Jornal de Abrantes fevereiro 2019

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Ao lado da SAPEC, em frente às bombas combustíveis BP

ENTREVISTA

/ JORNAL DE ABRANTES / Abrantes / Constância / Mação / Sardoal / Vila Nova da Barquinha / Vila de Rei / Diretora Joana Margarida Carvalho FEVEREIRO 2019 / Edição nº 5576 Mensal / ANO 118

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//ESPECIAL GASTRONOMIA

O Bom Sabor da Vida! Págs: 15 a 18

//RESITEJO

Recebe anualmente cerca de 90 mil toneladas de resíduos. Pág 4 e 5

Miguel Pombeiro, secretário executivo da CIM Médio Tejo O responsável traça-nos o ano de 2019 e fala no processo de descentralização de competências.

Pág 20 e 21

CULTURA Casa-Memória de Camões “é uma causa de vidas, não de uma vida só”. Pág. 3

JOST – Orquestra de Jovens Talentosos. Pág 27

INCÊNDIOS Câmara de Mação pondera avançar com ação judicial. Pág 11

DESPORTO Clube Triatlo de Abrantes e Sport Abrantes e Benfica dão cartas. Pág 25 e 26

uma nova forma de comunicar. de todos, para todos. media on. ligados por natureza 241 360 170 . geral@mediaon.com.pt . www.mediaon.com.pt

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Foto: Pérsio Basso


REGIÃO / EDITORIAL /

FOTO OBSERVADOR /

Joana Margarida Carvalho DIRETORA

Noticiar Esta é uma edição em que evocamos o bom sabor da vida. Uma vez mais, percorremos a região e fomos perceber como se confecionam as iguarias mais típicas desta altura do ano, mas não só. Falámos com quem sabe e já tem experiência na matéria, como também fomos ouvir quem se está a lançar e a confecionar produtos gastronómicos inovadores. A poluição no Tejo continua a ensombrar os festivais gastronómicos, mas numa atitude persistente e confiantes de que o rio melhorou, os municípios voltam a promover as mostras gastronómicas e, com isso, a potenciar a pequena economia. Este foi um mês de aprendizagem. Saímos do nosso território e fomos conhecer o local que acolhe o fim de ciclo dos resíduos sólidos urbanos. A Resitejo recebeu o JA e ficámos a conhecer todo o processo vigente, a evolução constante do meio e aquilo a que se aspira para um futuro ambientalmente responsável. A nova travessia sobre o Tejo é um assunto incontornável no que diz respeito ao Eco Parque do Relvão, na medida em que diariamente ali chegam 1100 viaturas pesadas que transitam no meio das localidades e que trazem aquilo que ninguém quer, mas que tem de ser depositado em algum sítio. E por falar naquilo que se quer e naquilo que não se quer, este mês fica marcado pelo arranque da descentralização de competências do Estado para os Municípios. Esta é uma intenção antiga e que este Governo agora inicia com 9 diplomas, que ainda não reúnem aquelas pastas “mais pesadas”, como seja a Saúde ou a Educação. Descentralizar implica meios, recursos humanos e conhecimento para se saber operar no terreno e, por sua vez, prestar o melhor serviço ao cidadão. Assim, cabe ao Governo dar as ferramentas necessárias para que o processo seja profícuo e bem-sucedido. Alguns municípios consideram que este é um processo incontornável e que na prática é o exercício ou a continuidade de muitos serviços que já executavam. Outros não pensam deste modo e rejeitam veemente o processo. Uma coisa é certa, em 2021, não é uma opção, é uma imposição. Posto isto, a reflexão deve estar centrada no benefício que o cidadão vai tirar do processo. Será que os municípios estão preparados para acolher a gestão de áreas fulcrais como a Educação ou a Saúde? A experiência do processo lá fora diz-nos que sim. No entanto, e infelizmente, a nossa experiência cá dentro faz-nos perceber que nem sempre os processos se agilizam e funcionam da melhor forma. Cá estaremos para analisar e acima de tudo para Noticiar.

/ JORNAL DE ABRANTES

Devido aos ventos fortes, a queda de uma árvore provocou danos num veículo ligeiro junto à Escola Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes, no dia 1 de fevereiro. Os bombeiros e sapadores foram chamados ao local do incidente para removerem as restantes árvores que poderiam causar perigo para a população. Inês Mariano, coordenadora operacional municipal de Proteção Civil, explicou o abatimento das restantes árvores, justificando que as mesmas “mostram alguns sinais de estarem debilitadas e é uma questão de prevenção”.

Abrantes acolhe este ano a centenária Feira de São Matias entre os dias 15 de fevereiro e 10 de março, na margem sul do Aquapolis, em Rossio ao Sul do Tejo. O calendário nacional das feiras tradicionais inicia-se em Abrantes, com a realização da Feira de S. Matias que se mostra aos visitantes com as habituais atrações: divertimentos; espaços com jogos eletrónicos; cutelaria; cestaria; loiças de barro; moveis; quinquilharia; bares; roulottes de farturas; pipocas e algodão doce, entre outras.

PERFIL /

/ Ana Lúcia Pombo Pires

Desempregada

Idade 26

Uma música Fado Loucura – Sou do Fado

Naturalidade / Residência Abrantes

Um livro Anjos e Demónios, de Dan Brown

Um filme “A vida é bela”, de Roberto Benigni. Um filme italiano de 1997, do género comédia dramática. Ganhou três óscares: melhor filme estrangeiro, melhor ator e melhor banda sonora.

Um país para visitar Itália. Mas adorava conhecer um pouco de cada país.

Uma viagem que marcou Madeira Um momento importante O lançamento do meu 1º trabalho discográfico “Fado Traçado” no passado dia 26 de janeiro, em Abrantes . Um momento que nunca irei esquecer. Um recanto diferente na região Gosto muito da Zona Ribeirinha de Constância

ja

Nélio Dias

Se fosse presidente Câmara o que faria? Ouvia a voz dos munícipes e faria o possível e o impossível para que ninguém ficasse mal. Tentaria ser o mais justa possível com todos. O que mais e menos gosta na sua localidade? O que mais gosto são as paisagens, principalmente a vista do Castelo para o rio Tejo. O que menos gosto é de ver certas zonas que estão ao abandono e que podiam ser tão bem aproveitadas para variadíssimas atividades.

FICHA TÉCNICA Direção Geral/Departamento Financeiro Luís Nuno Ablú Dias, 241 360 170, luisabludias@mediaon.com.pt. Diretora Joana Margarida Carvalho (CP.9319), joanamargaridacarvalho@mediaon.com.pt, Telem: 962 108 759. Redação Patrícia Seixas (CP.6127), patriciaseixas@mediaon.com.pt Telem: 962 109 924. Colaboradores André Lopes, Carlos Serrano, José Martinho Gaspar, Paulo Delgado, Teresa Aparício, Paula Gil, Manuel Traquina. Cronistas Alves Jana e Nuno Alves. Departamento Comercial. comercial@mediaon.com.pt. Design gráfico e paginação João Pereira. Sede do Impressor Unipress Centro Gráfico, Lda. Travessa Anselmo Braancamp 220, 4410-359 Arcozelo Vila Nova de Gaia. Contactos 241 360 170 | 962 108 759 | 962 109 924. geral@mediaon.com.pt. Sede do editor e sede da redação Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Editora e proprietária Media On - Comunicação Social, Lda., Capital Social: 50.000 euros, Nº Contribuinte: 505 500 094. Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65, 2204-909 Abrantes. Detentores do capital social Nov Comunicação SGPS, S.A. 80% e Empresa Jornalística Região de Leiria, Lda. 20% Gerência Luís Nuno Ablú Dias e Francisco Rebelo dos Santos. Tiragem 15.000 exemplares. Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo ERC 100783. Estatuto do Jornal de Abrantes disponível em www.jornaldeabrantes.pt. RECEBA COMODAMENTE O JORNAL DE ABRANTES EM SUA CASA POR APENAS 10 EUROS (CUSTOS DE ENVIO) IBAN: PT50003600599910009326567. Membro de:

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JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2019


ENTREVISTA / //ANTÓNIO MATIAS COELHO

Casa-Memória de Camões “é uma causa de vidas, não de uma vida só” Qual é a função da Associação Casa-Memória de Camões?

A Associação é herdeira e depositária de uma herança que foi construída e deixada pela sua fundadora, Manuela de Azevedo, que dedicou metade da sua longa vida, foram cerca de 50 anos, a esta terra e à relação de Camões com Constância. Essa herança consubstancia-se fundamentalmente, em quatro aspetos: três deles têm a ver com os bens patrimoniais que existem em Constância, associados à memória de Camões. São eles o Monumento a Camões, de Lagoa Henriques, que é seguramente o lugar mais visitado da vila, o Jardim-Horto de Camões, desenhado pelo arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, um monumento vivo a Camões e único no seu género em Portugal e a Casa-Memória de Camões, um edifício novo que foi construído sobre as ruínas da casa que o povo diz que acolheu Camões na sua estadia em Punhete, atual Constância. Para além destes três bens patrimoniais associados a Camões, há um outro bem muito importante, que em grande parte se deve a Manuela de Azevedo, que é o reforço da relação afetiva da comunidade de Constância com a memória de Camões. É nossa função fazer com que esta herança se avolume, seja cada vez mais conhecida, a fortifique e que resulte em benefício para Camões, para Constância, para a região e para o país.

A Casa-Memória tem sido um processo difícil...

Esta é uma Casa que foi pensada em grande por Manuela de Azevedo, como tudo o que ela pensou para Constância. Ficou terminada em 2006, num processo que demorou cerca de 20 anos e que foi sendo feito ao ritmo dos financiamentos que a própria Manuela de Azevedo ia conseguindo angariar. Foi sobre as ruínas seiscentistas que se ergueu este enorme edifício de cinco pisos, moderno e funcional, que se desenvolve ao longo da colina. Apesar de estar concluído há 13 anos, nunca foi inaugurado.

E porquê?

Porque não tem conteúdo. Ou melhor, não tem conteúdos bastantes e organizados. Considerando a história que está por baixo deste edifício, considerando a relação de Constância com Camões, que é única no país, considerando o lugar

central que Constância ocupa no território nacional e as excelentes acessibilidades e considerando o nosso próprio empenhamento nesse sentido, esta Casa tem todas as condições para ser a Casa de Camões que Portugal não tem.

Esse facto é uma falha grave na cultura portuguesa, não é?

Nós pensamos que sim. Até porque Portugal tem casas-museu ou memória para grande parte dos seus escritores, poetas e outros ficcionistas mas não tem do seu nome maior que é Camões. Isso é algo incompreensível. Os outros países europeus que têm grandes poetas nacionais, como é o caso da Espanha com Cervantes, a Inglaterra com Shakespeare ou Itália com Dante, todos eles têm a casa do seu poeta. Camões não tem. Portugal não tem. E não tem, podendo ter, porque a casa existe. É uma casa nova que foi construída quase exclusivamente com dinheiros do Estado e que está quase vazia.

Preside à Associação Casa-Memória de Camões e está a iniciar o segundo mandato. A atual direção tomou posse a 19 de janeiro. Não é presidente “por desejo meu” mas porque, em 2016, “se verificou um vazio diretivo”. Percebeu que, ou avançava, ou “caminhar-se-ia no sentido da dissolução. Por outro lado, porque ainda estava viva a nossa fundadora, Manuela de Azevedo, e se ela soubesse que a Associação não lhe tinha sobrevivido, morria mais depressa e morria amargurada”. A Associação Casa-Memória de Camões tem, atualmente, 38 associados.

Tem sido falta de vontade política?

Não sei... é falta de ação e de decisão. É que nem é preciso assim tanto dinheiro. O mais difícil

nisto tudo é a casa e essa já está feita. (…) O Ministério da Cultura já nos prometeu, mas nunca chegou, um documento a reconhecer a importância cultural e a relevância nacional do projeto.

A quem se destina esta Casa-Memória?

A toda a gente. No entanto, nós definimos os públicos que queremos alcançar e que são fundamentalmente quatro: o público local, naturalmente, o público estudante, o público visitante, ou seja, os turistas, e o público entendido, intelectuais e camonistas. E temos pisos que podemos definir para cada tipo de público.

Gostava de ver este projeto concluído e inaugurado no seu mandato?

Eu gostava de ter vida suficiente para ver mas eu tenho 61 anos.

Não acredita?

Sou realista. Esta Casa já teve

três presidentes, Manuela de Azevedo, Ana Maria Dias e eu. E sei que esta é uma causa de vidas, não de uma vida só. Manuela de Azevedo dedicou-lhe metade da sua vida, mas ela viveu 105 anos, que é coisa que eu não irei viver. Esta Casa e esta Associação têm sido processos difíceis. A construção da Casa foi o que foi e este processo da abertura da Casa-Memória, esperando eu que não seja nenhuma eternidade, não sou inocente ao ponto de pensar que se estala um dedo e acontece. Mas também lhe posso dizer que, há dois anos e oito meses quando tomei posse pela primeira vez, eu tinha a expetativa de que em janeiro de 2019, isto estaria muito mais adiantado do que efetivamente está. Andámos aqui a marcar passo, confiantes num conjunto de promessas. E como diz o nosso povo, prometer custa pouco e faltar ainda custa menos. Patrícia Seixas

Fevereiro 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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REPORTAGEM / / Diamantino Duarte está na liderança da Resitejo quase desde o seu início.

//RESITEJO

“O grande desafio dos próximos 4 anos é a recolha porta a porta” /É o maior empregador do concelho da Chamusca. /A Resitejo – Associação de Gestão e Tratamento dos Lixos do Médio Tejo - emprega 298 colaboradores. /Apresenta um orçamento anual de 13 milhões de euros (ME) e uma faturação de cerca de 9 ME.

É

no Eco Parque do Relvão que desde 1996 receciona as cerca de 90 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos, produzidos pelos 209.587 habitantes de Alcanena, Chamusca, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Golegã, Santarém, Tomar, Torres Novas e VN da Barquinha. Diamantino Duarte, 62 anos, natural de Santarém, está na liderança da Resitejo quase desde o seu início. O gestor é do tempo em que o tratamento de resíduos era bastante retrógrado. Hoje, considera que muito já se evoluiu, mas ainda há muito por onde crescer.

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Em entrevista ao Jornal de Abrantes, começa por recuar na história e recorda que o processo da constituição deste tipo de entidades surge na década de 90. “Nos anos 90, o país iniciou um processo que se destinava a erradicar todas as lixeiras que existiam. Até à entrada de António Guterres, o país não tinha tratamento de resíduos e eu ainda sou do tempo em que a recolha era feita de carroça”. Mais tarde, “os resíduos começaram a ser recolhidos e eram colocados em lixeiras. Nesses locais, as lixeiras ardiam noite e dia. Era o caso de algumas zonas junto ao Tejo que ardiam e que libertavam uma série de

JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2019

problemas. Outros resíduos eram colocados em terrenos das Câmaras, alguns em leitos de cheia”. “Nos anos 90, o Governo com o apoio da Comunidade Europeia lançou um projeto para a erradicação das lixeiras e que se destinava à construção de aterros. Foi neste sentido, que os Municípios criaram os Sistemas de Tratamento de Gestão de Resíduos Urbanos”, conta Diamantino. “No distrito de Santarém, como é normal, cada um criou a sua capelinha e criaram-se três sistemas: a Eco Lezíria a Sul, a Resitejo que ficou aqui no meio com nove Municípios e com a adesão mais tarde de Santarém, e

a Norte os municípios constituíram outro sistema”, aludiu. Hoje em dia, a Resitejo recebe anualmente cerca de 76 mil toneladas de resíduos urbanos indiferenciados e cerca de 10 mil toneladas de seletivos, ou seja, aqueles lixos que são colocados nos ecopontos. Distribuída por 32 hectares, a Resitejo tem evoluído e acompanhado a tendência dos tempos. Em 1999, inaugurou a sua célula de reposição de resíduos e em 2004 passou a ter uma rede de recolha seletiva. Atualmente, é detentora de uma matriz de infraestruturas distribuída por várias instalações, equipamentos mecânicos, reci-


REPORTAGEM / 95% dos resíduos, o que é muito bom. Infelizmente, hoje não conseguimos isso, porque o mercado não os absorve”. No que diz respeito ao lixo que é separado nos ecopontos, Diamantino Duarte afirmou que a recolha é feita, exclusivamente, pela Resitejo. “Nós temos uma rede de um ecoponto para 120 habitantes. Os resíduos vêm diretamente para a estação de triagem. Na estação de triagem são separados e tratados para seguirem em condições para os retomadores”, afirmou.

E o vidro? “Esse é o único produto que as pessoas colocam no ecoponto e não tem qualquer tratamento porque quando chega aqui é armazenado e mandamos para o retomador. Quando as pessoas não fazem a devida reciclagem do vidro, estão-se a prejudicar duas vezes. Estão a prejudicar o ambiente e estão a pagar mais, porque quando põem vidro dentro do contentor verde aumentam a quantidade de peso pago pelas Câmaras”.

A nova ponte “deve ser vista no âmbito regional e deve servir os interesses ambientais”.

/ A Resitejo recebe anualmente cerca de 76 mil toneladas de resíduos urbanos indiferenciados e cerca de 10 mil toneladas de seletivos.

pientes e recursos humanos que durante os 365 dias laboram para assegurar o conforto e a segurança dos cidadãos da região. O objetivo passa por garantir a recolha, o transporte, o tratamento e a valorização dos resíduos sólidos urbanos, tal como explicou Diamantino Duarte: “Em cada um dos concelhos, a Resitejo tem um centro de recolha onde os municípios entregam os seus resíduos. A partir daí, a Resitejo faz o seu transporte e o seu tratamento”. “Até 2014, os resíduos iam na totalidade para aterro sanitário. Em 2013, a Resitejo iniciou a construção de uma unidade de tratamento mecânico onde os resíduos são co-

locados e tratados. Os resíduos entram nessa unidade e, depois, são separados em 3 ou 4 categorias para serem aproveitados”, referiu. “Naquela unidade, retiramos plásticos para reciclagem, retiramos matéria orgânica para composto para a agricultura e para a silvicultura e retiramos alguma parte dos plásticos e de outros materiais que não podem ser aproveitados na reciclagem e que são para combustível e para as sementeiras”, acrescentou. Hoje em dia, ainda há uma parte dos resíduos que “vai para aterro, que são aqueles que não se conseguem mesmo aproveitar. A unidade está preparada para recuperar 90 a

Ao longo dos anos, a Resitejo tem atuado ao nível da sensibilização ambiental. O trabalho tem incidido nas escolas e junto das crianças. Quanto a projetos, Diamantino Duarte refere que a Resitejo está a desenvolver um trabalho em parceria com as grandes superfícies onde nos locais há um ponto de sensibilização. De seguida, está a desenvolver um trabalho de recolha porta a porta, que nos últimos três anos tem-se dedicado ao comércio local. “Temos uma equipa que contacta diretamente os estabelecimentos e onde convidamos o pequeno empresário a aderir à nossa recolha. Na prática, passamos todas as semanas e fazemos nós a recolha dos cartões e plásticos em vez de ser o empresário a deslocar-se ao ecoponto. Assim, para além de sensibilizarmos para a separação, estamos a garantir mais espaço nos ecopontos para o cidadão comum”, vincou. Sobre a sensibilização ambiental, o responsável considera que “ainda há um longo caminho a percorrer. É verdade que ainda estamos longe de cumprirmos as nossas metas ambientais, mas não podemos ter dúvidas, que em pouco tempo, muito crescemos a este nível”.

RSTJ – Gestão e Tratamento de Resíduos é uma realidade em março Por imposição legal, uma empresa intermunicipal vai suceder à Resitejo. A partir do próximo mês de março, a Resitejo vai passar a chamar-se RSTJ – Gestão e Tratamento de Resíduos. Segundo o Diamantino Duarte, nada se altera, apenas o regime jurídico e o nome da empresa O gestor explicou que a mudança surge para que seja possível cumprir a legislação em vigor uma vez que o Governo fez alterações legislativas no caso das Associações, como é a Resitejo. “Nós tínhamos dois caminhos: ou nos constituíamos enquanto Associação de Municípios de fins específicos ou constituímos uma empresa intermunicipal e foi o que fizemos”. Questionado sobre a nova ponte sobre o Tejo e sobre as implicações que a nova travessia poderá ter para a Resitejo, Diamantino Duarte afirmou que a nova ponte “deve ser vista no âmbito regional e deve servir os interesses ambientais”. “É fundamental uma nova travessia e é fundamental concluir o IC13. Onde fica a nova travessia a mim pouco me preocupa, agora deve ser prevista para fazer a ligação à A13 e à A23”, considerou. Diamantino recordou que um dos maiores problemas ambientais em termos de transportes está localizado na nossa região. “É preciso lembrar que neste espaço está sediado um aterro de resíduos urbanos e indústrias, duas unidades de resíduos perigosos e duas incineradoras de resíduos hospitalares. Convergem do país para o Eco-Parque quase todos os resíduos perigosos e estão a passar por aqui diariamente cerca de 1100 viaturas”. “Devido a esta realidade, as viaturas estão neste momento a passar dentro das localidades, logo, a nova travessia não se pode dissociar desta realidade”, fez notar. Quanto a objetivos futuros para a Resitejo, o gestor disse querer continuar a encontrar no mercado soluções que acolham os resíduos que podem ser valorizados. Depois, a Resitejo quer apostar no escoamento do composto já produzido para agricultores e produtores florestais. “O ano passado obtivemos a licença e já estamos a trabalhar com alguns produtores florestais para que eles comecem a utilizar o nosso composto”. Depois, “o grande desafio dos próximos 4 anos é a recolha porta a porta. Este ano, queremos chegar pelo menos a seis municípios. Vamos fazer o serviço sobretudo nas zonas urbanas e vamos arrancar durante este primeiro semestre na Chamusca e de seguida em Constância, VN da Barquinha, Ferreira do Zêzere e Golegã”, avançou. Diamantino Duarte explicou que cada casa vai receber um mini ecoponto e a determinado dia, a recolha é efetuada pela Resitejo. “O objetivo é até 2020 atingir os 10 concelhos o que se pressupõe que se duplique a quantidade de resíduos seletivos, ou seja, passarmos das 10 mil toneladas para 20 mil. Este objetivo tem grande vantagens, aumenta-nos a receita e diminui a quantidade de resíduos indiferenciados que estamos a receber”, rematou. Joana Margarida Carvalho

Fevereiro 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Abrantes

Câmara assume Transferência de Competências. Oposição discorda do processo A Transferência de Competências para os órgãos municipais foi no dia 25 de janeiro tema central na reunião de Câmara Municipal de Abrantes (CMA). As posições divergem. No entendimento da maioria PS, a Câmara de Abrantes assume todas as condições para assumir os nove diplomas previstos a transferir. Já Armindo Silveira (BE) e Rui Santos (PSD) não se revêm na posição da maioria socialista. À margem da reunião, a autarca abrantina vincou que “as competências já são do Município de Abrantes” desde o dia 1 de janeiro e que os “diplomas não implicam um aumento de pessoal, nem de despesa, permitindo uma receita adicional e permitindo, essencialmente, um melhor serviço ao cidadão”. “É isto que nos leva a assumir imediatamente as competências, não deixando para o final deste mandato autárquico até porque queremos afinar os serviços, no sentido de melhorar a sua melhor eficácia e eficiência”, aludiu. “O Município não vai fazer nada, que já não faça”, vincou Maria do Céu Albuquerque, explicando que “de acordo com os diplomas, o Município passa a ser exercer as competências automaticamente a não ser que não queira. Não queira por não ter garantidas as condições para esse exercício e tem 60 dias para dar conta disso mesmo à Administração Central. Esse exercício pode acontecer até 2020 ou até 2021 no limite”. Na reunião de Câmara, Armindo Silveira, vereador do BE, começou por lamentar que o assunto só tenha chegado aos vereadores da oposição nesta fase e que até foi apanhado “de surpresa”. E lembrou que a descentralização vai implicar “uma remodelação das responsabilidades da Câmara Municipal”. De seguida, disse que “a posição

Loja do Cidadão entrou em funcionamento A Loja do Cidadão abriu no dia 28 de janeiro.

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/ “O Município não vai fazer nada, que já não faça”, vincou Maria do Céu Albuquerque do BE é clara em relação a esta matéria. Votou contra na Assembleia da República e tem vindo a denunciar a forma como o processo tem vindo a ser conduzido”. Já Rui Santos, vereador do PSD, apresentou uma declaração política onde considerou que “ao fim de três anos, a verdadeira descentralização de competências é uma miragem e poderá sê-lo até ao final da legislatura”. Referiu ainda que “o PSD sempre afirmou no Parlamento e fora

dele que descentralizar competências no poder local é um ato de inteligência, mas descentralizar sem financiar as competências transferidas não passa de uma fraude política”. Nesta fase, os Municípios vão deliberar para receber competências nas áreas da Justiça, Praias Fluviais, Habitação, Estruturas de Atendimento ao Cidadão (Espaços/Loja do Cidadão), Património Imobiliário Público, Vias de Comunicação, Bombeiros, Regulação,

A Loja do Cidadão está instalada no piso superior ao atual edifício da Unidade de Saúde Familiar D. Francisco de Almeida, em pleno centro histórico. Numa área de 700 metros quadrados, o novo equipamento juntará vários serviços – Finanças; Instituto da Segurança Social; balcão da CMA; balcão dos SMA; Centro de Informação Autárquico ao Consumidor; Espaço Cidadão (atendimento digital assistido no acesso aos serviços do Estado,

com recurso à internet), entre outros. Recorde-se que em outubro de 2016, o Município de Abrantes e a Agência para a Modernização Administrativa [AMA] assinaram um protocolo de colaboração que assegurou as condições para a instalação e gestão da Loja do Cidadão de Abrantes com o propósito de oferecer aos cidadãos uma maior proximidade à oferta de serviços públicos, concentrados num único espaço.

JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2019

fiscalização do estacionamento nas vias e espaços públicos e no domínio da autorização de exploração das modalidades afins de Jogos de Fortuna ou Azar e outras formas de jogo. Após a discussão do assunto, passou-se à votação da transferência de competências para a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) na medida em que a transferência para Autarquia não foi submetida a votação, tendo sido trazida à reunião somente para

conhecimento. Neste ponto da descentralização de competências para a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, Rui Santos absteve-se e Armindo Silveira votou contra, tendo o ponto sido aprovado por maioria. A transferência de competências para a Comunidade Intermunicipal irá ser agora submetida à próxima Assembleia Municipal. Joana Margarida Carvalho (Artigo relacionado na página 21)


REGIÃO / Abrantes

Unidade de Saúde Familiar de Rossio abriu no dia 1 de fevereiro Patrícia Seixas

A Unidade de Saúde Familiar (USF) de Rossio ao Sul do Tejo entrou em funcionamento no dia 1 de fevereiro. Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, na reunião do executivo camarário, confirmou que já há uma equipa constituída com enfermeiros, administrativos e três médicos. A nova USF representou um investimento de cerca de 307 mil euros, acrescido IVA à taxa legal em vigor. A construção deste equipamento de saúde, com capacidade para 5.000 utentes, foi realizada pela Câmara Municipal de Abrantes em colaboração com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, I.P. (ARSLVT), com financiamento dos investimentos territoriais integrados (ITI). Para a construção da USF de Rossio ao Sul do Tejo foi “necessário identificar um número de utentes suficiente e esse número

vai implicar não só a população de Rossio, mas de outras populações”, salientou. Assim, em colaboração com o ACES do Médio Tejo e com os profissionais de saúde, o Município quer “garantir que nos locais onde existem extensões de saúde, como é caso de Tramagal, Bemposta, Alvega, etc, o serviço possa contar com os profissionais que vão integrar a nova USF”. Por outro lado, através do Transporte a Pedido, o Município quer assegurar que os utentes possam ser transportados para as extensões das suas localidades e nos dias em que não há atendimento nos locais, estes utentes possam recorrer à USF de Rossio ao Sul do Tejo. A USF de Rossio ao Sul do Tejo é constituída por antecâmara, sala de espera, sala de espera infantil, instalações sanitárias para utentes e para funcionários, salas para tratamentos, gabinete de enfermagem, gabinetes de consulta, receção/secretaria/arquivo, sala de delegado de informação médica, sala de reuniões/sala de pausa, apoio informático, depósito de material de consumo, depósito de material terapêutico, depósito de lixo, áreas técnicas, pátio para utentes, pátios e acesso de utentes. Joana Margarida Carvalho PUBLICIDADE

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Fevereiro 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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REGIÃO / Abrantes Rotary Club presta homenagem a Fernando Correia O Rotary Club de Abrantes homenageou no dia 29 de janeiro, o chef Fernando Correia, da Pastelaria Tágide Gourmet, de Rossio ao Sul do Tejo. Numa cerimónia que juntou rotários, amigos, familiares e personalidades nacionais e regionais, o momento prendeu-se com a realização de uma atividade do Rotary, que tem como objetivo exaltar o profissional do ano. Esta não foi a primeira distinção atribuída a Fernando Correia. O chef já recebeu vários prémios e distinções nacionais e internacionais, mas esta por ser na sua terra teve “um sabor especial”. “É a minha terra e faz todo o sentido (…) Eu tenho puxado por Abrantes em qualquer sítio onde vou, nomeadamente, na doçaria nacional e internacional e faço sempre questão de ter na mesa a doçaria de Abrantes”, começou por dizer. Visivelmente orgulhoso, lembrou que são “27 anos de pastelaria e de formação. E é sempre bom sermos homenageados ou recebermos prémios”.

“Felizmente, temos já 9 ou 10 prémios, mas nunca nenhum prémio de distinção em Abrantes”. Portanto, “é um reconhecimento e é um estímulo, porque neste tipo de vida temos que apresentar sempre coisas novas e temos que andar à altura do mercado”, fez notar. Presente no momento esteve o chef Luís Sottomayor, o presidente da Master Chef Portugal, o chef Luís Alves e o chef José Luís, que recentemente esteve com Fernando Correia num evento na Polónia, onde a troca de experiências com chefs internacionais foi uma constante. Questionado sobre o novo conceito da Pastelaria Tágide, Fernando Correia disse de forma vincada que o espaço “está bem e recomenda-se. É uma fase de transição. Agora, temos a Tágide Gourmet e a próxima fase, dentro de um ano ou talvez menos, vai ser a padaria diária”. “Vamos ter padaria com pão biológico. Depois, irei pensar em arranjar outro espaço de venda apenas, mas como o objetivo é uma coisa tradicional, quero manter todas as

/ Fernando Correia e Júlio Miguel diretrizes, inovando um bocadinho e ir apresentando novos produtos”, explicou. Fernando Correia lembrou que a Pastelaria Tágide Gourmet lançou “o gelado Palha de Abrantes. Este ano, vamos lançar o bombom Palha de Abrantes e tenho uma série de produtos derivados da Palha de Abrantes, que têm sido um sucesso e que são uma marca da Tágide”. Em entrevista ao JA Júlio Miguel, presidente do Rotary Club de Abrantes, explicou que “no mundo inteiro, o mês dos serviços profis-

sionais, que é o mês de janeiro, todos os clubes rotários, mesmo os que têm muito poucas atividades, realizam esta ação”. O motivo, prende-se pelo facto de o Club ser constituído por profissionais que homenagem um profissional e o objetivo passa por “tentar encontrar uma pessoa da nossa comunidade, que reúna os critérios que nós entendemos, que sejam critérios válidos, que seja uma pessoa conhecida, que seja uma pessoa poética e moralmente responsável”, salientou.

Quanto à escolha deste ano, Júlio Miguel referiu tratar-se de um “homenageado relativamente novo”, mas já com “uma carreira feita”, que continua a ter “um potencial muito grande à frente dele ainda pela idade que tem”. “Também outro motivo, é o facto do chef Fernando Correia ser um embaixador da nossa zona, com os doces tradicionais e com os doces regionais, principalmente, na pastelaria Tágide de Gourmet”, rematou. Joana Margarida Carvalho

“O Meu Escritório é lá Fora” volta a ganhar prémio de “Blog de Viagens Mais Popular” “Adivinhem quem acabou de vencer o prémio de “Blog de Viagens Mais Popular 2019”? Sim, foi o O Meu Escritório é lá Fora”. Foi desta forma que Carlos Bernardo anunciou, no dia 4 de janeiro, nas redes sociais mais esta vitória na FITUR – Feira Internacional de Turismo, em Madrid. O ano de 2019 não podia ter começado da melhor forma “por todas as razões”. “A minha filha faz hoje cinco meses, e essa é sempre a principal razão, mas também por ganhar mais este prémio na FITUR que é sempre um prémio muito importante e um reconforto para o meu trabalho”, afirma o blogger. “Juro, não estava de todo à espera”, confessa. “Existia muita gente a concurso, dava para ver os votos e eu não estava à frente. Mas parece que houve uma recontagem, validaram todos os votos e fui eu que tive mais”. No final do mês, Carlos Bernardo irá regressar a Madrid para receber o prémio, “mais uma vez com muito orgulho e a elevar esta

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/ Carlos Bernardo espera que esta história [do blog] “seja imortal” terra e estas pessoas comigo e eu acho que é mesmo isso que faz a diferença nesta coisa das votações, que felizmente tenho ganho tantas”, confessa. Carlos Bernardo adianta que “apesar de viver numa era digital e o meu trabalho ser todo online, também acabo por ser uma pessoa

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muito offline. Ou seja, tenho muitos amigos e o que mais gosto de fazer é estar realmente com pessoas. Isto passa para o online e faz de mim, não digo melhor ou especial, mas diferente”. “Todas as minhas histórias são quase sempre sobre pessoas e a minha relação com elas pois o mundo

é feito de emoções e isso faz a diferença em tudo, também na parte do turismo”, acrescenta. Quanto ao futuro d’ «O Meu Escritório é lá Fora», Carlos Bernardo espera que esta história “seja imortal”. “Que siga até para além de mim. Pelo menos, enquanto eu viver, ela vai existir pois é muito

mais do que um Blog, é o meu projeto de vida que, por acaso, tem um blog com o mesmo nome. Daqui a 10 anos o blog pode até não existir mas vão existir certamente outras coisas relacionadas”. Carlos Bernardo adianta mesmo que “já este ano vão surgir uma pilha de novidades do projeto «O Meu Escritório é lá Fora» mas não do blog, apesar desse continuar e cada vez com melhores perspetivas”. E as novidades já começaram a surgir. Desde a realização de um workshop sobre “Gestão de Redes Sociais e Estratégia Online para Pequenas Empresas”, a realizar no Parque Tejo, em Rossio ao Sul do Tejo, dia 13 de fevereiro, a um workshop sobre “Construção e Estratégia de um Blog”, a ter lugar no mesmo local, nos dias 16 e 17 de fevereiro. Para além disto, Carlos Bernardo também procura um tradutor e um filmmaker. Aguardam-se pelas novidades. Patrícia Seixas


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REGIÃO / Vila de Rei

Transferência de competências para a Autarquia aprovadas por unanimidade O Executivo da Câmara Municipal de Vila de Rei aprovou, por unanimidade, a Lei-quadro da transferência de competências para as autarquias locais. Foram nove os diplomas aprovados, no dia 18 de janeiro, sendo que ainda irão “sair mais dois ou três”, afirmou o presidente da Câmara Municipal, Ricardo Aires, adiantando que “seria uma incoerência da nossa parte não aceitar pois há muitos anos que defendemos a descentralização”, No entanto, referiu o presidente, “eu gostava que fosse uma descentralização a sério e não está a ser”. Ricardo Aires justifica, dizendo que, “neste momento, o Governo diz que é a possível, mas espero que nos próximos anos seja, efetivamente, uma descentralização séria”. O autarca falou de uma “descentralização política” pois “o que está publicado em Diário da República, e se lerem bem, verificam que a maioria das competências que nos estão a dar, já nós fazemos com os nossos gabinetes”. A Câmara Municipal de Vila de Rei aprovou então as competências “no domínio da gestão das praias marítimas, fluviais e lacustres integradas no domínio público hídrico do Estado; no domínio da autorização de exploração das modalidades afins de jogos de fortuna ou azar e outras formas de jogo, nomeadamente rifas, tômbolas, sorteios, concursos publicitários, concursos de conhecimentos e passatempos; no domínio das vias de comunicação; no domínio da Justiça (município ao nível da rede dos Julgados de Paz); no âmbito do apoio às equipas de intervenção permanente das Associações de Bombeiros Voluntários; ao nível

/ “A maioria das competências que nos estão a dar, já nós fazemos com os nossos gabinetes” - Ricardo Aires das estruturas de atendimento ao cidadão mais concretamente no que concerne à Instalação e a gestão de Lojas de Cidadão e de Espaços Cidadão, Instituição e gestão dos Gabinetes de Apoio aos Emigrantes e Instituição e gestão dos Centros Locais de Apoio e Integração de Migrantes; no âmbito da habitação, mais concretamente ao nível da gestão de programas de apoio ao arrendamento urbano e à reabilitação urbana (dependente ainda de futura publicação de legislação que estabeleça os termos em que será concretizada

a referida gestão) bem como a gestão dos bens imóveis destinados a habitação social que integram o parque habitacional da administração direta e indireta do Estado; no domínio da gestão do património imobiliário público; no domínio da regulação, fiscalização, (incluindo a instrução e decisão contraordenacional) do estacionamento nas vias e espaços públicos, dentro das localidades, para além dos destinados a parques ou zonas de estacionamento, quer fora das localidades, neste caso desde que estejam sob jurisdição municipal”.

Borda da Ribeira recebeu o “Festival do Almeirão, Azeite Novo e Pão Caseiro” A A.D.R.C. Borda da Ribeira, Louriceira e Marmoural, com o apoio dos Município de Vila de Rei e Mação, Junta de Freguesia de Vila de Rei e União de Freguesias de Mação, Penhascoso e Aboboreira, organizou, no dia 27 de janeiro, a primeira edição do “Festival do Almeirão, Azeite Novo e Pão Caseiro”. A iniciativa contou com uma grande adesão, com a organização a contabilizar a presença de mais

de 350 pessoas, que, entre as 12h00 e as 16h00 horas, tiveram a oportunidade de degustar um Menu Buffet com direito a Sopa de Almeirão e a diversos pratos (carne, peixe e grelhados) onde o almeirão era o acompanhamento de excelência. O presidente da Autarquia vilarregense, Ricardo Aires, marcou igualmente presença no evento e afirmou que “a importância e o papel das nossas Associações na nossa comunidade ficou, uma vez

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mais, comprovada com a realização deste Festival do ‘Almeirão, Azeite Novo e Pão Caseiro’. Por sua vez, o presidente da ADRC Borda da Ribeira, Louriceira e Marmoural, Bruno Fernandes, aproveitou para “agradecer a todas as pessoas que colaboraram na organização do evento e contribuíram para o seu sucesso”, deixando a indicação que “será um evento que se repetirá no futuro, com novas edições”.

“Politicamente falando”, acrescentou Ricardo Aires, “estas competências já estão implementadas desde dia 1 de janeiro de 2019 e temos dois anos para dizer que sim ou que não. Considero que isto não deveria ser assim, que deveriam ser os Municípios a dizer se se estão a adaptar ou não às competências que o Governo pôs em cima da mesa. E o que se está a passar é que este Governo socialista está a impor às Autarquias”. Ricardo Aires reforçou a confiança na descentralização porque, como referiu, “também nos cabe

ajudar o Governo central para que as políticas sejam mais próximas dos cidadãos e, se essas políticas estiverem nos municípios, irá haver uma maior proximidade entre o cidadão e o poder. Vai ser mais fácil para as pessoas”. Relativamente à questão financeira, o presidente da Câmara explicou que “não há verbas a serem transferidas. O que poderá acontecer é que vamos passar a ter Regulamentos Municipais que poderão trazer alguma receita, caso a Câmara diga que este ou aquele serviço tenha uma taxa. Antigamente, ia para o Governo central, agora pode ficar no Governo Municipal. Cabe à Autarquia definir se vai ou não criar receita com esses ditos serviços”. Considera assim a Câmara Municipal que “apesar da prerrogativa de não aceitação no ano de 2019 de alguma ou totalidade das competências preconizadas na Lei-quadro da transferência de competências para as autarquias locais e para as entidades intermunicipais, em 2020 tais competências considerar-se-ão como transferidas” e que “a autarquia assegura desde muito antes do dia 1 de janeiro de 2019 a maioria da matéria prevista nos diplomas sectoriais entretanto publicados e antes enunciados”. Como tal, considera a Câmara Municipal de Vila de Rei “não existirem razões que fundamentem uma não aceitação das competências transferidas, pelo que as mesmas se poderão considerar como efetivamente aceites”. A proposta vai agora ser remetida a discussão e aprovação da Assembleia Municipal, a realizar durante o mês de fevereiro. Patrícia Seixas CM de Vila de Rei


REGIÃO / Mação //RELATÓRIO DO INQUÉRITO DA IGAI

Câmara de Mação pondera avançar com ação judicial “Quero a este propósito dizer que o primeiro ato que terei após esta instalação será a assinatura, para posterior envio `da participação à Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) com os factos que no nosso entender devem ser esclarecidos relativamente aquele incêndio. Não desistiremos do apuramento da verdade em relação a este assunto. Foi esse o nosso compromisso desde a primeira hora e não descansaremos até que as responsabilidades, inclusive desta Autarquia, sejam apuradas”. Foram estas as palavras de compromisso com que Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, iniciou a conferência de imprensa a 31 de janeiro. Recordou a promessa que fez aquando da tomada de posse do seu segundo mandato, logo após os incêndios de 2017 que devastaram o concelho e onde dava conta da desconfiança

na deficiente gestão dos meios no incêndio de julho. Comprovadas as desconfianças agora com o relatório da IGAI, Vasco Estrela fala de “um dia triste”, mas de algum consolo, pois “é feita alguma justiça à Câmara Municipal de Mação, aos seus eleitos locais mas, em particular, à população do concelho. Consolo este que, contudo, não apaga nem nunca apagará aquilo que nos fizeram”. O presidente da Câmara de Mação voltou a falar da injustiça de que o concelho foi vítima na altura “e da qual ainda continua a ser”, referindo-se aos apoios do Estado. Vasco Estrela afirmou mesmo que “os meios do Estado ajudaram uns em prejuízo de outros” e referiu-se, pela primeira vez, ao ex-Comandante Nacional da Proteção Civil, Rui Esteves. “Posto isto, a Câmara Municipal

de Mação reserva-se no direito de ponderar (…) intentar uma ação judicial. Tendo eu o compromisso que tenho para com os cidadãos do concelho de Mação”, avançou o autarca, vai “agir judicialmente e exigir o apuramento e ressarcimento de todas as responsabilidades”, afirmou Vasco Estrela. A IGAI considerou haver “matéria justificativa de instauração de processo disciplinar” relativamente

ao então comandante operacional nacional Rui Esteves, mas tal não poderá ocorrer por este ter cessado funções na ANPC em 14 de setembro de 2017 e não deter atualmente qualquer vínculo público. No entanto, o ministro Eduardo Cabrita determinou que deve ser dado conhecimento das conclusões e das propostas do relatório da IGAI à Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, onde Rui Esteves exer-

ce atualmente funções. Vasco Estrela explicou ainda que este relatório irá juntar-se aos processos “que neste momento correm contra o Estado, relativamente aos apoios porque vem reforçar a tese por nós descrita naqueles relatórios de que o Município de Mação, o concelho e a população, têm sido prejudicados grandemente ao longo deste tempo e por muitos e longos anos”.

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REGIÃO / Mação

Abastecimento de água e saneamento de Ortiga representam perto de 1,5 ME

/ Carlos Martins, José Manuel Sardinha e Vasco Estrela

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O Salão Nobre dos Paços do Concelho de Mação acolheu no dia 24 de janeiro a assinatura do contrato da empreitada de “Beneficiação dos Sistemas Autónomos para a garantia da qualidade da água” em Ortiga, Mação. O evento contou com a presença de Carlos Martins, Secretário de Estado do Ambiente, Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação e José Manuel Sardinha, presidente da Águas do Vale do Tejo, empresa responsável pela intervenção. A empreitada, adjudicada por 640 mil euros, pretende assegurar a reabilitação do sistema de abastecimento de água potável a Ortiga, a partir da remodelação geral das infraestruturas existentes, em concreto das condutas adutoras e reservatórios. Outro momento que marcou a tarde em Mação, foi o pré-arranque da ETAR de Ortiga. Uma intervenção também da responsabilidade da Águas do Vale do Tejo, que representou um investimento de cerca de 594 mil euros. “Hoje é um dia importante, que marcará o início da construção de mais um investimento da empresa Águas do Vale do Tejo no concelho de Mação para a melhoria da qualidade da água na freguesia de Ortiga e também marcará o início do pré-arranque da sua ETAR”, começou por dizer o presidente da Câmara. Vasco Estrela referiu que se tratam de “dois investimentos com significado, que no seu conjunto chegam perto de 1,5 ME e que é o concretizar daquilo que está previsto no contrato de concessão estabelecido entre o Município e a Águas do Vale do Tejo”. O autarca maçaense lembrou que desde 2010, a Águas do Vale do Tejo “já investiu no concelho perto de 8ME”, sendo este “um valor significativo, com importância e que demonstra as necessidades que o concelho de Mação tem no abastecimento de água e no saneamento”. Contudo, o presidente recordou que ao longo destes anos, os munícipes de Mação “já contribuíram em termos líquidos para esta empresa com um valor superior a 4ME”. Vasco Estrela salientou ainda que “há muito a fazer no concelho, nomeadamente, nas infraestruturas ligadas ao saneamento”. “Sei

que há boa vontade por parte da empresa e que no curto espaço de tempo vai ser possível resolver estas situações, que carecem de uma resolução rápida, porque muitas delas em termos ambientais estão a chegar a uma situação insustentável, em concreto no Carvoeiro e em Envendos”, fez notar o responsável. O autarca disse ser necessário “chegar a um entendimento relativamente à valorização das infraestruturas do Município, que desde 2010 estão à disposição” da Águas do Vale do Tejo. “De facto, o Município de Mação é credor de algumas verbas com algum significado e penso que com razoabilidade e bom senso havemos de chegar a um entendimento”, afirmou.

Empresa intermunicipal é “única e a melhor solução” Por último, na sua intervenção, Vasco Estrela fez referência à empresa intermunicipal, que vai nascer no seio da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e que se destina à gestão das águas, saneamento e resíduos sólidos, como a “única e a melhor solução” para o concelho de Mação. O autarca salientou que “a Câmara tem ao seu encargo cerca de 60 sistemas autónomos” o que “é ingerível”. “Está previsto na proposta, um investimento extraordinariamente importante no nosso concelho, um valor superior a 15 ME, que ajudará a resolver os inúmeros problemas que ainda temos”, avançou Vasco Estrela, lembrando que “o Município de Mação tem um défice anual de cerca de 500 mil euros em todos os sistemas”. De seguida, foi a vez de José Manuel Sardinha, presidente da Água do Vale do Tejo, recordar aos presentes que a empresa já investiu cerca de “8 ME no abastecimento neste território”. Afirmou tratar-se “de muito dinheiro, mas é o dinheiro necessário e suficiente para que os habitantes deste território tenham água de qualidade, em quantidade e em permanência como qualquer outro português, em qualquer território nacional”. “Hoje , temos aqui dois eventos importantes, um na área do abastecimento e outro na área do saneamento”, referiu, dando conta

que na área do abastecimento em Ortiga está prevista a construção de “mais de 5 km de condutas de abastecimento, onde vamos colocar mais 2 reservatórios de água e onde vamos requalificar mais um reservatório já existente. Uma aposta contínua na requalificação das infraestruturas públicas”. Já no que diz respeito à área do saneamento, José Manuel Sardinha disse que a nova ETAR de Ortiga “vai permitir desativar fossas sépticas que existem e que têm gerado alguns problemas”. Por fim, o responsável falou do futuro e anunciou um investimento de 1,8 ME nas localidades de Carvoeiro, Envendos e Aboboreira ao nível das águas e saneamentos. Reportando-se aos investimentos anunciados para o concelho de Mação, Carlos Martins, Secretário de Estado do Ambiente, disse que são um estímulo “para que as populações possam enfrentar o futuro com tranquilidade e que aqui se possam fixar mais empresas. E que as pessoas vivam no interior sem a preocupação com os serviços públicos de primeira geração”. “A ETAR que agora já está no seu pré-arranque e que dentro de 3 – 4 meses entrará em operação regular, vai permitir dar maior qualidade ao tratamento dos efluentes e, portanto, ser mais um contributo para aquilo que foi uma obra coletiva, que foi a grande missão que tivemos com a despoluição do rio Tejo”, vincou o governante. “A outra intervenção, irá melhorar significativamente a qualidade da água e criar maior capacidade de reserva, permitindo que numa situação crítica, que pode ocorrer, haja reserva suficiente com qualidade e quantidade no abastecimento de água às populações que vão ser beneficiadas”, acrescentou. Carlos Martins recordou que “Portugal está empenhado em criar condições para ganhar maior flexibilidade de gestão da água”. O objetivo é corresponder “às alterações climáticas, que nos deixam grandes preocupações, com períodos de seca mais longos e que são cada vez mais frequentes. E por isso, todas estas infraestruturas são aquilo que poderemos fazer para minimizar estes efeitos”. Joana Margarida Carvalho


REGIÃO / Mação

Mação rejeita competências transferidas do Estado O Executivo camarário de Mação rejeitou, a 21 de janeiro, por unanimidade, a Transferências de Competências para os Órgãos Municipais. O ponto foi rejeitado pela maioria PSD e pelo vereador socialista da oposição. Contudo, foi aprovada a Descentralização de Competências para a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT). Nesta fase, que inicia o processo de Descentralização de Competências do Estado para com os Municípios, o Governo pretende descentralizar nove diplomas que abrangem diferentes áreas. Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, explicou o motivo da rejeição integral dos nove diplomas. “Neste momento, a Câmara não vê que nenhum destes diplomas que agora rejeitamos, e que propomos que a Assembleia Municipal venha a rejeitar, que a assunção já desses diplomas possa ser traduzida num benefício para a população. Não havendo benefício, e tendo por princípio aquilo que já tínhamos decidido, só assumimos as responsabilidades no limite do prazo para o efeito”, começou por explicar Vasco Estrela. O presidente justificou, dizendo que “tenho a perceção, baseada em factos concretos, de que não há muita vontade e disponibilidade de grande parte dos trabalhadores e das pessoas em geral para que a Câmara possa assumir essas responsabilidades, nomeadamente na área da saúde e da educação”. Vasco Estrela voltou a referir que “não se traduzindo em prejuízo para os munícipes, entendo que a Câmara só deverá assumir estas responsabilidades no fim da linha”. Para a discussão e votação de propostas relativas à transferência de competências para as autarquias locais, a Assembleia Municipal de Mação reuniu, em sessão

“Entendo que a Câmara só deverá assumir estas responsabilidades no fim da linha”

extraordinária, a 29 de janeiro. Em sessão de Assembleia, Vasco Estrela, voltou a dizer que “neste momento, entendemos que não as devemos aceitar por vários motivos”. Adiantou que “o primeiro motivo, e o mais importante, é porque não nos parece que exista em nenhuma destas competências próprias, uma efetiva mais valia para o Município e para os munícipes”. Para já, estão em causa diplomas relacionados com a gestão das praias marítimas, fluviais e lacustres, autorização de exploração das modalidades afins de jogos de fortuna ou azar, vias de comunicação, Justiça, Associações de Bombeiros Voluntários, estruturas de atendimento ao cidadão, habitação, gestão do património imobiliário público e regulação e fiscalização do estacionamento nas vias e espaços públicos. Em alguns deles, Vasco Estrela explicou que a Câmara já assume responsabilidades “até para lá” do que está no Decreto-Lei e deu como exemplo as praias fluviais. Também nas áreas da justiça e com a Associação de Bombeiros a Câmara tem protocolos assinados e não pretende ir além do que já está estipulado.

/ “Não se traduzindo em prejuízo para os munícipes, entendo que a Câmara só deverá assumir estas responsabilidades no fim da linha” - Vasco Estrela “Dito isto, e não tendo nenhuma objeção de princípio a esta descentralização de competências, pelo contrário, sou favorável, acho que deve haver da nossa parte algum período de adaptação, esperar para ver como as coisas correm noutros locais e noutras câmaras que, provavelmente, se sentem mais preparadas e habilitadas para assumirem já estas responsabilidades”, acrescentou Vasco Estrela. O autarca disse ainda que “a qualquer altura, a Câmara poderá tomar uma decisão contrária a esta. (…) Daqui a um ano, por exemplo, podemos decidir de forma diferente”. Na discussão da proposta, José Fernando Martins (PS), afirmou que a Câmara “se entende que a

melhor decisão, em termos de gestão, é não aceitar esta descentralização, tem toda a legitimidade para tomar a decisão porque é quem governa e quem está no convento é que sabe o que lá vai dentro”. No entanto, o presidente da União de Freguesias questionou o presidente do Executivo se “esta não era uma oportunidade para, paulatinamente e devagarinho, e uma vez que já assume algumas responsabilidades, porque não aceitar já uma ou duas competências, até para ir ganhando alguma experiência do que é este processo. Até porque irão ser 21 diplomas e, tudo junto, será talvez mais complicado”. Esta posição foi também secundada pelos restantes elementos da bancada socialista.

Já José António Almeida (PSD) começou por criticar os prazos dados aos municípios e defendeu ainda não “ter a certeza que o Governo saiba que meios é que tem para fazer estas transferências. Digo mais, eu tenho a certeza que eles não sabem que dinheiro é que têm para fazer estas transferências. Como é que vão negociar se não sabem o que é que têm para negociar?” Colocado o ponto da Ordem de Trabalhos a votação, a Assembleia Municipal de Mação rejeitou a transferência de competências com a maioria dos votos do PSD, tendo contado com a abstenção de toda a bancada socialista. Patrícia Seixas

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REGIÃO / Vila Nova da Barquinha Pérsio Basso

Abatimento leva a intervenção urgente na Igreja de Atalaia “Temos de atuar. É urgente!”, foi deste modo que Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal de VN da Barquinha, anunciou que o Município irá intervir na Igreja Matriz de Atalaia, num investimento total de 400 mil euros, cofinanciado a 85% por fundos comunitários. A intervenção “urgente” surge na sequência de um abatimento, que afetou uma das colunas estruturais da igreja, que agora ameaça ruir. Mas não só, segundo o presidente da Câmara, verificam-se um conjunto de intervenções necessárias naquele monumento que é tutelado pela Direção Geral do Património Cultural. À margem da reunião de Câmara, realizada no dia 9 de janeiro, ao início da tarde, Fernando Freire afirmou que o Município terá de se “substituir às entidades públicas que deveriam em tempo útil socorrer o património classificado”.

“O Município terá de se substituir às entidades públicas”.

O autarca explicou que em resultado do abatimento ocorrido no interior da igreja, deslocou-se à CCDRC e conseguiu que a intervenção fosse considerada numa candidatura no âmbito do Programa Operacional Regional do Centro, direcionada aos monumentos nacionais. A candidatura foi submetida no

passado dia 27 de dezembro e agora resta aguardar pelos procedimentos concursais e burocráticos para que a obra arranque no prazo de cerca de dois anos, sendo que tem uma conclusão prevista para 31 de outubro de 2020. A “Valorização da Igreja Matriz de Atalaia” centra-se em vários âmbitos, em concreto na “requalifica-

ção estrutural do interior da igreja, evitando o risco de degradação do património”. A reabilitação elétrica do interior e do exterior do edifício, contribuindo para sua eficiência energética, sendo que “o próprio edifício tem ainda uma instalação muito antiga e que pode provocar problemas graves”. Previsto também está “a reabi-

litação dos pavimentos no exterior da igreja”, uma vez que “há pedras partidas junto das laterais que podem provocar quedas de pessoas”. Finalmente, a intervenção contempla a inclusão de uma componente de Vídeo Mapping com vista ao incremento de fluxos turísticos e “para espetáculos que podem ocorrer naquele local”.

Ilha de Almourol já foi requalificada

Ninho de Empresas ganha forma

Os mais de 70.000 visitantes anuais do Castelo de Almourol, concelho de Vila Nova da Barquinha, tem agora melhores condições de segurança e conforto para visita ao monumento nacional. Terminaram as obras de valorização e arranjo paisagístico da ilha. Os trabalhos decorreram no segundo semestre de 2018 e centraram-se na melhoria das condições de acesso do público ao castelo, na requalificação do coberto vegetal, na requalificação da margem direita e na colocação de um palco para espetáculos dentro do castelo, refere o Município em nota de imprensa. A operação denominada “Valorização do Castelo de Almourol” teve um custo de 164 259,55€, tendo sido candidatada a fundos comunitários (FEDER), devendo ser comparticipada em 85% do valor total. Na mesma nota é referido que as intervenções carácter construtivo efetuadas permitiram consolidar o percurso de visita na ilha, em segurança, com a substituição das escadas de acesso desde o embarcadouro, a substituição do percurso entre o embarcadouro e o início da subida para o castelo, a substituição e relocaliza-

A empreitada de construção do futuro “Centro de Apoio à Atividade Empresarial e Ninho de Empresas” de Vila Nova da Barquinha iniciou-se no dia 21 de janeiro. Em pleno centro histórico, no Largo José da Cruz (junto à Loja do Cidadão), vai nascer um equipamento para incentivar pessoas singulares e coletivas a iniciar ou desenvolver áreas empresariais que possam trazer mais emprego e rendimento ao concelho, explica a Câmara Municipal em nota de imprensa. O novo espaço resultará da reabilitação de dois edifícios já existentes em avançado estado de degradação, onde serão criados gabinetes de trabalho, espaços de co-working, salas de reuniões, salas para formação, uma zona de convívio, uma sala de empreendedorismo e secretariado, assim como uma loja de produtos endógenos. Esta obra significa um investimento de cerca de 524 mil euros, acrescidos de IVA, e foi adjudicada à empresa “Efima – Eficiência, Instalações e Manutenção, Lda”, prevendo-se que seja concluída no prazo de sete meses.

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ção do balizamento do percurso de subida, a construção de degraus para vencer a subida de um afloramento rochoso, a instalação de sinalética de perigo de queda no interior do castelo, entre outros trabalhos. Foi também instalada uma estrutura para receber um palco amovível, bem como equipamento para a recolha de resíduos. Junto da ilha, foi substituída a escada de acesso entre o anfiteatro e o posto de visita/ restauração. Foi ainda incluída na empreitada a demolição do maciço em betão que servia de apoio à prática de exercícios militares na margem do extremo Nordeste da ilha, mas que descaraterizava o monumento. A intervenção de correção do coberto vegetal da Ilha do Almourol consistiu em duas ações distintas: o tratamento, limpeza e manutenção do coberto vegetal existente que importava manter e a erradicação do canavial que invadiu a ilha e a sua substituição por um coberto autóctone climáctico. A operação permitiu consolidar as margens e terras em torno do Castelo, por forma a preservar o solo, as espécies e a paisagem, refere a informação da Câmara.


ESPECIAL / Gastronomia

Lampreia e Sável “para comer e chorar por mais” em VN da Barquinha Adélia Quarema, 59 anos, é a responsável pela Tasquinha da Adélia e uma das cozinheiras mais conhecedoras da confeção da lampreia, do sável e de vários pratos ligados à nossa gastronomia típica. Quando entrámos no seu restaurante, em pleno centro histórico de Vila Nova da Barquinha, já se sentia o cheiro do refogado que iria acolher a lampreia, que já estava devidamente arranjada e cortada para ser cozinhada. Foi na sua cozinha tradicional que acolheu o Jornal de Abrantes. Disse-nos que o gosto pela culinária “é de família”. A sua mãe era uma excelente cozinheira, mas o seu pai também não lhe ficava atrás, e foi desde muito cedo que Adélia começou a “pôr as mãos na massa”. É com entusiasmado que afirma ter muito “gosto e muito amor” por aquilo que faz e tudo passa pelas mãos dela na cozinha da Tasquinha da Adélia há 18 anos. O negócio vai correndo bem. Os fins de semana normalmente significam casa cheia, mas durante a semana muitos chegam para provar a bela fataça, grelhada ou frita, a açorda, as enguias, o arroz de tamboril e durante estes meses a lampreia e o sável. “Nós procuramos ter sempre um prato tradicional aqui da nossa zona”, afirmou Adélia, lembrando a fataça, mas também a diversidade de bifes que apresenta no seu menu. A Tasquinha da Adélia participa na Mostra do Sável e da Lampreia, promovida pela Câmara Municipal, desde que iniciou a atividade. Adélia conta que chegam clientes de toda a parte para provar e degustar os pratos e que a adesão tem sido constante. No entanto, admite que os problemas do rio e a própria crise, afastaram um pouco a clientela. “Normalmente, são os mais velhos que procuram estes pratos. A maior parte da juventude não aprecia, mas há 4 anos e meio, notei que a adesão baixou. O ano passado, devido aos problemas do Tejo, quase não se vendeu lampreia. As pessoas tinham medo”, lamentou a cozinheira. Este ano, as expetativas são melhores e Adélia espera novamente ver entrar os habituais clientes do norte do país, de Abrantes, de Caldas da Rainha, do Algarve, de Ovar ou da Figueira da Foz.

/ Adélia Quarema na confeção da lampreia

/ Fernando Freire diz que é preciso apostar nos recursos endógenos. “A Lampreia é um prato que as pessoas ou gostam ou odeiam. E se não gostam, nunca mais voltam a querer comer”, confessa a cozinheira, referindo que a sua confeção “não é difícil, leva azeite, alho, pimentão”, etc. Depois, é só colocar a lampreia e juntar-lhe o arroz. Já o sável é frito e é acompanhado com açorda que resulta das suas ovas. Para provar a lampreia, Adélia aconselha o cliente a fazer reserva, pois é um prato que requer tempo e dedicação. “É sempre preferível o cliente fazer a sua reserva, porque quando chega já temos a lampreia arranjadinha e é só pôr o arrozinho. É meio caminho

andado para não demorar tanto tempo”, realçou. Por fim, Adélia confessa que o seu maior gosto é cozinhar, mas também é ver a sala cheia. E o seu maior desgosto, é saber que um dia vai morrer e não poder continuar a liderar os destinos da casa. Contudo, refere que até ter forças, é na cozinha que quer continuar a trabalhar e deixa o pedido ao Município para que continue a promover as mostras gastronómicas. Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal, explica ao Jornal de Abrantes que a aposta continuada na mostra se deve ao facto de “haver uma grande aceita-

“Chegam clientes de toda a parte para provar e degustar”.

ção por parte do público” e porque é necessário apostar “nos recursos endógenos”. “Sabemos que há pessoas que se deslocam de todo o país para visitar VN Barquinha para apreciar o Castelo de Almourol, mas também para vir comer e se deliciar com a lampreia. Todos os anos, isto acontece. Todos os anos é repetido e isso quer dizer que em 25 anos já temos um público fiel”, elucidou. Quanto às questões ligadas ao rio Tejo, Fernando Freire considerou que se “melhorou muito”. “Aquilo que assistimos no ano passado e há dois anos em relação à qualidade das massas de água que circulam no Tejo, não tem nada a ver com aquilo que hoje se vê. O nosso pescador, o Rui de Tancos, disse que há muito mais lampreia em relação aos anos anteriores, o que significa que estão a vir mais cedo e que as águas estão mais puras”, realçou. Este ano, os visitantes que degustem nos restaurantes aderentes a lampreia e o sável poderão ganhar bilhetes para passeios de barco ao Castelo de Almourol e ao Centro de Interpretação Templário (CITA). “Todos os anos oferecíamos passeios de barco a Almourol. Este ano, incorporámos a visita ao Centro de Interpretação Templário. O bilhete dá para os dois espaços. Por isso, venham apreciar o novo centro, conhecer a história dos templários em Portugal e também degustar excelentes sabores”, apelou o presidente. Quanto ao seu gosto pela lampreia ou pelo sável, o presidente disse que as duas iguarias “são bem-vindas” (risos), mas é na lampreia que encontra uma maior satisfação. A XXV edição do Mês do Sável e da Lampreia realiza-se de 9 de fevereiro até ao dia 31 de março nos restaurantes aderentes: Stop (Atalaia), Almourol (Tancos), Ribeirinho (VN Barquinha), Loreto (VN Barquinha), Tasquinha da Adélia (VN Barquinha), Trindade (Moita do Norte), (Soltejo (VN Barquinha), e Chico, este último em Praia do Ribatejo. O arroz de lampreia e o sável frito com açorda são pratos comuns a todos os restaurantes, no âmbito deste festival gastronómico cujas ementas apresentam ainda outras sugestões. Bom apetite! Joana Margarida Carvalho

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ESPECIAL / Gastronomia / Embora a sua especialidade seja o sushi, Marco Fernandes prepara qualquer prato da ementa

//MARCO FERNANDES, AOS 26 ANOS, É O BRAÇO DIREITO DA CHEFE DE COZINHA DO HOTEL TURISMO DE ABRANTES

O jovem cozinheiro de sushi que bateu à porta do chefe Avillez Marco Fernandes, aos 26 anos, é ‘cozinheiro de primeira’ no Hotel Turismo de Abrantes, para onde levou o sushi. Depois de passar por grandes restaurantes de Lisboa e por outros da região, é na cozinha desta unidade hoteleira que agora se sente bem, porque também sente que lhe dão espaço para criar. Ainda não apresentou uma peça de sushi a que possa chamar sua, mas as experiências estão a ser feitas e um dia destes os clientes serão surpreendidos. O jovem de Rio de Moinhos, Abrantes, não decidiu ser cozinheiro por moda. Marco Fernandes sempre gostou de “fazer coisas em casa”. E a verdade é que as lides da cozinha nunca lhe foram estranhas. “A minha mãe tem um café e um restaurante. Desde pequeno que ajudava e acho que foi mais por causa disso que fui estudar Cozinha. Era uma coisa em que me sentia à vontade. Na altura, não pensei que ia ser cozinheiro, fui mais para experimentar. Mas gostei e correu bem.” Quando estava a terminar o curso profissional de Cozinha, em Constância, Marco Fernandes não tinha resposta ao pedido de estágio que enviou para aquele que é conhecido como o mais bem-sucedido chefe português, José Avillez. Perguntou à diretora da escola se podia ir lá, diretamente. Sem grandes certezas de que valesse a pena,

a professora disse-lhe que sim. O jovem fez-se ao caminho para Lisboa e bateu à porta do restaurante Belcanto, distinguido com duas estrelas Michelin. A determinação valeu-lhe o estágio que desejava e um emprego durante algum tempo. “Era para continuar a estudar, mas decidi aceitar a oferta do chefe José Avillez. Em agosto de 2013 foi a abertura do Café Lisboa, no Teatro São Carlos, que também é dele, e fiquei lá a trabalhar” – conta Marco Fernandes. Durante cerca de um ano e meio ganhou experiência. No início, estranhou, porque era tudo muito diferente do que aprendia e fazia na escola: “Era um trabalho muito minucioso, com ‘pinças’, uma cozinha muito ‘molecular’. Fiquei um bocado atrapalhado, mas depois até acabei por gostar e hoje uso alguns métodos que aprendi lá.” Entre a experiência nos restaurantes do chefe Avillez e a decisão de se dedicar ao sushi há um percurso que passa por um regresso a Abrantes, uma ida não muito bem-sucedida para a Suíça e uma nova experiência em Lisboa. Desta vez, foram seis meses no Sandeman Chiado. Mas o apelo das raízes continuava presente e acabou por voltar, primeiro para o restaurante ‘Bairro ao Rio’ e depois nas ‘Delícias da Deolinda’. Entre idas e vindas, fez um curso em Lisboa com o ‘sushi man’ do Restaurante Mido-

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ri, em Sintra. “Foi um curso curto, mas depois tive que aperfeiçoar.” Um dia, quase por acaso, em conversa com a diretora do Hotel Turismo de Abrantes, Tânia Evaristo, surge a oportunidade de colocar em prática a experiência já acumulada. Começou em setembro passado, numa cozinha liderada pela chefe Paula Jurado e com muito boa companhia. Numa pequena visita pela cozinha, Marco Fernandes faz questão de apresentar todos os colegas, enquanto sublinha o bom ambiente de trabalho. Mas não só. Faz também questão de chamar a atenção para a sua colega especializada em pastelaria, Lúcia Leitão, que já viu o seu trabalho reconhecido ao ganhar um concurso de televisão. Na cozinha do Hotel Turismo, o sushi ainda só se faz uma vez por mês. As primeiras reações foram bastante positivas, quase sempre com sala bem preenchida. A próxima data em que esta especialidade de Marco Fernandes pode voltar a ser degustada será no jantar do Dia da Mulher, a 8 de março. Aos apreciadores e a quem quiser experimentar, o jovem cozinheiro dá uma garantia importante, a qualidade do peixe utilizado: “O peixe vem fresco e inteiro, por amanhar. Os olhos têm que estar vivos, as escamas têm que estar brilhantes e as guelras têm que ter sangue porque é sinal de frescura. Eu é que

arranjo o peixe, faço os filetes, faço todas as partes, o sashimi, tudo! As pessoas podem confiar no sushi que comem aqui.” O sushi que Marco Fernandes aprendeu a fazer é o tradicional. “O que as pessoas às vezes comem é fusão, não é o tradicional, é uma fusão entre o japonês e outra parte. Por exemplo, os japoneses fazem as peças com arroz, alga, pepino e salmão ou atum. Fazem peças muito simples. Os brasileiros e outras pessoas começaram a colocar manga e outras coisas.” O jovem cozinheiro também já faz “algumas experiências”, com algumas inovações em relação ao que aprendeu. “Mas ainda não pus uma peça totalmente minha” – adianta. Curiosamente, a primeira vez que Marco Fernandes provou sushi foi quando andava a decidir se iria fazer o curso. Confessa que “não é muito apreciador”, mas isso não o impede de se querer aperfeiçoar cada vez mais. Admite que o gosto dos portugueses por este tipo de comida talvez tenha começado por ser uma moda, “mas até se tem aguentado bastante, talvez por ser um bocadinho diferente”. Sobre as críticas que possam fazer ao seu sushi ou aos outros pratos da carta do restaurante do Hotel Turismo, o jovem cozinheiro garante que é sempre bom saber o que os clientes pensam. “Se as pessoas não disserem nada, nós

pensamos que está bom. Se as pessoas disserem o que está bom e o que está menos bom, podemos fazer evoluir o prato. Conseguimos melhorar e chegar ao ponto que nós queremos. Como cozinheiros, devemos ver a crítica como algo construtivo.” Se não fosse esta aposta pelo sushi, o caminho mais provável de Marco Fernandes seria pela cozinha tradicional. Sobretudo porque pretende continuar pela região. Parece-lhe que o paladar das pessoas do Médio Tejo ainda está muito ligado ao que é da terra. Aliás, ele próprio, quando se senta à mesa para comer, é a carne que mais aprecia, embora reconheça que “também há pratos de peixe bons”. Sobre o futuro próximo, Marco Fernandes não tem grandes dúvidas: “Imagino-me aqui, em Abrantes, porque tenho casa e família aqui. E sinto-me apoiado no Hotel.” A médio prazo até gostaria de ter o seu próprio restaurante, mas tem “algum receio, porque não é fácil”. Com um sorriso nos lábios e com um olhar de quem ainda tem a vida toda pela frente, hesita: “Nos tempos que correm, tenho medo de abrir um restaurante e que não corra bem. Mas não podemos ter medo! Temos que ir para a frente, não é? Mais ano, menos ano, a minha mãe reforma-se e talvez eu fique lá, no restaurante dela!”


ESPECIAL / Gastronomia // FESTIVAL DA LAMPREIA 2019: 1 DE MARÇO A 14 DE ABRIL

“Só temos esta maneira de fazer lampreia e não queremos outra” Está junto à Barragem de Belver “já passa de 40 anos”. Herdou dos sogros o restaurante que lhe preenche a vida e o tempo. Chama-se Helena Matias mas... é a Lena. Sem apelido. “Ponha aí a Lena da Barragem”, pois é assim que toda a gente a conhece. Tem 75 anos e diz, com um brilho no olhar, “agora já é a minha filha que toma conta disto. Sai à avó, tem muito boa mão para a cozinha”. E foi no Restaurante “A Lena” que a encontrámos. Junto dos tachos e panelas, a preparar mais um almoço para os convivas que haveriam de começar a chegar. Mas o que nos levou até àquele pequeno paraíso, junto da Praia Fluvial de Ortiga, foi o Festival da Lampreia. A Câmara Municipal de Mação volta a apostar no certame que chegou mesmo a suspender no ano passado, devido às ocorrências de poluição no rio Tejo. Em 2019, o Festival da Lampreia está de regresso de 1 de março a 14 de abril e a Câmara considerou haver condições para a realização do Festival. “Felizmente sim. O rio está saudável, há boas indicações por parte dos pescadores e dos operadores da zona e as condições que levaram à suspensão do Festival no ano passado, devido à não qualidade da água no rio, estão ultrapassadas e há vontade dos restaurantes em avançarem. Vamos fazê-lo até porque é uma forma e um sinal de que o rio Tejo está outra vez em condições de ser usufruído, quer para o banho quer para a pesca. É também uma altura de promovermos o concelho e a nossa gastronomia a quem nos venha visitar”, esclareceu o presidente da Câmara Municipal, Vasco Estrela. Mas voltemos aos tachos e às panelas e a quem os comanda. Já com três gerações, o restaurante “A Lena” tem casa feita “mas o ano passado esteve quase escangalhada, derivado à situação da água do Tejo”. “Levámos uma quebra muito grande o ano passado. Notou-se e de que maneira”, afirma a proprietária. Os clientes tiveram receio que o peixe e a lampreia ali confecionados fossem apanhados no Tejo, “mas não era”. No entanto, confessa compreender porque “se calhar, eu também ficava” preocupada. Mas este ano a água do rio “está

como nunca a vi” e o Festival está de volta, “o que é muito bom porque os clientes foram embora no ano passado e ninguém gosta de perder clientes. Com o Festival, pode ser que voltem, sempre vêm mais meia dúzia, e é uma ajuda por parte da Câmara, que ajuda muito os seus munícipes”. Falámos das excursões que se faziam até Ortiga para se comer lampreia. “Mas isso foi gente que já morreu. A geração mais nova não está a enveredar muito por isto. Vai havendo quem goste mas não é, nem de longe nem de perto, como a geração antiga. Com a lampreia, ou se ama ou se odeia”. E no restaurante “A Lena” não há lugar a “modernices”. “Cada um faz a lampreia como quiser mas nós só temos esta maneira de fazer e não queremos outra. Já era assim que a minha sogra fazia, é assim que eu faço e a minha filha também”, afirma Helena Matias. Atualmente, já se come lampreia no restaurante da barragem mas são provenientes da Figueira da Foz e do rio Zêzere pois “para o Tejo ainda é cedo, só de fevereiro em diante”. No auge da temporada, “chegam a vir de França”. Mas do Tejo percebe Francisco Pinto, genro da “Lena da Barragem”. Pescador há mais de 30 anos, vive o Tejo “desde que nasci”. Confirma que a água está boa mas que “já não é nada como era antigamente”. Atualmente, “pescador aqui sou só eu. Na época da lampreia vêm mais um cinco ou seis”. No entanto, lembra que no passado “chegou a haver 25 barcos no rio, cada um com dois pescadores”. “Estavam por aqui mais de 40 famílias”, acrescenta a sogra. Contudo, há uma mágoa no coração das pessoas do rio, o açude construído em Abrantes. “É um travão que está ali na migração dos peixes e nós temos que ir pescar lá para baixo, para Abrantes, para depois do açude”, revela Francisco. E agora, já podemos comer o peixe e a lampreia do Tejo? “Eu como”, afirma, convicto, o pescador. “E digo-lhe que estive 11 meses sem ir à pesca, apesar de nunca ter havido proibições. Eu é que via que a água não estava em condições. Foram 11 meses sem deitar uma rede ao rio e sem se ganhar nenhum dinheiro. Foi complicado”, relembra. E como diz Francisco,

/ Helena Matias, a “Lena da Barragem”

/ Lena com o genro Francisco Pinto, pescador

“para se estragar tudo, bastam dois ou três dias, para recuperar leva anos. Há espécies de peixes que praticamente desapareceram do rio, como as bogas, o peixe-rei ou os góbios. Só cá estão os mais resistentes, como o barbo e a carpa e pouco mais. Agora há as espécies novas como o siluro, o lucioperca e o alburno”. Agora, com a “água boa”, os níveis de oxigénios “estão excelentes”. “A semana passada estavam a 8.6, o ideal é 10, portanto, está ótimo. Agora, falta, e estamos fartos de pedir, que alguém faça uma análise aos peixes” e confirme que está tudo bem “para que voltemos a cativar as pessoas e os clientes estarem à vontade a comer”, pede Francisco Pinto. Voltando à lampreia e aos apre-

ciadores, Lena recebe convivas do país inteiro. De mais longe vem, anualmente, “um grupo de Mirandela”. Neste Festival da Lampreia, “o papel da Câmara é promover, divulgar, custear a publicidade, fazer tudo para que as coisas corram bem para que os restaurantes façam o que sabem fazer, que é confecionar a lampreia. À Câmara compete apoiar este segmento

das atividades económicas, promovendo também o presunto, o queijo, o mel, os enchidos... tudo para termos um bom Festival da Lampreia”, explicou Vasco Estrela. O investimento por parte da Câmara Municipal de Mação situar-se-á entre os cinco a seis mil euros. Participam no Festival oito restaurantes do concelho. Patrícia Seixas

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ESPECIAL / Gastronomia

A famosa “Couve d’olho dos Valhascos” tal é uma tronchuda, de enormes folhas verdes, raiadas por veias esbranquiçadas, de refinado repolho, tenra, paladar único, enorme proporção indicada para a consoada, cozido à portuguesa e outros pratos. Contudo, isto não é tudo. De existência centenária e dadas as características similares a muitas outras, apesar de envergar, por tal facto o pseudónimo “tronchuda”, outrora era conhecida por “couve d’olho dos Valhascos”. Este nome foi-lhe dado pelo facto de nos mercados ser “vendida a olho” e não a peso ou unidade. Eram vendidas de acordo com a consistência e tamanho que apresentavam, e, daí advinha o seu justo valor. A sua semente era vendida para todo o país. Transportada em sacos de adubo, era entregue ao revendedor que preparava a sua venda nas respectivas “carteiras de semente”. Atualmente, o seu maior comercializador é a casa “Soares & Rebe-

lo” para onde, desde longa data, é transportada a semente de quem quer vender. Há igualmente outros compradores, que se deslocam aos Valhascos e compram e vendem noutras regiões. Mas a espécie vai degenerando da primitiva couve, de local para local. Os solos, o clima e outros factores vão-na modificando. Mesmo na sua terra já nem to-

A lampreia e o sável

I

nspiradora quão esquisita é, a lampreia no tocante a significações simbólicas e criações culinárias a suculenta flauta alegrava a vida dos cumpridores do jejum quaresmal, por isso mesmo os monges de um mosteiro leonês as tiravam de um lago das imediações a fim de saciarem o apetite pela carniça. Escrevo: tiravam, porque não precisavam de molharem os pés, as nédias lampreias estavam «a mão de mão capaz de as segurar apesar de serem viscosas. Glorificadas desde a Antiguidade, os anais relatam inúmeros episódios onde são actrizes principais, no clássico Libro do Bueno Amor surgem na pela de guerreiras no combate contra Dom Carnal. Num livro que publiquei há dois anos refiro as singularidades deste fóssil cuja origem remonta a mais de quatrocentos milhões de anos e incluo dezenas de modos de ser cozinhada. Por estas bandas prevalece o arroz de e com lampreia, no Douro Litoral e Minho é tratada

à bordelesa sempre grafada nas ementas à bordalesa, guisada a só, acompanhada de arroz branco e fatias de pão. No Alto Minho já apreciei assada no espeto e no forno, frita, cozida e estufada com legumes só a pedido num restaurante cuja cozinheira faz o favor de aturar os meus pedidos, um deles fazer pastelões ao modo das receitas dos Arcebispos de Estrasburgo. Experimentem-na forma de empada, neste caso são as famosas as empanadas do ciclóstomo à maneira de Caldas dos Reis (Galiza). O refulgente sável outrora passeava-se em cerrados cardumes no rio Tejo e no afluente Zêzere, o grande rio sofreu desprezos, por isso mesmo o peixe «pão» dos pobres passou à condição de raro. Nos idos de quinhentos rechinavam nas grelhas dos pescadores da borda d’água, agora apresentam-se nas casas de comeres quase sempre na companhia de açordas contendo as ovas e no aproveitamento de

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das saem à couve original. Somente alguns, bem poucos, conservam a sua semente casta. Na localidade, há uma tentativa de patentear esta espécie de couve d’olho, e muito para tal tem contribuído Rui Valente, mas sem resultado. “Falta de vontade por parte de quem de direito”. Enquanto tal não for conseguido, a maioria conhecerá esta couve, como uma espécie de tronchuda.

No entanto, por mais que digam ou faça, fora desta zona, ninguém consegue obter couve igual. Para explicar tudo isto, há um antigo ditado que diz “levam a semente, mas não levam a terra”. Aqui sim, ficamos com o mistério desvendado. Esta suculenta couve deve-se sim, ao solo e ao clima onde é criada. Sérgio Figueiredo PUBLICIDADE

Em muitos países, mas com puro destaque para o nosso, ao chegar o Natal, aproxima-se o fervor tradicional da preparação da consoada. Claro que não há consoada sem batatas, bacalhau e a suculenta couve que, de norte a sul, dá aquele colorido esverdeado ao tão afamado prato. Falando em couve, toda ela tem uma espécie relativa e um apelido: “a tronchuda”, seja a “penca de chaves”, a “tronchuda de Ansião” ou “tronchuda algarvia”. Contudo, independentemente do seu apelido, todas possuem características diferentes, e, algumas há, que apesar de constar como pertença e oriundas de certas localidades, provêm de sítios quase desconhecidos para a maioria dos portugueses, Neste campo queremos falar da “couve d’olho dos Valhascos”. Esta couve, proveniente da freguesia dos Valhascos, concelho do Sardoal, para o mais comum mor-

escabeche se sobra. Se o escabeche é técnica operativa não dos espanhóis, sim dos árabes, a fritura dentro do cânone ou seja; postas estaladiças, secas e douradas acabou por se impor postergando outras técnicas culinárias. Assado n forno ou grelhado em postas nédias é delicioso assim como cozido em água e hortelã. As pessoas queixam-se da infinidade de espinhas contidas em cada peixe, as Mestras cozinheiras sabem atacar as finas fúrias de palatos e gargantas colocando o peixe em marinadas frias e abertas onde imperam o vinho branco, o sumo de limão ou laranja e segredos da sua lavra. As Mestras também depositam as postas em panos de linho, cobrem e acariciam-nas até a cobertura de linho aprisionar as incómodas espinhas. Assadas, cozidas, estufadas, fritas ou greladas com maestria levam os palatos a agradecerem a dádiva. Armando Fernandes


ESPECIAL / Gastronomia // BÁRBARA RODRIGUES

Uma cozinheira à maneira Encontrei a D. Bárbara a cozinhar para 200 pessoas. Foi n’ “A Matança”, da Carregueira de Mação, uma iniciativa da associação local que simula o ambiente da velha matança do porco para reunir naturais e amigos da aldeia. Ali, as refeições são iguais todos os anos. É sempre no fim de semana antes do Carnaval. O almoço do primeiro dia é couve com feijão e bacalhau frito, ao jantar são grelhados com arroz e salada; no domingo o almoço é sopa de peixe e cozido à portuguesa e o jantar é miolos e carnes no alguidar. Além do queijo, doce e fruta.

Começou a cozinhar aos 15 anos.

Nasci e Aljustrel, no Baixo Alentejo, e fiquei sem mãe aos 11 anos. Tive que fazer pela vida. Aos 15 fui para Lisboa servir. A minha tia não queria: “Tu não sabes cozinhar”, “Mas eu aprendo, se me ensinarem”.

E foi o que aconteceu. Foi aceite nessas condições, na casa de um médico: ele, a esposa, cinco filhas e duas empregadas. Começou a cozinhar para nove pessoas.

O primeiro cozinhado que lá fiz foi um goraz inteiro cozido, com batatas, grelos e ovos. Tinha de cozer cada coisa em seu tacho e o goraz tinha de ser cozido com água, vinho branco, uns grãos de pimenta e um ramo de salsa. Eu tinha de tirar o peixe inteiro para uma travessa e ir assim para a mesa, tudo bem composto. Era um bocado complicado para começar. Foi assim que eu comecei. Depois fui aprendendo também com as empregadas da mãe da patroa, que me ensinaram muito, a fazer rissóis, croquetes, pastéis de massa tenra…

Digamos que lhe apanhou depressa o jeito.

Eu gostava muito de cozinhar. Desde pequenina, nas brincadeiras com as minhas amigas eu era

/ “Gostava era de fazer um casamento nem que fosse de 500 pessoas” sempre a do arroz doce: elas iam buscar o arroz, o açúcar e o limão, não se fazia com leite… Já nessa altura eu era a cozinheira. Ainda hoje tenho muito gosto em cozinhar, gosto muito da cozinha.

Foi o princípio. Mais tarde assumiu-se como cozinheira.

Em 1973 casei e vim para o Penhascoso: o meu marido era de cá e foi para Angola de 73 a 75. Éramos para voltar para Lisboa, mas a vida estava difícil, não tínhamos dinheiro, nem trabalho lá, nem para onde ir e já tínhamos um filho. Ele arranjou trabalho, nasceu outro filho e eu comecei a fazer uns eventos pequenos de cozinha, depois batizados e casamentos e festas… e cá ficámos até hoje. E gosto muito do que faço.

Mas hoje tem o restaurante “A Recta”, na reta à saída de Mação.

Este restaurante era do meu filho mais velho. Mas quando veio a crise [de 2011], eles não se conseguiram manter e foram para França. O meu outro filho estava desempregado. Eu pensei: eles deixaram o restaurante com as coisas todas lá dentro, não pagam a renda, é provável que a dona da casa a queira. Disse ao meu filho que devíamos pegar no restaurante. Com toda a sinceridade: foi uma coisa que eu nunca quis. Tive muitas propostas, mas recusei sempre. Não queria estar presa.

Os casamentos davam-lhe mais liberdade…

Gostava era de fazer um casamento nem que fosse de 500 pessoas. Eu ia à quarta-feira fazer os bolos miúdos, à quinta fazer os bolos grossos, à sexta preparar as carnes e todas as outras coisas, no

sábado e no domingo era o casamento, e na segunda e terça descansava. Na quarta começava com outro. Porque cheguei a ter casamentos todas as semanas, naquela altura em que se faziam todos os casamentos em casa. Cheguei a pedir a Deus que já não tivesse mais, porque já andava cansada. Aí há uns 15 ou 20 anos atrás.

Mesmo assim, deu a volta ao gosto e assumiu o restaurante.

Tinha o filho desempregado e pensei que tinha de levantar o restaurante àquilo que ele já tinha sido. Começámos só eu e ele, porque não sabia se nos aguentávamos com a despesa de meter mais alguém a trabalhar. A coisa tem corrido bem e hoje já temos duas empregadas. Começámos a servir só almoços aqui por encomenda. Mas as pessoas insistiram, “a tua mãe cozinha tão bem, abre o restaurante a tempo inteiro”, mas eu não queria estar presa aqui o dia inteiro, e acabámos por abrir ao almoço. Não abrimos ao jantar, só fazemos jantares por encomenda, nem ao domingo. Estamos aqui há 5 anos e com o restaurante aberto há uns 3 anos. E temos uma clientela boa, de pessoas que gostam da nossa comida, “aqui parece que a gente está a comer na nossa casa”.

É sobretudo cozinha tradicional. Por isso tem uma ementa mais ou menos fixa.

À segunda, feijoada; à terça, frango no churrasco; à quarta, galo de cabidela, mas esta semana fazemos favas; à quinta, as bochechas; e à sexta, o cozido, que traz sempre muita gente; ao sábado, como é mais fraco, temos grelhados. Pode variar um pouco, mas é assim. Além dos pratos fixos, temos sempre mais dois pratos ou três.

Apesar do restaurante, continua a trabalhar para fora.

Ainda faço por fora muita coisita. Ainda agora fiz a festa dos Bombeiros, o almoço da ADM [Ass Desportiva de Mação], o almoço dos do ano do Penhascoso, faço todos os anos a Carregueira, a festa da Presa [Alcaravela]…

Diz que gosta de cozinhar tudo. Mas…

O que eu gosto mais de fazer é chanfana, é o meu prato preferido. Todos os anos na festa da Presa faço à volta de 100 kgs de chanfana e cai ali toda a gente porque adoram a minha chanfana. Deve ser boa, não é? Mas também gosto de fazer cozido, bochechas no forno, arroz de maranho, cabidela… Faço de tudo um pouco. Sobretudo gosto de estar ao fogão.

Sente-se que o número não lhe mete medo.

Adoro fazer casamentos grandes. Gosto de chegar ao fim e as pessoas dizerem, “estava tudo bom, estava tudo excelente”. A maior refeição que fiz foi há anos, no Penhascoso, numas eleições, um jantar do PS para mil pessoas. Um senhor de lá trouxe um amigo de Lisboa e ainda hoje ele lhe fala na sopa de grão que ali comeu.

Se alguém a quiser contratar…

Preciso de saber para quantas pessoas é, o que querem comer, se querem comprar os produtos ou se compro eu… e pronto, meto mãos à obra e aí vou eu. Eu e a minha equipa: na Carregueira, sou eu e quatro mulheres. Eles dizem-me quantas pessoas são, a ementa é sempre a mesma, no dia as pessoas chegam e sentam-se à mesa, está tudo pronto.

Na Carregueira, depois de ter tratado dos animais em casa e de um dia de trabalho na cozinha, ainda cantou o fado para quem tinha ficado por ali.

(Ri-se.) Pois foi. Eu tenho muita confiança com eles. Já vou ali há uns 30 anos.

Quanto ao futuro…

Penso se serei capaz de trabalhar aqui mais uns dez anos. Ainda há dias perguntava ao médico se seria capaz e ele “É, então não é?! Mas olhe que as forças vão-se perdendo”. Gostava de continuar aqui mais uns dez anos, para ajudar o meu filho. José Alves Jana PUBLICIDADE

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REGIÃO / Miguel Pombeiro é o secretário executivo da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) há praticamente cinco anos. Em entrevista ao Jornal de Abrantes refere que trabalhar na CIM tem lhe dado a possibilidade de estabelecer um contacto com “diferentes áreas temáticas” o que se “torna muito exigente”, mas “ao mesmo tempo muito aliciante”.

“Há grandes ganhos de eficiência e de eficácia se trabalharmos em conjunto” O Orçamento e Opções do Plano da CIM para 2019 prevê investimentos em cerca de 6,7 M€. Dois terços do valor total estão focados nas áreas da gestão e valorização do território e da educação. Dê-nos alguns exemplos de projetos ná área da Educação que vão surgir?

Dentro da área da Educação temos duas realidades distintas: uma ao nível das infraestruturas, com cerca de 15 ME alocados, com projetos que estão em curso e com outros que estão a ser lançados. Falamos em novas escolas, como é o caso de Sardoal, onde o nível de investimento vai ser muito superior àquilo que foi a candidatura inicial. Estamos num processo de reprogramação para reforçar algumas verbas porque há despesas elegíveis, que não têm comparticipação, e, por isso, estamos a trabalhar com o Programa Operacional do Centro. A segunda vertente em que intervimos

é naquilo que designamos de Plano Estratégico de Desenvolvimento Intermunicipal na Educação do Médio Tejo que tem um conjunto de eixos estratégicos ao nível do planeamento municipal e intermunicipal. Há outro eixo muito significativo que é a promoção do Ensino Experimental, onde as escolas estão a ver reforçados os seus equipamentos e valores para o ensino experimental que é algo que corresponde a quase a um terço do plano. Por último, temos uma vertente ligada à oferta formativa. Neste campo, começámos por ser a Comunidade Intermunicipal piloto desde há 4 anos e fazemos um projeto de concertação com as entidades da administração central para que a oferta formativa do nosso território se adeque o máximo possível às necessidades do nosso mercado.

Em segundo lugar, surge a afirmação ter-

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ritorial do Médio Tejo a aplicar na valorização das competências e recursos endógenos. Nestes âmbitos onde se vão centrar as apostas?

Neste âmbito, temos a execução de uma candidatura que designamos Produtos Turísticos Integrados. Ao contrário de outras regiões a nossa aposta não se centra tanto numa marca sub-regional.

Porquê?

Há cerca de 3/4 anos fizemos uma experiência na BTL com profissionais da área do Turismo em que questionávamos onde era o Médio Tejo e tivemos respostas muito dispares e ficámos a saber que muitas pessoas julgam que o Médio Tejo está na área Metropolitana do Lisboa. Isto quer dizer que, muito possivelmente, a utilização da expressão Médio Tejo nesta fase, representa mais ruído do que promoção.

Em vez de estarmos em abstrato a apostar numa marca, o que estamos a fazer é na criação de um produto turístico em concreto. O que tem mais notoriedade no Médio Tejo é, sem dúvida, Fátima e Tomar. Neste sentido, vamos apresentar na BTL deste ano uma campanha que consiste na promoção da nossa sub-região através da contratação direta de dormidas com os hoteleiros que aderirem a esta campanha. Havendo esta contratação direta, haverá uma poupança por parte do hoteleiro que deixa de ter o intermediário das plataformas eletrónicas que levam parte da sua faturação.

Falamos de uma oferta hoteleira para além da que existe em Tomar e em Fátima?

Sim. Temos de ter a noção que 88% das camas do Médio Tejo estão em Fátima e em Tomar. Todo o resto do Médio Tejo re-


REGIÃO / os locais. Por exemplo em Abrantes, a sul a procura é imensa e, portanto, é um sucesso total. Na zona norte, nem tanto. Estamos assim em reformulação dos próprios circuitos porque é sinal que a oferta criada pelo circuito não correspondeu à necessidade de mobilidade. Este é um projeto permanentemente inacabado. Vamos reformulando os circuitos, os horários de modo a conhecer quais são os hábitos locais e adequá-los àquilo que é a oferta de mobilidade.

Quantos passageiros utilizam o Transporte a Pedido?

/ Caminhos 2018 em Sardoal presenta apenas 12% dessa oferta. Também devemos de ter a noção que não há Turismo sem dormida. Posto isto, o que nós pretendemos é cruzar as dormidas com a animação e as diversas experiências do território. Assim, quem no âmbito desta campanha adquirir dormidas, terá acesso a um conjunto de outras ofertas de animação e experiências com empresas que na sua maioria não estão sequer em Tomar ou em Fátima. O que visamos é poder drenar o Turismo pelo resto da região.

No âmbito turístico, o Wakeboard no Médio Tejo evoluiu em 2018. Como pode crescer ainda mais em 2019?

Reconhecemos como algo positivo o grau de notoriedade que o Wakeboard atingiu no seu cruzamento com a realidade territorial que é o Castelo Bode, mas ainda há muito a fazer… Nós estamos para o Wakeboard, como o oeste estava há 20 anos para o surf. Facilmente se associa Peniche ou a Nazaré ao surf. No nosso caso, há todo um caminho a ser feito e é da constância dessa aposta que irá tornar o Wakeboard um eixo estruturante e forte na nossa sub-região. Claramente que esse caminho está a ser feito. E é preciso dizer que este caminho não se faz somente com as entidades públicas (…) Contudo, é preciso reforçar que o ano passado atingimos um grau de notoriedade que passou a nossa sub-região, que nos anos anteriores não tínhamos atingido.

A Estação Náutica de Castelo de Bode que projeto é este? Qual o seu objetivo?

É uma realidade imaterial. É juntar as entidades públicas e os privados no mesmo plano de atividade, focado num conceito único. Quando alguém pensar em águas no interior para atividades náuticas deve pensar em Castelo Bode. Esta é a nossa visão, é a nossa estratégia. Bem sabemos que isto não se faz no curto tempo, mas faz-se, se um conjunto de privados tiverem um nível de concertação com as entidades públicas. Se conseguirmos plataformas de contratação de produtos em concreto. E queremos que isto seja feito em conjugação com a Agência Portuguesa do Ambiente. O projeto está ligado a uma Organização

Nacional de Estações Náuticas que visa a promoção do produto turístico náutico. E durante este ano haverá uma plataforma onde será possível a contratação de produtos em concreto em termos turísticos. Tem de haver produto, têm de existir preços, valores e coisas que se possam vender e contratar do ponto de vista digital. Para além disto, vamos elaborar um plano de atividades com os cinco municípios do Médio Tejo, que estão em torno de Castelo Bode, com os privados, com a restauração, com quem está no mercado que promova animação náutica e turística. Este ano, necessariamente terão de ficar disponíveis estes pacotes turísticos.

No âmbito da Proteção Civil que novidades vão surgir este ano?

Estamos a desenvolver um sistema para quando temos ocorrências relevantes, quem está ao comando da operação possa ter informação atualizada daquilo que são as frentes de fogo ou onde estão os homens. Estamos a pedir à ANPC a abertura do SIRESP para este sistema. Isto vai nos permitir ver num computador o ponto de situação de toda a informação das ocorrências, num sistema de apoio à decisão. Teremos ainda muita intensificação do trabalho no âmbito da prevenção e da vigilância porque somos a primeira CIM que operacionalizámos uma brigada de sapadores florestais. Dispomos de três equipas de sapadores florestais, 15 homens, que neste momento estão a trabalhar no Sardoal na criação de faixas de proteção de combustível. Já nos candidatámos a uma segunda brigada, que já foi aprovada. O que quer dizer que iremos operacionalizar uma segunda brigada de sapadores florestais de 15 homens, o que totalizará 30 sapadores florestais.

A mobilidade no Médio Tejo quer-se melhorada? Que balanço faz do Transporte a Pedido?

Neste momento, o projeto está implementado em 11 dos 13 concelhos com exceção do Entroncamento e de Vila de Rei. Entroncamento por motivos óbvios, porque não tem necessidade. São só localidades urbanas. E Vila de Rei porque já presta um conjunto de transportes para os seus lugares e freguesias. A procura ao serviço acontece mediante

Eu diria que nós temos mensalmente à volta de 1000 passageiros. Estamos a ir justamente àquelas terrinhas e aquelas aldeias que não têm oferta. Um serviço feito na totalidade através de veículos ligeiros, onde contratamos táxis. Enquanto autoridade de transportes, o grande projeto para 2019 da CIM é o cumprimento da diretiva comunitária que obriga a que até dezembro de 2019 possamos colocar em concurso público toda a contratualização do transporte público de passageiros. É uma diretiva comunitária e que de facto vai obrigar a que isso seja feito.

Alguns Municípios vão fazer parte de uma empresa intermunicipal de água, saneamento e resíduos sólidos urbanos. Como está o processo?

O projeto ainda não está completamente fechado, mas durante o mês de fevereiro a expetativa é que isso venha a acontecer. É uma empresa intermunicipal de águas, saneamento e também para os resíduos sólidos urbanos, e, portanto, não há aqui entrada de concessões e de capitais privados, ou seja, são capitais exclusivamente públicos. No fundo, é a junção de Municípios para trabalharem numa área temática específica que tem características muito específicas e, assim sendo, faz sentido que se crie uma empresa que tenha a intervenção na gestão da água, do saneamento e dos resíduos sólidos.

Porque é que surgiu esta necessidade?

Porque é uma das áreas em que as exigências são cada vez maiores ao nível da gestão e de telegestão. Há grandes ganhos de eficiência e de eficácia se trabalharmos em conjunto e com uma organização que tem como único foco a gestão desta área.

Que Municípios já confirmaram a sua entrada?

Ourém, Tomar, Ferreira do Zêzere, Vila Nova da Barquinha, Mação e Sardoal. É um investimento superior a 100 ME.

Os Caminhos regressam em 2019? No mesmo formato?

Sim, novamente com as três fases de programação – Ferro, Água e Pedra, em abril, julho e outubro, respetivamente. É evidente que o maior número de Municípios está concentrado mais nos Caminhos da Água, no período de julho, mas a programação tem sempre 5 a 8 municípios em cada uma das fases.

Da parte do público que feedback tem chegado?

Temos o feedback de que se vai criando algumas raízes. As pessoas sabem que no âmbito do Caminhos há uma probabilidade de

“Quando alguém pensar em águas no interior para atividades náuticas deve pensar em Castelo Bode.” “A utilização da expressão Médio Tejo, nesta fase, representa mais ruído do que promoção”. verem espetáculos nos seus Municípios, mas também em outros concelhos do Médio Tejo. Provocar esta mobilidade cultural dentro do território e também criar alguma diferenciação de espetáculos são os objetivos.

É um projeto consolidado?

Exatamente, é uma terceira edição. No fundo é uma consolidação de uma oferta cultural que visa a formação e a consolidação de públicos, de animação e do próprio património do Médio Tejo.

Um assunto que está na ordem do dia é a Descentralização de Competência do Estado para as Comunidades Intermunicipais. Qual é o ponto de situação da CIMT?

Foi consensual entre os 13 presidentes de Câmara que relativamente às competências intermunicipais, a CIM está capacitada para receber as mesmas. Em termos de áreas, está prevista a promoção do Turismo, a Proteção Civil, os Julgados de Paz e a gestão de candidaturas a fundos comunitários. São essencialmente estas áreas que para já foram previstas a nível intermunicipal e, portanto, na sua totalidade prevê-se que os órgãos deliberativos possam confirmar aquilo que foi a expressão unanime do concelho intermunicipal, porque aquilo que está previsto na lei é que só após a deliberação das assembleias municipais, é que as comunidades vão poder exercer as competências.

Será um processo de fácil adaptação na medida em que a CIM já trabalha algumas destas áreas?

Exatamente, não será muito difícil, com a exceção talvez da área da Justiça, porque nunca nos pronunciámos sobre uma rede intermunicipal de Julgados de Paz. No geral, são temáticas e áreas de atuação que não são completamente novas e com alguma naturalidade vimos com agrado esta descentralização. Joana Margarida Carvalho

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REGIÃO / Constância

Maioria PS aceita Transferências de Competências. Eleitas da CDU votam contra O executivo camarário de Constância aprovou no dia 17 de janeiro, por maioria, a Transferências de Competências para os Órgãos Municipais. O ponto foi aprovado pela maioria PS, tendo sido chumbado pelas duas vereadoras eleitas pela CDU, na reunião de Câmara. Nesta fase, que inicia o processo de Descentralização de Competências do Estado para com os Municípios, serão descentralizados nove documentos que abrangem diferentes áreas. Em Constância, o Município aprovou a aceitação de oito diplomas, à exceção do diploma referente à Habitação, tal como explicou o autarca: “O Município de Constância entende que deve receber todas as competências, à exceção da Habitação. Temos consciência que todas a transferências de competências vão obviamente criar um volume de trabalho maior e a curto/médio prazo obrigarão a um reforço do quadro do Município. Na questão da Habitação é diferente. Não há uma definição clara dos recursos financeiros que serão transferidos para o Município”. Sobre a área da Habitação, o autarca explicou que o Governo propõe que os “Municípios participem nos programas de apoio ao arrendamento (…) e refere que os recursos financeiros são objeto de regulamentação, posteriormente, ao diploma que há-de sair após o decreto lei de transferência”. Posto isto, “entende o Município que devido a esta indefinição de não sabermos quais são os recursos financeiros que vão transferidos para o Município, não devemos aceitar nesta fase a competência”. O presidente disse que a Descentralização de Competências é “um processo de adaptação difí-

/ Júlia Amorim e Sónia Varino (CDU) votaram contra à descentralização de competências na reunião de Câmara cil devido à limitação de recursos humanos” existentes na Câmara Municipal. No entanto, considerou que é “inevitável” aceitar o processo, realçando ser preferível aceitar “de forma faseada e com o tempo” do que em 2021 rececionar os cerca de 20 diplomas ao mesmo tempo. “Entendemos que estes [diplomas] não implicam uma despesa e alguns deles, apesar de serem residuais, vão gerar alguma receita para o Município ao nível de taxas

que possamos cobrar”, salientou Sérgio Oliveira, tendo lembrado que nesta fase a Saúde e a Educação, áreas que preocupam” ainda não serão descentralizadas. Nesta fase, os Municípios vão deliberar para receber competências nas áreas da Justiça, Praias Fluviais, Habitação, Estruturas de Atendimento ao Cidadão (Espaços/Loja do Cidadão), Património Imobiliário Público, Vias de Comunicação, Bombeiros, Regulação, fiscalização do estacionamento nas

A Descentralização de Competências é “um processo de adaptação difícil”.

vias e espaços públicos e no domínio da autorização de exploração das modalidades afins de Jogos de Fortuna ou Azar e outras formas de jogo. Na sua intervenção, Júlia Amorim começou por referir que “as Câmaras devem ter mais competências porque estão mais perto dos seus cidadãos. Agora, não podem aceitar de qualquer maneira essas competências”. “Estas competências trazem responsabilidades e custos. E trazem algo que é extremamente preocupante, que passa por prestarmos um pior serviço às populações”, considerou a vereador da CDU. “Não vamos fazer bem aquilo que vamos aceitar e o mais certo é alocarmos recursos humanos, financeiros e materiais àquilo que são as competências das Câmaras Municipais e vamos deixar de prestar um bom serviço (…) porque sabemos que a nossa Autarquia é pequena, tem poucos recursos humanos e poucas verbas”, acrescentou. Após dar vários exemplos, a responsável disse que as vereadoras da CDU não iriam “compactuar com uma coisa destas” e que existia uma “falta de respeito por uma verdadeira descentralização”. E que se Governo quisesse “fazer uma descentralização, fazia uma descentralização séria”. No dia 25 de janeiro, com os votos a favor dos eleitos do PS e do MIC (13) e a abstenção da bancada da CDU (5), a Assembleia Municipal de Constância decidiu não aceitar a transferência de competências na área da habitação, à semelhança do que aconteceu na reunião de Câmara. Joana Margarida Carvalho

Toy e Teresa Salgueiro são os cabeças de cartaz das Festas da Boa Viagem DR

Toy e Teresa Salgueiro são os cabeças de cartaz da edição 2019 das Festas de Constância, Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem que se vão realizar de 20 a 22 de abril. O primeiro dia do certame, um sábado, vai ser marcado pela a atuação de Toy. No domingo, dia 21 de abril, será a vez dos músicos Amarelo e Berg. Na segunda-feira da Boa Viagem, dia 22, será o fado de Teresa Salgueiro que vai abrilhantar o feriado municipal.

O programa cultural conta ainda com a tradicional tarde de folclore promovida pelo Rancho Folclórico “Os Camponeses” de Malpique e as atuações da Filarmónica Montalvense, do Grupo de Cantares da Casa do Povo de Montalvo e do Grupo Cultural Emoções de Malpique. Quanto ao orçamento das Festas deste ano, o presidente da Câmara Municipal, Sérgio Oliveira, anunciou no dia 22 de janeiro que ficarão entre os 100 e os 120 mil

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euros, à semelhança do ano passado. Em relação aos outros pormenores que caracterizam as festas, como as ruas floridas, o autarca referiu que “as festas vão ser novamente marcadas pelas tasquinhas, pelas ruas floridas, pela animação de rua, pela bênção dos barcos e das viaturas, pela procissão em honra da Nossa Senhora da Boa Viagem, pela Mostra Nacional de Artesanato e Doçaria e pelo Grande Prémio da Páscoa”.


REGIÃO / Sardoal Executivo aceita transferência de competências para as Autarquias Locais O Executivo da Câmara Municipal de Sardoal, reunido a 25 de janeiro, aprovou a Lei-quadro da transferência de competências para as Autarquias Locais e para a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT).

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Os nove diplomas foram aprovados por unanimidade e o presidente Miguel Borges explicou que “de acordo com a Lei, estas delegações de competências já estão em vigor desde o dia 1 de janeiro”. No entanto, o Governo concedeu um período “para que as diferentes entidades decidam se estão já em condições de assumir essas competências em 2019 ou o farão em 2020. Sendo certo que no próximo ciclo autárquico pós-eleições, todos vão ter que as assumir”, esclareceu o presidente. À margem da reunião de Câma-

ra, Miguel Borges explicou que a principal mudança neste processo “é a que implica colaborarmos com o Governo central no sentido das políticas de proximidade. Ou seja, conseguimos aproximar os decisores dos cidadãos”. Já em termos de estrutura de funcionamento do Município, o autarca recordou que uma das principais competências a ser transferida, “que ainda não está em cima da mesa mas que virá brevemente”, é a da educação. “E a educação já o Município de Sardoal a tem desde 2009 (…) e tem sido uma experiên-

/ Os nove diplomas foram aprovados por unanimidade na reunião de Câmara cia que não tem sido negativa. Não é fácil mas a vantagem para a comunidade educativa é muito maior”, esclareceu. Também na área da saúde, o presidente lembrou que “com o Governo anterior, Sardoal fez parte de um projeto pioneiro de delegação de competências. Sardoal foi

um dos 18 Municípios que assinou o protocolo, inclusivamente com o pacote financeiro associado”. No entanto, “o Governo terminou a legislatura e este Governo liderado pelo Partido Socialista teve um entendimento diferente na altura e os protocolos assinados não foram publicados e deixaram de ter

eficácia. Mas o meu pensamento não mudou”. Miguel Borges disse ainda que “este Governo só peca por não ir mais além porque acho que podemos fazer ainda mais do que aquilo que nos está a ser delegado”. Patrícia Seixas

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REGIÃO / Sardoal

/ Casa Grande irá ser cedida pelo Município de Sardoal à Turismo Fundos

Requisitos de Sonho anula contrato para construção de hotel. Casa Grande irá ser cedida à Turismo Fundos Município de Sardoal a anulação do contrato de cessão do direito de uso e respetivo aditamento, datados de 1 de junho de 2015 e de 15 de outubro de 2016, respetivamente”, lê-se na carta enviada à Autarquia. No entanto, a empresa deixa, como contrapartida, a cedência “a título gratuito ao Município de Sardoal o projeto de arquitetura designado Remodelação, ampliação de edifício destinado a Unidade hoteleira”. O projeto agora cedido tem um valor que ronda os 40 mil euros e “conta com dois anos de aprovações de diferentes pareceres e as devidas autorizações”. Miguel Borges explicou depois que o pedido da anulação veio na sequência “de o caminho que se procurou para financiamento da Casa Grande para Hotel, é um caminho que tem estado a ter muitas

pedras, pedras demais, e tem sido difícil contruir o castelo com elas, como diz Fernando Pessoa. Daí procurarmos outro caminho”. E o caminho parece seguir na direção da Turismo Fundos, uma empresa com maioria de capital público, através do Turismo de Portugal. Assim, como avançou o presidente da Câmara de Sardoal, há a possibilidade “de podermos ceder este imóvel e depois o promotor, se assim for o entendimento entre as partes [Requisitos de Sonho e Turismo Fundos], possam chegar a acordo e o caminho passe a ser este”. “É um processo negocial que vamos iniciar neste momento e só o podíamos iniciar, terminando este contrato que tínhamos com a empresa Requisitos de Sonho”, assegurou o presidente. Na discussão do assunto em re-

união de Câmara, o vereador socialista Pedro Duque disse que esta “é uma solução entusiasmante”, mas lembrou que “desde a primeira hora que defendemos que era isso que deveria ter sido feito (…) o tempo veio dar-nos razão”. Pedro Duque fez ainda uma declaração política onde afirmou que “desde junho de 2015, que vínhamos manifestando as nossas reservas relativamente ao processo de cessão do direito de uso da Casa Grande ou Casa dos Almeidas, nos moldes em que foi executado. (…) Agora, aqui chegados, passados quase quatro longos anos desde a assinatura do contrato inicial, sem que se vislumbrasse qualquer avanço no desenvolvimento do processo, vem a entidade promotora, prescindir da cessão. Sem qualquer tipo de vã glória

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24 JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2019

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constatamos que o tempo nos veio a dar razão e o que importa agora apurar é se o abandono a que o edifício esteve sujeito ao longo destes quase quatro anos não veio acentuar o seu já de si avançado estado de degradação, para além das oportunidades que eventualmente se terão perdido de obtenção de outros parceiros para o desenvolvimento de projeto de idêntica natureza”. No final, Pedro Duque revelou concordar “genericamente com a saída aqui apresentada”. Depois de ouvir a declaração política do vereador socialista, Miguel Borges revelou que “nas mesmas condições, neste momento faríamos exatamente o mesmo que fizemos na altura. Não perdemos nenhuma oportunidade”. Patrícia Seixas

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A empresa Requisitos de Sonho, investidor privado a quem foi entregue a “Casa Grande ou dos Almeidas” para ser transformada num Hotel de Charme, veio agora pedir à Câmara Municipal de Sardoal a anulação do contrato de cessão do direito de uso. Na reunião do Executivo, realizada a 25 de janeiro, Miguel Borges, presidente da Câmara, deu conta da comunicação efetuada pela empresa. “Considerando a possibilidade da empresa Requisitos de Sonho candidatar-se ao Turismo Fundos, mais concretamente ao Programa de Investimento em Territórios de Baixa Densidade, o qual viabiliza a concretização da valorização económica do ativo imobiliário Casa Grande ou Casa dos Almeidas, afetando a atividade do sector Turismo, solicita este organismo ao


DESPORTO /

//CLUBE TRIATLO DE ABRANTES

Há seis anos a correr, a nadar e a pedalar

O Clube Triatlo de Abrantes foi constituído há seis anos por Mónica e Nuno Fernandes, vindo dar resposta a uma necessidade em termos de formação desportiva, num concelho com ótimas condições para a prática da modalidade. Nuno e Mónica responderam às nossas perguntas, em que, mais do que o seu papel enquanto formadores de triatletas, salientaram a sua ação enquanto formadores de pessoas. Como e quando surgiu este projeto ligado à prática do triatlo em Abrantes?

Iniciámos a modalidade há 6 anos atrás, devido à realização de um triatlo no Aquapolis, organizado pela Federação Portuguesa de Triatlo, em conjunto com a Câmara Municipal de Abrantes, eu e a Mónica fomos convidados para ajudar na organização, levámos o nosso filho, nessa altura com 5 anos de idade, que nesse dia se interessou pela modalidade. Não existindo nenhum clube na região, analisámos junto da Câmara Municipal de Abrantes, que já há algum tempo queria formar um clube que desenvolvesse o projeto, procurámos algum apoio informativo e financeiro, de forma a formar uma associação e a filiar o Clube Triatlo de Abrantes.

Em termos de quantidade de atletas, como tem evoluído o clube desde a sua fundação?

O número de atletas filiados tem-se vindo a manter mais ou menos estável nos números que iniciámos, sabemos que existe sempre o abandono desportivo, devido aos estudos, nomeadamente com a entrada para as faculdades. Mas, temos alguns atletas de quadro de mérito escolar, do que nos orgulhamos muito!

Em que provas das competições nacionais participa habitualmente o clube?

As competições às quais nos propusemos, para esta época, são os Campeonatos Nacionais e Regionais de Triatlo Jovens, Campeonato Nacional de Duatlo e Taça de Portugal de Triatlo.

Quais os resultados mais marcantes ou os momentos altos, em termos desportivos do Clube Triatlo de Abrantes?

Os resultados são sempre importantes, mas damos mais importância aos valores da formação, aos princípios da amizade, ao espírito de entreajuda e de sã camaradagem, não descurando as competições desportivas. Já formámos alguns atletas que foram Campeões Nacionais individuais, temos colocado em todas as épocas desportivas atletas no pódio. Sabemos que a preparação para as competições requer muita disponibilidade, tanto da parte dos treinadores como dos atletas e pais, conjugando os estudos, os treinos e o ambiente familiar e assim, com esta harmonia, se conseguem resultados. Temos tido alguns momentos mais altos, outros menos altos, mas continuamos com grande força a promover a fantástica modalidade que é o triatlo. Os momentos que consideramos mais baixos acontecem quando os atletas que formamos saem ou por algum motivo deixam a modalidade, os momentos altos são todos os dias que treinamos, competimos e nos divertimos pra-

ticando a modalidade que tanto nos apaixona!

Quais os principais desafios que se colocam a um triatleta? E a um técnico de triatlo?

Um triatleta pode ter vários objetivos, pode ser a Alta Competição, tentar entrar na Seleção Nacional e competir a nível internacional, conciliando isso com os estudos, outro pode ser apenas de participação e lazer, focando-se apenas nos estudos e depois, quem sabe, continuar a praticar a modalidade. Eu, como técnico, o meu desafio principal é ajudar os triatletas a alcançar os objetivos a que se propõem, continuando a fazer formação de qualidade, participando em seminários e workshops, cursos de treinadores, para poder evoluir como treinador e como pessoa.

Quais os principais projetos que estão em mente dos responsáveis pelo clube?

Os projetos futuros do clube são a continuação da divulgação da modalidade, procurando alcançar maior número de praticantes e ajudar os nossos triatletas a atingir os seus objetivos.

Abrantes tem condições para um dia, ser uma potência em termos de triatlo?

Temos, em Abrantes, todas as condições, tanto a nível de instalações desportivas, como recursos naturais, humanos e técnicos para

o desenvolvimento da modalidade, sendo este um concelho com muito potencial para a evolução do triatlo.

distâncias mais curtas, para iniciar a modalidade, podendo participar-se nas provas abertas, na distância super-sprint.

Que mensagem transmitem a quem se possa interessar pelo triatlo e se proponha começar a praticá-lo?

Como encaram o papel dos pais na prática desportiva dos filhos?

O triatlo é uma modalidade que está em crescimento, hoje em dia praticar triatlo é bastante acessível a todos, podendo iniciar-se pelo duatlo ou aquatlo, que são duas modalidades de progressão para o triatlo. No duatlo apenas tem de se correr, andar de bicicleta e voltar a correr, enquanto no aquatlo só terão de nadar e correr. Existem

O papel dos pais é de veras o pilar principal para a educação e formação dos filhos, tendo em conjunto com os treinadores e professores, de cimentar os princípios da educação, tanto a nível escolar, desportivo, familiar e, futuramente, profissional, contribuindo assim para o seu crescimento e desenvolvimento como pessoas. José Martinho Ga spar

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DESPORTO / Paulo Neto, presidente do SAB: “Faltanos o apoio da comunidade abrantina” O Sport Abrantes e Benfica (SAB) fez história no futebol sénior ao tornar-se a única equipa portuguesa 100% vitoriosa, depois de ter ganho ao TSU, e após o Belenenses e o CD Amadora da 1º divisão distrital terem empatado. A equipa conta somente por vitórias todos os jogos disputados em todas as competições. A Antena Livre esteve à conversa com Paulo Neto, presidente do SAB para explicar melhor este feito e saber os objetivos da equipa traçados para o futuro.

O que significa para si e para o resto da equipa estarem a fazer história, ao serem a única equipa portuguesa 100% vitoriosa?

No início não era esse o nosso objetivo. A nossa pretensão era chegarmos à 1ª divisão distrital. É claro que nesta altura estamos supersatisfeitos pela prestação da equipa, porque só aos jogadores e ao treinador se deve esse feito. Contamos com 14 jogos para o campeonato da Associação de Futebol de Santarém só com vitórias e com jogos da taça só com vitórias em todos os jogos.

Qual é o objetivo da equipa em termos de classificação?

Para toda a direção, toda a equipa técnica, todos os atletas e todos os acompanhantes, o sentido é único, que é de levar o nosso esforço o mais longe possível. Claro que se deve à qualidade e prestação dos jogadores dentro do campo, do treinador, de toda a sua equipa técnica, desde o condutor, do roupeiro, do massagista, do diretor em campo, dos treinadores adjuntos e até da própria direção. Sempre acompanhámos o máximo possível os nossos atletas. Nesta

OPINIÃO NACIONAL /

José Alves Jana FILÓSOFO

Os resultados

altura, o mais visível são os seniores devido às 18 prestações dos 18 jogos só com vitórias, e, portanto, leva que a nossa ambição e o nosso objetivo seja, de jogo para jogo, chegarmos o mais longe possível com o pleno de vitórias, apesar de esse não ser o ponto fulcral da nossa história. Termos este tipo de prestações, para nós, já é muito bom. Estamos a fazer história em Portugal, estamos a levar o nome do Sport Abrantes e Benfica longe. Ouve-se em todo lado que somos a única equipa só com vitórias e estamos a levar o nome do Município de Abrantes e de todos os abrantinos o mais longe possível.

Notei que a média de idades desta equipa é relativamente baixa, será que o facto de a equipa ter maioritariamente jogadores jovens é um fator para o sucesso?

O fator para o sucesso é a qualidade que os jogadores têm, o empenho, a dedicação ao clube. Cerca de 70% dos jogadores deste plantel são oriundos da formação do SAB. Ter “massa nova” é sempre bom. Também temos alguns com um pouco mais de experiência, mas não temos veteranos na equipa. Isto é tudo um esforço e dedicação de um conjunto de pessoas que neste clube se empenharam para tentar trazer para cá os bons valores que nós tínhamos e recheá-los com outros bons nomes, de que o próprio técnico e toda a sua equipa técnica sabiam que faziam falta. Graças a isso conseguimos trazer vários jogadores e estamos todos muito felizes, porque neste momento temos qualidade.

Esta equipa sofreu muitos poucos golos, sendo que só sofreu dois golos na Taça. Será porque

B

orba não é apenas o local de uma tragédia recente, é o exemplo de um presidente da Câmara que sabia do perigo e nada fez para defender os seus concidadãos. Pedrógão não é apenas o nome de outro local trágico; ficou claro que a Câmara não tinha feito o necessário trabalho de prevenção. Aliás, viu-se depois que não era caso único, por isso se andou a fazer à pressa por todo o país o que era suposto estar bem feito. Não estava. A seguir ao 25 de Abril, o poder local deu às populações respostas de primeira necessidade: água, eletricidade, caminhos… Bens de valor inquestionável. E o Poder Local foi sacralizado: eram santos todos os autarcas, perfeita a sua obra. Num segundo tempo, começou a haver problemas de corrupção: alguns sentaram-se no tribunal para responder

26 JORNAL DE ABRANTES / Fevereiro 2019

a equipa adotou uma estratégia mais defensiva ou é porque têm defesas de qualidade? Tudo se resume à própria equipa. Eles defendem todos, atacam todos. A humildade e o esforço de equipa, o espírito de equipa desde o balneário, desde que eles se juntam no aquecimento e mesmo no próprio jogo. O espírito de sacrifício é feito por toda a equipa. O valor que nós temos em campo é o funcionamento em conjunto. Somos o que se chama uma verdadeira equipa.

Será que a equipa vai saber lidar com uma eventual perda de pontos ou até mesmo com a primeira derrota?

Saber ganhar é fácil, saber perder é mais complicado, mas nós estamos preparados para a primeira derrota. Nos jogos da Taça já vamos jogar de igual para desigual, porque já vamos apanhar equipas da 1ª divisão distrital. Penso que temos qualidade para chegar o mais longe possível e não estamos a falar de chegarmos à final. É claro que nesta altura estamos nas meias-finais e o objetivo é tentarmos chegar mais longe.

No percurso de uma equipa durante a época, nem tudo é perfeito. Acha que falta algo a esta equipa apesar do sucesso que estão a ter?

Sim falta, o apoio de toda a comunidade abrantina. Sentimos falta do acompanhamento deles. Temos tido alguns acompanhantes, quer em casa quer fora, mas é pessoal ligado aos jogadores ou à direção. Precisávamos que a comunidade abrantina acompanhasse mais, visse que temos valor, que temos futebol e que pudessem aspor uso indevido do poder e alguns foram mesmo condenados. Foi a perda da inocência original e a descoberta de que “todos” os autarcas eram afinal corruptos. Não eram, mas “corruptio optimi pessima” (a corrupção do ótimo é péssima). E essa nódoa ainda não foi de todo lavada. Talvez agora estejamos numa terceira fase: a da avaliação das políticas concretas e a da revelação de que uma política não é boa só porque sim. Pode ser péssima. Afinal, há 191 pedreiras em situação crítica. E o caso da Arrábida, no Porto?! Marcelo Rebelo de Sousa defendeu há anos a atual política de propinas no ensino superior, mas veio agora dizer que essa política falhou, propondo agora o que então rejeitou. Sim, uma política não é automaticamente boa só porque foi levada à prática. Seria bom que se levasse o princípio a sério e, em consequência, ousássemos

/ “Sentimos falta do acompanhamento da comunidade abrantina sim partilhar esses bons momentos connosco.

E quanto ao futebol de formação? Continua a ser a principal aposta do clube?

A aposta principal do clube é no futebol de formação. Os seniores iniciaram, depois de três décadas, decidindo assim arrancar este ano. Estamos a ganhar experiência por parte da direção e vamos ver até onde poderemos ir. É claro que tendo apoios financeiros e logísticos podemos ir mais longe e não tendo esses apoios temos que nos limitar àquilo que nós podemos ter e que vamos ter com certeza.

Acha que o futebol sénior é o complemento que faltava para avaliar as várias políticas colocadas no terreno. Um autarca não é bom político só porque faz, mas porque leva a efeito políticas que dão bons resultados. Mas é necessário avaliá-las. E a verdade é que os nossos autarcas têm poderes (talvez) excessivos e tendem a tomar decisões técnicas nas áreas em que têm poder – e são muitas. Eis alguns exemplos: urbanismo, desenvolvimento económico, defesa do património natural e cultural, marketing territorial, educação, saúde, proteção civil, gestão de recursos humanos, cultura, comunicação institucional, estética urbana, gestão de sistemas, planeamento estratégico, simbólica comunitária, gestão financeira, ação social, desporto, ordenamento do território, integração social dos excluídos, biodiversidade, inovação social e tecnológica, turismo… e quantas mais? Ah, e democracia de proximidade. Ninguém é

dar continuidade ao trabalho feito na formação?

Sim, era o que nos faltava, porque víamos muitos bons valores nos juniores a irem embora. Muitos pecavam por não quererem mais jogar à bola, outros iam para outros clubes aqui à volta, nomeadamente INATEL, 1º divisão distrital, 2º distrital e não havia um aproveitamento, porque nós formávamos e saía uma fornada jogadores que não eram aproveitados, ou seja, eram aproveitados 3 ou 4 elementos, mas não era aproveitada a equipa. O valor que o SAB tem é o conjunto e nós não conseguíamos ver num futuro próximo o conjunto a ser trabalhado ou a trabalhar. Nélio Dias

competente em todas estas áreas. Mas tem de decidir em todas elas. Mais: deve definir políticas em todas elas. Com que apoios? De que saberes se socorrem os nossos autarcas? Contudo, na política nacional há estudos, avaliações, gabinetes especializados. Mas sobre o nível local, não há muito quem se interesse. Apenas alguns rankings, mal explicados… Talvez por isso “todos” os autarcas são reeleitos com maioria e pensam que isso é um selo de qualidade sobre as suas políticas. Não é. É sobretudo sinal da nossa ignorância. E, no entanto, estas políticas, ou ausência delas, têm impacto directo sobre a vida concreta de cada um de nós. Se ao menos aproveitássemos os casos de escândalo para olharmos para as situações comuns. E como se estão a preparar os nossos próximos autarcas?


CULTURA /

JOST – Orquestra de Jovens Talentosos Iniciada em Setembro de 2017, junta jovens que querem desenvolver os seus talentos musicais, crescer pessoal e socialmente dentro do grupo e partilhar com a comunidade o seu saber, realizando concertos abertos a todos os que os quiserem ouvir. A iniciativa é fruto de um protocolo assinado pela Escola Superior de Educação, do Instituto Politécnico de Santarém, pelo Agrupamento de Escolas nº 2 de Abrantes e pela SAT. A JOST é constituída por cerca de 50 jovens (entre os 10 e os 15 anos) empenhados e com uma enorme vontade de espalhar a sua música pelos palcos fora. Respira-se um ambiente de verdadeira cumplicidade e partilha, que revela um forte sentido de pertença àquele grupo. Este projeto pretende não só contribuir para uma formação mais coerente das crianças e dos jovens, dando maior significado às aprendizagens que os mesmos vão realizando em contexto escolar, mas também promover o desenvolvimento local, nomeadamente, contribuindo para o acesso à cultura e à fruição artística. Margarida Togtema, professora na ESE de Santarém e coordenadora deste projeto, explicou ao JA como e porquê surgiu esta iniciativa: “Em 2014, a Escola Dr. Manuel Fernandes ia passar a lecionar o Curso Básico de Música, em regime integrado, e o diretor do curso, o professor José Horta, partilhou alguns dos constrangimentos que enfrentavam, nomeadamente, ao nível da falta de alguns instrumentos. Esse foi o início de tudo! Em conjunto com o diretor do Agrupamento, o professor Alcino Hermínio, juntámos esforços para encontrar soluções, mobilizando os recursos da Escola Superior de

Educação de Santarém e da Sociedade Artística Tramagalense, uma associação sempre aberta a novos desafios. Com o contributo de todos seria mais fácil levar por diante um curso que constituía uma enorme mais-valia para o Concelho”. Relativamente à JOST, disse ser um projeto que nasceu naturalmente, fruto do trabalho realizado no curso de música da Escola Dr. Manuel Fernandes e na escola de música da SAT, assente numa lógica de cruzamento e complementaridade entre dois “territórios educativos” – o Formal e o Não Formal - que devem trabalhar em articulação para dar maior sentido às aprendizagens que os alunos vão realizando. Em relação à forte adesão que o projeto teve, diz dever-se à motivação gerada nos jovens e suas famílias, que se encarregam de “passar a palavra”, trazendo outras pessoas consigo”. Às cordas e aos sopros iniciais juntou-se posteriormente o piano, a percussão e as vozes. Quanto ao recrutamento, a pro-

OPINIÃO INTERNACIONAL /

N Nuno Alves MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS nmalves@sapo.pt

Economia, o que tens?

este mês de janeiro realizou-se mais uma reunião anual do Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça. Muitas vozes defendem o fim de Davos. E talvez com razão. Davos é uma espécie de reunião familiar muito peculiar. Ali reúnem-se os governantes das principais economias do mundo, CEO’s das grandes empresas do mundo, as maiores empresas de tecnologia, filantropistas globais ou, inclusive, celebridades. São a elite económica mundial. Mas eles também são os responsáveis pela manutenção do estado da economia global como o conhece-

A Sociedade Artística Tramagalense (SAT) abriu-nos a porta para conhecer a Jovem Orquestra Sinfónica do Tejo (JOST), que aí realiza os seus ensaios.

fessora conta que os alunos “quando cá chegam são todos bem-vindos. Procuramos que todos se sintam satisfeitos e que possam crescer. Nós só queremos que eles se motivem para trabalhar (aqui e na escola) e que cresçam como pessoas e artistas.” A JOST tem como Diretor Musical o Maestro José Teixeira - um Tramagalense há muito em Lisboa mas que não conseguiu resistir a este projeto - e preparou a sua apresentação através de quatro estágios. Nesses estágios de orquestra os jovens músicos foram acompanhados por vários professores de instrumento, sendo uns da Escola Dr. Manuel Fernandes, outros da escola de música da SAT e outros convidados. Nomes como Ana Figueiredo, Carolina Alves, Gonçalo Sousa, Mário Roldão, Mathieu Branco, Paulo Vieira e Rui Miguéis ajudaram a alicerçar este projeto. As apresentações no final de cada Estágio foram sempre enriquecidas com a participação de músicos convidados. Joana Cota, Vincent Mc-

Callum e Rebeca Aizic trouxeram o Fado, os Blues e a Bossa Nova, respetivamente. MT referiu que “no 1º estágio, a maior parte dos jovens tinha um ano de música. No final apresentaram a peça “Pompa e Circunstância” de Elgar, tendo sido um momento muito bonito, que emocionou todos os que a ele assistiram. Foram muitos os que, desde o início, aceitaram colaborar com este projeto. Referem-se aqui as entidades que acolheram os estágios: a ARTRAM, o Agrupamento de Escuteiros de Tramagal e o RAME, em Abrantes. O concerto de apresentação realizou-se no dia 30 de junho de 2018 na SAT. De volta ao trabalho em Outubro p.p., a JOST conta agora com a colaboração do Maestro Carlos Gonçalves que, em articulação com o Maestro José Teixeira, trabalha regularmente com o grupo. Realizou recentemente 3 concertos: no Convento de São Francisco, em Santarém, no Forum Lisboa, num intercâmbio com o Colégio Moderno - e o outro em Tramagal, no quadro da Feira de Natal que aí se realiza já há alguns anos. “Agora é necessário parar um bocadinho para trabalhar novo reportório” disse MT. A JOST não é o único “produto” do protocolo de colaboração existente entre as três entidades acima referidas. Se ela surge num contexto não formal e se dirige, maioritariamente, a jovens a partir dos 10 anos, existe, desde 2014, um outro projeto de intervenção direcionado para o 1º CEB, desta feita, em contexto de Educação Formal. O Projeto “educARTE”, que visa a integração curricular

da educação artística no 1º CEB e envolve todas as turmas das escolas que pertencem ao Agrupamento de Escolas nº2 de Abrantes. MT referiu que, para além de tornar efetivo o currículo do 1º CEB (para que a educação artística seja uma realidade nas nossas escolas), este projeto pretende dar sustentabilidade ao Curso Básico de Música em funcionamento na sede do Agrupamento no 2. No dia em que nos deslocámos à SAT para ver a JOST em ação tivemos uma surpresa. Estava a dar os primeiros passos o novo projeto que mobiliza as três entidades envolvidas no protocolo de colaboração já referido. “Acabou de assistir ao primeiro ensaio da nova orquestra de guitarras, que conta com a Direção Musical do professor Pedro Ferreira.”, disse entusiasmada a professora, avançando que “ há muitos jovens que tocam guitarra em todo o concelho e seria bom que eles se pudessem juntar em torno de um projeto comum, que contribuísse para o seu crescimento e para enriquecer culturalmente a comunidade”. O Maestro José Teixeira disse que era com muito orgulho que estava neste projeto. Referiu que a sua direção “é feita com muita paixão e muito carinho”, não escondendo o afeto que sente por este grupo. “São fantásticos! Adoram fazer música”. Quanto ao reportório da orquestra disse ser importante que um músico tenha referências musicais alargadas e diversificadas. Por isso, o reportório da JOST é abrangente. “Vai de Vivaldi até aos Rolling Stones”.

mos. E isso não é um elogio. Estas são as pessoas que mais beneficiam com a especulação financeira global, com os paraísos fiscais ou com massivas isenções de impostos. Como conseguiram esta capacidade de controlo e proeminência na economia global? É simples: com a globalização, livre circulação de capitais e liberalização das principais economias mundiais, esta elite plutocrata deixou de ter um papel passivo e converteu-se na elite governante do mundo. Esta elite não está fundamentalmente preocupada se a pobreza ou desigualdade social sobem ou diminuem; apenas querem manter e aumentar os seus privilégios. Esta poderá ser uma razão para o estado amorfo da economia global e a crescente insatisfação social pelo aumento do custo de vida e falta de

oportunidades. Mas há mais algumas razões que alicerçam esta situação. Nas últimas décadas, passamos a ter um fosso gigantesco entre o preço das coisas e o seu real valor. Por outras palavras, o crescimento económico passou a ser centrado na especulação financeira e na gestão de ativos financeiros no mundo de acordo com quem dá mais. Na prática deixou de haver verdadeira criação de riqueza. Por exemplo, o último caso de um investimento estruturante na economia portuguesa, com capacidade de gerar valor na nossa economia a longo prazo, foi a Auto-Europa. Desde então a nossa economia vive de remendos. O mesmo acontece pelo mundo fora. Pelo meio, há uma crescente acumulação da riqueza nas mãos de poucos. Em resultado, as oportunidades escas-

seiam na sociedade. Em paralelo, o nosso modelo económico assenta na ideia de crescimento constante. Contudo, os economistas continuam sem conseguir responder como conseguir um crescimento económico infinito num contexto de recursos finitos. A resposta é clara: este sistema assenta num conjunto de pressupostos em falência. O nosso modelo energético (petróleo) está esgotado, o modelo agrícola global está ultrapassado e tornou-se perigoso para a saúde humana e ambiente e, pelo meio, em poucas décadas, a humanidade já esgotou dois terços dos recursos naturais existentes. Nitidamente, este não é o modelo económico capaz de proporcionar um futuro mais promissor ou mais sustentável.

Nélio Dias

Fevereiro 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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CULTURA / NOMES COM HISTÓRIA /

Teresa Aparício

Praça Barão da Batalha

É

este um nome que se ouve com frequência na boca dos abrantinos, pois esta praça é hoje um local de encontro, convívio, recreio, festa, cultura … enfim pode considerar-se o coração do centro histórico, contudo já poucos sabem quem foi o personagem histórico que lhe deu o nome e o que teve ele a ver com a nossa cidade. Chamava-se Sebastião Francisco Drago Valente de Brito Cabreira, nasceu em Faro, em 1809 e faleceu em Paris em 1868. Na sua juventude, combateu nos exércitos liberais, ao lado de D. Pedro IV, primeiro nos Açores e depois no Porto, distinguindo-se pela coragem e bravura que sempre mostrou em combate. Mais tarde, já

depois de terminada a guerra civil, em 1851, como prémio de uma carreira militar brilhante, foi agraciado com o título de Barão de Nossa Senhora da Vitória da Batalha, sendo o primeiro e único com este título. Foi governador da praça de S. Julião da Barra e, em 1857 foi nomeado governador da praça de Abrantes, cargo onde se distinguiu pelos muitos benefícios que concedeu a esta então vila, entre os quais se destacam a oferta de uma bomba de extinção de incêndios, então muito frequentes dentro da própria malha urbana e também da oferta de seis candeeiros à câmara, a que esta juntou a compra de mais doze, iniciando-se assim a iluminação pública em Abrantes. Mas ainda outra marca deixou na praça onde era governador. Em 1862, recebeu a câmara, um ofício deste ilustre general, para que fossem colocadas na Torre de Menagem do Castelo inscrições comemorativas da passagem por Abrantes da rainha D. Maria II e mais tarde do seu filho, o rei D. Pedro V, petição essa que foi aceite. As referidas lápides foram feitas e colocadas no local por ele indicado, onde ainda hoje as podemos ler. Mas o que nem ele nem a câmara suspeitavam é que, precisamente por essa altura, estava o governo central a exonerá-lo por razões políticas, o que

provocou grande consternação às entidades municipais e à população em geral. Representantes da câmara ainda se dirigiram ao governo pedindo a manutenção do general no seu cargo, mas tudo foi em vão. Para o substituir foi nomeado o brigadeiro Cláudio Pedroso que, por solidariedade, não aceitou o cargo, tendo sido também igualmente demitido. Mas já em 1859, querendo a câmara manifestar publicamente a sua estima pela pessoa do governador, deliberou dar o seu nome ao largo onde se situara outrora a velha capela de S. Sebastião, entretanto demolida e que até aí se chamara Praça da Palha de Baixo. Tendo esta homenagem sido posta à sua consideração e tendo sido aceite, mandou o município colocar duas lápides no local, com a legenda: PRAÇA BARÃO DA BATALHA – 4 DE OUTUBRO DE 1859 (data do seu aniversário). Apesar das várias mudanças na toponímia da cidade, o nome dado então a esta praça mantem-se até hoje.

Bibliografia: Morato, António Manuel, Memória Histórica da Notável Vila de Abrantes, C. M. A., 2002 Campos, Eduardo, Cronologia de Abrantes - século XIX, C.M.A.,2005

Foto: Matilde Viegas

//O CREATIVE CAMP VISTO POR QUEM O VICENCIA

Passeios pelas ruas de Abrantes O Canal180 organiza anualmente em Abrantes o 180 Creative Camp, um campo criativo que recebe participantes de todo o mundo. Durante uma semana por ano andamos pelo castelo e antigo quartel, pelos jardins, cafés e ruas abrantinas e a cada ano que passa conhecemos melhor as pessoas que lá passam o ano inteiro. Nesta coluna do Jornal de Abrantes procuramos partilhar as nossas experiências e retribuir aos abrantinos o carinho com que nos recebem naquela semana que, para nós, é a mais especial do ano. Convidámos Matilde Viegas, fotógrafa do Porto, a percorrer as ruas de Abrantes, conhecer os locais, ouvir as suas histórias e registá-las em bonitos retratos. A experiência resultou neste testemunho escrito e dezenas de fotografias de quem foi a Abrantes para conhecer as suas ruas e pessoas. Os abrantinos são pessoas sossegadas e amistosas. Gostam de se sentar nos bancos e esplanadas dos cafés, nas ruas ou nas praças. Em todos os locais onde entramos,

“Os abrantinos são pessoas sossegadas e amistosas”.

somos acolhidos com um sorriso e um “bom dia” ou “boa tarde”. E é tão bom sermos recebidos assim. Tive muita sorte em ter conhecido pessoas que me contaram as suas histórias e partilharam o seu tempo comigo. Quando lhes pedia para tirar uns retratos, punham-se direitos e posavam de alguma maneira, fitando a câmara. Eles estavam orgulhosos, e eu tão grata. Ao final de almoço, perto do Jardim Infantil, juntam-se as vizinhas dali da zona. Disse-lhes “boa tarde” e logo me perguntaram se estava

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com o 180 Creative Camp. Uma das senhoras disse gostar muito da cor das pulseiras deste ano, outra comentou que gosta muito da casa pintada em frente ao Chave D’Ouro, um café da cidade. Ficaram ali à conversa comigo e agradeceram o sorriso e o ouvido atento, porque nem sempre as pessoas que lá vão a Abrantes falam com elas. Conheci a Dona Maria José num sábado à tarde no jardim da Praça

da República no ano passado. Este ano encontrei-a no mesmo sítio. Vai lá para alimentar um gato de um falecido vizinho e para lançar trigo às pombas. Falou-me da comida da mãe dela, partilhou comigo algumas receitas e falou com muito carinho das roupas de antigamente. De todas as vezes que vamos ao 180 Creative Camp e a Abrantes, a Gelataria Lis é paragem obrigatória. Um cone de bolacha com gelado de

melão parecia ser o pedido mais comum ao balcão. O ambiente é familiar, as pessoas das lojas em redor vão lá dar dois dedos de conversa e tomar o café e o gelado, algumas delas falaram comigo acerca do 180 Creative Camp, entusiasmadas com a possibilidade de novas intervenções na cidade. Matilde e Nicole Canal180


CULTURA / IV Coimbra World Piano Meeting com concerto em Sardoal O Centro Cultural Gil Vicente, no Sardoal, vai ser palco, no dia 8 de fevereiro, pelas 21:30, do Concerto de Jovens Talentos, integrado no IV Coimbra World Piano Meeting. O Concerto, que se prevê de elevada qualidade artística e técnica dos jovens pianistas, decorre no âmbito do Protocolo de Colaboração assinado entre o Município de Sardoal e a Academia Internacional de Música “Aquiles Delle Vigne”, “que visa o fomento de atividades culturais que acrescentem valor cultural aos munícipes de Sardoal e de concelhos vizinhos, divulgando, simultaneamente, o trabalho da Academia”, refere o Município Sardoalense em comunicado. O espetáculo tem entrada livre.

Vila de Rei acolhe nova edição de “Folclore no Centro”

A quarta edição da iniciativa “Folclore no Centro” terá lugar no Pavilhão Polidesportivo da Fundada, em Vila de Rei, no dia 17 de fevereiro. A iniciativa vai desenrolar-se das 12:00 às 18:00 e contará com as atuações de diversos grupos tradicionais e de folclore. O evento surge com o objetivo de

Até 16 de fevereiro - Exposição “Do meu lugar, o que vejo”, de Inês Norton – Quartel da Arte Contemporânea de Abrantes Até 31 de março – Exposição “Hotel de Turismo de Abrantes, 65 anos de hospitalidade” – Arquivo Municipal Eduardo Campos 9 de fevereiro – “A Pitada do Pai” com o produtor local Azeite Casa Anadia Júnior – Mercado Municipal, 10:30

15 de fevereiro a 10 de março – Feira de S. Matos – Aquapolis Margem Sul, Rossio ao Sul do Tejo 16 de fevereiro – Espetáculo infantil “Monstrologia” – Biblioteca Municipal António Botto, 11:00 22 de fevereiro a 30 de março – Exposição “Incêndios Florestais – Alterações climáticas e sustentabilidade” – Biblioteca Municipal António Botto

22 de fevereiro a 22 de março – Exposição “Incêndios Florestais – Alterações climáticas e sustentabilidade” – Centro Cultural Gil Vicente 23 de fevereiro – Tardes da Agulha e da Linha – Espaço Cá da Terra, 14:00

Vila de Rei Até 3 de fevereiro – Exposição “Ao serviço da inclusão”, da Fundação Garcia – Museu Municipal 6 de fevereiro – Sessão para pais e encarregados de educação sobre “Internet mais segura: sabe o que os seus filhos veem na Internet?” – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires, 18:00

28 de fevereiro – “Entre nós e as palavras” com Deana Barroqueiro, apresentação do livro “Contos eróticos do Velho Testamento” – Biblioteca Municipal António Botto, 21:30

17 de fevereiro – Folclore no Centro – Polidesportivo da Fundada, 12:00 às 18:00 17 de fevereiro – Feira de Velharias, antiguidades e colecionismo Polidesportivo da Fundada, 12:00 às 18:00

Constância

Vila Nova da Barquinha

Até 17 de maio – Exposição “Caima -130 anos” – Casa-Memória de Camões

9 de fevereiro a 31 de março – XXV Mês do Sável e da Lampreia – Restaurantes aderentes do concelho

2 de fevereiro – Passeio Pedestre

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Fevereiro 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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8 de fevereiro – IV Coimbra World Piano Meeting – Concerto de Jovens Talentos – Centro Cultural Gil Vicente, 21:30

13 de fevereiro – “Encontros Documentais” sobre “Bibliotecas, arquivos e museus na Educação” – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires, 9:00 às 17:30

Representante oficial dos artigos

.

Até 16 de março – Exposição documental “A Banda!” – Espaço Cá da Terra

23 de fevereiro – Teatro e música “Os Dias da Rádio” pela Companhia Rituais Dell Arte – Sociedade Artística Tramagalense, 21:30

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Mação

Sardoal

OURIVESARIAHeleno

Relógios

24 de fevereiro – Workshop de Observação e Identificação de Aves Silvestres – Parque Ambiental de Santa Margarida, 9:30

10 de fevereiro – “O Voo da Borboleta” – Evocação do nascimento de Eduardo Duarte Ferreira – Museu Metalúrgica Duarte Ferreira, 11:00

23 de fevereiro – Sardinha Fora da Lata com o produtor local Azeites Val Escudeiro – Mercado Municipal, 10:30

em 1972. Pioneiro do Stand-Up Comedy em Portugal, começou a trabalhar como argumentista nas “Produções Fictícias”. Fez teatro e participou em projetos como “Os Contemporâneos” (RTP), “Clube de Comédia” (UAU), “O Paradoxo da Tangência” (CanalQ), e do multi-premiado “Estado de Graça” (RTP).Em 2014, estreou a peça “Tiro e Queda” e, desde 2015 até fim de 2018, esteve na RTP com o programa “Donos Disto Tudo”. Atualmente é o “Indignado Osório”, no “5 Para a Meia-Noite” (RTP), e divide a antena da TSF com Ana Bola, na rubrica “Não há dinheiro, mas há palhaço”.

3 de fevereiro – “Domingo de Praça” com venda de produtos agrícolas e artesanato – Praça Alexandre Herculano, 9:00

22 de fevereiro – “À conversa com…” – Auditório do Centro Cultural Elvino Pereira, 21:00

15 de fevereiro – Espetáculo de comédia com Eduardo Madeira – Auditório da Escola Sec. Dr. Manuel Fernandes, 21:30

promover e valorizar a cultura popular e as tradições locais, tendo, nas suas primeiras edições, uma grande adesão por parte do público. Paralelamente ao encontro “Folclore no Centro” vai decorrer no mesmo espaço uma reedição da “Feira de Velharias, Antiguidades e Colecionismo”.

Interpretativo “À descoberta de plantas silvestres comestíveis” – Ponto de encontro no Posto de Turismo, 14:30

9 de fevereiro – Espetáculo infantil “A história de um gato e de um rato que se tornaram amigos” – Auditório da Santa Casa da Misericórdia, 11:00

14 de fevereiro – Encontro Infantojuvenil com a escritora Adélia Carvalho, apresentação do livro “A crocodila mandona” – Biblioteca Municipal António Botto, 10:30

Humorista Eduardo Madeira sobe ao palco em Abrantes O humorista Eduardo Madeira apresenta-se em nome próprio, num espetáculo a ter lugar no auditório da Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes, no dia 15 de janeiro, às 21:30. Neste espetáculo, o humorista, ator e argumentista satiriza questões do dia-a-dia e imita figuras públicas e personagens fictícias, intercalando o seu texto com momentos musicais, também eles humorísticos. Com o preço de 8€, os bilhetes podem ser comprados no Welcome Center, na Ticketline e no local do espetáculo. Eduardo Madeira nasceu em Bissau

AGENDA /


SAÚDE /

Urgência do Hospital de Abrantes com nova sala A nova sala do Serviço de Urgência Médico-cirúrgica, na Unidade Hospitalar de Abrantes, entrou em funcionamento no dia 22 de janeiro. Com capacidade para 14 macas e 4 cadeirões, este espaço está preparado para duplicar a sua capacidade de acolhimento de doentes, em momentos de contingência, sem que isso altere a dinâmica de funcionamento do Serviço. Este novo espaço, um investimento que ronda os 400 mil euros, do Serviço de Urgência é “um primeiro passo, tecnicamente necessário, que antecede a grande reconversão da Urgência Médico-cirúrgica do CHMT, EPE”, referiu Carlos Andrade Costa, presidente do Conselho de Administração do CHMT, EPE.

Para além dos cerca de 400 mil euros em obra, foram ainda investidos cerca de 100 mil euros em equipamento, a que se juntou também a Liga de Amigos do Hospital de Abrantes, que adquiriu oito das macas novas que equipam este espaço. Carlos Andrade Costa salientou ainda que neste novo espaço “melhoramos as condições de conforto para os doentes, mas também asseguramos as melhores condições de segurança para a prática clínica”, afirmou o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo. Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara de Abrantes congratulou-se “por chegar ao pico da gripe com outras condições para

Paula Gil Enfermeira, Unidade Saúde Publica do Médio Tejo

Dia Mundial da Luta Contra o Cancro comemora-se todos os anos a 4 de fevereiro sendo uma oportunidade para consciencializar as pessoas e o mundo sobre o cancro, sua prevenção, diagnostico e tratamento. O tema da campanha de 2019-2020 é “Eu Sou. Eu Vou”e pretende dar grande enfoque ao individuo como agente da sua saúde. Segundo a Organização Mundial Saúde, 40% dos cancros podem ser evitáveis ou detetados numa fase precoce do seu desenvolvimento. o que permite o tratamento e a cura. Os fatores ambientais como o tabaco, a radiação, os produtos químicos, os agentes infeciosos, a alimentação/nutrição, a atividade física e a composição corporal, desempenham um papel importante na origem do cancro. A prevenção do cancro é um dos maiores desafios enfrentados pela comunidade científica em todo o mundo. As projeções futuras indicam que os números de casos de cancro tendem a aumentar, constituindo uma das principais causas de morte no mundo. Em Portugal é a segunda causa de morte. O Código Europeu Contra o Cancro é uma iniciativa da Comissão Europeia e explica, em 12 pontos, o que as pessoas podem fazer por si e pelas suas famílias, para reduzir o risco de desenvolver ou de sofrer com o cancro. Algumas das principais recomendações do código: •Não fume. Não use qualquer forma de tabaco. •Tome medidas para ter um peso saudável. •Mantenha-se fisicamente ativo no

dia a dia. Limite o tempo que passa sentado. •Tenha uma dieta saudável: - Coma bastantes cereais integrais, leguminosas, vegetais e fruta; - Limite os alimentos muito calóricos (com muito açúcar e gordura) e evite as bebidas açucaradas; - Evite as carnes processadas (enchidos, carnes fumadas, etc.), as carnes vermelhas e os alimentos com elevado teor de sal; •Se consumir álcool, limite o seu consumo. Não consumir bebidas alcoólicas é benéfico para a prevenção do cancro. •Evite a exposição excessiva ao sol, especialmente as crianças. Use protetor solar. Não use solários. •A amamentação reduz o risco de cancro da mama. Se puder, amamente o seu bebé. •Assegure-se de que os seus filhos estão vacinados - Hepatite B e Vírus do Papiloma humano, rapariga). •Participe em programas organizados de rastreios - Cancro Colo- Retal, Mama e Colo do Útero. Para mais informações consulte o Código Europeu Contra o Cancro em: http://cancer-code-europe.iarc.fr Nunca é cedo de mais para começar a prevenção do cancro. Em qualquer idade é benéfico adotar hábitos de vida saudáveis. De acordo com a evidência científica, as pessoas podem reduzir o risco de cancro se adotarem comportamentos saudáveis de alimentação e atividade física, entre outros. PUBLICIDADE

/ Nova sala de observação clínica já funciona na Urgência Médico-cirúrgica, no Hospital de Abrantes

acolher os nossos utentes e ficamos expectantes com aquilo que o futuro próximo nos vai trazer”, disse lembrando “que esta grande urgência serve a comunidade do Médio Tejo, a comunidade abrantina evidentemente, mas também uma comunidade que é muito próxima e que recorre à nossa urgência, nomeadamente o Alto Alentejo e a Beira Baixa”. As equipas médicas e de enfermagem, presentes na abertura oficial, destacaram as condições, os novos materiais e, principalmente, a luz solar da sala. A médica Ana Rita Mendes e as enfermeiras Angela Lopes e Piedade Pinto deram conta das mudanças e destacaram o facto de agora haver “a luz natural”.

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NOTARIADO PORTUGUÊS CARTÓRIO NOTARIAL DE SÔNIA ONOFRE EM ABRANTES

ESCRITÓRIOS: ABRANTES: Rua de Santa Isabel, n.º1 - 1.º Dt.º - Tel.: 241 360 540 - Fax: 241 372 481 MAÇÃO: Rua Ten. Cor. P. Curado, 2 - R/c Dt.º - Telef/Fax: 241 519 060 - Fax: 241 519 069

CARTÓRIO NOTARIAL DE VILA DE REI JUSTIFICAÇÃO Nos termos do artigo 100º do Código do Notariado, certifico que por escritura de 30 de Janeiro de 2019, lavrada a folhas 34 e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas nº 75 – E, deste CARTÓRIO PÚBLICO, na qual, PALMIRA DA CONCEIÇÃO, NIF. 137.210.035, solteira, maior, natural da freguesia e concelho de Vila de Rei, onde reside, no lugar de Seada, Rua do Cerro, declarou que é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem do prédio rústico, sito em Chã, freguesia e concelho de Vila de Rei, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila de Rei, composto de pinhal, com a área de três mil duzentos e quatro metros quadrados, que confronta pelo norte com Carlos Mateus, sul, Isidro Pedro, nascente, Limite da freguesia de Fundada e poente, José dos Ramos, inscrito na matriz sob o artigo número 2792, com o valor patrimonial tributário para efeitos de IMT de 204,64 €;_________ Que o referido prédio, com a indicada composição, veio à sua posse, por volta do ano de mil novecentos e sessenta, em dia e mês que não pode precisar, por doação verbal de sua tia Elisa de Melo Mateus, viúva, já falecida, residente que foi no lugar de Seada, freguesia e concelho de Vila de Rei, não tendo porém, sido reduzido a escritura pública a referida doação; Que desde essa data, em que se operou a tradição material do prédio passou a cortar os pinheiros, limpá-lo, a colher os seus frutos e rendimentos, a trazer pontualmente pagas as respetivas contribuições, a suportar os seus encargos, agindo com a convicção de ser proprietária daquele imóvel e como tal sempre por todos foi reputada. Que nos termos expostos, vem exercendo a posse sobre o mencionado prédio, com a indicada composição, ostensivamente, à vista de todos, sem oposição de quem quer que seja, em paz, continuamente, há mais de vinte anos. Que apesar das buscas efetuadas, desconhece qual o artigo da extinta matriz. Que assim e dadas as características da sua posse, ela primeira outorgante adquiriu o identificado prédio por usucapião, que aqui invoca por não lhe ser possível provar, pelos meios extrajudiciais normais, a aquisição do seu domínio e posse._______________________________ Está conforme com o seu original Vila de Rei, 30 de Janeiro de 2019. O Oficial de Registos em Funções Notariais (Manuel Rosa Dias) Conta: Artigo 20º ----4.5 ----23,00 € São: Vinte e três euros. Registada sob o n.º _________

A CARGO DA NOTÁRIA SÕNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE. ---Certifico para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia trinta de Janeiro de dois mil e dezanove, exarada de folhas vinte e uma a folhas vinte e duas verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas CENTO E SETENTA E DOIS — A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO, na qual o Senhor JOSÉ ANTÓNIO MARQUES PIRES, divorciado, natural da freguesia de Belver, do concelho de Gavião, residente na Avenida Francisco Sá Carneiro, número 119 A, bloco 2, Fracção AN, Areias de São João, Albufeira, como procurador de MARIA OLINDA PIRES, contribuinte fiscal número 109 967 534, viúva, natural da freguesia de Belver, do concelho de Gavião, residente na morada acima indicada, DECLAROU que, com exclusão de outrem, a sua representada é dona e legítima possuidora do Prédio urbano, sito em Vale Pedro Dias, na freguesia de Belver, do concelho de Gavião, composto de casa de rés-do-chão para habitação, com a área coberta de sessenta metros quadrados e logradouro com a área de vinte e dois metros quadrados, a confrontar de Norte com Adriano dos Santos, de Sul com Casa Grande do Outeiro, de Nascente com caminho e Josefina Tomás e de Poente com Cesaltina de Matos, omisso na Conservatória do Registo Predial de Gavião, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 1128. ---Que o prédio ora justificado, está inscrito na matriz em nome da justificante. ---Que a sua representada é possuidora do prédio acima identificado desde, pelo menos, mil novecentos e noventa e sete, o qual veio à sua posse por compra meramente verbal a João Marques, viúvo, residente em Belver, Gavião, não tendo, porém, celebrado a respectiva escritura. ---Que, ela justificante se encontra na posse do referido prédio desde a mencionada data, portanto, há mais de vinte anos, e vem exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades do prédio, utilizando-o, fazendo a sua conservação, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecida como sua dona por toda a gente, pacificamente, porque sem violência, continua e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verificando-se assim todos os requisitos legais para que ocorra a aquisição do citado imóvel por usucapião, título este que, por natureza não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais. ---Está conforme ao original e certifico que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve.

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---Abrantes, 30 de Janeiro de 2019.

NEUROCIRURGIA Dr. Armando Lopes

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NEUROLOGIA Dr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme NUTRIÇÃO Dr.ª Mariana Torres

OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA Dr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel OFTALMOLOGIA Dr. Luís Cardiga ORTOPEDIA Dr. Matos Melo OTORRINOLARINGOLOGIA Dr. João Eloi PNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís Lousada PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIA Patricia Gerra PSICOLOGIA Dr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch; Dr.ª Maria Conceição Calado PSIQUIATRIA Dr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima Palma UROLOGIA Dr. Rafael Passarinho NUTRICIONISTA Dr.ª Carla Louro SERVIÇO DE ENFERMAGEM Maria João TERAPEUTA DA FALA Dr.ª Susana Martins

Fevereiro 2019 / JORNAL DE ABRANTES

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