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A chegada do novo milénio é, ao mesmo tempo, uma ocasião para celebrar e reflectir. Quando soaram as doze badaladas da meia-noite, no dia 31 de Dezembro passado, o planeta celebrou devidamente o ano 2000, em todos os fusos horários, de Kiribati e Fidji até Samoa. Pessoas de todas as culturas participaram na festa e não apenas aquelas para as quais a data se revestia de um significado especial. A Grande Muralha da China e as pirâmides de Gizé não estavam menos iluminadas do que a praça da Natividade em Belém ou a praça de S. Pedro em Roma. Tóquio, Jacarta e Nova Deli juntaram-se a Sydney, Moscovo, Paris, Nova Iorque, Rio de Janeiro e a centenas de outras cidades do mundo inteiro e acolheram o novo milénio com fausto. De Spitzberg, na Noruega, a Robben Island, na África do Sul, crianças de rosto radioso seguiram os acontecimentos. Durante vinte e quatro horas, a humanidade inteira celebrou a sua unidade por meio de uma exibição sem precedentes da sua rica diversidade. A Cimeira do Milénio constitui uma oportunidade para reflectir. A Assembleia Geral convocou esta reunião de Chefes de Estado e de Governo, para que se debrucem sobre o papel que as Nações Unidas irão desempenhar no século XXI. Tanto a ocasião como o tema exigem um recuo em relação às parangonas dos jornais de hoje e uma reflexão sobre a situação do mundo e o lugar da Organização, a longo prazo e numa perspectiva mais vasta.

Não faltam motivos de satisfação: em geral, podemos esperar viver mais tempo do que os nossos pais, já para não falar dos nossos antepassados mais distantes. Em comparação com eles, alimentamo-nos melhor, gozamos de mais saúde, somos mais instruídos e as nossas perspectivas de futuro são, de um modo geral, mais favoráveis. Há também muitas coisas a deplorar e a corrigir. O século que acaba de terminar foi marcado por conflitos sangrentos. A miséria mais atroz e a mais gritante desigualdade persistem, lado a lado, tanto no seio dos países como entre eles. As doenças, tanto as velhas como as novas, ameaçam comprometer progressos conseguidos a duras penas. A biosfera, de que depende a sobrevivência de todos nós, sofre as agressões e a degradação que lhe são infligidas pela actividade humana. Os habitantes do planeta esperam que, quando se reunirem na Cimeira, os seus dirigentes identifiquem os grandes problemas do mundo e tomem medidas para os remediar. As Nações Unidas só podem contribuir para resolver esses problemas, se todos nós estivermos firmemente decididos a levar a bom termo a nossa missão comum. Devemos interrogar-nos sobre a razão de ser da Organização, devemos lembrar para que foi criada e por causa de quem existe. Devemos também perguntar a nós próprios que tipo de Organização é que os dirigentes do mundo estão dispostos a apoiar, por actos bem como por palavras. São necessárias respostas claras a estas

Não faltam motivos de satisfação. Há também muitas coisas a deplorar e a corrigir.


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