanto executivo, estamos muito orgulhosos por todo o trabalho da direção. Achamos que todos os objetivos foram cumpridos e elevámos o núcleo a outros patamares, quer a nível interno quer a nível externo. Aproximámo-nos cada vez mais da FFUC, do Corpo docente e não docente e principalmente dos nossos estudantes, que representamos e para os quais trabalhamos diariamente de forma afincada. Na esfera da Política Educativa e Ação Social reaproximámos o Associativismo à comunidade estudantil. Mostrámos que podemos e devemos fazer a diferença numa realidade cada vez mais enevoada, na qual é essencial saber manifestar a

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nossa posição enquanto estudantes universitários. Em termos Pedagógicos, consideramos que foi uma Grande Vitória, e uma viragem, porque conseguimos apresentar algumas soluções perante determinados aspetos que entravam em conflito com os nossos estudantes. Procurámos estar sempre na linha da frente, em articulação com a Direção da FFUC, defendemos sempre da melhor forma os interesses dos estudantes. Quisemos sobretudo que houvesse uma abertura entre alunos, professores e Conselho Pedagógico da FFUC, de modo a que todas as dúvidas fossem esclarecidas e os problemas fossem discutidos e solucionados. Nas Saídas Profissionais, este ano foi um ano excecional. O número de candidaturas aos estágios extracurriculares bateu recordes. Agradecemos o grande voto de confiança que a Direção da FFUC nos deu relativamente à realização da III Edição do PharmCarrer. Esta grande responsabilidade foi deixada nas mãos do NEF/AAC. O Gabinete de Apoio ao Estudante foi completamente reestruturado, conferimos ao Pelouro muito mais autonomia. Coube-lhes a responsabilidade de grande O Pilão | nº 11 | Fevereiro 2015

parte de todo o merchandising. São eles que fazem o contacto direto com o estudante, é o grande elo entre estes e o NEF/AAC. Procurámos informar e prestar auxilio permanentemente a toda a comunidade estudantil. Na prática Desportiva, crescemos em várias medidas e implementámos o desporto dentro e fora da faculdade. Procurámos incentivar os nossos estudantes à prática desportiva e fazer com que o desporto fizesse parte do seu dia a dia. A Comunicação, Imagem e Fotografia, foi imprescindível! Consideramos essencial que a informação, na sua globalidade, chegue a todos os estudantes que representamos. Através de vídeos e fotorreportagens, conseguiu-se também estabelecer uma proximidade com os Apoios Institucionais e Patrocinadores do NEF/ AAC. No âmbito Cultural procurámos aproximar os nossos estudantes às secções culturais e organismos autónomos da AAC. Coimbra é Cultura, quem estuda em Coimbra respira e vive cultura e sem dúvida que este pelouro marcou os nossos estudantes de uma forma muito positiva, uniu esforços para uma melhor divul-


gação e prática cultural no seio da nossa Academia e da nossa cidade. A nível Formativo, foi o vulcão de surpresas, sem dúvida. Para sermos excelentes profissionais de saúde temos que ter uma boa formação e nós apostámos muito por aí. Tanto que a nossa linha de atividades em relação aos anos anteriores, foi completamente diferente. Apostámos nos trainings, nas soft skills, em desenvolver capacidades, nós só podemos ser bons se nos praticarmos a nós próprios. Relações Internas e Externas, procurámos estar envolvidos em atividades externas, para mostrarmos mais o que é a nossa faculdade, estivemos presentes nas escolas secundárias, na universidade de verão e vamos estar agora também na Futurália. Acima de tudo queremos e quisemos sempre a excelência e o prestígio do que é estudar na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. Nas relações internacionais, procurámos crescer externamente ao estarmos solidificados internamente. E ao estarmos bem externamente, as relações internacionais foram também um vulcão de surpresas. Recebemos muitos estudantes de vários programas de mobilidade e SEP, e o feedback por parte destes estudantes foi muito positivo. Relativamente à Intervenção Cívica e Promoção para a Saúde, o chamado pelouro cor-de-rosa, assumimos uma Acão muito mais proativa. E sem dúvida que como Futuros Profissionais de Saúde temos o dever de intervir diretamente na comunidade, promovendo estilos de vida saudáveis e de cariz solidário. Foram realizadas enumeras atividades desde os narizinhos vermelhos, do hospital do ursinho e das recolhas. Foi um pelouro muito ativo. O Pilão é um dos meios informativos mais nobres e Familiares do NEF/AAC, sem dúvida foi sempre um jornal muito atento, teve também sempre duas meni-

nas excelentes profissionais à frente. À equipa editorial desejamos tudo de bom, fizeram um excelente trabalho. Enquanto executivo da direção, estamos muito orgulhosos do vosso trabalho. O Pilão que não fique por aqui e que continue a crescer! Dissemos inicialmente, que as principais bandeiras que nos caracterizam como equipa são a competência, a exigência e a multidisciplinaridade, mas agora acrescentamos mais uma: a Amizade, nós agora somos uma família! Em relação à parte administrativa, tivemos a sorte de pegar num núcleo financeiramente estável. E conseguimos atingir o nosso objetivo, que foi deixar o núcleo financeiramente melhor do que o encontrámos. Reforçamos também que este foi um dos primeiros anos em que não houve eleições disputadas, fomos lista única. E sem dúvida de que quando há união, e quando damos oportunidade a pessoas que estão cheias de vontade de trabalhar, o resultado não poderia ser melhor. Numa equipa, nós não podemos ser todos do mesmo grupo de amigos: o facto de sermos todos diferentes e pertencermos a grupos diferentes leva-nos a conseguir chegar a mais estudantes, a mais pessoas, a opiniões diferentes e a crítica é muito boa. Uma pessoa que venha de fora, que venha com uma crítica e seja construtiva é uma mais-valia. O respeito e a humildade caracterizaram muito bem esta direção. Nós éramos um grupo altamente heterogéneo e achamos que atingimos muitos patamares de sucesso. Esta direção não se deixou ficar pelo trabalho das anteriores, elevou bastante o patamar. Isso dependeu das pessoas que fizeram parte desta equipa. Foi uma equipa fantástica, com pessoas espetaculares que nunca se deram por vencidas. Mesmo cansadas estavam prontas a ajudar. É isso que levamos para vida, é como a

célebre frase diz – levamos esta Equipa para a Vida. MENSAGEM À FUTURA DIREÇÃO À futura direção, temos total disponibilidade no que for preciso. Acima de tudo sejam vocês próprios e confiem uns nos outros, sejam amigos uns dos outros, porque se as coisas funcionarem dentro é meio caminho andado para terem sucesso lá fora. Oiçam mais a equipa, resolvam as situações internamente. Abracem o NEF/AAC como equipa e não como um projeto em nome individual. Isto é o efeito dominó, se todos contribuírem para um objetivo é mais fácil atingir esse objetivo. E só assim conseguimos o Sucesso. Podem contar com esta direção cessante pro que der e vier. Cumpram sempre os vossos objetivos, aproveitem bem a almofada financeira que nós deixámos. Porque nós acreditamos que a próxima direção faz sempre mais e melhor. Temos as expetativas altas, por isso não nos desiludam. AGRADECIMENTOS Um agradecimento a todo o corpo docente da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, e a todos os Funcionários. Por continuarem a permitir elevar o patamar de todos os projetos do NEF/AAC, queremos agradecer à Plural-Cooperativa Farmacêutica, à Associação Nacional das Farmácia, e à Ordem do Farmacêuticos. Queremos agradecer também à Imperal TAFFUC, à Phartuna e ao FFUCoral porque estiveram sempre presentes. E principalmente a esta Direção da faculdade que nos ajudou a vencer e a fazer história neste mandato! E por último, e mais importante, aos nossos Estudantes que representamos porque sem eles nada disto seria possível. Foi um Desafio exigente mas Apaixonante! Um muito Obrigada a todos!

“Porque os Projetos são feitos de momentos e os momentos são feitos por pessoas.

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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Pelouros

dante!

Comunicação, Imagem e Fotografia

do estu z o v a s o m fo s ó N “

Durante este mandato o Pelouro da Comunicação, Imagem e Fotografia teve um papel essencial para a promoção do NEF/AAC junto das entidades e dos estudantes. Apostámos em plataformas de comunicação novas, como o Instagram, remodelámos totalmente o site, divulgámos todas as atividades com cartazes em formato digital e físico e aumentámos consideravelmente o número de seguidores do núcleo - tanto no Facebook como no site. Os vídeos também tiveram um papel importante na divulgação, nomeadamente no VIII Congresso Científico, assim como as fotorreportagens. Para além de tudo isto conseguimos dar apoio a todas as atividades com todo o tipo de materiais necessários, como por exemplo credenciais e impressões em vinil. Consideramos assim que o nosso pelouro teve um balanço bastante positivo durante o ano letivo de 2014/2015, marcando pela inovação e eficácia. Os coordenadores, Daniel Magano, Mariana Laranjeiro e Sérgio Filho

Cultura

É quase inacreditável pensar que já passou um ano desde que assumimos o Pelouro da Cultura do NEF/AAC, no entanto, o tempo de Faculdade é mesmo assim, e é uma das nossas missões contribuir para que o passes da melhor forma! Com um Peddy-Núcleo muito original, um Workshop “Capa e Batina” muito informativo, um mítico Jantar de Serenata, a participação na organização do “melhor” ENEF de sempre, um *Café Cultural* que tanto nos contou e uma atividade completamente nova que permitiu finalizar todo um ano de vivências e partilha de experiências da melhor forma (com prémios e tudo), sendo uma verdadeira Despedida ao Caloiro, iniciámos o nosso mandato com a ideologia com que nos iríamos pautar no resto deste: fazer o melhor mandato do Pelouro da Cultura do NEF/AAC! Depois de umas merecidas férias, e uma participação especial na organização do IV ATP – APEF Training Project, chegou a altura de começar o ano letivo dando as boas-vindas

aos novos alunos da FFUC e de promover a sua integração tanto com os alunos mais velhos, bem como entre eles, surgindo então assim o épico Welcome Caloiros (também este um novo acontecimento) com várias atividades que levaram os alunos mais novos a conhecer tanto os alunos mais velhos, bem como os que tinham acabado de entrar, servindo como um icebreaking ideal para o 1º dia de aulas. Não muito tempo depois decorreu a febrada NEF/AAC com uma nova ideologia, um novo espaço e também, podemos afirmar, um novo sucesso! Outubro chegou num piscar de olhos e, com ele, a Festa das Latas e Imposição de Insígnias 2014, onde com muito carinho e muita bricolage construímos a Barraca NEF/ AAC que, além de bonita, se pautou pela eficiência e profissionalismo que tanto marca o nosso Núcleo. Recuperados do trabalho da Latada, assumimos as comemorações do 28º Aniversário do NEF/AAC celebrando-se toda a história do Núcleo mais antigo da AAC. Chegado o final de novembro, tomou lugar

Desporto Tendo como objetivo a dinamização desportiva da Faculdade de Farmácia, o pelouro do desporto do NEF/AAC desenvolveu ao longo deste mandato diversas atividades promotoras da prática desportiva e fomentadoras do convívio e entreajuda entre os estudantes. Atividades como a corrida solidária, os diversos torneios das várias modalidades e o dia desportivo foram momentos importantes de integração e diversão por parte da comunidade estudantil e docente da FFUC. O pelouro do desporto realizou ainda, uma aproximação ao desporto da Associação Académica de Coimbra (AAC) através da realização de uma palestra informativa sobre suas várias secções desportivas, ficando

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a promessa de no futuro se unirem esforços para a execução de atividades conjuntas. Outra atividade importante realizada foi a renovação dos protocolos com os ginásios já existentes, bem como, o estabelecimento de novas parcerias com outras entidades. A solidariedade foi também uma das mensagens que ao longo deste mandato tentámos transmitir, tentando sempre que possível, ajudar instituições que representam pessoas carenciadas. A coordenação faz um balanço positivo do mandato, reforçando a imprescindível importância de todos os colaboradores e restante direção do NEF/AAC para a realização das diversas atividades. Os coordenadores, André Lourenço e Francisco Baptista O Pilão | nº 11 | Fevereiro 2015

a Semana Cultural, uma semana que certamente aqueceu o ambiente da FFUC numa época em que o frio nos pesa, tomando o seu lugar a dança, a magia, o espetáculo de fogo, a música entre outras diversas formas de arte. Com o final do Ano de 2014 chegou a altura do Jantar de Natal da FFUC, onde estudantes, docentes e não-docentes poderam celebrar esta época com um ambiente mais informal e propício ao convívio. Para finalizar gostaríamos de agradecer a toda a nossa equipa, aos nossos fantásticos colaboradores, pois sem eles nada do que aqui foi referido teria sido possível. Agradecemos também a toda a Direção do NEF/AAC que sempre nos apoia e está lá quando precisamos. Aos próximos que tomarem as rédeas do Pelouro desejamos o mesmo que desejámos a nós: Que façam um trabalho ainda melhor e superem tudo o que foi feito! Os coordenadores, Paulo Mendes e Rita Teixeira


Estágios e Saídas Profissionais Fazer o balanço de um ano de trabalho torna-se difícil quando muito se passou e muitos sentimentos se viveram. De uma forma muito simplista, podemos dizer que o balanço foi muito positivo e estamos orgulhosos de, mais uma vez, o Pelouro ter evoluído e ter mostrado que tem capacidade para ser um dos mais significativos do NEF/AAC. A verdade é que cada atividade foi um novo desafio e exigiu novas competências a vários níveis, levando a que fosse preciso um esforço muito grande de toda a equipa. A nossa principal atividade , os Estágios Extracurriculares, é aquela que revela quem na equipa está disposto a trabalhar e a ceder parte do seu tempo em benefício dos outros estudantes da faculdade. No fim e apesar de todos os contratempos, tudo correu da melhor forma e a atividade foi um enorme sucesso, o que para nós foi e continuará a ser, um enorme motivo de orgulho e de satisfação. O trabalho em equipa, a cooperação e o entendimento entre nós, coordenadores e colaboradores foi essencial para o sucesso de

todas as atividades sem que fossem precisas trocas de palavras mais emotivas ou algo semelhante. A grande maioria dos colaboradores mostrou-se sempre disponível para exercer as tarefas que lhes proponhamos e alguns deles foram os responsáveis por algumas das ideias que foram surgindo ao longo do ano, o que torna evidente o seu grau de envolvimento. Sinceramente, pensamos que mesmo depois das noites em branco e das adversidades porque passámos ao longo deste ano, o resultado não podia ser outro que não o sentimento de dever cumprido e de um enorme orgulho por ter sido a cara de um Pelouro que de ano para ano continua a crescer e a mostrar aos alunos um lado mais prático da sua formação e também um pouco do que pode vir a ser o seu futuro. Há um ano atrás nunca iriamos imaginar que a decisão de coordenar o Pelouro teria tanto impacto nas nossas vidas. As mudanças são bem percetíveis , não só no que diz respeito ao sentido de responsabilidade,

mas também do crescimento pessoal. O ter que lidar com a pressão, ter que dizer não, ter que tomar decisões importantes, fez desta viagem uma aprendizagem contínua que, com certeza terá repercussões naquilo que será o nosso futuro. Os coordenadores, Miguel Cruz e Rita Marques

Formação O mandato do Pelouro da Formação NEF/AAC começou com uma sessão de trainings sobre Comunicação, Técnicas de Apresentação e Discurso Público. Foi um risco, uma vez que este formato nunca tinha sido realizado na Faculdade, mas os estudantes responderam bem ao desafio e aderiram em massa à atividade. Seguiu-se o Curso de Língua Gestual (nível básico), uma atividade de dois dias direcionada ao “Mundo das Plantas”, o “XVI Simpósio NEF/AACPrática Farmacêutica”, coorganizado com o Pelouro de Intervenção Cívica e Promoção para a Saúde. Não ficámos por aqui, e proporcionámos ainda ao nossos estudantes a oitava edição do “Congresso Científico do NEF/AAC- Cérebro e (dis)funções” e a formação “Sifarma 2000”. O Pelouro da Formação NEF/AAC agradece aos estudantes pela adesão às atividades organizadas, sendo essa a força motriz do nosso trabalho e a motivação para o constante desejo de superação. Os coordenadores, Bruna Relvas e Diana Jordão

Gabinete de Apoio ao Estudante O Pelouro do Gabinete de Apoio ao Estudante tem como função a agilização dos contactos entre o Núcleo de Estudantes de Farmácia (NEF/AAC) e a população estudantil, bem como o auxílio a todos os restantes pelouros. Ao longo deste mandato, este pelouro participou na receção de inscrições para as diversas atividades realizadas pelo NEF, assim como a entrega de certificados comprovativos da presença nessas mesmas atividades , para além de auxiliar no seu desenvolvimento sempre que foi necessário. Outras tarefas da responsabilidade deste pelouro foram a manutenção e bom funcionamento tanto da Sala do Núcleo como do Ponto NEF e o estabelecimento de contacto com certas empresas de fabrico de material de merchandising, nomeadamente batas, pastas académicas, fitas e kits de finalista. Os coordenadores, João Gonçalves e Nelson Santos Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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Intervenção Cívica e Promoção Para a Saúde Durante este mandato foram diversas as atividades organizadas pelo Pelouro da Intervenção Cívica e Promoção para a Saúde, sempre com o objetivo de proporcionar momentos de crescimento aos nossos estudantes, não só como futuros profissionais de saúde mas também como cidadãos. Porque acreditamos que é essencial valorizar o trabalho em equipa e a partilha de conhecimentos, algumas das nossas atividades foram realizadas em parcerias com diferentes pelouros, núcleos de estudantes e também com instituições da cidade de Coimbra. Desde o início considerámos fundamental que o estudante farmacêutico marca-se a diferença e se aproximá-se ainda mais da sociedade que nos rodeia. Acreditamos que o Pelouro da ICPS tenha contribuído com o seu trabalho para que tal acontecesse. Não estando a falar exaustivamente de todas as atividades por nós desenvolvidas, queremos apenas fazer referência a algumas das atividades a nosso ver bem sucedidas. Podemos começar por referir o XVI Simpósio do NEF/ AAC sobre Prática Farmacêutica, que ocorreu durante um dia e em co-organização com o Pelouro da Formação. Com esta atividade pro-

Jornal O Pilão

porcionámos aos nossos estudantes a oportunidade de completarem a sua formação académica abordando assuntos importantes, especialmente em Farmácia Comunitária. Já durante o mês de novembro desenvolvemos na faculdade o Mês Solidário onde podemos contar com a forte colaboração e espírito solidário de todos. Tendo em conta a envolvência e o interesse demonstrado da nossa comunidade estudantil no tema do voluntariado foi organizada uma palestra intitulada de Voluntariado – Onde, Como e Porquê? - onde contámos com a presença de testemunhos de voluntariado de estudantes, uma professora e uma instituição. Com a colaboração dos grupos académicos da FFUC e também de todos os estudantes conseguimos organizar a Noite Solidária, onde foi possível conciliar a diversão com solidariedade, realizando uma recolha de alimentos.

Para terminar o nosso mandato organizámos a Formação em Dermofarmácia e Cosmética, que sendo uma área muito abrangente é importante tentarmos adquirir alguns conhecimentos extra. Outras atividades foram realizadas e fica a ideia que muitas outras poderão vir a ser organizadas! Deixamos este mandato com o sentimento de dever cumprido e com muita esperança que no próximo seja ainda muito melhor. Obrigada! Os coordenadores, Sara Nóbrega e Sofia Leal

O Pelouro Jornal O Pilão teve um ano de sucessos e surpresas. Inicialmente, sofreu uma restruturação a nível da grafia e do design quer do jornal, da newsletter e da página do facebook. Houve por de trás uma equipa editorial incansável e dedicada com uma coordenação nova, mas confiante. Implementámos rotinas no lançamento de edições, tentámos ser coerentes e fidedignos na informação transmitida. Apostámos na divulgação dos nossos meios sociais, conseguindo duplicar o número de pessoas abrangidas. Adicionámos um componente novo às edições dos jornais, o suplemento, que se baseou em jogos e pequenas curiosidades. Também melhorámos a comunicação existente entre os diversos patrocinadores do NEF/AAC, realizando diversas ações de divulgação de atividades ou de informações importantes. Tudo isto foi a soma de um trabalho conjunto e esperemos próspero, pois queremos deixar uma base sólida para dar continuidade ao bom trabalho desenvolvido. Os coordenadores, Anita Calado e Stéphanie Pais

Pedagogia O Pelouro da Pedagogia, ao longo de todo o mandato, promoveu o fortalecimento da ligação com as Comissões de Curso através de diversas reuniões, onde foram discutidos diversos assuntos intrínsecos a estas. É de salientar que, pela primeira vez, foram elaborados balanços de mandato por parte das Comissões no seguimento do processo de credibilização das mesmas. Outra das iniciativas passou pela revisão do Regulamento das Comissões de Curso. Estreitar a ligação ao Conselho Pedagógico foi também uma das prioridades, refletindo-se através de atividades como a elaboração do mapa de exames, em conjunto com as Comissões de Curso, e a organização da escolha de horários. Outra atividade por nós desenvolvida foi a criação, no dia 24 de maio , de um separador no site do NEF/AAC com questões pedagógicas habituais, dado que este estava desprovido de informação pedagógica. O Gabinete Pedagógico foi um projeto que transitou de mandato, sendo que consiste

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numa forma dos estudantes poderem solicitar o esclarecimento de dúvidas de cariz pedagógico. Demos continuidade ao “Banco de Sebentas” em parceria com as Comissões de Curso, esta que é uma plataforma que interliga todos os estudantes da FFUC em prol de uma maior partilha de materiais de estudo, sendo que, atualmente, já possui mais de 1000 estudantes inscritos. A Palestra “Métodos de Estudo” (6 de outubro ) foi realizada em colaboração com o Núcleo de Integração e Aconselhamento dos SASUC e teve como principal objetivo conceder aos estudantes auxílio na gestão do estudo. O Manual Pedagógico foi uma iniciativa completamente inovadora e claramente necessária na nossa faculdade. Há muito que eram evidentes as dificuldades dos novos estudantes da FFUC em compreender toda a pedagogia aplicada no Ensino Superior. Deste modo, este manual veio suprir essa lacuna prometendo ser um projeto de longa duração no seio da nossa faculdade. Também protagonizámos a elaboração do “Espaço PedagógiO Pilão | nº 11 | Fevereiro 2015

co” através do Jornal O Pilão. Pareceu-nos evidente ser a melhor forma de fazer chegar aos estudantes informação interessante. Os temas deste espaço foram “ECTS” (novembro ) e “Pesquisa Bibliográfica” (fevereiro ). Outra das atividades e, sem dúvida, a mais trabalhosa foi a elaboração de uma proposta de Revisão do Plano de Estudos da Licenciatura em Farmácia Biomédica. Também elaborámos uma avaliação Pedagógica da FFUC, sendo os inquiridos os estudantes que mais se debatem com situações pedagógicas no dia a dia , os membros das Comissões de Curso. No passado dia 25 de fevereiro decorreu uma Tertúlia Pedagógica onde se debateram os temas: “Análise do atual Plano de Estudos do MICF” e “Importância das licenciaturas na FFUC”. Por fim, no dia 2 março, vai-se realizar uma sessão de esclarecimento com o propósito de retirar todas as dúvidas relativas ao novo Regulamento Pedagógico que os estudantes pudessem ter. Os coordenadores, João Dias e Márcia Franco


Política Educativa e Ação Social Neste mandato concretizamos um conjunto de ideias importantes no âmbito da Política Educativa e Ação Social. Foi lançado oficialmente o “Departamento de Ajuda” que visa encontrar soluções e informar devidamente os alunos dos apoios disponíveis para fazerem face às suas despesas escolares. Todas as informações encontram-se disponíveis no separador do site do NEF/AAC. Desenvolvemos esforços junto da Direção da Faculdade com o intuito de adquirir micro-ondas para serem colocados no bar do Pólo III ao serviço dos alunos, que serão disponibilizados assim que possível. Criamos o mapa de salas de estudo disponíveis para complementar a sobrecarga da Biblioteca do Pólo III em especial em períodos de maior afluência. Promovemos junto dos nossos estudantes principalmente do 1º e 2º anos do MICF, LCB e LFB a divulgação dos órgãos de gestão que nos representam. Por fim, tal como no mandato anterior, organizamos a palestra do Associativismo que visou dar a conhecer aos nossos estudantes os prós e contras de uma vida associativa bem como estimular o espírito crítico e ativo dos nossos estudantes. Consideramos que foi um mandato bastante positivo dentro dos objetivos pretendidos. Os coordenadores, Ana Sousa e Flávio Correia

Relações Internacionais Num tempo em que as fronteiras são apenas linhas no mapa, o Pelouro das Relações Internacionais termina este mandato com a convicção de que conseguiu contribuir para que este paradigma fosse uma realidade ao longo do último ano. Entre julho e setembro , ao abrigo do Student Exchange Programme (SEP) o pelouro integrou, em estágios em farmácia comunitária e investigação científica, 16 colegas vindos de países como Egito , Eslováquia, Estónia, Holanda, Hungria, Polónia, Reino Unido, República Checa e Roménia. Para além dos estágios, assegurou-lhes o alojamento e projetou um programa diversificado de atividades culturais e sociais. O planeamento de todo este processo ultrapassou largamente o período em que os alunos SEP estiveram na nossa cidade. Esta quebra de fronteiras permitiu criar momentos de partilha de experiências entre os alunos da FFUC e os alunos internacionais. De forma a ir dando conhecimento em tempo real do decurso deste processo, desenvolveram-se publicações regulares online sobre o SEP Coimbra 2014 na página do NEF/ AAC. Esta iniciativa pretendeu também dar a conhecer, aos alunos da FFUC, algumas curio-

sidades sobre o setor farmacêutico dos respetivos países de origem, ao mesmo tempo que se despertava a curiosidade sobre o programa SEP. Refira-se que o NEF/AAC neste último ano se destacou no panorama nacional por ter sido um dos membros da APEF que mais alunos SEP Incoming integrou e que mais candidaturas recebeu (72) tendo assegurado 34 vagas SEP Outgoing. Também a FFUC se destacou, tendo recebido no início do ano letivo 16 alunos Incoming ao abrigo do programa ERASMUS. Neste âmbito, procurou-se através de iniciativas pontuais e de acompanhamento quotidiano fazer com que estes alunos encontrassem em Coimbra uma segunda casa. Destacamos a organização da primeira FFUC International Welcome Night, com a qual se promoveu o convívio entre os alunos da FFUC e os alunos internacionais. As I Jornadas da Mobilidade Internacional foi mais uma iniciativa pioneira do NEF/AAC que trouxe um pouco do mundo ao auditório Tomé Pires e contou com a participação de representantes da Divisão das Relações Internacionais da U.C., da European Pharmaceutical Students’ Association e da International

Pharmaceutical Students’ Federation. O Pelouro compilou e estruturou informação sobre os Programas de Mobilidade Internacional existentes, disponibilizando-a no novo separador criado para o efeito no site do NEF/ AAC. Desta forma, o Pelouro das RI preocupou-se em envolver os alunos da faculdade nas atividades desenvolvidas, de forma a contribuir para que cada um pudesse encontrar a motivação para também um dia partir rumo à experiência internacional e/ou, tão somente adquirir um maior interesse pela realidade farmacêutica além fronteiras. Os coordenadores, Helena Grangeia e Márcio Silva

Relações Internas e Externas Fazer uma retrospetiva nunca é fácil, pois quando falamos do nosso trabalho inevitavelmente damos diferentes pesos para intenções e resultados. No entanto tentaremos ser o mais imparciais possível, ao resumir as atividades do pelouro das Relações Internas e Externas. Este mandato foi, na nossa opinião, um primeiro passo na viragem da mentalidade do pelouro, pois propusemo-nos chegar mais longe que os nossos antecessores. Olhámos para um futuro onde esta pequena semente que lançámos com algumas reticências se tornasse num dos pilares da representação do NEF. Apesar das nossas atividades não terem tido a adesão que gostaríamos, apresentámos sempre a nossa melhor faceta de forma a que os poucos alunos interessados no nosso trabalho fossem enriquecidos da melhor maneira possível. No entanto, pensamos que o que mais

nos marcou, e a todos os que nos rodeiam, foi a capacidade de nos adaptarmos virtualmente a todas as áreas onde o NEF/AAC atua , sendo frequente a nossa presença no auxílio de outros pelouros. Esta disponibilidade para ajudar é uma das marcas que gostaríamos de ver mantida ao longo dos anos. Este mandato teve muitos contratempos no pelouro, nomeadamente no que toca à estrutura da equipa, começando logo no início do 1º Semestre, em setembro , com a mudança de curso de uma coordenadora e a sua substituição, passando pela eleição de um dos seus colaboradores para a COQF ’15 e por fim, à eleição de um coordenador para o Conselho Fiscal da APEF em dezembro . Mas mesmo com todos estes obstáculos o Pelouro conseguiu continuar a remar na direção que sempre acreditou ser a melhor para os alunos que representa.

Em jeito de conclusão permitam-nos agradecer em nome do pelouro a todos os elementos da estrutura do NEF, em especial à Direção do NEF, por nos ter sempre desafiado a tentar ser melhores do que o dia anterior. O nosso mais sincero obrigado. Os coordenadores, Tiago Leitão e Carolina Ferreira

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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Conselheiro Geral

Gonçalo Bento

Gonçalo Bento frequenta o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas e é atualmente um membro estudante do Conselho Geral da Universidade de Coimbra. O Jornal O Pilão foi conhecê-lo. por Diana Marques e Mariana Galante

O Pilão - Sabendo que praticas karaté, és presidente do grupo ecológico da Associação Académica de Coimbra (AAC), fazes parte do Conselho Pedagógico, és presidente do Plenário e frequentas o 4º ano do MICF, como é que consegues gerir essas atividades e como é que consegues chegar a todas elas, de modo a fazeres um bom desempenho em tudo? Gonçalo Bento - Primeiro, é tentar chegar a horas, o que muitas vezes é complicado. Às vezes, há atividades que se sobrepõem e uma pessoa tem que saber fazer ginástica para conseguir chegar a todas. Muitas vezes, o que fica em atraso é a Faculdade e isso, é visível nas notas mas o objetivo principal é fazer bem as divisórias de tempo. Eu discordo de uma afirmação que a minha avó costuma usar, um provérbio popular que é “quem muitos burros quer tocar, algum há de ficar para trás”. Eu tento que nada fique para trás, o que é complicado mas com empenho tudo se consegue. No meu caso, o Conselho Pedagógico e o Conselho Geral, são tarefas que se complementam, que se juntam. No Conselho Pedagógico estava um pouco limitado porque dependia de outros, que são órgãos superiores e vem daí o “bichinho” de

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querer fazer mais. Quanto ao Grupo Ecológico (GE), tem a ver com a minha paixão. Quando era miúdo, eu dizia à minha mãe que queria ser ambientalista e, mais tarde, perdi essa ideia mas era isso que, inicialmente, queria fazer de profissão. Mal descobri que existia o Grupo Ecológico da AAC, decidi participar nas suas atividades. Neste momento, estou na seção como presidente e estamos a tentar que o GE cresça em termos de recursos humanos e vamos tentar sensibilizar as pessoas para problemas ambientais na Queima das Fitas. Quando se sai do recinto, por exemplo, o piso está totalmente “plastificado” e sendo a Queima das Fitas a melhor festa académica nacional, acho que devia começar a dar o exemplo. Nós, estudantes, somos um exemplo para a sociedade e devemos mostrar que somos mais do que aquilo que passamos. Ultimamente, o que se passa nos media é que os estudantes são pouco sensíveis as estes problemas. O karaté é, também, uma grande paixão. Eu comecei a praticar desde os meus 7 anos e foi algo que iniciei por curiosidade mas, agora, é quase uma necessidade. Claro que, desde que vim para a Universidade, quebrei um bocado a ligação com o karaté, agora é mais durante o fim de semana mas tento estar o mais presente, inclusive estou a tirar o curso de treinador, com o objetivo de continuar após terminar o curso, não como profissão porque tenciono ser farmacêutico, mas como hobbie, como refúgio. Porque motivos é que te candidataste ao Conselho Geral (CG)? Como disse anteriormente, tenho um conjunto de atividades a desempenhar no Conselho Pedagógico que, muitas vezes, necessitam de aprovação ou decisão de superiores. Muitas questões que são colocadas precisam de ir a Senado, precisam de ir mais além do que a própria

O Pilão | nº 11 | Fevereiro 2015

gestão da Unidade Orgânica. E depois fica aquela vontade de poder fazer mais, isto é, se não é aqui que podemos fazer alguma coisa, vamos progredir e vamos avançar. Foi assim que surgiu a ideia da candidatura e, depois de conversar com colegas que me suportaram, depois de falar com antigos conselheiros que me deram o seu feedback, obtive muito apoio e agora sou o “grande chato” que lhes liga para lhe pedir ajuda nesta fase inicial. Este é um mundo diferente do que uma pessoa está habituada e é sempre bom falar com eles. No CG estamos divididos em 5 comissões de trabalho e eu virei a fazer parte das comissões da Cultura e Cidadania e da Sustentabilidade e Gestão da UC. Ontem, por exemplo, contactei um antigo conselheiro que também fez parte da comissão da Cultura e Cidadania e eu quis saber qual o tipo de trabalho que já desenvolveram. Uma vez que os estudantes apenas estão dois anos no CG, é importante que, quando chegamos lá sem nenhuma base, ter algumas ajudas connosco para continuar o trabalho que está a ser feito. Ser Presidente do grupo ecológico é um cargo de grande responsabilidade, principalmente nos dias de hoje em que há tanta preocupação e defesa ambiental. Como consideras que a tua atuação neste nível, influencie positivamente as Academias e outros jovens? Eu acho que o ambiente é muito maltratado. Das 15 secções culturais da AAC o Grupo Ecológico é uma das menos conhecidas e acaba por ficar sempre para depois. Considero que não se consegue mudar mentalidades do dia para a noite, mas sou apologista dos pequenos grandes gestos para ela se ir modulando. O GE tem vindo a desenvolver atividades que tentam de uma maneira geral tocar mentalidades através da ideologia que anteriormente referi. Temos feito es-


forços de modo a incentivar a reciclagem e a diminuir o uso de papel, por exemplo, criamos um cartaz que “fez furor” para apelar ao facto de não se usar papel nos tabuleiros das cantinas. Deste modo, estamos a ajudar os SASUC a nível económico e também o ambiente. Promovemos também atividades, algumas das quais, que causaram um astronómico sucesso, como a da recolha de tampas de plástico e rolhas de cortiça. Nesta atividade estimulamos as pessoas para a recolha através da oferta de um bilhete geral para a Queima das Fitas e conseguiu-se assim, associar uma prática de cariz ambiental e social. O ano passado procedeu-se à doação das tampas recolhidas para uma associação que foi a Floresta Unida e o ano anterior para uma menina que sofria de uma doença e que precisava de ajuda. Este ano estamos a pensar fazer a mesma atividade com uma possível inovação, que é com o mesmo sistema mas para os óleos usados. Os óleos como sabem, óleos de fritura ou óleos de enlatados, são um grande fator de poluição ambiental. Existem recolhas de óleos – óleões - e os SASUC têm esse sistema! Ou seja, aqui voltamos ao mesmo ciclo, na medida em que estamos a ajudar o ambiente e ao mesmo tempo os SASUC, pois estes estão ligados a uma empresa da qual recebem dinheiro dependente da quantidade de óleo que conseguem entregar. É mais uma maneira de contribuir para o ambiente e também ajudar os SASUC que não estão bem financeiramente. Realizamos também documentários, nalguns locais pela cidade e depois há um pequeno debate para as pessoas “pensarem lá no fundo” o que podem mudar de modo a ter benefício ambiental. Uma outra atividade que estamos a desenvolver e tentar por em prática esta Queima das Fitas tem em vista diminuir o

“chão plastificado” que fica após as noites de recinto. O que estamos a pensar fazer é tentar implementar algo que não é de todo inovador. Por exemplo, estimular à utilização de apenas uma caneca que seja reutilizável, como já se vê noutras atividades a nível nacional como Feiras Medievais e Festivais. Mas esta era a ideia ideal, contudo impõe-se um conjunto de burocracias que nos levam a ter uma segunda opção! Então a ideia é o GE ter um ponto eco em que os estudantes podem após fazerem a recolha de um conjunto de copos usados e ao irem-nos entregar receberem, uma bebida numa caneca que pode ser uma alternativa a todos os copos de plástico! A ideia é estimular as pessoas para limpar o recinto a troco de algo que lhes agrada! Relativamente ao associativismo qual é a tua opinião? Consideras que deveria ser um fator a ter em conta pelos jovens e estudantes em geral e é bom a nível pessoal, académico e profissional? Eu entrei no associativismo desde o secundário e entrei muito pela curiosidade e pela vontade de querer fazer mais! Na altura, fui vice-presidente da Associação de Estudantes durante dois anos e depois no meu 12º ano já fui Conselheiro Geral. Quando cheguei a Coimbra tinha um colega de casa que estava bastante envolvido no associativismo e eu uma vez, em conversa, disse-lhe “ a nível de associativismo já me chegou no Secundário! ” (risos) e agora como podem ver estou totalmente envolvido! O “bichinho” manteve-se e eu acho que é vantajoso na medida em que conseguimos ganhar novas aptidões para o futuro! Talvez se andasse aqui os cinco anos apenas a tirar o curso acabaria com uma média muito superior de certeza absoluta, mas não teria as vivências e as histórias que tenho para contar!

Penso que Coimbra é uma cidade que como vive dos estudantes tem a sorte destes serem muito preocupados e com intenção de fazerem parte das associações! Mas mesmo assim gostaria que fossem muitos mais, porque se formos bem a ver aparecem quase sempre as mesmas caras e são sempre as mesmas pessoas que estão interessadas nas atividades. Acaba-se assim, por cair numa rotina e geram-se vícios dentro da própria Academia, o que não é muito vantajoso. Isto remete-me para o Plenário, dado que o meu objetivo quando me candidatei o ano passado era o de tentar acabar o Plenário quase com o mínimo de pessoas que tem uma Assembleia Magna, mas normalmente não se consegue. Não há aquele interesse por parte dos estudantes neste âmbito e há uma alienação que se vê muito depois a nível da Faculdade, durante o semestre, quando acabam sempre por fazer as mesmas perguntas por não saber o Regulamento Pedagógico. As pessoas quando sentem necessidade procuram, mas só quando existe um problema, depois esquecem e não dão tanto interesse como eu gostaria. Lembro-me que o atual Reitor, no seu período de campanha eleitoral, fez três pontos de esclarecimento, um dos quais na FFUC e entristeceu-me pois apenas estavam dois estudantes presentes. Penso que é um problema geral e isso é cada vez mais visível aquando da Assembleia Magna que reúne cada vez menos gente. Há atividades que têm bastante adesão e outras que apenas reúnem as pessoas que já estão no ambiente do Núcleo de Estudantes ou de outras associações. É difícil o estímulo para este tipo de coisas dado que as pessoas opõem-se, a maior parte das vezes, à mudança!

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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P

erfil do rofessor

Gabriela Silva

Nome completo Gabriela Conceição Duarte Jorge Silva Percurso Académico O meu percurso académico começou com a entrada na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra em 1982. Depois de concluída a licenciatura segui o ramo de Análises Clínicas, e posteriormente, o ramo de Farmácia Comunitária e Hospitalar. Ainda no estágio, fui convidada para ser monitora de aulas laboratoriais de Bioquímica Clínica. Mais tarde, integrei a área da Microbiologia onde comecei a desenvolver investigação na resistência aos antibióticos, tema no qual fiz a minha tese de doutoramento. Fiz estágios de investigação na Noruega, e mais recentemente, em regime de licença sabática, no Canadá. O que mais gosta no trabalho do seu dia a dia? O que me dá mais prazer é interligar a área da educação com a área da investigação. Nós, professores, somos responsáveis por formar alunos para a investigação e despertar neles o interesse pela ciência.

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Hobbies Gosto imenso de natação, e tudo o que sejam atividades relacionadas com água e natureza. Por outro lado, gosto de ler desde policiais até livros relacionados com a História da microbiologia, uns com o intuito de desanuviar do trabalho e outros porque permitem-me conhecer factos curiosos sobre algumas doenças. Livro marcante Tenho particular interesse pelas obras de alguns autores latinos, como Jorge Amado, Gabriel Garcia Marquez e Isabel Allende. Um livro que me tocou pela sua sensualidade na escrita, em que cheiros, sabores, texturas de alimentos se misturam com emoções da protagonista foi: Como Água para Chocolate, de Laura Esquível. Estilo musical preferido Blues, música clássica e Rock, em particular bandas como os AC/DC, Queen e Rolling Stones. Filmes preferidos A escolha de um bom filme depende do meu estado de humor, mas gosto muito de filmes de ficção científica e de espionagem. Um filme que me marcou bastante foi o Platoon, de Oliver Stone que pertence a uma trilogia

O Pilão | nº 11 | Fevereiro 2015

por David Ramos e Kevin Leandro

sobre a Guerra no Vietnam. Recentemente, gostei particularmente de Cloud Atlas. Viagem da sua vida Tenho um particular interesse nos EUA pela sua grande diversidade cultural, pois é um país de emigrantes e todos os estados são muito diferentes. Tem desde excelentes congressos a excelentes transportes, tudo isto, a juntar às paisagens lindíssimas que podemos encontrar. Sonho da sua vida Gostaria de ir ao Chile, pelas suas bonitas paisagens naturais. Personalidade de Referência Simpatizo com as pessoas que tentem mudar o mundo para melhor de uma forma que promova a “paz sem guerra”. Como por exemplo Martin Luther King e Gandhi. Conselho aos jovens recém-formados Devem procurar fazer aquilo que gostam, o que nestes tempos não é fácil. Por isso, devem agarrar as oportunidades que surgem, tentando fazer o melhor possível, sem nunca esquecerem o que realmente querem fazer!


Dia da Faculdade

de

No passado dia 16 de janeiro a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) comemorou o Dia da Faculdade, pela primeira vez, noventa e cinco anos apôs a sua criação e cinco anos apôs a mudança completa para as atuais instalações. Este dia contou com a presença do corpo docente, não-docente, alunos da casa e ainda, com ilustres convidados como o Exmo. Senhor Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, o Prof. Doutor Maurício Barbosa, o Magnífico Reitor da Universidade de Coimbra, o Prof. Doutor João Gabriel Silva e a investigadora Maria Nunes Pereira, ex-estudante da instituição que foi recentemente distinguida como uma das pessoas abaixo dos 30 anos mais influentes na área de Cuidados de Saúde, pela revista Forbes e pelo MIT. No início, os presentes assistiram a vários discursos que glorificaram a instituição, que desde há muitos anos tem sido um pilar no ensino farmacêutico em Portugal. Foi num destes discursos que o Diretor da FFUC, Professor Doutor Francisco Veiga, cativou os ouvidos da sala para

Farmácia

por Luís Cruz

oficialmente anunciar a abertura de mais uma nova licenciatura em Ciências da Nutrição, tornando esta faculdade única a nível da oferta formativa que oferece. Após este momento tomou a palavra a Doutora Maria Nunes Pereira que falou um pouco sobre a sua área de trabalho e de que forma o seu percurso académica e profissional a levou a ter o elevado estatuto que atualmente possui. Não poupando esforços para erguer o nível da faculdade, na parte final das comemorações foi inaugurado o painel intitulado “Sinopse da História da Farmácia”, fruto do trabalho árduo de docentes da própria faculdade, Professor Doutor Rui Pita e a Doutora Célia Cabral. Este é constituído por sete módulos que, em traços gerais, resumem a história da farmácia e das ciências farmacêuticas dando uma visão nacional e internacional desse percurso, traçam o presente e apresentam um espaço em branco para colocar o futuro da instituição.

Programa: 14:30h - Abertura – Prof. Doutor Francisco Veiga (Diretor da FFUC) 15:00h - Conferência “Adhesives for tissue repair: from the bench to the bedside” – Doutora Maria José Nunes Pereira 16:00h - Inauguração do Painel “Sinopse da História da Farmácia” – Doutora Célia Cabral e Prof. Doutor João Rui Pita (autores do Painel) 16:30h - Porto de Honra

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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725 anos

da

Universidade de Coimbra

Um percurso ímpar

No ano em que a Universidade de Coimbra celebra 725 anos, o jornal O Pilão mostra um pouco da história daquela que é a universidade que acolhe os seus estudantes dia apôs dia e os prepara para um futuro profissional de sucesso. por Inês Ferreira

Ao assinar o Scientiae thesaurus mirabilis, D. Dinis criava a Universidade mais antiga do país e uma das mais antigas do mundo. O documento, datado de 1 de março de 1290, o dá origem ao Estudo Geral que é reconhecido pelo papa Nicolau IV nesse mesmo ano. Nascia, assim a Universidade de Coimbra (UC). A universidade começa a funcionar em Lisboa e em 1308 é transferida para Coimbra, alternando entre as duas cidades até 1537, quando se instala definitivamente nesta que é a cidade dos estudantes. Sete anos mais tarde, todas as suas Faculdades se instalam no Paço Real da Alcáçova - antigo palácio medieval onde permaneciam os reis durante a sua estadia em Coimbra. Após a sua aquisição pela UC em 1597, este adquiriu a designação que ainda hoje conserva – Paço das Escolas. Ao longo dos séculos, são diversos os estatutos atribuídos à universidade. Os primeiros, com o nome Charta magna privilegiorum, são recebidos em 1309. Já no reinado de D. José I, que manifestava um grande interesse pelas ciências da natureza e pelas ciências do rigor, a universidade sofreu uma profunda alteração, com os chamados Estatutos Pombalinos, de 1772, os quais marcam o início da Reforma. Aqui reside o culminar da sua ação governativa dedicada à

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revalorização do ensino no País. Toda a estrutura da universidade foi modificada. As faculdades ficam assim discriminadas - Teologia, Direito Canónico, Direito Civil, Medicina, Matemática e Filosofia. O programa foi cumprido em boa parte e é assim que aparece o Laboratório Químico, o Jardim Botânico, o Gabinete de Física e Observatório Astronómico, que iniciaram uma nova forma de ensinar e de experimentar. Em 1836 dá-se a fusão da Faculdade de Cânones e de Leis na Faculdade de Direito e, em 1911, é criada a Faculdade de Letras, que herdou as instalações da extinta Faculdade de Teologia, ao passo que as Faculdades de Matemática e de Filosofia, criadas na Reforma Pombalina, eram convertidas na Faculdade de Ciências. Com o 25 de abril de 1974 inicia-se um novo período da vida universitária, que foi alvo de várias reformas para acompanhar a nova dinâmica política. Em 1989 são publicados os Estatutos que se encontram atualmente em vigor, com algumas pequenas adaptações. A UC está organizada, hoje em dia, em oito faculdades diferentes: Medicina, Direito, Ciências e Tecnologias, Letras, Farmácia, Economia, Psicologia e Ciências da Educação e, por fim, Ciências do Desporto e Educação Física, divididas peO Pilão | nº 11 | Fevereiro 2015

los três polos existentes pólo I ou alta universitária, pólo II ou pólo da Engenharia e pólo III ou pólo das ciências da Saúde. O auge do reconhecimento da Universidade teve lugar a 22 de junho de 2013 quando, em conjunto com a Alta e a Sofia, foi integrada na lista de Património Mundial da UNESCO. Esta classificação diz respeito ao edificado, mas engloba também uma dimensão imaterial justificada pelo papel da Universidade de Coimbra como construtora e difusora, durante séculos, da língua e cultura portuguesas. Atribuindo à capital das capas negras e do Fado um cariz único, a Universidade prepara-se agora para celebrar os seus 725 anos de existência. Intitulada “Tempo de Encontro(s), a programação das comemorações inclui mais de 150 eventos que juntam cerca de 60 entidades de 1 de março a 4 de dezembro. Tal como afirma o reitor da Universidade, “Este ano há um encontro quase paradoxal entre o velho e o novo, o antigo e o futuro”. Também a vice-reitora, Clara Almeida Santos, desvenda alguns dos eventos e visitas guiadas ao Património da UC, concluindo que “vai ser uma forma diferente de olhar o espaço que a UC convida a (re) visitar”.


Farmácia Nazareth 200 anos de História O jornal O Pilão foi conhecer uma das mais emblemáticas farmácias portuguesas, situada na Rua Ferreira Borges, baixa de Coimbra, que celebra 200 anos de existência. por Leonor Bruçó e Stéphanie Pais

Foi fundada em 1815 e adquiriu o seu nome devido a um proprietário chamado Nazareth. Em 1834, ano em que foi fundada a Associação do Comércio, é que foi reconhecida oficialmente como farmácia fundada nessa data. Na altura, nenhum dos proprietários era farmacêutico. Só em 1980, Maria da Ascensão Pimenta Costa e Silva David tomou posse do estabelecimento passando finalmente para as mãos de farmacêuticos, continuando até ao momento na propriedade da família. Quando adquiriu a farmácia deparouse com uma arrumação pouco funcional o que dificultava o atendimento, por essa razão, foram implementadas desde logo regras de organização por forma farmacêutica e ordem alfabética dos medicamentos. Foram feitas alterações estruturais na entrada, passando a ter apenas uma porta em vez de duas, possibilitando, assim, ter duas vitrinas de exposição. A Farmácia já tinha como base móveis antigos e estruturas ornamentais banhadas em ouro que davam uma beleza peculiar à mesma, destacando-se também o teto decorado com aspetos alusivos à profissão farmacêutica. Com estas remodelações a afluência de utentes aumentou.

Apesar de ser muito antiga foi das primeiras a nível nacional a ser informatizada. Já possui também o sistema de receita eletrónica via cartão do cidadão, revelando que tem acompanhado a evolução do setor farmacêutico, ao longo dos anos. No decorrer de dois séculos de história foi congratulada com diversos prémios a nível nacional e internacional, nomeadamente pelo Brasil (1908), por Paris (1878 e 1900) e por Portugal (1970) em várias exposições de farmácias. Destacava-se por vender material fotográfico e para revelação de fotografia e radiologia, água das pedras (distribuidor oficial) e cosmética. Era e continua a ser uma das farmácias mais estimadas da zona pela amabilidade e proximidade aos utentes, disponibilizando-se até a ser contacto de emergência aos idosos da zona. Há 30 anos que acolhe estagiários, enaltecendo a sua importância na revitalização do ambiente e atendimento da farmácia. Também acolhe estudantes estrangeiros através do programa SEP, podendo assim ter uma visão inovadora e global acerca da profissão farmacêutica no mundo. A nível turístico tem sido nomeada como uma das farmácias mais em-

blemáticas a visitar na cidade e no país, recebendo regularmente turistas que trazem a farmácia como ponto de referência nos guias turísticos. Hoje em dia, a população residente na baixa de Coimbra é cada vez menor e mais idosa. A farmácia tem vindo a promover-se para abranger um maior leque de utentes, principalmente os mais jovens. No entanto, os apoios regionais para dinamizar a zona histórica não têm surgido, o que prejudica todo o comércio da baixa. O aconselhamento farmacêutico é valorizado pela população. É com isso, que se pode contar nesta farmácia, pois a confiança é essencial para a dignificação da profissão. Para isso, regem-se pela ética adequada às boas práticas farmacêuticas, na medida em que a saúde das pessoas vem sempre em primeiro lugar. O grande marco da sua história é não ceder às pressões económicas e manter-se sempre no mesmo local. Quem lá trabalha continua a visar que prefere o reconhecimento pela familiaridade, qualidade do aconselhamento e atendimento, porque só assim se consegue atingir os 200 anos.

al u t a s a m l a “ Tr a d i c i o n

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Em

Coimbra

Coimbra, conhecida por muitos como a cidade dos estudantes, tem muito para descobrir e conhecer. O jornal O Pilão apresenta mais dois dos grandes símbolos desta cidade.

por Rafaela Silva e Tânia Baptista

Capela de Santa Comba Reza a lenda que uma jovem consagrada a Deus, Santa Comba, se apaixonou por um príncipe e para fugir das pressões por parte deste que queria casar com ela, a jovem refugiou-se em Vale Meão. Quando foi descoberta numa gruta, o príncipe ordenou açoitála e crucificá-la numa oliveira. Consta-se que Santa Comba foi martirizada no local onde hoje se ergue a capela ao lado da Faculdade de Farmácia. O seu corpo, encontrado mais tarde por populares, foi levado primeiro para a (então) igreja de Santa Justa, em 1170. Posteriormente, foi transladado para a Igreja de S. João (atual Café Santa Cruz) de onde foi, por último, transferido para a igreja onde ainda hoje permanece, Igreja de Santa Cruz de Coimbra. No local da gruta onde foi encontrada e martirizada foi construída uma ermida (séc. XII) e uma capela (séc. XVII), locais de culto e romarias até meados do séc. XX. Diz-se, ainda, que neste local surgiu uma nascente de água com propriedades medicinais e milagrosas, alastrando-se esta crença a toda a cidade de Coimbra. Santa Comba é celebrada neste local desde, pelo menos, o séc. XII, a 20 de julho.

O culto e tradição milenares ligados a esta Capela levou alguns membros da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra a formarem uma comissão ad hoc para (re)lembrar Santa Comba de Coimbra - Comissão da Capela de Santa Comba. Esta comissão é formada por dois docentes, a coordenadora executiva, um bolseiro de pós-doutoramento e uma aluna de doutoramento (António Paranhos, João Rui Pita, Catarina Providência, Nuno Mendonça e Maria João Garcia). O seu objetivo é a recuperação deste património histórico, arquitetónico e cultural da UC. No passado dia 20 de julho de 2014, a comissão levou a cabo uma cerimónia, (re)Lembrar Santa Comba, que contou com a atuação da Imperial TAFFUC, do grupo Fado “Mensagem” da secção de Fado da AAC e, ainda, do Grupo Folclórico da Casa do Pessoal da UC.

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Sé Velha A Sé Velha ou Igreja de Santa Maria de Coimbra começou a ser construída por volta de 1139, depois D. Afonso Henriques se tornar rei e de tornar Coimbra a capital do reino. Os trabalhos principais terminaram no século XIII. Foi neste importante edifício de estilo romântico que ocorreu a coroação de D. Sancho I, segundo rei de Portugal. Ao longo dos anos foram feitas mais obras, algumas importantes como o caso de quando decoraram as naves com azulejo no século XVI. Deste modo, este monumento adquiriu os estilos Romântico, Gótico e Renascentista. Em 1772, a Igreja de Santa Maria de Coimbra passou-se a designar Sé Velha, devido à transferência da sede episcopal para a Sé Nova, após da expulsão dos Jesuítas pelo Marquês de Pombal. Este monumento nacional pode ser visitado de Segunda-feira a Sábado das 10h até às 18h e está encerrada ao Domingo.

Sé Nova A Igreja do Colégio dos Jesuítas, o Colégio das Onze Mil Virgens ou Sé Nova, como designada usualmente, começou a ser edificação em 1598. Foi um projeto dos Jesuítas que já se tinham instalado em Portuga, em 1541. A utilização das instalações para o culto religioso foi possível a partir de 1640, contudo, só foi inaugurada em 1698. Este ilustre edifício com influências maneiristas e barrocas pertencente ao Colégio da Companhia de Jesus passou a ser a sede episcopal em 1772, após a expulsão dos Jesuítas em 1759. A partir deste momento passou-se a denominar Sé Nova e o local da antiga sede episcopal Sé Velha, nomes pelos quais são mais conhecidas atualmente. A Sé Nova pode ser visitada de terça-feira a sábado das 9h às 12h e das 14h às 18h, encerrando aos domingos, segundas-feiras e feriados.

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Perspetivas de futuro

Saídas Profissionais

O jornal O Pilão com o apoio do Pelouro dos Estágios e Saídas Profissionais apresenta testemunhos de farmacêuticos de diversas áreas, proporcionado assim, uma visão diferente do mundo de trabalho.

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re a p m e s r te a se d a n e u noção q abalho e tr faz sem orço... sem esf

Drª. Ana Sanches Silva (Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge) 1) Em primeiro lugar a escolha do curso está relacionada com o meu gosto por química e, pelo facto, de considerar que o curso tinha várias saídas profissionais aliciantes. 2) Na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. Finalizei em 2001. 3) Atualmente sou investigadora no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge em Lisboa. Quando iniciei o curso não idealizava a profissão atual, sabia apenas que versava matérias que gostava muito e tinha várias saídas profissionais interessantes. 6) Sou investigadora auxiliar no Departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Trabalho essencialmente na determinação de compostos bioativos em alimentos, no estudo das interações embalagem-alimento e desenvolvimento de embalagens alimentares ativas.

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Drª. Helena Teixeira (Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses) 4) Pergunta difícil de responder sem ser verdadeiramente sincera: porque não gostava de Farmácia Comunitária (no meu tempo, Farmácia de Oficina) nem de Indústria...caprichos que hoje não podemos ter dada a dificuldade de empregabilidade. Como não gostava do que a maioria dos meus colegas escolheram, não consigo dizer o momento certo em que me ocorreu, mas vim pedir um estágio voluntariado à Medicina Legal. Fui aceite e aqui estive a estagiar durante quase dois anos e meio, não remunerada. Mas porque fiquei tanto tempo não remunerada? Naturalmente, porque para além de criar curriculum, sabia-se que iriam abrir concursos de vagas que se encontravam congeladas há alguns anos. E assim foi, os concursos abriram, para Especialista Superior de Medicina Legal e concorri. 7) Apesar das adversidades que todos passamos atualmente, prevejo que pode ser sempre um futuro risonho, uma vez que, esta nossa licenciatura nos abre portas para as mais diversificada das funções, quer seja de ensino, de investigação, de farmácia comunitária, de direção. Enfim, compete é a cada um traçar o seu caminho da forma mais enriquecedora e acima de tudo, ter sempre a noção que nada se faz sem trabalho e sem esforço... O Pilão | nº 11 | Fevereiro 2015


Drª. Claudia Morgado (fundadora da Curricula – empresa de consultoria parental) 3) Confesso que quando andava a estudar e mesmo quando entrei no mercado de trabalho estava longe de imaginar que hoje ía ter uma empresa minha e a trabalhar exclusivamente na área que mais gosto. 4) Mesmo antes de iniciar o curso, a área da gravidez e da primeira infância das crianças, bem como, a vida familiar nesta fase era algo que eu achava fascinante. Pequenas experiências laborais que tive desde os meus 18 anos foram permitindo manter e alargar este meu interesse. Trabalhei num Verão numa creche, tive um parttime numa loja de puericultura, trabalhei numa multinacional de roupa, no departamento de criança, etc. Durante o meu estágio curricular, quando me foi proposto preparar uma actividade de formação para a comunidade, escolhi precisamente as grávidas e esta foi a minha primeira experiência, como farmacêutica, na área que agora trabalho. Já lá vão 7 anos… A partir daí nunca mais parei, era assídua em todas as formações ligadas à gravidez, maternidade, cosmética infantil, amamentação, etc… e por todas as farmácias por onde passei, sempre organizei formações, para grávidas, crianças ou recém pais. O gosto estava lá e quando se trabalha com gosto, não há horas perdidas, há tempo investido. Já Confúcio dizia:

anu q e á l a v ta O gosto es osto, g m o c a h l do se traba as, há d i d r e p s a r não há ho stido. tempo inve

“Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida.” 5) Ser empreendedor neste país não é, de todo, fácil. Logo à partida é importante ter um bom pé de meia, pois os apoios ao investimento são sempre de acesso muito dificultado. Depois, e no meu caso, precisei de aumentar os meus conhecimentos em gestão, liderança, empreendedorismo, vendas e contabilidade. Como nesta fase já tinha família constituída todos os riscos têm de ser muito bem ponderados e levei algum tempo a ganhar a coragem para fazer sair do papel a ideia. Entretanto a vida trocou-me as voltas e o meu rendimento enquanto farmacêutica deixou de ser seguro e tive de tomar mesmo uma decisão de agora ou nunca. Foi agora! Desenvolvi a ideia, estudei a questão, maturei bem o assunto, desenvolvi o plano de negócio, consultei especialistas de diferentes áreas, pedi pareceres… e cá está. A empresa está criada, a funcionar, grande parte do projecto ainda está a ultrapassar burocracias, mas em funcionamento está já a parte consagrada nos Estatutos da Ordem dos Farmacêuticos, artigo 80.º, como um Dever geral: “O farmacêutico é um agente de saúde, cumprindo-lhe executar todas as tarefas (…) susceptíveis de contribuir para a salvaguarda da saúde pública e todas as acções de educação dirigidas à comunidade no âmbito da promoção da saúde.”

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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Experiência ERASMUS

“Ao viver a experiência Erasmus saímos da nossa zona de conforto, mudamos de universidade, de país e de língua, conhecemos novas pessoas com algo de diferente para nos ensinar, mostrando-nos a sua maneira de ver o mundo, e presenciamos outra maneira de viver a vida académica que é tão diferente da nossa tão conhecida Coimbra.” Com isto, o jornal O Pilão decidiu partilhar a experiência de uma aventura Erasmus na primeira pessoa.

Erasmus-Estudos

por Cristiana Pinheiro e Margarida Viola

1) Em relação ao sistema de ensino, que diferenças acharam mais significativas entre a vossa universidade cá e a universidade que vos acolheu? 2) De que forma era vivida a vida académica? 3) Em termos de costumes/hábitos, que diferenças notaram? 4) Que balanço final fazem da vossa experiência?

Rita Marques, Judite Coimbra, Maria Almeida e João Durães.

FFUC >>> Granada 1) O sistema de ensino em Granada é bastante diferente do nosso sistema, aqui em Coimbra. Uma carga horária de teóricas superior à nossa (o dobro) e as práticas de cada unidade curricular duram apenas uma semana, 2h30min por dia durante uma semana, com exame prático no último dia. Quanto aos exames finais, acabam por estar bastante condensados, uma vez que a época de recurso é só em setembro.Assim, acabámos por ter apenas uma oportunidade para fazer as cadeiras (época normal), para além de que o tipo de exame, no geral das unidades curriculares, acaba por ser bastante diferente: poucas perguntas e desenvolvimento longo. 2) A vida académica em Granada varia de acordo com o tipo de estudante. Para um estudante nativo predominam convívios do próprio curso com barris de cerveja e a típica paella, como forma também de angariar fundos para a viagem de fim de curso. Por outro lado, direcionado a estudantes Erasmus há um leque muito amplo de atividades que incluem tapas internacionais, festas temáticas, viagens organizadas (praia, serra e cidades de atração turística) e

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participação em eventos locais (aulas de salsa, flamenco ou microteatro). 3) Sem dúvida a ausência da tradição coimbrã foi o mais notável em Granada. A praxe, a união estudantil e as semanas académicas com as serenatas e os cortejos são eventos dos quais nunca nem espanhóis nem outros Erasmus ouviram falar. E é muito bom ver o entusiasmo com que nos ouvem falar e a curiosidade sobre a nossa universidade. 4) Sem dúvida que o balanço foi muito positivo. A experiência Erasmus deu-nos a oportunidade de contactar com muitas pessoas, com as suas culturas, idiomas e histórias de vida. Cada um deles fez parte das aventuras que ficam na memória. As grandes amizades que fizemos, apesar de a experiencia Erasmus ter terminado, vamos seguramente preservar. No entanto, naturalmente nem tudo foram bons momentos. Viver numa cidade nova e desconhecida, fora da zona de conforto, da rotina e da família obrigou-nos a desenvolver novas capacidades seguramente úteis no futuro. Houve momentos stressantes desde a procura da casa, apresentações de trabalhos em outro idioma, método de ensino e avaliação distintos do habitual aqui, até à época de exames. Ganhámos com esta mobilidade muito mais do que perdemos. “Erasmus no es año en la vida, sino la vida en un año”.

O Pilão | nº 11 | Fevereiro 2015


Martin Vojtek Univerzita veterinárskeho lekárstva a farmácie v Košiciach,

Eslováquia >>> FFUC 1) Comparar o sistema de ensino não é fácil devido à sua complexidade. A primeira coisa é que nós não pagamos as propinas, não temos traje académico e não participamos nas tunas. Para além disso, precisamos de trabalhar mais durante o semestre. Em relação aos exames, estes são mais formais, possuem além da parte escrita, uma parte oral e podemos escolher a data do exame a partir de uma lista. Também acho que na Eslováquia, o método de ensino exige que memorizemos mais coisas. Em Coimbra, tanto as cadeiras que fiz no ano passado como as que estou a fazer agora são menos teóricas e mais práticas. 2) Adorei completamente as festas académicas como

Latada e a Queima das Fitas, infelizmente nós não temos este tipo de comemorações estudantis. Também o facto de sair quase todas as semanas com amigos e ficar até a tarde, é um estilo de vida diferente da Eslováquia. 3) A maior diferença para mim foi que os estudantes passam muito tempo na faculdade voluntariamente a organizar eventos, febradas ou seminários. Na Eslováquia a relação entre Universidade e estudantes não é tão notável. 4) Tive muita sorte em puder desfrutar de mais um ano aqui, em Coimbra, como estudante de Erasmus. Antes, não pensava que podia viver 2 anos em Portugal ou falar sequer português. Mas Erasmus é exatamente sobre isso: descobrir e tentar coisas novas, fazer novas amizades e perceber que tudo é possível. Agora já me consigo imaginar a viver a minha vida aqui. Portugal tornou-se completamente a minha segunda casa.

come s u o n r to gunda Portugal e s a h n i nte a m e m a t e l p casa.

Simona Zarcone Universitá degli studi di Palermo,

Itália >>> FFUC 1) Primeiro, em Itália, as aulas práticas só existem em algumas cadeiras e são muito poucas, o que a meu ver, melhora a aprendizagem teórica dessa cadeira. Em segundo, a avaliação é feita de maneira diferente, uma vez quem em Itália a avaliação a todas as cadeiras é feita oralmente, o que proporciona um tipo de estudo diferente relativamente a um exame escrito. Também o tempo da avaliação oral é diferente porque o aluno pode gerir o seu tempo de avaliação. 2) Na minha universidade, a vida académica não é vivida, pelo menos não como em Coimbra. Claro que os estudantes saem, mas não é como cá, em que os estudantes conseguem conciliar os estudos com as saídas à noite! 3) Há muitas coisas parecidas e outras completamente diferentes, mas há algumas coisas nos portugueses de que gosto muito como por exemplo, são muito amáveis e estão sempre disponíveis para ajudar alguém que precise e quando têm um problema procuram resolvê-lo logo. 4) Eu gosto de ser italiana, gosto da minha cultura, da minha formação e de tudo o que aprendi lá até agora, no entanto, também é muito gratificante poder aprender com o contacto com novas culturas e a mistura de hábitos, a língua e as diferentes formas de pensar fizeram-me e ainda me fazem enriquecer, dia após dia.

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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Erasmus-Estágios

1) Quais as vantagens de fazer estágio – Erasmus no estrangeiro? 2) De que forma era vivida a vida académica? 3) Em termos de costumes/hábitos, que diferenças notaram? 4) Que balanço final fazes da tua experiência? tremamente interessante. Contudo, a meu ver, o facto de estar inserida numa cultura diferente e conhecer pessoas de outros países é sempre o auge do programa Erasmus, seja ele em estágios seja em estudos.

Inês Serra Universidade de Cambridge Investigação 1) Eu escolhi fazer este estágio porque queria fazer investigação numa universidade que me abrisse mais portas em termos do que fazer depois de acabar o curso. Portanto, o fator “oportunidades disponíveis” foi uma coisa a considerar. Adicionalmente, nem sempre é fácil encontrar, em Portugal, locais disponíveis para fazer estágios de investigação, muito menos durante o tradicional período de férias, por isso este programa abre todo um leque de novas possibilidades. Para além disto, praticar a língua inglesa a tempo inteiro, fora de salas de aula, foi também um desafio ex-

2) Bem, uma das desvantagens de vir no verão é que a vida académica é… inexistente. Contudo percebi que havia muitos estudantes de outros países que estavam a fazer um estágio de verão como eu e, por isso, foi com eles que convivi mais. Por outro lado, os professores, não havendo aulas, estavam sempre disponíveis para conviver connosco, o que foi uma enorme e agradável diferença relativamente ao que estou habituada. Falar abertamente de ciência e de novos papers num pub é uma experiência, digamos, interessante. 3) Imediatamente, a comida. Nada é melhor que a comida portuguesa, tanto nos pratos como nos ingredientes em si. O preço de comer e beber fora também não é o mais agradável para estudantes. Em termos da universidade em si, a abertura para conversar com os professores e investigadores é surpreendente diferente. Para dizer a verdade, estava à espera que, sendo esta uma das melhores universidades

“Ao contrário do que muitos

pensam, ir sozinho pode ser tanto ou mais divertido do que ir com amigos

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O Pilão | nº 11 | Fevereiro 2015

do mundo, a maior parte dos alunos e professores fossem algo snobs. Se bem que há sempre aqueles que não fogem ao estereótipo, a maior parte são pessoas extremamente abertas a conversas triviais e intelectuais com os alunos. Já me aconteceu ter investigadores seniors a pedirem-me para lhes explicar como usar/realizar instrumentos/técnicas que uso, algo que, sinceramente, não vejo possível acontecer nalguns dos locais em que já estudei e fiz estágios anteriormente. 4) Espetacular. Aconselho a todos os alunos, principalmente aqueles que gostem de aventuras. Ao contrário do que muitos pensam, ir sozinho pode ser tanto ou mais divertido do que ir com amigos (digo por experiência uma vez que já fiz Erasmus nas duas condições) por isso, não tenham medo! Contudo, reconheço que, infelizmente, com a bolsa disponível torna-se difícil, se não impossível, para muitas pessoas sonhar mais alto e conseguir experimentar locais fora do seu país e que lhes ofereceriam, quem sabe, melhores hipóteses na carreira que querem seguir. Este é um lado do Erasmus que tem de ser definitivamente trabalhado na UC.


espaço

Pedagógico

No domínio das Ciências da Saúde a pesquisa bibliográfica é uma ferramenta fundamental para quem estuda e trabalha nesta área. O Pelouro da Pedagogia traz-te este tema para mais uma edição do espaço pedagógico.

por Pelouro da Pedagogia

Pesquisa Bibliográfica

Livros

Os livros são uma fonte de informação de uso milenar e continuam a ter uma alargada utilização nos dias de hoje, apesar de todo o desenvolvimento tecnológico que surgiu nas últimas décadas. A biblioteca das Ciências da Saúde da Universidade de Coimbra (BSCUC) disponibiliza para consulta e empréstimo livros na área das ciências da saúde, abrangendo os seus diversos domínios.

tíficos

n Artigos cie

Numa era em que a produção de novo conhecimento científico é constante, os artigos científicos são essenciais para a atualização desse mesmo conhecimento numa dada área. Publicados em revistas e jornais científicos, e revistos por vários cientistas da mesma área, são uma excelente e atualizada fonte de informação. Os estudantes da Universidade de Coimbra (UC) podem ter acesso a uma grande parte dos artigos quando estão no domínio da UC ou através da Rede Privada Virtual da UC.

PN AcesAsoUCVpermite que o estudante, mesmo quando não se encontra no domínio físico da Universidade, aceda a um conjunto

de publicações e de livros eletrónicos que são obras de referência conceituadas na área da saúde através da Rede Privada Virtual da UC (VPN). Pode-se aceder à Rede Privada em: http://www.uc.pt/bcsuc/Apoio_utilizador/Rede_Privada

ados

Bases de d

Uma das principais dúvidas que os estudantes têm quando procuram artigos científicos sobre uma determinada temática é onde e como é que hão de encontrar esses artigos. As bases dados dão resposta a esta dúvida e permitem com a utilização das palavras-chaves e filtros certos encontrar artigos com a informação pretendida.

ficos

ibliográ Gestores b

Todos os estudantes já tiveram aquela (grande) sensação de desespero na referenciação bibliográfica. Quando são três ou quatro referências consegue-se ultrapassar bem este problema. Mas quando as fontes consultadas passa a dezena o trabalho torna-se mais árduo. Uma ferramenta que diminui muito este problema são os gestores de referências – desde a organização dos ficheiros à referenciação quase automática são inúmeras as vantagens da sua utilização.

ferência

ação e re iço de inform

Serv

É um serviço prestado pela BSCUC e é um grande auxílio quer no desenvolvimento de uma pesquisa bibliográfica quer na elaboração das referências bibliográficas. Com marcação prévia, é possível o estudante receber uma mini formação nesta área tornando-o mais autónomo nas suas pesquisas, mais informado dos recursos a que pode ter acesso e explorar, bem como bases para a utilização de gestores de referências bibliográficas.

A pesquisa biliográfica já não é mais uma complicação na tua vida: informa-te e torna tudo mais simples! Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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por Ana Sofia Correia

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