Projecto Náutica: Relatório Final

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| Relatório Final Projecto Náutica

Outra área de análise importante é a da gestão das infra-estruturas náuticas, onde se integra a gestão de portos. Em Espanha, a gestão portuária pode ser desenvolvida por organismos públicos ou sociedades privadas, sendo maior o número de portos que dependem das próprias comunidades autónomas. Nas Baleares, Astúrias e Cantábria as autoridades portuárias têm mais peso, gerindo mais de 30% dos portos. No que diz respeito à gestão privada, as percentagens mais altas de portos geridos por sociedades mercantis encontram-se na Catalunha e nas Canárias, chegando a atingir os 40%. No caso da Galiza, apenas estão sob gestão privada 7 portos, o que corresponde a cerca de 30% da rede existente.

Quadro 3.2.7 Gestão de Portos Desportivos por Comunidade Autónoma (2005) Comunidade

Portos

Gestão Pública

Gestão Privada

Baleares

68

61

7

Valência

47

34

13

Catalunha

46

28

18

Andaluzia

37

29

8

Canárias

32

19

13

Galiza

29

22

7

Múrcia

19

15

4

País Basco

18

16

2

Cantábria

13

13

0

Astúrias

12

12

0

Total

321

249

72

Fonte: Departamento de Estudos de Fira Barcelona

Concluindo, percebe-se que a actividade náutica é um sector relevante em Espanha, pese embora as oscilações ocorridas em alguns indicadores apresentados. A relevância do estudo efectuado é a possível comparação de algumas regiões com a realidade portuguesa, especialmente com a da Galiza. Tal qual em Portugal se perspectiva uma maior importância da região do Algarve como destino náutico, pela sua relação com o Mediterrâneo e pelas condições naturais existentes, em Espanha são as regiões mais turísticas, também situadas na área de influência do Mediterrâneo, as que têm maior actividade náutica. A Galiza situa-se numa posição intermédia, abaixo das regiões do Sul e Este espanhol, mas acima de outras regiões da costa Norte, nomeadamente Astúrias e Cantábria. A Galiza possui uma vantagem sobre Portugal que são as rias de Vigo à Corunha e a relação destas com as principais cidades (Vigo, Pontevedra, Corunha). Esta característica natural, associada a factores de índole cultural, nomeadamente a notoriedade turística dos Caminhos de Santiago (e da rota marítima) e da própria cidade de Santiago de Compostela, contribuem para o posicionamento da região como destino náutico. Há ainda questões intrínsecas da própria região, com destaque para a região de O Grove (2.º produtor mundial de mexilhão e com forte procura de passeios de barco de curta duração) ou para locais como as Islas Cies, que acrescem aos factores atrás referidos. Por fim, destacar ainda algumas iniciativas de cariz imobiliário que conjugam a náutica com o sector imobiliário. A Galiza é, pelo exposto, uma região que deve ser estudada como análoga na relação com a realidade espanhola, e que pode ser assumida como parceira no desenvolvimento da náutica, mas que também é concorrente do Norte de Portugal, especialmente do turismo de passagem.

“A relevância do estudo efectuado é a possível comparação de algumas regiões com a realidade portuguesa, especialmente com a da Galiza. Tal qual em Portugal se perspectiva uma maior importância da região do Algarve como destino náutico, pela sua relação com o Mediterrâneo e pelas condições naturais existentes, também em Espanha são as regiões mais turísticas, situadas na área de influência do Mediterrâneo, as que têm maior actividade náutica.”


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