REVISTA ABIMDE ABRIL/2017

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INFORME Abril, 2017 - Edição 11

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Revista Oficial da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança

A indÚSTRIA NACIONAL DE DEFESA NA LAAD 2017

Empresas brasileiras apresentam o que há de mais moderno no mercado de defesa e de segurança pública

TÚNEL DO TEMPO

VERDE AMARELAS

CIBERSEGURANÇA

SISFRON

Fundação Ezute comemora 20 anos em prol do governo e da soberania do país

O secretário Flávio Basílio, da Seprod, fala sobre os projetos futuros para o setor

As empresas e os órgãos estão preparados? Saiba o que os especialistas têm a dizer sobre isso

General de Divisão Gerson Forini fala dos avanços do programa


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Líder mundial em sistemas integrados de defesa Estamos onde a proteção e a segurança são fundamentais SISTEMAS DE DEFESA BASEADOS NO ESPAÇO Sistemas via satélite de comunicação, vigilância, aviso antecipado, posicionamento e imageamento

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E TELECOMUNICAÇÕES SEGURAS Superioridade nas informações em tempo real, melhor interoperabilidade ONU/Coalisão, combate colaborativo eficiente e proteção das forças

DEFESA TERRESTRE Sistemas e plataformas escaláveis e interoperáveis com uma gama completa de soluções para pronta resposta


INFORME Ano 04 – Número 11

EXPEDIENTE CONSELHO DIRETOR DA ABIMDE Presidente Carlos Frederico Q. de Aguiar 1o Vice-Presidente Antonio Marcos Moraes Barros Vice-Presidentes Francisco Antonio de Magalhães Laranjeira André Amaro da Silveira Celso José Tiago Sérgio Dias da Costa Aita Diretores Wilson José Romão Tarcísio Takashi Muta Wagner Campos do Amaral Silva Astor Vasquez Lopes Júnior Leonardo Mendes Nogueira Vice-presidente Executivo Carlos Afonso Pierantoni Gambôa Diretora Administrativa Heloísa Helena dos Santos Diretor Técnico Armando Lemos Diretor de Projetos Paulo José de Albuquerque Campos CONSELHO EDITORIAL Jornalista Responsável e Diretora de Redação Valéria Rossi | MTB: 0280207 Editora Claudia Pereira | MTB: 29.849 Diretora de Arte Luciana Ferraz Repórter Especial Karen Gobbatto Editora de Fotografia Carla Dias Assistente Administrativa Cássia Ruivo INFORME ABIMDE é uma publicação da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE) Avenida Paulista, 460, 17o andar, conjunto B, Bela Vista, CEP 01310-000 Tel./Fax: (11) 3170-1860 Escritório Brasília:(61) 8183-0034 Lourenço Drummond Lemos Produção Editorial Rossi Comunicação Correspondência: Rua Carlos Sampaio, 157, Mezanino, Bela Vista, São Paulo, SP | CEP 01333-021 Tel.: (11) 3262-0884 informeabimde@rossicomunicacao.com.br Foto capa: Reprodução Gráfica: Duograf

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ÍNDICE

04 – Editorial Ano de 2017 começou com boas oportunidades de negócios para o setor

24 – Projetos Estratégicos Forças Armadas relatam os avanços no Sisfron

06 – Verde Amarelas Secretário da Seprod, Flávio Basílio, fala sobre os mecanismos para alavancar o setor de defesa

28 – Trajetória Saab consolida sua presença no Brasil

09 – Por Dentro da ABIMDE Entidade aprimora procedimentos em busca de qualidade para as associadas 11 – PALAVRA do Ministro Raul Jungmann fala sobre as expectativas para 2017 12 – CIBERSEGURANÇA Confiabilidade é necessária para as soluções de cibersegurança 14 – TÚNEL DO TEMPO Fundação Ezute comemora 20 anos com parcerias sólidas no setor de defesa 18 – IACIT Empresa apresenta os resultados do primeiro Radar OTH do país

31 – Comitês ABIMDE Novidades do CSTA, COMCIBER, Comitê de VNT e COMSEGA 32 – Notícias do Setor Já estão abertas as inscrições para o 2º Concurso de Engenharia de Defesa e Segurança 34 – Simuladores O ciclo de vida dos simuladores e o trabalho do setor em defender os sistemas abertos 38 – Blindagem Veicular O que é preciso saber antes de decidir por blindar o carro 42 – Roteiro LAAD Saiba quais empresas estão participando da LAAD Defence & Security 2017

21 – Amazul Empresa avança nos projetos do programa nuclear

INFORME Abril, 2017 - Edição 11

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Revista Oficial da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança

A indÚSTRiA nACiOnAL dE dEFESA nA LAAd 2017

Empresas brasileiras apresentam o que há de mais moderno no mercado de defesa e de segurança pública

41 – Capa LAAD e as oportunidades de negócios para as associadas

TÚNEL DO TEMPO

VERDE AMARELAS

CIBERSEGURANÇA

SISFRON

Fundação Ezute comemora 20 anos em prol do governo e da soberania do país

O secretário Flávio Basílio, da Seprod, fala sobre os projetos futuros para o setor

As empresas e os órgãos estão preparados? Saiba o que os especialistas têm a dizer sobre isso

General de Divisão Gerson Forini fala dos avanços do programa


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Priorizar a BID

EDITORIAL

Divulgação

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Carlos Frederico Aguiar

Presidente da ABIMDE

ano de 2017 começou com importantes eventos para a Base Industria de Defesa (BID). Nossas associadas registraram muito êxito ao participar da IDEX (International Defense Exhibition and Conference), maior evento de defesa do Oriente Médio. Também puderam estreitar contatos com as indústrias e órgãos governamentais de Portugal por meio do programa Diálogos da Indústria de Defesa, promovido pelo Ministério da Defesa do Brasil. Programa esse que terá pelo menos mais três edições este ano com Estados Unidos, México e Colômbia. São oportunidades para avançarmos em negociações com países parceiros. Agora, teremos a LAAD Defence & Security, maior evento da América Latina no setor de defesa e segurança pública. Em sua 11ª edição, a feira deve reunir cerca de 195 delegações oficiais, provenientes de 85 países, além de quase 40 mil pessoas circulando entre os Pavilhões e estandes. Mais uma ótima oportunidade para fazermos negócios! Mas as medidas para consolidar as ações do setor não se resumem a participações em eventos nacionais e internacionais. Paralelamente ao trabalho árduo das empresas em avançar com o desenvolvimento de novos produtos, incremento de linhas já existentes e busca de oportunidades para manter os negócios aquecidos, a ABIMDE vem trabalhando para garantir que os reflexos da crise econômica que persiste no país sejam revertidos o quanto antes. Precisamos aprimorar a legislação vigente, priorizando os interesses da nação e o fortalecimento do setor, além de garantir a criação de mecanismos que facilitem a tomada de crédito e financiamentos por parte de nossas empresas. Mas para isso é necessário mexer com uma cultura que persiste no Brasil, a do planejamento de curto prazo. Somente com políticas públicas que visem o longo prazo, e não apenas a demanda de um governo, teremos condições de avançar. Hoje, o Brasil e o mundo vivem incertezas. Temos, por um lado, o aumento da violência em estados e municípios brasileiros e, por outro, o aumento da tensão mundial com o avanço de grupos terroristas. Somado a isso, há o crescimento das políticas protecionistas, que causam mais tensão e insegurança em todo o mundo. Em meio a esse cenário interno e externo de preocupação está a Base Industrial de Defesa, capaz de atender às necessidades prementes de nossos governantes, mostrando-se, mais uma vez, parceira fundamental para o êxito em missões de paz ou mesmo de defesa. Mais do que nunca, faz-se necessário priorizar a nossa BID!


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VERDE AMARELAS

Rumo ao fortalecimento da Base Industrial de Defesa por Karen Gobbatto

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Secretário de Produtos de Defesa (Seprod), Flávio Basílio, ligado ao Ministério da Defesa, conversou com a Revista Informe ABIMDE e apresentou os projetos que estão merecendo atenção especial da pasta, com o objetivo de alavancar os negócios do setor. Aperfeiçoamento de instrumentos econômico, incentivos às exportações, novas linhas de créditos, estreitamento das relações e diálogos com países parceiros são algumas das medidas que a Secretaria vem adotando para garantir o fortalecimento da indústria nacional e a consolidação da soberania do país. Confira nesta e nas próximas páginas a entrevista completa: Informe ABIMDE - Desde que assumiu, no ano passado, quais os principais projetos desenvolvidos pela Seprod para garantir o fortalecimento da indústria de defesa nacional? Secretário Flávio Basílio - Desde que assumimos na Seprod, foi constatada a necessidade de aperfeiçoamento em alguns instrumentos econômicos para fazer frente às necessidades da indústria de defesa. A Lei 12.598, marco importante para nosso setor, disciplinou o processo de compras e contratações de produtos de defesa, e também orientou acesso a regimes especiais tributários e de financiamentos para programas e projetos do interesse da defesa nacional. Entretanto, é necessário potencializar essas ações para que elas tenham todos os efeitos desejados com a promulgação da referida Lei. Em linhas gerais, a Seprod vem atuando em eixos, dos quais destaco os incentivos econômicos, a política comercial e os acessos especiais de financiamentos e garantias. Para isso, buscamos a redução das assimetrias tributárias e estamos atuando na área de financiamento e garantias, como é caso dos entendimentos mantidos com a Fazenda sobre equalização de taxas de juros e for-

necimento de garantias pela União. Com o BNDES, estamos tratando da criação de linha internacional de crédito para países compradores de produtos de defesa e, com o Banco do Brasil, aprimoramento do instrumento de Performance Bond. Além disso, estamos estudando a autorização para que os Fundos Constitucionais e para que os Fundos de Desenvolvimento possam financiar a comercialização e o desenvolvimento de produtos de defesa. IA - Com a atual crise econômica, o setor de defesa também tem sido afetado com a redução de investimentos e paralisação de projetos. Quais projetos são considerados mais estratégicos e que devem continuar recebendo os investimentos governamentais? Como manter a destinação de recursos para o setor? Flávio Basílio - De fato, a crise afetou todos os setores produtivos e a realidade orçamentária deverá permanecer restritiva nos próximos anos. Mesmo com esse cenário, é importante destacar que conseguimos ampliar o orçamento da Defesa para este ano e aumentamos os desembolsos no final de 2016. Esses movimentos deram fôlego importante para a nossa indústria e para os Projetos Estratégicos das Forças Armadas, e, com isso, projetos, como o KC-390, tiveram recursos garantidos. Do ponto de vista da Ciência e Tecnologia, nós também liberamos mais de R$ 40 milhões para os projetos que estavam, até então, contingenciados, o que também representa um avanço importante. Destacando que os projetos estratégicos são aqueles vinculados às missões operacionais das Forças Armadas, já definidos pelo Congresso Nacional, e assim permanecerão. IA - Qual a sua avaliação sobre o setor de defesa nacional e as indústrias após quase um ano à frente da Seprod? Flávio Basílio - Trata-se de um setor dinâ-


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mico, mas pouco conhecido pela maior parte da sociedade. O público em geral conhece a Embraer, mas não sabe que esse setor permeia uma série de empresas e atividades que são essenciais para o desenvolvimento tecnológico do Brasil. Então, na minha avaliação, o setor, apesar de sua importância, não se faz ouvir da forma como deveria. Precisamos mostrar que investir em defesa é estratégico e viável porque o setor pode ajudar, e muito, no desenvolvimento da produtividade do Brasil. Com alguns ajustes e outros incentivos, as exportações de produtos de defesa podem contribuir para a melhoria do saldo comercial e os investimentos em tecnologia e inovação podem transbordar para o restante da economia, criando um ciclo virtuoso. Em defesa, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento não estão sujeitos às regras da OMC. Logo, os países investem fortemente no setor porque sabem que não estarão sujeitos a nenhuma forma de sanção. No final do dia, a inovação oriunda da defesa passa a ter aplicação dual. São vários os exemplos de produtos civis que só foram desenvolvidos porque, primeiramente, havia um programa militar de fundo. IA - Fale um pouco sobre as ações que a Seprod pretende viabilizar, a curto e médio prazos, para ampliar os negócios do setor. Flávio Basílio - Uma das principais ações é a criação de uma Política Comercial para a Defesa, processo que vem sendo construído com a participação de vários Ministérios, como MDIC, Planejamento e Fazenda. Outra ação fundamental está associada à discussão de novos mecanismos para financiamentos e garantias. Nesse sentido, foi criado um Núcleo de Financiamentos e Garantias dentro da Seprod que tem racionalizado e avançado nas discussões sobre o tema, como já explicitado anteriormente. Mas, precisamos avançar ainda mais. É importante criar uma cultura de defesa como política de Estado, e não apenas como política de Governo, é preciso fornecer o suporte necessário para o desenvolvimento de nosso país e assegurar o poder dissuasório de nossas Forças Armadas. Assim, o Governo deve atuar de forma integrada para promover os produtos e em-

presas de defesa junto aos demais países, e facilitar acordos, cooperações e negócios. O jogo comercial e financeiro de defesa não é jogado por empresas, mas sim por países, sendo as empresas instrumentos desta disputa. Por isso, se negligenciarmos o fato de que a comercialização de produtos de defesa precisa ser política de Estado, não seremos capazes de assegurar a competitividade e a própria soberania nacional a longo-prazo. IA - Quais iniciativas estão sendo adotadas para aproximar mais a indústria nacional do mercado internacional? Flávio Basílio - São muitas e as mais diversas possíveis. Existem diversos diálogos com países com quem já temos acordos vigentes, mas onde é possível ampliar, e muito, essa parceria. Como exemplo podemos citar Portugal, com quem recentemente assinamos dois acordos: um na área de catalogação e outro na área de cooperação da indústria de defesa. Também temos o diálogo com os Estados Unidos, que tem permitido avançarmos nas discussões relacionadas à cooperação comercial e tecnológica. Como resultado, o governo americano receberá as demandas brasileiras relativas às denegações de importações e já se comprometeu a analisá-las sob outro enfoque. Também estamos aprofundando as nossas relações com o governo francês e, em abril, teremos o Diálogo da Indústria de Defesa com o México. Essas iniciativas colocam o setor público como facilitador das negociações envolvendo nossas empresas, e ajudam a inserir a cultura de defesa como um tema prioritário dentro do governo brasileiro. IA - Como o senhor avalia o papel da ABIMDE na defesa dos interesses do setor e como a entidade pode contribuir com a Seprod em busca do desenvolvimento da indústria? Flávio Basílio - Na minha visão, a natureza não dá saltos. Precisamos sempre pensar em evolução. A ABIMDE é uma instituição importantíssima na consolidação de todas as discussões relacionada à defesa, na promoção das micro e pequenas empresas, sem deixar de lado as grandes ou main contractors, e tem se mostrado um instrumento importan-


te na ponte de diálogo entre o Ministério da Defesa e o setor privado. Entendo que sem a ABIMDE, essa capacidade de coordenação não existiria da forma ampla e diversificada como ocorre hoje. Mas, entendo que a ABIMDE pode fazer muito mais, ela precisa nos ajudar a dar lógica e racionalidade nas demandas do setor. Além disso, pode atuar mais fortemente junto aos Ministérios da área econômica levando o tema de defesa ao coração do debate nacional. Apesar de sua importância, o Ministério da Defesa, sozinho, não consegue fazer Verão. Para estabelecer uma política de estado, e não apenas uma política de governo, é fundamental o apoio de toda a sociedade e o apoio integrado de todos os ministérios. É nesse aspecto que a ABIMDE pode ajudar, harmonizando os pontos de consenso da indústria para criar uma bandeira própria para o setor de defesa. Esse é um processo que já está em andamento, mas que precisa ser aprofundado. A parceria entre a Seprod e a ABIMDE está no seu melhor momento, estamos alinhados e com os mesmos objetivos. A Seprod não existe por si só, ela foi criada para fomentar e incentivar a nossa indústria e, neste ponto, devemos andar de mãos dadas em beneficio do setor.

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Tereza Sobreira/ Ascom-MD

ABIMDE

Secretário de Produtos de Defesa, Flávio Basílio


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POR DENTRO DA ABIMDE

Divulgação

ABIMDE Carlos Afonso Pierantoni Gambôa Vice-Presidente Executivo

Entidade BUSCA MAIS OPORTUNIDADES para as associadas

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companhando tendência da maioria da população brasileira, o ano de 2017 se inicia com esperanças de uma recuperação econômica que certamente impactará positivamente o setor. Esta é a nossa percepção e estamos trabalhando para acompanhar este crescimento. Internamente, procuramos aprimorar os nossos procedimentos visando oferecer às Associadas serviços com a qualidade definida como “Padrão ABIMDE”. Deste modo, está em fase final a remodelação do site da ABIMDE, que pretende ser mais dinâmico e amigável; iniciamos os trabalhos para a confecção do anuário da Base Industrial de Defesa, que deverá ser lançado no mês de aniversário da ABIMDE – agosto; realizamos uma modernização nos recursos de TI, proporcionando melhores condições de trabalho à equipe administrativa; iniciamos os estudos para apresentarmos a visão da indústria sobre a lei nº12.598, visando o seu aprimoramento; enfim, entendemos que trabalho não nos falta e permanecemos entusiasmados. A participação da ABIMDE nos diálogos com países amigos – Portugal, Colômbia, México e EUA – tem sido marcante, refletindo os anseios das empresas componentes da BID em construir parcerias que busquem o aumento da qualidade dos produtos e dos serviços. Estamos robustecendo os comitês atualmente existentes e criando outros como o de Segurança Pública, com o propósito de aproximar ainda mais a entidade e os diversos segmentos que garantem a tranquilidade da população brasileira. Trabalhamos para atualizar os dados que reflitam com exatidão “Quem Somos”, com o propósito de nos conhecermos melhor e de termos sólidos argumentos para mostrarmos aos órgãos governamentais a pujança do setor. Repetimos um dos motes da nossa Marinha – “restará sempre muito o que fazer” – , mas, com vontade, entusiasmo e persistência, apoio de nossas empresas associadas, entidades parceiras e órgãos oficiais dos três poderes, chegaremos ao final do corrente ano com a satisfação do dever cumprido.


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A solução certa começa com a conversa certa.

Sempre que a Rockwell Collins encontra um cliente, isso é o que fazemos: ouvir, para entender suas necessidades. Foi assim que desenvolvemos os aviônicos de cabine de última geração e o sistema de manejo de cargas do Embraer KC-390. E customizamos as mais avançadas soluções de navegação, comunicação, aviônicos e segurança para as necessidades dos clientes no cumprimento de suas missões. Vamos conversar. Visite-nos na LAAD 2017, hall 3, estande S.47.

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PALAVRA DO MINISTRO

“2017 será um ano marcante para a nossa Base Industrial de Defesa” Ministro Jungmann diz que setor representa um manancial gigantesco de excelentes oportunidades.

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Divulgação

om a expectativa de receber mais de 37 mil visitantes profissionais para a sua 11ª edição, a LAAD Defence & Security 2017 se apresenta como um empreendimento de sucesso que, ao nosso ver, comprova a valorização da agenda da indústria de defesa no Brasil. Tal valorização vem crescendo pouco a pouco, mas de forma continuada e, ao longo deste ano, esperamos implementar medidas que tornem possível um avanço ainda mais representativo para o setor. Nos últimos anos, sobretudo após a edição da Estratégia Nacional de Defesa, em 2008, o governo tem garantido recursos para promover a continuidade dos projetos estratégicos da

Raul Jungmann Ministro da Defesa

área, e também, para as aquisições dos equipamentos militares necessários ao restabelecimento da capacidade operativa de nossas Forças Armadas. Conseguimos assegurar, na lei orçamentária de 2017, investimentos da ordem de R$ 9,6 bilhões e vamos seguir priorizando a inovação e o fomento ao diálogo com a nossa Base Industrial de Defesa, com vistas ao aprimoramento do marco legal que rege o setor. Precisamos superar desafios que ainda existem no Brasil, encontrando saídas que tornem a nossa indústria mais competitiva, especialmente nos eixos de: promoção e inteligência comercial; ciência, tecnologia e inovação; financiamento e garantias; estratégia e relação governo a governo; agenda regulatória; e incentivos econômicos. Todos esses temas serão tratados, não apenas pelo Ministério da Defesa, mas pelo governo como um todo, envolvendo os principais atores da equipe econômica. Também não deixaremos de ampliar nossos acordos internacionais, seja com países já tradicionais, seja com novos parceiros, sempre buscando ampliar o espectro de negócios e facilitar exportações. Por isso, posso afirmar que 2017 será um ano marcante para a nossa Base Industrial de Defesa e, certamente, a realização de uma das maiores feiras de defesa e segurança do mundo em nossa casa, no Rio de Janeiro, nos enche de orgulho e de satisfação. Que os outros países possam ver de perto como estamos prontos e, mais ainda, como estamos evoluindo e nos tornando cada vez mais um país cujo setor de defesa representa um manancial gigantesco de excelentes oportunidades.


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CIBERSEGURANÇA

Você confia no seu antivírus? por Karen Gobbatto

Reprodução

Essa também deve ser a pergunta para as soluções de cibersegurança na área de defesa. Ao adquirir um antivírus para o computador ou notebook pessoal, a primeira preocupação é se aquele sistema irá, realmente, proteger o equipamento de ataques de hackers e contra o roubo de dados pessoais. Para isso é preciso confiar no fornecedor de antivírus, afinal, ao instalar o produto na máquina, o usuário não sabe, ao certo, o que está acontecendo. Confia que os dados estão protegidos e que o equipamento não será corrompido. Essa é a premissa de todo sistema que oferece segurança cibernética. A confiança de que o produto irá prover com soluções atualizadas, garantindo a privacidade e, principalmente, atuará para proteger os dados. Mas, em se tratando de segurança na área de defesa, delegar um setor tão sensível como o de segurança virtual a empresas sob influência de governos estrangeiros, pode causar preocupação em relação aos dados estratégicos do país. Esse ponto é defendido por Ulisses Penteado, diretor de Operações da Bluepex, empresa brasileira

especializada em cibersegurança, que atua em análise de artefatos maliciosos e produz vacinas e produz vacinas e soluções anti-malwares em Servidores e Estações de trabalho. Para o Brasil se estruturar de maneira consistente em cibersegurança é necessário acreditar na indústria nacional. A soberania tecnológica depende fundamentalmente do que se pode produzir internamente e a área de cibersegurança é tão sensível com relação a isso quanto as outras áreas tradicionais. É necessário ter domínio sobre tudo o que existe dentro do software e do hardware para confiar naquele produto. Para corroborar tais afirmações, basta dizer que os Estados Unidos não permitem o uso de tecnologia estrangeira em uma área tão estratégica como a de segurança cibernética. “É imprescindível para eles e outros países terem o domínio da tecnologia empregada nesse setor de defesa. Isso já começa a ser entendido no Brasil também”, reforça o coordenador do Comitê de Cibernética da ABIMDE, Roberto Gallo. Segundo Gallo, o elemento surpresa é um fator importante na área de defesa e para se atingir isso no mundo virtual, é preferível não usar soluções dominadas por possíveis adversários. Desta forma, mesmo com potencialidade de uso dual, as soluções cibernéticas específicas para o setor de defesa devem ser distintas daquelas usadas no mundo enterprise, evitando, assim, que a exposição nesse último setor per-


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mita a adversários ganhar conhecimento sobre eventuais fragilidades das soluções; a dualidade deveria, assim, ser explorada mais nas capacidades das empresas fornecedoras do que em produtos específicos. “A adaptação tem um custo menor, mas nessa área isso não deveria ser o motivador. A proteção estratégica deveria pesar mais na balança na hora da decisão”, comenta Gallo. Segundo ele, nenhuma nação está preparada 100% para uma guerra cibernética, apesar de algumas estarem mais adiantadas na definição de soluções. No Brasil, por sua vez, a indpustria nacional conta com capacidade para prover o cliente Estado com soluções de nível internacional. A mesma opinião é defendida por Penteado. “Temos capacidade de desenvolvimento e de mobilização de equipe e o Exército, por exemplo, tem dado um retorno interessante sobre esse assunto, demonstrando real interesse e preocupação. Mas falta cadência na compra”, diz Penteado. Guerra cibernética De acordo com o Relatório Anual de Cibersegurança da Cisco 2017, apenas 56% dos alertas de segurança são investigados e menos da metade dos alertas efetivos são solucionados. Preocupado com essa questão, o Exército Brasileiro já vem desenvolvendo projetos desde 2009, contemplando a construção de um Centro de Defesa Cibernética, desenvolvimento de soluções em software e hardware, aquisição de

supercomputadores e materiais de investigação digital. O investimento é de R$ 331 milhões com previsão de conclusão até 2020. Esse fator orçamento também reforça a diferença entre o que é aplicado nas tecnologias tradicionais e em uma nova forma de se fazer guerra. Hoje o Brasil investe mais de R$ 28 bilhões somente na produção do submarino de propulsão nuclear. “Há um descompasso. Investir na construção do submarino é estratégico para o país, mas investir em armamento cibernético também é necessário. Muitas vezes, uma guerra cibernética provoca mais danos do que o lançamento de um míssil, por uma fração do custo. E, felizmente, essa percepção tem evoluído dentro das Forças Armadas”, comenta Gallo. Entre as soluções existentes no Brasil, uma foi lançada em fevereiro pela Kryptus EED S/A, o KNET, um equipamento do tipo HSM. O lançamento aconteceu na feira RSA Conference 2017, em São Francisco, na Califórnia. Dentre os mais de 400 provedores de tecnologia, a Kryptus foi a única empresa brasileira presente a expor no evento. O KNET oferece proteção tanto em aplicações clássicas de ICP (PKI) com também para aplicações Cloud, IoT e Blockchain. A Bluepex também atua no mercado de defesa e corporativo, com soluções para proteção de rede, com uso de firewall, que faz a proteção tanto de perímetro quanto de camada, garantindo proteção nos dados de saída e de entrada.


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TÚNEL DO TEMPO

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m 4 de março de 1997 nascia a Fundação Ezute. Nesses 20 anos, a organização viu sua estrutura se tornar robusta, suas estratégias de atuação se expandirem e seu foco evoluir. O que começou com um grupo de engenheiros, hoje é uma organização privada, sem fins lucrativos, com cerca de 150 colaboradores e reconhecida pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Comunicação como ICT (Instituição de Ciência e Tecnologia) e pelo Ministério da Defesa como EED (Empresa Estratégica de Defesa). Essa história começou com uma demanda específica do governo federal para o Projeto Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), e assim nascia a Ezute, na época ainda sob o nome de Fundação Atech, com a missão de ser a organização integradora de tal projeto. O Projeto Sivam foi o primeiro de muitos desenvolvidos em parceria com o governo federal, em especial para o setor de defesa. Um exemplo foi o papel fundamental na absorção de tecnologia em sistemas para controle de tráfego aéreo, ao ser designada como parceira da FAB. Com isso, o país conquistou o domínio de todo o ciclo do conhecimento desde o desenvolvimento até a modernização de sistemas complexos para o controle e a defesa do espaço aéreo brasileiro. A Fundação Ezute atua também na concepção do Projeto Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras) e do SisGAAz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul), na gestão complementar e engenharia de sistemas do MAN-SUP (Projeto de míssil antinavio) e no programa de absorção de tecnologia do sistema de combate de submarinos do PROSUB (Programa de Desenvolvi-

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anos de Fundação Ezute Duas décadas de sólida parceria com governos e entidades públicas mento de Submarinos). Mas não foi apenas no setor de defesa que a Fundação Ezute fez história. A adoção de systems engineering, no desenvolvimento das soluções customizadas para cada cliente, a credenciou para atuar em projetos de diversas áreas que envolvessem a necessidade de aliar gestão com o desenvolvimento tecnológico e integração de sistemas, entre outras soluções. Com a adoção de uma visão holística para os problemas apresentados pelos órgãos públicos, a Fundação Ezute foi responsável pelo desenvolvimento, para a prefeitura de São Paulo, do bilhete único, que integra todo o transporte público municipal e estadual. Criou ainda o SIGA Saúde, maior sistema de gestão da saúde pública municipal do país, também para a capital paulista. Com o mesmo objetivo de trabalhar na gestão e integração de sistemas, conquistou projetos junto à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo) e Amazul (Amazônia Azul Tecnologia de Defesa). “Somos uma organização que trabalha com alta tecnologia, parceira do governo, e que busca desenvolver soluções que beneficiam toda a sociedade. Esses são apenas


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alguns exemplos das capacidades da Fundação Ezute e o quanto a organização pode contribuir para o desenvolvimento do país, a melhoria dos processos e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida da população”, destaca o presidente da Fundação Ezute, Eduardo Marson Ferreira. Nova Era – Rumo à Mitre Em 2016, a Fundação Ezute dá um novo passo na evolução de sua governança ao eleger um novo presidente. Eduardo Marson Ferreira assumiu o cargo em outubro e o fundador da entidade, Tarcísio Takashi Muta, passou a presidir o Conselho de Administração da organização. “O processo evolutivo da Fundação nesses 20 anos coroa a trajetória de bons serviços prestados pela organização à sociedade brasileira”, destaca Takashi Muta.

Com os papéis bem definidos, agora a Fundação Ezute caminha para consolidar sua posição como entidade de interesse público, nos moldes de organizações internacionais como Mitre Corporation. Organização norte-americana de direito privado e sem fins lucrativos, a Mitre opera diversos centros de pesquisas e de desenvolvimento financiados pelas agências do governo federal dos Estados Unidos. Atualmente, a Mitre atua junto a agências do governo nas áreas de estudos e análises; pesquisa e desenvolvimento; e engenharia de sistemas e integração, sempre buscando soluções inovadoras visando o interesse público. Um diferencial na operação desse modelo é a existência de fundos definidos para os projetos assumidos, gerando continuidade no trato de assuntos e projetos de relevância para o estado e para a sociedade norte-americana.

Fotos: Divulgação

Autoridades prestigiam evento de comemoração dos 20 anos da Ezute.


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Abaixo: Ten. Brig. Do Ar Marcos de Oliveira recebe homenagem das mãos de Tarcísio Takashi Muta pelo papel determinante na criação da Fundação Ezute.

Presidente da Fundação Ezute, Eduardo Marson Ferreira

Com essa mesma visão de futuro, a Fundação Ezute busca ser reconhecida como organização capaz de prover soluções inovadoras para órgãos e entidades públicas, de maneira isenta e transitando entre governo, indústria e academia de forma a garantir maior objetividade no desenvolvimento dos projetos. “Nossa história é a chancela do quanto a Fundação Ezute é importante para o desenvolvimento do país. Nessa caminhada também estamos evoluindo nossa estrutura interna, com a adoção de sólidas políticas de governança corporativa e compliance para estarmos sempre aptos a apoiar nossos clientes com o que há de mais atual em seus segmentos”, conclui Marson.

Linha do Tempo 1997 – Criada a Fundação Atech: Conceituação do Sistema de Vigilância da Amazônia – Sivam; e Desenvolvimento de Sistemas para Trafego Aéreo e Defesa Aérea.

2005 – Projeto P3: absorção de tecnologia embarcada para aviões de patrulha marítima.

1998 – Sistema para tornar mais ágil o atendimento de ocorrências na rede elétrica (Eletropaulo).

2007 – Sisfron.

2006 – Sistema Tático de Combate de Submarinos.

1999 – Tráfego Aéreo: modernização dos CINDACTAS (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo); Expansão dos APPs, Sistemas de Controle de Aproximação; Conceituação do CGNA (Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea).

2008 – SIGA Saúde em Diadema; Sistema Integrado de Gestão e Análise de Programas da Secretaria de Esportes de São Paulo; Programa de modernização tecnológica da Câmara Municipal de São Paulo; Sistema de Controle de Produtos Químicos para o Ministério da Justiça.

2000 – Modernização tecnológica da Polícia Federal – Pró-Amazônia.

2010 – MAN-SUP; participação em offsets para absorção de tecnologia.

2001 – Atuação no setor espacial com a participação no Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB); Plataforma Multimissão para o projeto de plataformas de satélites.

2011 – SisGAAz e PROSUB; Sistema de Gestão de Outorgas do Estado de São Paulo.

2002 – Reconhecida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia como ICT (Instituição de Ciência e Tecnologia); busca de novas oportunidades fora do setor de defesa com uso dual das soluções.

2013 – Mudança de nome para Fundação Ezute; Simulador de treinamento para usina hidrelétrica; Projeto Integrado de Informações da Sabesp.

2003 – Bilhete Único; Absorção de tecnologia e mapeamento do subsolo para ANP (Agência Nacional do Petróleo); SIGA Saúde na cidade de São Paulo. 2006 – Novos contratos com a FAB em função da crise aérea; duplicação da capacidade produtiva da organização. 2004 – Planejamento e análise de guerra eletrônica; incubadora de inovação.

2012 – Gestão dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

2014 – Certificação como Empresa Estratégica de Defesa (EED). 2015 – Apoio ao mapeamento digital de Tocantins; Projeto preliminar do Sistema de Combate do Submarino Nuclear. 2016 – Novos rumos na governança: Eduardo Marson Ferreira assume a presidência da Fundação e Tarcísio Takashi Muta se dedica à presidência do Conselho de Administração; Mapeamento Digital do município de São Paulo.


UM OLHAR PARA O FUTURO A gama de radares GIRAFFE, da Saab, fornece capacidades excepcionais para clientes exigentes ao redor do mundo. Com a nova linha de radares de alta performance SEA GIRAFFE, nós deixamos suas decisões mais precisas através de um olhar para o futuro. A Saab tem sido ativa na área de defesa e segurança há mais de 75 anos. Uma linha de inovações transformadoras formam um histórico que comprova nossas habilidades de desenvolver um pensamento pioneiro. Afiado o suficiente para vencer a barreira do impossível, fortalecer sua habilidade de proteger suas tropas e manter as pessoas seguras.

www.saab.com


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IACIT apresenta os primeiros resultados do Radar OTH

ALÉM DO HORIZONTE

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Brasil já possui um radar além do horizonte fazendo o monitoramento para a vigilância de boa parte das águas marítimas. A tecnologia nacional o diferencia de tudo o que vem sendo aplicado no país, e de boa parte dos equipamentos existentes no mundo, ao adotar o conceito de “surface wave” (onda de superfície) para a detecção de alvos. Essa inovação poderá ser vista pela primeira vez na LAAD Defense & Security, quando a empresa brasileira IACIT mostrará os primeiros resultados obtidos desde que o Radar Além do Horizonte, ou “Over The Horizon” (OTH) em Inglês, passou a operar na costa sul do país. O Radar OTH, desenvolvido com o apoio da Marinha do Brasil - que cedeu a área do Farol de Albardão, no Rio Grande do Sul, e suporte logístico para as equipes - e com cooperação tecnológica com a IAI (Israel Aerospace Industries) por meio da subsidiária ELTA, tem como objetivo buscar a autonomia do país no controle e na vigilância das fronteiras e do espaço maríti-

mo, para olhar, “além do horizonte”, e enxergar as riquezas de nossos mares dentro do limite de jurisdição nacional. O Radar OTH é essencial para detectar as embarcações que não transmitem sinal de AIS (Automatic Identification System ou Sistema Automático de Identificação, em português), conhecidas como embarcações “não cooperativas”. O conceito “surface wave” garante rastreabilidade de uma área maior, já que os sensores fazem uma “varredura” seguindo a curvatura da Terra, sendo mais eficiente que os radares convencionais que têm o alcance limitado pela linha de visada direta. Operando na faixa de HF (do inglês: high frequency), o radar é capaz de monitorar centenas de quilômetros além do horizonte no ambiente marítimo. Ele também emprega tecnologia “phased array” e um sistema específico de técnicas de eliminação de interferências, o qual proporciona uma confiável e persistente cobertura de ampla área marítima em todo o tempo, independentemente das

Divulgação


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condições meteorológicas ou condição do mar (sea state). “Além da complexidade logística do Farol de Albardão, a complexidade tecnológica torna esse projeto um dos mais significativos tanto para a IACIT quanto para o país, que passa a figurar como um dos poucos a dominar tal conhecimento”, explica Luiz Teixeira, presidente da IACIT.

Reprodução

Soluções completas A IACIT também estará presenta na LAAD Defense com as soluções de sistemas de comando, controle e inteligência, radares, sensores eletro-ópticos, telemetria e sistemas de contramedida eletrônica. Dentre as soluções desenvolvidas pela empresa, um dos carros-chefe é a família de sistemas de contramedida eletrônica composta por DRONEBlocker, COMBlocker e RCIEDBlocker, nas configurações fixa ou móvel. A solução DRONEBlocker, foi a primeira a ser lançada no mercado e tem chamado a atenção. Aplicada para proteção contra as ameaças de drones, foi utilizada com enorme sucesso pelo Exército Brasileiro durante os Jogos Olímpicos Rio 2016. É totalmente integrada a sensores para detecção, identificação e rastreio por meio de sensores acústicos, sensores de RF, radares e câmeras capazes de detectar e identificar as ameaças. A solução conta com sistema de Comando, Controle e Inteligência (C2I) que permite a centralização da operação, a configuração e o gerenciamento de todo o sistema remotamente. O sistema C2I permite ainda a integração com outros produtos da IACIT como: sistemas de telemetria e controle remoto RCS0400, sistema de leitura e reconhecimento de placas de veículos (LPR), bem como sistemas de vigilância patrimonial de terceiros. Além disso, o C2I possibilita a operação em conjunto do DRONEBlocker e do COMBlocker, proporcionando proteção contra drones e comunicações indesejáveis em estruturas estratégicas. O RCIEDBlocker é um sistema de contramedida eletrônica contra explosivos acionados remotamente por dispositivos eletrônicos (RCIED). O sistema pode ser utilizado em plata-

formas fixas ou móveis como viaturas (pick-up/ blindados), maletas e mochilas - conforme a versão de configuração de canais e de potências do sistema - e tem como objetivo a proteção de comboios e/ou de tropas com capacidade de bloquear ou interferir nas comunicações de RCIED e sistemas de comunicação como rádios, celulares, bluetooth, wireless e controles remotos devido às várias configurações possíveis. O COMBlocker também tem chamado a atenção, pois permite bloquear comunicações de celular e de rádio com bastante eficiência, tanto na versão indoor quanto outdoor. O COMBlocker apresenta resultados impressionantes, uma vez que é possível bloquear uma área sem interferir na vizinhança, utilizando-se de antenas específicas para cada cenário, bem como

ajuste de potência e de frequência. No segmento de Telemetria, além do já consagrado sistema de telesupervisão e de telecomando RCS 0400, a empresa lançará o seu mais novo sistema de Telemetria em nuvem e portátil, baseado no conceito de “Internet of Things” (IoT ou, em português, Internet das Coisas). O RCS 0500 é um sofisticado sistema de suporte à decisão (SSD) que efetua o monitoramento simultâneo sem fio, criptografado e georreferenciado de dados de equipamentos. No segmento CNS/ATM, a IACIT apresentará o mais novo produto DME-0200, certificado pela Força Aérea Brasileira, e alguns produtos de Software como NEURALCAST e ROUTECAST, também homologados pela FAB.


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MARINHA

Amazul alavanca projetos do programa nuclear

Empresa participa do projeto de construção do submarino nuclear

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Amazul - Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A., Empresa Estratégica de Defesa (EED), avança na execução de projetos voltados ao Programa Nuclear da Marinha (PNM), Programa Nuclear Brasileiro (PNB) e Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub). Vinculada ao Ministério da Defesa por meio do Comando da Marinha, a empresa tem como objetivo promover, desenvolver, transferir e manter tecnologias sensíveis às atividades destes programas estratégicos, além de fazer a gestão do conhecimento na área nuclear. A missão primordial da empresa é desenvolver e aplicar tecnologias e gerenciar projetos e processos necessários ao desenvolvimento do submarino com propulsão nuclear (SN-BR), sob a coordenação da Marinha do Brasil. O ProSub tem como objetivo proteger as imensuráveis riquezas do nosso território marítimo, a nossa Amazônia Azul, e garantir a soberania brasileira no mar. “A construção desta plataforma é o maior projeto estratégico em andamento no Brasil, tanto pelos valores envolvidos e pela complexidade tecnológica que envolve quanto pelo arrastro para a base industrial de defesa que proporcionará”, observa Ney Zanella dos Santos, diretor-presidente da Amazul. Para viabilizar o ProSub, a Amazul participa do Programa Nuclear da Marinha com o duplo objetivo de

produzir o combustível nuclear e desenvolver reatores nucleares que vão equipar o SN-BR. No CTMSP (Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo), seus colaboradores atuam em projetos como a construção do chamado Laboratório de Geração Núcleo-Elétrica (Labgene), um protótipo de reator construído em terra cujo propósito é desenvolver a capacidade tecnológica nacional para reatores pequenos de até 100 MW. Mas a atuação da Amazul vai muito além, como evidencia sua participação no Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), voltado para pesquisas e produção de radioisótopos usados na fabricação de radiofármacos para o diagnóstico e tratamento de doenças como o câncer. “Teremos atuação decisiva neste projeto, que está sendo desenvolvido sob a responsabilidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear, em cooperação com o CTMSP”, destaca Zanella. A Amazul atua em outras áreas do setor nuclear como assessoria em comissionamento de instalações, gestão de empreendimentos, comercialização de produtos e serviços de engenharia. Outro desafio da empresa é implantar um modelo de gestão do conhecimento na área nuclear, para reter na companhia e no Brasil o conhecimento das pessoas envolvidas nos projetos. Com isso, a Amazul terá condições de entregar à nação conhecimento, tecnologias e profissionais qualificados nas áreas nuclear e de desenvolvimento de submarinos.

Reproduçãov

Projeto do submarino com propulsão nuclear


Informação e poder

by Atech Command & Control

Command & Contr Command & Control

INTEGRATED SYSTEMS

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Command & Control

Command & Control

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Information and power

Command & Control Mission & Combat

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PROJETOS ESTRATÉGICOS

SISFRON:

O SENTINELA DAS FRONTEIRAS TERRESTRES DO BRASIL

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onsiderado um dos mais importantes projetos estratégicos do governo brasileiro, o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras) tem a missão de proteger parte estratégica do território fronteiriço brasileiro. Com meios de sensoriamento espalhados ao longo dos 16.886 quilômetros da faixa de fronteira, monitorando 150 km de largura ao longo de toda essa área, o Sisfron potencializará o emprego das organizações subordinadas aos Comandos Militares da Amazônia, do Norte, do Oeste e do Sul. Além de servir de instrumento para a integração da atuação dos vários escalões de emprego da Força Terrestre, e compartilhar os benefícios de seus produtos e serviços com outros órgãos governamentais em todos os níveis. Um projeto ousado que foi concebido por iniciativa do Comando do Exército, em decorrência da aprovação da Estratégia Nacional de Defesa, em 2008. Em sua concepção original, o Sisfron teve seu tempo de implantação estimado em 10 anos, desde que alocados recursos da ordem de R$ 1,2 bilhão/ ano. E é o Sisfron o primeiro projeto abordado pela revista INFORME ABIMDE – que passa a partir dessa edição a tratar dos principais projetos estratégicos pensados para a vigilância, desenvolvimento e garantia de autonomia tecnológica do país. Para falar do assunto, o Gerente do Programa Sisfron, General de Divisão Gerson FORINI, nos conta como está o programa.

por Valéria Rossi

GENERAL FORINI - O Sisfron encontra-se no estágio de implantação do Projeto Piloto que abrange parte da fronteira do Brasil com o Paraguai em uma extensão de cerca de 660 km na área de responsabilidade da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, sediado em Dourados (MS). O Sisfron, como um todo, tinha a sua conclusão prevista para 10 anos, atendendo às demandas de planejamento impostas à época de sua concepção, em que o Brasil passava por uma situação econômica bastante distinta da atual. Com as consequentes restrições orçamentárias, o projeto sofreu dilação de prazo para 25 anos. São 26 empresas principais dotadas, de elevada expertise tecnológica diretamente envolvidas no Projeto Piloto, tendo a empresa Savis, subsidiária da Embraer, como contratada principal. A Savis tem por missão integrar os diversos subsistemas em implantação, provendo as soluções técnicas adequadas para que os diversos equipamentos de diferentes origens e concepções sejam compatíveis entre si. Cabe à Savis a seleção de subcontratados de forma a fazer face às necessidades do Sisfron, condicionados a aprovação do Exército. Antes de iniciarmos qualquer outra fase temos que validar as soluções implantadas no Projeto Piloto, inclusive por exigência do TCU (Tribunal de Contas da União). Os planejamentos para as fases subsequentes se iniciarão neste ano.

Fotos: Acervo Savis

INFORME ABIMDE – General em qual es- IA - Como está a questão orçamentária? tágio encontra-se o Sisfron? GF - A previsão inicial, em 2012, era o rece-


bimento de R$ 1 bilhão por ano. Essa quantia era inexequível e, mesmo que a tivéssemos recebido, não conseguiríamos concluir o projeto no prazo previsto. Muito em função do tempo necessário para que as empresas contratadas se preparassem para a execução do projeto. Nos anos de 2015 e de 2016, o programa recebeu um volume de recursos muito abaixo do que seria necessário. A irregularidade na concessão dos recursos é tão prejudicial quanto a insuficiência. As empresas contratadas acabam desmobilizando seu pessoal e a retomada não ocorre na mesma proporção e rapidez da concessão dos recursos. O PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) previa R$ 340 milhões, tivemos um aumento de R$ 88 milhões, que estão sujeitos ao contingenciamento do governo federal. Neste momento, se recebermos o que está previsto no PPA (Plano Plurianual) para os anos de 2018 e 2019, R$ 474 e R$ 531 milhões, respectivamente, poderemos seguir com o programa em bom ritmo. IA –Quanto foi investido e quanta falta para concluir o projeto ? GF - Até o final de 2016, foram aplicados no Sisfron cerca de 887 milhões de reais. Estes recursos destinaram-se não somente a aquisições de equipamentos e materiais, mas também ao desenvolvimento de soluções tecnológicas inéditas e de integração entre subsistemas, aos levantamentos de campo, ao desenho de equipamentos autóctones e à implantação de subsistemas de gerenciamento logístico e de logística integrada. Após a execução do Projeto Piloto, serão feitas avaliações técnico-operacionais para validar os conceitos e equipamentos utilizados que servirão de base para o planejamento das fases subsequentes. Da mesma forma, o programa terá que se adaptar às possíveis restrições econômicas sofridas pelo governo federal. IA -Em quanto tempo o Sisfron deve estar em plena operação?

25 GF - O Projeto Piloto deverá estar com a sua capacidade plena instalada ao final do ano de 2018 se a previsão orçamentária do governo federal confirmar-se.

IA – O que significa o programa para as empresas envolvidas no projeto? GF - O programa reveste-se de capital importância à medida em que induz ao desenvolvimento e a absorção de tecnologias sensíveis de alto valor agregado, que são básicas para aplicação não somente no campo militar como no civil. Recorde-se que toda aquisição externa é acompanhada, forçosamente, de acordo de compensação (offset). IA - O Brasil terá condições de exportar um projeto como esse? GF - Sim. O principal aspecto que favorecerá a exportação é a possibilidade de customização das soluções às necessidades dos clientes. IA - O que o Sisfron representará para o Brasil? GF - Representará para o país a possibilidade de controle mais efetivo de suas fronteiras, dificultando a ocorrência de ilícitos de toda sorte, que impactam nos cerca de 17.000km de extensão territorial contíguo com 10 países, favorecendo o desenvolvimento sócio-econômico dessa região e a melhor percepção de segurança. No entanto, para que os benefícios se concretizam é mister a atuação integrada das diversas agências com responsabilidades na Faixa de Fronteira de forma a obter-se a sinergia de ações conforme prescreve o Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (Decreto Nº 8.903 de 16 de novembro de 2016). Assim, o Sisfron é a ferramenta que proverá a superioridade de informações para o emprego eficaz dos atuadores; a consciência situacional que permitirá o gerenciamento instantâneo do ambiente operacional e o planejamento ancorado no moderno conceito de operações centradas em redes, favorecendo a ação interagencial.


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SAVIS:

A MISSÃO DE GERENCIAR O MAIOR PROJETO DE VIGILÂNCIA DE FRONTEIRAS DO PLANETA

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Sisfron é considerado um dos maiores programas de monitoramento de fronteiras do planeta. Um projeto audacioso, altamente complexo e de amplitude continental. Se fosse um país, o Sisfron seria o 3ª maior da América do Sul em extensão territorial. Com o objetivo de vigiar uma área de 2.553.000 km² - 27% do território nacional, abrangendo 570 municípios de 11 estados brasileiros, que fazem fronteiras com 10 países, o Sisfron torna-se um grande desafio para o Exército Brasileiro, que está à frente do programa. Tão maior que sua a sua extensão é a problemática de monitorar uma região com portas abertas para riscos iminentes de uma infinidade de ilícitos, tais como narcotráfico, contrabando, conflitos fronteiriços, crimes ambientais, roubos de cargas, entre outros. À frente desse programa, junto com o Exército, a Savis, empresa do Grupo Embraer, tem a missão de executar, implantar e integrar as diversas empresas e tecnologias envolvidas no projeto. Há 5 anos no comando do programa, o diretor-presidente da Savis, Marcus Tollendal, fala das perspectivas da empresa, responsável por esse que é um dos mais importantes projetos estratégicos do governo brasileiro. INFORME ABIMDE - O que significa o Sisfron para a Savis? MARCUS TOLLENDAL - O Sisfron tem um significado altamente estratégico tanto para Savis quanto para a Bradar (que atua com a Savis no Sisfron), dado que é hoje uma grande vitrine das nossas capacidades e das inovações tecnológicas empregadas no projeto. Inegavelmente, o maior elemento de inovação tecnológica decorrente do Sisfron é a validação da evolução das capacidades nacionais para além do desenvolvimento e fabricação de equipamentos de defesa, para a capacidade de fazer integrações de sistemas complexos de defesa. Em 2012, o Brasil, por meio do Exército, contrata uma empresa brasileira para ser a integradora do maior

projeto de vigilância de fronteiras em execução no planeta. O significado disto para o Brasil, e não só para as empresas, é a demonstração de competência que o Brasil faz para o mundo. Além da contratação integrada de um sistema de sistemas, a licitação também contemplou o emprego de novos equipamentos desenvolvidos no Brasil, um extensivo suporte logístico integrado que garante a operacionalidade do ciclo de vida de todo o material, permitindo que o militar foque em suas tarefas primárias tendo disponíveis as capacidades necessárias. IA - A Savis pretende exportar o conhecimento adquirido nesse programa? TOLLENDAL - Sem sombra de dúvidas, o maior desafio e ganho tecnológico do Sisfron é a compreensão de que a coleção de capacidades isoladas (ou sistemas dedicados ou orientados a tarefa), quando funcionando como um sistema de sistemas (integrados e de forma orgânica), somam capacidades e recursos criando um novo sistema, mais complexo, oferecendo mais funcionalidades e performance que a simples soma de suas partes. Este conhecimento tem enorme potencial para exportação, dado que vigilância de fronteiras é uma necessidade recorrente e sempre demandante de alto grau de customizações. Além disso, vários são os novos sensores desenvolvidos no Brasil para o Sisfron, que também se mostram com significativo potencial de mercados externos. IA – O que significa para o mercado projetos complexos e longos como o Sisfron? TOLLENDAL - A percepção é que somente por meio de projetos bem estruturados e duradouros, portanto complexos e longos, os problemas nacionais podem vir a ser devidamente endereçados, com resultados reais, diretos e indiretos, à sociedade brasileira. A alternativa de décadas passadas de compras de oportunidade de material de emprego militar, esporádica e sem planejamento, evidenciava um modelo ineficaz e inoportuno para um país que pretende ter uma indústria de defesa bem desenvolvida. Diante disto, para o Brasil estes projetos mostram-se como uma das poucas alternativas para manutenção da Base Industrial de Defesa Brasileira, mesmo não sendo um modelo ideal fornecedores internacionais não comprometidos com a autonomia tecnológica do Brasil. Para o mercado, portanto, o significado pode ser interpretado, inegavelmente, como positivo para Empresas Estratégicas de Defesa, conforme definição vigente e previsto da Lei 12.598/2012.


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FAB

TRAJETÓRIA

SAAB

parceria duradoura e transferência de tecnologia

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contrato para fornecimento de 36 caças Gripen NG à Força Aérea Brasileira (FAB) foi o maior já assinado pela Saab em todo o mundo, e reflete a importância das ações da empresa no país nos últimos tempos. Em novembro de 2016, a Saab inaugurou, em parceria com a Embraer Defesa & Segurança, o Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (Gripen Design Development Network – GDDN). Meses depois, em janeiro de 2017, a empresa anunciou a expansão de sua parceria com a brasileira Akaer ao adquirir mais 10% das ações, totalizando uma participação de 25% na companhia. Essa parceria já existe desde 2008, quando a empresa brasileira foi contratada pela Saab para desenvolver peças para a fuselagem do caça Gripen NG, antes mesmo de a empresa ser selecionada para equipar a FAB com os caças. “A Saab acredita em relacionamentos de longo prazo com seus clientes ao redor do mundo. O aumento da parceria com a Akaer

por Karen Gobbatto

faz parte do compromisso da empresa em fornecer transferência de tecnologia ao Brasil e colaborar para o desenvolvimento da indústria nacional de Defesa”, explica a diretora geral da Saab do Brasil, Marianna Silva. Além de equipar a FAB com um dos caças multimissão mais modernos do mundo, o acordo prevê a transferência de tecnologia - um dos pontos que influenciaram na definição do projeto. Com isso, habilidades e conhecimentos serão adquiridos pela indústria brasileira, possibilitando um extenso trabalho de desenvolvimento e produção do Gripen, incluindo a montagem final no Brasil. A Força Aérea Brasileira e a indústria nacional colaboraram com a Saab na concepção, desenvolvimento e integração de futuros programas tecnológicos para o Gripen NG. Segundo Marianna, o envolvimento brasileiro no projeto e desenvolvimento do caça dará à Força Aérea Brasileira e à indústria nacional acesso a todos os níveis de tecnologias agora e no futuro.


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O programa de transferência de tecnologia será entregue ao longo de, aproximadamente, 10 anos. Até 2024, mais de 350 profissionais brasileiros participarão de cursos e treinamentos on-the-job na Suécia. Haverá mais de 60 projetos, com duração de até 24 meses. Durante este período, cada pessoa receberá treinamento teórico e prático de acordo com o papel que terá no programa. Após a permanência na Suécia, os engenheiros brasileiros compartilharão os conhecimentos adquiridos com seus colegas no Brasil, para trabalhar no desenvolvimento e na produção da aeronave. “No final do programa, a indústria brasileira e a Força Aérea dominarão todo o conhecimento necessário para o futuro desenvolvimento de aviões de caça”, destaca Marianna. Desde outubro de 2015, a Saab recebeu mais de 120 engenheiros brasileiros na Suécia para fazer parte do programa de transferência de tecnologia. Mais de 30 finalizaram sua formação e já voltaram ao Brasil, sendo que parte deles está trabalhando no GDDN com o apoio de funcionários expatriados da Saab. PRESENÇA A Saab tem feito negócios na América Latina desde a década de 1950, quando vendeu sua primeira aeronave civil, a Saab Scandia, para o Brasil. O último, de um total de 18 aviões, foi entregue em 1958. Essa foi a primeira aeronave a pousar no aeroporto de Brasília. No início dos anos 1980, a empresa começou a vender produtos para o Brasil na área militar e, em 2006, a Saab do Brasil foi

Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen O Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (Gripen Design Development Network - GDDN) será o hub de desenvolvimento tecnológico do Gripen NG no Brasil para a Saab e para a Embraer, junto às empresas e instituições brasileiras parceiras: AEL Sistemas, Atech, Akaer e Força Aérea Brasileira, por meio de seu departamento de pesquisa DCTA.

criada como uma empresa. Dentre as soluções de defesa da Saab atualmente em uso no Brasil, estão: • Erieye, um sistema de alerta aéreo antecipado aerotransportado no Embraer 145 AEW&C (conhecido como E-99 pela Força Aérea Brasileira), que faz a vigilância da região Amazônica desde 2002 para evitar o tráfico de drogas, o desmatamento e outras atividades ilegais; • Soluções de treinamento e simulação para o Exército Brasileiro; • Sistemas de defesa aérea baseada em solo como o RBS 70, utilizado pelo Exército Brasileiro, entre outras ocasiões, durante os Jogos Olímpicos de 2016. Em 2016, a empresa também assinou um contrato com a RIOgaleão, concessionária responsável pela gestão do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, para fornecer uma plataforma de vigilância de superfície compartilhada. O aeroporto é o primeiro na América Latina a operar com tal sistema, que aumenta a eficiência das operações de aeronaves no solo e contribui para reduzir os atrasos nos voos. “A Saab pretende ter uma presença mais ampla no Brasil e na América Latina. O Projeto Gripen NG é uma parte dessa parceria de longo prazo entre a Saab, as Forças Armadas e a indústria de defesa brasileira, que tem potencial para se expandir em novos produtos e mercados”, conclui Marianna.

O GDDN contempla o ambiente e os simuladores necessários para o desenvolvimento dos caças. Além disso, o GDDN está conectado à Saab na Suécia e aos parceiros industriais no Brasil, assegurando transferência de tecnologia e desenvolvimento eficientes. O edifício do GDDN está localizado nas dependências da Embraer, em Gavião Peixoto (SP), onde também ficará baseado o Centro de Teste de Voos do Gripen e onde será realizada a montagem final da aeronave.



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COMITÊS CSTA O Comitê de Simulação e Treinamento (CSTA) da ABIMDE está apoiando as empresas do setor junto aos processos de contratação de CLS (Contrato de Suporte Logístico), voltados para assistência e manutenção dos simuladores da FAB (Força Aérea Brasileira). O Comitê tem atuado também junto à Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) para a definição e uma apresentação dos propósitos de atuação do CSTA no âmbito internacional.

COMCIBER Durante o ano de 2016, o Comitê de Cibernética (COMCIBER) da ABIMDE fez levantamentos sobre o setor, identificando que não foi tão afetado pela crise econômica que atinge o país, uma vez que as empresas registraram dados positivos. Já para 2017, atuará em três frentes: renovar os participantes do próprio comitê, com o reagrupamento das associadas que atuam nessa área; estar atento às movimentações no Ministério da Defesa, que deve promover mudanças na Lei das EED’s (Empresa Estratégica de Defesa); e trabalhar junto ao grupo formado dentro do Ministério de Ciência, Tecnologia e Comunicação para contribuir com os trabalhos que estão sendo desenvolvidos na área de segurança da informação.

VNT O Comitê de Veículos Não Tripulados (VNT) vem atuando em busca da regulamentação e de políticas de introdução dos VANTs no espaço aéreo brasileiro. Em 2016, obteve importante aproximação com a Força Aérea Brasileira (FAB) por meio do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), onde estão ocorrendo debates sobre o assunto, abrindo, assim, perspectivas positivas de se planejar a inclusão dos VANTs em projetos futuros. Desses debates já ocorreram avanços como a revisão da Instrução do Comando de Aeronáutica - ICA 100-40, que trata sobre o planejamento estratégico da circulação de VANTs no espaço aéreo. Paralelo a isso, a FAB implantou o SARPAS, um sistema online que está recebendo o cadastro de aeronaves não tripuladas e pilotos. Por meio do sistema também ocorrem as solicitações de voo. Junto ao DECEA, o Comitê está participando ainda do Projeto Orion, com algumas linhas de ação, entre elas: integração de ATM-RPAS para o desenvolvimento de requisitos para aplicação operacional dos RPAS em missões de inspeção de voo; regulamentação para flexibilizar o acesso ao espaço aéreo para órgãos de defesa civil e segurança pública, e para emprego operacional do VANTs pelas Forças de Segurança e pelas Forças Armadas; tecnologia da informação, com a incorporação de avanços tecnológicos para acesso ao espaço aéreo.

Segurança Alimentar O Comitê de Segurança Alimentar da ABIMDE comemora uma importante decisão da Diretoria de Abastecimento do Exército. No final de 2016, foi publicada Instrução Normativa autorizando a compra de produto porcionado para as tropas. O produto porcionado é congelado em porções individuais, evitando a manipulação dos alimentos e, consequentemente, garante maior segurança alimentar aos soldados. Após a publicação da Instrução Normativa, já ocorreram compras por porcionamento e outras licitações já estão sendo realizadas seguindo essa recomendação.


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NOTÍCIAS DO SETOR

2º Concurso de Engenharia de Defesa e Segurança – Inscrições abertas

Já estão abertas as inscrições para o 2º Concurso de Engenharia de Defesa e Segurança, promovido pela ABIMDE. Mas por que participar? Reconhecimento, valorização e projeção da empresa são alguns motivos diretos. Mas, o reconhecimento das empresas participantes também é uma importante alavanca para todo o setor de defesa e segurança. Por meio do Concurso de Engenharia, as empresas associadas têm a oportunidade de mostrar o que estão realizando nas áreas de pesquisa e desenvolvimento e quais inovações tecnológicas estão chegando ao mercado. Essa nova vitrine da produção nacional foi bem explorada pela ALTAVE, a vencedora da primeira edição do Concurso. Por ser uma empresa que tem a Pesquisa e Desenvolvimento como um dos pilares, a ALTAVE logo se interessou pelo Concurso de Engenharia da ABIMDE. “Acreditamos que competições como essa são grandes motivadores para nosso corpo de engenheiros e estávamos confiantes de que tínhamos um projeto de excelente padrão”, avalia o diretor da empresa, Leonardo Nogueira. A empresa apresentou o projeto do ALTAVE OMNI, um aeróstato de monitoramento persistente de grandes áreas. O sistema do balão cativo estreou com sucesso nos Jogos Olímpicos Rio 2016, auxiliando as equipes de

segurança na tomada de decisão, ao fornecer informações precisas e ao vivo das áreas próximas às instalações olímpicas. “O ALTAVE OMNI representou também uma mudança de percepção pelos clientes nacionais e internacionais da empresa. Pela primeira vez a ALTAVE entregou um projeto complexo, de alto valor, como integradora, para um grande evento”, destaca o diretor da ALTAVE, Leonardo Nogueira. Ao coroar o esforço da equipe, a conquista do primeiro lugar no Concurso de Engenharia da ABIMDE ajudou a projetar a empresa. Parceiros, amigos e clientes fizeram contato para parabenizar, o que elevou a confiança da equipe de que estavam no caminho certo. Além disso, novas oportunidades de negócios surgiram. “Disputamos com grandes empresas como Helibras, BCA Ballistic Protection e IACIT, altamente reconhecidas pela competência. Aconselho a todas as empresas que possuem P&D a participar. O concurso é de alto nível. E, só tenho a agradecer por esse reconhecimento, a todos parceiros que nos apoiaram e encorajaram e, especialmente, ao Almirante Marcílio, idealizador do concurso e ao nosso time da ALTAVE”, conclui Nogueira.

Serviço: 2º Concurso de Engenharia de Defesa e Segurança Inscrições: até 8 de maio de 2017 Quem pode participar: associadas ABIMDE O que inscrever: soluções de engenharia: novos produtos; novos processos; logística; produção; manutenção; marketing/ comercial; e organização. Informações: www.abimde.org.br/inscricao

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SIMULADORES

Ciclo de vida dos simuladores das Forças Armadas

Divulgação

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ara entender melhor o contexto do Ciclo de Vida dos Simuladores (CVS) de treinamento usados nas Forças Armadas (FFAA), é preciso saber que os dispositivos de simulação estão classificados em três categorias: Viva, Virtual e Construtiva. Uma simulação é dita “Viva” quando usa equipamento e pessoal real para

criar uma situação artificial. A simulação “Virtual” quando simula os equipamentos sintéticos, com pessoas reais operando o dispositivo– os simuladores de voo são um exemplo típico de uma simulação virtual. A simulação “Construtiva” é quando são simulados ambos os recursos: equipamentos e pessoal, ficando o comando do teatro de operações aos gestores de decisão. Exemplo emprego em jogo de guerra.


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As Forças Armadas Brasileiras contam com simuladores de diversas categorias com ciclos de vidas distintos em função da época em que foram adquiridos e das premissas tecnológicas que foram consideradas no momento da aquisição. Em grande parte, muitos destes dispositivos de simulação estão no final do ciclo de vida e outros, que ainda se justifica a renovação de contratos de serviço de assistência técnica e manutenção Contrato de Suporte Logístico (CLS). “Esta condição só não é restritiva a um único fornecedor, caso o contratante detenha domínio sobre a engenharia dos componentes embarcados, do contrário ficará restrito aquele fornecedor da engenharia daqueles componentes, salvo se este fornecedor aceite fazer parceria com alguma empresa do mercado”, explica o coordenador do Comitê de Simulação da ABIMDE, Auro Azeredo. Hoje as FFAA, na medida do possível, buscam incorporar soluções de simulação que estejam em regime COTS (Commercial Of The Shelf), ou seja, na qual insumos tecnológicos de softwares e hardwares empregados na construção do dispositivo estão disponíveis no mercado, e que se integrem a outros dispositivos com tecnologias que sejam inter-operacionalizáveis (possam operar um com os outros - HLA- High Level Architecture), conforme Portaria Normativa nº 1.873/MD, de 20 de junho de 2013. Somente quando os insumos de software e hardware que não estão mais disponíveis no mercado ou, aquela empresa detentora da tecnologia utilizada no dispositivo não participa mais do mercado, é possível introduzir soluções COTS e assim, ampliar a oferta de novas soluções e fornecedores, estimulando uma concorrência mais competitiva, com valores mais atrativos. “Os contratos de CLS com empresas nacionais são uma excelente alternativa de absorção de tecnologia, como principalmente, a preservação de dados de caráter sensível dentro do território nacional, e que de preferência, sejam realizados por profissionais brasileiros”, destaca Azeredo. Esta também é uma alternativa para empresas estrangeiras que não precisam dispor de seus profissionais internos para deslocamento ao cliente, incidindo em custos de viagens, estadia, alimentação e transporte, quando podem

contratar mão de obra local para realização dos serviços, muitas vezes com custos inferiores se comparados com os custos internos. Essa, inclusive, foi uma das medidas adotadas pela empresa brasileira Adventure Tech, especializada em produção de telas imersivas para simuladores e fornecedora da Marinha e do Exército. A Adventure Tech é parceira de empresa americana, sendo a representante exclusiva das telas no Brasil, e participou ativamente ao prover soluções na área para a Colômbia. “Com o conhecimento que temos, fizemos parte da equipe que atendeu o país vizinho, reduzindo custo e garantindo que o Brasil também participasse dessa integração de soluções”, comenta o CEO da Adventure Tech, Alex Martins Alves. Segundo ele, o mercado de simulação conta com profissionais e empresas capacitadas no Brasil, que podem oferecer soluções customizadas, mas que, cada vez mais, é necessário manter as soluções abertas para que as empresas locais possam oferecer produtos e serviços atrelados aos interesses das Forças Armadas. “As empresas brasileiras são criativas e possuem condições para integrar soluções existentes, criar soluções alternativas e de baixo custo”, garante Alves. Um exemplo foi a solução oferecida pela Adventure Tech ao Exército. No ano passado, a empresa entregou um projeto de treinamento mecânico do blindado Guarani. O sistema de hardware possui resolução 4K, tecnologia 3D e sistema aberto, para permitir a integração com os softwares de simulação. O simulador é utilizado pelos mecânicos na validação do aprendizado online. O Comitê de Simulação da ABIMDE, junto com as empresas associadas, estão atentas às necessidades das Forças Armadas e preparadas para atender as demandas de CLS. “Faz-se oportuno priorizar a indústria nacional, pelos benefícios que trarão no médio e longo prazo para o Brasil”, conclui Azeredo.


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INFORME PUBLICITÁRIO

E

A Opto Space & Defense entra no Grupo Akaer

m 1985, um grupo de ex-alunos e pesquisadores do Instituto de Física da USP em São Carlos fundou a Opto Eletrônica. A empresa cresceu desenvolvendo tecnologias de ponta nos ramos de optoeletrônica para o mercado aeroespacial e defesa e sistemas para a área médica. Tornou-se a primeira empresa no Brasil, com capacitação para o desenvolvimento e produção de câmeras espaciais e que equipam, por exemplo, os satélites de monitoramento ambiental da série CBERS. A partir do final da década passada, vários fatores contribuíram para que a empresa enfrentasse dificuldades econômico-financeiras. A atual crise que se abateu sobre o Brasil agravou a situação e a empresa entrou em processo de recuperação judicial. Neste contexto, a empresa original foi divida em duas, ficando uma voltada ao segmento médico e de lentes oftalmológicas e a outra concentrando os meios e capacidades relacionadas ao mercado aeroespacial e de defesa. No final de 2016, a Akaer adquiriu ativos da Divisão de Espaço e Defesa (E&D) da Opto Eletrônica S.A., que passa a se chamar Opto Space & Defense. A Akaer decidiu manter todos os funcionários e operações no mesmo local, na cidade de São Carlos (SP), polo de optrônica no Brasil. Além disso, a Akaer ampliará o acesso desta divisão a mercados internacionais e desenvolverá produtos de aplicação dual, para que a mesma se mantenha sustentável financeiramente e para que possa expandir suas tecnologias. A Akaer é uma empresa dedicada ao desenvolvimento de soluções integradas para os setores aereoespacial e de defesa especializada em projetos de aeroestruturas e projetos ‘turn key’ e vem expandindo suas atividades em outras áreas de mercado. Essa aquisição foi possível devido à expansão recente na participação acionária na Akaer pela Saab AB da Suécia, empresa de

atuação global no segmento de defesa e segurança. A Saab adquiriu mais 10% de ações da Akaer, atingindo 25% de participação. A Saab e a Akaer são parceiras desde 2008, quando a empresa brasileira foi contratada pela Saab para desenvolver peças para a fuselagem do caça Gripen NG – mesmo antes que a Saab fosse selecionada para as negociações para reequipar a Força Aérea Brasileira. O investimento da Saab na Akaer começou em maio de 2012, quando a Saab fez um empréstimo conversível em ações, com uma contribuição de recursos equivalente a 15% da Akaer. A participação da Saab na empresa foi ampliada para 25%, e a Akaer permanece independente, além de controlada e administrada pelo fundador e gestor brasileiro. Desde 2012, a Saab faz parte do Conselho Consultivo da Akaer. Com a aquisição da Opto, o objetivo da Akaer é garantir que as tecnologias optrônicas desenvolvidas pela OPTO ao longo de décadas sejam mantidas sob o domínio de uma Empresa Estratégica de Defesa (EED), status este obtido em 2013, para que possam ser utilizadas nos programas nacionais de espaço e defesa nos próximos anos, em total alinhamento com os interesses da defesa nacional.


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BLINDAGEM VEICULAR

Brasil tem maior frota de veículos blindados do mundo Aumento da criminalidade e redução do valor da blindagem aquecem o mercado por Karen Gobbatto

A

Divulgação

blindagem veicular, e mesmo a predial, tem crescido no Brasil nos últimos dez anos. A Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem) estima que o país tenha uma frota de mais de 160 mil veículos blindados, superando outros como o México e os Estados Unidos. Somente em 2016, cerca de 14 mil veículos foram blindados em São Paulo. Segundo o especialista em segurança pública e diretor técnico da ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança), Coronel Armando Lemos, a população tem buscado essa proteção para aumentar as chances de se preservar diante de uma abordagem criminosa. “Hoje, a blindagem veicular está mais acessível. O veículo blindado é uma proteção

relativa, mas importante para quem quer estar mais seguro em cidades com grande índice de violência”, comenta Coronel Lemos. Desde 2015, a legislação para a blindagem de veículos passou por algumas mudanças e, agora, a documentação exigida e as análises do Exército Brasileiro (EB), órgão que regula e fiscaliza esse tipo de serviço, estão mais rigorosas. A blindagem é permitida pelo exército, mas seu uso é controlado. Antes mesmo do veículo começar a ser blindado, o Exército precisa receber a documentação do proprietário do carro, da blindadora e dos materiais que serão usados. Somente depois que houver autorização por parte do Exército, baseado em toda essa documentação, o serviço poderá ser realizado.

Coronel Marco Aurélio Zeni, Chefe do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 2ª Região Militar.


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Para garantir uma blindagem de qualidade, a orientação é verificar a documentação da blindadora, que precisa ter o Certificado de Registro emitido pelo Exército para operar nesse mercado. Os kits fornecidos pelas empresas fabricantes, que cobrem cerca de 80% do carro e são compostos pelas mantas, placas e vidros, também devem conter a cer-

tificação do EB, o chamado RETEx (Relatório Técnico Experimental), emitido após testes balísticos nos lotes do produto. Os demais 20% do carro são protegidos por placas de aço, que não passam por análise do Exército. Outro ponto importante é a garantia. Em média, as placas e painéis utilizados na blindagem veicular têm garantia de cinco anos.

O papel do Exército no setor - Qual o papel do Exército no processo de blindagem de veículos? De acordo com o art. 1º das Normas Reguladoras dos procedimentos para Blindagem de Veículos e Demais Atividades Relacionadas com Veícu- Quantos carros blindados los Blindados (NORBLIND), o o Brasil tem atualmente? Exército Brasileiro atua como Não temos a estimativa da regulador dos procedimentos quantidade de veículos blin- para a blindagem, a locadados no país, podemos afir- ção, o comércio, a impormar que no Brasil, em dois tação, o registro e a transanos, foram blindados apro- ferência de propriedade de ximadamente 35 mil veí- veículos, bem como avalia culos. Já em São Paulo, no protótipos de blindagens período de janeiro de 2015 opaca e transparente. a dezembro de 2016, foram realizadas cerca de 28 mil - O Exército é responsáblindagens. vel por fiscalizar esse segmento (fabricantes e blin- Qual o universo de fabri- dadoras)? cantes e blindadoras no De fato, cabe ao Exército Brasil? Brasileiro fiscalizar blindadoNo Brasil existem mais de 500 ras de veículos de passeio e blindadoras ativas. A maioria fabricantes de blindagens. A está localizada no Estado de blindadora, que possui CerSão Paulo, cerca de 300 em- tificado de Registro, presta presas. No caso dos fabrican- um serviço de modificação de tes, há 40 espalhados pelo veículo por meio da aplicação território nacional, e a maior de blindagens nos vidros e parte também está no Estado carroceria. Por sua vez, a fade São Paulo (33 fábricas). bricante, que possui um Título de Registro, fábrica a blinA Revista Informe ABIMDE entrevistou o Coronel Marco Aurélio Zeni, Chefe do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 2ª Região Militar, sobre como o setor é regulamentado. Confira:

dagem balística (opaca ou transparente), cujo protótipo deve ser aprovado pelo próprio Exército Brasileiro, que emite um RETEx. Não compete ao Exército Brasileiro certificar veículos blindados ou mesmo processos de blindagem, mas sim conceder o registro a fábricas e blindadoras, fiscalizá-las e aprovar o uso das blindagens opaca e transparente. – O Senhor gostaria de acrescentar mais alguma informação? O exercício do Poder de Polícia Administrativa conferido ao Exército na fiscalização de blindagens está consubstanciado no R-105 e NORBLIND. A 2ª RM vem promovendo ações no intuito de aumentar a percepção de segurança pela sociedade paulista, de tal sorte que um Produto Controlado pelo Exército (PCE), que possui alto poder de dano, não seja utilizado de forma a oferecer riscos às pessoas.


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CAPA - ESPECIAL LAAD

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Expectativa de bons negócios na LAAD Defence & Security 2017

maior feira de defesa e segurança realizada no Brasil chega a sua 11ª edição com grandes expectativas e números atraentes para o mercado. A LAAD Defence & Security 2017 ocorre entre os dias 4 e 7 de abril, na capital fluminense, reunindo mais de 600 expositores que vão oferecer soluções em áreas como engenharia aeronáutica, engenharia naval, equipamentos táticos, munição, armamentos, viaturas, sistemas óptico e optrônicos, cyber defence, contraterrorismo, transmissão, comunicação, salvamento, resgate, vigilância, emergência, perícia, e muito mais. Organizada pela Clarion Events, com o apoio da ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança), do Ministério da Defesa e das Forças Armadas do Brasil, a LAAD Defence & Security promete ser uma importante vitrine para a apresentação dos produtos desenvolvidos no Brasil, tanto pela oferta de sua base industrial de defesa e segurança quanto pela demanda do mercado, que exige cada vez mais soluções robustas e confiáveis, segundo o presidente da ABIMDE, Frederico Aguiar. A variedade de produtos e serviços é um dos grandes atrativos dessa edição, que espera receber mais de 37 mil pessoas pelos 30 Pavilhões Nacionais, instalados no Riocentro. Também estão confirmadas a presença de 195 delegações oficiais de 85 países, com destaque para ministros de defesa e autoridades militares das Forças Armadas da América Latina. Durante a feira, as empresas participantes poderão fazer contato direto com potenciais compradores nacionais e internacio-

nais em reuniões de negócios – o grande foco do evento. O Programa VIP reúne autoridades nas áreas de aquisição, compras, logística e suprimentos das Forças Armadas, de órgãos de segurança púbica e do mercado de segurança corporativa. Associadas ABIMDE Para esta edição da LAAD Defence & Security, a ABIMDE estará, juntamente com as associadas, no Pavilhão ABIMDE. As empresas levarão o que há de mais moderno e inovador para os setores de defesa e segurança e programaram lançamentos de produtos. Um exemplo disso é a FT Sistemas, que apresentará, em primeira-mão, o FT200FH, um helicóptero não tripulado para aplicação civil e militar. A Emgepron lançará o Navio -Patrulha 500-BR, desenvolvido em parceria com o Centro de Projetos de Navios (CPN), voltado para vigilância e defesa costeira. Já a Bally-Mardiesel programou lançar uma lancha, um bote pneumático e coletes de flutuação, que podem ter proteção balística. A lancha SRA-750 é um barco multifunção, como missões de resgate, reconhecimento, patrulhamento e combate, e poderá ser vista em exposição no estande da empresa. E a MAC JEE estará no evento com a nova geração de Lançador 4x4, o Armadillo TA-2, multicalibre e multiuso, que pode ser usado em qualquer tipo de terreno. A Agrale levará a nova geração militar do Agrale Marruá. A SKM lançará um sistema de monitoramento e telessupervisão de embarcações e a VMI apresentará a nova tecnologia Spectrum Body-Scan e Spectrum Cargo.


Roteiro LAAD

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ACTION CARGO Hall: 2 Localização: U.70

CRISTANINI Hall: 3 Localização: M.34

HOBECO Hall: 3 Localização: O.66

PRODEAL Hall: 2 Localização: U.70

AEL Hall: 3 Localização: O.60

DEFENSEA Hall: 2 Localização: X.46

IACIT Hall: 4 Localização: H.70

AGRALE Hall: 4 Localização: C.50

DGS Hall: 2 Localização: V.40

IMBEL Hall: 2 Localização: Y.50

QUARTZO ENGENHARIA DE DEFESA Hall: 2 Localização: U.70

AKAER Hall: 3 Localização: O.24

DORA EXPORT Hall: 2 Localização: U.70

ALMA SOLUÇÕES EM TECNOLOGIA Hall: 2 Localização: U.70

DUPONT™ KEVLAR® Hall: 2 Localização: Y.34

ÍNDIOS PIROTECNIA Hall: 4 Localização: X.08

AMAZUL Hall: 2 Localização: V.39 ARES Hall: 4 Localização: D.70 ASTRO ABC Hall: 2 Localização: X.44 AVIBRAS Hall: 4 Localização: D.50 BCA Hall: 2 Localização: T.48 CARACAL Hall: 4 Localização: B.30 CBC Hall: 2 Localização: Y.22 CONDOR Hall: 2 Localização: U.20 CONSUB Hall: 2 Localização: X.58 COPLATEX PROTECTA Hall: 2 Localização: U.50

EMBRAER Hall: 3 Localização: N.22 EMGEPRON Hall: 2 Localização: W.50 FLY SISTEMAS Hall: 4 Localização: B.20 FT SISTEMAS Hall: 4 Localização: G.26 FUNDAÇÃO EZUTE Hall: 2 Localização: X.34 GEHR Hall: 4 Localização: E.63 GESPI Hall: 2 Localização: X.08 GLAGIO Hall: 4 Localização: J.60 GRUPO INBRA Hall: 4 Localização: B.50 HELIBRAS Hall: EXTERNA Localização: H.OUT.90

IPI DO BRASIL Hall: 2 Localização: T.69 LATECOERE DO BRASIL Hall: 2 Localização: U.70 LOGSUB Hall: 2 Localização: U.30 LORD Hall: 3 Localização: K.39 M1 TECNOLOGIA Hall: 3 Localização: P.30a MAC JEE Hall: 4 Localização: E.60 MOTOROLA Hall: 3 Localização: Q.64 M&K Hall: 2 Localização: U.70 NL TECNOLOGIA E SEGURANÇA Hall: 2 Localização: U.70 POLY DEFENSOR Hall: 3 Localização: L.80

RADIX Hall: 4 Localização: G.30 RF COM Hall: 4 Localização: A.44 ROHDE & SCHWARZ Hall: 3 Localização: O.39 SAFRAN ELECTRONICS & DEFENSE BRAZIL Hall: 4 Localização: E.69

C

M

Y

SITMED Hall: 2 Localização: Z.10

CM

MY

CY

SKM ROXTEC Hall: 2 Localização: U.40 SMART POWER Hall: 4 Localização: B.20 SUNTECH Hall: 4 Localização: G.77 TAURUS Hall: 2 Localização: Y.22 VERTICAL DO PONTO Hall: 4 Localização: A.40 VMI Hall: 3 Localização: N.81 WHITE LAKE Hall: 3 Localização: S.40

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K


Nova geração de Lançador 4x4 A força escondida

Mac Jee Indústria Comércio e Representação Al. dos Maracatins, 1217 - sl. 217 - São Paulo | Tel.: +55 11 3569 4007 Email: comercial@macjee.com.br | website: www.macjee.com.br

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