Jornalesas - junho 2023

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Publicação trimestral l junho 2023 l número L X V I (66)

Dia do Diploma

Celebração referente ao ano letivo 2021/22

No dia 7 de junho de 2023, pelas 17:00 horas, a escola organizou uma ação formal de entrega de diplomas de Mérito e de Excelência aos alunos que se distinguiram no ano letivo 20212022, procurando assim sublinhar a importância do sucesso escolar e da formação global do Aluno, nos termos previstos no Regulamento Interno deste Agrupamento.

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Alunos do 9ºano com a professora Fernanda Barros
Índice Dia do Diploma O museu Os Invisíveis Concurso de Talentos Os quadros Biblioteca Vila do Conde Tormes Serve the city New work Geografia Corrida Ciência Igualdade Ser Repórter Neemias Queta Da ESAS à Universidade Poesia 25 abril 2 3 4 5 6 11 12 13 14 16 17 18 20 21 22 23 24 26 27
A Diretora do AEAS , Drª Margarida Teixeira , Adjuntos , Drª Mª Fátima Van Zeller e Drº Victor Sarmento

Um relógio de pé bate as horas e lembra-me de como gosto de controlar o tempo; Um lustre brilha na sala de jantar e faz-me viajar para um outro lugar – o café Magestic; Um serviço de chá recorda-me momentos de conforto e bem-estar, à volta de uma mesa; Uma galinha de loiça transporta-me para o quintal da minha avó, onde as galinhas correm, à solta.

Ana Beatriz Barbosa, 10º H

O Museu ecoa em nós Memórias de experiências passadas, Lugares que nos remetem para outros lugares, Sensações que já vivemos, Desejos e sonhos que nos habitam,

Yasmin Gomes, 10º H -

Estas foram as palavras que iniciaram a Performance/Happening apresentada no Museu Marta Ortigão Sampaio, no dia 28 de maio, pelas 15 horas para encarregados de educação/pais, familiares, professores, técnicas do Museu e diretor do museu do Museu do Porto e Bibliotecas.

Um projeto da conceção e dinamização de técnicas do Museu do Porto – Casa Museu Marta Ortigão Sampaio – desenvolvido na área de Cidadania e Desenvolvimento e no âmbito do Projeto

Cultural de Escola, pelos alunos e docentes da turma do 10º H.

No espaço-museu e no espaço-escola, durante o presente ano letivo e durante 12 sessões, alunos, professores e técnicas desenvolveram uma atividade possibilitadora de uma reflexão e interiorização de valores, numa prática de cidadania ativa, através da fruição/apropriação de um dos espaços patrimoniais da cidade.

Três grupos de alunos desenvolveram atividades a partir dos temas Retrato/Representação; Manifesto – Direitos e Condição de Ser Mulher Hoje e no Passado - e Colecionismo- objetos que se colam ao corpo. Estas atividades desenrolaram -se, respetivamente, na sala de Sofia, na sala de jantar e no escritório do Museu.

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Projeto Cultural de Escola

“ Invisíveis”

Crystal Beings”

A Escola Secundária Aurélia de Sousa foi convidada a colaborar com a artista Luísa Mota e a participar na performance com os “Invisíveis”, “Crystal Beings”. Projeto Cultural de Escola (PCE)

“Criystal Beings”, “Invisíveis”, seres irreconhecíveis que envergaram um fato espelhado, invadiram a nossa escola, em fevereiro e recentemente apresentaram-se, na Quinta da China, a 2 de junho.

O impacto foi surpreendente para todos, não só para os que assumiram passar a “invisíveis”, mas também para os outros, que curiosos, os seguiram.

Ser “um invisível”, um “ser” de identidade anónima, um desconhecido, foi vivenciado por um grupo de alunos de turmas/anos distintos e irá, garantidamente, perdurar nas memórias dos momentos excecionais de participação num projeto, onde se “questionou a criatividade manifestada no quotidiano e diversas práticas de expressão artística, em particular, a Performance e o seu poder disruptivo no panorama social e político, através de diálogos, jogos e meditações”.

Sendo marcante a aparição dos “invisíveis”, percorrendo os espaços da ESAS, contudo visitar a Quinta, na histórica casa que foi outrora da família de Aurélia de Souza, foi uma experiência da maior intensidade emocional. Foi sentir a energia telúrica do lugar e ir ao encontro da pintora e da sua obra, permitindo viajar pelo imaginário e recriar as imagens da época da “Aurélia”, contemplando a paisagem dos varandins de sua casa e buscando a inspiração para as suas obras. Coincidência, ou não, como se de uma herança cármica se tratasse, também nesta família que hoje ocupa a sua casa, se pressente a energia no Feminino.

Esta oportunidade, única e irrepetível, partiu do programa “De Corpo Presente”, iniciativa do Museu da Cidade e MNSR (Museu Nacional Soares dos Reis) para o qual a ESAS foi convidada a participar, integrando a intervenção de Luísa Mota.

Mais tarde, a artista, manifestando interesse em dar continuidade à parceria com o nosso PCE, idealizou a performance no espaço da Escola e na Quinta da China.

Quem é Luísa Mota?

Luísa nasceu no Porto, onde atualmente reside e trabalha. É licenciada em Belas Artes na Goldsmiths College e Mestre em Escultura na RoyalCollegeofArt. Tem-se revelado uma artista multifacetada, exibindo o seu trabalho, desde 2007, em exposições coletivas, individuais e em eventos ligados às artes performativas, nacional e internacionalmente, onde explora vários meios de expressão artística.

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Concurso de Talentos desafia os alunos

O Concurso de Talentos foi uma iniciativa do PCE, que contou com o apoio da Associação de Estudantes (AE).

Oobjetivo foi de dar aos alunos da Escola Secundária Aurélia de Sousa (ESAS) a oportunidade de se exprimir e divertir. Houve muitas atuações diferentes: alunos a cantar, a dançar, a tocar, a representar, a dar toques numa bola de futebol, a apresentar curtas-metragens, ou seja, também serviu para mostrar os diversos talentos que existiam.

Muitos alunos assistiram ao concurso.

Os jurados foram dois alunos da AE, duas professoras e uma representante do PCE.

Foi uma atividade divertida, não só para quem participou, mas também para quem assistiu!

O “público” apoiou todas as atuações, dando uma grande salva de palmas a cada uma delas.

As vencedoras foram:

• Iryna Talapatska(7ºB), Lara Enes, Mariana Vasconcelos e Mariana Mota (7ºC) com um número de dança - Ensino Básico;

• Sara Sousa - Ensino Secundário.

Madalena Pinto, 7.ºC e Margarida Carvalho, 7.ºD

Entrega de prémios - foto da esquerda para a direita: três alunas do Conselho Consultivo do PCE, Sara Sousa, Rafaela Rangel, Scarlett, Drª Paula Cunha (PCE) , Drª Teresa (representante da Associação de Pais) , Drª Margarida Teixeira (Diretora do AEAS) , Drª Beatriz (Subdiretora do AEAS), Drº José Luís Ferreira, Membro do executivo do Pelouro de Educação e Cidadania da Junta de freguesia do Bonfim, Aladje Seco e Pedro Vidal (Associação de Estudantes)

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Sara Sousa - Ensino Secundário Foto de Filipa Gomes, do 11ºI

Os quadros da Aurélia de Souza contam histórias

Desabafos à sombra da japoneira

rava e destruía, enquanto murmurava:

– Bem-me-quer, mal-me-quer, bem-me-quer, mal-me-quer…

– Olá! – a rapariguinha assustou-se com a saudação da senhora e respondeu, confusa:

– O quê? Está a falar comigo? Nunca ninguém com o seu aspeto se dirigiu a mim.

– Estou, pois! Chamo-me Alícia, e tu? Importaste que me sente a teu lado?

– Chamo-me Íris, sou a filha do jardineiro. Podese sentar, mas vai sujar o seu vestido…- murmurou a menina.

– Não te preocupes com o vestido, tenho demasiados.

– Quem me dera ter muitos vestidos bonitos!

Oano era 1906. Num grande casarão verde da cidade do Porto realizava-se um baile, mas a nossa história não começa lá, começa no seu pátio das traseiras com uma viscondessa que, ao tentar escapar do evento, acaba neste local. O pátio era rodeado por um encantador jardim, este estava todo florido, pois era primavera: havia camélias, rosas, margaridas, entre outras plantas variadas. No meio delas, havia uma grande japoneira e, à sua sombra, encontravamenina com um vestido simples e sujo, mas com um lindo, longo e penteado cabelo castanho entrançado. Ela apresentava um ar pensativo e olhava para baixo para uma margarida que segu-

– Ah! Mas eles não são nada confortáveis, o teu parece muito mais prático. Pelo menos não tens sempre alguém a dizer-te o que fazer ou não fazer. Eu nem devia estar aqui, fugi de uma festa à qual fui obrigada a ir.

– Quem me dera poder ir a festas chiques!

– Não perdes nada, são todas enfadonhas. Vim aqui com o meu marido para ele tratar de uns

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– Eu quero casar -me com o Tiago.

– E quem é esse? Era nesse menino que estavas a pensar ao tirar as pétalas daquela flor?

-Leucanthemumvulgare …Sim, ele é o filho de uma empregada da casa.

– O quê?

– Sim, a mãe dele é a cozinhei-

– Está bem, mas o que é que disseste antes?

– É o nome da flor.

– Ai, mas que menina inteligente! Andas na escola?

– Não, descobri isso numa das minhas visitas noturnas à biblioteca, num livro que tinha uma capa muito bonita com margaridas. Mas gostaria de andar na escola para aprender mais sobre estas e outras flores.

Deverias andar, quem me dera ter ainda a oportunidade de ter uma educação. Sabias que abriu, recentemente, em Lisboa o primeiro liceu feminino? No futuro, poderias ir para

Hum, talvez. Tenho de ir, o meu pai deve estar à minha

Está bem, adeus! Antes que a senhora se despedisse, Íris já tinha virado as costas e saído a correr. O tempo foi passando. A rapariga e a elegante dama nunca mais se viram após aquele acon-

tecimento. Até que, num dia do outono de 1911, em Lisboa, reencontraram-se. A viscondessa estava na cidade com o seu marido, numa viagem de negócios. Estava a planear divorciarse, visto que o divórcio tinha sido legalizado um ano antes. A antiga menina estava agora quase uma senhora, e o que é que ela estava a fazer na capital? Acho que vocês já sabem a resposta, ela estava agora no seu último ano no liceu feminino de Lisboa, e planeava casarse com Tiago depois de acabar os estudos. A viscondessa lacrimejou, ao ver que a filha do jardineiro, embora continuasse com os seus vestidos simples, tinha alcançado tudo o que desejava na vida e encontrava-se mais feliz do que nunca. Agora era a sua vez de, embora já se encontrasse na meia-idade, procurar a felicidade. Nunca é tarde de mais para isso!

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Laura Prata, 9ºD
Rua Alegria 961 - 4000-048 Porto 225 505 795 estreladolima@gmail.com CASA CHINESA R. de Sá da Bandeira 343, 4000-435 Porto Telefone - 222006578
A profª Paula Cunha e Vítor Malva (MEAV), com a aluna, ao centro, Laura Prata, do 9ºano / 3ºciclo 1º Lugar , vencedora de “Desafios D’Arte” . Concurso promovido pela APEVT– Associação Nacional de Professores de Ed. Visual e Tecnológica e pela Faber-Castell

Memórias de uma bisavó

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Num dia de verão, Margarida resolveu levar a sua bisneta Beatriz ao museu Quinta da China, o qual tinha sido uma propriedade que pertencera à pintora Aurélia de Sousa. À volta do museu, via-se um grande campo com hortas e pomares. Perto da zona, havia um pequeno rio que separava o edifício de terrenos com casas que pareciam colocadas umas por cima das outras.

Margarida e Beatriz entraram no museu. Lá, encontraram vários quadros em exposição e dois deles chamaram a atenção de Margarida. Um dos quadros ilustrava um pequeno jardim, tinha uma senhora deitada numa rede a descansar e, ao fundo, três raparigas em volta de uma mesa, ao lado, encontrava-se outra tela, onde se observavam três meninas numa sala, uma a costurar e as outras duas a olharem uma para a outra.

A senhora de 92 anos fitou o rosto redondo da bisneta e, sorrindo, começou por contar a história das duas pinturas:

- Em 1909, a minha mãe e a sua família foram convidadas pela famosa pintora, Aurélia de Sousa, para participarem num evento. A minha mãe chamava-se Clara, ela era uma rapariga tímida e alegre. Vivia com a sua irmã Cristina e a sua mãe, Berta.

1909

Clara e a família entraram numa linda casa e foram recebidas por uma senhora alta e simpática. Aurélia de Sousa era o nome dela. Mostroulhes vários quadros que tinha pintado e faloulhes sobre artistas que admirava.

A arte não era uma coisa que Clara apreciasse, o que mais gostava era de estudar botânica e saber mais sobre as plantas. A família foi guiada até um pequeno jardim que tinha várias árvores e flores que não se encontravam na cidade, uma das quais chamava-se Lírio Laranja, cujo nome científico era Lilium Bulbiferum. Os olhos azuis de Clara cintilaram como estrelas ao ver aquela linda paisagem cheia de vida e cor.

- Vejo que estás muito interessada neste jardim botânico! - exclamou Aurélia. Ao reparar na flor que a rapariga tanto observava, acrescentou:

- Ah! O meu preferido! Esta planta tem origem na Europa Central, e também podes encontrá-la em zonas montanhosas. O meu pai costumava viajar muito e, sempre que descobria uma bela planta como esta, resolvia trazê-la para

este jardim. Este tipo de lírio é muito bulboso e duradouro. Normalmente, floresce no verão ou noutras estações como o inverno e a primavera. Clara olhou para a pintora e com um sorriso respondeu:

- Na minha terra, encontram-se apenas lírios brancos, cor- de - rosa e amarelos. A minha tia diz-me sempre que os laranjas eram usados para proteger as pessoas das bruxarias. Pensava que era apenas um mito, pois nunca tinha visto um. Enquanto a família desfrutava daquele espaço, Aurélia de Sousa pintou o quadro que eternizou aquele momento, o qual foi designado como “À Sombra".

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Ao acabar de contar a história da primeira ilustração, Margarida começou a falar do segundo quadro.

Àsombra, 1910-1911

- Esta pintura foi feita também por Aurélia, um ano depois de ter ocorrido a Implantação da República Portuguesa, em 1910, que foi resultado de uma revolução que removeu a monarquia constitucional e introduziu um regime republicano em Portugal. A minha mãe também está presente neste quadro!

1911

Dois anos depois, durante o Inverno, a família de Clara decidiu visitar Aurélia de Sousa. Quando chegaram à Quinta da China, notaram algumas diferenças naquele lugar. Havia menos árvores, o espaço verde tornara-se amarelado e a relva estava seca.

8 l Jornalesas l junho L X V I E se os quadros falassem?

Cena familiar, 1911.

Cristina ficou maravilhada com os dois quadros e teve a ideia de pedir a Sofia e a Aurélia que pintassem um quadro da sua família. As duas artistas aceitaram a proposta e assim foram feitas duas pinturas, que ilustravam o mesmo acontecimento com pontos de vista diferentes. Nestas telas, a mãe de Clara estava sentada numa cadeira a fazer de conta que costurava um retalho de pano branco, ao lado, Clara segurava com um braço uma boneca e apoiava o outro numa mesa verde. Cristina, com a cabeça apoiada na mão, conversava com a irmã.

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- Aurélia de Sousa nomeou este quadro de "Cena familiar"- disse Margarida à bisneta, finalizando, assim, a histórias das duas telas. Beatriz, com um ar brincalhão, apontou para o cabelo da sua bisavó e disse:

Desta vez, quem os recebeu à porta da casa foi a irmã da pintora, Sofia de Sousa, esta era também uma artista. A família foi conduzida até a uma pequena sala, onde Aurélia estava a arrumar os óleos e pastéis, que tinham sido usados pelas suas alunas numa aula.

Clara e a sua irmã aproximaram-se de uma mesa onde se encontrava um retrato de uma camponesa, que tinha sido pintado pela Sofia de Sousa, e, ao lado, encontrava-se um parecido, com menos detalhes e pincelado.

- Acabei de fazer uma descoberta muito importante, avó! O teu cabelo era vermelho assim como o meu. Agora já não preciso de pensar muito nesse assunto! Margarida sorriu carinhosamente para a sua pequena e deu-lhe um terno abraço.

Aurélia de Sousa - Projeto Cultural de Escola

1º lugar Ex quo - Mara Pereira - 10ºH / Rafaela Lopes - 12ºI

Júri - Carmo Pires (prof.ª História de Arte) - António Carvalhal (prof. Desenho) - Ana Magalhães (profª de Desenho)

César Fernandes (prof. Desenho) - Daniela Barreira (profª de Ed. Física)

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Trabalhos vencedores realizados no âmbito da evocação do 1º centenário da pintora

Devaneio

Aurélia caminha no seu ateliê e pensa: «Gostava de saber como seria o meu futuro, se irei ter carreira ou não!». Nessa noite começa a sonhar com o seu passado distante e com o futuro. Quando acordou, decidiu ir contar o sonho a sua irmã Sofia, mas, quando chega à sala, encontra Santo António. Fica surpreendida e começa a falar com ele:

- Quem és tu?

- Isso pergunto eu…. Quem é a senhora? - questionou Santo António.

- Estás no meu ateliê e eu nem te conheço!

- Não? É a minha casa desde o tempo da criação do Partido Socialista Português, em 1875. «Será que voltei atrás no tempo, como no sonho?»pensou Aurélia de Sousa. Rapidamente, encarou Santo António e perguntou-lhe:

- Em que ano estamos?

- Em 1902, o ano das Companhias Reunidas de Gás e Eletricidade. - afirmou Santo António.

«Que estranho avancei no tempo… Como é que o Santo António está aqui em pleno ano de 1902?» - questionouse

interiormente a pintora.

- Como é que te chamas? Santo António? –perguntou a artista, confusa.

- AH, AH, AH, eu não sou o “Santo António”, eu chamo-me Aurélia de Sousa, sou uma pintora que está a fazer um autorretrato, vestida de Santo António. E tu deves ser eu, mais nova, certo?

- Sim, sou eu… Vou ter um futuro nas artes?

- Sim, muito sucesso, até vais a Paris.

- Uau !, Mas agora como é que volto para o meu tempo?

- Não sei, experimenta dormir de novo.

- Certo, mas… Aurélia de Sousa olha para o lado e vê um pássaro na varanda, está deitada na cama e acabou de acordar, vai rapidamente ver se a sua irmã está em casa e pergunta-lhe que dia é. Fica a saber que ainda é 1882. Na verdade, tudo sempre foi um sonho, mas foi o que lhe deu inspiração para nunca desistir e a inspirou a pintar o quadro Santo António.

No dia 22 de maio, a Biblioteca Escolar promoveu uma exposição comemorativa para celebrar o Dia do Autor Português. Essa data especial foi uma oportunidade para destacar e homenagear os escritores portugueses e a sua contribuição para a literatura.

A exposição apresentou uma variedade de obras de autores portugueses consagrados, abrangendo diferentes géneros literários, desde poesia e romance até contos e literatura infantil. A partir de biografias dos autores realizadas pelos alunos nas aulas de Português, selecionaram-se livros representativos que ilustrassem a diversidade e a qualidade da produção literária em Portugal, o que permitiu aos utilizadores da Biblioteca aprender mais sobre a vida e o contributo destes escritores para a cultura portuguesa.

10 l Jornalesas junho L X V I E se os quadros falassem?
Miguel Camisa, 9ºD Santo António Autorretrato 1902

Poesia na Biblioteca

Odesafio consistia em criar um poema para ser colocado na "Árvore da Poesia", uma instalação feita pelos alunos do 7.º A para homenagear a obra do poeta português e inspirar os jovens poetas da nossa escola. A Árvore da Poesia, cuidadosamente decorada com os poemas dos alunos, tornou-se o ponto central da biblioteca, atraindo a atenção de todos.

Os alunos, com sua criatividade e sensibilidade, expressaram os seus sentimentos e inspiração. Cada poema único, refletindo a diversidade de perspetivas e experiências dos participantes acrescentou um testemunho à nossa Árvore da Poesia. Esta atividade promovida pela Biblioteca Escolar em colaboração com o 7.º A e a sua diretora de turma e professora de Português, Lígia Bernardino, além de incentivar a criatividade dos alunos, pretendia promover a leitura, a escrita e o gosto pela da poesia.

Apuradas as vencedoras, realizou-se na Biblioteca uma entrega de prémios às nossas jovens poetas: Margarida Martins Carvalho do 7°C e Ana Luísa Pinho do 8.º D.

Muitos parabéns às nossas jovens poetas!

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Na foto, da esquerda para a direita, Ana Luísa Pinho do 8.º D e Margarida Martins Carvalho do 7°C

A aprender em Vila do Conde

No âmbito das disciplinas de educação física, de ciências naturais e de história, as turmas do 8º ano foram a Vila do Conde, no dia 19 de abril, ao Kayak Club de Azurara, ao Centro de ciência Viva e à Alfândega Régia / Nau Quinhentista. Depois de termos saído da escola cedo de camioneta, passamos todos umas horas extraordinárias. Na Nau, foi-nos explicado como teriam vivido os marinheiros nessa altura, as doenças mais comuns de que os marinheiros padeciam e como a embarcação funcionava. No interior, pudemos observar os aposentos da tripulação de cargos mais importantes, como capitão ou escrivão, pois apenas estes possuíam lugar específico para pernoitar, já que todos os outros dormiam ao relento. O engraçado é que as diferentes personagens estavam representadas através de esculturas humanas. Pudemos, também, aceder a todas as partes do barco e tirar muitas fotografias para investigar o passado histórico mais a fundo.

Ainda nos foi possível visitar um museu que estava ligado à Nau, a Alfândega Régia, cujo edifício se encontrava exatamente igual ao passado, tendo sido, apenas,

vam maquetes de barcos antigos, sobretudo portugueses, e entre eles estava o navio que foi utilizado por Vasco da Gama para chegar à Índia. Também havia diversas esculturas humanas a representar os diversos intervenientes nas atividades da alfândega, como capitães de navios, juízes, entre outros.

Após a nossa “investigação” à Nau e ao museu, o grupo II trocou com o grupo I e dirigiuse ao kayak. No Club, os alunos puderam experimentar este desporto em grupos de dois, cada um com uma pagaia (remo de kayak), tendo liberdade para levar o kayak a qualquer parte do rio que quisessem, desde que se visse do cais onde estavam os professores a observar-nos, caso algo corresse mal. Estava um dia agradável, e alguns alunos até aproveitaram para dar um mergulho.

Depois do almoço cheio de aventura, dirigimo-nos a pé até ao Centro de Ciência Viva de Vila do Conde

A primeira exposição interativa intitulava-se “A Água” e aí nós tocamos em conchas, animais vivos como estrelas-do-mar e diversos peixes. No Workshop “Morcegos às claras” entramos

interativos sobre morcegos, aprendemos porque é que os morcegos andam com a cabeça para baixo, se são cegos, se serão seres com asas ou mesmo vampiros misteriosos, como é que uma mãe reconhece a sua cria no interior de uma colónia berçário, se os morcegos são todos pretos, como é que ouvem o som e sentem vibrações e fizemos experiências relacionadas com a frequência do som, algo que aprendemos na disciplina de físico-química. Devo acrescentar que a viagem de volta foi muito emocionante por sentirmos que tínhamos aprendido muito e duma forma a que não estávamos habituados - fora de uma sala de aula. Em suma, o que percebemos é que aprendemos de uma forma prática e que esta forma é muito mais interessante do que apenas ouvir e aplicar o que aprendemos. Apoio a ideia de que fazer visitas de estudo ajuda na educação daqueles que têm mais dificuldades a aprender, e não são, de forma nenhuma, uma perda de tempo .

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Visita à casa de Tormes

Afim de aprimorar os conhecimentos acerca de parte da vida e obra do escritor, os estudantes tiveram a oportunidade de explorar alguns pertences do mesmo e entrar em algumas divisões da casa por onde passou. Pretendemos, portanto, com este texto, abordar alguns dos aspetos que mais nos marcaram nesta atividade esclarecedora, referindo também algumas curiosidades.

Desde a visita à casa com as mais diversas divisões até à entrada numa simples capela, nesta ida à Quinta de Tormes pudemos explorar vários espaços da Fundação Eça de Queirós.

Começando pela sua casa, numa das alas, tivemos a oportunidade de ver a mesa alta onde escrevia de pé, a sua biblioteca, quadros que faziam parte da sua casa de Neuilly, em Paris, e objetos pessoais tais como a sua capa revestida em prata e candeeiro. Ainda nessa divisão, vimos um cofre de cartas onde ele iria buscar inspiração. Também nos foi permitido ver o quarto do autor, a cozinha e uma sala de convívio, onde vimos um antiquíssimo móvel no qual era armazenado o pão, uma gargantilha, a luneta e até mesmo um pedaço do seu cabelo. Isto foi, sem dúvida alguma, a parte mais interessante de toda a visita pois pudemos realmente ver de perto objetos que já pertenceram ao escritor de obras tão importantes.

Aprendemos, ainda, algumas curiosidades acerca de Eça de Queirós, duas das quais nos surpreenderam bastante. Tal como referimos, Eça escrevia em pé e, por isso, a sua mesa era muito alta mas, para além disso, descobrimos que o escritor nunca dormia deitado, mas sim sentado, pois acreditava que a posição de alguém a dormir se assemelha à posição dos corpos no caixão e, deste modo, estaria a atrair a morte.

Dentro da Fundação, visualizamos um documentário no qual foi retratada a vida do autor mais profundamente e ouvimos uma das suas netas a falar.

Para terminar, percorremos uma longa caminhada até ao rio, "caminho" este que Jacinto percorre no livro "A Cidade e as Serras".

Este passeio pela Quinta de Tormes foi bastante relaxante e um ótimo momento para comentar entre nós as opiniões acerca do que havíamos visto, contemplar a magnífica paisagem do meio envolvente e respirar o "ar puro do campo" referido pelo autor.

Esta visita revelou-se uma experiência gratificante, na medida em que enriqueceu a nossa cultura geral e permitiu-nos conhecer outros elementos da história de Eça de Queirós. Assim, recomendamos vivamente a visita à Quinta de Tormes, porque é essencial para se entender verdadeiramente alguns dos aspetos da vida deste tão célebre escritor português.

No dia 29 de março, 2023

Matilde Neves Pinto e Mariana Dias Pinto, 11.ºD

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Os alunos do 11.º ano da nossa escola realizaram uma visita à Fundação Eça de Queirós, no âmbito da disciplina de Português.
Alunos da turma G do 11ºano

Ser solidário precisa-se

Afortunadamente, para

“ A solidariedade é um ato de bondade ou sentimento de compreensão para com o próximo, sendo uma união de simpatias, interesses ou propósitos entre membros de um grupo ou sociedade.”

https://www.wikiwand.com/pt/Solidariedade_

Não interessa muito estarmos preocupados com a definição mais perfeita, o que realmente importa é a perceção de que a solidariedade é essencial em todas as sociedades. Desenvolver empatia pelo outro é o primeiro passo para o podermos confortar e apoiar, sendo certo que essa disponibilidade tem efeitos extraordinários no bemestar de ambos, não só de quem recebe, mas igualmente de quem contribui. Há muitas formas de ajudar e cooperar, há quem opte por fazer voluntariado, nomeadamente, em hospitais, lares de idosos, apoiando crianças, imigrantes, ou participando na recolha de alimentos e outros bens de primeira necessidade que serão posteriormente distribuídos pela população mais carenciada. Outros são doadores de sangue e há quem decida consignar o seu IRS (que consiste em doar 0,5% do nosso rendimento líquido a uma instituição devidamente aprovada pelo Estado).

Aqui, na nossa escola, podemos assistir a um exemplo de um trabalho de voluntariado.

Entre os jovens e adultos da organização “Serve the City”, que ostentam os crachás identificativos, deparamo-nos com os olhares cansados pelo tempo e pela dureza da vida daqueles que procuram o conforto de uma refeição servida com calor e empatia.

Na penúltima 3ª feira de cada mês, a nossa escola é o espaço para um jantar solidário, uma iniciativa da “Serve the city”, que conta com a cedência das nossas instalações da cozinha/cantina/ bar. Nesses dias, ao cair da tarde, qualquer olhar mais atento percebe a presença de rostos diferentes e de uma movimentação pouco habitual no átrio da escola.

No grupo de voluntários estão três Assistentes Operacionais da ESAS, a D. Agostinha, o Sr. Tinoco e a D.Olinda, que no final da sua jornada de trabalho se voluntariam para graciosamente prestarem um importante serviço de apoio à comunidade.

Fomos falar com eles para entender quais as suas funções e opiniões sobre a ajuda que prestam e como decorre esta atividade.

Ficamos a saber que, nestes jantares, a D. Agostinha e a D. Olinda fazem de tudo um pouco, tanto arrumam as mesas, como estão na cozinha ou servem as refeições. Prestam este serviço com absoluta dedicação à causa, visível no sorriso amável com que nos receberam quando as interpelamos sobre o assunto. São mais cerca de seis horas de trabalho, depois do horário habitual. Dizem-nos que ficam o tempo necessário até estar tudo em ordem para o funcionamento normal da cantina/ bar no dia seguinte, mas afirmam ser gratificante. De notar que este prolongamento voluntário não lhes dá o direito a tolerância de ponto. Contaram-nos que, em média, são servidas cerca de 100 refeições, mas na ceia de Natal chegaram a ser 170. Todo o processo é organizado e divulgado pela associação “Serve the City”, com o patrocínio da EDP/ Energia e AGEAS /Seguros. É com este financiamento que são adquiridos os produtos alimentares necessários à confeção das refeições.

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inúmeras pessoas, a solidariedade consiste numa forma de vida que norteia as suas decisões em todos os momentos e reconhecermos a nobreza destes atos é essencial para motivar muitos outros a fazer o mesmo.
D. Agostinha, Sr. Manuel Tinoco e D. Olinda

O cozinheiro é, habitualmente, um funcionário da AGEAS já aposentado. Nestes jantares aparecem mais homens do que mulheres, e, curiosamente, as equipas de voluntários têm mais mulheres do que homens. Sinal dos tempos, é crescente a presença de imigrantes. Quanto aos menus, procura-se que sejam variados. Desde “Bacalhau à Brás” até “Bifanas com batata frita”, acompanhados por sopa e sobremesa.

O Sr. Tinoco ocupa-se do controlo de entradas e tal como as duas outras funcionárias, dispõe-se a cobrir o tempo necessário assegurando que só encerra a escola quando todo o programa de apoio estiver concluído. Disse-nos que já conhece muitos dos beneficiários e elogiou o crescente apoio dos jovens voluntários. Confessou-nos que inicialmente foi duro, pois na interação com as pessoas que atende dá conta dos seus dramas e da sua solidão.

A ação da rede de voluntariado social “Serve de City” é prova de que a criatividade tem permitido a concretização de formas inovadoras de manifestarmos a nossa solidariedade.

Diz não ao Desperdício Alimentar!

Alimentos desperdiçados na cantina da nossa escola Foto de Margarida Martins, 7ºD

“Cada português está a deitar fora meio quilo de comida por dia. É avassalador”

“Mas as pessoas tendem a achar que o desperdício alimentar é um problema que está longe delas. Só que não está. O que acontece em casa são pequenos desperdícios e perde-se a noção do total. Parece que é só uma maçã ou só um iogurte. Mas se cada português está a desperdiçar 184 quilos de alimentos num ano, isso é meio quilo por dia.”

Contudo, já existem empresas que se organizam em prol da economia circular

Aproveitar para alimentar

https://expresso.pt/sociedade/2022-09-29Movimento-Unidos-contra-o-Desperdicio-Cadaportugues-esta-a-deitar-fora-meio-quilo-decomida-por-dia.-E-avassalador-9203596d https://re-food.org/

15 l Jornalesas
Rúben, Inês Alexandra, Ricardo, Lavínia – 11ºH Cidadania e Desenvolvimento Equipa Jornalesas

Durante a visita de estudo à NewWork tarde de 8 de maio, tive a oportunidade de estar em contacto com uma empresa internacional de Tecnologia e Desenvolvimento informático no mundo do trabalho. Foram-me apresentadas ideias inovadoras na gestão de pessoas e a importância dos recursos que aprendemos na disciplina de API (Aplicações Informáticas), neste ramo. Do meu ponto de vista, a visita foi bastante interessante e relevante, uma vez que muitos dos alunos que participaram irão no futuro estar ligados à tecnologia e informática.

Além disso, gostaria de salientar, na minha opinião, um dos pontos mais positivos: o orador. O uso de um vocabulário menos formal e a abertura para responder às perguntas dos alunos fez-me estar mais envolvida na visita. Por fim, é preciso referir a mensagem que foi passada aos alunos. Tanto o orador como as restantes trabalhadoras da empresa salientaram a relevância que as soft skills têm, atualmente, no mundo do trabalho. Muitas vezes podemos pensar que apenas importam as credenciais académicas, mas esquecemo-nos que para trabalhar em conjunto, como na New Work, é vital serem escolhidas pessoas com skills que permitam que a equipa tenha a máxima produtividade.

Sofia Cardoso, 12º D

Ser sustentável na cidade do Porto

Entrevista à gerente da Loja da Humana / moda sustentável

Este projeto contribui ativamente para a diminuição de geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reutilização.

Há quanto tempo é que a loja existe na cidade?

Esta loja está na cidade há seis anos. Atualmente, há seis “ Humana” no Porto Como é feita a recolha da roupa?

As pessoas depositam a roupa que pretendem doar nos contentores verdes que existem dentro das nossas lojas. Posteriormente, faz-se a seleção e a que se encontra em bom estado é dividida pelos diferentes estabelecimentos que existem no País, para ser vendida e a restante é enviada para reciclagem.

Quais são as faixas etárias que mais visitam a loja? São apenas clientes portugueses?

Temos clientes de todas as idades e nacionalidades. Principalmente no verão, época de grande turismo.

Porquê comprar na Humana?

Qualidade, preços baixos, peças únicas e diferentes, apoio a projetos, moda sustentável… muitos são os motivos para optar pelas lojas secondhand.

Quais são os objetivos enquanto loja?

Continuar a crescer neste ramo e difundir a ideia de moda sustentável

Algumas sugestões para ser sustentável na cidade do Porto

• HUMANA (loja de roupa em segunda mão)

• Zero Plástico (loja)

• Ecologicalkids (loja e artigos para bebés)

• Refood (comunidade para ajuda alimentar)

• O’Kilo (loja de roupa em segunda mão)

• Mercearia 100 Saco (mercearia)

A partir do Trabalho de Cidadania e Desenvolvimento— Rodrigo, Lara, Mariana Sousa, Carolina

Mota - 11ºH

16 l Jornalesas l junho L X V I
O 12ºano foi à NewWork

Como já vem sendo tradição, também este ano celebramos a Geografia, ciência cujo dinamismo nos inspira todos os dias e contribui para que sejamos cidadãos mais informados e responsáveis e desta forma possamos caminhar para um futuro mais sustentável em todos os domínios.

Partimos das palavras proferidas pelo atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no dia 25 de abril deste ano “(…) a necessidade de ser "mais solidário" com os imigrantes, dizendo-se incapaz de compreender como é que um país, que é "pátria da emigração" consegue “ser egoísta perante os dramas dos imigrantes que são dos outros. (…)".

Jornal de Negócios (jornaldenegocios.pt)

Urge abordar este assunto, pois o nosso agrupamento recebe jovens de cerca de 26 nacionalidades diferentes, embora a realidade possa ser alterada a cada dia, e estamos conscientes da necessidade de acolher bem quem nos procura, pois, a demografia e a economia nacional dão sinais claros dessa vontade.

Logo, concentramos a nossa atenção na “Sustentabilidade Social” e olhamos para a (i) migração a partir dos números, procurando esclarecer alguns dos injustificados estereótipos com que por vezes nos cruzamos. É importante desconstruir os preconceitos e perceções sobre esta realidade social

Os materiais expostos - gráficos e a infografiaforam fornecidos pelo webinar # Estudo em casa apoia” e pelo site do observatorio-das-migracoeshttps://www.om.acm.gov.pt/ e posteriormente

sujeitos a uma interpretação dialogada em todas as turmas, do básico e do secundário, com a disciplina de Geografia no plano de estudos.

17 l Jornalesas
“Sustentabilidade social”
O que sabemos sobre as (i)migrações em Portugal ?

Realizou-se o já habitual Concurso de Rosas dos Ventos, que contou com a participação dos alunos de 7ºano. Os premiados receberam livros de leitura oferecidos pela Porto Editora. No encerramento da programação do Dia da Geografia, foi projetado e comentado o filme “Os lisboetas”. Grupo de Geografia

Observação direta em Geografia

Saímos da escola e apanhamos o metro com destino à estação da Trindade.

Seguimos até à Câmara Municipal do Porto, cujo edifício se localiza na avenida dos Aliados e em frente ao qual podemos ver a estátua do escritor Almeida Garrett.

Depois, fomos ao Mercado do Bolhão que foi construído no ano de 1914. A seguir tivemos, também, a oportunidade de visitar a estação de São Bento. Na estação, tiramos fotografias aos magníficos azulejos que lá se encontram.

De seguida, fomos à linda Sé do Porto, situada no coração do centro histórico da cidade. É um dos principais e mais antigos monumentos de Portugal.

A 6ª paragem foi no Mercado Ferreira Borges e no Palácio da Bolsa.

Como último local a visitar, as professoras escolheram o Cais da Ribeira, na margem direita do rio, dando aos alunos a tarefa de identificar alguns elementos geográficos do rio Douro. Por último, fizemos um esboço da paisagem que estávamos a observar.

Na nossa opinião (e de muitos alunos), esta visita de estudo foi bastante divertida e formativa. Adoramos e gostaríamos de a repetir.

Madalena Pinto, 7.ºC e Margarida Carvalho, 7.ºD

18 l Jornalesas l junho L X V I
1º Prémio 2º Prémio 3º Prémio 7ºC - Miguel Feyo e Miguel Mateus 7ºB – António Rebelo 7ºA – Rita Silva, Rita Santos, Matilde e Íris Alves
As turmas do 7.º ano tiveram a oportunidade de explorar a nossa cidade! - Porto, 30/31 maio

Corrida “à velocidade do sol”

nhos movidos a energia solar, num verdadeiro apelo ao uso de energias não poluentes. No primeiro escalão, do ensino básico, o troféu foi disputado por oito escolas, com carrinhos muito diferentes, mas todos muito bem conseguidos.

A Escola Secundária Aurélia de Sousa foi excelentemente representada neste escalão pelos alunos do 9ºB, César Alexandre Pina e Sofia Pinto, que construíram e orientaram o carrinho solar “Caranguejola” com o qual conquistaram um honroso primeiro lugar, tanto na prova de velocidade, como na avaliação da conceção. O nosso carro solar foi mesmo considerado, pelo júri, “o mais veloz” e “o de melhor conceção”! Um orgulho para todos!

Aelaboração do carrinho solar, incluindo as etapas do planeamento com estudo de materiais (peso, comportamento...), de planos desenhados das diferentes peças bem como do modo de funcionamento, foi feita durante o ano letivo de 2022/23 no Lugar da Ciência/ Clube de Ciência Viva na Escola e sob orientação das professoras Maria da Luz Carvalheira e Manuela Lopes. Como vencedora da corrida municipal, a equipa da Escola Secundária Aurélia de Sousa e a “Caranguejola” irão agora representar-nos na corrida distrital que se irá realizar em Santo Tirso, muito em breve. Esperamos continuar “à velocidade do sol”, homenageando este astro de que dependemos e que tão boa energia nos dá!... Obrigada a todos os apoiantes deste desafio!

Dia do ambiente, 5 de junho 2023 Manuela Lopes, profª Lugar da Ciência

19 I Jornalesas
César Alexandre Pina e Sofia Pinto 9ºB Caranguejola “o mais veloz”

Fazer Ciência, Comunicar Ciência Projeto SEI

O PROJETO SEI (Sociedade, Escolas e Investigação) foi apoiado pela Câmara Municipal do Porto, através do departamento Porto do Conhecimento, pelo Laboratório Aberto/ i3S e pelo Laboratório Águas e Energia do Porto durante todo o ano letivo, tendo os resultados do processo investigativo sido apresentados no Polo Zero da U.P. no dia 17 de maio.

Na escola secundária Aurélia de Sousa, em dois aquários montados no Laboratório Polivalente, foi investigado o serviço de ecossistemas prestado pelas macrófitas na depuração da água, tendo sido elaborado um poster científico com os resultados finais que foram publicamente muito bem apresentados pelos alunos Pedro Martins (12ºC) e Carolina Duarte (12ºA). Posteriormente, foi elaborado um artigo científico da investigação desenvolvida. Durante a mostra de projetos foi também dinamizada, pelo Laboratório Aberto, uma atividade experimental com moscas Drosophila em que os participantes observaram o comportamento de moscas geneticamente modificadas.

O projeto teve um balanço muito positivo, sendo de valorizar muito a metodologia de ensino e aprendizagem por investigação com comunicação científica de resultados.

20 l Jornalesas
Manuela Lopes, profª de Biologia Pedro (12ºC) e Carolina (12ºA)

Influência da Igualdade de Género e da Intercultu- ralidade no mercado de trabalho

IGUALDADE DE GÉNERO

“Homens e mulheres são iguais” - definição dada pela sociedade para descredibilizar o verdadeiro significado de igualdade de género. Caracteriza-se, na realidade, como igualdade de oportunidades e direitos (sociais, políticos, legais e económicos), ou seja, acesso a recursos que não são condicionados pelo sexo biológico.

INTERCULTURALIDADE

Interação entre culturas e grupos étnicos, sendo divulgados (respeitosamente) diferentes pontos de vista e costumes, com o intuito de serem compreendidos e valorizados.

Atualmente, o sexo feminino desempenha todo o tipo de profissões (em diversos países), muitas destacando-se em cargos de liderança. Apesar da evolução dos tempos, a luta pelos direitos permanece ativa: salários iguais, licença de maternidade; combate ao assédio sexual; combate a quaisquer comentários/atitudes misóginos(as), racistas e xenofónicos(as).

INFLUÊNCIA/BENEFÍCIOS

Estudos revelam que existe uma maior produtividade vinda de empresas/negócios/setores onde é notória a presença equitativa de elementos femininos e masculinos interculturais, devido a:

• Diferentes perspetivas

• Competitividade saudável

• Maior motivação

MERCADO DE TRABALHO

A desigualdade de género e a ausência de interculturalidade, infelizmente, revelam-se ainda presentes no mercado de trabalho.

A inserção das mulheres, no mercado de trabalho, só ocorreu por volta de 1930, consequência da revolução industrial. Todavia, apesar de exercerem as mesmas funções que o sexo masculino, recebiam um salário 70% menor que os mesmos, trabalhando tanto ou mais horas (alcançando até 16 horas por dia). As dificuldades sofridas pelas mulheres negras e indígenas eram ainda maiores, devido ao preconceito existente.

• Redução de discriminação

A inclusão nestes ambientes será divulgada com sucesso para outros setores, para que estes, desenvolvam também uma mentalidade aberta que, futuramente permitirá a empregabilidade de outras minorias, como é exemplos, indivíduos com deficiência.

Adaptado de Trabalho de Cidadania e Desenvolvimento Dinis Miranda e Leonor Moreira, 12ºB

F undado em 1987, o “Centro de Estudos situado na Rua Aurélia de Sousa, em frente à nossa escola, tem apoiado diversos jovens ao longo do seu percurso académico. Sensível às questões ambientais, a proprietária, Raquel Couto, acredita que o serviço comunitário, nomeadamente, no que diz respeito à reciclagem, pode fazer a diferença. Que tipo de serviços se podem obter neste espaço?

Os alunos que vierem para cá podem ficar numa sala de estudo, onde nós ajudamos a fazer todos os trabalhos de casa, a preparar os testes e a fazer a organização do estudo. Em alternativa, podem ter explicações individuais com o professor da disciplina que escolheram, para tirarem todas as dúvidas, prepararem os exames e tirarem boas notas!

Considera que esta praceta tem um ambiente agradável? Por exemplo, o facto de haver tantos carros estacionados de forma desordenada é um fator prejudicial?

É, apesar de tudo…A praceta tem um ambiente seguro, mas, realmente, a questão dos carros estarem mal estacionados, haver muito, muito tráfego, às vezes com grande velocidade, é uma preocupação.

Na sua opinião, qual o motivo para este estado desordenado e poluído?

Se calhar é por não haver tanta fiscalização. No início da minha atividade como proprietária, houve várias queixas e fiz várias queixas à polícia por causa dos carros que eram estacionados aqui em cima do passeio à porta do estabelecimento, onde entravam e saíam alunos constantemente. Foi complicado conseguir que pusessem estas

barreiras para deixarem de estacionar, porque, mesmo quando chamávamos a polícia, nunca apanhavam as pessoas a transgredir. Acho que faz parte do civismo que vos poderá ser ensinado, enquanto futuros adultos, a preocupação com o estacionamento e condução corretos, que poucas pessoas têm. Em termos globais, que impacto têm os locais que frequentamos ou vivemos na nossa saúde física e mental?

Acho que mais do que os locais que frequentamos é o que nós fazemos, não é? Podemos estar num local que não é muito agradável, mas se nós conseguirmos tirar partido das coisas positivas, e fazer o que achamos melhor, a nossa saúde mental ficará sempre melhor um bocadinho. Para mim, o meu copo está sempre meio cheio, nunca está meio vazio. Por isso, acho que nós temos que pegar nas coisas positivas de qualquer situação em que estejamos e criar a melhor situação possível que conseguirmos. Tentar sempre subir e não nos deixarmos afundar sempre para

o pior e para o negativo. E acha que esta praceta tem muitas coisas positivas?

Claro! Acho que tenho uma boa vizinhança. Os meninos às vezes trazem barulho, mas também trazem a nossa vida e a animação disto. Quando estamos aqui e quando vocês estão de férias não é a mesma coisa, as ruas são totalmente diferentes. A vossa animação é boa. Falamos todos bem, cumprimentamonos, às vezes nem parece que estamos numa grande cidade, por isso acho que é positivo. Se pudesse mudar algo, o que seria?

Os caixotes do lixo! Não gostei nada da nova localização. Acho que está claro que são necessários. Mas a sua localização não é adequada. Ficam longe da escola. Por acaso, até vejo alguns de vocês a virem cá, pôr as coisas, mas imagino que a grande maioria não vem cá pôr o lixo para a reciclagem.

(continua)

Entrevista realizada pelos alunos do 8ºC, à responsável pelo Centro de Estudos próximo da escola.

22 l Jornalesas l junho L X V I
“Temos que pegar nas coisas positivas (…) e criar a melhor situação possível”
Da esquerda para a direita: responsável pelo Centro de Estudo, Drª Raquel Couto, e as alunas, Maria Ferreira, Beatriz Moura, Inês Leitão e Maria do Carmo Silva do 8ºC

Neemias Queta um Português na NBA

Quem é Neemias Queta?

Neemias Queta nasceu em Lisboa em 1999, no Vale da Amoreira. É o primeiro e único português até agora, jogador da NBA. Entrou para a liga, dia 30 de junho de 2021 como a escolha número 39 do Draft da NBA, selecionado pela equipa dos Sacramento Kings. O seu primeiro clube foi o Barreirense, onde jogou na época 2016/17, na época seguinte jogou pelo Benfica B e A. Na temporada 2018/19, foi para os Estados Unidos jogar na equipa universitária Utah State. Na mesma temporada, a sua equipa venceu a 2ª Divisão do Europeu de Sub 20, no entanto, não disputou a final, por causa de uma lesão.

Neemias Queta e a temporada na G League. Recentemente, Neemias Queta acabou a temporada na G Lea-

gue, sendo eleito para o cinco ideal da G League, e também para a melhor equipa defensiva da liga. Neemias Queta foi selecionado para MVP (Most Value Player) da fase regular. Terminou com médias de 16,8 pontos, 8,8 ressaltos, 2,4 assistências e 1,9 desarmes. O treinador dos Stockton Kings, Bobby Jackson, acredita que Neemias Queta vai estar numa melhor equipa da NBA na temporada de 2023-24, pois tem vindo a progredir muito. Por fim, adicionei um Qr-Code do vídeo de Neemias Queta, Dream Big, onde podemos dar conta de tudo que ele teve de fazer para entrar na NBA . Este vídeo foi realizado por André Braz, para a liga portuguesa de basquetebol, Betclic.

Miguel Camisa, 9ºD

Entrevista - continuação da página 22

Que ações poderia a Câmara Municipal implementar para melhorar este ambiente?

Era preciso um serviço comunitário. Muito sinceramente, pelo que vejo aqui dentro, e ao contrário do que se tem vindo a falar, já desde a minha altura como aluna, vocês não sabem fazer reciclagem. Por exemplo, acho que devia ser obrigatório pôr a mão na massa e pegar nas coi

sas que vocês põem pelos cantos, lixo todo mal dividido, calçar umas luvas até aos ombros e fazer a separação do lixo, vendo que realmente é importante. No fim, veríamos os montes grandes de plástico, embalagens, e coisas que trazem de lanches. Vocês falam todos muito nas mudanças ambientais, mas depois, na prática, pouco que se vê…Não digo todos, mas a maioria.

23 l Jornalesas

Um percurso no ensino secundário

Testemunhos

Um capítulo se encerra. Outro se inicia. Aqueles clichés que ouvimos do tio que apenas vemos quando toda a família se reúne para celebrar uma ocasião especial. Mas a verdade é que, no fundo, ele tem razão. Não quer isso dizer que do último dia do secundário em diante o nosso âmago se transforme drasticamente. Contudo, é, inevitavelmente, um marco, o fim de uma era (na reduzida escala da nossa jovem idade) que vivemos durante 3 anos no secundário ou 12, se contarmos com todos os que respeitam à escolaridade obrigatória. É neste período da nossa vida que aprendemos lições que nos acompanharão nos passos seguin-

– textos e pretextos

e a ter confiança, aprendemos a gerir expectativas, a falar diante de um auditório e a trabalhar em equipa, aprendemos o valor do esforço, da consistência, da dedicação. Aulas. Aprendizagens essenciais. Objetivos. Muito ganhamos para além de conhecimentos teóricos a que dedicamos tantas horas. É ao longo desta fase que criamos rotinas, estabelecemos prioridades, experienciamos, essencialmente, é neste momento que construímos a nossa base enquanto indivíduos. Convido-vos, assim, a tirar uns breves minutos do vosso dia para refletir na evolução que estes últimos 3 anos vos proporcionaram. Que lições pretendem guardar em mente para os próximos

Da esquerda para a direita: Liz Ferreira, 12.º H; Vera Carminé, 12.º E; Mariana Calado, 12.º H; Guilherme Carvalho, 12.º H.

diário, há mais de 5 anos? Deixar pessoas, rotinas e até aquelas paredes brancas sem fim. Os corredores de vidro, as funcionárias, o porteiro sempre sorridente, caras que nunca vou esquecer, salas com defeitos e avarias, defeitos estes que se tornaram parte do meu dia a dia e que subitamente parecem já não ser defeitos. O que dizer do meu secundário? Levo na minha

aqui, sei que nunca vou esquecer estes dias e as memórias que comigo ficam. Deixo a Aurélia fisicamente, mas sei que, como qualquer aluno do secundário, nunca me esquecerei da minha segunda casa.

Mariana Calado, 12.ºH

24 l Jornalesas l junho L X V I Da
ESAS à Universidade

Depois de seis anos letivos na escola, o último está a chegar ao fim. Não sei se me sinto contente por terminar com sucesso um ciclo da minha vida ou se me deixo contagiar pela ânsia, ou talvez medo, de enfrentar um novo capítulo, o da faculdade. A verdade é que esta escola efetivamente nunca mais vai sair da minha vida. Com a memória dela, trago contentamentos, tristezas, amizades, amores, sapiência, companheiros, mas, essencialmente, gratidão. Depois destes anos todos, nunca pensei que este momento de partida me custasse tanto, mas a verdade é que neste momento, no meu quarto, a minha maior vontade é ficar, tanto com os amigos e colegas que fui conhecendo e criando afinidade longo dos anos, como com os professores que serviram como modelos e que certamente vão ficar comigo durante do resto da minha caminhada enquanto estudante e cidadão.

Para os que ficam só deixo uma palavra: aproveitem e, se possível, sejam felizes.

Guilherme Carvalho, 12.º H

Neste período de final de um ciclo que definiu grande parte da minha vida nestes últimos anos - o Ensino Secundário - e o aguardado ingresso na universidade, neste país em que vivo há mais de seis anos e em que passei considerável parte da adolescência, além da típica ansiedade préresultados, sinto que este é um grande momento de reflexão sobre tudo que experienciei nestes anos formativos. Sendo imigrante brasileira e tendo uma bagagem cultural diferente dos meus colegas, sinto que um dos aspetos que mais tenho em consideração na aprendizagem dos últimos anos, curiosamente, foi o contacto com toda uma outra realidade literária a que nunca teria tido acesso da mesma for ma e certamente não na mesma perspetiva. O gosto pela literatura portuguesa é algo que vou levar para o resto da minha vida.

Por outro lado, tive a oportunidade de aprender com professores espetaculares durante os três anos, que possivelmente nunca vão perceber a extensão do meu agradecimento por terem marcado, em geral, uma experiência positiva no meu percurso. Apesar da ansiedade e impaciência esperada em momentos decisivos como este, sinto que os anos de preparação me deixaram confiante para a jornada seguinte.

Liz

Ao lado - Trabalho realizados no âmbito da evocação do 1º centenário da pintora

Aurélia de Sousa - Projeto Cultural de Escola

25 I Jornalesas
Trabalho de Sara Farnese do 10ºH

Impossível

O que está para lá

Para lá da Terra?

Quando os meus olhos se fecham

E o meu mundo se encerra…

E quero tocar nas estrelas

E quero coisas impossíveis

E quero voar

E quero coisas incríveis…

Quero tudo

E parece que vai haver sempre tempo

Mas horas e horas

Voam como o vento…

O que está para lá ninguém sabe.

Mas e do que está aqui

Saberemos mesmo tudo?

Talvez não.

Talvez haja mais para além de um mero estudo.

Escura como o breu

Escura como o breu

Lá estou eu: Por trás de um sorriso Que se calhar era o teu…

Escura como o breu

Lá estou eu: Na sombra de alguém Que fiz de refém.

Mas, afinal, quem sou eu? Quem sou eu que tanto me escondo? Quem sou eu que tanto te procuro?

Sou a melancolia, Aquela que não te deixa fugir Aquela que não te deixa ir.

Por vezes é grande, mas pode ser pequeno.

Por vezes é grande, mas pode ser pequeno. Há quem diga que é retângulo, Há quem diga que é quadrado, Mas a sorte foi o ser humano o ter encontrado.

Existe muita coisa que lá podemos pôr: Sentimentos, pressentimentos, amizades ou um simples desenho, O que nos acontece ou deixa de acontecer, Ou também um fogo que arde sem se ver…

Muitos gostam, outros desgostam Muitos estimam e outros desatinam Mas às vezes há atos que combinam.

O caderno é um bom objeto, Para os amantes da escrita e imaginação, Que fica sempre no meu coração.

26 l Jornalesas l junho L X V I
Poesias
Madalena Pinto, 7ºC Maria Antónia Campos, 8ºC
Comemorações de 25 de abril 1974

A escola de hoje e a necessidade de uma pedagogia intercultural

“A interculturalidade é o conjunto dos processos - psíquicos, relacionais, grupais, institucionais... - gerados pelas interações de culturas, numa relação de trocas recíprocas e numa perspetiva de salvaguarda de uma relativa identidade cultural dos parceiros em relação.”

Partindo desta definição muito geral do que se pode entender por interculturalidade, afigura-se-nos, de imediato, que o que vivenciamos hoje nas nossas sociedades globalizadas, em geral, e nas nossas escolas, em particular, é mais uma realidade multicultural, género mosaico cultural, ou seja, culturas diversas que vivem numa coexistência mais ou menos pacífica ou mais ou menos conflituosa, do que propriamente uma verdadeira relação intercultural, em que sujeitos portadores de diferentes culturas e valores se relacionariam numa verdadeira interação de reciprocidade, enriquecendo-se mutuamente.

Mas, será que resta ao encontro entre as diferentes culturas e respetivos sujeitos que delas fazem parte integrante, encontros meramente pluriculturais que resultam, com muita frequência, em confrontos e comportamentos mais ou menos violentos? Ou, será possível que desses encontros surja uma dinâmica verdadeiramente intercultural que possa originar a eclosão de atitudes e valores novos, resultantes de uma comunicação dialógica? As nossas escolas são cada vez mais locais de cruzamento de diversas culturas em que a espontaneidade do preconceito, do etnocentrismo e, em última instância, da xenofobia devem ser desconstruídos de modo que possa concretizar-se uma convivencialidade entre pessoas descentradas do seu eu homogeneizador e se abram ao outro encarando-o como um verdadeiro eu-outro, com a sua alteridade, e não como um outro-eu, que se espera que seja em tudo semelhante ao eu. Para que o intercultural seja uma prática e não somente um ideal, será necessária formação que envolva todos os intervenientes da comunidade educativa, formação para a qual os princípios da pedagogia intercultural poderão dar importantes contributos.

Não defendemos a ideia segundo a qual as culturas são, de tal maneira, diversas umas das outras, que não poderia existir entre elas qualquer tipo de comunicação. Estaríamos, assim, perante o reino onde tudo vale, porque tudo é relativo. Este relativismo cultural levado ao exagero pode ser tão pernicioso quanto o etnocentrismo que redunda, a maior parte das vezes, em atitudes xenófobas onde a comunicação com o outro se torna um “diálogo de surdos”.

Assim, concluímos esta nossa breve reflexão sobre a relação entre a realidade da diversidade cultural na escola atual e a necessidade urgente de uma verdadeira prática intercultural (e não meramente multicultural), subscrevendo o que J.F. Lyotard defendeu numa entrevista dada a Nikita Kechikian, em Os filósofos e a educação:

“(...) Nesta perspetiva, se eu devesse atribuir uma finalidade à educação - é uma pura hipótese da minha parte -, seria a de tornar as pessoas mais sensíveis às diferenças, de fazê-las sair do pensamento massificante. É preciso educar, instruir, nutrir o espírito de discernimento, formar para a complexidade.”

Blandina Lopes, profª de Filosofia

ESCOLA SECUNDÁRIA/3 AURÉLIA DE SOUSA

Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto

Telf. 225021773

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FICHA TÉCNICA

Coordenadoras:

Ana Margarida Sottomayor (profª) e Julieta Viegas (profª)

Revisão

Revisão de textos: Ana Margarida Sottomayor Revisão Geral/Equipa Jornalesas

Paginação e Maquetagem: Julieta Viegas (profª)

Capa: Montagem de Carmo Rola (profª) com fotos de Filipa Gomes do 11ºI

Equipa redatorial/outros colaboradores: Ana Amaro, Profª de Português; Ana Isabela Henrique, 9ºD; Ana Luísa Pinho, 8ºD; Ana Magalhães, Profª de Desenho; Ana Margarida Sottomayor, profª de Português; D. Agostinha, Assistente Operacional; António Carvalhal , profº de Desenho; António Rebelo, 7ºB; Beatriz Moura, 8ºC; Blandina Lopes, Profª de Filosofia; Carmo Pires, Professora de História da Arte; Carmo Oliveira, Profª de Português; Carolina Duarte, 12ºA; Carolina Mota, 11ºH; César Fernandes, Profº de Desenho, Daniela Barreira, Profª de Educação Física; Dinis Miranda, 12ºB; Filipa Gomes, do 11ºI ; Guilherme Carvalho, 12ºH; Helena Sampaio, Profª Bibliotecária AEAS; Inês Alexandra, 11ºH; Inês Leitão, 8ºC; Íris Alves, 7ºA; João Pedro Ribeiro, prof. de Biologia e Geologia; José Fernando Ribeiro, Profº de Português; Julieta Viegas, profª de Geografia; Lara, 11ºH; Laura Prata, 9ºD; Lavínia, 11ºH; Leonor Moreira, 12ºB; Liz Ferreira, 12ºH; Madalena Pinto, 7ºC; Manuela Lopes, profª Ciências/Biologia; Sr. Manuel Tinoco, Assistente Operacional; Mara Pereira, 10ºG ; Margarida Martins Carvalho, 7ºD; Maria Antónia Campos, 8ºC; Maria do Carmo Silva, 8ºC; Maria Ferreira, 8ªC; Mariana Calado, 12ºH; Mariana Dias Pinto, 11ºD; Mariana Sousa, 11ºH; Marina Gonçalves, Profº de Biologia/Lugar da Ciência; Matilde Neves Pinto, 11ºD; Matilde, 7ºA; Miguel Camisa, 9ºD; Miguel Feio,7ºC; Miguel Mateus, 7ºC; Natália Monteiro, profª de Português; D. Olinda, Assistente Operacional; Paula Cunha, Professora Coordenadora do PCE; Pedro Martins, 12ºC; Rafaela Lopes, 12ºI; Ricardo, 11ºH; Rita Santos, 7ºA; Rita Silva, 7ºA; Rodrigo, 11ºH; Rúben, 11ºH; Sofia Cardoso, 12ºD e Vera Carminé, 12ºE.

2,00 €

junho 2023

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