segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Ibope Inteligência para o Instituto Pró-Livro, associação sem fins lucrativos criada em 2006 para fomentar a leitura e a difusão do livro. O número, no entanto, é inchado pelos livros didáticos. O estudo constatou que somente a quantidade de títulos indicados pelas escolas, o que inclui os didáticos, chega a 3,4 livros lidos por ano por pessoa. Ou seja, o índice de quem está fora das salas de aula ficou em 1,3 livro por ano. O Sul é a região onde mais se lê no Brasil (5,5 livros por habitante por ano). As outras regiões ficam abaixo de cinco livros: Sudeste (4,9), Centro-Oeste (4,5), Nordeste (4,2) e Norte (3,9). A pesquisa também mostrou que as mulheres leem mais que os homens – 5,3 títulos por ano, ante 4,1. Devido ao peso dos didáticos, são os estudantes de 11 a 13 anos que mais leem – em média, 8,6 livros anuais. Foram ouvidas mais de 5 mil pessoas em 311 municípios. É grande o número de pessoas que não leram livros em 2007. Devido a bases e metodologias diferentes, os números das pesquisas não coincidem. O Instituto Pró-Livro trabalha com a porcentagem de 45%. Para a Fecomércio/RJ, 69% não leram livros. Mas, qualquer que seja o número mais realista, o quadro é negativo. “Se olharmos os números isoladamente, parece horrível ter esse volume declarado de não-leitores, mas é importante observar que a maioria deles são crianças e que a distribuição do livro didático parece ser bem-sucedida”, disse o professor André Lázaro, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), do Ministério da Educação (MEC), durante seminário em Brasília. Já nas salas de cinema, o brasileiro prefere ver cópias dubladas (56% dos frequentadores) e é fã dos filmes produzidos nos Estados Unidos (72% consideram as atrações hollywoodianas ótimas ou boas), segundo o Sindicato dos Distribuidores do Rio de Janeiro, que encomendou levantamento ao Instituto Datafolha para descobrir o perfil do frequentador brasileiro de cinema. Foram ouvidas 2.100 pessoas em dez cidades, entre o final de 2007 e abril de 2008. “O brasileiro escolhe filmes estrangeiros de ação e histórias românticas. No caso da produção nacional, prefere as comédias”, diz Jorge Peregrino, presidente do sindicato e vice-presidente da Paramount Pictures para a América Latina. Segundo o executivo, os campeões de bilheteria em 2008 até a última semana de outubro foram Batman – O Cavaleiro das Trevas (4 milhões de espectadores) e Kung Fu Panda (3,8 milhões). Entre os filmes locais mais vistos aparecem Meu Nome Não é Johnny (2,1 milhões) e Era uma Vez (560 mil). Peregrino não acredita que o brasileiro tenha ido menos às salas de cinema. “Nos últimos cinco anos, pelo menos, o consumo de .62