INFORME ABIMDE DEZ/2021

Page 1

INFORME Dezembro, 2021 - Edição 14

Revista Oficial da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança

O MAIOR EVENTO DA BASE INDUSTRIAL DE DEFESA, SEGURANÇA E TECNOLOGIA DO BRASIL

AÇÃO COORDENADA

VERDE AMARELAS

MULHERES DA DEFESA

Com foco em linhas de crédito e exportações, ministérios trabalham alinhados para impulsionar retomada de crescimento da BIDS

Em artigo, Vice-Presidente Hamilton Mourão destaca a competitividade e excelência da Indústria de Defesa do Brasil

Elas se destacam a cada dia como força motriz nas empresas e Forças Armadas


AGUARDEM!

realização


INFORME Ano 08 – Número 14

EXPEDIENTE CONSELHO DIRETOR DA ABIMDE Presidente Roberto Alves Gallo Filho 1º Vice-Presidente Leonardo Mendes Nogueira Vice-Presidentes Antonio Luiz da Costa Burgos João Batista Vernini Roberto Guimarães de Carvalho Sergio Gonçalves Horta Sávio Rolemberg Diretores Alcides Geraldes Braga Luiz Carlos Paiva Teixeira Maria Antonietta Cervetto Silva Pedro Rogério Cabrillano Rodrigo Gonzalez Modugno Presidente Executivo Rodrigo Otávio Fernandes de Hônkis Diretor Técnico/Administrativo Armando Lemos Diretor de Projetos Paulo Albuquerque CONSELHO EDITORIAL Jornalista Responsável e Diretora de Redação Valéria Rossi - MTB: 0280207 Editora Maria D´Arc Direção de Arte Luciana Ferraz Fotografia Carla Dias Lucas Lacaz Ruiz Redação Deise Dantas, Demarice Alves, Denise Kelen, Estela Mari Vesaro, Jovana Bubniak, Katherine Coutinho, Tânia Campelo Revisão Maria D´Arc Adriana Del Ré Carla Dias Fabio Mendes Comercial Carol Malta Financeiro Cassia Dias INFORME ABIMDE é uma publicação da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE) Avenida Paulista, 460, 17º andar, conjunto B, Bela Vista, São Paulo, SP, CEP 01310-000 Tel/Fax:(11) 3170-1860 Escritório Brasília: (61) 8183-0034 - Lourenço Drummond Lemos Produção Editorial Rossi Comunicação Correspondência: Rua Carlos Sampaio, 157, Mezanino, Bela Vista, São Paulo, SP - CEP 01333-021 Tel.: (11) 3262-0884 informeabimde@rossicomunicacao.com.br

3

ÍNDICE

04 - EDITORIAL União de forças para vencer os desafios de uma pandemia mundial 05 - VERDE AMARELAS O Vice-presidente Hamilton Mourão destaca, em artigo, a excelência da indústria de defesa do Brasil 09 - CERTIFICAÇÃO ABIMDE é acreditada como certificadora para PCE 10 - ENTREVISTA Ministério da Defesa ressalta ações em prol do fortalecimento da BIDS 12 - TECNOLOGIA Safran e a parceria com os programas estratégicos nacionais 14 - JUSTIÇA Investimento em tecnologia de ponta contra ações criminosas 18 - MCTI Linhas de financiamento e expansão do Programa Aeroespacial em apoio à BIDS 20 - DEFESA Mac Jee avança no mercado nacional e internacional de Defesa 22 - SEPROD Desafios e perspectivas da Indústria de Defesa no cenário pós-pandemia 24 - ENTREVISTA Atech mira protagonismo em inovação no ambiente disruptivo dos tempos atuais 26 - PERSPECTIVAS Para o comando, adversidades enfrentadas nos últimos tempos reafirmaram o nobre papel constitucional da FAB 29 - DESENVOLVIMENTO A expertise da IACIT em sistemas aplicados e inovações para áreas como meteorologia, segurança pública e controle de tráfego aéreo

30 - MARINHA Projetos da Marinha com BIDS ligada ao mar avançam 33 - HISTÓRIA Simtech Comemora 30 anos de história 36 - MATERIAIS Alltec e o domínio em materiais compósitos a serviço do país 38 - EXÉRCITO Comandante vê segmento de Defesa como catalisador para o desenvolvimetno do poder militar nacional 40 - FEIRAS Importantes espaços para a prospecção de negócios, eventos presenciais são retomados pela ABIMDE 41 - INOVAÇÃO SAAB traz soluções inovadoras em Defesa e Segurança Nacional para a 6ª Mostra BID Brasil 44 - MERCADO Capacitadas e comprometidas com resultados as mulheres marcam presença nas áreas civil e militar do setor de Defesa 49 - CNCG A reunião do Conselho Nacional de Comandantes Gerais durante a Mostra 6ª BID Brasil 58 - MOSTRA BID Evento expõe otimismo do setor de defesa e segurança 59 - EXPOSITORES Empresas participantes da 6ª Mostra BID Brasil


4

EDITORIAL

Q

uando o ano de 2020 começou ninguém poderia imaginar a provação que enfrentaríamos com a pandemia do novo coronavírus. A capacidade de reação e reinvenção da humanidade foi colocada à prova em todo o mundo e no Brasil não foi diferente. As situações de isolamento e quarentena exigiram do Estado uma resposta efetiva e rápida e, nesses aspectos, as Forças Armadas deram um espetáculo de planejamento, logística e resultado. Por mar, terra e ar, contingentes foram mobilizados para fazer chegar, aonde fosse necessário, suprimentos médicos, alimentos e serviços de apoio. Os ministérios e os comandos das forças se debruçaram sobre planilhas para, mesmo dentro de orçamentos já restritos, rever custos e redirecionar recursos para o combate da pandemia e, ao mesmo tempo, manter a continuidade de projetos estratégicos para as áreas de segurança e defesa. Por seu lado, as empresas da Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) estiveram de prontidão para manter as entregas e fazer os ajustes necessários às necessidades de seus clientes no Brasil e no mundo, conscientes de que suas atividades são vitais para a tranquilidade e soberania de uma nação. E não foi só. As empresas da BIDS ainda tiveram iniciativa e coragem para reinventar processos internos de forma a contribuir diretamente com o combate à pandemia. Rapidamente conseguiram produzir respiradores, máscaras, face shield, câmeras termais e tantos outros produtos essenciais à proteção da população e da linha de frente do combate, formada por funcionários de saúde de todos os níveis, entre tantos outros profissionais. A ABIMDE, irmanada com o Ministério da Defesa, participou da batalha organizando o grupo GT Corona, especialmente para agilizar as interações entre demandantes e possibilidades de fornecimento, com o objetivo de contribuir com a saúde dos brasileiros. O setor de defesa desenvolveu nesse período um trabalho grandioso, talvez pouco percebido, mas fundamental para que o país atravessasse esse momento sombrio. Por isso, quando tudo começa a voltar ao normal, queremos dizer: obrigado.

Dr. Roberto Gallo Presidente da ABIMDE

A ABIMDE também não parou e tem muito a comemorar em seus 36 anos de história. Se a pandemia dificultou encontros presenciais, aproveitamos o desafio para inovar, aumentando substancialmente as ações da associação por meio de eventos online relevantes para os associados. Além disso, importantes parcerias foram firmadas com instituições renomadas e foram mantidas ações como o Brazilian Defense Day, DID (Dialogo da Indústria de Defesa), com outras nações. Também retomamos a participação em feiras internacionais como a IDEX (International Defence Exhibition and Conference), nos Emirados Árabes, a Milipol, em Paris, Dubai Air Show, em Dubai, com o objetivo maior de promover a BIDS no exterior e gerar negócios para o Brasil. A ABIMDE também estabeleceu um Grupo de Trabalho com a Marinha do Brasil, que gerou 23 ações a serem desenvolvidas com o objetivo de incrementar a interação entre as associadas e aquela Força. Nossa entidade também se dedicou à elaboração de importante nota técnica propondo a criação de uma lei prevendo isonomia tributária entre as empresas que vendem a partir do Brasil com aquelas vendem a partir do exterior. E é uma grande satisfação saber que a proposta inspirou o Projeto de Lei Complementar 244/20, em análise no Congresso. Nos deixa muito felizes também ter obtido a acreditação do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) que certificou a ABIMDE como Certificadora de Produtos Controlados pelo Exército (PCE) que, dessa forma, passa a contribuir para a solução de um gargalo histórico que comprometia a agilidade para a chegada de produtos ao mercado. Assim, imbuídos de um sentimento de gratidão, vemos a realização da 6ª Mostra BID Brasil como a celebração do recomeço desse contato mais próximo tão importante que as exposições oferecem a todos que compõem a BIDS. A indústria nacional de defesa e segurança é forte, capaz e competitiva e a Mostra BID é o palco perfeito para que todos os potenciais clientes, dos mercados interno e externo, possam constatar isso. Aos 36 anos a ABIMDE se fortalece como farol da BIDS, cada vez mais plural e agregadora de todos os elementos que contribuem para o nosso segmento econômico, visando o engrandecimento do nosso Brasil. Bons negócios a todos e ótima 6ª Mostra BID Brasil.


5

VERDE AMARELAS

5

A IMPORTÂNCIA DA BASE INDUSTRIAL DE DEFESA BRASILEIRA por Vice-presidente Hamilton Mourão

O

mercado mun- atuais centros de formação tria de defesa brasileira no dial de produ- tecnológica das forças arma- exterior, sendo adotados, até tos de defesa das brasileiras: o Instituto hoje, por diversos países. A é um setor em tecnológico de Aeronáutiqualidade dos produtos naque o Braca – ITA (1950); o Instituto cionais abriu caminho para sil apresenta Militar de Engenharia - IME o desenvolvimento de novas níveis de competitividade (1959) e o Instituto de Peslinhas de equipamentos, com e excelência em paridade quisas da Marinha – IPqM crescente aporte de tecnolocrescente com os principais (1959). Essa junção de gia e grande valor agregado. países industrializados. O potencial industrial e corpo êxito nesse segmento ilustécnico qualificado deu ense- A Base Industrial de Defesa tra o pioneirismo, o espírito jo ao importante crescimen- é responsável pela geração empreendedor, a capacidato observado no setor no de mais de um milhão de de tecnológica e a ousadia Brasil nos anos posteriores. empregos diretos e indiretos diplomática do Brasil. Devido e movimenta um montante à sua dimensão territorial e Alguns dos engenheiros superior a R$ 200 bilhões na imporeconotância mia, além geopolítide contriDevido à sua dimensão territorial e ca, nosbuir para importância geopolítica, nosso país não so país o desennão pode volvipode prescindir de uma Base Industrial prescindir mento de de Defesa robusta e sofisticada. de uma setores Base como o Industrial de Defesa robusta formados pelos institutos aeroespacial, telecomunicae sofisticada, fundamental militares constituíram a forções e energia nuclear, que para que o Brasil proteja ça motriz para o surgimento influenciam, diretamente, o sua integridade territorial de empresas brasileiras piocotidiano dos cidadãos. No e riquezas naturais, além neiras no setor de defesa, a âmbito da balança comerde estimular a inovação e exemplo da Embraer, Avibras cial, a indústria de defesa eficiência em toda a cadeia e Engesa. Como oficial da aportou US$ 3,6 bilhões em econômica. arma de artilharia nas décaexportações em 2020 e cada das de 1980 e 1990, recordo- real investido na indústria de O ímpeto conferido à in-me do diferencial em termos defesa gera um multiplicadustrialização no Brasil, a de capacidade de saturação dor de 9,8 vezes no Produto partir da criação da Compade área representado pela in- Interno Bruto. nhia Siderúrgica Nacional, trodução do primeiro sistema em 1941, também fincou Astros no arsenal do Exército Não obstante a importância as bases para o desenvolbrasileiro. O Astros, assim estratégica do setor, o Bravimento futuro da indústria como os blindados Cascavel e sil é apenas o 85º país no de defesa. No mesmo ano, o Urutu, sem esquecer, obmundo em investimentos foi criado o Instituto Militar viamente, dos Super-Tucano, em defesa em relação ao de Tecnologia, marco inicial converteram-se em referênPIB. E estamos na 7ª posipara o estabelecimento dos cias da qualidade da indúsção na América do Sul.


6

Foto: Divulgação

É importante estarmos cientes de que o Brasil possui ativos e vantagens comparativas que são escassos no mundo atual.

Vice-presidente Hamilton Mourão


7

É uma situação que causa produzida em território nates políticos e econômicos preocupação, na medida em cional também representa muitas vezes têm dificulque temos a terceira maior um esforço bem-sucedido dade de entender as variáfronteira terrestre entre de política externa, já que veis desse novo “teatro de todos os países, com 16.865 projeto conta com a particioperações” e não tomam quilômetros, dos quais cerca pação da Argentina, Portugal as decisões estratégicas e de 12 mil estão vinculados e República Tcheca. O mestáticas corretas. As políticas aos Estados que integram a mo pode ser dito da parceria de Estado precisam estar à Amazônia Legal. Não poderia para o desenvolvimento e a altura dos desafios do nosso deixar de referir-me ainda produção do F-39E Gripen, tempo, inclusive as relacioà nossa Amazônia Azul, os que envolveu dezenas de nadas à defesa. 7,4 mil quilômetros de costa acordos de offset que pere 3,6 milhões de quilômetros mitirão a transferência de É importante estarmos cienquadrados de espaço marítecnologias de ponta ao tes de que o Brasil possui timo sobre os quais o Brasil Brasil. São iniciativas que ativos e vantagens compaexerce soberania e é resevidenciam os benefícios rativas que são escassos no ponsável por grande parte de se investir na Base Inmundo atual. Somos o País de produção brasileira de dustrial de Defesa, quando com a maior biodiversidade petróleo e gás natural, além existe vontade política, cado planeta, uma potência do escoagrícoamento la que A Base Industrial de Defesa é responsável de mais alimenpela geração de mais de um milhão de 90% ta mais de empregos diretos e indiretos do nosso de um e movimenta um montante superior comércio bilhão exterior. de india R$ 200 bilhões na economia Nesse víduos contexto, em todo é fundamental que nossa pacidade técnica e, sobretu- o mundo, além de nos beBase Industrial de Defesa do, visão estratégica. neficiarmos de um contexto seja valorizada e que exisregional de relativa estabilitam recursos para investir Carl Von Clausewitz, um dade. São aspectos que nos nos Projetos Estratégicos de dos maiores estrategistas enchem de confiança, mas Defesa, como o Prosub (Pro- da história, cunhou a extambém suscitam a necesgrama de Desenvolvimento pressão “névoa da guerra”, sidade de permanecermos de Submarinos), o Sisfron referindo-se à dificuldade vigilantes, sem jamais rele(Sistema Integrado de Moni- de comandantes militares garmos a política de defesa a toramento de Fronteiras) e o em lidar com a incerteza e um segundo plano nas prioriFX-2 e KC-X, para o reequia desinformação inerentes dades nacionais. O Brasil tem pamento das frotas de caças aos campos de batalha. A uma longa tradição de rese cargueiros da expressão consagrada pelo peito aos tratados internacioForça Aérea Brasileira. general prussiano é insnais e de promoção da paz; trumental para tentarmos mas, como bem observou o O Embraer C-390 Millenium, caracterizar a era em que maior jurista brasileiro, Rui aeronave em que tive o vivemos. Tendências como Barbosa, que prestou inestiprivilégio de viajar recena transição para uma ecomável contribuição à consolitemente, exemplifica um nomia de baixo carbono, o dação no direito internacional modelo exitoso de parcereordenamento das cadeias do princípio da igualdade juria entre Estado e iniciativa de produção globais, a prorídica entre os Estados, “um privada, em um pacote de liferação de crimes ciberExército pode passar cem offset do qual participaram néticos e outras ameaças anos sem ser usado, mas mais de cinquenta empretransnacionais aceleram-se não pode passar um minuto sas. A maior aeronave já de tal maneira que os agen- sem estar preparado”.


88


9

CERTIFICAÇÃO

ABIMDE É NOVA CERTIFICADORA PARA PCE

Selo tem o prestígio de um corpo técnico altamente qualificado

A

tuar como Organismo de Certificação de Produtos (OCP), para Produtos Controlados pelo Exército (PCE), é a nova missão da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE). A posição foi alcançada no último mês de junho. Desde então, a ABIMDE pode certificar produtos como blindagens automotivas, explosivos, armas de fogo, munições, coletes e capacetes balísticos. “Esse é um presente para a Base Industrial de Defesa e Segurança, que passa a contar com uma opção de prazos reduzidos e previsíveis, além de custos acessíveis”, destacou, na ocasião, o presidente da Associação, Dr. Roberto Gallo. Para o Coronel Armando Lemos, diretor técnico da ABIMDE, esta nova atribuição da entidade vai tornar mais ágil a chegada de novos produtos ao mercado, o que contribui para aumentar a competitividade. Acreditar a ABIMDE como Organismo Certificador de Produtos é parte das ações coordenadas do Ministério da Defesa, através da Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod), na promoção de iniciativas que possam contribuir para fortalecer a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS). Antes restrita ao Centro de Avaliações do Exército (CAEx), estender essa atividade à ABIMDE, e outras entidades, tem como propósito obter mais agilidade e custos mais acessíveis para as empresas, na obtenção da certificação. Tendo sido iniciado pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) em março deste ano, na esteira da aprovação das leis regulatórias do tema, o programa para

aprovar novos organismos de acreditação para PCEs veio atender à necessidade de acelerar processos em um mercado com demanda crescente. De acordo com o chefe da Divisão de Acreditação de Organismos de Certificação e Verificação (DICOR), do Inmetro, Maurício Pereira, “a intenção do programa de acreditação e certificação é trazer dinamismo para este mercado”. O selo do Inmetro garante que os organismos por ele acreditados passaram por rigorosa análise, demonstrando que tais OCPs possuem a competência e a equipe necessárias para garantir que os produtos que serão certificados sejam devidamente testados, trazendo ainda a confiança de que tais produtos somente serão aprovados uma vez que estejam de acordo com todas as especificações técnicas que atestem sua qualidade e segurança. Os produtos controlados têm certificação compulsória, não sendo permitida a comercialização sem o certificado. Daí a importância de ter outras entidades, além do Exército, atuando nessa atividade para evitar gargalo no mercado. Com corpo técnico altamente qualificado e com conhecimento e prestígio acumulados em mais de 36 anos de história, o selo de conformidade de produtos para o mercado de defesa e segurança fornecido pela ABIMDE Certificadora vai agregar confiabilidade e mais valor aos produtos nacionais, bem como aos importados que, a partir de setembro de 2022, terão que ser também certificados dentro das mesmas normas aplicadas aos produtos nacionais. Esta importante mudança no ambiente regulatório trará isonomia de tratamento entre produtos nacionais e importados.


10 10

ENTREVISTA

O

MINISTÉRIO DA DEFESA TRABALHA POR BID FORTE E AUTÔNOMA

recorde de exportações batido pela Base Industrial de Defesa (BID) em novembro de 2021 faz o Ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, vislumbrar um horizonte promissor para o setor em 2022. Ele ressalta que, mesmo com a pandemia, as ações em prol do fortalecimento da Indústria de Defesa não foram esquecidas, por ser uma das prioridades da pasta. Segundo ele, o trabalho é permanente em busca da independência tecnológica das Forças Armadas (FA) visando a ampliar a capacidade operacional e gerar entregas e benefícios à sociedade. Em função disso, o Ministério da Defesa (MD) não mede esforços para descobrir novas formas de financiamento, garantias e aperfeiçamento da Tríplice Hélice, em ações coordenadas para vencer limitações orçamentárias e fortalecer a BID brasileira. Para o Ministro, a consequência dessa linha de trabalho é a evolução da capacidade e tecnologia da nossa indústria, tornando a BID competitiva no mercado internacional. Confira a entrevista completa a seguir.

IA - A pandemia vem trazendo, a cada dia, novos desafios para os diversos setores da economia do país. Como o senhor avalia esse novo cenário para a BID? Braga Netto - Durante a pandemia, a mobilização industrial e a economia de defesa foram atividades essenciais para a superação dos desafios enfrentados por esta pasta e por diferentes setores da indústria. Os principais objetivos que buscamos foram o fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID) e a independência tecnológica das empresas que atendem aos projetos estratégico-prioritários das Forças Armadas. É importante reforçar que o Ministério da Defesa tem procurado derrubar barreiras e inovar em soluções que ampliem e fortaleçam a BID brasileira, com destaque para ações focadas em novas formas de financiamentos e em garantias para o setor; aperfeiçoamento da Tríplice Hélice (que congrega ações envolvendo Academia, Estado e Iniciativa Privada) e isonomia normativa e tributária, que permita uma

Foto: Divulgação

Informe Abimde - Quais as perspectivas do MD para BID em 2022? Ministro da Defesa Walter Souza Braga Netto - As perspectivas para o ano de 2022 são promissoras. O Ministério da Defesa tem como uma de suas prioridades o fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID), alinhado com a política e a estratégia nacionais de defesa, e que contribuirá fortemente com a retomada da economia nacional. Os resultados obtidos neste ano mostram que o Ministério da Defesa está no caminho certo: em novembro, a BID

bateu o recorde de exportações e a meta é chegar ao fim deste ano com 2 bilhões de dólares em produtos comercializados no exterior. Mesmo durante a pandemia, o Ministério da Defesa manteve participação ativa para o desenvolvimento da BID, por meio de diálogos de indústria de defesa, missões internacionais e visitas técnicas. Para 2022, as perspectivas de novos negócios são intensas. Com base nos dados recentes e no planejamento desenvolvido pelo Ministério da Defesa, haverá no próximo ano um incremento ainda maior das exportações, com a formação de parcerias estratégicas e desenvolvimento de novos produtos, serviços e tecnologias de defesa, a fim de garantir a soberania do Brasil.

O Ministro da Defesa, General Braga Netto: “A Abimde tem o importante papel de promover a Indústria de Defesa e Segurança”


11

concorrência em igualdade de condições entre a indústria nacional e os fabricantes internacionais. IA - O que MD pode fazer para apoiar e garantir a continuidade dos projetos estratégicos no Brasil? Braga Netto - O Ministério da Defesa tem firmado parcerias e unido esforços para superar as limitações orçamentárias e manter a execução dos projetos estratégicos por terem importância fundamental para a missão estratégica das Forças Armadas. Os investimentos contínuos nos Projetos Estratégicos fazem com que a tecnologia e a capacidade da nossa indústria evoluam, aumentando o patamar da BID e tornando-a competitiva no mercado internacional. Em março deste ano, firmamos acordo de cooperação com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) com o objetivo de captar recursos e fortalecer os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) na área de Defesa. Paralelamente, nossa estratégia também visa estimular e apoiar a participação de empresas da indústria nacional de Defesa em feiras e eventos internacionais.

gera volume muito grande de empregos altamente qualificados: cerca de 1,6 milhão de empregos diretos, cuja renda média é cerca de três vezes maior que a de outros setores industriais. Isso deve-se ao planejamento estratégico da pasta, em conjunto com empresas e entidades como a ABIMDE. Desde 2019, podemos destacar a participação do MD em ações estratégicas de Promoção Comercial da BID, com ênfase nas 25 missões internacionais, tendo acesso a mercados de grande relevância para as indústrias nacionais e as apoiando, por tratar-se de negociações ‘Gov to Gov’, além de 14 diálogos da indústria de defesa com nações de interesse da BID. IA - Como fica o orçamento das Forças Armadas para os próximos anos, a médio prazo? Braga Netto - O Ministério da Defesa trabalhará para manter o Orçamento da Defesa em conformidade com as necessidades da pasta e em condições de realizar plenamente as suas missões constitucionais. O potencial de crescimento da economia de Defesa é enorme e o Brasil deve estar preparado para se inserir plenamente neste mercado.

IA - Quais são as perspectivas do MD em relação às parcerias bilaterais, visando fomentar o IA - Como entidades como a ABIMDE podem comércio da BIDS no mercado estrangeiro? contribuir com o MD a potencializar a BIDS? Braga Netto - O MD Braga Netto - É necessário tem atuado no plaestabelecer uma nova agennejamento, execução da para o setor de Indústria “Para 2022, as perspectivas de e coordenação de de Defesa, adequando-a aos estratégias e direnovos tempos. Nesse sentido, novos negócios são intensas” trizes na busca de a ABIMDE tem o importante construir e fortalecer papel de promover a Indúslaços com nações tria de Defesa e Segurança amigas e de interesse da BID. Neste sentido, o MD junto à sociedade brasileira e constituir-se em agente assinou memorando de entendimento com esses de destaque na construção das políticas de Estado. Ao países, e tem realizado diversos diálogos da indústria congregar as empresas do setor, a ABIMDE promove inde defesa, com apoio do MD, quando as empresas teresses e objetivos comuns, e, em conjunto com o MD, brasileiras têm a oportunidade de se apresentar e estimula a economia de defesa desenvolvendo tecnoloprospectar novos negócios. gia dual, promovendo autonomia e fortalecendo a BID. Outro trabalho de grande relevância e resultado para as parcerias bilaterais são as visitas técnicas, por meio das quais o MD cumpre missões a convite dos países para apresentar o portfólio estratégico de produtos e empresas de defesa, de acordo com o interesse do país solicitante, bem como fornecer suporte quando essas nações visitam a nossa BID, dentro da área de interesse demandada. A partir de 2019, houve uma integração de planejamentos e uma maior conexão entre o MD, por intermédio da SEPROD (Secretaria de Produtos da Defesa), com ABIMDE, SIMDE (Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa) e APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), direcionando os esforços do MD para onde participar e como atuar nos eventos e suas atividades. Essa atuação do MD fez com que as exportações atingissem números recordes em 2019, números esses já superados em 2021. A Base Industrial de Defesa também é responsável por cerca de 4.7% do nosso PIB. Além de ser um percentual expressivo,

A ABIMDE tem, ainda, contribuído para a promoção comercial da BID por organizar o estande Brasil nas Feiras e Eventos internacionais, bem como participando dos diálogos de indústria de defesa e missões comerciais de interesse da BID. Como exemplo, cita-se a recente participação efetiva do setor de defesa do Brasil no Dubai Air Show nos Emirados Árabes. IA - E o que a Mostra BID Brasil poderá impactar o setor nesse momento, em que praticamente todos os eventos foram cancelados? Braga Netto - A Mostra BID é uma importante ação para demonstrar ao Corpo Diplomático e aos Adidos Militares acreditados no Brasil a variedade e a qualidade dos produtos de Defesa e Segurança da indústria nacional. Além disso, permite que empresários, parlamentares, membros das Forças Armadas (FFAA), universitários, jornalistas e formadores de opinião conheçam as últimas tecnologias para a defesa naval, terrestre e aérea, além de produtos e serviços direcionados à Segurança Pública, verificando como tais tecnologias estão sendo aplicadas no dia a dia da sociedade.


12

TECNOLOGIA

SAFRAN ELETRÔNICA & DEFESA BRASIL

Parceiro de alta tecnologia dos programas estratégicos nacionais

R

econhecida em todo o mundo, a Safran é considerada um dos principais players nos setores aeroespacial e de defesa. A Safran tem forte presença na aviação comercial brasileira com os motores CFM56®, que movem os Airbus A320s da LATAM e os Boeing 737s da GOL, e com os motores LEAP®, sucessores do CFM56®, que movem os Boeing 737 MAX da GOL e os A320 NEO da AZUL. Presente no Brasil há mais de 40 anos através das empresas Safran Helicopter Engines Brazil e mais recentemente com a Safran Eletrônica & Defesa Brasil, Safran Cabin e Safran Aeronautic, o Grupo possui mais de 600 funcionários no Brasil. Observe, decida, guie. Por quase 100 anos, a Safran Electronics & Defense desenvolve, produz e mantém equipamentos e sistemas de alta tecnologia usados

PASEO XLR – eXtra Long Range

em todos os ambientes (terrestre, aéreo, marítimo e espacial) no domínio da defesa e domínio da aviônica. Com mais de 9.800 funcionários em todo o mundo, a empresa detém posições de liderança mundial ou europeia em optrônica, aviônica, eletrônica e software crítico para os mercados civil e militar. Seus produtos são utilizados em mais de 1.000 navios, 25.000 veículos terrestres e 10.000 aeronaves em todo o mundo. Em 2012, a Safran Electronics & Defense chegou ao Brasil com a aquisição da OPTOVAC. Desde então, a empresa continuou se envolvendo em importantes projetos para o país. Neste ano, a Safran Eletrônica & Defesa Brasil será um dos destaques da Mostra Bid Brasil, com equipamentos de alta tecnologia voltados para defesa e segurança. Uma das missões importantes da Safran no Brasil é a participação no programa H-XBR - assinado em 2008 pelo Ministério da Defesa com consórcio Airbus Heli­copters / Helibras, para a aquisição de Helicópteros H225M para as 3 Forças Armadas Brasileiras. A Safran Eletrônica & Defesa Brasil forneceu os pilotos automáticos enquanto a Safran Helicopter Engines Brazil forneceu os motores e APU (Auxiliary Power Unit) dos helicópteros, produzindo todos os equipamentos localmente. Desde então, a empresa vem consolidando, cada vez mais, o desenvolvimento dos negócios dentro e fora do país, conquistando assim um importante papel. A Safran Eletrônica & Defesa Brasil faz parte da estratégia de desenvolvimento de longo prazo da Safran Electronics & Defense, com sede na França. A Safran Electronics & Defense transferiu linhas de manufatura e suporte para sua subsidiária brasileira para aviônica, sistemas de navegação inercial e sistemas optrônicos. Graças a essas transferências, a subsidiária possui total expertise e capacidade de produção e manutenção de equipamentos para os 3 principais segmentos da Safran Electronics & Defense. Além disso, a Safran Eletrônica & Defesa Brasil pode comercializar todos os produtos de Defesa de sua matriz e está apta a receber novas transferências de capacidades industriais e tecnológicas, sendo assim uma entidade estratégica para o crescimento contínuo do grupo nos mercados da América Latina.


13 13

JIM LR – Long Range & JIM UC – UnCooled

Um dos pontos-chave da Safran Electronics & Defense é fornecer aos clientes todas as prestações necessárias desde o desenvolvimento, fabricação e manutenção de seus produtos, criando assim um vínculo de confiança assegurando sua tecnologia. A Safran Electronics & Defense reinveste uma parte importante do seu faturamento anual no setor de P&D, o que coloca o grupo sempre à frente, no aprimoramento e na busca por novas tecnologias. A Safran Eletrônica & Defesa Brasil pode fornecer suporte técnico para a maioria dos produtos fabricados pela empresa no país ou na França. O CEO da unidade brasileira, David Montmasson, destaca que, para os próximos anos, “a Safran Electronics & Defense tem como meta o crescimento e desenvolvimento sustentável das atividades na América Latina, lideradas pela subsidiária brasileira”. PROGRAMAS BRASILEIROS E PARCERIA COM FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS: A Safran Electronics & Defense está presente em programas lançados pelas 3 Forças Armadas Brasileiras. - A Safran Eletrônica & Defesa Brasil produz pilotos automáticos de helicópteros - H225M das 3 Forças Armadas do Brasil e Pantera K2 do Exército Brasileiro. - A empresa participa do SISFRON (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras do Brasil) com o fornecimento dos binóculos optrônicos multifuncionais portáteis JIM LR (Long Range) e JIM UC (UnCooled infravermelho) com sistema de controle remoto. - O consórcio Águas Azuis também selecionou a Safran Electronics & Defense para o Programa de Fragatas da Marinha da Classe Tamandaré do Brasil. A empresa fornecerá o sistema eletro-óptico PASEO XLR (alcance extra longo) com computador balístico, que irá equipar os quatro navios da Classe Tamandaré. A Safran Electronics & Defense será um fornecedor líder com dois PASEO XLRs em cada navio.

- Para o submarino Riachuelo - Classe Scorpene, Safran Electronics & Defense também é responsável pelo sistema de navegação inercial SIGMA 40 XP; Periscópio de ataque da série 20; Série 30 Search Mastro Optrônico e Série 10 radar de navegação. - A Safran Electronics & Defense também participa do programa KC-390 fornecendo para a Embraer e mantendo, entre outros equipamentos, o Atuador de Plano de Cauda Horizontal. Safran Eletrônica & Defesa Brasil é um ator fundamental para as Forças Armadas e as Forças de Segurança. Várias forças policiais estão começando a operar com binóculos de visão noturna fornecidos pela empresa e seu parceiro grego, Theon Sensors. As forças de segurança usam binóculos de visão noturna e os JIM LR - Binóculos térmicos multifuncionais de longo alcance. RECONHECIMENTO Safran Eletrônica & Defesa Brasil está localizada em São José dos Campos, região estratégica considerada o coração do centro de tecnologia de Defesa e Aeroespacial do Brasil. A empresa possui as certificações ISO 9001 / AS 9100 da ABS, PART145, expedidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC); Certificado de Qualificação de Fornecedor do Exército Brasileiro; ICMS 75/91 do IFI e Certificado de Qualificação de Fornecedor AIRBUS (Helibras). Todo esse reconhecimento se deve em grande parte à subsidiária brasileira da Safran Electronics & Defense, que, em 2022, terá cumprido 10 anos de intenso trabalho no país. Olhando para o horizonte, o desafio já está lançado: fortalecer a parceria estabelecida em solo brasileiro com as Forças Armadas e de Segurança, liderando o crescimento e o desenvolvimento sustentável das atividades do grupo no país e em toda a América Latina.


14

JUSTIÇA

I

MINISTRO VÊ TECNOLOGIA COMO GRANDE ALIADA NO COMBATE AO CRIME

nvestir em tecnologia e inovação é a diretriz que impulsiona, atualmente, o trabalho no Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado pelo ministro Anderson Torres. Nesta entrevista, ele destaca que vê a tecnologia como a grande aliada para ações de controle da criminalidade. Sendo o Ministério um guarda-chuva abrangente de combate à violência, cobrindo desde o policiamento ostensivo até as ações de combate aos crimes cibernéticos, Torres vê a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) como elemento fundamental para o planejamento da pasta.

Torres - A tecnologia é uma grande aliada nas ações de controle da criminalidade e violência. Apenas em 2021, investimos R$ 8 milhões na construção de centros integrados nos Estados e estamos auxiliando municípios a implantarem soluções tecnológicas no combate ao crime. Vamos continuar investindo fortemente em tecnologia, inteligência e inovação, e dando auxílio a esses projetos que vêm para somar ao trabalho feito pelas nossas Polícias diuturnamente.

IA - Os ataques cibernéticos e sequestros de dados vêm crescendo em todos os níveis, ameaçando o setor privado e público. O Ministério da Justiça vê essa questão Informe Abimde - Para o senhor, de que for- como prioridade, a curto e médio prazo, ma as missões e a expectativa para os própara o desenvolvimento de projetos especíximos anos do Ministério da Justiça se relaficos de segurança digital? cionam com a Base Industrial de Defesa? Torres - Sem dúvida, essa é uma das prioridaAnderson des da nossa Torres - O gestão, uma Ministério tem “O cenário da segurança pública no Brasil exige vez que os investido na crimes ciberque nossos policiais estejam dotados das aquisição de néticos têm equipamentos causado enormelhores condições operacionais.” de ponta para mes prejuízos fortalecer o às empresas trabalho das forças de segurança federais, além e aos cidadãos. O Ministério está construindo de auxiliar as unidades da federação a equipaum Estratégia Nacional de Combate a Crimes rem as forças estaduais. Em 2021 já fizemos liCibernéticos. Vamos unir esforços com o setor citação para aquisição de cerca de 341 mil itens, privado, com as forças de segurança federais entre eles viaturas policiais. Ainda neste ano, e estaduais para desarticular essas organizalicitaremos mais de R$ 2 bilhões em itens para ções criminosas. A ideia é criar algo em formato equipar as forças de segurança. semelhante à Estratégia Nacional de Combate à Além disso, elaboramos normas técnicas para Corrupção e Lavagem de Dinheiro (ENCCLA). definir padrões mínimos de qualidade dos equipamentos utilizados pelas forças de segurança, IA - Como as empresas da BIDS podem concomo capacetes, viaturas, coletes e armas, intribuir para a segurança nessa área? Existe duzindo a melhoria na performance e qualidade algum projeto já em andamento no MJ? dos produtos ofertados pela indústria. O cenário Torres - A Estratégia envolverá não só ações da segurança pública no Brasil exige que nossos operacionais e capacitação dos profissionais que policiais estejam dotados das melhores condiatuam no combate aos crimes cibernéticos, mas ções operacionais. também investimentos em ferramentas que auxiliem o processo de prevenção e repressão a IA - Qual a importância do investimento esses ataques. A complexidade dessas ações deem tecnologia e desenvolvimento de novos manda desenvolvimento de tecnologias e ferraequipamentos de vigilância e monitoramen- mentas que sejam capazes de auxiliar as forças to em apoio às ações e programas de prepoliciais nesse trabalho. É um momento de união venção à criminalidade implementados pelo de esforços. O conhecimento e os produtos deMinistério? senvolvidos pela Base Industrial de Defesa serão


15

fundamentais para o sucesso da implementação dessa Estratégia. IA - Como a Mostra Bid Brasil poderá impactar o setor nesse momento, em que praticamente todos os eventos foram cancelados? Torres - Com o avanço da vacinação promovida pelo Governo Federal está sendo possível ao Brasil retomar suas atividades após um período difícil que trouxe desafios enormes para o setor público e privado. A retomada de eventos como a Mostra BID Brasil vem para impulsionar a retomada dos negócios, com reflexo positivo para a economia do país e consequente benefícios aos brasileiros.

A retomada de eventos como a Mostra BID Brasil vem para impulsionar a retomada dos negócios

IA - O que o senhor gostaria de acrescentar a esta entrevista? Torres - Estamos dando um novo rumo à segurança pública brasileira, investindo em ações integradas, inteligência, dotando as polícias de melhor tecnologia e equipamentos para combater o crime. Esse tem sido o nosso trabalho diário à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública, seguindo as diretrizes do presidente Jair Bolsonaro. Mais de R$ 2,2 bilhões já foram repassados para os Estados investirem em segurança pública desde 2019. Recursos que serão usados para aquisição de equipamentos, tecnologias e capacitação dos policiais.

Ministro da Justiça e Segurança Pública, em seu gabinete: “Estamos dando um novo rumo à segurança pública brasileira investindo em ações integradas”


16 16

Construindo

o futuro

da Defesa.

Há 40 anos, AEL Sistemas desenvolve soluções tecnológicas para a defesa nacional.


17


18 18

MCTI

EXPANSÃO DO PROGRAMA AEROESPACIAL E LINHAS DE FINANCIAMENTO SÃO ESTRATÉGIAS DO MCTI PARA APOIO À BIDS

H

á três anos comandando o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o Ministro Marcos Pontes tocou a gestão com um olho no presente e outro no futuro. Desenvolvimento, parceria, diversificação e oportunidades são palavras muito presentes nas explanações do Ministro, especialmente quando trata do setor aeroespacial, que também integra a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS). Nesta entrevista, Marcos Pontes fala das muitas possibilidades que a participação do Brasil em programas como o Artemis (missão espacial liderada pela Nasa que tem o objetivo de estabelecer uma base lunar para astronautas até 2024) abre para as empresas, projetando as necessidades que estarão no mercado para a exploração da Lua, Marte e o espaço profundo. O Ministro defende ainda a busca da independência comercial das empresas da BIDS para não depender apenas do poder de compra do Estado.

tes, como inteligência artificial e materiais avançados que nós temos investido aqui no Ministério, que vão certamente favorecer o desenvolvimento de tecnologias para setores como defesa e segurança. IA - Muitas empresas do setor aeroespacial integram a BIDS. Quais as perspectivas do MCTI de investimento neste setor para o próximo ano? Pontes - Nesta gestão do MCTI, entre outras coisas, nós temos feito uma série de tratativas, junto com FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para facilitar o acesso ao crédito mais barato para o desenvolvimento de produtos do setor aeroespacial e a criação de novas empresas, startups, etc. São muitos programas trabalhando em conjunto que podem e vão ajudar a BIDS. É necessário também que as empresas se adaptem à realidade atual enfrentando os desafios, com a diversificação e o desenvolvimento de novos produtos e a busca de novas tecnologias e inovações.

Informe Abimde - Quais são os projetos em IA - Quais as perspectivas do MCTI quanto à curso atualmente no MCTI que têm parcerias ou construção e lançamento de satélites e, ainda, podem vir a ter com a o senhor pretende BIDS? investir em acordos “A gente tem que desenvolver tecnologias Ministro da Ciência, bilaterais para potennacionais, principalmente tecnologias críticas, Tecnologia e Inovacializar a indústria que têm grande interesse de muitos países.” ções, Marcos Pontes nacional? - O MCTI tem trabaPontes - O desenvollhado na melhoria do vimento de satélites Programa Espacial Brasileiro e, com apenas dois anos é uma das prioridades, um dos eixos do Programa e meio de gestão, demos passos de décadas. Eu vou Espacial Brasileiro. Em nossa gestão, temos focado focar um pouco aqui na área aeroespacial. Dentro bastante no fortalecimento completo do sistema, o deste setor, temos vários eixos. Um deles é a infraesque significa também o desenvolvimento de sistemas trutura, como o Centro Espacial de Alcântara, aumen- espaciais no Brasil. Eu estou ampliando um pouco o to da estrutura de laboratórios e produção. Outro eixo conceito de satélites para outros sistemas espaciais é o desenvolvimento de sistemas espaciais do Brasil, por causa da parceria internacional com o Programa com os satélites nacionais. Artemis, por exemplo, e com outros países, que vai exigir o desenvolvimento de sistemas que podem ser A participação do Brasil no Programa Artemis tamutilizados na exploração da Lua, de Marte, na consbém abrirá oportunidades e proporcionará a criação trução do Projeto Lunar Gateway entre outros. de novas empresas e produtos no Brasil; tanto para exploração da Lua, Marte como do espaço profundo. Então, isso é um desafio muito grande que tem que As dificuldades de uma exploração dessas abre persser encarado pelas empresas, universidades e centros pectivas muito grandes. de pesquisa, em conjunto. Quando se fala no desenvolvimento de novos satélites, mesmo constelações Além disso, há a área de foguetes. Nós desejamos ter de nanosatélites como temos agora o desenvolvimenempresas brasileiras fazendo lançamento de foguetes to da Constelação Catarina, com o Estado de Santa em Alcântara e não só empresas internacionais. Outro Catarina, são exemplos de projetos que podem utilieixo de destaque é o desenvolvimento de aplicações zar a estrutura de financiamento; e vem outras por aí do espaço, que pode participar de várias áreas, como para a área de agricultura, oceanos, defesa. agricultura, defesa, meio ambiente, monitoramento. Além disso, no CBERs, que é um programa já muito Tudo isso vai permitir participação cada vez maior do antigo, parceria do Brasil com a China, o foco que setor privado no sistema e parcerias internacionais. estamos dando na continuidade dele é com o desenEsse é o exemplo do setor aeroespacial, mas tem as volvimento de um satélite de radar de abertura sinoutras áreas de utilização de tecnologias estruturantética. Utilizando para isso a Plataforma Multimissão


19

brasileira com a experiência já adquirida no projeto de desenvolvimento e operação do Amazônia 1. Toda tecnologia vai sendo construída tijolo por tijolo e isso certamente vai ajudar o desenvolvimento do setor como um todo. IA - O MCTI e o Governo Federal, como indutor de política pública neste cluster de empresas aeroespaciais, atraem muito investimento do exterior, certo? Como o Senhor vê esse cenário? Pontes - Um dos eixos de desenvolvimento do programa espacial aqui pelo MCTI é justamente a parceria internacional, que cumpre várias funções. Anteriormente, em geral, as pessoas pensavam em parceria internacional para transferência de tecnologia internacional pra cá. Acho que a gente tem que ir muito além disso. Temos que desenvolver tecnologias nacionais, principalmente tecnologias críticas, que têm grande interesse de muitos países, e trocar essas experiências, desenvolver empresas em conjunto. Tem que ir, também, para o desenvolvimento e aplicação de produtos, ou seja, precisamos ter as empresas brasileiras vendendo produtos lá fora e empresas do exterior fazendo parcerias com nossas empresas. Esse trabalho em conjunto vai resultar no aumento considerável da tecnologia nacional bem como na introdução dessas tecnologias em outros países. Há uma quantidade muito grande de países que precisam disso, o que abre um mercado internacional muito interessante.

IA - Como o senhor vê a importância da atuação de uma entidade como a ABIMDE, à frente dos interesses da BIDS? Pontes - A existência de uma associação que possa congregar demandas, ideias e diversas empresas do setor são extremamente importantes por vários aspectos. Um importante aspecto é que haja um ponto de interlocução mais focado, de forma que a gente possa conversar e ouvir o mercado, ouvir as demandas e discutir também as possibilidades de futuro.

IA - O senhor gostaria de acrescentar outra questão a essa entrevista? Pontes - Só gostaria de agradecer a todos da ABIMDE e a todos que têm nos ajudado a desenvolver o setor no Brasil. Nós passamos por diversas dificuldades ao longo do tempo com muitos altos e baixos, muitas vezes influenciados pela própria capacidade econômica do setor público do país. Então nossa gestão tem a ideia justamente de fazer com que o setor privado fique mais independente do público, possibilitando uma maior robustês do sistema com um todo.

Foto: Divulgação

IA - O MCTI tem institutos de pesquisa que trabalham com desenvolvimento de novas tecnologias em diversas áreas; quais desses setores o senhor diria que interagem com a BIDS? Pontes - Durante muito tempo os institutos de pesquisa e a academia trabalharam isolados do setor produtivo e isso é muito difícil. Há muito tempo a gente ouve falar de tríplice hélice (modelo de produção de inovação apoiado em três elementos inter-relacionados: empresas, universidades e governo), mas, na prática, havia um isolamento muito grande. Em nossa gestão, uma das diretrizes foi fazer uma aproximação prática e pragmática. Para isso, existe uma secretaria focada em projetos e estruturas financeiras de como tornar projetos viáveis comercialmente. Que tragam vantagens para as empresas que possam participar, que permita meios da introdução de recursos do setor privado, de outros setores para dentro de projetos públicos. Isso tem que vir associado com infraestrutura dentro do sistema, como a instalação de escritório de financiamento de projetos nas unidades de pesquisa, o que nós temos feito. Esse conjunto de ações da nossa gestão faz com que haja uma probabilidade muito maior do desenvolvimento do setor.

IA - Qual é a contribuição que o senhor vê na Mostra BID para potencializar a visibilidade dos produtos das empresas do setor? Pontes - Sem dúvida é importante mostrar os produtos, as potencialidades da BIDS. Lembrando que as tecnologias desenvolvidas nessa área têm aplicações em vários setores também. Então, mostras ou exposições, feiras e os diversos eventos que possam mostrar esses produtos, essas possibilidades e, principalmente, interagir com outros setores é extremamente importante para potencializar os negócios e, principalmente, para trazer mais robustês à carteira de produtos das empresas, para que elas não fiquem dependentes de só um produto ou mesmo reféns do poder de compra do Estado.

Ministro Marcos Pontes: Abimde é canal importante para ouvir o mercado e discutir possibilidades de futuro


20 20

DEFESA

MAC JEE AMPLIA PORTFÓLIO, EXPANDE INSTALAÇÕES E RECEBE SELOS DE ED E PED DO MINISTÉRIO DA DEFESA A companhia integra grupo de empresas importantes para a garantia de autonomia tecnológica e soberania nacional.

O

Grupo Mac Jee tem avançado de forma notória e significativa no mercado nacional e internacional de Defesa e Segurança. Como uma das principais empresas da BID (Base Industrial de Defesa) do Brasil, a Mac Jee apresenta ao mercado produtos de alta tecnologia e inovação, atendendo à demanda crescente no cenário mundial. Formado por empresas brasileiras e com capital 100% nacional, o grupo foi credenciado pelo Ministério de Defesa (MD) como Empresa de Defesa (ED) e seus produtos foram classificados como Produtos Estratégicos de Defesa (PED). Essa chancela posiciona a companhia entre o seleto grupo de empresas habilitadas pelo MD como estratégicas frente aos requisitos das forças de defesa brasileira. Em plena expansão territorial e produtiva, o Grupo está investindo mais de R$ 70 milhões em suas unidades fabris, localizadas em São José dos Campos (SP) e Paraibuna (SP), gerando diversos postos de trabalho e movimentando a Região Metropolitana do Vale do Paraíba, reconhecida como polo da indústria de defesa brasileira.

Foto: Divulgação

Um dos maiores diferenciais da Mac Jee é o domínio completo do processo produtivo. A empresa é responsável pela criação dos projetos desde a fase inicial, desenvolvendo ferramentas, fabricando em larga escala e avaliando a qualidade, tudo de acordo com as normas mais rígidas do mercado.

Recentemente, o Grupo foi aprovado pela ABS Quality Evaluations (ABS-QE) para renovação e expansão do Certificado AS9100D:2016, o qual confere um sistema de gestão de qualidade amplamente adotado pela indústria aeroespacial, e incorpora plenamente a ISO 9001. Produtos - Entre o portfólio de produtos da Mac Jee, destacam-se o lançador de foguetes Armadillo, o kit de guiagem DAGGER, as munições aéreas BGB (MK), e a munição anti-bunker BPB 2000. O Armadillo está em fase avançada de testes em colaboração técnica com o CAEx (Centro de Avaliações do Exército), no Rio de Janeiro. Devido à sua tecnologia inovadora e arrojada, o lançador está preparado para atender os requisitos de diversas Forças Armadas. O DAGGER, sistema inteligente de guiagem de munições aéreas, vai ao encontro da tendência dos Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs). Com capacidade de atuação em cenários operacionais diversos e complexos, o sistema reduz efeitos colaterais e aumenta a porcentagem de acertos no alvo. E a Mac Jee segue investindo em produtos, serviços e tecnologias, posicionando-se no mercado de forma forte e inovadora. Novas certificações de qualidade já estão sendo buscadas, assim como o título de Empresa Estratégica de Defesa (EED). A missão da empresa é colaborar cada vez mais com a autonomia das Nações.


21 21

KIT DE GUIAGEM PARA MUNIÇÃO AÉREA

DAGGER é um kit de guiamento e extensão de alcance desenvolvido para atingir alvos fixos ou móveis, em terra ou mar, com extrema precisão a grandes distâncias de maneira autônoma ou designada utilizando seus sistemas de visão computacional, navegação robusta e datalink.

+120KM DAGGER possui um alcance de mais de 120 km e três fases de operação (navegação, detecção e abordagem final).

TECNOLOGIA BRASILEIRA A Mac Jee é responsável pela engenharia e fabricação do kit de guiagem, incluindo a BGB 82.

PRONTO PARA QUALQUER CENÁRIO A tecnologia do DAGGER fornece alta precisão durante o dia, noite, mau tempo e pouca visibilidade causada por fumaça ou poeira.

T. +55 12 2012-4100 | macjee@macjee.com.br | www.macjee.com.br


22

22

SEPROD

OS DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA BASE INDUSTRIAL DE DEFESA NO CENÁRIO ATUAL

A

pandemia do Coronavírus e suas implicações evidenciaram, em escala mundial, sentido de contramarcha no processo de globalização e ressaltaram a necessidade de se reduzir a dependência externa em setores-chaves para a economia e a segurança nacionais, sobretudo nas áreas de maior conteúdo tecnológico, incluídas aí as cadeias produtivas e de valor. Essa constatação reforça a lição histórica de que as nações mais desenvolvidas são aquelas com maior grau de autonomia tecnológica, cujos pilares foram erigidos a partir do desenvolvimento de seu setor industrial, sobretudo nos segmentos mais estratégicos e avançados tecnologicamente, com ênfase para a indústria de defesa.

to, mobilizando a BID para superar as dificuldades logísticas e de obtenção de produtos essenciais para o enfrentamento à pandemia. Foi operacionalizada, por meio de plataforma web, a campanha “COVID-19 – PRODUTOS AO ALCANCE DE TODOS”, para identificar, mobilizar e cadastrar empresas e produtos, além de promover a reconversão produtiva de diversas empresas e linhas de produção, a fim de criar e ampliar a oferta de bens para atender às necessidades do momento, o que reposicionou a Indústria Nacional, tornando o País menos dependente de tecnologia e insumos externos. Em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), com empresas do setor automotivo e com os Ministérios da Economia e da Saúde, a SEPROD participou da iniciativa “+ Manutenção de Respiradores”. A ação recuperou quase 2,5 mil aparelhos respiradores que foram devolvidos às instituições de saúde de todo o País.

É essa indústria que permite às Forças Armadas a obtenção de meios adequados, sejam navais, aéreos ou terrestres, para o fiel cumprimento de suas missões constiEssa mobilização foi possítucionais e instivel devido à sinergia estratucionais. Neste tégica do MD com a BID, “O fortalecimento dessa BID, para contexto, surge a que possui alto grau de necessidade de pocapilaridade e conta com aumentar a autonomia tecnológica líticas públicas em cerca de 1.130 empresas. de nosso País, configura-se como a prol da Defesa, de Essa Base exerce forte e principal missão da SEPROD/MD.” legislações, doucrescente impacto sobre o trinas e requisitos PIB (Produto Interno Brutécnicos. to) nacional, com participação em torno de 4,5% e potencial para crescer. Nesse sentido, o fortalecimento dessa Base Industrial de Defesa (BID), de modo a se aumentar RECORDE DE EXPORTAÇÕES a autonomia tecnológica de nosso País, dotando O mercado internacional é de grande importância a Marinha, o Exército e a Força Aérea de matepara a BID. Em 2019, alcançou-se cifra recorde de rial de emprego militar totalmente nacional, com exportações de US$ 1,3 bilhão em produtos controa consequente redução da dependência externa, lados, cerca de 30% superior ao ano de 2018. Para configura-se como a principal missão da Secretaeste ano, apesar dos efeitos perversos da pandemia, ria de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa novo recorde é previsto, com expectativa de expor(SEPROD/MD). tações da ordem de US$ 1,7 bilhão de dólares. Uma BID forte proporciona ao País uma Capacidade de Mobilização Nacional mais efetiva. Por exemplo, a chegada da Covid-19 ao Brasil em 2020 gerou consequências imediatas de ordem sanitária. Medidas de isolamento social passaram a limitar as ações da sociedade, tendo como consequência o impacto negativo na produtividade da indústria e nas atividades comerciais. Diante deste cenário, a SEPROD atuou de imedia-

Para manter esse crescimento, a SEPROD tem atuado ativamente para apoiar as empresas da BID, com resultados bastante significativos. Um deles foi a assinatura, em junho de 2020, do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com a Federação das Indústrias do Estados de São Paulo (FIESP), cujo objetivo foi estabelecer projetos conjuntos para a elaboração de soluções estratégicas de financiamentos e investimentos na Base Científica, Tecnológica e Industrial de Defesa (BCTID). A primeira


23

ação foi o desenvolvimento de um mecanismo financeiro informatizado - FINTECH DEFESA, customizado para atender às demandas da Economia de Defesa, com custos operacionais mais baixos, o qual já se encontra em plena atividade comercial desde setembro do corrente ano.

mento no credenciamento de Produtos de Defesa (PRODE) e Estratégicos de Defesa (PED) em 48%. Nas habilitações ao Regime Especial Tributário para a Industria de Defesa (RETID), em que houve um incremento de 240% no período, em relação às empresas que usufruíram do regime.

Com o objetivo de estabelecer cooperação técnica nos diversos segmentos do setor de Defesa e potencializar a inserção de empresas brasileiras de Defesa no mercado internacional, já foram realizados pela SEPROD 12 diálogos da Indústria de Defesa com nações amigas, como Estados Unidos, Argentina e Israel, além de 9 assinaturas de Memorandos de Entendimento (MoU) no setor de Defesa e mais 12 MoU com nações que visam ao desenvolvimento tecnológico na área de Defesa, além de ampliar o mercado para a BID nacional e de proporcionar o spin off de tecnologias para a sociedade civil.

Estas medidas representam um maior ganho de competitividade por parte das empresas de Defesa do país, reduzindo custo de produção, gerando maior perspectiva de encomendas e fortalecendo toda a cadeia produtiva, além de aumentar a capacidade de investimento das Forças Armadas.

Para o fortalecimento da BID, a SEPROD tem trabalhado na sua inserção na agenda política do governo. Os projetos estratégicos do MD e das Forças Armadas estão diretamente relacionados à construção de capacidades de defesa. A BID foi formada ao longo de décadas, e a sua manutenção e preservação é necessária à soberania do País.

O mundo ainda passa por um momento difícil, mas nossa indústria de Defesa já se encontra em recuperação. Em articulação estreita com seus parceiros institucionais, públicos e privados, a SEPROD tem conseguido promover condições que permitam alavancar nossa BID. Para consolidar esse desenvolvimento, a BID depende de um esforço conjunto e harmônico do setor produtivo com o Estado.

Buscando proteger os investimentos já realizados, a SEPROD elaborou uma proposta de Política Nacional da Base Industrial de Defesa – PNBID. A intenção é dotar o país de uma BID cada vez mais desenvolvida, com capacidade para conquistar competitividade e autonomia em tecnologias indispensáveis à Defesa Nacional. A sua regulamentação permitirá que a PNBID esteja alinhada com o atual cenário econômico, o qual aponta o desenvolvimento do setor de Defesa como uma importante alternativa às pretensões da retomada do crescimento econômico e a geração de emprego e renda. ESFORÇO CONJUNTO A SEPROD tem incentivado as empresas a buscar credenciamento junto ao Ministério da Defesa, obtendo um acréscimo na Base Industrial de Defesa de 34% de Empresas de Defesa (ED) e de Estratégicas de Defesa (EED) a partir de 2019. Também foram formuladas propostas de atualização de marcos legais, para fomentar a BID, reduzindo gargalos ao seu desenvolvimento. De igual forma, houve um incre-

Secretário de Produtos de Defesa (SEPROD), do Ministério da Defesa (MD), Marcos Degaut.


24

ENTREVISTA

M

NA DIANTEIRA DA INOVAÇÃO: ATECH CRIANDO O FUTURO

ais que um diferencial, hoje a inovação tornou-se uma questão de sobrevivência para as empresas, dentro de um cenário altamente disruptivo, impactado com velozes e constantes mudanças tecnológicas, mercadológicas e socioculturais.

parceria sólida e permanente com as forças armadas. Com a FAB, por exemplo, desenvolvemos tecnologias críticas, auxiliando o Brasil a se posicionar como referência internacional em sistemas e soluções integradas para o controle do tráfego aéreo e a defesa do espaço aéreo. A parceria com a Marinha do Brasil ocorre em Para a Atech, essa realidade vai muito além, e seus dois programas estratégicos: o Programas das Fragatas esforços não param na adaptação às novidades, e miClasse Tamandaré e o LABGENE – Laboratório de Geraram protagonismo, com um mindset atento para todos ção de Energia Núcleoelétrica. Recentemente inauguos tipos de movimento, antevendo cenários, criando o ramos escritório da empresa no Rio de Janeiro, visando futuro e buscando o desenvolvimento de soluções intensificar os trabalhos no Programa Fragatas Classe que impactam órgãos públicos, privados, comunidades Tamandaré, em que somos responsáveis pelo desenvole cidadãos. vimento do Sistema de Gerenciamento de Combate e do ADL - Automatic Data Link, em parceria com a Atlas, A empresa desenvolve tecnologias inovadoras e disrupe pelo Sistema Integrado de Gerenciamento da Platativas com aplicações nas áreas de sistemas de coforma (IPMS), em parceria com a L3Harris, além de mando e controle, embarcados, sistemas de proteção, receptores de transferência de tecnologia (ToT), e ainda segurança cibernética, treinamento, logística, tráfego no H225M Naval, em que tivemos participação ativa aéreo, entre outras. É reconhecida como uma “System no desenvolvimento e concepção do Sistema Tático de House” brasileira, com uma expertise única em engeGerenciamento de Dados Navais - NTDMS. Além disso, nharia de sistemas e tecnologias de consciência situatemos rompido fronteiras e atuado nas áreas de Defesa cional e apoio à tomada de decisão. e Segurança também de outros países, como Índia e no Norte da África. Em entrevista exclusiva Importante ressaltar tampara a revista Informe bém a nossa divisão de B2B, ABIMDE, o Diretor de Necriada a partir de 2017, com “A essência da Atech é a inovação e entender gócios de Defesa e Segufoco nas áreas de Gestão de as necessidades de um futuro próximo, criando rança da Atech, Giacomo Ativos, Logística, Segurança meios para concretizar ideias e gerar valor.” Feres Staniscia, fala sobre Cibernética, Conexões Inesse DNA inovador da teligentes e Melhoria Contíempresa e da satisfação nua, e que tem possibilitado de participar desse processo de desenvolvimento de esse suporte de inovação e tecnologia aos demais setosoluções que transformam a sociedade. res produtivos. Com isso temos uma Atech integrada e focada para atuar com as demandas do futuro. Informe ABIMDE: Como a Atech atua para estar na dianteira desses processos inovadores e ofeIA- Quais os desafios para o futuro? recer soluções que atendam às novas exigências, Staniscia - Somos movidos a desafios. novos hábitos de consumo e demandas de produHoje, com um mundo marcado tos e serviços de um mundo tão veloz? por rápidas transformações, Giacomo Staniscia: A essência da Atech é a inovaas tecnologias habilitadoras ção e entender as necessidades de um futuro próximo, estão nos direcionando cada criando meios para concretizar ideias e gerar valor. vez mais a traçar um futuro Temos total domínio do ciclo de vida de sistemas, aplicada vez mais tecnológicando conhecimento de ponta no desenvolvimento de co, responsivo, conectado, soluções para projetos de diferentes portes e mercaágil e eficiente. Não esdos, que auxiliam nossos clientes e parceiros, sejam da tamos nos adaptando ao esfera pública ou privada, a promover a transformação novo, mas estamos criando de seus negócios. o novo, nos apoderando, destas tecnologias como o IA - Como todo esse know how e postura inovado- 5G, a inteligência artificial, ra tem contribuído para a área de Defesa e Seguinternet das coisas, big data, rança e auxiliado o Brasil na busca pela sua plena nuvem, robótica, segurança soberania e autonomia tecnológica? cibernética e outras, exStaniscia - Participamos no desenvolvimento, engetraindo o máximo de nharia integração de sistemas, em plataformas fixas e potencialidade delas móveis de projetos importantes como das aeronaves de para a construção última geração: o KC-390, o E-99M e o Caça Multifundesse futuro que cional Gripen. Esses propósitos relacionados a Defesa está próximo. Giacomo Staniscia e Segurança Nacional do Brasil foram abraçados pela Atech e passaram a ser nossos também, temos uma Diretor da Atech


25


26

PERSPECTIVAS

O

PARA FAB, SUCESSO DA BID DEPENDE DO TRABALHO HARMÔNICO DA INICIATIVA PRIVADA COM O ESTADO

Informe Abimde ouviu o Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, Comandante da Aeronáutica, sobre os desafios de manter a Força Aérea em ascenção, apesar das dificuldades impostas pela pandemia mundial e sobre como a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) pode participar e contruibuir para isso.

Foto: Divulgação

Segundo ele, as adversidades dos últimos tempos serviram para demonstrar ainda mais o nobre papel constitucional da Força Aérea Brasileira (FAB). O comandante mostra em números a parcela de contribuição da FAB, através de mais de 70 mil homens e mulheres, para amenizar as dificuldades do povo. O comandante lembra, no entanto, que o cenário de crise também forçou o avanço das tecnologias. Sobre as perspectivas futuras, destaca o KC-390 Millennium, jato de transporte tático militar, desenvolvido em projeto conjunto da FAB com a Embraer e a expectativa de ver o Brasil entrar efetivamente no mercado global espacial com a comercialização de lançamentos de satélites a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

saúde e pacientes. Tais índices refletem o comprometimento da FAB em prol da sociedade brasileira. Além do esforço operacional, nosso efetivo também atuou fortemente na gestão de nossos projetos estratégicos. Buscamos incessantemente a redução do custo FAB a partir da otimização de recursos, do raciocínio holístico e do amadurecimento dos nossos processos de gestão com foco na solução. Podemos citar como exemplo os projetos das aeronaves multimissão F-39 Gripen e KC-390 Millennium, vetores que compõem o escopo de projetos estratégicos da Força. Os quatro primeiros novos caças logo concluirão a montagem final na Suécia e serão apresentadas à Força – os dois primeiros devem ser embarcados para o Brasil até o final de 2021. Por outro lado, o KC-390 Millennium já é uma realidade. As quatro primeiras aeronaves já operam a partir de Anápolis (GO) nas mais diversas missões a favor da integração da Pátria, demonstrando sua multifuncionalidade operacional. Em suma, enfrentamos períodos difíceis, de grandes desafios, mas que serviram para descortinar a alta capacidade operacional da FAB.

IA - Quais são os desafios e perspectivas da FAB para prosseguir com Informe Abimde - O que seus projetos no cenário Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos essa pandemia impactou atual? de Almeida Baptista Junior nos projetos da Força Baptista Junior - Sabemos Aérea Brasileira? que a indústria de defesa Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida nacional ainda enfrenta desafios com os projetos de Baptista Junior - A pandemia da COVID-19 aturdiu longo prazo e os custos elevados. Nossos projetos a sociedade mundial e fez com que as instituições se estão inseridos nesse contexto. Também compreenposicionassem sobre suas importantes atribuições demos que o governo teve a necessidade de alocar diante da coletividade. Com a Força Aérea Brasileira recursos no combate à pandemia. Há a necessidanão foi diferente. As adversidades serviram para dede de se priorizar e, por isso, hoje estamos focados monstrar ainda mais nosso nobre papel constitucional prioritariamente em nossa atividade-fim. e, com essa parcela de contribuição, a FAB amenizou as dificuldades do nosso povo. É, de fato, de se orguDiante desse cenário, sermos transparentes, responlhar o trabalho de mais de 70 mil homens e mulheres sáveis e comprometidos com a eficiência no uso dos em prol da nação. recursos faz parte da nossa missão. Assim, conseguimos vislumbrar uma Instituição de grande alcanDesde o início da pandemia até o momento, a Força ce, flexibilidade e ainda com maior capacidade de Aérea Brasileira já contabilizou cerca de 6 mil horas pronta-resposta. voadas na Operação COVID-19. Foi realizado o transporte de mais de 5.200 toneladas de cargas - como IA - Quais são as prioridades da FAB para os vacinas, hospitais de campanha e usinas de oxigênio próximos anos, a médio prazo? - e de mais de 6.300 pessoas, entre profissionais de Baptista Junior - O profissionalismo no cumprimen-


27

to de suas atribuições e no desenvolvimento de eixos estratégicos e capacidades permitiram que a FAB conquistasse a confiança do povo brasileiro e dos países amigos. A Força Aérea Brasileira continuará envidando todos os esforços possíveis para o cumprimento do trinômio: defender, controlar e integrar. Tanto o empenho logístico quanto as ações administrativas estarão voltados para que, diligente e diuturnamente, estejamos cumprindo o papel que a sociedade brasileira espera de nossa Força. Para que esses objetivos sejam alcançados nos próximos anos, priorizaremos a consagração da missão fundamental; a relação intrínseca dos meios com a missão; a consolidação da estrutura organizacional; a capacitação dos militares da Força Aérea; o suporte às mulheres e aos homens da FAB; a observância das questões éticas: princípios e valores; a atenção aos ativos patrimoniais no suporte à atividade-fim; a valorização da ciência e tecnologia vocacionadas para a missão; o incremento da atividade espacial; a observância à atividade cibernética; a integração com as demais Forças Armadas; a cooperação com as forças aéreas; a conexão com o Ministério da Defesa; entre outras.

tiva deve fomentar parcerias e investimentos que beneficiarão diretamente a qualidade de vida da população do Maranhão, levando novas perspectivas de crescimento econômico e geração de renda e de trabalho local. A FAB e a Agência Espacial Brasileira (AEB) anunciaram no primeiro semestre de 2021 o resultado do edital de chamamento público para selecionar empresas com interesse em realizar operações de lançamentos. São quatro as empresas selecionadas, cada uma responsável por operar uma unidade do CEA. Outro edital, lançado em abril, vai selecionar empresas para atuar na Área 4 do Centro Espacial. IA - O senhor acredita que o novo cenário - pós-pandemia - possa trazer oportunidades para a indústria brasileira? Quais? Baptista Junior - A economia do Brasil foi fortemente impactada por uma crise sanitária sem precedentes causada pelo cenário atípico da pandemia do novo coronavírus. Há, porém, no país, um intenso desenvolvimento nos diversos tipos de indústrias, desde a base até a alta tecnologia. Esse cenário de crise forçou o avanço das tecnologias. Por isso, a retomada industrial, motivada pelos programas de governo, pelo capital externo e pelas multinacionais instaladas em território brasileiro, tende a acontecer nos próximos meses.

IA - Como deve ser a performance do segmento ligado a projetos destinados à FAB no mundo, na opinião do senhor? Baptista Junior - O cenário atual reforça o sucesso IA - Para o senhor, qual a importância da ABIMde vários projetos. DE para o fomento Alguns exemplos: o da BIDS? “Enfrentamos períodos difíceis, de grandes KC-390 Millennium, Baptista Junior desafios, mas que serviram para descortinar fruto da capacitação A Base Industrial de tecnológica, repreDefesa demanda ina alta capacidade operacional da FAB.” senta um salto opevestimentos permaracional não só para nentes e orçamento a FAB, mas também para a Marinha e o Exército, e previsível para que as Forças Armadas mantenham um avanço para as indústrias brasileira e mundial. O sua capacidade dissuasória, seja operacionalmente desenvolvimento da aeronave posiciona o Brasil como moderna e atue de forma integrada para a defesa dos protagonista entre os fabricantes de equipamentos de interesses nacionais. defesa no mundo, além de possibilitar exportações de um produto de alto valor agregado. Para que possa se consolidar com sucesso, a BID depende do trabalho conjunto e harmônico do setor No desenvolvimento do F-39 Gripen, até 2025, mais produtivo, concentrado essencialmente na iniciativa de 350 brasileiros entre engenheiros e técnicos de privada, com o setor de desenvolvimento, a cargo do companhias parceiras participarão de treinamentos Estado. Ter um bom relacionamento com as Forças teóricos e práticos na Saab, em Linköping, na Suécia. e demais Órgãos de Defesa e Segurança é de fundaAté hoje, mais de 250 engenheiros já foram treinados mental importância para a indústria de defesa. E a na Suécia e estão de volta ao Brasil, em sua maioria ABIMDE desenvolve essa ponte, favorecendo a troca trabalhando no Centro de Projetos e Desenvolvimento de experiências e o aprimoramento do setor. do Gripen (Gripen Design and Development Network - GDDN) localizado na Embraer, em Gavião Peixoto. IA - Qual mensagem o senhor pode deixar para a Ainda temos a expectativa de ver o Brasil entrar BIDS e os expositores da 6ª Mostra BID Brasil? efetivamente no mercado global espacial com a Baptista Junior - Que continuemos na busca da comercialização de lançamentos de satélites a parpromoção de condições que permitam alavancar a tir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), Base Industrial de Defesa brasileira e que possam no Maranhão. O futuro Centro Espacial de Alcântara contribuir para a consecução de objetivos relaciona(CEA) consiste em um conjunto de bens e serviços dos à segurança ou à defesa do Brasil. utilizados para lançamento de veículos espaciais não Os feitos da indústria nacional são resultado do tramilitares em território nacional, proporcionando uma balho de profissionais comprometidos com a constaninfraestrutura necessária para dar suporte às atividate evolução tecnológica e com o progresso do Brasil des específicas de empresas de lançamento. e servem de orgulho para nós. Sigamos sempre trabalhando para ser uma Força Armada à altura das Além do desenvolvimento aeroespacial, essa iniciademandas do nosso País.


28


29 IACIT APRESENTA TECNOLOGIAS ÚNICAS NO BRASIL

Tecnologia brasileira de ponta, aplicada à Defesa e Segurança Pública A IACIT, Empresa Estratégica de Defesa, com mais de 35 anos de atuação, possui capacitação tecnológica para o desenvolvimento de produtos e sistemas aplicados ao Auxílio do Controle e do Tráfego Aéreo e MaríƟmo, Defesa e Segurança Pública, Telemetria, Meteorologia, Fábrica de SoŌware e Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. Sendo uma das principais empresas mundiais que dominam a tecnologia aplicada à Meteorologia, a IACIT desenvolveu o Radar Meteorológico RMT 0200 um Radar Meteorológico, Banda S, Dupla Polarização aplicado à detecção de fenômenos meteorológicos a longas distâncias. O único no Brasil e um dos poucos no mundo a operar 100% em Estado Sólido, este equipamento usa amplicadores de potência ao invés de válvulas, resultando em menor consumo de energia, maior durabilidade e menor poluição eletromagnéƟca. O RMT 0200 efetua a detecção de fenômenos atmosféricos em um raio de até 400 km, contribuindo com informações para tomadas de decisão asserƟvas no Controle do Tráfego Aéreo, no Agronegócio, no Gerenciamento de Recursos Hídricos e principalmente, em aƟvidades de Defesa Civil. O primeiro Radar RMT 0200 entregue pela IACIT já está em operação em São José dos Campos em parceria com o CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).

Radar RMT 0200 - instalado no CEMADEN em São José dos Campos

Com o objeƟvo de fornecer soluções inovadoras para a vigilância maríƟma a grandes distâncias, a IACIT, também, desenvolveu e produziu o Radar OTH 0100, um Sistema Radar Além do Horizonte. Com o OTH 0100 é possível detectar e rastrear alvos na superİcie maríƟma até 200 MN da costa, além de aeronaves voando em baixa alƟtude. Este radar uƟliza o conceito de OTH-HF SW (Surface Wave), permiƟndo a propagação dos sinas através da curvatura da Terra, diferentemente dos radares convencionais que se limitam à linha de visada direta. O sistema monitora, em tempo real, parâmetros como velocidade, laƟtude, longitude e curso dos alvos. Isso faz do OTH 0100 uma importante ferramenta para a manutenção da soberania maríƟma e, também, para a proteção costeira no combate a crimes ambientais, tráco e salvaguarda no mar. O equipamento, que já se encontra em operação em Farol do Albardão, uma área da Marinha do Brasil, coloca o país em posição de destaque internacional dentre os poucos dententores deste Ɵpo de tecnologia. IACIT, pessoas e tecnologia construindo o futuro!

Radar OTH 0100 - instalado no Farol do Albardão - RS


30

MARINHA

I

PROJETOS DA MARINHA COM A BIDS LIGADA AO MAR AVANÇAM

nforme Abimde ouviu o Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, comandante da Marinha do Brasil (MB), sobre os desafios e as perspectivas dos principais projetos em desenvolvimento na MB. Segundo ele, a pandemia trouxe um cenário complexo e desafiador mas também proporcionou oportunidade para o aperfeiçoamento de processos de gestão. O Almirante falou também sobre as possibilidades que as inovações tecnológicas necessárias e constantes abrem para o crescimento da BIDS.

o planejamento orçamentário. Esse sistema, calcado em modelos matemáticos que permitem uma análise acurada das prioridades e objetivos navais elencados no PEM 2040, já nos possibilitou planejar o orçamento de 2022 com uma expectativa de otimização orçamentária em torno de 10 a 15%. IA - Quais são as prioridades da Marinha para os próximos anos, a médio prazo? O senhor poderia elencar os programas prioritários? Garnier - Além de listar os sete programas estratégicos que a MB atualmente desenvolve, o PEM 2040, que orienta o nosso planejamento de médio e longo prazo, traz uma série de Ações Estratégicas Navais (AEN), a serem executadas visando à consecução dos Objetivos Estratégicos da Força, denominados Objetivos Navais.

Informe Abimde - Quais são os desafios e perspectivas da Marinha para 2022? Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos Resumidamente, eu diria que o principal desafio para 2022 continuará sendo diante de um histórico de restrições orçamentárias, conciliar o cumprimento das atribuições de uma Marinha multitarefas com o esforço O PROSUB e o PNM são dois dos programas prioritários de construção de uma Força Naval capaz de contribuir da Força Naval, sob a responsabilidade da Diretoriapara a defesa da Pátria e salvaguarda dos interesses -Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da nacionais, no mar e em águas interiores, em um cenáMarinha (DGDNTM). Após concluída a entrega do Subrio cada vez mais desafiador. Já as nossas perspectivas marino “Riachuelo” ao Setor Operativo, a meta estraconvergem para a superação desse desafio, sobretudo tégica do PROSUB será consumar as transferências dos por meio da otimização de recursos, sejam eles de pes- demais submarinos da classe até 2025. soal, material, financeiros, tecnológicos ou informacionais, para que pos Da mesma forsamos fazer mais ma, trabalhamos “A médio prazo, a ‘economia do mar’ deverá com os recursos de para dar início, em trazer boas possibilidades de desenvolvimento que dispomos. 2023, à construção do casco resistenpara a indústria naval brasileira e, Vislumbramos avante do Submarino por conseguinte, para a BIDS.” çar nas metas dos Convencional de programas estraPropulsão Nuclear tégicos consolidados no Plano Estratégico da Marinha (SCPN) “Alvaro Aberto”, prevendo sua entrega ao setor (PEM 2040), entre as quais podemos destacar: a entrada operativo em 2034. Importante destacar que não em operação do Submarino “Riachuelo”, a primeira de estamos tratando apenas da construção de um submacinco unidades concebidas pelo Programa de Submarinos rino, algo já muito complexo, mas do desenvolvimento (PROSUB); e o início da construção das unidades do Proe domínio de uma tecnologia que não pode ser imporgrama de Obtenção de Fragatas Classe Tamandaré (PCT). tada. O PROSUB envolve acordo de transferência de tecnologia entre os governos do Brasil e da França, mas Esses dois subprogramas se inserem no Programa a propulsão nuclear do SCPN está sendo desenvolvida Estratégico de Ampliação do Núcleo do Poder Naval, exclusivamente pelo Brasil. ao qual se somam os demais Programas Estratégicos: Pessoal, Nosso Maior Patrimônio; Programa Nuclear da Já a Diretoria-Geral do Material da Marinha tem prioMarinha (PNM); Ampliação da Capacidade Operacional rizado os projetos de obtenção de navios de superfíPlena; Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul cie de construção nacional, como as Fragatas Classe (SisGAAz); Ampliação da Capacidade de Apoio Logístico “Tamandaré” e o Navio de Apoio Antártico; manutenção para os Meios Operativos; e Mentalidade Marítima. e modernização dos meios navais e aeronavais de sua responsabilidade; aquisição de munição; desenvolviTodos esses programas são vitais na preparação da mento do Míssil Antinavio Nacional; desenvolvimento do nossa Marinha para os cenários e necessidades abordaSistema de Gerenciamento da Manutenção; construção dos no PEM 2040 e em outros documentos de alto nível dos Navios-Patrulha “Maracanã” e “Mangaratiba”; aquida Defesa Nacional, e devem demandar muito da nossa sição de aeronaves e simulador de voo; aquisição do Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas EmbarBase Industrial de Defasa (BID). cadas; e desenvolvimento do Sistema de GerenciamenPara reforçar nossa capacidade de realizar essas meto da Amazônia Azul (SisGAAz). tas, pretendo também consolidar e ampliar a utilização do Sistema de Apoio à Decisão para a Otimização Quanto aos programas prioritários do Corpo de Fuzileide Orçamento (SAD-ORC), ferramenta que concebi ros Navais (CFN), destaco o PROADSUMUS, que também integra o Programa Estratégico de Construção do e ajudei a desenvolver com o intuito de aperfeiçoar


31

Núcleo do Poder Naval e tem como propósito a obtenção de meios, para garantir ao CFN as condições de pronto emprego e o caráter expedicionário. O PROADSUMUS buscará obter meios junto à BIDS, inclusive apoiando o desenvolvimento de projetos de equipamentos e sistemas que possuam alto conteúdo tecnológico ou de aquisição restrita no exterior. Quanto às atribuições da Autoridade Marítima, acompanharemos iniciativas governamentais para o desenvolvimento do potencial marítimo e hidroviário brasileiro, contribuindo, em nossa esfera de competência, na sinalização náutica, balizamento, dragagem e na formação e capacitação de aquaviários. Em aderência ao programa do Governo Federal de transformação digital do Brasil, firmamos convênio com o SERPRO para a emissão digital das Carteiras de Habilitação de Amadores e dos Títulos de Inscrição de Embarcações. Outro passo importante será a migração para o meio digital das certificações dos aquaviários. A digitalização possibilitará reduzir o fluxo de atendimento presencial nas Capitanias dos Portos, além de otimizar os recursos empregados. IA - Como deve ser a performance do segmento ligado a projetos destinados à Marinha no mundo, na opinião do senhor? Garnier - Em 2019, a Marinha do Brasil, por meio da DGDNTM, concluiu as negociações com os acionistas da Itaguaí Construções Navais (ICN) para a ampliação do estatuto da empresa e abertura de seu capital social. A mudança contribuiu para o dinamismo e diversificação

das atividades daquele parque industrial, formalizando a possibilidade legal de captação de outros segmentos do mercado militar naval de alta tecnologia, inclusive no exterior. Considerando as áreas de negócio do Setor do Material (aquisição e manutenção), vislumbramos perspectivas positivas para setores como Comunicações, tendo em vista as quantidades cada vez maiores de dados transmitidos; Tecnologia da Informação, diante da necessidade crescente de incremento da segurança cibernética; e Tecnologia das Forças Navais, a exemplo de veículos não tripulados e a utilização da Inteligência Artificial aplicada aos meios e a sistemas de apoio à decisão. Considerando o ambiente interno, a médio prazo, a “economia do mar” deverá trazer boas possibilidades de desenvolvimento para a indústria naval brasileira e, por conseguinte, para a BIDS ligada a esse setor. IA - O senhor acredita que o novo cenário pós-pandemia possa trazer oportunidades para a indústria brasileira? Quais? Garnier - Na seara do Poder Marítimo, eu diria que sim. A indústria naval tende a aumentar o viés tecnológico embarcado e nos processos produtivos, já havendo projetos de navios autônomos e remotamente controlados. O e-Navigation já começa a despertar interesse e a movimentar o setor. O conceito de e-Navigation abrange a coleta, integração, intercâmbio, apresentação e análise de informações marítimas de modo harmonizado, a bordo e em terra, por meios eletrônicos, com o propósito de aprimorar a navegação entre portos e os serviços correlatos, para a proteção e a segurança no mar, bem como a preservação do ambiente marinho. É uma evolução que vem ocorrendo no cenário internacional, que visa proporcionar aos portos uma maior eficiência logística. Nesse aspecto, a MB, na condição de Autoridade Marítima Brasileira, vem buscando introduzir tal tecnologia no cenário mercante nacional. As tecnologias de veículos autônomos têm avançado rapidamente e grandes investimentos têm sido feitos no seu desenvolvimento. Sua aplicação e emprego aos meios marítimos de superfície também vêm sendo objeto de rápido crescimento. Em junho de 2019, o Comitê de Segurança Marinha, da Organização Marítima Internacional (IMO), aprovou diretrizes provisórias para testes com os Navios Autônomos de Superfície (Maritime Autonomous Surface Ships – MASS).

Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos

Uma das áreas mais estratégicas e com potencialidades ainda não suficientemente exploradas é a do setor marítimo, com destaque para o setor portuário, com a expansão da cabotagem. As recentes concessões portuárias atestam isso. A cabotagem, em particular, ainda é pouco explorada, configurando outra grande oportunidade de investimento. Há sinais positivos para a retomada da indústria da construção naval,


32

abrangendo a cabotagem e as áreas de petróleo e defesa. Somente a Petrobras tem um programa que vai demandar mais navios plataformas tipo FPSO (floating, production, storage and offloading), o que gerará muitas oportunidades. O desenvolvimento do modal de transporte aquaviário também requer investimentos em infraestrutura, quais sejam, correções nos cursos d’água, dragagens e derrocamentos e, em certos casos, construção de barragens e eclusas. Ressalta-se a importância do efeito multiplicador dos programas estratégicos da Marinha do Brasil, num contexto maior de políticas públicas, capazes de produzir agregados macroeconômicos, como produto, consumo, emprego, exportações, importações e tributos. O Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz) e o e-Navigation preveem oportunidades de negócios em áreas como internet das coisas, indústria 4.0, inteligência artificial, análise de dados e tecnologia da informação, entre outras. IA - Para o senhor, qual a importância da ABIMDE para o fomento da BIDS? Garnier - Eu diria que a ABIMDE desempenha um papel de relevância capital para as empresas de um setor que, por ser estratégico para a soberania e desenvolvimento do País, precisa sempre se apresentar e se fazer ouvir, sobretudo junto aos formuladores das grandes políticas nacionais e às esferas governamentais. A Marinha do Brasil tem total interesse no fortalecimento da base industrial, logística, científica e tecnológica nacional de defesa e segurança, sendo testemunha da importante atuação da ABIMDE nesse sentido. A título de exemplo, os projetos associados ao PROSUB requerem itens e equipamentos que obedecem a rigorosos requisitos técnicos de classificação “nuclear”, levando a que determinadas soluções de aquisição recorram a fornecedores no exterior. Não obstante, a estratégia da Marinha orienta-se no sentido de averiguar prioritariamente o mercado nacional. A NUCLEP, por exemplo, está tecnicamente qualificada para fabricar vasos de pressão e estruturas metálicas resistentes, tanto para o LABGENE, quanto para a Planta Nuclear Embarcada do nosso primeiro Submarino Convencional de Propulsão Nuclear. Entendo que uma das formas da ABIMDE ampliar a participação de empresas da BIDS no PNM, bem como no PROSUB, poderia advir de associações à Academia e às Instituições de Pesquisa, visando ao desenvolvimento de itens, componentes e sistemas. Também a parceria com empresas internacionais de reconhecida competência em suas áreas de atuação, sobretudo no segmento nuclear, proporcionaria uma aceleração nesse processo, por meio de transferência de tecnologia. No que diz respeito ao Setor de CT&I da MB, há perspectivas promissoras a médio e longo prazos, por meio do fomento às exportações dos produtos e serviços desenvolvidos nas ICT, com evidentes externalizações positivas para a economia do País. Assim, considero fundamental a parceria entre a ABIMDE e a MB, na medida em que pode incentivar empresas da

BIDS a conhecer as demandas tecnológicas da Força Naval, e se engajarem no desenvolvimento de tecnologias críticas que por vezes estejam presentes em meios importados, contribuindo para a autonomia e a independência tecnológica do Brasil e, ao mesmo tempo, permitindo a criação de novos postos de trabalho e oportunidades de negócio. IA - Qual mensagem o senhor pode deixar para a BIDS e os expositores da 6ª Mostra BID Brasil? Garnier - A BIDS é estratégica para nossa soberania, reconhecida internacionalmente, e detentora de grandes capacidades e amplo potencial de expansão. Fomentando novos horizontes de tecnologia e inovação, a BIDS é fundamental para os projetos estratégicos da Defesa Nacional, muitos dos quais, com emprego dual, contribuindo para a geração de empregos diretos e indiretos e para o desenvolvimento do País nas áreas social, industrial, tecnológica e científica. Nesse ensejo, parabenizo os organizadores da 6ª Mostra BID Brasil pela iniciativa do evento e desejo aos expositores um exitoso trabalho, com a consolidação de laços profissionais e comerciais profícuos para todos. Que seja um grande sucesso! IA - O senhor gostaria de acrescentar alguma questão nessa entrevista? Garnier - Gostaria de mencionar o recente anúncio do estaleiro JURONG ARACRUZ, no Espírito Santo, para a construção do Navio de Apoio Antártico (NapAnt), no âmbito do nosso Programa de Obtenção de Meios Hidroceanográficos. Será o primeiro navio construído no Brasil em conformidade com o Código Polar, da Organização Marítima Internacional (IMO), que entrou em vigor em 2017. Com o valioso apoio recebido do Presidente da República, Jair Bolsonaro, e do Ministério da Defesa, a Marinha conseguiu alavancar mais um projeto de construção naval para o Brasil, além do PROSUB, das Fragatas da Classe Tamandaré e dos projetos conduzidos nas próprias instalações industriais da Força, como a construção dos Navios-Patrulha “Maracanã” e “Mangaratiba”, que marcou a retomada da Construção Naval no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. Outro ponto que gostaria de ressaltar é a importância para o País do desenvolvimento do Submarino Convencional de Propulsão Nuclear no âmbito do PROSUB e do Programa Nuclear da Marinha, que pode ser entendida em dois pressupostos fundamentais. O primeiro, mais premente e perceptível, vem a ser o expressivo incremento do poder de dissuasão e de resposta militar na Amazônia Azul, elevando de forma categórica o status de relacionamento do País no concerto das Nações. O segundo, mais implícito, é o impacto tecnológico proporcionado pelo desenvolvimento e aprimoramento das tecnologias embarcadas nesse meio naval complexo, promovendo externalidades positivas em prol de setores não necessariamente relacionados à Marinha. Tal empreendimento constitui-se no Programa Estratégico brasileiro com o mais expressivo nível de capacitação nas áreas industrial e tecnológica, com geração de empregos de qualidade e renda para milhares de brasileiros.


33

HISTÓRIA

A

SIMTECH COMEMORA 30 ANOS DE HISTÓRIA

história da Simtech, empresa brasileira sediada no Rio de Janeiro, teve início em 1985, em Washington D.C., primeiramente com a fundação da International Procurement Services, Inc. (IPS), pelos sócios Pedro Lynch e Cesar Lynch. O objetivo da criação da IPS era a prestação de serviços de representação e assessoria comercial para indústrias de defesa e segurança dos Estados Unidos. Fundada em 1991, decorrente do sucesso da IPS, Inc., e das demandas geradas pelas oportunidades de negócios no país, a Simtech dedica-se atualmente a representar empresas estrangeiras e brasileiras prestando assessoria no desenvolvimento de estratégias e atividades comerciais nos seguintes segmentos de mercado: Defesa & Segurança, Ambiental e Marítimo. “São 30 anos de história e de conquistas que só foram possíveis graças à conduta da empresa no trato comercial; à capacidade e dedicação de sua equipe de profissionais; e às parcerias que a Simtech realizou com empresas de reconhecida presença e liderança internacional”, diz o presidente Cesar Lynch. DESAFIOS E INSPIRAÇÕES Segundo Cesar, a Simtech é movida a desafios. Para ele, a empresa está sob a constante sensação de que a cada conquista o “sarrafo” fica alguns centímetros mais alto, obrigando a companhia a buscar constantemente a excelência na entrega dos serviços prestados.

A história da empresa está fortemente pautada nos valores éticos e morais; no comprometimento com a satisfação dos clientes/parceiros; e na comprovada capacidade de entrega de resultados alcançados pela empresa desde a sua fundação. Cesar relembra que, no início de sua jornada, a empresa contava apenas com os valores éticos e morais, além de muita resiliência e a vontade de empreender dos sócios fundadores. Hoje, consolidada no mercado, a empresa segue crescendo e conta com profissionais com experiência comercial e técnica, qualificados em cursos e treinamentos feitos no Brasil e no exterior para atuar nas áreas de vendas, suporte logístico, assistência técnica e treinamentos de operação e manutenção nas linhas de produtos ofertados. OS PRÓXIMOS 30 ANOS De acordo com Cesar, passado o susto inicial da pandemia em 2020, a Simtech, mais uma vez colocou à prova o seu DNA empreendedor e resiliente, vencendo os desafios impostos pelo trabalho remoto, com impacto direto na relação e contatos com o mercado (parceiros e clientes). Para os próximos 30 anos, a Simtech espera consolidar a sua posição no mercado como referência na prestação de serviços de representação comercial e assessoria estratégica, fomentando a colaboração e a geração de oportunidades de negócios entre indústrias estrangeiras e nacionais, dos setores público e privado. “O objetivo é contribuir para o desenvolvimento do nosso Brasil”, diz Cesar.


34

A ABIMDE agradece a todos os patrocinadores, expositores e apoiadores institucionais da 6ª Mostra BID Brasil. Neste momento de retomada das atividades, pós-pandemia, a confiança depositada por todos na realização desse evento ímpar no país foi essencial para o sucesso dessa edição.


35

Agência de Fomento Oficial


36

MATERIAIS

E

m mais de duas décadas e meia de atuação, a Alltec investe em Pesquisa e Desenvolvimento na busca por soluções precisas e personalizadas para instituições públicas e privadas.

Os grandes avanços científico-tecnológicos das últimas décadas têm impactado profundamente a sociedade e transformado os modos de vida, de produção, de negócios de comportamento e de consumo. Nesse cenário, o desenvolvimento de materiais e técnicas que proporcionam mais qualidade, solidez e leveza concomitantemente, redução de custos e de impactos ambientais se tornou uma necessidade. A Alltec foi fundada há mais de 25 anos com o propósito de atender a essas demandas dos mercados aeroespacial, de defesa, óleo e gás, industrial, agrícola e hospitalar, ao oferecer soluções de engenharia, peças em materiais compósitos e moldes. Sediada em São José dos Campos, cidade paulista conhecida nacional e internacionalmente como um grande polo aeronáutico, aeroespacial de pesquisa e desenvolvimento, a Alltec tem em seu DNA a inovação e a alta performance e hoje é líder no seu segmento ao buscar permanentemente soluções completas e precisas, feitas de acordo com a necessidade de cada cliente, que agregam valor e fazem a diferença para instituições e a sociedade.

CONHECIMENTO, PRECISÃO, DOMÍNIO EM MATERIAIS COMPÓSITOS A SERVIÇO DO PAÍS

Fotos: Lucas Lacaz Ruiz/Rossi Comunicação (Alltec); FAB; Exército; Luiz Padilha /Defesa Aérea e Naval.

Para isso, a empresa investe fortemente em Pesquisa e Desenvolvimento, em laboratórios capazes de viabilizar desde a concepção até a certificação de um produto ou serviço e em uma equipe formada por doutores, mestres e engenheiros, além de softwares de última geração que permitem integração total entre esses responsáveis pelos projetos e os principais clientes. “Estamos constantemente em busca de inovação e melhoria contínua e superar os limites é sempre o nosso objetivo”, afirma a diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da Alltec, Juliana Mota. A excelência dos produtos da empresa é atestada pelas certificações SAE, AS9100:2016, ISO 9001:2015 e a acreditação Nadcap, (National Aerospace and Defense Contractors Accreditation Program), principal programa mundial cooperativo do setor para as especificações de processos e produtos especiais de fabricação e ensaios como meio de mitigação de riscos e garantia da qualidade. Recentemente, a Alltec assinou um Memorando de Entendimento (MdE) para cooperação em soluções suplementares de blindagem passiva, manutenção e suporte durante o ciclo de vida, com a empresa israelense Rafael Advanced Defense Systems, com o objetivo de produzir o máximo de conteúdos industriais locais e facilitar a comercialização e vendas compartilhadas de soluções suplementares de blindagem passiva. Mantendo o foco em inovação, excelência e desenvolvimento permanente, hoje a equipe da Alltec vislumbra um futuro promissor, com a ampliação de seu leque de produtos e serviços, o fortalecimento da parceria já sólida com as Forças Armadas do Brasil, a ampliação da atuação no mercado nacional e expansão de seus negócios no mercado internacional.


37

A Alltec é parceira das Forças Armadas em diversos projetos estratégicos de Defesa, como o KC 360, da FAB, o Guarani, do Exército, e o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), da Marinha


38

EXÉRCITO

FOMENTO À BIDS INTEGRA DIRETRIZES DO EXÉRCITO PARA 2022 Mensagem do Comandante aos expositores da Mostra BIDS é “Otimismo”

D

iante de cortes orçamentários e redução de investimentos em programas estratégicos provocados pela Pandemia de COVID-19, o Comandante do Exército Brasileiro, General Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, revela a importância do planejamento para minimizar impactos negativos, priorizando programas e projetos estratégicos. Destacando a relevância do setor para as Forças Armadas do país e para o desenvolvimento nacional, o Comandante resume em uma palavra sua mensagem para os expositores da 6ª Mostra BID Brasil: “Otimismo”. Na entrevista a seguir, o General afirma ainda que o Exército Brasileiro conta com a capacidade da BIDS para a consecução de seus objetivos e fala do papel de destaque da ABIMDE na divulgação dos produtos nacionais de Defesa e na geração de oportunidades de negócios.

IA - O que essa pandemia impactou nos projetos do Exército? E como prosseguir com as ações programadas nesse cenário atual? Paulo Sérgio - A necessidade do Governo Federal de redirecionar recursos financeiros do orçamento para o enfrentamento da pandemia da covid-19 resultou indiretamente em cortes orçamentários em várias áreas da administração pública, inclusive na área de Defesa, levando a uma redução de cerca de 35% do fluxo de investimentos para os Programas Estratégicos das Forças Singulares em 2021. Uma das medidas tomadas para minimizar os impactos no curto prazo foi a priorização de investimentos em Programas e Projetos Estratégicos com demandas mais relevantes e urgentes. De forma direta, a pandemia trouxe atrasos nas atividades contratadas de empresas de tecnologia e de construção civil.

IA - Quais são as prioridades do Exército para os próximos anos a médio prazo? Quais projetos Informe Abimde - Quais os desafios e as persdevem ser prioritários? pectivas do Exército para 2022? Paulo Sérgio - O Planejamento Estratégico do General Paulo Exército possui Sérgio Nogueira 15 objetivos com de Oliveira - O ações de curto, “Creio que o segmento de Defesa deva mundo vive um médio e longo praser um catalisador de esforços e recursos para momento de comzo. As prioridades petição geopolítica o desenvolvimento do poder militar nacional” são aquelas ações e de instabilidade que conduzirão o decorrente de uma Exército Brasileiro série de fatores que, à modernização e à transformação para estar à alsomados aos efeitos sociais e econômicos da pandetura dos desafios do século XXI. Dentre essas priomia da covid-19, conformaram um momento bastante desafiador para todas as instituições públicas e pri- ridades, destacam-se as atividades que objetivam vadas, incluindo o Exército Brasileiro. Nesse contexto, o incremento das capacidades da Aviação do Exército, das Forças Blindadas e do Sistema ASTROS em 2022, o Exército Brasileiro permanecerá atuando 2020, bem como a implantação do Sistema Inteno sentido de cumprir suas atribuições constituciogrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON) e nais, mantendo a soberania e a segurança nacional e do Projeto Amazônia Conectada. atendendo prontamente às necessidades do Estado brasileiro dentro de suas responsabilidades. Há, também, especial atenção ao desenvolvimento cientifico e tecnológico e à busca constante da inovaO Exército continuará priorizando as ações que ção, visando, cada vez mais, inserir o Exército Brasitenham por objetivos a modernização e a transleiro na Era do Conhecimento. formação da Força Terrestre, para que essa esteja perfeitamente inserida na Era do Conhecimento, sem descuidar de fortalecer a dimensão humana da Força. Outra ação prioritária é a racionalização administrativa, para aprimorar a gestão, otimizar gastos e dimiTambém incluí em minhas diretrizes para 2021 e nuir o custeio, permitindo aumentar os investimentos 2022 o fomento à Base Industrial de Defesa (BID), para que ela alcance consolidação e crescimento, tan- da Instituição e gerar maior capacidade operacional. No que se refere aos Programas Estratégicos, as prioto no âmbito nacional quanto no internacional, miniridades atuais são o Forças Blindadas (antigo Guarani), mizando o cerceamento tecnológico e incrementando o desenvolvimento de projetos de Ciência, Tecnologia o ASTROS 2020 e o SISFRON. e Inovação (CT & I), a captação de investimentos, IA - Como deve ser a performance do segmena atuação da Tríplice Hélice (governo- empresas-academia) e a transferência de tecnologia quando da to ligado a projetos destinados ao Exército no mundo, na opinião do senhor? aquisição externa de Produtos de Defesa.


39

Paulo Sérgio - Creio que o segmento de Defesa deva ser um catalisador de esforços e recursos para o desenvolvimento do poder militar nacional, gerando, durante o processo, benefícios transversais para toda a cadeia produtiva, para a economia e para a Ciência e Tecnologia. Nesse contexto, verificamos que, em 2021, a Indústria de Defesa Brasileira alcançou um resultado histórico nas exportações. Até o mês de agosto de 2021, o setor registrou US$ 1,35 bilhão em vendas, e a expectativa é de que os números continuem em crescimento e o segmento feche o ano com a marca de US$ 2 bilhões. Desta forma e mirando o exemplo citado, verificamos que esse desempenho comercial materializa o esforço do segmento de Defesa em desenvolver novas soluções militares. Os produtos entregues pelos Programas Estratégicos do Exército estão entre as principais “estrelas” do processo, destacando as vendas de armamentos, munições, veículos blindados e sistemas de lançamento de foguetes.

IA - Qual mensagem o senhor pode deixar para a BIDS e os expositores da 6ª Mostra BID Brasil? Paulo Sérgio - A mensagem que eu gostaria de deixar é de otimismo! O setor de Defesa brasileiro é muito relevante para as Forças Armadas do País e fundamental para o completo desenvolvimento nacional. Continuem a buscar a interação com a Academia e a procurar novos mercados! O sucesso dos produtos brasileiros, nesse importante setor, colabora com a capacidade operativa do Exército Brasileiro e com a imagem da indústria nacional no exterior! IA - O senhor gostaria de acrescentar alguma outra questão nessa entrevista? Paulo Sérgio - O Exército Brasileiro mantém-se firme na sua trajetória de transformação e modernização e conta com a capacidade da Base Industrial de Defesa para a consecução de seus objetivos de aumento da capacidade operativa, da independência tecnológica e da busca de soluções inovadoras. Foto: Divulgação

IA - O senhor acredita que o novo cenário pós-pandemia pode trazer oportunidades para a indústria brasileira? Quais? Paulo Sérgio - A pandemia de covid-19 surpreendeu o mundo e causou graves problemas na ordem econômica mundial, inclusive no Brasil. Acredita-se que, tão logo esse evento sanitário seja controlado, novas oportunidades possam surgir para a indústria brasileira, em especial em áreas onde a oferta e a demanda de produtos foram reprimidas. Entretanto, essas oportunidades dependem de vários fatores internos e externos, inclusive da capacidade de recuperação da produção do setor industrial do País. Havendo disponibilidade de recursos para investimento no orçamento federal, a indústria de defesa tem um alto potencial de contribuir para a retomada da economia, uma vez que, devido aos cortes de orçamento e à consequente postergação de alguns investimentos previstos para o corrente ano, o setor apresenta capacidade produtiva ociosa, apta a receber encomendas.

possibilidades de financiamento. Com uma atuação de destaque em eventos como feiras, reuniões e convenções que visam impulsionar as empresas da BID no mercado, a ABIMDE também atua como promovedora da pesquisa e inovação nacional e como fortalecedora da indústria nacional.

Além disso, segundo estudos da Fundação Instituto de Pesquisas Aplicadas (FIPE), a indústria de defesa tem um alto valor agregado, o que potencializa os efeitos positivos na economia e contribui sobremaneira para o giro desse setor nacional. Esses estudos apontam que, para cada R$ 1,00 investido no setor de Defesa, R$ 3,66 são movimentados na economia, uma média muito acima do que ocorre em outros setores econômicos. IA - Para o senhor, qual a importância da ABIMDE para o fomento da BIDS (Base Industrial de Defesa e Segurança)? Paulo Sérgio - Por se tratar de uma associação que atua diretamente no setor de Defesa e que está em contato direto com as principais empresas desse setor no Brasil, a ABIMDE tem papel de destaque na divulgação dos produtos nacionais de Defesa, na criação de oportunidades de negócio e na geração de

General Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira: “O Exército continuará priorizando ações com objetivo de modernizar e transformar a Força Terrestre”.


40

FEIRAS

ABIMDE RETOMA REALIZAÇÃO DE EVENTOS PRESENCIAIS Feiras são espaços importantes para prospecção de negócios e oportunidades às indústrias de defesa e segurança

A

liberação para realização de feiras corporativas é vista com otimismo pela ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança). A retomada tornou-se possível graças ao arrefecimento da pandemia, em função do avanço da vacinação contra o coronavírus. Segundo o Diretor de Projetos da ABIMDE, Comandante Paulo Albuquerque, “esses eventos representam para a BIDS (Base Industrial de Defesa e Segurança) oportunidades de negócios, parcerias e troca de informações sobre desenvolvimentos tecnológicos. Isso provoca um efeito cascata benéfico para toda a sociedade, pois impulsiona a economia nacional e a geração de empregos.” Para 1.000 empregos criados no setor de Defesa no Brasil, outros 2.730 são adicionados à economia, de acordo com um estudo realizado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a pedido da CNI (Confederação Nacional da Indústria), divulgado no último mês de julho. Conforme o estudo, em 2017, o Complexo de Defesa e Segurança gerou, direta e indiretamente, 2,91 milhões de empregos em todo o território nacional. Estes dados indicam o impacto social e econômico da BIDS para o país, reforçando a importância de investimentos na promoção da BIDS brasileira em feiras nacionais e internacionais.

EVENTOS ABIMDE Além da 6ª Mostra BID Brasil, que acontece entre os dias 7 e 9 de dezembro, a ABIMDE já iniciou o planejamento da feira internacional Expo ADESC. Ambas serão realizadas no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF). Já consolidada como uma das principais feiras de Defesa e Segurança do país, a Mostra BID Brasil é uma realização da ABIMDE, com promoção da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e apoio do Governo Federal. Durante os três dias da Mostra, os expositores terão a oportunidade de receber representantes de empresas nacionais e internacionais, delegações de adidos militares e de embaixadas de diversos países. “Esse contato com potenciais clientes sempre geram bons relacionamentos, podendo resultar em parcerias e grandes negócios”, ressalta o Comandante Albuquerque.

Foto: Divulgação

Após comemorar o sucesso do Pavilhão Brasil na Milipol Paris 2021, neste semestre a ABIMDE e associadas também marcam presença em mais três importantes eventos no exterior: a Dubai Air Show (14 a 18 de novembro), Edex (29 de novembro a 2 de dezembro, no Egito) e Expodefensa (29 de novembro a 1 de dezembro, na Colômbia). Todos os eventos são realizados com a adoção de rigorosos protocolos sanitários, de forma a proporcionar um ambiente seguro para os participantes e para as comunidades onde eles são realizados.


41

Fotos: Divulgação Divulgação Saab

INOVAÇÃO

Lancha multimissão CB 90 tem capacidade prolongada de vigilância e velocidade para interceptar embarcações

SAAB APRESENTA SOLUÇÕES INOVADORAS EM DEFESA E SEGURANÇA NACIONAL NA BID BRASIL

A

Visitantes vão conhecer amplo portófio da empresa sueca em diversos segmentos durante o evento

Saab, empresa que atende o mercado global com produtos, serviços e soluções de ponta nas áreas de defesa militar e segurança civil, vai mostrar a amplitude de seu portfólio durante a 6ª Mostra BID Brasil, de 7 a 9 de dezembro de 2021. O público terá a oportunidade de receber informações sobre equipamentos e serviços, e conhecer o trabalho desenvolvido pela companhia sueca no Brasil e no mundo.

Além disso, a Saab apresentará embarcações desenvolvidas para enfrentar desafios que exigem protocolos e táticas de contramedidas de minagem para abordagem de áreas com potencial ou real ameça, como minas plantadas em rotas marítimas e portos. O equipamento ideal para atender a essa finalidade é o navio de contramedidas de minagem MCMV o qual possui o casco feito de compósito – um “sanduiche” composto por camadas de plástico reforçado com fibra de vidro para reduzir a eficácia das minas magnéticas.

Do portfólio global, dentro do domínio naval, o público poderá saber mais sobre a lancha multimissão CB 90. A embarcação é capaz de executar tarefas em mares abertos, rios, lagos, para patrulhamento, combate, interceptação, desembarque e salvamentos. O produto tem sido utilizado por diversos países, sendo que em 2004, o Exército Brasileiro realizou treinamentos reais bem-sucedidos com a lancha de combate modelo CB 90H na região do Amazonas. Atualmente, a Saab desenvolve, com parceiros locais, a CB 90 no México e no Peru.

A partir de testes, somados aos mais de 40 anos de serviços no setor naval, a Saab constatou que o material composto presente no MCMV tem diferenciais: não sofre os efeitos de corrosão ou degradação, é fácil de consertar e exige um nível mínimo de manutenção, sendo suficientes cuidados básicos como limpeza e pintura. Embarcações como essas são utilizadas pelas defesas marinhas da Suécia, Singapura e outras. Este é um equipamento que tem ainda aderência ao mercado da América Latina, cuja base de indústria naval possui grande potencial de desenvolvimento.


42

Mercado nacional – No estande da empresa estarão disponíveis informações sobre a participação da Saab no Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) do Exército Brasileiro. A companhia é responsável pela integração de comunicação entre sensores, decisores e atuadores, em um dos maiores e mais representativos programas dessa natureza no mundo. O Sisfron possibilita ampliar e fortalecer a segurança das fronteiras brasileiras. Outro equipamento presente na defesa brasileira é o Canhão Sem Recuo Carl-Gustaf M4. O sistema de armas de apoio no ombro portátil multifuncional é utilizado em combate na proteção de tropas e de instalações. O armamento está em operação em mais de 40 nações e é a mais recente versão da família Carl-Gustaf.

O equipamento utiliza o Sistema Saab de Treinamento com Simulação Virtual Indoor GC-IDT (do inglês, Ground Combat Indoor Trainer), como parte da instrução dos atiradores. O equipamento é capaz de replicar as características das armas e munições reais, sua balística e efeitos no alvo, além de permitir ao atirador realizar todas as operações de manejo da arma. A companhia também possui em seu portfólio o sistema míssil de baixa altura telecomandado RBS 70, utilizado em 20 países, entre eles o Brasil, além de soluções de simulações viva e virtual, e ainda para a integração viva, virtual e construtiva (LVC, do inglês Live, Virtual and Constructive), que suportam todas as fases do treinamento.


43 43

Para além da indústria de defesa militar – As atividades da Saab Sensores e Serviços – responsável pela manutenção da maior rede de radares meteorológicos do Brasil e que, em breve, fará a manutenção de radares do novo caça brasileiro Gripen – serão apresentadas na Mostra BID.

Saab Sensores e Serviços cuida da manutenção de 13 dos 27 radares meteorológicos do Brasil

Complementa a lista a experiência da empresa no fornecimento de equipamentos eletrônicos e serviços avançados de manutenção e suporte aos mercados civil e de defesa nacional.

As atrações da Saab não estarão somente em seu estande. A Força Aérea Brasileira (FAB) fará a exposição de uma réplica em tamanho real do novo caça Gripen – resultado de uma parceria com governo brasileiro para o desenvolvimento e a produção de 36 aeronaves, em um projeto de longo prazo. Na ocasião, o público poderá tirar fotos da aeronave, que estará no estande da FAB.

Navio de contramedidas de minagem (MCMV) tem aderência ao mercado da América Latina

MODELO DE NEGÓCIO SE TRADUZ EM PARCERIA E COMPROMETIMENTO COM AS NAÇÕES O modelo de negócio da Saab se traduz em parceria e compromisso com as nações nos mercados onde a empresa atua. O Programa Gripen no Brasil é um exemplo. A iniciativa prevê a transferência de tecnologia para impulsionar o desenvolvimento da base industrial de defesa local por meio das empresas parceiras. A Saab vai treinar mais de 350 técnicos e engenheiros brasileiros por meio deste programa previsto para ocorrer em 10 anos. O programa começou em 2015, e desde então, mais de 260 pessoas já foram capacitadas na Saab em Linköping, Suécia. O contrato contempla o desenvolvimento e a produção de 36 aeronaves Gripen E/F para a Força Aérea Brasileira (FAB), incluindo sistemas, suporte e equipamentos relacionados, com um investimento de 39,3 bilhões de coroas suecas. O primeiro Gripen E chegou ao Brasil em setembro de 2020. A produção está em andamento e, em breve, quatro novas aeronaves devem ser entregues ao governo brasileiro. Outro exemplo se verifica na relação estabelecida no mercado naval para novas construções e de manutenção e reparos que garantem a alta performance de embarcações. Com Singapura, a Saab contribuiu com o design básico e as superestruturas de compósitos de fibra de carbono de oito navios modernos, com tecnologia de última geração para patrulhar as águas daquele país. Durante o desenvolvimento do projeto, equipes da ST Marine foram à Suécia, onde receberam treinamento e transferência de tecnologia. Os peritos em compósitos da Saab também realizaram treinamento no estaleiro em Singapura.


44

MULHERES NA DEFESA

MERCADO

Um observador externo talvez não imagine a abrangência de áreas que integram o Mercado da Defesa e, mais ainda, o quão importante é a atuação das mulheres nesse campo. Culturalmente, tecnologia e defesa não são atividades ligadas à participação feminina, por isso, é sempre importante falar da contribuição que esse time valoroso traz para o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) do Brasil. Tanto na área militar quanto civil as mulheres vêm mostrando seu valor.

UMA FORÇA MOTRIZ EM PLENO DESENVOLVIMENTO

A presença delas parece natural hoje em algumas instituições, mas foi apenas em 1982, por exemplo, que a FAB passou a integrar mulheres e no Colégio Naval, RJ, elas só foram admitidas recentemente. As empresas privadas do setor, as áreas de tecnologia, engenharia e administração ainda contam com um número reduzido de profissionais, mas que já se destacam. O entusiasmo pelo trabalho é flagrante na fala dessas mulheres, que fazem dos desafios a propulsão para voar cada vez mais alto. Confira algumas dessas histórias a seguir.

BRIGADEIRO CARLA LYRIO MARTINS Diretora do Hospital Central da Aeronáutica “Servir é minha missão e, na FAB, as ferramentas estão em minhas mãos”. A lembrança mais marcante que a Brigadeiro Carla Lyrio Martins tem dos primeiros anos na Força Aérea Brasileira (FAB) é a experiência na área operacional, como médica do 1º Esquadrão do 10º Grupo de Aviação, em Santa Maria, RS. “Fui a primeira mulher aeronavegante (com função a bordo) e as imagens e a emoção sentidas à época, há 31 anos, ainda me tiram o fôlego.” Recém-formada em medicina, Carla optou pela vida da caserna buscando exercer a medicina em uma instituição com recursos, estrutura e pessoas capacitadas. Em 1990, ela prestou o primeiro concurso no qual homens e mulheres concorreram em pé de igualdade de oportunidades. “Constatei, já no início da formação militar, que a carreira estava atrelada à dedicação, ao comprometimento, à firmeza de propósitos, jamais vinculada ao gênero.” Sobre a prática da medicina na FAB, Carla Lyrio diz que tem sido um privilégio aliar ambas as vocações. “Pertencer à FAB, e trabalhar nas diferentes esferas de complexidade,

me gera realização pela acertada opção profissional. Servir é minha missão e, na FAB, as ferramentas estão em minhas mãos.” Ela vê as conquistas da carreira como uma consequência natural de vivências, aprendizados, acertos e até de erros. “Entendo perfeitamente que o meu caminho inspira outras mulheres, mas, na verdade, são elas que me inspiram a ser cada vez melhor.” A brigadeiro tem um conselho para as mulheres que sonham com a vida da caserna: “A carreira militar é bonita e gratificante, uma excelente escolha, tanto para homens como para mulheres. Os espaços existem e nós mulheres estamos ocupando, gradativamente. Os valores cultuados na caserna são fortes e positivos, capazes de orientar rumo a objetivos audaciosos. Portanto, venham!”


45 45

MAJOR OLINDA DE LIMA FARIAS Engenheira Militar - Gerente do Projeto REMAX no Centro Tecnológico do Exército

CLAUDIA TOCANTINS Gerente de Projetos da Fundação Ezute

“Ser mulher no mercado de trabalho e, principalmente, nas Forças Armadas é muito gratificante.”

“A área de Defesa é exigente e para coordenar projetos no setor é preciso vontade de aprender e estudo constante.”

A engenharia e o Exército chegaram juntos à vida da Major Olinda de Lima Farias. A porta de entrada para a Força terrestre foi o Instituto Militar de Engenharia (IME). A graduação foi concluída em 2004. Após concluir o mestrado em engenharia elétrica na área de Controle, Estabilização, Navegação e Guiamento de VANTs, ela chegou ao Grupo de Armamento e Munições (GAM), que a levaria ao projeto REMAX. “É uma área sensível e com pouca expertise por parte dos profissionais brasileiros. Fui designada para ser fiscal dos Contratos dos protótipos dos REMAX 1 e 2.” Quando o Coronel Marcello Eifler deixou o cargo para realizar curso na Escola de Comando e Estado-maior do Exército (ECEME), a Major foi indicada para assumir a gerência do projeto REMAX. “Isso constituiu um verdadeiro desafio, visto que o gerente anterior era Engenheiro Mecânico e de Armamento, e eu Engenheira Eletrônica.” Quase uma década já passou e ela segue à frente do projeto trabalhando com técnicos civis e militares desenvolvendo tecnologias que têm as tropas como usuários finais. Para harmonizar tudo isso, a Major Olinda procura não perder de vista que as pessoas são únicas. “É necessário muito diálogo para entender todas as partes.” Ao longo desse tempo, as dificuldades não foram poucas, mas para a Major “a recompensa é ter quase 300 Sistemas de Armas REMAX distribuídos nos mais diversos rincões do Brasil, com um nível de maturidade tecnológica compatível com a maioria dos sistemas de armas em uso no mundo, que garantem a segurança e a integridade do combatente brasileiro, melhoram a qualidade de vida e aumentam o poder de fogo.” Para ela, “ser mulher no mercado de trabalho e, principalmente, nas Forças Armadas é muito gratificante. Nossa presença representa um exemplo de superação para que outras mulheres possam se juntar a nós e fazer a diferença”, afirma a Major.

A menina, que um dia sonhou ser astronauta, descobriu, através do bom desempenho escolar e o gosto por matemática, que queria mesmo era construir coisas. Formada em Engenharia da Computação, Claudia Tocantins desenvolveu sua carreira na coordenação e gerência de projetos, o que lhe permitiu trabalhar em diversas áreas como desenvolvimento de software, telecomunicações, sensoriamento remoto, meio ambiente, ensino e defesa. Embora atue como Gerente de Projetos na Fundação Ezute há bastante tempo, Claudia tem trabalhado principalmente na área de Defesa nos últimos 8 anos. Ela diz que, nesse período, foi um privilégio trabalhar em programas estratégicos da Marinha do Brasil, como o SisGAAz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul) e o MANSUP (Míssil Antinavio de Superfície) - ambos de alta complexidade técnica e com forte contribuição para o desenvolvimento da BIDS. “A área de Defesa é exigente e para coordenar projetos no setor é preciso vontade de aprender e estudo constante.” Mas ela destaca que “a atuação de cada profissional e sua trajetória são únicas e a carreira é moldada a partir das experiências acumuladas ao longo do tempo.” Para Claudia, o maior desafio de trabalhar na BIDS é a dificuldade na continuidade orçamentária. “Temos muita gente competente no Brasil, mas alguns investimentos são de longo prazo e parte do potencial que desenvolvemos se perde à medida que perdemos uma janela de oportunidade ou parte de uma equipe que foi capacitada em determinada tecnologia.” Ela encerra com um toque de bom humor, dizendo que, na verdade, o projeto mais difícil em que atua é pessoal: a maternidade. “Talvez porque é mais ‘gente’ do que ‘tecnologia’ e sou, simultaneamente, patrocinadora, gerente, equipe e beneficiária.”


46

BEATRIZ VIDIGAL XAVIER DA SILVEIRA ROSA Engenheira de Produção Mecânica e Diretora da ABIMDE

ANDREA HEMERLY Diretora do Programa de Fragatas Classe Tamandaré, na empresa Atech

“O fato é que as mulheres têm olhares diferentes para as questões e têm muito a contribuir.”

“Esses sistemas contribuem para as operações de manutenção da paz e para a capacidade dissuasória e operacional das Forças Armadas. Isso motiva!”

A engenheira de produção mecânica Beatriz Vidigal da Silveira Rosa, ou Bia Rosa como é mais conhecida, atua nos setores de indústria e infraestrutura há 40 anos. Ela chegou à área de defesa em 2007. “Foi quando passei a me dedicar ao Programa de Nacionalização do PROSUB. Em 2010 fiz o curso de especialização em engenharia de defesa do IME-RJ e compreendi a importância da colaboração civil-militar para o desenvolvimento sustentável do setor.” Desde 2009, ela participa da diretoria da ABIMDE e explica que a atividade associativa, especialmente em prol da indústria nacional, esteve presente em sua vida desde a infância, por meio do exemplo do seu pai, Marcos Vidigal Xavier da Silveira. “Já vinha há muitos anos me dedicando a questões de Conteúdo Local, nos diversos projetos que participei, devido aos ensinamentos de uma vida toda sobre a importância para o nosso país de mantermos o conhecimento localmente.” Sobre a participação das mulheres na indústria da Defesa, ela diz que, “como em todos os setores produtivos da sociedade, pouco a pouco vem aumentando.” Bia ressalta que essa velocidade pequena da ocupação desse espaço pelas mulheres vem orientando a iniciativa de movimentos como as ações da ONU (Organização das Nações Unidas) no âmbito da CSW (Commission on the Status of Women), nas cinco regiões do mundo, para incentivar o aumento de mulheres e meninas em carreiras STEM - Science, Technology, Engineering and Maths. “O fato é que as mulheres têm olhares diferentes para as questões e têm tido muito a contribuir para o desenvolvimento sustentável das carreiras técnicas e o setor de defesa não é diferente.”

A engenheira Andrea Hemerly acredita na construção da carreira por meio de esforço pessoal. Considera a crença no mérito fator determinante para estar no posto que ocupa. Mas faz questão de lembrar que teve grandes mentores. “Deles, tive a oportunidade de receber apoio e orientação.” Diretora do Programa de Fragatas Classe Tamandaré (PFCT), da empresa Atech, do grupo Embraer, foram os sistemas complexos e desafiadores que a atraíram para a área de Defesa. “Como diz a Estratégia Nacional de Defesa, esses sistemas contribuem para as operações de manutenção da paz e para a capacidade dissuasória e operacional das Forças Armadas. Isso motiva!” Andrea vê o PFCT como uma excelente oportunidade para incentivar a retomada da Indústria da Construção Naval, assim como outras iniciativas em andamento na Marinha. “Como sabido, esse contrato requer um alto índice de conteúdo nacional e certamente esse é um ponto de muita relevância para a SPE Águas Azuis (Empresa formada pela Thyssenkrupp Marine Systems, EMBRAER Defesa & Segurança e ATECH, do Grupo EMBRAER)”. Ao avaliar sua trajetória, ela diz que é desafiador lidar com evoluções tecnológicas e, ao mesmo tempo, trazê-las para o mercado mais fechado e conservador da Defesa. Pontua que, no Brasil, um grande obstáculo é, ainda, a continuidade de orçamento que permita um planejamento mais assertivo. Mas afirma que os desafios são a parte mais gratificante do trabalho.

ELIANA FARIA Diretora de RH da IACIT “Felizmente, a atuação das mulheres na área de Defesa vem crescendo com avanços consideráveis.” Após uma longa e bem-sucedida carreira na área educacional, chegando à coordenação de uma importante instituição de cursos técnicos e faculdade, de São José dos Campos,SP, Eliana Faria percebeu que sua experiência e conhecimento na gestão de pessoas seriam muito adequados aos planos de evolução da empresa IACIT, da qual é sócia. “Decidi me dedicar exclusivamente à empresa, na área de Recursos Humanos que é tão rica e diversa e está em constante evolução principalmente considerando que estamos inseridos num mercado muito desafiador e dinâmico, o tecnológico.” Para ela, no setor de defesa, o desenvolvimento tecnológico é um propulsor de conhecimentos para outras áreas. Sobre a presença de mulheres no mercado de defesa, ela diz que “tende a ser mais desafiador até pela natureza dos poderes que foram, por muito tempo, totalmente masculino e que ainda hoje são comandados, na maioria, por homens.” Eliana lembra que no Brasil a participação feminina nas forças armadas foi institucionalizada só a partir de 1980 e no ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) em São José dos Campo - SP, as mulheres só foram admitidas em 1996. “Mas, felizmente, a atuação das mulheres na área de Defesa vem crescendo com avanços consideráveis.” A diretora completa dizendo que ter metade das diretorias da IACIT comandadas por mulheres é um dos grandes orgulhos da empresa. “Procuramos sempre os melhores profissionais, com o melhor potencial para cada função, independente de gênero.”


47

ALESSANDRA STEFANI Ceo da Mac Jee “O nosso trabalho diário contribui efetivamente para a melhoria da nossa sociedade.” CEO da Mac Jee há mais de 5 anos, Alessandra Stefani diz que a indústria de defesa tem particularidades que ela não viu em outras experiências profissionais. “Os desafios são constantes e complexos, afinal estão relacionados à segurança e soberania das nações.” Com formação e experiência focadas em estratégias para minimizar riscos e maximizar resultados, Alessandra acredita que essa visão sistêmica de negócios é especialmente importante na área de Defesa. “A operação no desenvolvimento de produtos estratégicos de defesa requer um planejamento muito assertivo e que identifique possíveis erros estruturais na cadeia produtiva.” Sobre a preparação necessária para alcançar o posto de comando de uma grande empresa, sendo mulher, ela diz que, antes de qualquer competência ou formação, é necessário ter muita força de vontade. “Liderar equipes, principalmente em grandes empresas, é uma missão que exige dedicação, comprometimento e resiliência.” Alessandra vive de perto essa situação, no comando da empresa, atravessando uma pandemia. Mas afirma que “ter a oportunidade de liderar a Mac Jee é uma satisfação indescritível.” Para ela, solucionar os desafios é a melhor parte do trabalho. “Ao fazer isso proporcionamos produtos e serviços que garantem não só a segurança, como a paz em diversas nações.” E lembra que grande parte da tecnologia que usamos no dia a dia teve início no mercado de defesa. “Sinto que o nosso trabalho diário contribui efetivamente para a melhoria da nossa sociedade.”

DRA FERNANDA DAS GRAÇAS CORRÊA Coordenadora no Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação da Seprod/MD

JULIANA MOTA Diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da Alltec Brasil

Existem diversas mulheres altamente qualificadas, que podem contribuir no Ministério da Defesa e diversos setores.”

“Trata-se de vencer os limites diários e estar sempre em busca de expandir esses limites.”

Apaixonada pelo mar e tudo que o envolve, a doutora Fernanda das Graças Corrêa passou a adolescência esperando o Colégio Naval permitir acesso às mulheres, mas isso só ocorreu recentemente. Determinada a trabalhar com algo ligado ao mar, no início do curso de História na antiga Universidade Gama Filho, se tornou estagiária na Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM). Na graduação, a dra. Fernanda iniciou os estudos sobre a defesa das linhas de comunicação do Brasil no Atlântico Sul, na 2ª Guerra Mundial. Depois deu continuidade, no mestrado, ao tema Defesa Naval no Atlântico Sul, com foco no projeto do submarino nuclear brasileiro. O tema de mestrado foi aprovado pelo primeiro Programa Pró-Defesa, uma parceria entre o Ministério da Educação e da Defesa para formar mão de obra especializada em temas de Defesa. “Ali nasceu o meu sonho com a carreira civil de analista de defesa do Ministério da Defesa.” Depois, vieram o doutorado e o convite para trabalhar na Amazônia Azul Tecnologias S.A. (AMAZUL). “Foi um grande presente e uma excelente oportunidade de pôr em prática boa parte dos conhecimentos que aprendi na academia.” Após o fim do contrato com a AMAZUL, Fernanda usou o tempo da pandemia para mais um pós-doutorado, em Modelagem de Sistemas Complexos, na USP (Universidade de São Paulo). Finalmente, em fevereiro de 2021, ela foi recrutada pela Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod) para desenvolver a área de Inteligência Tecnológica no Ministério da Defesa. Mesmo tendo alcançado seu objetivo, a dra. Fernanda diz que sente falta de mais espaço para carreira civil na Defesa. “Existem diversas mulheres altamente qualificadas, com capacidade e produtividade na área, que podem contribuir no Ministério da Defesa e diversos setores”, afirma.

Quando responde o que é mais gratificante e mais desafiador no trabalho desenvolvido na Defesa, Juliana Mota é objetiva. “É extremamente gratificante atuar em uma área estratégica e de grande relevância para a soberania do nosso país e que não se limita às questões militares, contemplando também temáticas ambientais, saúde coletiva e bem-estar social. E é exatamente essa pluralidade que faz essa atuação tão desafiadora, pois a missão é nobre ao envolver o cuidado com o nosso país e com os brasileiros.” Ao concluir o curso de Engenharia Química, ela começou o mestrado de materiais voltados à proteção balística. No mesmo período ingressou na Alltec e, no fim do mestrado, passou a integrar o time de engenharia encarregado de desenvolver a blindagem do Guarani, veículo para transporte de tropas do Exército Brasileiro, em parceria com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). E não pararam mais de trabalhar em conjunto. “Atuar com alto desempenho e tecnologia avançada é bastante estimulante, pois o intuito é a qualidade, o que nos permite inovar, criar e presenciar o aprimoramento permanente. Trata-se de vencer os limites diários e estar sempre em busca de expandir esses limites.” Com cerca de 15 anos de experiência na área de Defesa e Tecnologia, Juliana vê muitos avanços na participação feminina, mas também muito espaço a ser conquistado, principalmente em postos de liderança. “O importante é destacar que competência não é questão de gênero, ainda há resistência em algumas áreas, mas já temos um histórico e exemplos de mulheres desbravadoras, que têm feito toda a diferença.”


48

SOLUÇÃO E TECNOLOGIA SOB MEDIDA PARA CADA MISSÃO.

CAPACIDADE COMPLETA DE INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS

A Embraer Defesa & Segurança desenvolve e implementa soluções completas de comando e controle, comunicações críticas, monitoramento, vigilância e reconhecimento (C4ISR), que permitem integrar cenários operacionais táticos e estratégicos no ar, no espaço, na terra e no mar. Com crescente atuação no mercado global, os produtos da Embraer Defesa & Segurança estão presentes em mais de 60 países. Nosso portfólio inclui aeronaves capazes de cumprir uma ampla gama de missões, sensores de última geração, aeronaves remotamente pilotadas e avançados sistemas satelitais de informação e de comunicação. Nossa comprovada capacidade de gestão de projetos complexos permite customizar e integrar todos esses produtos e serviços, sempre com o objetivo de atender às necessidades de nossos clientes.

embraerds.com


49 49

AÇÃO

CNCG REALIZA REUNIÃO DURANTE A 6ª MOSTRA BID BRASIL

O

Conselho Nacional de Comandantes Gerais (CNCG) das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares realizará Reunião Ordinária do órgão durante a 6ª Mostra BID, nos dias 7, 8 e 9 de dezembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Na pauta da reunião estão principalmente temas ligados à gestão da entidade. A presença do CNCG na Mostra BID é importante na medida em que permite, por exemplo, que os comandantes tomem contato com tecnologias que podem contribuir para o desenvolvimento de projetos em suas respectivas bases para assegurar melhorias na prestação de serviços de segurança pública.

Comandante Euller - O desenvolvimento e crescimento da indústria de defesa está intimamente ligados à sua organização e inovação tecnológica. A união de esforços das indústrias contribui para redução de custo e melhoria nos investimentos, sempre voltados para otimização dos meios logísticos, seja na esfera pública ou privada. Sendo assim, a ABIMDE tem papel preponderante no fomento e desenvolvimento das indústrias de defesa e segurança.

“Cada vez mais a sociedade brasileira exige dos gestores públicos ações eficientes, eficazes e efetivas”

A Informe ABIMDE ouviu o Comandante Euller de Assis Chaves, Presidente do CNCG, sobre as vantagens de reunir os comandos durante a Mostra BID. Confira. Informe ABIMDE - Comandante, quais as vantagens de realizar a reunião do CNCG durante a 6ª Mostra BID? Comandante Euller de Assis Chaves - São inúmeras vantagens, entre elas podemos destacar a apresentação aos comandantes dos principais produtos das empresas de segurança disponibilizados para o mercado nacional, a relação direta com quem produz para área de segurança, a interação com empresas e autoridades ligadas à área de Segurança Pública e de Defesa, além do intercâmbio cultural entre as Forças de Segurança Pública e Defesa. IA - Como o senhor vê a importância desse encontro para o alinhamento de ações da polícia? Comandante Euller - Cada vez mais a sociedade brasileira exige dos gestores públicos ações eficientes, eficazes e efetivas. Neste sentido, o encontro dos comandantes permite um melhor alinhamento e diálogo dos gestores das forças militares estaduais, fatores essenciais para a melhoria contínua no enfrentamento ao crime e à violência em todas as suas formas. IA - Para o senhor, qual a importância da atuação ABIMDE para o fomento da BIDS?

Comandante Euller de Assis Chaves


expoente nas IndustrIas nuclear e de defesa, nuclep também é energIa

Março 2021: Ministro de Minas e Energia, AE (RM1) Bento Albuquerque aciona botão e inicia operação da nova Fábrica de Torres de Transmissão da NUCLEP. Empresa Estratégica de Defesa, reconhecida por sua expertise tecnológica, qualidade e capacidade fabril diferenciadas, a Nuclebras Equipamentos Pesados S.A. foi criada para atender ao Programa Nuclear Brasileiro. Desde então, a NUCLEP se consolidou como um expoente nacional na fabricação e manutenção dos equipamentos nucleares mais estratégicos e importantes do País. Com a retomada das obras de Angra 3 e a perspectiva da construção no Usinas no Brasil; com a construção no Centro Tecnológico da novas Marinha, em São Paulo, do LABGENE – protótipo em terra e escala real, dos sistemas de propulsão que serão instalados futuramente no primeiro Submarino de Propulsão Nuclear da Marinha do Brasil (SN-BR), esta, uma das obras nucleares de maior relevância para o País; e diante à divulgação pelo Ministério de Minas e Energia, da necessidade da instalação, de 55 mil Km em novas Linhas de Transmissão até 2027, a NUCLEP vive hoje um de seus melhores e mais desafiadores momentos. “Temos um dos maiores pisos fabris do nosso Continente. Somos a única empresa nacional, certificada e capacitada a fabricar os equipamentos nucleares mais estratégicos do Brasil. Dessa forma, fomos nós que produzimos diversos equipamentos para Angra 1, 2 e 3. Nossa intenção hoje é instalar os equipamentos de Angra 3

e fabricar os trocadores de calor da Usina”, disse o presidente da NUCLEP, CA (RM1) Carlos Henrique Silva Seixas. Sempre atenta às necessidades da Marinha do Brasil, a NUCLEP construiu os submarinos Classe Tupi, incorporados à nossa frota naval nos anos 90, e recentemente, fabricou os quatro submarinos convencionais Classe Riachuelo. Ao passo que negocia o início da construção da seção de qualificação do SN-BR, a NUCLEP já iniciou a fabricação das estruturas que compõem a seção do Bloco 40 do LABGENE, parte essencial do Programa Nuclear da Marinha do Br Brasil. Sempre em consonância com as necessidades do País, diante da demanda reprimida de 200 mil toneladas em Torres de Transmissão de Energia, a NUCLEP agregou ao seu portfólio, uma Linha de Produção de Torres de Transmissão, com capacidade para fornecimento de até 35 mil toneladas/ano. A empresa ambiciona fabricar ainda, o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB); e tem o objetivo de entrar para o mercado de construção de Torres Eólicas, contribuindo ainda mais para o desenvolvimento do Setor Energético e Sustentável do Brasil.


A Us cum ina ula s d do e A re s ng pa ra ra 2 e as 3

Gerador de Vapor Substituto para Angra 1

re s do r c a al o Tro de C

únIca empresa nacIonal capacItada a fabrIcar os equIpamentos nucleares para as usInas de angra e para o programa de submarInos da marInha, a nuclep dIversIfIca e ganha força no mercado energétIco.

Pioneira no Brasil na fabricação de Blocos Semissubmersíveis para Plataformas de Petróleo.

ia

u ch

oR ra in bm

el

oS

40

Su

Fábrica da NUCLEP

@Nuclebras @nuclep nuclep.gov.br

Torres de Transmissão de Energia

Assinatura com AMAZUL para construção do Bloco 40 do SN-BR


Da SELVA, a tecnologia que nos protege!


53

D E F E N S E

Drones Operacionais Tecnologia de Combate Dispositivos Menos-Letais Veículos Táticos e Industriais Mobilidade e Robótica Urbana Simuladores de Voo e Operacionais Inteligência, Controle de Acesso e Investigação CONSULTORIA TÉCNICA DE AVIAÇÃO E FATOR HUMANO

vISITE-NOS EM:

quartzodefense.com QUARTZOAMAZONIA.COM comercial@quartzodefense.com Tel.: (+55 21) 3081-6414 / 97969-2549 / 98196-5393 R. José de figueiredo, 320 - Un.39 / bARRA DA TIJUCA - rIO DE jANEIRO/RJ


54

NEWSLETTER BID BRASIL HOBECO SUDAMERICANA – BIDBRASIL SISTEMAS METEOROLÓGICOS PARA EMPREGO EM OPERAÇÕES MILITARES DE DEFESA Estação Meteorológica de Superfície Automática (EMS-A) para Pelotões de Fronteira

Para o emprego em aeródromos de baixa densidade de operações (< 10.000 movimentos/ano) em Pelotões de Fronteira, a EMS-A atende ao previsto na ICA 10515/2018, para emprego militar e em aeródromos desprovidos de órgãos ATS. No tocante à composição do subsistema, a EMS-A conta com todos os sensores necessários para a confecção e emissão dos METAR/SPECI AUTO, para a Rede de Meteorologia do DECEA (REDEMET): Anemômetro, Transmissômetro, Sensor de descargas elétricas atmosféricas,

Sensores integrados de tempo presente, Tetômetro, Sensores de temperatura do ar e de umidade relativa, Barômetro e Pluviômetro. A implantação de EMS-A para Aeródromos de Pelotão de Fronteira apoiaria a logística necessária para os órgãos governamentais por meio de informações meteorológicas, aumentando a segurança das operações aéreas, a ampliação dos movimentos aéreos nas localidades, o aprimoramento do monitoramento ambiental e o desenvolvimento de estudos regionais.


55

Vantagens e Benefícios do Equipamento: As necessidades essenciais para a instalação das EMS-A são apenas o serviço de internet ou um link satelital, de forma a permitir o contato da EMS com a REDEMET do DECEA para envio dos METAR/SPECI AUTO e o monitoramento remoto das condições da estação a partir de alguma central de manutenção dos equipamentos. Justifica-se a proposição dessa solução para Aeroportos Militares de Pelotões de Fronteira,

em virtude da Estação Meteorológica de Superfície Automática atender ao dispositivo operacional necessário para operações seguras em aeródromos de baixa frequência de operações e de interesse estratégico para a aviação nacional. No aspecto logístico, a similaridade de sensores com o SISCEAB, para efeitos de preparação técnica de pessoal e integração da manutenção ajuda a simplificar o processo como um todo, facilitando a disponibilidade das estações.

OUTROS BENEFÍCIOS: • Disponibilidade de Informações Meteorológicas dos Aeródromos para a Aviação Civil (Geral e Regional) e Militar de modo a ampliar a segurança operacional dos voos na região necessários ao apoio logístico às diversas localidades. • Disponibilidade de Informações Meteorológicas no Sistema REDEMET do DECEA; • Distribuição das Informações Meteorológicas locais para órgãos de desenvolvimento regional e de Ensino e Pesquisa. • Melhoria dos serviços de informações meteorológicas aeronáuticas para aeronavegantes em voo e nos sistemas do DECEA. • Aprimoramento do monitoramento das áreas florestais regionais por meio de sensores meteorológicos. • Aprimoramento da rede de sensores meteorológicos na região amazônica para usos diversificados para o desenvolvimento regional. • Disponibilização de ferramentas de modelagem meteorológica para órgãos governamentais e não-governamentais.

Para maiores detalhes acesse: (726) Estação Meteorológica de Superfície EMS-A - YouTube Contatos: Eng.: Josemar da Costa Veiga E-mail: josemar@hobeco.net


56 56

A torre John Cockerill® 3105 na viatura LAV700AG da General Dynamics Land Systems Canada é uma plataforma de tiro de 5ª geração de grosso calibre totalmente homologada, em produção e entregue aos seus clientes. A família de veículos LAV é resultado de um desenvolvimento realizado ao longo dos últimos 40 anos cujas características têm correspondido constantemente aos requisitos, cada vez mais rigorosos e em evolução, das forças armadas de todo o mundo. Esta plataforma versátil com capacidade antitanque e de suporte de infantaria oferece aos clientes um desempenho incomparável em mobilidade, proteção e poder de fogo. A sua arquitetura digital de última geração garante desempenho ideal em todos os teatros de operações e sua escalabilidade fornece um grande potencial de crescimento futuro de seus sistemas e subsistemas. Uma das principais características desta plataforma moderna é o seu canhão de 105 mm que utiliza todas as munições de 105 mm da OTAN. A escolha do calibre da arma foi baseada na disponibilidade e versatilidade das variantes da munição 105 mm, que não se encontram disponíveis em outros calibres, como HE, HESH, Fumaça, Canister e, claro, HESH e APFSDS, e um conjunto completo TP além de munições HESH e APFSDS para treinamento. A munição de 105 mm permite uma capacidade combinada de apoio de infantaria e antitanque, como destruição de bunkers, penetração de paredes de concreto para permitir a infiltração de infantaria e engajamento de blindados. Além disso, o LAV700AG permite o engajamento de alvos em alta altitude (42º), o que é especialmente crítico em cenários de operações móveis em terrenos urbanos (MOUT). A arma faz parte da torre John Cockerill® 3105, que é um sistema de armas de última geração. A torre é fornecida com um carregador automático, metralhadora coaxial, sistemas ópticos de alto desempenho, granadas fumígenas, sensores e um conjunto de opções de acordo com os requisitos do cliente. Conforme mencionado, esta plataforma é a única viatura de 8x8 com torre de 105 mm que está em produção e entregue, disponível para aquisição por meio de FMS ou processo de obtenção tradicional.


COCKERILL 3105 ®

Pronta para o Exército Brasileiro - Programa Viatura Blindada de Combate de Cavalaria (VBC Cav)

Qualificada Em produção Entregue

Sua missão é o nosso negócio COCKERILL® CPWS 25-30

COCKERILL® LCTS90

COCKERILL® CSE 90

COCKERILL® 3030 FSV-AT

Sistemas de armas 25-120 mm

COCKERILL® 3030 APC

COCKERILL® 3105

Treinamento e simulação

johncockerill.com/defense

Apoio ao longo da vida

Otimizações inovadoras


58

MOSTRA BID

MOSTRA BID BRASIL EXPÕE OTIMISMO DO SETOR DE DEFESA E SEGURANÇA Espaço privilegiado para fortalecer e ampliar network, evento contribui para retomada do setor

R

ealizada pela ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança), a 6ª Mostra BID Brasil se consolida como a principal vitrine para as empresas da indústria de defesa do Brasil. De 7 a 9 de dezembro deste ano, o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF), será a sede da Mostra dedicada a proporcionar às organizações que compõem a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) do país ambiente favorável para a prospecção de negócios e parcerias, nacionais e internacionais. Além de estreitar relação com potenciais parceiros nacionais, durante os três dias do evento os expositores terão ainda a oportunidade de apresentar suas empresas a adidos militares e embaixadas de diversos países.

A Mostra BIB Brasil deste ano, que conta com a promoção da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) reúne cerca de 70 expositores de produtos de defesa, segurança e tecnologia e conta com 38 apoiadores institucionais. Entre eles, está o Governo Federal, representado pelos Ministérios da Defesa; das Relações Exteriores; de Minas e Energia; da Ciência, Tecnologia e Inovações, e da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública. Também apoiam o evento as Forças Armadas brasileiras e as Forças de Segurança estaduais. A Mostra BID Brasil também será o palco do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares (CNCG), que reúne especialistas e agentes das Forças de Segurança de diversos estados brasileiros.

DESTAQUE NA ECONOMIA Essa participação expressiva de expositores e o amplo apoio institucional revelam a importância da BIDS para o mercado e para o Brasil. Segundo dados oficiais, o setor movimenta, em média anual, US$ 4,5 bilhões em exportações, tendo potencial para crescer pelo menos mais US$ 3 bilhões. A relevância da BIDS se traduz ainda em sua participação de 4% no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. Se acrescentarmos a isso as cadeias produtivas indiretas, o percentual participativo chega perto de 7,5%. Números que se traduzem em divisas, mas também em emprego e renda para os brasileiros, e são viabilizados por meio de mais de 1,1 mil empresas produzindo serviços e artigos de alta tecnologia e com demanda expressiva, tanto para o mercado nacional quanto internacional. Por tudo isso, realizar a Mostra BID neste momento, quando iniciamos a saída dessa desafiadora pandemia, tem um simbolismo ainda maior. E, para a ABIMDE, é uma grande satisfação poder, juntamente com parceiros e patrocinadores, ser parte dessa retomada da BIDS; essa indústria que é um baluarte do Brasil.

PROTOCOLO SANITÁRIO Com o avanço do controle da pandemia de Covid-19, a vida volta ao normal aos poucos, mas medidas sanitárias em prol da segurança ainda são essenciais, especialmente em eventos com grande número de pessoas. Por isso, é importante destacar que a 6ª Mostra BID Brasil seguirá os mais rigorosos protocolos sanitários para a prevenção ao coronavírus. A organização adotou os mesmos padrões utilizados nos principais eventos já realizados no mundo este ano. O objetivo das regras rígidas de protocolo sanitário é proporcionar segurança a todos que passarem pela Mostra, tanto expositores quanto visitantes e pessoal de apoio.


59

EXPOSITORES

EXPOSITORES

Ares Principais linhas de negócios: Estações de Armas, Sistemas Navais, Ópticos e Eletro-Ópticos. www.ares.ind.br

AEL Sistemas Desenvolvimento, fabricação, manutenção e suporte logístico de sistemas com tecnologia avançada para os segmentos Aeronáutico, Espacial, Defesa e Segurança. www.ael.com.br

Avionics Services Atua no mercado de equipamentos aviônicos, está apta a desenvolver, instalar e certificar qualquer projeto de aviônico em aviões e helicópteros. www.avionics.com.br

AEQ Aliança Eletroquimica Ltda Atua nas áreas de defesa, química e aeroespacial, englobando todo o processo de produção de materiais explosivos. www.aeqaeroespacial.com.br

Bae Systems Do Brasil Ltda Desenvolvimento, projeto e fabricação de produtos e sistemas para defesa, setor aeroespacial e segurança. www.baesystems.com

Aeromot Empresa brasileira do ramo da aviação que fornece soluções tecnológicas e diferenciadas para os mais diversos segmentos. https://www.aeromot.com.br

BCA Ballistic Protection Fornece para o mercado automotivo e de segurança soluções no desenvolvimento de proteção balística com baixo peso com tecidos de aramida e Dyneema®. www.bcatextil.com.br

Aerotron Prestação de serviços nas áreas de engenharia mecânica e aeronáutica, incluindo assessoria em especificação, homologação e aquisição de produtos aeronáuticos. www.aerotron.com.br Akaer Soluções tecnológicas integradas, especializada no desenvolvimento de aeroestruturas e gestão de projetos "Turn Key" para os setores aeroespacial e de defesa. www.akaer.com.br ALLTEC Componentes em Materiais Compostos Ltda. Fornecimento de soluções de engenharia, peças em materiais compósitos e moldes para os mercados aeroespacial, de defesa, óleo e gás, industrial, agrícola e hospitalar. www.allteccomposites.com.br Altave Desenvolve e produz soluções inovadoras embarcadas em plataformas mais leves que o ar. www.altave.com.br Amazul Responsável pelos projetos relacionados ao programa nuclear brasileiro, à construção e manutenção de submarinos da Marinha do Brasil. https://www1.mar.mil.br/amazul

Becker Do Brasil Ltda Fornecimento de artigos aviônicos, equipamentos de apoio, serviços de reparo e soluções tecnológicas para a aviação militar e civil. www.beckerdobrasil.com.br Berkana Tecnologia Em Segurança Ltda Fornecimento de equipamentos e soluções para segurança tecnológica de uso corporativo e governamental em segurança pública e defesa. www.berkana.com.br Bluepex Especializada em soluções para a segurança da informação. www.bluepex.com CBC A empresa produz munições, cartuchos, coletes, carabinas de pressão e acessórios, entre outros. www.cbc.com.br CMI Consultoria estratégica nas esferas comercial, logística e de desenvolvimento de negócios e serviços de Representação Comercial no setor de defesa militar brasileiro www.defense.net.br Collins Aerospace soluções tecnológicas avançadas e inteligentes para a indústria aeroespacial e de defesa global www.collinsaerospace.com


60

Condor Tecnologias Não-letais Fabricação de equipamentos Não-Letais para controle de distúrbios e pirotécnicos de alta tecnologia e sinalização militar. www.condornaoletal.com.br

Fundação Ezute Concepção e estruturação de soluções inovadoras, gestão de programas, desenvolvimento de soluções com tecnologia dual, entre outros. www.ezute.org.br

CRISTANINI - do Brasil Sistemas de Descontaminação Atua em descontaminação química, biológica , radiológica e nuclear, nas áreas civil e militar. www.cristanini.it

Gespi Oferece serviços de manutenção, reparo e revisão geral de componentes aeronáuticos (MRO), além de desenvolver projetos e produtos especiais para defesa e segurança. www.gespi.com.br

CSD – Componentes E Sistema De Defesa S.A. Expertise no desenvolvimento, produção e montagem de componentes metálicos, por meio de modernos processos. www.csd.ind.br DC2C - Strategy / Architecture Desenvolvimento de soluções para as indústrias automotiva e de transportes, instituições bancárias, empresas de telecomunicações, do agronegócio e da área de óleo e gás. www.dc2c.com.br Desaer Desenvolvedora do ATL-100, aeronave logística para variado leque de missões. www.desaer.com.br DGS Defence DGS Defence é um estaleiro dedicado à construção de embarcações militares e profissionais. http://www.dgs.ind.br Embraer Defesa & Segurança Projeta, desenvolve, produz e suporta uma ampla gama de soluções para o mercado de defesa e segurança, incluindo aeronaves de treinamento e ataque leve, aeronaves militares, entre outras. http://www.embraerds.com.br Emgepron Ligada ao Ministério da Defesa, atua nos projetos desenvolvidos pela Marinha do Brasil (MB). www.emgepron.mar.mil.br FINEP Empresa pública brasileira de fomento à ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas. www.finep.gov.br

Helibrás Empresa brasileira fabricante de helicópteros e subsidiária da Airbus Helicopters. www.helibras.com.br Hobeco Sudamericacana Ltda Soluções em sistemas de observação hidrometeorológicos e ambientais. www.hobeco.net IACIT Desenvolve produtos e sistemas aplicados ao auxílio, controle e gerenciamento do tráfego aéreo (CNS/ATM) e Marítimo. www.iacit.com.br IAI do Brasil Unidade brasileira da Israel Aerospace Industries, realiza manutenção e conversão de aviões, fabrica veículos aéreos e terrestres não tripulados, radares, comunicações seguras, entre outros. http://www.iaidobrasil.com.br Imbel Vinculada ao Ministério da Defesa, produz fuzis, pistolas, munições, explosivos, entre outros. www.imbel.gov.br Intermetro Soluções em metrologia especializada dedicada à prestação de serviços de calibração, treinamentos, consultoria na área de END e importação e comercialização de equipamentos END. www.intermetro.com.br IS – Indústria da Solução Blindagem elétrica não letal para o setor de defesa e também civil. www.neweabrazil.com Itabond X A gota que cola. www.itabondx.com.br/


61

Iveco Fabricante de veículos pesados, caminhões, ônibus e utilitários leves. http://www.iveco.com/brasil IXBLUE Empresa global de alta tecnologia especializada em design e fabricação de tecnologias autônomas, marítimas e fotônicas avançadas. www.ixblue.com Kotra Agência Coreana de promoção comercial, investimento entre empresas nacionais e estrangeiras e apoio à cooperação em tecnologia industrial, etc. https://www.kotra.or.kr Kryptus Focada em soluções de segurança da informação, desenvolve, integra e implanta soluções de hardware, firmware e software. www.kryptus.com M&K Logistics Assessoria Exportadora e Importadora Ltda. Oferece assessoria logística e legal para exportação e importação. www.meklogistics.com.br MAC JEE Indústria de Defesa Ltda. Expertise em sistemas e soluções para a Indústria de Defesa. www.macjee.com.br Neomilitar Desenvolvimento Tecnologico Ltda desenvolvimento de novos equipamentos nas áreas de defesa, treinamento e Heráldica. www.neomilitar.com.br Nitroquimica - Companhia Nitro Química Brasileira líder global no setor de especialidades químicas à base de nitrocelulose. www.nitroquimica.com.br NSE Group Inventora de soluções globais e produtos de alto valor agregado para os setores de defesa, aeronáutica e outros. www.nse-groupe.com Nuclep Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. Projeto, desenvolvimento, fabricação e comercialização de equipamentos pesados para os setores nuclear, de defesa, óleo e gás, energia e outros. www.nuclep.gov.br

Octans Aircraft Industrial Desenvolvimento design e manufatura de produtos inovadores dentro do mercado aeronáutico, atendendo aos mais altos padrões de segurança e qualidade. www.octansaircraft.com Thales / Omnisys Engenharia Fornece soluções de alta tecnologia, desenvolvimento, fabricação, qualificação e instalação de equipamentos para aplicações nos segmentos civil, espacial e militar. www.omnisys.com.br OPLA Soluções integradas para Distribuidoras de Combustíveis e Produtores e Comercializadores de Etanol. www.oplalogistica.com.br Orbitall Engenharia S.A. Empresa de engenharia com foco no segmento de sistemas e medidas de segurança contra incêndio e pânico. www.orbital.eng.br/ Poly Defensor Atua no segmento de tecnologia não letal. www.polydefensor.com.br Quartzo - Engenharia De Defesa Linhas de atuação: equipamento de visão noturna, aparelho de pontaria, coletes balísticos, consultoria, optrônicos, viaturas blindadas, entre outros. www.quartzoconsultoria.com.br Redtech Security Soluções inteligentes para a área de defesa, segurança militar, governamental, industrial e comercial. www.redtechsecurity.com.br RF COM Soluções que oferece: unidades móveis integradas para broadcast, para defesa e para telecomunicações; abrigos (Shelters), entre outros. www.rf.com.br SAAB Oferece produtos, serviços e soluções avançadas, incluindo a aeronave de caça Gripen NG, sistemas de alerta aéreo antecipado, treinamento e simulação, C4I, etc. http://saab.com/pt/region/brasil


62

Safran Helicopter Engines Indústria E Comércio Do Brasil Ltda Fornecedor de sistemas e equipamentos de alta tecnologia nos mercados aeroespacial e de defesa. www.safrangroup.com Siatt Engenharia, Indústria E Comércio Empresa especializada na integraçaõ de sistemas de alto teor tecnológico, que fornece soluções para demandas dos setores de defesa e aeroespacial. www.siatt.com.br Simtech Representações Ltda Especializada na prestação de serviços de representação comercial, marketing e consultoria a empresas estrangeiras e brasileiras na busca de oportunidades de negócios no mercado brasileiro. www.simtech.com.br Stefanini - Rafael A Stefanini Rafael é uma joint venture entre a multinacional brasileira Stefanini e a israelense Rafael Advanced Defense Systems. A fusão reúne o melhor das duas empresas: a excelência na prestação de serviços e a inovação tecnológica www.stefanini.com Splice Mil Com Soluções para controle de tráfego e desenvolvimento urbano. www.splice.com.br/ T4 Drones Atua nas áreas de consultoria, qualificação profissional, certificação de aeronaves e prestação de serviços. www.t4drones.com Tacom / Inspirar Soluções integradas em mobilidade. www.tacom.com.br Taurus Armas S.A. A Companhia atua nos segmentos de Armas, Capacetes e M.I.M. (Metal Injection Molding). www.taurus.com.br Techss Serviços especializados em testes e análises técnicas para a Base Industrial de Defesa e Segurança Pública. www.techss.com.br Vaya Space Provedora de serviços de propulsão de foguetes híbridos e lançamento orbital. www.vayaspace.com

Vertical Do Ponto Fabrica paraquedas militares produzidos com alta qualidade além de fardos e pacotes, redes de içamento, colete içador, coldres e bolsa de transporte, entre outros. www.verticaldoponto.com.br VMI Desenvolve tecnologias para geração de imagens por meio de raixo-x. www.vmis.com.br XMOBOTS Desenvolve, fabrica e opera sistemas não tripulados aéreos, conhecidos no Brasil como Veículos Aéreos não Tripulados (VANTs). www.xmobots.com.br


A ABIMDE agradece aos expositores, patrocinadores, apoiadores institucionais e parceiros que depositaram sua confiança na Associação para juntos realizarmos a 6ª Mostra BID Brasil, o mais importante evento da Defesa e Segurança do país.


SEJA UM ASSOCIADO (11) 3170-1860 64

Avenida Paulista, nº 575, 12º andar, cj 1211 Bela Vista, São Paulo, SP | CEP 01311-000 ABIMDE@ABIMDE.org.br www.ABIMDE.org.br


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.