12ª Edição

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O Pilão

N.º 12 | Maio 2015 | Distribuição Gratuita Jornal do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra - NEF/AAC

José Ricardo Aguilar

dá a conhecer o apoio prestado pelo IPN a novos empreendedores

Perfil do Prof. Doutor Luís Almeida Farmacêuticos pelo Mundo

Diogo Teixeira, Toastmaster

Cortejo Queima das Fitas’15 O Suplemento O Espaço Pedagógico

Apresentação da Direção NEF/AAC 15/16


FICHATÉCNICA Jornal O Pilão Propriedade e Edição

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) Faculdade de Farmácia Universidade de Coimbra Pólo das Ciências da Saúde Azinhaga de Santa Comba 3000-548 Coimbra www.nefaac.pt www.facebook.com/nefaacoimbra geral@nefaac.pt jornal@nefaac.pt

Direção Luís Cruz

Direção Editorial

Rita Alves e Stéphanie Pais

Grafismo e Paginação Rita Alves e Stéphanie Pais

Redação

Águeda Alves, Ana Dinis, Cristiana Pinheiro, David Ramos, Diana Marques, Fábio Ferreira, Inês Ferreira, Joana Fiteiro, Leonor Bruçó, Margarida Viola, Patrícia Costa, Rafaela Silva, Rita Alves e Stéphanie Pais

Colaboraram nesta edição

Ana Sofia Correia, Anita Calado e Paulo Mendes

Tiragem

300 exemplares Distribuição gratuita

EDITORIAL Caros Leitores, Aqui nos apresentamos pela primeira vez como redatores desta nova equipa, que espera cumprir e elevar o nome da Faculdade de Farmácia e do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC) a patamares mais sublimes. A presente edição constitui a mudança que queríamos impor, apresentar uma edição de cara lavada, com uma capa diferente e com um design mais sóbrio. Com isto tencionamos criar uma rotina de imagem, uma marca de referência para a nossa capa. Não fugindo ao que nos rege, os estudantes, iniciamos a nossa edição com a apresentação da nova Direção do NEF/AAC, onde damos a conhecer os projetos de cada pelouro para este mandato. A Faculdade de Farmácia tem ao seu dispor docentes de renome, e nada melhor do que dar a conhecer alguns deles através da rúbrica O Perfil do Professor com o Prof. Doutor Luís Almeida e de uma entrevista ao docente José Ricardo Aguilar. Não retirando mérito aos nossos estudantes, decidimos também dar a conhecer Diogo Teixeira, um Toastmaster português que estuda na FFUC. Ligado a esta vertente empreendedora, voltamos a apresentar-te a Juni|Pharma e os grupos musicais que constituem a faculdade. Tendo em conta o tema que marca a atualidade, a emigração, o jornal mostra-te casos de sucesso na área do setor farmacêutico através da rúbrica Farmacêuticos pelo Mundo. Com a Queima das Fitas à porta, não poderíamos deixar de abordar o assunto. Neste caso informamos-te acerca dos carros alegóricos que representarão a FFUC no cortejo académico. A Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) tem vindo a desenvolver, como é habitual, diversas atividades ligadas à formação dos seus associados e por isso explicamos-te em que consiste o Concurso de Aconselhamento ao Doente (CAD), o Concurso de Conhecimentos Clínicos (CCC), o Seminário de Prática Farmacêutica e o XIV Fórum Educacional. Esperamos que o conteúdo apresentado vá ao encontro das expectativas, pois é para isso que trabalhamos, para levar sempre algo cada vez melhor aos nossos estudantes.

Apoio Instituicional

Ordem dos Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra

Votos de uma boa leitura,

Patrocinadores

Plural - Cooperativa Farmacêutica, CRL ANF - Associação Nacional das Farmácias Edição redigida segundo o novo acordo ortográfico

Stéphanie Pais e Rita Alves - Coordenadoras do pelouro Jornal O Pilão

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O Pilão | nº 12 | Maio 2015


ÍNDICE Entidades/Associações 4-7 Apresentação da Direção NEF/AAC 2015/2016 22 APEF - CAD, CCC, Seminário de Prática Farmacêutica e o XIV Forúm Educacional

Perfil do Professor Entrevistas

13 Prof. Doutor Luís Almeida

8-9 Toastmaster - Diogo Teixeira 10-12 José Ricardo Aguilar

V ida A cadémica Na Primeira Pessoa

14-15 Cortejo Queima das Fitas’15

16-18 Farmacêuticos pelo Mundo

Em Coimbra

N otícias

19 Investigador do CNC premiado Juni|Pharma

20 Quinta das Lágrimas Mata Nacional do Choupal

Grupos Musicais Espaço Pedagógico

21 FFUCoral, Phartuna e Imperial TAFFUC

23 Unidades Curriculares Isoladas

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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Direção NEF/AAC

2015/2016

No dia 12 de março do presente ano tomou posse o Executivo da nova Direção do NEF/AAC, que conta com uma equipa empenhada e dedicada na excelente representação dos estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. Foi, então, conduzida uma entrevista a fim de dar a conhecer este novo Executivo.

Executivo

Jornal O Pilão - Qual é para vocês o papel e a função essencial de um núcleo? Executivo - Um núcleo rege-se pelos estudantes que representa. É pelos estudantes que o núcleo trabalha e é com eles que o núcleo funciona. Achamos que todo o trabalho deve ser centrado nisso: trabalhar para que possamos proporcionar, aos estudantes que representamos, uma oportunidade de saírem da faculdade com uma aprendizagem maior do que aquela que ganhariam simplesmente por frequentar as aulas, por se poderem diferenciar. Para quando sairmos daqui termos todos algo que nos identifique, sermos distintos. O papel do núcleo é garantir que as pessoas que saem daqui, não saem só excelentes profissionais, mas também notáveis pessoas com todas as capacidades e características necessárias para que possam enfrentar o futuro e para que possam, efetivamente, ter um futuro, um futuro que valha a pena, pelo qual lutaram e continuam a lutar. E a nossa função é essa, é ajudar os estudantes, estando sempre disponíveis para todas as eventualidades e para incentivá-los a serem não só excelentes profissionais como excelentes pessoas. Quais é que deverão ser os principais focos de atenção do núcleo neste novo mandato? E em que aspeto poderão inovar?

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por Stéphanie Pais

Apostamos sempre, obviamente, na área formativa, oferecendo diversas oportunidades para os estudantes crescerem, não só a nível científico mas também a nível pessoal. A internacionalização é também um dos nossos estandartes, pretendemos que os nossos estudantes se internacionalizem cada vez mais, que estejam conscientes das áreas que existem lá fora à espera deles e que olhem as fronteiras de Portugal como meras linhas no mapa. As saídas profissionais são também um dos maiores focos neste momento, porque como já foi dito, o nosso futuro não se avizinha fácil. Nós vamos ter de lutar por ele. Vamos ter de abdicar de tempo para que no futuro possamos ter algo de que nos possamos orgulhar, que saibamos que faz sentido e pelo qual lutámos e demos o melhor de nós. E cabe-nos também mostrar aos estudantes que os cursos que constituem a FFUC não se regem por uma saída profissional. Têm um vasto leque de saídas que nos permitem ser diferentes. As inovações surgem com o tempo, surgem com pessoas diferentes e equipas multidisciplinares, preparadas para todas as adversidades que o mandato possa trazer. Mas surgem também com as opiniões de fora, e por isso vamos ouvir mais a voz dos estudantes e ir ao encontro das suas necessidades. Acredito que O Pilão | nº 12 | Maio 2015

inovaremos em muitos aspetos, e por isso pedimos apenas que estejam atentos, pois as novidades poderão surgir em qualquer altura. Em que critérios se basearam para escolher a equipa que constitui esta nova direção do NEF/AAC? Nós trazemos do passado a experiência, mas olhamos para o futuro com ambição. Nunca nos vamos deixar ficar pelo que já foi feito. Estamos aqui enquanto equipa. Uma equipa que é irreverente, que vai lutar até ao fim para que se possa fazer cada vez mais e melhor que aquilo que tem sido feito. Nunca deixar o núcleo estagnar. A experiência que vem de trás que nos permite crescer é também muito importante. Mas, além da continuidade, a renovação da equipa é essencial. É sempre importante haver pessoas com novas ideias e metodologias, porque só assim poderemos conseguir crescer e ser melhores. Temos a felicidade de começar este mandato num patamar já muito elevado. É nossa missão elevar o núcleo a um patamar ainda mais alto. E temos a certeza que o iremos fazer, juntos, como equipa. Existem algumas lacunas/falhas que são de prioridade máxima para o núcleo intervir? Cada vez mais têm sido apontadas algumas falhas a nível pedagógico na


faculdade. Os estudantes são os nossos maiores críticos, basta ouvirmos a voz deles para perceber que há diversos problemas a este nível. E é aí que queremos começar a intervir, tentar fazer tudo aquilo que está ao nosso alcance e não nos deixaremos vencer por um simples não, porque estas questões fazem a diferença na aprendizagem e no percurso académico dos estudantes. Queremos apostar também no fortalecimento da imagem institucional do NEF/ AAC. Há, evidentemente, um potencial que podia ser mais aproveitado. Especialmente a nível do merchandising e das relações externas. A ação social também é prioritária, porque, infelizmente, nos tempos que decorrem há mais estudantes a abandonar o ensino superior por questões económicas. Achamos que os estudantes sabem que existem bolsas, mas muitos deles não sabem como é que se podem candidatar às mesmas e que critérios existem. E isto é uma das nossas maiores prioridades, é dar a conhecer aos estudantes que existem alternativas, que há formas de contornar essas situações. É vosso objetivo dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo mandato anterior? Ou querem de¬stacar-se de algum modo? Sim, nós queremos continuar a fazer o que foi bem feito. Não há razão para mexer naquilo que foi feito, e muito bem, no mandato anterior. Mas, como sempre, é claro que nós queremos mostrar mais e dar mais de nós. Porque os estudantes estão cada vez mais exigentes, e a nossa vontade é corresponder às expectativas deles. É dar-lhes tudo aquilo que é pos-

sível para que, quando acabarem aqui o seu percurso académico, saberem que o núcleo os ajudou efetivamente nesse período da vida e sabermos que conseguimos marcar a diferença. Saber que conseguimos mudar algo e manter sempre a irreverência e a dedicação que já são características do nosso núcleo. Somos um projeto de continuidade, porque já estivemos aqui, temos a experiência, não apenas pelo facto de já constituirmos outras direções transatas, mas por já sabermos o que correu bem e o que correu mal. Já conhecemos a dinâmica de uma equipa vencedora e isso só nos traz garantias de um futuro promissor. No entanto temos as nossas próprias ideologias e pretendemos usá-las para elevar cada vez mais o núcleo. No ano transato a direção do núcleo apostou no ATP como um projeto pioneiro a ser realizado pelo núcleo. Enquanto nova direção, têm algum projeto que queiram realçar como vanguardista? Nós vamos tentar dar o melhor de nós, queremos dar algumas surpresas aos nossos estudantes. Não estamos ainda em condições de revelar o que é que vamos fazer, mas esperem por novidades. Nos últimos anos têm havido algumas surpresas bastante agradáveis, e recordo, há cerca de dois meses, o convívio no Palácio dos Melos. Esperem por mais atividades do género, porque garantimos que elas vão acontecer. Estamos todos motivados para fazer com que elas aconteçam. Não nos regemos por promessas, mas sim por resultados. A direção transata deixou-vos uma mensagem ‘’Temos as expectativas altas, por

isso não nos desiludam, é um grande voto de confiança quer da direção cessante quer dos estudantes da FFUC que vos elegeram’’. Com isto, acham que estão à altura do desafio proposto? Sem dúvida, depois de olhar para esta equipa e depois de já algumas semanas de trabalho, sabemos que estamos perante uma direção como nunca antes tivemos. Pessoas motivadas, prontas a dar tudo o que têm e uma capacidade enorme de mostrar resultados. E como é óbvio temos muito peso nas costas, carregamos o peso de todos os estudantes que representamos e isso deixa-nos nervosos em alguns momentos. Mas nós gostamos de combater esse nervosismo mostrando que conseguimos estar à altura. E esperamos que daqui a um ano, quando terminar o nosso mandato também as próximas direções possam dizer o mesmo e se possam orgulhar das direções anteriores. Mensagem aos estudantes ‘’Os estudantes que nunca deixem de lutar por eles próprios, que façam a sua voz ser ouvida, que lutem pelos seus interesses, que se lembrem que se precisarem de ajuda nós vamos estar aqui. Nós estamos aqui para lutar com eles, lado a lado. De braço dado, prontos para enfrentar qualquer problema que possa existir. Porque apesar de tudo, o núcleo é feito de estudantes, e também nós sabemos o que é estar do lado do estudante que não faz parte da direção do núcleo, e queremos também deixar o apelo de que se se quiserem juntar a nós, estamos de braços abertos para os receber. O núcleo é de todos e é para todos!‘’

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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Pelouros Comunicação e Imagem Coordenadores: Daniel Magano e Inês Cruz

A informação tornou-se uma necessidade crescente na sociedade atual, sendo os meios de comunicação, tais como o facebook e sites os mais utilizados para a divulgação desta. É responsabilidade do pelouro da Comunicação e Imagem assegurar que a informação alcança todos os estudantes da FFUC promovendo a adesão destes às atividades realizadas pelo núcleo que os representa. Para tal, iremos fazer uso dos meios de divulgação já existentes tais como, o jornal O Pilão, o site do NEF/AAC, a página do Facebook e realizar cartazes informativos e vídeos promocionais para as atividades que o necessitem. Este ano, o pelouro da Comunicação e Imagem planeia ainda a realização de um workshop de Photoshop para a FFUC com o objetivo de transmitir conhecimentos necessários para a edição de imagem e divulgação de atividades.

Cultura

Coordenadores: Carolina Ferreira e João Nogueira

“Cultura não é ler muito, nem saber muito; é conhecer muito.” - Fernando Pessoa Aliando uma vertente cultural a uma vertente mais recreativa, o pelouro da Cultura pretende divulgar, da melhor forma, todas as expressões culturais da cidade de Coimbra. A cultura é o que nos distingue uns dos outros, é uma forma de identidade, acabando por ser uma peça fundamental na formação pessoal de cada um. A tudo isto, é importante aliar uma forte componente recreativa, que fomente o convívio interpessoal e o espírito académico da FFUC e da própria academia. Apesar de muitas das atividades serem já do conhecimento geral, o que queremos fazer, sempre que possível, é inovar e torná-las o mais acessíveis possível aos nossos colegas.

Desporto

Coordenadores: André Lourenço e Sofia Carvalhinho

O pelouro do desporto do NEF/AAC tem como principal objetivo promover a prática desportiva e fomentar o convívio e a entreajuda entre os estudantes da FFUC. Assim sendo, este pelouro pretende organizar atividades dinâmicas que aliem a prática desportiva ao convívio e à integração, destacando-se dentro das mesmas os torneios internos de várias modalidades (futebol, voleibol, basquetebol, etc), a realização de uma semana da saúde

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Para além do Executivo, a Direção do NEF/AAC é constituída pelos coordenadores de cada um dos 12 pelouros. O jornal O Pilão apresenta-te resumidamente a área de intervenção de cada um deles. com diversas atividades desportivas, a organização de mais uma edição do Open Pharma, a elaboração de atividades de receção ao caloiro, nomeadamente o peddy papper pela cidade e os jogos tradicionais, bem como a organização de algumas palestras sobre temas atuais, caso do uso de suplementos alimentares na melhoria da performance desportiva. É ainda nosso objetivo realizar uma atividade de sensibilização sobre o desporto adaptado.

continuarão a ser uma das suas apostas. É ainda uma prioridade do Pelouro da Formação realizar um questionário, para saber quais as principais áreas de interesse dos estudantes, sobre quais gostariam de ter mais informação e que formações gostariam de ter ao seu alcance.

Estágios e Saídas Profissionais

Coordenadores: Anita Calado e Bárbara Ramalho

Coordenadores: Bruna Relvas e Inês Abegão

Cada dia que passa o nosso mercado se torna mais competitivo. Cabe-nos a nós, garantir que aproveitamos todas as oportunidades disponíveis para crescer enquanto pessoas e enquanto profissionais de saúde. Neste sentido, o Pelouro dos Estágios e Saídas Profissionais tem como funções diminuir as barreiras entre o ensino e a profissão farmacêutica, permitir o aumento de experiências e competências e, acima de tudo, abrir os horizontes dos estudantes da FFUC para todas as saídas profissionais possíveis. Os Estágios e Saídas Profissionais pretendem ser uma presença assídua junto dos estudantes através dos estágios extracurriculares, workshops e palestras que visem a aquisição de competências úteis no mercado de trabalho ou simplesmente pela passagem de informação. Porque acreditamos na nossa faculdade, e no potencial de todos os alunos que daqui saem, queremos permitir estágios a todos os alunos que o ambicionem independentemente do curso e ano.

Formação

Coordenadores: Mariana Oliveira e Camila Maia

Hoje enfrentamos um mercado de trabalho competitivo, onde ser bom não chega, onde é preciso ser excelente e marcar a diferença. Nesse sentido o Pelouro da Formação irá realizar atividades formativas que vão ao encontro dos interesses e necessidades dos estudantes da FFUC, continuando a apostar numa formação científica, profissional e pessoal. Nestas inclui-se o IX Congresso Científico NEF/AAC, o XVII Simpósio NEF/ AAC, uma Mesa-Redonda sobre medicinas alternativas, um Fórum de Empreendedorismo, entre outras atividades onde serão focados temas atuais e de interesse para os estudantes. Este pelouro apostará ainda no I Curso de Excel, no III Curso de Língua Gestual Portuguesa e continuará com a realização da Formação SIFARMA 2000. As Soft Skills O Pilão | nº 12 | Maio 2015

Intervenção Cívica e Promoção para a Saúde

O pelouro de Intervenção Cívica e Promoção para a Saúde tem como objetivo fulcral apostar na capacidade interventiva dos estudantes da Faculdade de Farmácia na sociedade atual, elevando-os como cidadãos, sem nunca esquecer o que os diferencia como futuros profissionais de saúde. Nesse sentido, propomo-nos a desenvolver e a participar em atividades, como o Hospital do Ursinho, a Recolha de Sangue e o Banco de Voluntariado, que estimulam o carácter ativo e altruísta dos estudantes, permitindo a estes dar o seu contributo à comunidade coimbrã em que nos inserimos. Pretendemos, ainda, organizar palestras e workshops relacionados com áreas pertinentes ao profissional de saúde, que visam complementar os conteúdos lecionados nos diferentes planos curriculares e dar aos nossos estudantes alguma preparação extra, para que quando estes entrem no mercado de trabalho se sintam melhor preparados para exercer a nossa profissão (“Dia da Dermofarmácia e Cosmética” e “Simpósio de Atividade Farmacêutica”).

Jornal O Pilão

Coordenadores: Stéphanie Pais e Rita Alves

O Jornal O Pilão é um dos meios informativos mais nobres e familiares do NEF/AAC, sendo uma ferramenta fundamental na divulgação de atividades e de qualquer outra informação útil à comunidade. Entendemos que é possível fazer d’O Pilão um veículo de informação de qualidade, honrando o seu passado histórico e adequando o seu design às necessidades atuais. Nesse sentido, é nosso intuito: elaborar três edições do Jornal O Pilão, onde se irão adequar os artigos, as entrevistas e as reportagens aos interesses e assuntos que marcam a atualidade; elaborar duas edições da Newsletter O Pilão com breves sumários acerca das atividades do NEF/AAC; criar um elemento novo de divulgação mensal que seria afixado nos placards do Ponto NEF; continuar com as rubricas O Espaço Pedagógico e O Suplemento; criar espaços publicitários no Jornal O Pilão.


Pedagogia

Coordenadores: Flávio Correia e Maria Pereira

O pelouro da Pedagogia desenvolve a sua ação no sentido de promover uma ligação mais estreita entre a comunidade estudantil e docente, incentivando o cumprimento do regulamento pedagógico por ambas, e que por isso está na primeira linha de defesa dos direitos e interesses dos estudantes que representa. Para tal, procura encontrar soluções para os problemas pedagógicos existentes bem como tomar medidas para que o ensino prestado aos alunos da FFUC seja cada vez mais um ensino de qualidade e de distinção entre os pares. Neste sentido pretendemos manter e estreitar a ligação às Comissões de Curso, ao Conselho Pedagógico e à AAC, realizar uma palestra sobre Métodos de Estudo, fomentar a divulgação, a manutenção e o crescimento da plataforma Banco de Sebentas, promover uma maior sensibilização com as condições e problemáticas pedagógicas dos alunos de Erasmus, desenvolver um(a) Debate/ Conversa sobre o Ensino e Aproveitamento Escolar, (Re)Divulgar o Manual Pedagógico, dar continuidade ao Espaço Pedagógico no jornal O Pilão e elaborar uma proposta de revisão do plano de estudos do MICF.

Política Educativa e Ação Social

Coordenadores: Mariana Silva e Rodrigo Sousa

A educação é, sem dúvida, um dos pilares da sociedade e o seu futuro. Os estudantes são o futuro! O ativismo, a informação e o acompanhar das políticas que regem a nossa educação, assim como das necessidades e carências da sociedade e principalmente dos estudantes da nossa faculdade são as nossas preocupações e os objetivos de todos os que trabalham connosco. Referimo-nos a todos vós, caros colegas, porque além de vos querermos representar, queremos trabalhar sempre em conjunto, numa união de esforços que terá como desafios a melhoria e inovação constantes e que certamente levará ao sucesso. Para isso e através do nosso pelouro, iremos promover o espirito crítico e esclarecer

cada estudante através da ligação aos outros órgãos institucionais da UC, bem como ajudar todos os alunos em todas as suas dúvidas de cariz financeiro, através de uma palestra sobre a obtenção de bolsas por parte da UC, iremos ajudar os estudantes a pouparem no seu dia a dia com uma palestra sobre gestão de dinheiro, e fomentar o espírito de solidariedade através de campanhas que visem ajudar as famílias mais carenciadas em Coimbra.

Relações Internacionais

Coordenadores: Mariana Gonçalves e Joana Grangeia

A equipa do pelouro das Relações Internacionais tem como principal objetivo quebrar as fronteiras entre a FFUC e o resto do Mundo, de forma a que se abram novas portas para os futuros profissionais farmacêuticos. Queremos apostar nesta vertente, uma vez que entendemos que, tendo em conta a situação atual de Portugal, há que procurar novos caminhos e novas ideias vindas dos 4 cantos do Planeta de forma a ajudar a desenvolver o nosso país. Sabemos que temos a capacidade para concretizar este objetivo e toda a equipa já está a trabalhar nesse sentido. As atividades que poderão usufruir visam informar sobre a internacionalização enquanto estudantes e profissionais, como as II Jornadas da Mobilidade Internacional e os Farmacêuticos pelo Mundo. Também teremos atividades que procuram trazer o desconhecido até aos estudantes da FFUC através do convívio e partilha de experiências com os alunos estrangeiros que integram programas de mobilidade na UC. Neste mandato, tal como nos anteriores, o pelouro das Relações Internacionais procurará sempre defender os interesses internacionais dos nossos estudantes e criar o número máximo de oportunidades lá fora. Desta forma, pretendemos incentivar o estudante a querer embarcar em novas viagens e, assim, criar uma bagagem de experiencias únicas.

Relações Internas e Externas

Coordenadores: Gonçalo Mendes e Rute Tavares

O Pelouro das Relações Internas e Externas é um pelouro importante para o bom funcionamento do NEF/AAC, já que é o responsável não só pela ligação às instituições da FFUC, mas também às entidades exteriores à FFUC e à UC. Assim, cabe ao nosso pelouro procurar potenciais entidades dispostas a colaborar com o núcleo nas suas diversas atividades, nomeadamente através de patrocínios e parcerias, de forma a poder torná-las o mais bem sucedidas possível. Ainda no âmbito das relações com entidades externas o pelouro, apoiado por variadas instituições da nossa faculdade, está encarregue de fomentar a aproximação e promoção da FFUC aos alunos do Secundário de todo o país. Desta forma, realizam-se diversas visitas a escolas deste nível de ensino e outros locais de igual destaque para que se possa com eles partilhar a oferta educacional, cultural e social que a nossa faculdade e a secular universidade de que faz parte têm à sua disposição.

Serviços Permanentes Coordenadores: Nelson Santos e Daniela Costa

O Pelouro dos Serviços Permanentes tem como função a agilização do contacto entre o Núcleo de Estudantes de Farmácia e a sua população estudantil, sendo assim um ponto fulcral da transmissão de informação entre os pelouros e os estudantes da Faculdade. Assim, o nosso pelouro para o mandato que agora se inicia terá como atividades: a manutenção e arrumação da sala do núcleo e do ponto NEF, assim como a receção de inscrições, venda de merchandising do núcleo e entrega de certificados. Para além das inscrições também colaboramos nas atividades no auxílio em termos logísticos, quando necessário. A criação de Perdidos e Achados, que funcionará no ponto NEF e ao qual todos os estudantes poderão recorrer caso encontrem ou percam algum dos seus bens pela faculdade. A reestruturação do ponto NEF, mudando a imagem pela substituição dos armários e mesas que se encontram deveras degradados e a uma reorganização da arrumação do espaço.

A Mesa do Plenário é constituída por 5 elementos, todos eles com funções distintas. Por isso, o jornal O Pilão foi perceber junto dos seus membros a sua importância.

Presidente: Fábio Mendes Vice-Presidente: Ana Lúcia Marques Secretária: Joana Nova 1ªVogal: Fernando Figueiredo 2ªVogal: Mariana Abreu

O Plenário de Núcleo do NEF/AAC é composto por todos os estudantes da FFUC, ou seja, todos os estudantes sem exceção têm o direito e o dever de participar nos Plenários e aí se expressarem oralmente ou através do voto. A Mesa do Plenário convoca, dirige e modera os Plenários de Núcleo, sendo estes a oportunidade de qualquer estudante discutir a votação e aprovação de atividades, regulamentos, relatórios de contas e outros assuntos de relevante interesse para todos. Neste mandato, queremos zelar, ainda mais, pelos interesses dos estudantes, promovendo a participação de todos nos Plenários, com a finalidade de consolidar o poder representativo de todos. Assim, apelamos à tua presença nos Plenários para que estejas integrado e possas acompanhar os assuntos mais relevantes da nossa faculdade. Só com a opinião de todos conseguiremos progredir! Não te esqueças que tens uma voz e é essa voz que queremos ouvir!

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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TOASTMASTER Diogo Teixeira

O Toastmasters é uma organização internacional sem fins lucrativos dedicada à melhoria das competências de comunicação, discurso público e liderança. Está presente em Portugal desde maio de 2006. O Diogo Teixeira é aluno do 5ºano do MICF e faz parte desta equipa. Desafiamos-te a perceber melhor os objetivos desta organização! por Águeda Alves e Leonor Bruçó

O Pilão - Como te tornaste membro? Diogo Teixeira - Conheci o Toastmasters através de uma amiga, que fiz numa das várias feiras onde trabalhava para a Education first (EF). Ela era toastmaster e convidou-me para assistir a uma sessão na FEUC. Na primeira sessão participei nos discursos de improviso, gostei bastante e acabei por me inscrever. E quanto à EF? Em que consiste? É um centro de línguas. A filosofia deles é aprender a língua onde esta é nativa, daí ter várias escolas espalhadas pelo mundo. Fiz o meu primeiro curso no ano de 2010 em Londres e outro em Malta no verão passado. Que posição ocupas na Toastmasters? Atualmente sou apenas membro. Porém, há 2 semanas atrás deixei o cargo de vice presidente das relações públicas, o qual exerci durante cerca de um ano. Como está dividida e organizada a Toastmasters? Apesar de ser uma organização mundial, existem vários clubes, sendo que, normalmente, cada cidade tem um clube. Por exemplo, em Coimbra existe um clube que engloba a cidade de Coimbra e Figueira da Foz. Porém, Lisboa já tem vários clubes com diversas especializações. As linhas por onde se regem a Toastmasters têm duas vertentes: comunicação e liderança. Existem dois manuais, divididos em níveis, através dos quais nos organizamos e orientamos: O Competent Communicator (CC) que tem dez níveis com graus de exigência diferentes e o Competent Leadership (CL) que tem dez níveis de liderança consoante as funções que exercemos durante as sessões. Após estes níveis passamos para os manuais avançados, nos quais nos especificamos, podendo estes ser sobre humor, entrevistas, jornalismo, etc.

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Então em que nível estás no teu percurso? Estou há mais de 2 anos no Toastmasters, mas o meu percurso não é o mais normal. Eu frequento as sessões, no entanto, dedico-me mais a discursos de avaliação e de improviso do que preparados, daí não ter avançado tão rapidamente. O que te leva a continuar nesta equipa? Na minha opinião, a filosofia Toastmasters é muito interessante. Eu sou um dos membros mais novos e, apesar da faixa etária ser mais elevada, sinto-me à vontade pois entre nós não existem formalidades, quebrando assim muitas barreiras. Fazemos jantares de convívio, temos sessões todas as semanas. Consegue-se aprender muito com pessoas mais velhas, com experiência em várias profissões e com pontos de vista diferentes, o que é bastante enriquecedor. Este espírito permite o estabelecimento de laços mais fortes equiparado ao de uma família. E como funciona a dinâmica durante as sessões? Funcionamos um pouco por feedback. Nenhum de nós é professor, ou seja, as funções que exerço numa sessão não são as mesmas que exercerei na sessão seguinte. Quer isto dizer que eu apenas construo a minha opinião, sobre um determinado assunto, e partilho-a com os outros. Uma vez que somos de várias áreas e pensamos de formas diferentes, quando fazemos um discurso, recolhemos vários tipos de informações e feedbacks. Para ajudar temos alguns rituais: apertamos as mãos quando entramos e saímos do palco para que o palco nunca fique sozinho bem como, aplaudimos sempre que alguém sobe a palco para discursar, de forma a incentivá-la.

O Pilão | nº 12 | Maio 2015


Então, afinal, como surgiu o nome de Toastmasters? FEEDBACK SANDWICH, daí vem o Toast (Tostas) é uma sandwich onde temos o pão que é a base e depois o recheio que é constituído pelos pontos fortes e aspetos a melhorar. Sempre que fazemos uma avaliação nós apontamos os aspetos mais fortes e os aspetos a melhorar da pessoa como orador. Nunca num tom depreciativo, é sempre uma crítica construtiva para que essa pessoa possa evoluir sempre mais. Ralph Smedley fundou o Toastmasters Club e rapidamente perceberam o valor e potencial do projeto, questionando-o sobre o porquê de ele não querer fazer dinheiro com a ideia, ao que ele sempre respondeu: prefiro ser rico em amigos. Como funcionam as sessões? São constituídas por 3 partes, respetivamente: discursos preparados, discursos de improviso (há uma pessoa que previamente prepara os temas, mas os participantes só têm conhecimento na hora de discursar) e avaliação. Esta avaliação é feita por todos: há um avaliador que sobe a palco e cada um de nós tem uma folha para avaliar cada discurso. Estas folhas são depois entregues aos que discursaram. Além disso, dentro das sessões temos sempre alguém com funções: timekeeper (controla o tempo através de luzes), grammarian (anota os erros gramaticais), ah-counter (contagem das muletas usadas durante o discurso) e o avaliador geral (avalia tudo que não foi avaliado). Todas as funções vão alternando. Vamos ao que interessa então… Onde são as sessões? E com que frequência se realizam? Uma vez por semana: Quartas na FEUC (19:00h), Terças no ISCAC (19:30h) e Sábados na Figueira da Foz(17:30). Sendo alternados os dias e locais, de se-

mana para semana. Podem acompanhar os eventos através da página do facebook do Coimbra Toastmasters Club. De que forma é que o Toastmasters alterou a tua vida académica? De uma certa forma, trouxe-me vantagens porque me proporcionou um maior à vontade nas apresentações, por exemplo. É sempre difícil sabermos que nos estão a avaliar. Durante um discurso apenas 10% é conteúdo e 90% é a forma como é dito. Quando apresentamos algo na faculdade aquilo que nos estão a avaliar é apenas o conteúdo, portanto são apresentações diferentes. De qualquer forma no Toastmasters aprendi sobretudo a comunicar e é uma ferramenta que tens de utilizar em tudo no teu dia a dia. Que outras perspetivas te trouxe a nível profissional na área farmacêutica? Talvez gostasse de poder ingressar em algo relacionado com comunicação e marketing farmacêutico, futuramente. É uma forma de conciliar estes dois ramos. Como podem os alunos da nossa faculdade informar-se acerca da Toastmasters? O clube de Coimbra tem uma página no facebook onde cria os eventos para todas as sessões. Gostava muito de criar uma sessão demostrativa na nossa faculdade, e quem sabe, um clube Toastmasters não oficial no polo III. Já existe um clube assim na Faculdade de Psicologia. Seria um desafio a lançar!

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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José Ricardo Aguilar O jornal O Pilão foi conhecer o Professor José Ricardo Aguilar tendo em vista abordar o trabalho feito no Instituto Pedro Nunes aliado à vertente pedagógica leccionada no curso de Farmácia Biomédica da FFUC. por Diana Marques, Inês Ferreira e Rafaela Silva

O Pilão - O que faz no seu dia a dia? Qual o tipo de trabalho e cargo que desempenha? Professor José Aguilar - Faço parte da unidade de Valorização do Conhecimento e Inovação do Instituto Pedro Nunes (IPN). É uma unidade transversal a toda a atividade do IPN também com projeção para fora do instituto, ou seja, tenta cobrir a atividade dos nossos laboratórios e das empresas incubadas. Depois, há também algum trabalho de pesquisa, na tentativa de alcançar outros projetos inovadores e empreendedores fora deste âmbito, ou seja, mais a montante, nomeadamente junto da Universidade de Coimbra e também organizando alguns eventos nossos e colaborando noutros de outras entidades. Tenho um foco específico dentro dessa unidade, na parte da propriedade intelectual, ou seja, na parte da procura da proteção de todos os ativos intelectuais gerados por estes empreendedores e investigadores, no sentido de tentar evitar que cometam alguns erros, muitas vezes no início destes processos que possam comprometer futuras estratégias de valorização. Nomeadamente, estratégias que possam levar – e já levaram, muitas vezes – ao surgimento de novas empresas tecnológicas que depois têm a capacidade, a possibilidade de serem incubadas junto da nossa incubadora de empresas. Em termos do trabalho do dia a dia, basicamente passa muito por acompanhar processos deste género, o apoio a projetos de investigação. Portanto, por essa via também temos muitas tarefas de cumprimento de objetivos e de comandos específicos. Por outro lado, também acompanho, particularmente no meu caso, a atividade jurídica do IPN e alguma das empresas incubadas, procurando, a todo o tempo estruturar outros pontos de contacto e disseminar estas práticas junto de todo o universo académico.

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É professor convidado da FFUC numa unidade curricular bastante singular. O que o trouxe até à Licenciatura em Farmácia Biomédica e porque razão aceitou este desafio? Relativamente à primeira parte da questão, o que me trouxe cá foi precisamente o surgimento de uma disciplina com uma temática nova no seio desta Faculdade e também com um peso que nunca antes foi visto noutros cursos da UC, bem como a nível nacional. Isso deve-se sobretudo ao rasgo das pessoas que criaram este plano curricular do curso de Farmácia Biomédica, que “em boa hora” se lembraram de dar algum destaque e criar esta disciplina a que deram o nome de “ Assuntos Regulamentares e Patentes”, para alargar o âmbito à Propriedade Intelectual em geral e à valorização e transferência de tecnologia. A disciplina, que aborda igualmente a temática dos Assuntos Regulamentares, no final do semestre, em grande medida tem sido ocupada por este segmento de Patentes, do qual sou o responsável. Nesta linha, aceitei o convite desde logo pelo estímulo que ele representa e também pela possibilidade que me foi dada para estruturar esta cadeira de uma forma muito aberta, muito vocacionada para abordar os temas da Propriedade Intelectual, da valorização de tecnologias e do empreendedorismo e de como tudo isto potencia a passagem de resultados de I&D para o mercado, ou seja, numa perspetiva muito prática. Refiro também que na minha Instituição de origem, o Instituto Pedro Nunes, somos pelo menos quatro colegas com atividade docente junto da UC, nomeadamente na Faculdade de Ciências e Tecnologia, nos departamentos de Engenharia Informática e de Engenharia Eletrotécnica, o que justifica assim a importância da valorização da inovação em diferentes contextos, estabelecendo-se deste modo, um canal comunicativo e uma interface entre o setor

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Ciência e um futuro setor Empresa. Sabendo nós que o âmbito da Propriedade Industrial, da Comercialização de tecnologias e do empreendedorismo são temas muito pouco abordados nos planos curriculares a nível nacional, em que medida ao serem lecionados neste curso podem ser uma mais valia e contribuir para a formação académica dos estudantes? Acha que as suas aulas estão a despertar uma consciencialização acerca da importância da proteção de ideias em todas as áreas, nomeadamente, no campo científico? Ora, começando pela primeira parte: temos consciência de que o plano curricular deste curso é absolutamente inédito a nível nacional e que o conjunto de situações e temas que nele são abordados, rarissimamente são aflorados noutros cursos. Aliás, é bom acrescentar que este plano curricular já foi debatido em fóruns internacionais, nomeadamente, junto do Instituto Europeu de Patentes (EPO) e também num evento que congrega Professores que se dedicam ao ensino de matérias de Propriedade Intelectual a nível Europeu (EIPTN-European IP Teachers Network). Nestas duas sedes, em mais do que uma ocasião, este plano curricular foi apresentado como uma boa prática neste domínio. Relativamente à questão de ser uma mais-valia, temos noção disso, desde logo por ser uma competência diferenciada. Ou seja, não é uma competência muito repetida e muito vista noutros cursos e por essa razão, neste mundo tão competitivo na fase de recrutamento e procura de emprego, é sempre importante ter algo que acrescente “mais qualquer coisa” aos currículos em relação aos colegas de outros cursos e de outras Faculdades. Quanto à consciencialização para o tema que pode resultar das minhas aulas, não serei certamente a pessoas indicada para avaliar esse efeito! No entanto há uma coisa que resulta daqui, que é seguramente um au-


mento das competências e de algum buzz à volta do tema nestes meios mais académicos e nomeadamente junto dos estudantes. Já trabalho nesta área há mais de dez anos e realmente hoje, vive-se um panorama muito diferente! Há muito mais consciência desta área de proteção do que há uns anos atrás quando nós começamos, embora, ainda haja muito para fazer e é uma mensagem que deveria passar para outros cursos e ter outra abordagem! Tomemos como exemplo um grupo de estudantes recém-formado na FFUC que quer avançar com uma ideia inovadora, que pode gerar um invento revolucionário na área dos cuidados de saúde. A que instituições se podem dirigir de modo a conseguir aconselhamento acerca do rumo a tomar e algum apoio financeiro? Há uma mensagem aqui importante: em Coimbra temos um ecossistema invejável a nível nacional para o apoio deste tipo de casos. Os casos, como é aqui referido, em que há um grupo de estudantes, acabado de sair da Universidade e com uma ideia de negócio que quer explorar. Todo este interface fomentado pela Universidade de Coimbra que já tem muitos anos e que tem um historial ímpar de sucesso a nível nacional, a par com a Incubadora de Empresas do IPN, intervém nessa fase em que já há uma ideia de negócio que pode dar origem a uma empresa. Para momentos anteriores, mais early stage, foram criados alguns eventos distintos, como o Arrisca C e também o Ineo Start – o primeiro mais focado na Universidade, embora com alguma participação do IPN. O IneoStart, por sua vez, é muito mais focado no IPN, destinando-se a uma fase mais adiantada de maturação de ideias de negócio. Mais adiante, a Incubadora de Empresas do IPN é um projeto que não tem paralelo em Portugal. Há uma grande oferta de valências e serviços oferecidos pela Incubadora aos promotores destes negócios, tanto na fase de incubação virtual como na fase de incubação física. Esta oferta inclui também, posteriormente, todo o conjunto de contactos que visam, por exemplo, a obtenção de financiamento e ainda as relações com investidores de capital de risco e business angels. Nós temos uma rede de contactos muito alargada a esse nível – pessoas que estão absolutamente dispostas a investir em projetos inovadores e que têm capitais disponíveis para tal – e nós, o que temos feito é ajudar estes grupos de investigação a preparar o caminho para o “embate” com esses investidores, nomeadamente para os convencer dos méritos daquele projeto, permitindo assim que seja aberto um canal para o seu financiamento. Tudo isto tendo em conta um aspeto muito importante que todos os anos repito nestas aulas – em 98% dos casos, os projetos que surgiram da nossa incubadora foram projetos de pessoas simples e normais como todos nós, ou seja, nunca ou raramente tivemos projetos em que as pessoas tinham disponibili-

dade financeira imediata para avançar com o negócio. Na maioria dos casos, experienciámos o caso de pessoas que conseguiram obter essa disponibilidade financeira e fazer com que as empresas se tornassem em casos de sucesso com base no mérito dos seus projetos e nesse apoio que foi dado, no sentido da sua melhor estruturação e projeção junto desses investidores, que avançaram com o capital inicial. Este investimento é quase sempre necessário para ultrapassar aquela fase chamada “vale da morte”, ou seja, aquela fase em que muitos projetos ficam entre uma grande ideia e a sua exploração efetiva no mercado. A fase da procura de investimento é algo que nós temos conseguido fazer de forma regular. Casos mais recentes incluem o apoio da Portugal Ventures, o veículo de capital de risco financiado pelo Estado, que tem apoiado imensos projetos que foram apresentados pela nossa estrutura do IPN, projetos esses que, em grande medida, foram dinamizados justamente por empreendedores da Universidade de Coimbra. Uma das coisas que tenho feito nestas aulas, desde que este curso teve início, foi trazer cá, todos os anos, um exemplo de uma start-up tecnológica na área da saúde. Este ano esteve presente mais uma empresa – a 5ª empresa diferente! - que vem da nossa incubadora e que teve origem em pessoas ligadas à Universidade de Coimbra, sendo esse o denominador comum a todas as que já trouxeram o seu testemunho a esta disciplina. Evidentemente, o caso mais conhecido e de maior sucesso, especialmente nesta área do healthcare, foi a Crioestaminal. É um caso de um sucesso estrondoso, como talvez poucos existiram em Portugal a esse nível. Recorde-se que foi uma empresa criada por três bioquímicos e um economista, todos eles alunos da Universidade de Coimbra. Podemos, naturalmente, referir outros casos – a Luzitin, um projeto bastante promissor na área da terapia do cancro e que foi desenvolvido por investigadores do Departamento de Química da Universidade de Coimbra, juntamente com outras colaborações, por exemplo, desta Faculdade. Podemos ainda citar o caso da Perceive3D, mais recente, que foi criada por um doutorado da Universidade de Coimbra e que obteve um financiamento muito generoso logo numa fase inicial, precisamente pela valia técnica e potencial de mercado do seu projeto. Agora, claro, se essas pessoas não tivessem tido, muitas vezes, o apoio de todo este ecossistema que está montado em Coimbra, provavelmente teria sido difícil dar esse salto. É deste enquadramento que beneficiamos todos, aqui em Coimbra, porque é sempre importante referir que o IPN está aberto a toda a comunidade inovadora da região Centro.

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Como é que um estudante saído desta casa pode enveredar profissionalmente pelo caminho da Valorização de Conhecimento e da gestão eficaz da Propriedade Intelectual? Quais as competências que deve desenvolver e demonstrar e quais as instituições em que se pode inserir? Há cerca de dois ou três anos, a revista VISÃO tinha um tema de capa muito interessante: quais as profissões que vão ser muito procuradas daqui a 20 anos? Ora, uma delas era, tão só e apenas, “Gestor de Propriedade Intelectual”. Esta área tem poucas pessoas a trabalhar em Portugal, também devido ao facto de sermos um país onde a I&D continua muito centrada no setor público. Outro índice que daí decorre é o número de doutorados que são absorvidos por Empresas em áreas científicas – há também um muito baixo recrutamento desse tipo de profissionais, o que de alguma forma é o espelho da nossa estrutura económica, constituída por empresas pouco inovadoras e pouco desenvolvidas a esse nível. Portanto, esta é uma premissa de base: Em Portugal, atualmente, temos poucas pessoas a trabalhar nesta área. Evidentemente, quem avançar para este domínio e quem se especializar nesta área poderá ter algum tipo de enquadramento, por exemplo, junto das instituições privadas, nomeadamente como Agente Oficial de Propriedade Industrial, que trata da tramitação deste tipo de processos, em especial na parte da redação de Patentes. Uma outra carreira muito interessante, mas a nível internacional, respeita ao exame de Patentes junto do European Patent Office (EPO), que todos os anos recruta massivamente engenheiros e cientistas em todos os países europeus signatários da convenção. Esta é uma carreira extremamente bem paga e com condições de trabalho muito boas, mas trata-se, obviamente, de uma carreira de emigração – centra-se na Haia, na Holanda, e também em Munique. Tem tido um pequeno handicap para os estudantes portugueses, que é o domínio do inglês, do francês e do alemão em níveis iguais, sendo que este handicap pode levar à exclusão de um bom candidato a um lugar no EPO. Por outro lado, tem sido também observada uma carência grande de publicações académicas neste domínio – há muito poucas pessoas a fazer investigação nesta área, especialmente focada na Propriedade Intelectual. Esta é uma área que apresenta cruzamen-

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tos interessantes com a área do Direito, justamente pela importância que as patentes têm no setor farmacêutico. A propósito disso, existem pelo menos dois casos, que eu conheço desde que estou ligado a esta casa, de pessoas que se licenciaram e seguiram inclusivamente para a conclusão de Mestrado aqui na Faculdade de Farmácia e que neste momento são alunos de Direito. Este é um nível de competências altamente interessante nesta área, precisamente pela necessidade de, muitas vezes, combinar conhecimentos científicos de base com conhecimentos jurídicos para poder tratar destes casos. E algo que pouca gente possui em Portugal! Depois, há também um nível interessante que tem a ver com estruturas de Transferência de Tecnologia junto, nomeadamente, das Universidades, embora aí com as restrições conhecidas hoje em dia ao nível de recrutamento de recursos humanos para o setor público. Em conclusão, queria dizer apenas que é uma área de futuro, porque vai ter de ser inevitavelmente “trabalhada” pelos atores económicos em Portugal. Esse salto tem de ser dado! Quem continuar a ter atividade económica em Portugal, nomeadamente vocacionada para a internacionalização, vai ter de acautelar estas competências. Sabemos que no final de cada ano letivo leva os seus alunos a conhecer as instalações do IPN e o trabalho lá desenvolvido. Acredita que esta visita torna real a visão que procura incutir nos seus alunos ao longo do semestre? Essa visita vem fechar, realmente, este ciclo que começa com um desafio aos alunos nas aulas teórico-práticas de criarem uma ideia de negócio própria e de mostrarem como a poderiam proteger. Depois, passa pela exposição dos alunos a um exercício de Elevator Pitch, para tentarem, de alguma forma, “vender” a sua ideia e cativar a audiência para ela. Este é aliás um tema muito em voga hoje em dia, tendo em conta o famoso programa “Shark Tank”. De seguida, passa por trazer cá o referido testemunho de uma startup criada por um ou mais jovens, terminando este ciclo com a visita à incubadora de Empresas do IPN. Essa visita tem exatamente por missão mostrar o que faz o IPN. Pretende-se também mostrar aos alunos o ambiente friendly para acolher um negócio inovador dinamizado por gente nova. O que vão encontrar na maioria dos corredores da incubadora é um grande conjunto de Empresas, que muitas vezes trabalham de porta aberta e onde pessoas que pertencem a Empresas diferentes se vão cruzando nos corredores, o que permite que vão trocando ideias e potenciando parcerias entre si. Há, assim, um ambiente muito propício ao network entre as Empresas que ali estão e até à realização de atividades conjuntas. Desta forma, mostra-se no terreno muito daquilo que se fala nestas aulas, nomeadamente esta vertente do empreendedorismo.

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erfil do rofessor

Prof. Doutor Luís Almeida

Nome completo: Luís Pereira de Almeida Naturalidade: Viseu Percurso Académico: Fez o secundário na Escola Secundária José Falcão, tendo posteriormente ingressado em Ciências Farmacêuticas na Universidade de Coimbra. Enquanto estudante fez Erasmus em investigação em “Sistemas lipídicos para a entrega de fármacos” na Holanda. Optou por ingressar no ramo de Farmácia Industrial, tendo feito estágio nos Laboratórios Delta, em Lisboa, onde mais tarde foi chefe de produção. Em 1993 foi convidado para assistente estagiário da FFUC, tendo posteriormente feito Mestrado em Tecnologias do Medicamento. A partir de 1998 mudou-se para Lausanne, Suíça, para fazer o seu doutoramento na área da terapia génica do sistema nervoso central, tendo sido acompanhado pelo professor Patrick Aebischer. Desde 2003 que é professor auxiliar na FFUC, lecionando aulas de tecnologia farmacêutica, sendo coordenador do Mestrado em Biotecnologia Farmacêutica. Área de Investigação: Desde de 2003 que investiga na área das doenças neurodegenerativas, mais propriamente na Doença de Machado-Joseph. É investigador no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC) e atualmente lidera um grupo internacional na área das doenças neurodegenerativas.

por David Ramos e Fábio Ferreira

O que mais gosta no trabalho do seu dia a dia: “Gosto muito do meu trabalho, especialmente quando obtenho resultados inesperados”. É sempre aliciante ter um projeto aprovado, um artigo publicado ou um aluno a defender a sua tese de doutoramento. É muito saudável discutir e comentar todo o tipo de assuntos com os companheiros de trabalho. Se não tivesse esta profissão: Enquanto criança sonhava ser astronauta ou piloto aviador. Na adolescência optou por uma área científica, embora gostasse igualmente da área de Letras. “Uma pessoa com formação em Ciências consegue dominar as Letras, o contrário é muito mais difícil.” Hobbies: Passar tempo com a família, ir ao cinema, ler e viajar são as suas atividades de eleição, embora o tempo para as realizar escasseie. Livro marcante: “Memórias de Adriano” de Marguerite Yourcenar, embora se desenrole na Antiguidade Clássica é uma reflexão profunda sobre temas e problemas contemporâneos. Ao mesmo tempo é adepto de Banda desenhada Franco-belga e de autores como Hugo Pratt. Estilo musical preferido: “Gosto muito de música, mas sou pouco crítico em termos musicais”, por isso confia muito no gosto musical da sua mulher.

Filmes preferidos: Recentemente gostei muito do filme “Interstellar” (2014), embora existam grandes clássicos que me marcaram como por exemplo “2001 Odisseia no Espaço” (1968), “A Guerra das Estrelas” (1977) e “O Mundo a seus Pés” (1941). Viagem da sua vida: Tem uma certa curiosidade em visitar o continente Asiático, a Austrália e a África do Sul. Tem um grande fascínio pelo sistema americano e gostava de conhecer melhor a costa dos EUA. Sonho da sua vida: Contribuir ao mais alto nível no tratamento das doenças neurodegenerativas e na formação dos que o rodeiam. Quem gostaria de entrevistar: Felizmente na Ciência tem tido o privilégio de contactar com muitos cientistas internacionais, como por exemplo Aaron Ciechanover. Por outro lado, não seria indiferente a uma boa conversa com Einstein, Churchill ou Obama. O que alteraria no mundo: Sem dúvida eliminaria a doença e a pobreza. Conselho aos jovens recém-formados: Fundamentalmente os jovens devem ter atitude e uma opinião, mostrando sempre curiosidade e interesse pelas temáticas sendo participativos, contribuindo, assim, para o seu enriquecimento pessoal.

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Cortejo

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FFUC se al os carros da Ordem pela quspostos durante o cortejo encontrarão di

Queima das Fitas’15 Descobre mais sobre os carros da FFUC que irão participar no Cortejo deste ano.

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aBIARFINOS é um carro que junta dois cursos da nossa faculdade – Ciências Bioanalíticas e Ciências Farmacêuticas - e é formado por 21 elementos. Todos nós aguardamos ansiosamente a Queima das Fitas pois este é um ano, especialmente, importante. Será o findar de um ciclo e o início de outro. Será um turbilhão de emoções por termos alcançado o tão desejado objetivo, propósito. Será uma Saudade antecipada do que Coimbra tanto nos deixou viver. Participar nesta tradição Coimbrã é um grandioso orgulho mas também uma gigantesca responsabilidade. Não queremos falhar ao Mondego, à Cabra nem à tão bela cidade que nos acolheu de braços abertos. Esta tradição será vivida da melhor forma possível para que nada fique por pensar, dizer, sentir e para que nada, mas mesmo nada, seja deixado em branco. aBIARFINOS é adequado para QUEIMAduras, próprio para aliviar as dores intensas provocadas pelo fogo austero do Governo. Queremos deixar a nossa marca em Coimbra assim como ela deixou a sua em nós! Desejamos a todos uma boa Queima das Fitas, um bom Cortejo e que levem convosco a magia de Coimbra que tanto nos encanta! “Tempo de partida, sorte em ter-te para a Vida” P’lo carro aBIARFINOS Ana Pinheiro

HéRuína, um nome que não deixa dúvida quanto ao propósito e rumo que sempre quisemos seguir. Com um país em crise, e mais especificamente o curso MICF que sofreu uma reforma do plano curricular, todos sentimos que uma ruína se pode ter assolado sobre nós. Mas por isso também acoplamos a ideia de que é possível enfrentar esta realidade de uma forma mais otimista. Heroína, uma droga forte, um impulso que o país precisa. Por isso, há 18 meses, estas 31 pessoas uniram-se para trazer um pouco desta nossa força e vontade a todos os que a quiseram receber! Se ainda não viste esta força, decerto que a verás no cortejo. Deixa-te viciar! P’lo carro HéRuína Helena Santos

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Dado os tempos atuais que a Educação, os jovens, e o país atravessam, achamos que não há melhor nome para nos descrever que SuFFUCados. SuFFUCados por quem nos (des)governa, vemos neste nome uma crítica pertinente aos cortes feitos na Educação, à falta de apoio dada aos jovens recém-licenciados, ao país que não se preocupa com o futuro daqueles que serão o futuro dele mesmo. A irreverência que nos caracteriza revela-se logo pelo facto de ser a primeira vez que a Licenciatura em Farmácia Biomédica faz um carro independente dos outros cursos da nossa faculdade, ainda que apenas com 17 elementos. Participar no Cortejo da Queima das Fitas, um dos pontos mais altos da nossa vivência académica, é ver o culminar de 3 anos de muita partilha e de grandes amizades criadas, aliados a muito esforço e dedicação na realização deste sonho. Já contamos os dias que faltam para o derradeiro Cortejo, envolvidos pela doce tristeza de ver o sonho chegar e tão velozmente partir. Temos o coração cheio de gratidão por todas as pessoas que nos ajudaram a construir o suFFUCados e que sempre acreditaram que seríamos capazes, esperamos todas essas pessoas no carro nº 27 deste que será o cortejo das nossas vidas!

34 P’lo carro SuFFUCados Beatriz Lopes

E em mais um ano chega maio, chega a Queima das Fitas. Nós, novos fitados, aguardamos impacientes, temerosos, mas acima de tudo orgulhosos. O Iboprafora, fruto do nosso trabalho de mais de 2 anos, marca pela crítica ao estado em que o nosso país se encontra e à necessidade cada vez maior de partirmos. Não obstante, temos a certeza que o Iboprafora marca também pela boa disposição. Os momentos que passamos e as boas memórias que levamos guardadas valem por todo o esforço e responsabilidades. Queremos agradecer aos amigos que nos ajudaram a construir este projeto e dar as boas vindas a todos que quiserem viver o cortejo connosco, assistir ao culminar de todo este percurso. Decerto não faltará alegria, amigos e folia. A todos os estudantes desejamos uma ótima Queima das Fitas, que aproveitem esta semana ao máximo, sempre com o maior espírito académico! Saudações Académicas P’lo carro Iboprafora, Carolina Ferreira

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O início foi incerto, mas rapidamente uma certeza assolou os nossos corações. Certeza essa que nos conduziu por ruas e ruelas, praças repletas ou largos vazios. Para trás ficou o descanso e nas mãos a responsabilidade de fazer perdurar tradições de uma academia secular. Com o destino traçado, uniram-se forças e surgiu um grupo de 32 estudantes de Ciências Farmacêuticas da FFUC, com o sonho de pintar de roxo o cortejo da Queima das Fitas de 2015. Assim nasceu o Metil-o-Todo, aliando o dinamismo e criatividade característico de cada um à vontade de celebrar mais uma etapa no nosso percurso académico, sem nunca calar a crítica ao estado “desgovernado” do nosso país. E no sentido de fazer respeitar a atividade farmacêutica, uma vez que os medicamentos estão (ou estarão em breve) “em todos-os-terrenos”, associamos a cobra à força da química e apresentamos o nosso nome e logótipo em setembro de 2014. Para nós, e para muitos alunos da Faculdade de Farmácia, que participaram em tantas atividades e convívios, o Metil-o-Todo ficará na memória. Contamos com a vossa presença para animar o nosso cortejo e fazer deste dia um marco na nossa vida académica. Desejamos a todos os estudantes uma boa queima, em especial aos novos fitados! Pelo carro Metil-o-Todo Cláudia Fernandes e Sara Teixeira

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Farmacêuticos pelo Mundo

No âmbito da atividade desenvolvida pelos Pelouros das Relações Internacionais e Estágios e Saídas Profissionais do NEF/AAC durante o mês de abril, o jornal O Pilão em pareceria com os referidos dois pelouros apresentam o conteúdo exposto. O tema retrata diveros setores da área farmacêutica por todo o mundo, evidenciando as diferenças entre a realidade portuguesa e a internacional. por Pelouro das Relações Internacionais e Pelouro dos Estágios e Saídas Profissionais

Drª Ana Rita Vargas Farmácia Comunitária 26 anos Suiça, Saint Imier

Estando num ponto de viragem na sua carreira, a poucos meses de se tornar gerente da farmácia, desempenha um amplo leque de funções. Entre as funções comuns, destacam-se a realização de preparações magistrais, o controlo de todas as receitas entregues, o controlo de medicamentos com destino a lar de idosos, a formação contínua de toda a equipa, controlo de excipientes, etc. Tendo recebido propostas para exercer em Inglaterra, encontra-se feliz por nunca ter aceitado tais possibilidades. Encontra-se a viver num dos países europeus com os salários mais elevados, estando bastante satisfeita com a sua remuneração e mantendo em aberto a possibilidade de um dia abrir a sua própria farmácia. Quando confrontada com a hipótese

Antigo estudante da FFUC, o Dr. Marco Rafael interessou-se pela área dos Assuntos Regulamentares no seu 4º ano, pelo facto de ser uma área que permite ter contacto com todas as fases da Indústria Farmacêutica. Durante o estágio curricular, teve o seu primeiro contacto com os Assuntos Regulamentares na Phagecon, em Coimbra, empresa essa onde iniciou a sua atividade profissional uma semana após acabar o MICF. Atualmente, trabalha no TEVA Pharmaceuticals, centro de excelência europeu de AR da empresa no Reino Unido, como Regulatory Affairs Officer, onde acompanha o desenvolvimento do medicamento genérico e procede à obtenção da AIM. Está satisfeito com o trabalho que realiza e com a sua equipa, pelo que pretende crescer profissionalmente dentro desta em-

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de voltar a Portugal, afirma que só volta se a realidade farmacêutica mudar drasticamente. Apesar de considerar que a oportunidade de empregos para os recém-formados é grande na Suíça, sabe que não é um país fácil para se obter um reconhecimento do diploma. No que diz respeito à sua experiência, esta jovem farmacêutica decidiu partir para a Suíça mesmo não sabendo falar Francês. Admite que a integração no trabalho foi mais fácil do que no país, tendo, não obstante, sido muito bem aceite como farmacêutica. Acredita que na Suíça tem a oportunidade de ser uma parte ativa do sistema de saúde, onde os farmacêuticos fazem mais do que vender medicamentos.

presa. Defende que o Reino Unido é um mercado enorme, onde existem diversas oportunidades para as diferentes áreas (desde R&D até às funções comerciais). Admite que existe pouco reconhecimento em Portugal relativamente à profissão do farmacêutico e para já não considera voltar. Felizmente, a adaptação, tanto no país como no trabalho, foram relativamente fáceis, pelo facto de já ter alguns amigos no país e ainda pelo ambiente multicultural que as grandes empresas multinacionais oferecem. Sendo um grande defensor dos programas de mobilidade, considera as soft skills especialmente importantes no mercado de trabalho, sendo mesmo um agente diferenciador.

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O Dr. Willy Oliveira estudou na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, tendo concluído os estudos em 2014. O principal motivo que o levou a ingressar no curso de Ciências Farmacêuticas foi o facto de ser um curso que, tanto o preparava para o exercício da profissão, como lhe dava competências para se aventurar noutras áreas de atividade. Atualmente, encontra-se a fazer um estágio de 1 ano num dos grupos da divisão de Neurobiologia Molecular do Departamento de Bioquímica e Biofísica Médica do Karolinska, em Estocolmo, onde está a iniciar um projeto que procura relacionar uma série de metabolitos do colesterol - oxisteróis - com a doença de Parkinson. Considera o trabalho que está a realizar ex-

tremamente exigente, mas tem contado com a ajuda e apoio do restante grupo de trabalho. No que diz respeito ao seu dia a dia, tudo depende da maneira como o investigador planeia as suas experiências. O que realmente interessa, nas palavras deste jovem investigador, é apresentar resultados. Já no que toca à cidade, considera Estocolmo um ótimo local para se viver, apesar do elevado custo de vida. Não tendo nunca ingressado em qualquer programa de mobilidade, considera-os extremamente vantajosos. O investigador encontra-se agora a viver a sua experiência internacional, que afirma “estar a ser o maior desafio da sua vida!”

Alberto Soares ção em Estagiário em Investiga Neurobiologia - Janssen 23 anos rse) Bélgica, Antuérpia (Bee

Dr. Willy Oliveira iência Investigação em Neuroc Neurobiologia Molecular 25 anos Suécia, Estocolmo

A investigação aplicada num nível mais básico do ciclo de desenvolvimento de uma terapia sempre foi algo que o estimulou pelo desafio que representa. Foi esta a razão que levou Alberto a tirar o mestrado em Biologia Celular especializado em Neurobiologia após a conclusão da licenciatura em Ciências Biomédicas. A Janssen tem protocolos com este mestrado pelo que assim surgiu a oportunidade de estagiar na Bélgica. O trabalho passa muito por fazer investigação ao nível mais básico, a nível celular e molecular, e ajudar a melhorar ensaios de screening em patologias como Alzheimer ou Tauopatias. Apesar de estar neste país há pouco tempo, as perspetivas de progressão na carreira são bastante boas e parecem incluir

um doutoramento que poderá abrir mais portas no futuro. Considera que a Bélgica é um país privilegiado para se iniciar uma carreira farmacêutica uma vez que há um forte investimento nesta área, especialmente a nível de indústria. Existem, claro, diferenças culturais entre os dois países, como por exemplo na forma de encarar o trabalho e o tempo livre. Embora os primeiros tempos fora de Portugal possam ser um choque, a tecnologia de hoje em dia e o fácil acesso a viagens ajudam a “matar as saudades”.

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O interesse de Bárbara pela investigação científica e radicais livres surgiu ainda durante o curso. A investigadora admite que o contexto atual não está fácil em Portugal nesta área. Se antes era suficiente terminar o ensino superior com uma classificação meritória, hoje é necessário mostrar já um contributo concreto na área de investigação. Ainda assim, acredita que, se a dedicação e entusiasmo forem verdadeiros, “os frutos serão, mais tarde ou mais cedo, colhidos”. O projeto de investigação de Bárbara consiste no estudo de compostos da dieta como o nitrato e da sua transformação em óxido nítrico no estômago o que pode influenciar a fisiologia do tubo digestivo ou a flora intestinal. As suas funções são bastante diver-

sificadas, desde as atividades experimentais propriamente ditas à divulgação científica e formação de estudantes ou jovens investigadores. Bárbara refere ainda que, quem pretende ingressar nesta área deve, acima de tudo, manter um espírito permeável a tudo o que é novo e diferente, ser curioso e sair da área de conforto. Poderá ser uma vantagem pertencer a um grupo de investigação durante o curso pois permite contacto com toda a dinâmica de uma equipa científica. A investigadora descreve a sua profissão como “Extraordinária, Vibrante, Única”.

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Após o curso em Ciências Farmacêuticas, Bruno foi realizando diversas formações nas áreas de Comportamentos, Liderança, Controlo de Gestão, etc. Sendo Secretário-geral da Ordem dos Farmacêuticos, faz parte do Controlo de Gestão Interno e da Gestão das Relações Institucionais, coordenando os projetos já em curso e planeando novos. Considera que o seu trabalho o acompanha no dia a dia e passa por gerir bem o tempo e o stress. As funções de Secretário-geral pressupõem toda a gestão do trabalho desenvolvido pela Ordem dos Farmacêuticos a nível Nacional, pelo que se trata da função executiva mais elevada do quadro efetivo e, como tal, exige responsabilidade e um trabalho eficiente de toda a equipa. O Pilão | nº 12 | Maio 2015

Apesar de já ter tido a oportunidade de trabalhar noutros países, considera que as suas atuais funções já passam por uma partilha de experiência e conhecimentos com o estrangeiro, especialmente com os PALOP e com a Europa. Bruno é também CEO da empresa Farma|inove, associação sem fins lucrativos, da qual foi um dos fundadores, com o objetivo principal de estabelecer pontes entre os setores Académico, Empresarial e Social. O empresário fala com carinho deste projeto mas refere que irá cessar as funções executivas em breve pois “uma nova fornada de jovens extremamente motivados e capazes está aí à porta”.


INVESTIGADOR DO CNC premiado pela Gulbenkian

por Rafaela Silva

Tiago Monteiro é um jovem investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra. Desenvolveu um projeto de investigação que visa o estudo do papel do nitrito, ascorbato e óxido nítrico em patologias cerebrais resultantes da privação do oxigénio. O professor Rui Barbosa, investigador do CNC e responsável pelo acolhimento institucional do projeto, explica que o estudo das reações do nitrito no cérebro implica a sua medição, em tempo real, no espaço extracelular, com um microbiosensor, em simultâneo com a medição do fluxo sanguíneo cerebral com sonda laser. Posteriormente, re-

alizar-se-ão experiências in vivo com os microbiosensores implantados no cérebro de rato, que permitirão a modulação da sua atividade neuronal. Deste modo, é de ressaltar que os resultados deste estudo podem contribuir para o esclarecimento do papel do nitrito, ascorbato e óxido nítrico na função vascular do cérebro, promovendo o fluxo sanguíneo em estados de privação de oxigénio, abrindo portas para novas abordagens terapêuticas para determinadas patologias cerebrais. Assim, no passado dia 24 de fevereiro, Tiago Monteiro foi premiado pelo Programa de Estímulo à Investigação

da Fundação Calouste Gulbenkian, numa cerimónia oficial. Este programa destina-se a jovens com idades inferiores a 26 anos e visa distinguir, todos os anos, diversas propostas de investigação em áreas científicas como a Matemática, Física, Química, e Ciências da Terra e do Espaço, desenvolvidas em instituições portuguesas. O investigador de Coimbra, Tiago Monteiro, é, então, premiado com 12 500 euros que serão divididos: 2 500 euros para si e os restantes 10 000 são entregues à instituição de acolhimento, o CNC, a fim de suportar os encargos inerentes à execução da investigação.

Juni|Pharma A Juni|Pharma é a júnior empresa da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. Trata-se de uma empresa constituída apenas por estudantes e sem fins lucrativos, preferindo a inovação, a aprendizagem e o empenho. Assim, visa a concretização de projetos ambiciosos e promissores no setor farmacêutico, com o intuito de fortalecer o elo de ligação entre a comunidade estudantil e o atual panorama farmacêutico, estabelecendo um novo paradigma que assenta no ideal de empreendedorismo e ambiciona explorar um setor ainda pouco valorizado elevando o seu prestígio e influência na realidade atual. Atualmente, a Juni|Pharma vê-se envolvida em variados projetos, alguns dos quais já a decorrer e outros em vias de concretização. De momento, em pareceria com o Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra e a Ordem dos Farmacêuticos, esta júnior empresa

está empenhada em fazer chegar inquéritos aos estudantes do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, a fim de avaliar as espectativas e os desafios que estes mesmos encontram enquanto farmacêuticos. Com isto pretende-se averiguar possíveis formas de aperfeiçoar e limar aspetos que possam estar a condicionar essas mesmas espectativas e desafios encontrados no “Ser Farmacêutico”. O risco de doenças cardiovasculares, bem como a parasitologia, as plantas medicinais e a Histologia são outros temas que estão a ser desenvolvidas pela Juni|Pharma em diferentes vertentes. Brevemente serão divulgadas mais informações relativas aos temas acima mencionados, assim como será apresentado o desenrolar das atividades a que a júnior se propõe, via facebook, www.facebook.com/JuniPharma, endereço este onde também podem ser encontradas notícias de particular in-

teresse na área. Aos interessados é deixado o contacto, junipharma13@gmail.com, para esclarecimento de dúvidas ou a fim de contacto por qualquer outro motivo. Toda a esquipa da Juni|Pharma se encontrará disponível para qualquer assunto. A Presidente, Rita C. M. Alves

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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Em

Coimbra

Quinta das Lágrimas

Segundo a Lenda, foi na Quinta das Lágrimas que aconteceu uma das mais bonitas histórias de amor: o amor proibido entre o príncipe D. Pedro e a fidalga galega D. Inês de Castro, dama de companhia da esposa do príncipe, D. Constança. Ao saber do romance, o rei D. Afonso IV, pai de D. Pedro, ordenou a três fidalgos que apunhalassem D. Inês. As suas lágrimas deram origem à “Fonte das Lágrimas” e o seu sangue derramado, permanece ainda hoje nas rochas do leito da fonte. Para além desta, a Quinta tem uma outra fonte que outrora levava água até ao Convento de Santa Clara, designando-se de “Fonte dos Amores” por ter presenciado a paixão entre D. Pedro e D. Inês. A tradição popular diz que o fantasma

de D. Inês percorre, ainda, o jardim da Quinta em busca de D. Pedro. Ao longo dos séculos, a Quinta sofreu alterações, nomeadamente com a construção do palácio, de um frondoso jardim romântico, de diversos lagos, e de uma lápide com a estrofe de “Os Lusíadas” relativa à história de D. Pedro e de D. Inês. Após um incêndio em 1879 o palácio foi reconstruído, passando a contar com uma biblioteca e com uma capela. Atualmente, a Quinta das Lágrimas inclui um hotel com spa e golfe, um jardim medieval, um Museu Vegetal com exemplares de árvores provenientes dos cinco continentes, o Anfiteatro “Colina de Camões” e as Fontes das Lágrimas e dos Amores, esta com um portal e uma janela neogóticos.

ira a rio: - Horá outubro: 3ª fe

0 e a 15 d h00 às 19h0 ira a 0 março fe 16 de mingo das 1 março: 3ª 0 de Do s 17h0 ro a 5 outub das 10h00 à e d 6 1 ral: go ete Gee maiores Domin h l i B : os os - Preç ores de 15 ande Família (4 e en t e M ação h ; il € (marc 2,50 1€; B uiada anos: de 65 : 5€; Visita G € ): 5 as) prévia pesso s: maçõe 2 - Infor 5; 918 108 23 9 6 1 239 44

Mata Nacional do Choupal A mata nacional do Choupal, em Coimbra, situa-se na baixa da cidade, perto do rio Mondego. Esta surgiu pela necessidade de diminuir os estragos feitos pelas cheias do rio. O seu nome deve-se ao facto de, aquando da sua construção, terem sido plantadas nas suas margens choupos que, sendo uma espécie de rápido crescimento, sobressaíram relativamente às outras espécies. Ao longo do tempo, outras árvores foram crescendo nesta área, tal como eucaliptos, faias, loureiros e plátanos. Os seus diferentes ritmos de crescimento e desenvolvimento, bem como a sua capacidade de adaptação a alterações das condições ecológicas conduziram a modificações na fisionomia da mata. Para além da numerosa diversidade de plantas, o Choupal possui também uma grande diversidade animal, sobretudo

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um elevado número de espécies de aves, como por exemplo colónias de milhafre-negro (Milvus migrans). Esta mata, possui ainda vários espaços temáticos, como o Circuito Floresta Viva destinado a grupos de visitas escolares, com o intuito de alertar para questões mais sensíveis da floresta ou o Borboletário que é um espaço que pretende sensibilizar os visitantes para questões relacionadas com as borboletas. O Choupal tornou-se então, num belo bosque, local adequado para meditação, um retiro perfeito para poetas e escritores, pintores e desportistas, estudantes e famílias. Um local magnífico para atividades lúdicas ou desportivas.

O Pilão | nº 12 | Maio 2015

por Joana Fiteiro

por Cristiana Pinheiro


GRUPOS MUSICAIS Apresentamo-nos como FFUCoral e somos o grupo musical mais recente da FFUC. Este coro feminino foi fundado no dia 3 de outubro de 2013 por dois alunos de Farmácia (João Henriques e Helena Santos) que aliaram a sua formação musical à vontade de criar um coro formado por estudantes. Interpretamos vários estilos musicais, desde peças de cariz estudantil, passando por músicas conhecidas do cinema, até adaptações de músicas jazz. Mesmo com existência breve, contamos já com várias experiências que vão contribuindo para o crescimento e evolução do FFUCoral e de cada um dos seus elementos. Estreámo-nos no jantar de gala de Natal do NEF/AAC a 20 de dezembro de 2013. Seguiram-se várias atuações, entre as quais o Encontro de Coros no Mosteiro de Santa Maria de Semide, a Noite Solidária FFUC organizada pelo NEF/AAC, o jantar de finalistas da FFUC e o Jantar da Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Farmacologia para as quais tentámos levar sempre a melhor qualidade possível de modo a representar bem a nossa faculdade. Organizamos ainda um concerto do FFUCoral por ano para o qual convidamos os nossos amigos e familiares. De atuação para atuação e de ensaio para enEspirito, dedicação e amor pela música é o que nos une e nos define enquanto Tuna. Definir aquilo que é uma tuna, não é o mesmo que definir aquilo que é a nossa tuna. Há pouco mais de meio ano que entrei na Phartuna e para demonstrar a essência da mesma, tenho apenas que relembrar a primeira frase que me foi dita por um dos elementos aquando a minha entrada: “Bem-vinda à Pharmília!”. A Phartuna é isso mesmo! Somos uma família que cresce ao longo dos anos, que acolhe amistosamente pessoas como eu e se completa, todos os anos um pouco mais. Por tudo o que é a tuna, por todos os princípios pelos quais os seus elementos se regem, é que se torna possível a designação de tuna, mas principalmente de família. Desde que entrei no mundo Tunante e pelo que nele experienciei, posso confessar que sem ele a minha vida universitária não poderia de modo algum estar completa. Estarei para sempre grata às pessoas que a constituem, por todos os momentos, apoio, recetividade e amizade que me proporcionaram. Todas as atuações são vividas intensamente por todos nós e são sentidas como uma valiosa recompensa da dedicação e tempo dedicado à tuna. Os festivais e os retiros de tuna são momentos inesquecíveis onde há uma grande união e onde se encontra, nitidamente, o espírito anteriormente referido! Aprendi muito em pouco tempo a nível musical, porém

saio a amizade entre todos nós foi crescendo e começamos a organizar algumas atividades para nos tornarmos cada vez mais uma família. Entre estas experiências de união destacamos as viagens que fizemos a outras localidades onde fomos atuar, sempre acompanhadas de muita diversão, “flash mobs” pelas ruas de Coimbra, o já habitual “chá e bolinhos” e o acampamento de verão, atividade esta que pretendemos que se torne uma tradição, visto acharmos ter sido a experiência que mais nos uniu como grupo. Ao longo deste tempo, temos evoluído bastante e sentimos que a qualidade do coro está cada vez maior. Gostaríamos, no entanto, de crescer ainda mais e, para isso, contamos com novas vozes que queiram fazer parte da nossa família. Em troca, oferecemos muita música, risos e animação. Sentimos que, para nós, cada ensaio é um momento de pausa na rotina, onde só há música e amigos. Por outro lado, recebemos alguma formação em canto, dada pela Helena Santos, a qual frequenta o último ano do conservatório no curso de Canto, o que nos ajuda a evoluir, quer como coralistas, quer como solistas. FFUCoral

é a nível pessoal que denoto uma maior evolução. É de valorizar toda a dedicação que cada um oferece em troca de uma tuna como a Phartuna na qual impera o respeito, a interajuda e a cooperação. Sem tudo isto, não seria possível a realização de um festival como foi o II Boticários, realizado nos passados dias 24 e 25 de abril. Neste foram recebidas diversas tunas do país e proporcionaram-se grandes momentos de convívio e musicalidade digna de enaltecimento. Contamos com a presença das nossas madrinhas, Sirigaitas de Farmácia, que iniciaram a noite de serenatas, realizada no Colégio de São Jerónimo. Posteriormente, atuaram as tunas a concurso: TAEB, TAGES, TMIST e Estudantina Universitária de Viseu. No segundo dia, após uma tarde repleta de música e boa disposição entre as tunas, decorreu o festival, no Conservatório de Música de Coimbra, onde todas as tunas voltaram a atuar e deram um espetáculo cheio de energia e vivacidade. Obrigada Pharmília, Obrigada Coimbra Margarida Carvalho

Em tempos já (não) muito longínquos, no mês de julho de 2007 D.C., nasce a Imperial Tuna Académica da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. A conceção nasce por parte de um grupo de amigos apreciador de música e da vida académica, que partilhavam a vontade de ver uma Tuna Masculina de Farmácia a representar a sua casa mãe, a FFUC. Fazer parte da Imperial TAFFUC é abrir todo um novo mundo dentro do grande mundo que já é Coimbra. É aliar o gosto pela música ao companheirismo, é o bater forte do peito antes de pisar o palco, a festa como só nós fazemos assim que dele saímos. É poder ter o privilégio de andar por todo o país, a espalhar aquilo que tanto amamos, a nossa FFUC e a nossa eterna cidade. É também o trabalho, a responsabilidade e a dedicação, que tanto acabam por valer a pena nos derradeiros momentos. Por entre atuações e festivais, onde fomos conquistando prémios tais como Melhor Pandeireta, Melhor Solista, Melhor Passa-Calles, Melhor Serenata, Melhor Original, Melhor Instrumental, Tuna mais Tuna e Melhor Tuna, visitamos já bastantes locais deste nosso Portugal e não só! Contamos já com internacionalizações: quando fomos convidados para atuar e participar no Torneio Internacional de Futsal de Faculdades de Farmácia 2009, realizado em Sevilha, em representação da FFUC e de Portugal, e a realização da primeira digressão pela Suiça no verão de 2014. Em 2013, tivemos também a nossa estreia na realização de um festival comemorativo do nosso V aniversário, onde pudemos contar com tunas de enorme qualidade como a TAFDUP – Tuna

Académica da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, Tuna-MU’s – Tuna Médica da UBI, Tuna Bruna – Tuna Universitária da Figueira da Foz, e a nossa Tuna Madrinha, a TFMUC – Tuna Feminina de Medicina da Universidade de Coimbra. Orgulhamo-nos ainda de ter lançado no ano letivo 2013/2014 o nosso primeiro CD, Memórias, e no ano letivo seguinte termos realizado a Semana Imperial onde apresentamos oficialmente o CD e tivemos diversas atividades que todos poderiam participar, como o ensaio aberto. Depois de muito trabalho árduo por parte de todos, sentimos que foram criadas memórias que para sempre ficarão connosco. Tendo como inspiração a nossa bela cidade, o apoio de todos aqueles que nos acompanham e com um lugar muito especial todos aqueles que fizeram parte de nós e que criam em conjunto um ainda curto, mas poderoso, legado procuramos sempre ter os olhos postos no futuro, e evoluir tanto a nível musical como de espirito, para que possamos sempre ser um motivo de orgulho como representantes da FFUC e de Coimbra. Para todos os estudantes que se queiram juntar a nós, aqui lançamos o convite! Encontrem-nos às 2ªs e 3ªs feiras, no Polo III, pelas 21h30! E para a Imperial TAFFUC não vai nada, nada, nada? TUDO!!! P’la Imperial TAFFUC, Nuno Rodrigues – Presidente

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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Seminário de Prática Farmacêutica

por Anita Calado

No passado dia 18 de abril decorreu na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP), o Seminário de Prática Farmacêutica organizado pela direção da Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) e pela Coordenação Nacional de Educação e Promoção para a Saúde (CNEPS). Cerca de 200 participantes poderam assistir a um conjunto de conferências/palestras subordinadas ao tema Multidisciplinaridade da Área

da Saúde, que visaram enriquecer o conhecimento destes e demostrar que o farmacêutico não é apenas o profissional do medicamento, mas sim, um profissional multidisciplinar na área da Saúde. Da parte da manhã, as conferências foram sobre Pediatria: da diferença farmacocinética e dinâmica à diferença na prestação dos cuidados farmacêuticos, Psicologia da Comunicação na Intervenção Farmacêutica, Polimedicação: uma realidade as-

sociada ao envelhecimento e Nutrição e Suplementação Alimentar: regulamentação e aconselhamento Farmacêutico. Já na parte da tarde, os assuntos abordados e discutidos foram Medicamentos de Uso Veterinário: utilização Farmacoterapêutica e Farmacêutico Clínico e Multidisciplinar: O Futuro. No fim do dia, os participantes foram presenteados com uma atuação do grupo de Fados da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto.

XVII CAD

III CCC

No dia 19 de abril, na FFUP, decorreu a final nacional do XVII Concurso de Aconselhamento ao Doente (CAD) e a do III Concurso de Conhecimentos Clínicos (CCC). O CAD é um concurso que visa o desenvolvimento das competências comunicativas e sociais que são de extrema importância no contexto profissional, nomeadamente em Farmácia Comunitária. Consiste num conjunto de 8 eliminatórias locais, uma em cada um dos membros da APEF, cujos vencedores irão representar a sua faculdade a nível nacional. A vencedora desta edição foi Catarina Ferreira, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL).

O CCC é um concurso que tem como objetivos o desenvolvimento da capacidade clínica de resolver problemas e a promoção do papel do Farmacêutico como prestador de cuidados de saúde. Em cada faculdade são apuradas duas equipas que irão representá-la a nível nacional. Na final nacional, em 1º lugar ficou a dupla Maria João Ferreira e Sara Meirinho da Universidade da Beira Interior, em 2º lugar ficou a dupla Joice Lana e Cláudia Serafim da FFUL e em 3º lugar a dupla Ana Rita Fernandes e Daniela Dias da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.

Concurso de Aconselhamento ao Doente

Concurso de Conhecimentos Clínicos

XIV Fórum Educacional

por Paulo Mendes

Nos passados dias 28 de fevereiro e 1 de março decorreu o XIV Fórum Educacional da Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF), na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL). Esta atividade consiste na abordagem de temáticas da atualidade relacionadas com o setor Farmacêutico, variando de edição para edição, através de palestras de oradores conceituados em cada de tema e de grupos de discussão compostos de estudantes. Nesta edição os temas abordados foram: A integração do Farmacêutico

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nas Unidades de Saúde; Ser Cidadão Europeu: Estudante, Farmacêutico e Utente; O Mestrado Integrado, a realidade e o Futuro; Farmacêutico: um profissional multifacetado e Comparticipação de medicamentos: O valor da Saúde. Num fim de semana cheio de pesquisa e discussão intensiva, esta atividade permitiu aos estudantes que nela participaram ter uma maior noção da atividade do Setor Farmacêutico e das suas dificuldades e perspetivas futuras. Foi, e certamente continuará a ser em edições futuras, O Pilão | nº 12 | Maio 2015

reinho rep lh a v r a C do -Sofia na final C U F F a sentou CAD a las Dian -As dup Noc á ngr ia E e s e u andes e Doming Rita Fern taram a n A e bre resen Dias rep o CCC Daniela a final d a FFUC n

uma oportunidade para os estudantes do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas terem um voz forte e representativa, através da elaboração de um documento com as conclusões finais das várias temáticas no final da atividade.


espaço

Pedagógico

Numa altura em que a diferenciação de conhecimentos é cada vez mais relevante no mercado de trabalho, no espaço pedagógico desta edição o Pelouro da Pedagogia dá-te a conhecer de que modo as unidades curriculares isoladas são um meio ao dispôr para enriqueceres o teu currículo. por Pelouro da Pedagogia

Unidades curriculares isoladas O que são e quais os seus objetivos?

A quem se destinam?

A UC permite a existência de um regime de frequência de unidades curriculares isoladas, constantes dos planos de estudos dos seus cursos e ciclo de estudos bem como de cursos não conferentes de grau. Contudo, não é permitido realizar unidades curriculares dissertação/relatório de estágio/trabalho de projeto/seminário de tese/ tese. A possibilidade de frequentar cadeiras isoladas, quer do curso que o aluno frequenta quer doutro curso à sua escolha, permite-lhe o aprofundamento e a atualização de conhecimentos bem como a concretização de uma formação multidisciplinar. Para além deste facto, para alunos externos à UC, leva ao acesso a uma formação universitária numa área ou num tema específico de interesse do aluno.

As unidades curriculares isoladas destinam-se, sobretudo, aos estudantes inscritos no ensino superior, mas outros alunos interessados, desde que tenham mais de 16 anos, podem também candidatar-se.

Como se efetua a candidatura? No que respeita à candidatura, esta é feita no Inforestud@nte em prazo definido pela UC. A candidatura fora dos prazos pode ser admitida, desde que a Unidade Orgânica não tenha definido norma em contrário, sendo que o estudante a ser admitido terá de pagar pela prática de ato de inscrição fora de prazo, estando este valor previsto na tabela de taxas e emolumentos da UC. A seriação dos candidatos é feita até 15 dias úteis após o final do período de candidaturas.

Como se efetua a inscrição? A incrição deve ser realizada até 8 dias após a saída de resultados através dos Serviços de Gestão Académica (SGA), pagando no ato o preço correspondente. Após 15 dias a candidatura caduca. No entanto, ao realizar-se a inscrição fora do prazo deverá pagar-se o emolumento respetivo. Ao realizar-se a inscrição, mesmo que se desista da frequência da unidade curricular, não é devolvido o pagamento já efetuado.

Qual o custo da frequência de uma unidade curricular? Os estudantes da UC podem inscrever-se sem custos numa unidade curricular isolada por semestre, se estiverem inscritos a tempo integral no ano letivo, ou numa unidade curricular isolada por ano letivo, se estiverem inscritos noutro regime desde que estas unidades não pertençam ao seu curso, nem possam ser creditadas no mesmo.

Quais as condições de acesso? Para aceder às unidades curriculares isoladas, os estudantes têm já de ter conhecimentos e competências prévias, caso contrário, a inscrição não é permitida. Todos estes aspetos estão explicitados na ficha da unidade curricular e é ao candidato que compete ver se tem as condições suficientes para ter sucesso nas unidades às quais se candidata. No entanto, pode haver unidades curriculares em que aplicação deste regime não é possível ou o mesmo foi condicionado e, como tal, nestes casos são definidas com antecedência as respetivas restrições, tais como o número de vagas, formação prévia ou outras condições especiais de acesso.

Como se realiza a frequência, avaliação e certificação da unidade curricular? Os estudantes admitidos à frequência de unidades curriculares isoladas ficam sujeitos às regras de funcionamento das mesmas, podendo optar pela concretização ou não do regime de avaliação. A frequência de unidades curriculares isoladas, mesmo com aproveitamento, não dá direito ao reconhecimento da titularidade de parte ou do todo dos cursos em que as mesmas se integrem. A frequência e aprovação nestas unidades curriculares leva a uma creditação, sendo no caso dos estudantes da UC descriminada no Suplemento ao Diploma.

s) isolada( ) s e ( r a l icu ta e(s) curr Aprovei d a ? d o i n n a u ga que imo no próx e oferece e alar E tu em r e v e r c ins UC t mação! te vais r e que a o d f a a d i u t n u rt ea esta opo conhecimentos os teus

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

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por Ana Sofia Correia

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