Gestão Ambiental de Centros Náuticos

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Guia para a gestรฃo ambiental de centros nรกuticos INVESTINDO NO NOSSO FUTURO COMUM!


Índice 1 edifícios ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 1.1. Construção, Reabilitação ou Expansão ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 1.2. O isolamento e os materiais ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 1.3. Aquecimento e AQS ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 1.4. Electricidade e Minigeração ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 1.5. Gestão de Resíduos Sólidos ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 1.6. Águas Pluviais ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 1.7. Envolvente natural da base náutica ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 2 ACTIVIDADES ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 2.1 Combustíveis e lubrificantes ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 2.2 Motores ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 2.3 Área de manutenção ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 2.4 Tintas, resinas e solventes ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 2.5 Ancoragem e molhes fixos ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 2.6 Águas residuais ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 2.7 Resíduos perigosos ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 3 COMUNICAÇÃO ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 3.1 Acolhimento de estagiários e colaboradores temporários ❱❱❱❱❱❱❱❱ 3.2 A qualificação dos profissionais da náutica de recreio ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 3.3 Educação e sensibilização de praticantes e visitantes ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 3.4 Organização de eventos e manifestações desportivas ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ 3.5 Exemplos de uma actuação global no Espaço Atlântico ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱ FICHA TÉCNICA ❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱❱

P04 P06 P08 P10 P12 P14 P16 P18 P20 P22 P24 P26 P28 P30 P32 P34 P36 P38 P40 P44 P46 P48 P52


Introdução A necessidade de gerir a faixa costeira de forma integrada e coordenada, conciliando as actividades humanas, a preservação do meio ambiente e a valorização dos recursos marinhos, obriga, numa óptica de desenvolvimento sustentado, a incorporar as bases náuticas nas políticas e estratégias turísticas de desenvolvimento regional, em águas costeiras e interiores. objecto do documento O Guia Técnico pretende, no essencial, ser uma ferramenta à disposição de técnicos e empreendedores de actividades náuticas, para que estes possam ponderar opções técnicas enquadradas na perspectiva de uma gestão eficiente das infra-estruturas náuticas e da prevenção da contaminação. bases náuticas e operações de reparação As bases náuticas devem contribuir implementando medidas que resultem não apenas na diminuição do consumo de matérias primas, energia e água, mas também na redução da contaminação gerada, através da utilização criteriosa das matérias primas, e da reutilização, sempre que tecnicamente viável, dos fluxos de desperdícios gerados, em alternativa à deposição final dos resíduos. formação e sensibilização Além das evidentes vantagens económicas e ambientais das medidas preconizadas, as actividades náuticas são uma verdadeira oportunidade para desenvolver uma consciência ecológica, ensinando a interpretar as dinâmicas marinhas e fluviais. Em virtude do vasto leque de modalidades disponíveis, as actividades náuticas podem atingir uma ampla camada da população, independentemente da idade, sexo ou cultura. legislação No entanto, e apesar de, actualmente, ser consensual o desafio de preservar e proteger o meio ambiente marinho e zonas lacustres, a quantidade e a complexidade dos diplomas legais, regulamentos e programas de acção, que, por vezes, se sobrepõem ou se encontram desajustados à realidade, são um obstáculo “permanente” e uma fonte de desmotivação para os profissionais do sector. trabalho em cooperação De forma a evitar que os vários esforços se tornem demasiado fragmentados e garantir que as diversas iniciativas são consistentes e transversais, urge que actores públicos e privados do sector náutico e turístico trabalhem em sinergia e cooperação, considerando os desafios de quem está activamente envolvido no desenvolvimento da região, do turismo e da gestão do litoral e interior.



1.1. Construção, reabilitação ou expansão 1.2. O isolamento e os materiais 1.3. Aquecimento e AQS 1.4. Electricidade e minigeração 1.5. Gestão de resíduos sólidos 1.6. Águas pluviais 1.7. Envolvente natural da base náutica

EDIFÍCIOS


1.1.

Construção, reabilitação ou expansão As bases náuticas são instalações indispensáveis à prática de actividades náuticas desportivas, recreativas e turísticas. Dada a localização privilegiada destes espaços, limítrofes a águas marinhas ou interiores, é importante respeitar e preservar a dimensão natural da envolvente, com a qual passam a interagir permanentemente. Base Náutica O conceito integra a agregação/concentração de vários serviços destinados às actividades de recreio e desporto náutico e actividade marítimo-turística, designadamente áreas de apoio de terra, estaleiros, parqueamentos a seco, actividades de ensino e lúdico/ desportivas, e afins.

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Serviços potencialmente disponíveis em infra-estruturas de apoio à náutica de recreio

Estacionamento em terra de embarcações

Lavagem e pintura de casco

Estacionamento de embarcações em flutuação

Estacionamento de reboques e atrelados

Grua fixa / Pórtico

Serviços de reboque

Rampa de alagem

Armazéns — Palamenta / Motores

Abastecimento de combustível

Balneários / Instalações sanitárias

Oficinas de reparação / manutenção

Posto de Primeiros Socorros

Remoção e colocação de motores e mastros

Instalação de escolas e clubes náuticos

Bombagem de águas negras

Cafetaria / Snack-bar

Recolha de resíduos

Loja de artigos náuticos

Cais de acostagem

Parque de estacionamento automóvel

Aproveitar os recursos naturais A qualidade da construção está intrinsecamente relacionada com a sensação ou ausência de conforto por parte dos utilizadores. É importante seleccionar criteriosamente os materiais de construção a utilizar e integrar, tanto quanto possível, em fase de projecto, critérios que beneficiem o usufruto dos recursos naturais, tais como, a exposição solar, a orientação das fachadas envidraçadas, os sombreamentos, a iluminação ou a ventilação natural.

Estacionamento de embarcações A expansão da capacidade de armazenamento a seco deve ser privilegiada, por oposição ao aumento do número de lugares de amarração flutuantes. Na área de "hibernagem" é recomendado dar prioridade à estadia de embarcações com pouco uso, prolongando o estado de conservação das embarcações, com evidentes benefícios para o cliente e o meio ambiente.

Área de manutenção A existência de uma zona impermeável e protegida da chuva, definitiva ou temporária, permite dispor de um espaço para a realização de alguns trabalhos de reparação e manutenção, independentemente das condições meteorológicas. Além de rentabilizar o espaço, facilita a recolha dos resíduos perigosos e evita o escoamento ou infiltração de águas pluviais potencialmente contaminadas.

Envolvente natural Os espaços verdes devem prever a utilização de vegetação autóctone, melhor adaptada às condições locais e menos exigente em manutenção. A observação e contemplação da vegetação possibilita a percepção da sequência das estações e de outros ciclos biológicos, bem como o conhecimento da fauna e flora espontânea e cultivada.


1.2.

O isolamento e os materiais Os materiais naturais tendem a ser bem mais complexos do que produtos altamente processados, e quando utilizados correctamente podem melhorar consideravelmente a performance ambiental de uma base náutica. Todavia o preço contínua tradicionalmente a ser o factor decisivo quando comparados materiais com funções similares. É preciso não ignorar que o preço de um material de construção reflete normalmente os custos de produção e transporte, e não os custos com “externalidades”, como sejam os custos sociais ou ambientais.

Uma selecção cuidadosa dos materiais de construção é a forma mais fácil de incorporar os princípios de concepção sustentável em edifícios. Os materiais submetidos a menos etapas de processamento e fabrico, que preservam o usufruto dos recursos naturais e o conforto interior, são um dos pilares da construção sustentável.

Ciclo de vida de um material Uma análise ao ciclo de vida dos materiais de construção, desde a extracção das matérias primas à sua disposição final, proporciona uma melhor compreensão, a longo termo, do custo dos materiais.

O ciclo de vida de um material pode ser organizado em três fases: preconcepção, edificação e pós-construção. A avaliação do impacto ambiental em cada uma das etapas permite uma análise custo-benefício durante a vida útil de um edifício, em vez da simples contabilidade resultante dos custos de construção inicial.

RECICL AGE M

RE U T ILIZ AÇ ÃO

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PL A N E A M E N TO

CO N S T R U Ç ÃO

P ÓS- CO N S T R U Ç ÃO

E x tracç ão

U T I L IZ AÇÃO

D ISP OSI ÇÃO

PR O C E S S A M EN TO

I NS TA L AÇÃO

R EC I C L AG EM

EM B A L A M EN TO

O PER AÇÃO

EM B A L A M EN TO

T R A NSP O R T E

M A N U T EN ÇÃO

T R A NSP O R T E

LI XO


Envidraçados Cerca de 25% a 30% das necessidades de aquecimento resultam de perdas de calor que ocorrem pelas janelas. O isolamento térmico de uma janela depende da qualidade do vidro e do seu caixilho, sendo que os sistemas de vidro duplo reduzem praticamente para metade as perdas de calor face ao vidro normal, para além de diminuírem as correntes de ar, a condensação de água e a formação de gelo. O tipo de moldura é igualmente determinante, destacando-se as caixilharias denominadas com corte térmico, as quais contem material isolante entre a parte interna e externa. †† Instale janelas com vidro duplo e caixilharias com corte térmico. A Madeira A madeira é um material nobre e apresenta uma série de atributos — resistência, dureza e elasticidade — que a qualificam como sendo um produto de excelência na construção actual. Proveniente de recursos naturais e renováveis, é extraída e trabalhada por processos de baixa intensidade energética, o que associado ao seu potencial de reutilização e biodegradabilidade, lhe atribui um estatuto singular num futuro premente de sustentabilidade. †† Aconselha-se a utilização de madeiras locais, extraídas de forma sustentável, com garantias de que o impacte ambiental da sua produção é socialmente aceite. Para este efeito é necessário que a biomassa consumida seja reposta através de programas de reflorestação, replantação ou actividades similares, preservando o ciclo do carbono em equilíbrio. A Cortiça A cortiça é um material que tem acompanhado a Humanidade desde tempos imemoriais e que bem cedo se distinguiu em aplicações ligadas à construção, nomeadamente nos países mediterrânicos. O aglomerado negro de cortiça expandida é um material natural, renovável, biodegradável, com excelentes propriedades isolantes, térmicas e acústicas. A sua aplicação é fácil, prática e traduz-se numa poupança energética a longo prazo, com o custo do investimento a ser amortizado ao longo da vida útil do edifício. †† Caso pretenda construir ou reconstruir invista nos isolamentos de todos os acabamentos exteriores. Além do conforto que os materiais naturais proporcionam, existe uma redução dos consumos energéticos que resulta numa poupança económica. 11


1.3.

Aquecimento e AQS A água quente e o aquecimento constituem tipicamente cerca de 2/3 do consumo energético em edifícios. A integração de fontes de energia renovável pode satisfazer uma fracção significativa das necessidades energéticas de uma base náutica, particularmente para o aquecimento de águas sanitárias e garantia do conforto térmico interior.

Os sistemas para aquecimento de águas sanitárias e de climatização, aquecimento e arrefecimento, devem estar devidamente dimensionados para o controlo das condições ambientais no interior da base náutica e devem apresentar as condições necessárias para um desempenho eficiente. São inúmeros os factores que contribuem para uma utilização racional e eficiente da energia, desde logo, a operação do equipamento e das instalações, as tecnologias utilizadas, o estado estrutural dos edifícios e o comportamento dos ocupantes. Compreender o perfil energético dos utilizadores é da maior importância. A definição concreta de um ponto de partida permitirá estabelecer a prazo os objectivos a alcançar e seguir o caminho mais adequado para a sua concretização. Esta abordagem permite um correto planeamento das acções a desenvolver, evitando esforços e a ineficácia de acções individuais e não coordenadas.

Colectores solares térmicos Estes sistemas permitem poupar até 70% da energia necessária para o aquecimento de água. Os edifícios novos com condições de exposição solar adequada são obrigados a instalar colectores solares para a produção de água quente, sempre que tecnicamente viável. Os sistemas com acumulação de água quente são mais eficientes que os sistemas de produção instantânea.

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A biomassa é uma excelente opção para combinar com a energia solar térmica na produção de água quente e aquecimento. Adicionalmente, a biomassa é um recurso mais económico e ecológico que os combustíveis convencionais, permitindo ainda gerar emprego nas zonas rurais, prevenir incêndios e manter os ecossistemas em equilíbrio.

Bomba de calor geotérmica Esta tecnologia prima pela elevada eficiência, comprovada por um coeficiente de performance (COP) entre 3—6, e embora inicialmente mais dispendiosa que outros sistemas convencionais, apresenta menores custos de operação e manutenção, que proporcionam poupanças anuais entre 30% e os 60%. †† É importante que os acumuladores e as tubagens de distribuição de água quente estejam bem isolados, a não ser que transfiram calor útil para o conforto ambiente.

Biocombustíveis sólidos A evolução tecnológica dos equipamentos a biomassa permitiu que estes atingissem rendimentos equivalentes aos sistemas convencionais a energias fósseis. Por outro lado, o aparecimento de combustíveis derivados da biomassa (ex. pellets, briquetes, estilhas), com maior poder calorífico, contribuiu também para o incremento da qualidade e rentabilidade deste tipo de soluções, cujas aplicações térmicas, se dividem essencialmente na produção de calor e águas quentes sanitárias. †† Não espere que os aparelhos se degradem. Uma manutenção regular da caldeira poupar-lhe-á até 15% em energia. A temperatura de conforto no Inverno A temperatura a que se programa o aquecimento/arrefecimento condiciona o consumo de energia do próprio sistema. Cada grau de temperatura que aumentar, implica um acréscimo do consumo de energia em aproximadamente 7%. Ainda que a sensação de conforto seja subjectiva, pode assumir que uma temperatura entre os 19ºC e os 21ºC é suficiente para a maioria das pessoas se sentir confortável. †† As válvulas termostáticas em radiadores e os termóstatos programáveis são soluções práticas, fáceis de instalar e podem amortizar rapidamente o investimento realizado através de importantes poupanças de energia (entre 8% e 13%).

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1.4.

Electricidade e minigeração A monitorização dos consumos de electricidade por sector permite racionalizar a sua utilização e avaliar a contratação de um tarifário mais favorável. Investir num sistema de minigeração e apostar na sensibilização de técnicos e utilizadores, fecha um ciclo estratégico rumo à eficiência energética na base náutica.

Os principais consumos de electricidade numa base náutica provém da iluminação, equipamentos e instalações:

Iluminação exterior: Em acessos, zonas de estacionamento, jardim, ancoradouro, cais, molhes, etc.

O consumo de energia: Pontos ou tomadas de electricidade disponíveis para os utilizadores de embarcações no cais.

Iluminação interior: Edifício e infra-estruturas, escritórios, cafés, restaurantes e suas dependências, salas, corredores, escadas, casas de banho, etc.

O consumo de energia nas dependências em terra: Pela existência de equipamento de climatização a frio, câmaras frigoríficas, equipamentos de restauração, computadores em escritórios, etc., a electricidade consumida nas instalações em terra pode incluir escritórios, refeitório, etc. No caso de adquirir novos equipamentos (gruas, frigoríficos, equipamentos de reparação em doca seca, compressores, refrigeração/ar condicionado, etc.) ou expandir/modificar as instalações, deverá sempre ter em conta a eficiência e o consumo de electricidade associado aos novos equipamentos, e garantir que a instalação minimiza o desperdício de energia.

O consumo de energia na manutenção ou reparação No caso de dispôr de docas, oficinas ou outras instalações de manutenção, irá utilizar diversos equipamentos e ferramentas com diferentes potências de consumo, como compressores, ferramentas eléctricas, gruas, carregadores de bateria, etc.

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tarifas flexíveis Actualmente os fornecedores de energia eléctrica disponibilizam tarifas que diferenciam os consumos mediante as horas do dia — tarifas bi-horárias ou tri-horárias. Neste modelo existem as chamadas horas do vazio — normalmente horários nocturnos e fins de semana — onde a electricidade é facturada a quase 50% do seu valor, sendo o preço nas horas normais igual ao da tarifa simples. †† É importante conhecer o perfil de consumos das instalações de forma a adoptar a tarifa mais vantajosa, uma vez que os custos da disponibilidade de serviço variam para a mesma potência contratada. Etiquetagem de equipamentos A etiqueta energética fornece informação sobre a eficiência dos equipamentos, o consumo de energia, o rendimento, a capacidade, o ruído, entre outras. Existem 7 classes de eficiência, sendo a classe A a mais eficiente, e a classe G a menos eficiente. Nos equipamentos de frio, existem ainda duas classes suplementares (A++ e A+), correspondentes a um nível de eficiência energética mais elevado. †† A etiqueta energética é uma ferramenta útil que permite comparar equipamentos semelhantes, auxiliando na selecção dos equipamentos mais eficientes. Minigeração O regime da Miniprodução ou Minigeração de energia permite a instalação de unidades de potência até 250 kW para produção e venda de energia à rede pública. Está previsto para instalações com um consumo efectivo de energia eléctrica, permitindo a produção descentralizada de tecnologia solar fotovoltaica, eólica entre outras, para venda à rede, com vista à redução da factura energética e aumento da sustentabilidade e competitividade. †† Para garantir que as entidades que instalam sistemas de miniprodução são energeticamente eficientes enquanto consumidores de energia, estas estão sujeitas a auditorias energéticas e à implementação de medidas de eficiência energética. 15


1.5.

Gestão de resíduos sólidos A correcta gestão dos resíduos urbanos, tanto no mar como em terra, é fundamental para a redução dos macrodetritos. Uma abordagem ousada permite considerar cada resíduo, não apenas como uma fonte de poluição a reduzir, mas especialmente como um potencial recurso a explorar. A gestão dos resíduos sólidos é actualmente composta por um conjunto de operações ou processos integrados, que compreendem a redução da produção na fonte, a reutilização e a reciclagem de resíduos, ou caso não seja viável, na transformação dos resíduos (através de incineração energética e compostagem) ou deposição em aterros (energéticos e de resíduos). Em praticamente todas as dependências são produzidos resíduos. As instalações devem portanto prever a existência de contentores selectivos para a recolha de resíduos recicláveis, como garrafas, latas, papel, plástico, material orgânico, etc; em número e volume adequados ao normal funcionamento das actividades. É importante não descurar a existência de receptáculos funcionais e esteticamente agradáveis, localizados em zonas estratégicas e devidamente sinalizados.

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GUIA PARA A GESTÃO AMBIENTAL DE CENTROS NÁUTICOS

RECOMENDAÇÕES †† Exibir um painel informativo, em local apropriado, com indicação do tempo de vida que os resíduos persistem no meio ambiente, consciencializando visitantes e praticantes sobre as consequências de um encaminhamento indevido dos seus resíduos. †† A reciclagem selectiva de resíduos apresenta vantagens do ponto de vista ambiental, pois reduz a acumulação progressiva de resíduos. No plano económico contribui para o uso mais racional dos recursos naturais através da reposição daqueles recursos que são passíveis de reaproveitamento, enquanto no âmbito social proporciona melhor qualidade de vida às pessoas e providencia postos de trabalho e rendimento aos profissionais do sector.

Tempo de decomposição dos materiais 2 a 4 semanas

menos de 1 ano

1 ano

1 a 4 anos

2 a 5 anos

100 anos

200 a 400 anos

450 anos

A REGRA DOS TRÊS R’S REDUZIR, REUTILIZAR, RECICLAR

HIERARQUIA DOS RESÍDUOS

REDUZIR A redução pode ser aplicada à quantidade de resíduos produzidos e à diminuição da toxicidade dos materiais gerados. Uma das formas é aumentar o tempo de vida útil dos materiais. REUTILIZAR Consiste em aproveitar todo o potencial que os materiais nos podem oferecer, ou, no caso em que tal não seja possível, devolvê-los ao circuito comercial. RECICLAR Consiste em colocar os materiais recicláveis nos respectivos ecopontos para que depois de tratamento adequado, possam ser novamente incorporados no processo de fabrico. Deste modo, consegue-se não só evitar a deterioração do meio ambiente, como uma poupança significativa de matérias-primas e energia. 17


1.6.

Águas pluviais A água é um recurso limitado. Segundo a ONU , dentro de 20 anos, cerca de 2/3 da população mundial deve enfrentar escassez de água. A instalação de um sistema para a captação e armazenamento de águas pluviais, permite reutilizar o recurso para outros fins, reduzindo a fatura mensal.

Os sistemas de drenagem de águas pluviais são constituídos por um conjunto de redes de colectores e órgãos acessórios, que asseguram o transporte dos caudais pluviais afluentes, desde os dispositivos de intercepção a um reservatório de água, natural ou construído. O correto funcionamento dos colectores duma rede de drenagem depende do adequado dimensionamento dos dispositivos de captação. Estes dispositivos devem ser concebidos e localizados de modo a que o sistema de drenagem seja o mais económico possível, salvaguardando-se, no entanto, o cumprimento dos critérios estabelecidos para o escoamento superficial. De forma a reduzir os caudais de ponta pluviais deve ser respeitada a integração de áreas permeáveis em zonas impermeáveis, através de soluções de descontinuidade. A interdependência entre os caudais pluviais, a bacia drenante e o tipo de ocupação do solo, aconselha a conceber as infra-estruturas de drenagem na fase inicial do planeamento urbanístico.

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GUIA PARA A GESTÃO AMBIENTAL DE CENTROS NÁUTICOS

Monitorização dos consumos de água É importante dispôr de contadores que monitorizem o consumo individual das principais dependências da base náutica. Desde logo, é conveniente diferenciar o consumo parcial de: 1. Entrada de água para os pontões ou por ponto de amarração; 2. Área de manutenção ou zona para lavagem de embarcações; 3. Escritórios e balneários; 4. Comércio, se existente, bar, restaurante, loja; 5. Dependendo da dimensão, rega de áreas ajardinadas. †† Para tornar evidente qualquer esforço no sentido de utilizar a água de forma eficiente, deve manter registos actualizados sobre o consumo nas instalações náuticas. Aproveitamento de Águas Pluviais Actualmente é possível poupar uma quantidade significativa de água potável, previamente tratada e com custos acrescidos, instalando um sistema de aproveitamento de águas pluviais. É apenas necessário realizar o dimensionamento do reservatório que receberá as águas pluviais da cobertura do(s) edifício(s), em função da área, exposição de captação e das necessidades diárias. †† A água é armazenada para uso posterior, tal como a lavagem de viaturas, embarcações ou irrigação de zonas verdes. Reutilização das águas de lavagem A optimização no consumo de água pode passar pela reutilização das águas de lavagem através da sua regeneração por meios físicos. O tratamento pode passar por uma simples operação de remoção de sólidos mediante um sistema de crivagem, ou pela utilização de um sistema compacto que permita decantar e filtrar sólidos, óleos e gorduras.

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1.7.

Envolvente natural da base náutica As barreiras de vegetação entre as áreas impermeáveis e o plano de água, marinho ou interior, permitem filtrar e reduzir o fluxo de águas superficiais, estabilizar os leitos e linhas de costa, diversificar a beleza natural do local e oferecer novos refúgios para a avifauna.

Como tal, a selecção, plantação e manutenção de árvores, arbustos e herbáceas são tarefas que exigem um planeamento cuidado e criterioso, de forma a permitir que cada espaço cumpra com o objectivo para o qual foi pensado. As espécies autóctones estão mais adaptadas às condições de solo e clima do local, sendo mais resistentes a pragas, doenças e a períodos longos de seca e chuvas intensas, em comparação com as espécies não nativas ou introduzidas.

Benefícios da Envolvente Natural A M BIE N TA IS

SOCI A IS

ECO N Ó M ICOS

Conforto ambiental e qualidade do ar

Gera condições para o relaxamento e bem estar-humano

Valoriza economicamente o edifício

Conservação do solo e da água Atenuação de ruído Incremento da biodiversidade

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Favorece contacto interpessoal e coesão social Reforça a identidade e o significado do local

A atractividade aumenta o potencial comercial


DESENVOLVIMENTO DA VEGETAÇÃO Na escolha de espécies e do local de plantação, deve atender-se ao desenvolvimento que a vegetação pode registar, quer em termos aéreos quer radiculares, evitando-se as situações em que a vegetação possa entrar em conflito com as estruturas na sua envolvente (no subsolo — ex. infra-estruturas ou fundações, no exterior — ex. cabos de telecomunicações ou electricidade, edifícios, etc.). OBJECTIVOS FUNCIONAIS, ESTÉTICOS E DIDÁCTICOS A selecção da flora e vegetação depende da satisfação de objectivos directamente relacionados com as várias funcionalidades do espaço. Podem identificar-se diferentes tipos de objectivos tais como: †† objectivos funcionais — proteger dos raios solares, reduzir a temperatura ambiental no verão, filtrar a luz, aumentar a humidade; †† objectivos estéticos — contemplação e usufruto da diversidade de formas, volumes e cor das copas e folhagens, ao longo do dia, das estações do ano e da vida de cada espécie, bem como das silhuetas proporcionadas pelas ramagens despidas das arvores caducifolias durante o inverno ou a exuberância e fragrância de folhas, flores e frutos; †† objectivos didácticos — os que garantem o contacto quotidiano dos cidadãos, em particular das crianças, com a natureza, a fauna e flora e principalmente com as árvores.

VEGETAÇÃO AUTÓCTONE Um desenho sustentável deve privilegiar a utilização de vegetação autóctone, melhor adaptada às condições ecológicas e menos exigente em manutenção. As plantas com maiores exigências de manutenção (rega, poda, fertilização, cortes, tratamentos fitossanitários), devem ser agrupadas em áreas onde se maximize o seu benefício, nomeadamente em áreas onde é necessária uma elevada capacidade de carga. Exemplares harmoniosos, bem conformados e sem mutilações fazem sobressair o porte e as características de cada espécie, enobrecem os espaços verdes e o ambiente urbano e desempenham um papel didáctico estabelecendo e fomentando a relação entre o Homem, os seres vivos e a paisagem natural. ESPÉCIES A EVITAR Espécies arbóreas e arbustivas com inconvenientes do ponto de vista da saúde pública ou do usufruto, apesar do seu interesse ornamental, não devem ser aplicadas em zonas de lazer com elevada presença de crianças, jovens e pessoas da terceira idade. Estão neste caso, os teixos (Taxus spp.) e os loendros (Nerium oleander) com folhas e frutos venenosos, as amoreiras (Morus spp.) e as ginkgo (Ginkgo biloba) com frutos que mancham, as oliveiras (Olea europaea), azinheiras (Quercus rotundifolia) e choupos (Populus nigra), cuja floração e sementes são responsáveis por reacções alérgicas.

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2.1. Combustíveis e lubrificantes 2.2. Motores 2.3. Área de manutenção 2.4. Tintas, resinas e solventes 2.5. Ancoragem e molhes fixos 2.6. Águas residuais 2.7. Resíduos perigosos

ACTIVIDADES


2.1.

Combustíveis e lubrificantes Os produtos derivados de petróleo, como a gasolina, o gasóleo e os óleos de motor, são extremamente prejudiciais à qualidade de águas superficiais e podem ser fatais para a vida aquática. Basta imaginar que uma gota de óleo é suficiente para contaminar cerca de 600l de água!!

O serviço de abastecimento de combustíveis é um dos locais mais controversos no interior das instalações de uma base náutica, pelo facto de constituir um potencial foco de contaminação por hidrocarbonetos. No entanto, o perigo não se resume às operações de fornecimento de combustível, podendo também resultar de operações, como a manutenção de motores, a remoção de água das cavernas, a limpeza de reservatórios de óleo, entre outros. Apesar de o ecossistema local se encontrar afectado, em maior ou menor medida, devido à ocupação de um espaço natural e às reduzidas condições de regeneração (renovação de água condicionada), um derrame de hidrocarbonetos pode provocar efeitos extremamente negativos sobre a fauna marinha e a vida bentônica em contacto com o substrato. Os hidrocarbonetos expandem-se rapidamente devido à existência de uma diferença significativa na densidade entre os dois líquidos, ocupando extensas áreas na lâmina de água. Embora, aparentemente, combustíveis e lubrificantes permaneçam à superfície, também precipitam no fundo, evaporam para o ar ambiente e permanecem suspensos na coluna de água, o que dificulta notavelmente a sua remoção. A fina camada que separa o ecossistema marinho da atmosfera é suficiente para impedir a interacção entre a fauna e a flora, quebrando assim o ciclo natural da vida marinha. Os compostos de produtos petrolíferos são tóxicos para plantas e animais, dentro e próximo da água. A vegetação em terra pode ser afectada pelos poluentes absorvidos pelos seus sistemas radiculares e os predadores da vida aquática estão também em perigo, uma vez que consomem vegetais e organismos.

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Águas das cavernas SIGOU — Sistema Integrado Um sistema de bombagem, fixo ou móvel, perde Gestão de Óleos Usados A Sogilub, entidade gestora do SIGOU — Sistema mite transferir os produtos oleosos para um Integrado de Gestão de Óleos Usados, assegura sistema de separação de hidrocarbonetos ou através de um grupo de empresas licenciadas, tanques volantes, que posteriormente são a recolha e tratamento de óleos usados a nível transportados por empresas licenciadas no nacional — regeneração, reciclagem e valori- tratamento de produtos oleosos. A aspiração em local seguro de águas das cavernas previne zação energética. †† Para solicitar a recolha de óleos usados, a descarga de águas oleosas borda fora. contacte o operador de gestão de óleos usados †† Informar sobre a localização e horário de responsável pela área onde se situam as insta- serviço para a aspiração de águas de cavernas, distribuição mais próxima de material absorlações da sua empresa. vente e respectivos locais de recolha. Transferência de combustível Lubrificantes biodegradáveis Os lubrificantes biodegradáveis, produzidos Limitar a transferência de combustível através a partir de óleos vegetais e gorduras animais, recipientes ou reservatórios portáteis e exigir a combinados com aditivos especiais, assegu- utilização de um funil durante os procedimenram a sua decomposição natural em caso de tos de transferência. Afixar sinalética informaderrame, persistindo menos tempo no meio tiva sobre boas práticas no local de abasteciaquático e mantendo um elevado índice de mento. desempenho nos equipamentos onde são uti- †† Disponibilizar material absorvente na zona de abastecimento. Os materiais absorventes lizados. †† Forneça um serviço profissional e seguro de que contenham vestígios de gasolina ou derivados devem ser tratados como materiais mudança de óleo aos seus clientes perigosos.

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2.2.

Os motores O ruído e os odores libertados pelos motores de combustão interna levam os consumidores a focar a atenção em novos sistemas de propulsão, mais económicos e amigos do ambiente. Independentemente da solução, a manutenção do motor em bom estado de conservação deve ser uma prioridade, pois permite reduzir o consumo de combustível e mitigar as consequências de eventuais derrames ou fugas de óleo. Os pequenos motores, particularmente motores convencionais a dois tempos, utilizados em aplicações fora de borda ou motos de água têm emissões relativamente altas para a dimensão e tipo de utilização. Estes pequenos motores têm como grande desvantagem o facto de emitirem gases poluentes (COV's, NOx, CO) e tóxicos, como o benzeno, contribuindo para a formação de ozono, somado a algum desconforto sonoro. Entre os motores a gasolina (fora de borda, mistos e interiores), existem três tipos distintos de entrada do combustível: injecção directa, injecção electrónica e carburador. Os carburadores de dois tempos e os motores com pré-câmara de injecção de combustível são, em geral, mais poluentes do que os outros três tipos. Isto é devido à sua incapacidade para separar completamente os gases de admissão dos gases de escape, resultando em perdas de até 30% de combustível consumido não queimado, mais a necessidade de adicionar óleo ao combustível para lubrificar o motor. No entanto, um carburador a dois tempos é mais leve que um motor a quatro tempos com a mesma potência, o que os torna mais atractivos para pequenas embarcações de recreio. Normalmente têm menos componentes, são mais económicos e tem menores custos de manutenção quando comparados com os motores a quatro tempos.

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Manutenção dos motores É importante a acção da base náutica, quer disponibilizando serviços profissionais de manutenção e mudança de óleos e filtros, armazenando e encaminhando correctamente os resíduos perigosos, quer tentando informar os clientes sobre as boas práticas de manutenção, afixando ou distribuindo informação sobre procedimentos exemplares e assinalando os locais previstos para a deposição de resíduos. †† A melhor regra para realizar as operações de manutenção de motores é seguir escrupulosamente as indicações do construtor, contidas no manual de operações. Barco de propulsão eléctrico — um investimento sustentável! O que era considerada uma desvantagem dos motores eléctricos no passado, o armazenamento de energia, é actualmente uma vantagem, uma vez que a energia eléctrica pode ser produzida a partir de diferentes fontes, inclusive renováveis, o que permite facilmente adaptar o sistema para as mais recentes tecnologias, como painéis solares, baterias de lítio ou geradores mais eficientes. †† Os motores eléctricos são altamente eficientes, leves, limpos, seguros e praticamente isentos de manutenção. Motores a GPL A reconversão de motores a gasóleo para GPL contribui para uma redução significativa de emissões de escape, de motores térmicos, pelo facto de o GPL ter somente como produtos directos de combustão o dióxido de carbono (CO2) e água (H2O), ambos no estado gasoso.


2.3.

A área de manutenção As operações de limpeza, reparação e manutenção, devem ser efectuadas em áreas técnicas designadas para o efeito, evitando o escoamento de resíduos perigosos e produtos tóxicos para o ambiente circundante. Geralmente os sistemas de tratamento da água colectada na área de manutenção utilizam, pelo menos, uma decantação primária para reter os resíduos de tinta e metais pesados, e um separador de hidrocarbonetos para remoção de óleos e resíduos de combustível. Em função do tratamento desejado ou necessário, poderá ainda sofrer uma decantação secundária, para recolha de areia e partículas mais finas, e passar por um reactor biológico, filtrando e depurando hidrocarbonetos e detergentes. O bom funcionamento de uma área de manutenção requer, acima de tudo, a formação adequada dos funcionários da base náutica e a consciência dos utilizadores. O Regulamento da base náutica deve definir com precisão as regras para a ocupação destes espaços, incluindo as áreas reservadas a operações com produtos tóxicos e perigosos, os tipos de actividades permitidas e proíbidas, e respectivas regras de segurança.

Área com sargeta periférica

Área em ponta de diamante

Critérios de localização †† qualidade do solo (estudo geotécnico); †† facilidade de acesso e possíveis constrangimentos de barcos de recreio; †† eventual restrição para fornecimento de água e electricidade; †† exposição aos ventos predominantes que intervém no transporte aéreo de poluentes.

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GUIA PARA A GESTÃO AMBIENTAL DE CENTROS NÁUTICOS

RECOMENDAÇÕES †† Designar uma área especifica para realizar determinadas operações de reparação e manutenção, como decapagem abrasiva, lavagem sob pressão, raspagem, polimento ou pintura do casco, entre outras; †† A área de manutenção deve situar-se sobre superfície rígida e impermeável, permitindo dirigir as águas de lavagem para tratamento adequado ou rede de saneamento pública; †† Utilizar preferencialmente detergentes biodegradáveis. Em determinadas ocasiões é apenas necessário aplicar jacto de água com pressão para remover a sujidade incrustada, outras haverá em que a primeira limpeza deverá ser efectuada a seco, raspando; †† Usar máquinas de lixar a vácuo com retenção de poeiras. Exigir a sua utilização na área de manutenção e disponibilizar equipamento, mediante aluguer, a velejadores e profissionais sub-contratados; †† Recolher diariamente os resíduos produzidos na área de manutenção, tais como restos de lubrificantes e combustíveis, partículas de tinta, fibra de vidro, resinas, e descartando-os convenientemente.

Tratamento base de retenção Unidade de carvão activo

Unidade de ultrafiltração

Laje impermeabilizada com declive em direcção às sargetas Grelha periféricas amovível

Filtro coalescente

Filtro oleófilo

Separador de lamas Decantador lamelar Separador de hidrocarbonetos

Poço de bombagem

Rejeição ao meio natural ou a uma rede de saneamento

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2.4.

Tintas, resinas e solventes As tintas e os revestimentos tem uma tripla função: contribuir para prolongar o tempo de vida útil das embarcações, reduzir o consumo de combustível e participar na decoração. Entre aspectos técnicos e estéticos, as pinturas e os revestimentos são elementos essenciais de um barco. As superfícies imersas das embarcações são rapidamente colonizadas por organismos vivos. Esta acumulação de microrganismos (bactérias, larvas, esporos…), de macro-algas, de moluscos ou crustáceos depende da qualidade das águas navegadas, da época do ano e tempo de permanência no porto de recreio. Há mais de 4000 espécies envolvidas na colonização das partes submersas dos cascos de embarcações. As consequências da acumulação de incrustações, vegetais ou animais, nas partes submersas são numerosas: kk A rápida deterioração de materiais, incluindo o casco (corrosão); kk Embarcações mais pesadas; kk Redução da dirigibilidade e estabilidade; kk Redução no desempenho e velocidade; kk Maior consumo de combustível; kk Impacto sobre os ecossistemas com a introdução de espécies invasoras. A escolha apropriada do sistema de pintura a aplicar nas embarcações é um factor essencial na construção e na reparação de embarcações, uma vez que a corrosão e a deteorização associadas ao ambiente marinho têm efeitos determinantes sobre o tempo de vida das embarcações.

As características da tinta a aplicar depende do meio ao qual ela vai estar exposta, podendo variar de tintas à base de água até tintas epóxi de elevado desempenho. Além das condições de exposição, outros dos factores influenciam a escolha do sistema de pintura: o grau de agressão ao meio ambiente, o tempo de secagem, o equipamento e o procedimento de aplicação da tinta. Regra geral existem 6 áreas distintas da embarcação que necessitam de uma protecção à base de tinta: †† Subaquática (casco); †† Linha de água; †† Estruturas exteriores acima do nível da água; †† Interior da embarcação e tanques; †† Hélice e ancora. A tinta tipicamente utilizada nas embarcações é uma tinta anticorrosiva e antivegetativa. A antivegetativa é utilizada para prevenir que os organismos marinhos (fauna e flora) se agarrem aos cascos, através da libertação de pequenas quantidades de toxinas que inibem o crescimento da vida marinha. As tintas anticorrosivas são à base de vinil, laca, uretano, ou mais recentemente à base de sistemas epóxi.

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Os novos biocidas Estão a ser desenvolvidos novos biocidas, que perdem a toxicidade na água após algumas horas mas mantêm uma elevada eficácia de neutralização na camada de tinta. Silicones O método baseia-se na tecnologia de elastómero de silicone e funciona através da obtenção de uma superfície lisa e elástica na qual os organismos têm grande dificuldade em aderir, (sem a adição de biocidas ou compostos activos). No entanto, este revestimento tem uma baixa resistência à abrasão pelo que a sua limpeza deve ser realizada com precaução. Tintas de base aquosa Em pinturas de protecção (anti-incrustantes) ou decorativas, as tintas de base aquosa são preferíveis às de base solvente, devido ao nível significativamente inferior de compostos orgânicos voláteis na sua composição. Bioresinas O eco epóxi é elaborado a partir de óleo de linhaça e produtos alimentares. O endurecedor não contém COV ou bisfenol. A resina, excelente para a laminação, é feita com 96% de produtos naturais e renováveis e curas entre 5 e 15 minutos com a luz UV. O tributilestanho (TBT) foi o biocida mais utilizado no universo marinho mas a degradação das suas moléculas e metabólitos foram considerados poluentes, pelo que a sua utilização se encontra proibida.

RECOMENDAÇÕES †† Proibir as pinturas por pulverização perto da linha de água; †† Mantenha-se informado sobre os produtos anti-incrustantes, como Teflon, silicone, poliuretano, e a cera. Passar as informações para seus clientes; †† Usar preferencialmente pincéis e rolos em detrimento da pintura por pulverização; †† Garantir a formação do pessoal que opera o equipamento de pintura por pulverização; †† Formar pessoal para operar o equipamento de pulverização de pintura a fim de limitar o excesso de pulverização e reduzir a quantidade de tinta por trabalho; †† Misturar tintas, solventes e resinas apenas em áreas interiores ou cobertas, designadas para o efeito; †† Seleccionar as anti-incrustrantes adequadas às necessidades, com baixos níveis de biocidas e cobre.


2.5.

Ancoragem e molhes fixos Os locais mais belos da costa e zonas insulares são uma atracção para a maioria dos velejadores. No entanto, as consequências de uma elevada concentração de embarcações pode constituir um enorme revés em certos ecossistemas locais. Os prejuízos podem surgir em áreas onde o leito suporta espécies ou habitats sensíveis. Uma âncora, quando arrastada por todo o leito do mar, perturba as camadas superiores de sedimento e causa a suspensão localizada de partículas. O arraste também pode causar danos aos habitats e espécies existentes no fundo do mar, cortando plantas ou perturbando crustáceos e bivalves. O grau de perturbação da ancoragem depende sobretudo da frequência, magnitude e localização das actividades, do tipo de sedimentos e das comunidades bentônicas locais. Obviamente, uma ancoragem isolada não tem um impacto irreversível sobre os fundos, é a multiplicação no mesmo local ou durante tempo prolongado que provoca danos permanentes. A gestão activa de ancoradouros e a colocação de bóias de amarração fixas em locais estratégicos, pode desempenhar um papel relevante na limitação da capacidade para barcos de recreio numa determinada área, impondo uma ancoragem apropriada e garantindo vitalidade dos fundos marinhos. A ancoragem desordenada — âncoras, fateixas, cabos e correntes de amarração a roçar nos fundos — arranca a vegetação marinha e provoca a destruição das comunidades que crescem em rochas e recifes.

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MarineFloor É um sistema de cubos modulares em polietileno de alta densidade, leves mas de elevadíssima resistência, que servem de estacionamento ou atracação de embarcações a seco ou na água. Modificações na configuração ou na localização do sistema são de fácil execução dando ao sistema a possibilidade de utilizações e aplicações ilimitadas. O sistema Marinefloor pode ser utilizado em água salgada ou doce e pode ser mantido na água durante o inverno, pois encontra-se preparado para sobreviver a estados do mar com agitação marítima. Amarração por bóias A amarração local e permanente permite os velejadores fixarem a sua posição sem deixar cair a âncora. Uma medida eficaz inclui a instalação de pontos de amarração adequados ao fundo marinho local, obrigando as embarcações a estacionar utilizando o dispositivo de amarração. †† Em áreas sensíveis usar bóias de amarração para visitantes.

RECOMENDAÇÕES †† Ao ancorar em fundo de lama ou lodo, manter um pouco de resistência no cabo quando a ancora tocar no chão, de forma a cravar na posição correcta; †† Evitar agitar o fundo indevidamente ou perturbar a vegetação e vida selvagem; †† Ao fundear ou atracar manter o ruído no mínimo e escolher criteriosamente o local de atracagem; †† Ao deixar a zona de ancoragem, lavar a âncora e a corrente; †† Evitar a propagação de espécies aquáticas invasoras.

Biomares, um projecto LIFE para recuperação e gestão da biodiversidade marinha A iniciativa Biomares decorre no Parque natural da Arrábida e alerta para a necessidade de preservarmos as pradarias de ervas marinhas. Uma das intervenções mais importantes é a renovação dos recursos marinhos, por transplante de plantas colhidas em locais dadores — o Estuário do Sado, o Rio Mira e a Ria Formosa; assim como instalação de amarrações e de uma doca flutuante para um acesso seguro das embarcações, que não prejudica a vida marinha no Parque Marinho Professor Luiz Saldanha. 33


2.6.

Águas residuais A descarga directa de águas residuais em ambientes costeiros, provenientes de sanitários portáteis ou tanques de retenção das embarcações, contribui para a degradação da qualidade da água e introduz agentes patogénicos que constituem um perigo para a saúde pública e vida subaquática. Esta situação é especialmente grave quando as embarcações ancoradas servem de residência aos seus proprietários. A população flutuante encontra-se normalmente em águas protegidas, onde a renovação da água é limitada por uma série de constrangimentos hidrodinâmicos, que agravam o tempo de permanência das substâncias poluentes em meio aquático. A contaminação por descarga directa de águas residuais é orgânica, bacteriana e visual. As instalações náuticas com capacidade de estacionamento para embarcações, devem prever a neces-

sidade de disponibilizar um serviço de bombagem para o correto encaminhamento ou tratamento de águas residuais, sejam dispositivos conectados à rede de saneamento municipal ou, na sua ausência, a dispositivos de tratamento que cumpram as normas regulamentares vigentes. O equipamento para a transfega de águas residuais e cinzentas pode ser constituído por uma estação de bombagem fixa, uma instalação de bombagem móvel ou uma carrinha equipada para remoção e transporte de lamas.

BOMBA MÓVEL

BOMBA FIXA

CRITÉRIOS DE ESCOLHA

kk Número de embarcações residentes, de porte, que não se podem mover; kk Custo demasiado elevado para ligação à rede de saneamento.

kk Numerosas escalas; kk Acesso difícil à bomba móvel (pontões pouco saudáveis).

CONSTRANGIMENTOS

kk A bomba e o reservatório devem ser transportados, em reboque/trailer ou barco; kk Intervenção de pessoal qualificado; kk Limitação de peso sobre os pontões flutuantes; kk Esvaziamento do reservatório na rede de águas residuais.

kk Risco de filas de espera; kk Definir bem o local da instalação: acessível e estratégico.

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A utilização dos sanitários em terra, é sem duvida, o melhor método de gerir as águas residuais das embarcações estacionadas, sendo sempre útil encorajar visitantes e “residentes” a utilizarem, sempre que possível, as instalações sanitárias da base náutica. As águas residuais diminuem a quantidade de oxigénio disponível para a vida aquática e introduzem um excesso de nutrientes que provoca a proliferação de algas. Além de limitarem a quantidade de luz solar que penetra a superfície da água, as algas, quando morrem, são decompostas por bactérias que reduzem ainda mais a quantidade de oxigénio existente. As águas residuais brutas podem também introduzir bactérias e vírus que, se ingeridas, podem causar doenças como a febre tifóide, a hepatite, a cólera e gastroenterites.

Águas cinzentas Além das águas negras, a descarga directa de águas cinzentas provenientes de chuveiros e lavatórios, representa ainda que em menor escala, uma contribuição para o empobrecimento da qualidade da água e dos ecossistemas locais. No entanto, os velejadores que pretendem preservar o ambiente podem encontrar no mercado produtos de limpeza 100% biodegradáveis em 28 dias, e que são fabricados com base em agentes naturais, vegetais ou minerais. Utilizar produtos de limpeza biodegradáveis O impacto negativo da descarga de águas cinzentas directamente na água pode ser reduzido em grande medida, usando produtos de limpeza e higiene pessoal, praticamente 100% biodegradáveis num período relativamente curto de tempo.

RECOMENDAÇÕES †† Escolher um local acessível para a estação de bombagem e recolha de resíduos; †† Manter e fiscalizar regularmente o sistema de bombagem para o conservar em boas condições de funcionamento; †† Disponibilizar instalações sanitárias confortáveis com chuveiros; †† Afixar sinaléctica que identifique a estação de bombagem, sua localização e horário de funcionamento; †† Fornecer o serviço em horários convenientes e com um custo razoável; †† Implementar um sistema de inspecção regular, com cronograma de manutenção para a bomba de serviço; †† Aplicar os regulamentos nacionais, regionais ou locais existentes relativos aos dispositivos de saneamento e às descargas ilegais de águas residuais a partir de embarcações; †† Disponibillizar aos velejadores uma lista de estações de bombagem locais.


2.7.

Resíduos perigosos Uma base náutica com capacidade para receber, estacionar e reparar embarcações deve preparar um plano de gestão de resíduos e disponibilizar instalações para o acondicionamento de resíduos perigosos, em segurança. Os resíduos inflamáveis, corrosivos, reactivos ou tóxicos podem causar impactos ambientais graves se descartados de forma inadequada.

Se a base náutica estiver localizada dentro de uma área com jurisdição portuária, a principal responsabilidade recai sobre esta autoridade. No entanto, como operador individual, deverá cooperar na elaboração de um plano integrado para o encaminhamento dos seus resíduos. Se a instalação se situar fora de uma autoridade portuária, então terá a responsabilidade individual de produzir um plano e submetê-lo às autoridades competentes para aprovação.

Os resíduos deverão ser transportados por pessoal de firma licenciada e depositados em instalações certificadas para tratamento ou reciclagem de resíduos perigosos. Caso os resíduos não sejam encaminhados, tratados ou eliminados correctamente, poderão afectar águas superficiais, solo e lençóis freáticos, com graves consequências na vida de plantas, peixes, crustáceos e aves, e em ultima instância mas não menos importante, na saúde publica.

O plano deve identificar os tipos e volumes de resíduos produzidos para eliminação ou reciclagem. Um número significativo de diferentes tipos de resíduos são produzidos, tanto por velejadores como trabalhadores, pelo que resulta obrigatório designar uma zona contígua ou próxima à zona de manutenção das embarcações e acessível aos usuários, para a sua disposição adequada, isto é, uma zona coberta e protegida das intempéries, devidamente impermeabilizada de forma a reter eventuais derrames ou fugas acidentais.

Embalagens e resíduos de embalagens Os óleos usados, filtros de óleo, solventes, tintas, embalagens contaminadas com substâncias perigosas e outros resíduos perigosos passíveis de derrame são colocados em recipientes próprios sobre paletes de retenção. Deste modo previne-se a contaminação do solo. A actividade de recolha/transporte de óleos usados só pode ser realizada por operadores com número de registo atribuído pelo Instituto de Resíduos.

No parque de resíduos, os contentores devem estar identificados e preparados para a recolha segregada de resíduos perigosos — tintas, solventes, restos de tinta raspada, produtos anti-incrustrantes, baterias, óleo usado e sinais pirotécnicos. O correto acondicionamento dos resíduos deve ser efectuado através de contentores ou outras embalagens de elevada resistência, atendendo ao estado de conservação, capacidade de contenção e aos eventuais problemas associados ao empilhamento das embalagens. 36

Anticongelante: propileno e etileno glicol O anticongelante é um composto orgânico (água + mono-etilenoglicol) que contém diversos metais pesados, entre eles o chumbo, o que torna um resíduo tóxico e perigoso. O fluído deve ser mudado segundo os intervalos indicados no livrete de manutenção do motor, e o liquido utilizado armazenado em embalagem estanque identificada no parque de resíduos. A recolha deve ser realizada por entidade autorizada e a sua regeneração e/ ou incineração efectuar-se em instalações autorizadas.


GUIA PARA A GESTÃO AMBIENTAL DE CENTROS NÁUTICOS

Resinas epóxi e poliéster Catalisar e eliminar como resíduo sólido, desde que seco, duro e sem libertação de líquido. Baterias e acumuladores Disponibilizar pilhões para a recolha de pilhas e acumuladores usados (baterias de telemóvel, por exemplo) ou entregue nos locais de venda. Os retalhistas têm de aceitar, sem encargos adicionais, as baterias e acumuladores usados dos consumidores que lhes comprem produtos idênticos.

PERIGOSIDADE DOS RESÍDUOS As embalagens vazias destes produtos devem ser separadas de acordo com o seu material e entregues a um operador de gestão de resíduos devidamente licenciado para a gestão deste tipo de resíduos. Os resíduos destas embalagens podem ser geridos através de um sistema de consignação devidamente licenciado ou, a partir de 1 de Janeiro de 2010, através do Sistema Integrado. RECOMENDAÇÕES

Lâmpadas: fluorescentes e vapor de mercúrio Não podem ser depositadas no contentor do lixo indiferenciado, muito menos no vidrão, pois contêm substâncias perigosas que devem ser recolhidas separadamente. Entregue sem qualquer custo no estabelecimento onde vai comprar a nova. Também pode depositá-la nos centros de recolha de resíduos de equipamento eléctrico e electrónico, ou nos ecocentros que as aceitam. Tinteiros e toners Tem como base a recolha destes consumíveis informáticos vazios — tinteiros e toners de impressoras e faxes.

ANTIGO

CORROSIVO

INFLAMÁVEL

EXPLOSIVO

NOVO

†† Elaborar um plano de gestão de materiais perigosos e manter os registos de armazenamento durante um período mínimo de 3 anos; †† Armazenar materiais perigosos em superfícies cobertas e impermeáveis; †† Limpar quaisquer derrames ou fugas rápida e correctamente;

PERIGOSO PARA O AMBIENTE

†† Disponibilizar material para o controle de derrames;

MUTAGÉNICO OU TÓXICO PARA A REPRODUÇÃO

†† Contratar empresa credenciada para remoção periódica de resíduos perigosos;

COMBURENTE

GASES SOB PRESSÃO

NOCIVO

TÓXICO

†† Separar os resíduos garantindo que apenas materiais perigosos são tratados como tal; †† Designar um responsável para gerir situações de emergência e providenciar formação ao pessoal que trabalha com materiais e resíduos perigosos; †† Seguir os procedimentos de emergência em caso de derrame ou incêndio. 37



3.1. Acolhimento de estagiários e colaboradores temporários 3.2. A qualificação dos profissionais da náutica de recreio 3.3. Educação e sensibilização de praticantes e visitantes 3.4. Organização de eventos e manifestações desportivas 3.5. Exemplos de uma actuação global no Espaço Atlântico

COMUNICAÇÃO


3.1.

Acolher estagiários e colaboradores sazonais A decisão de acolher um estagiário ou criar um emprego temporário requer uma fase de planeamento, caso pretenda encontrar a pessoa com as competências adequadas às funções a desempenhar. Antes de mais, faça com que se sintam bem vindos, explique-lhes a política da organização e apresente-os aos restantes elementos da equipa de trabalho.

A entidade de acolhimento deve definir um perfil de colaborador remunerado ou voluntário, adequado a cada função. Na selecção importa ter em conta as suas condições físicas e psíquicas, características de personalidade, percurso anterior, habilitações e vocação. Como tal, é indispensável uma entrevista pessoal. O nosso comportamento ao comunicar influencia o do interlocutor, e vice-versa. A postura física, o tipo de discurso, a atenção que prestamos, a empatia que transmitimos, são factores que vão determinar a informação que conseguimos obter e fazer passar, podendo estimular o estagiário ou colaborador a exprimir-se ou, pelo contrário, intimidá-lo e desmotivá-lo.

Mais do que vigiar e corrigir, pretende-se promover a formação, o desenvolvimento pessoal e a permanente actualização de todos os colaboradores, remunerados e voluntários. O resultado final é uma melhor gestão dos recursos humanos e um serviço de maior qualidade, centrado no objectivo de satisfazer as necessidades e expectativas dos nossos clientes e tendo em conta que esse objectivo só é possível com a adesão, a preparação, empenho e sentido de responsabilidade de todos os colaboradores. Arquivar uma cópia da avaliação sobre o programa de estágio (e porque não para um colaborador temporário) é especialmente útil no momento em que é necessário elaborar procedimentos idênticos no futuro, seja alterando ou actualizando o programa de forma a proteger e privilegiar as necessidades da instituição de acolhimento. Mesmo que não exista um real interesse em oferecer um emprego ao estagiário/colaborador, é importante que eles tenham uma experiência positiva, para que fora do universo da sua organização ecoe um opinião positiva sobre a sua empresa.

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Os estagiários ou colaboradores podem trabalhar numa variedade de funções no seio de uma organização. Exemplos de responsabilidades e áreas onde podem aprender e colaborar: Construção e Reparação kk Participar em tarefas de construção, reparação e manutenção de pranchas de surf e embarcações de fibra de vidro ou madeira; kk Assistir em tarefas de carácter técnico relacionadas com a manutenção, reparação e adaptação de equipamentos diversos, nas áreas de electricidade, electrónica e mecânica; kk Assegurar o regular funcionamento dos motores e equipamentos eléctricos presentes a bordo das embarcações; kk Projectar um plano de pintura e escolher os materiais mais adequados de acordo com as características específicas da embarcação.

Gestão de projectos kk Aplicar um sistema de planificação e operacionalização de qualquer tipo de evento de carácter marítimo-turístico; kk Criar e aplicar planos, programas, projectos e actividades de organização de eventos em turismo náutico; kk Conceber actividades de animação e de interpretação ambiental em contexto marítimo; kk Conhecer e interpretar contextos naturais e culturais na linha de costa ao nível do património histórico-cultural e património de fauna/flora.

Área Comercial kk Vendas e atendimento ao cliente; kk Preparar tabelas de preços e orçamentos; EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO kk Assistir na elaboração de apresentações e contratos kk Participar na actividade de recrutamento de pratican- comerciais. Certifique-se de incluir o seu estagiário em tes da modalidade; sessões informativas; kk Adquirir e praticar competências básicas do treinador. kk Contactar o cliente após venda para aferir a sua satisAssistir treinadores mais qualificados na condução de fação. Resolução de conflitos. sessões de treino; kk Registar a actividade de treino e de competição rela- COMUNICAÇÃO E MARKETING cionada com os praticantes; kk Organizar listas de contactos (fornecedores, clientes, enkk Auxiliar na preparação e participação dos desportistas tidades associadas); em competições. É capaz de aplicar técnicas elementares kk Desenvolver uma estratégia criativa e um plano de media. de primeiros socorros e de suporte básico de vida e de Desenvolvimento e promoção de produtos turísticos ligados identificar os estados traumáticos que justificam o re- à Náutica de Recreio e Turismo Náutico; curso a agentes especializados em turismo de produtos kk Incluir informação sobre boas praticas nas suas newsletnáutico; ters, promovendo a dedicação dos seus clientes; kk Acolhimento e comunicação com estrangeiros. kk Analisar os resultados de campanhas publicitárias realizadas.

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3.2.

A qualificação dos profissionais da náutica de recreio No mundo actual, fortemente concorrencial e globalizado, os recursos humanos são um dos factores de maior destaque para o sucesso ou insucesso de uma organização. Para serem competitivas, devem valorizar o processo de formação contínuo e o desenvolvimento profissional dos seus colaboradores, enquanto componente indispensável à evolução organizacional. A concepção tradicional, segundo a qual a formação profissional se assume como um custo e não como um investimento que resulta em diversos benefícios, cria situações de constrangimento nas empresas, levando-as a desvalorizá-la e, como tal, a não investir na qualificação dos seus trabalhadores, facto que compromete, inevitavelmente, a competitividade. É fundamental a aposta na aprendizagem ao longo da vida, com a inerente valorização dos recursos humanos e o consequente desenvolvimento das competências, quer a nível individual, quer colectivo, enquanto factor indispensável ao sucesso, não só dos trabalhadores, como das próprias empresas. A formação profissional deverá contemplar jovens e adultos, independentemente dos níveis de qualificação, permitindo a igualdade de oportunidades na melhoria das competências e das condições de trabalho

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CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL Carpintaria Naval

1.020 horas

Operador de Construção e Reparação Naval

925 horas Entre 850 e 1.900 horas 3.000 horas Técnico de Construção Naval

4.000 horas

Actividades relacionadas com a reparação e manutenção de embarcações de madeira ou fibra de vidro. Permite o ingresso no itinerário de Qualificação Nível 2 como Operador de Construção naval. Actividades relacionadas com a construção, reparação ou adaptação de qualquer parte de embarcações de madeira e/ ou fibra de vidro, mediante a interpretação de planos, mapas, moldes, croquis e outros documentos técnicos.

Actividades relacionadas à gestão, planeamento e implementação de obras de construção, reparação ou adaptação de qualquer parte de embarcações de madeira e/ ou fibra de vidro.

Curso Técnico de Electricidade Naval

O Técnico de Electricidade Naval é o profissional qualificado apto a desempenhar tarefas de carácter técnico relacionadas com a instalação, manutenção e reparação de máquinas e equipamento eléctrico e electrónico nas áreas de electricidade, electrónica e automação, específicas da actividade naval, respeitando as normas de higiene e segurança e regulamentos específicos.

Curso de Técnico de Mecânica Naval

O Técnico de Mecânica Naval é o profissional qualificado apto a regular, conduzir e reparar motores diesel, máquinas alternativas a vapor e outras máquinas, bem como aparelhagem auxiliar a bordo de embarcações, sendo responsável pelo seu bom funcionamento.

Curso Técnico de Mecatrónica

O Técnico de Mecatrónica é o profissional qualificado apto a desempenhar tarefas de carácter técnico relacionadas com a manutenção, reparação e adaptação de equipamentos diversos, nas áreas de electricidade, electrónica, controlo automático, robótica e mecânica, respeitando as normas de higiene e segurança e os regulamentos específicos.


ÁREA MARÍTIMA Navegação com GPS

Entre 25 e 75 horas

kk Permite a actualização ou aperfeiçoamento em técnicas de sistema de detecção G P S .

30 horas

kk Permite a actualização, reciclagem ou aperfeiçoamento técnico para ministrar os primeiros socorros a bordo.

Controlo de Operações de Combate a Incêndios

kk Permite a actualização, reciclagem ou aperfeiçoamento técnico para controlar operações de combate a incêndios.

Primeiros Socorros a Bordo

30 horas Saúde Higiene e Segurança no Trabalho

50 horas

kk Permite a actualização, reciclagem ou aperfeiçoamento em saúde, higiene e segurança no trabalho.

NÁUTICA DE RECREIO Principiante

15 horas

Marinheiro

30 horas

Patrão Local

15 horas

Patrão de Costa

65 horas Patrão de Alto Mar

125 horas 44

kk Permite dirigir uma embarcação local com um comprimento máximo de 5 metros, em navegação diurna vista da costa, até 1 milha da borda de água, com uma potência máxima de 4,5 kW (cerca de 6,5 CV). kk Permite dirigir uma embarcação com um comprimento máximo de 7 metros, em navegação diurna vista da costa, até 3 milhas desta e até 6 milhas de um porto de abrigo, com uma potência máxima de 45 kW (cerca de 65 CV). kk Permite comandar uma embarcação sem limite de comprimento, em navegação vista da costa, até 5 milhas desta e até 10 milhas de um porto de abrigo, sem limite de potência. kk Permite comandar uma embarcação sem limite de comprimento, em navegação costeira, até 25 milhas da costa, sem limite de potência. kk Permite comandar uma embarcação sem limite de comprimento, em navegação oceânica, sem limite de afastamento da costa, sem limite de potência.


cursos de treinador — federações desportivas Nível I

80h formação + 552h estágio Nível II

120h formação + 828h estágio

Nível III

180h formação + 1104h estágio

Nível IV

270h formação + 1535h estágio

kk Treinador das etapas elementares de formação desportiva sob supervisão. kk Treinador Adjunto de treinadores com qualificação igual ou superior em todas as etapas de formação desportiva. kk Treinador de todas as etapas da carreira desportiva. kk Coordenador da actividade de Treinadores do mesmo grau ou inferior. kk Treinador adjunto de treinadores com qualificação igual ou superior em todas as etapas de formação desportiva, incluindo o mais alto nível da modalidade. kk Treinador de praticantes do mais alto nível da modalidade, ou de qualquer outro nível de prática e em qualquer etapa de formação. kk Coordenador da actividade de Treinadores do mesmo Grau ou inferior. kk Treinador adjunto de treinadores com qualificação igual ou superior. kk Treinador de praticantes do mais alto nível da modalidade, ou de qualquer outro nível de prática e em qualquer etapa de formação. kk Coordenador da actividade de Treinadores do mesmo Grau ou inferior e coordenador de equipas técnicas pluridisciplinares enquanto Director Técnico de Clube, Associação ou Federação, Coordenador Técnico de Selecções Regionais e Nacionais. kk Coordenador de programas de formação em exercício de treinadores desportivos.

Entidades formadoras FORMAR — Centro de Formação Profissional das Pescas e do Mar ITN — Instituto de Tecnologias Náuticas FPV — Federação Portuguesa de Vela FPC — Federação Portuguesa de Canoagem FPS — Federação Portuguesa de Surf FPR — Federação Portuguesa de Remo FPAS — Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas


3.3.

Educação e sensibilização de praticantes e visitantes “A educação ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos e as comunidades adquirem consciência do seu meio e adquirem os conhecimentos, os valores, as competências, a experiência e também a determinação que os capacita para actuar, individual e colectivamente, na resolução dos problemas ambientais presentes e futuros”.

O Atlântico Nordeste é, de facto, um dos mares mais ricos do mundo, mas também um dos mais explorados. A crescente degradação do ambiente marinho e dos seus ecossistemas ameaçam a terra, seja por acção da pressão da sobrepesca e do crescente tráfego marítimo, seja devido à extracção ilimitada de recursos ou à continua deposição de resíduos. A preservação das zonas costeiras e a manutenção dos seus recursos só é possível através de uma gestão que integre objectivos de natureza ambiental, económica e social, e da efectiva participação das pessoas e grupos sociais mais directamente implicados, com destaque para as populações locais.

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As actividades náuticas, dada a sua relação com a natureza, são um instrumento essencial na promoção e valorização do património natural. São uma ferramenta efectiva que permite um grande número de pessoas aprender a descobrir, apreciar, proteger e preservar a flora e fauna do meio ambiente marinho. Aprender a amar o ambiente marinho, por vezes requer uma actividade recreativa. A diversidade de actividades náuticas permite chegar a toda a população independentemente da idade, do sexo ou da cultura. Muitos destes desportos aquáticos são igualmente acessíveis a pessoas com algum tipo de limitações psíquicas ou motoras.


Sensibilização Ambiental Despertar a sensibilidade ambiental é o primeiro passo para suscitar a curiosidade e o interesse dos mais novos sobre as questões ambientais. A compreensão da dimensão e consequências dos principais fenómenos ambientais e climáticos é fundamental para o desenvolvimento de consciências que respeitem a natureza e o meio ambiente. †† Mensagens impressas em anúncios e artigos na imprensa escrita; em mobiliário urbano (ex. MUPI); folhetos, autocolantes, postais, sacos de lixo, palas para o sol, camisolas, livros ou brochuras com informações para sensibilizar e informar o público sobre as questões do ambiente. Pesquisa de informação Os participantes são estimulados a fazer perguntas sobre um determinado tema ambiental, reunindo informação ou materiais que permitam ilustrar determinada temática. Esta actividade pode ser realizada com o auxilio a inquéritos, recolha de dados ou materiais, contagem ou medição de diferentes elementos ou partes da praia ou margem, por exemplo. †† Participação no programa “CoastWatch” , organização de ateliers didácticos com experiências lúdicas e pintura, realização de painéis informativos e sinalética, vídeos.

Acção prática Direccionada para a aprendizagem, é uma abordagem focada na mudança e na melhoria do meio ambiente. Os participantes agem sobre um determinado problema, concretizando acções concretas com o objectivo de alcançar um melhor ambiente para todos. †† Um exemplo típico são as campanhas de “Limpeza de Praias”. Experiências na natureza As abordagens experimentais, frequentemente associadas a actividades de educação ambiental que inspiram os alunos a cuidar do meio ambiente, incentivando o contacto e exploração da natureza. †† The Foundation for Environmental Education †† + informações em: www.fee-international.org

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3.4.

Organização de eventos e manifestações desportivas O evento é uma forma de comunicar que exerce uma forte influência sobre o comportamento de participantes e espectadores. Um evento sustentável preserva os recursos naturais, apoia os seus parceiros e agrega valor à economia local, participando na educação dos intervenientes sobre os benefícios da sustentabilidade. Apesar dos eventos de maior dimensão terem uma responsabilidade acrescida na implementação de práticas sustentáveis, não se deve menosprezar o valor do potencial contributo que pequenas organizações e eventos podem agregar à conservação do ambiente. Devido à natureza sensível do meio onde se realizam este tipo de provas e actividades, devem ser privilegiados os locais normalmente utilizados para a pratica desportiva, com estruturas de apoio funcionais, que excluem a necessidade de instalar estruturas adicionais de grandes dimensões. Dependendo da abrangência geográfica e projecção do evento, as emissões de CO2 decorrentes das deslocações de/para o local de prova, podem ser outro dos principais problemas para a organização. A alimentação ou catering é uma área onde mesmo os pequenos eventos podem reduzir significativamente os impactos, e ao mesmo tempo, melhorar a experiência do espectador. A possibilidade de oferecer alimentos de origem local e sazonal, permite limitar os problemas associados ao transporte, reduzir os resíduos de embalagens e contribuir para a economia local.

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Em outro plano, a comunicação deve desempenhar um papel importante na divulgação das medidas e resultados alcançados durante o evento, na ilustração das iniciativas complementares de sensibilização e educação ambiental, e no envolvimento de toda uma comunidade que valoriza a conservação dos seus recursos naturais.


Actividades na água Actividade

OPÇÕES AMBIENTAIS

ABASTECIMENTO

kk Garantir que o reabastecimento é realizado em áreas seguras; kk Quando o reabastecimento é feito na água, deve usar-se funis ou injectores anti-derrame, por questões de segurança.

BARCOS DE APOIO

kk Assegurar que as embarcações estão equipadas com kits anti-derrame.

BARCOS DE COMPETIÇÃO E BARCOS DE APOIO

kk Garantir que nenhum resíduo é arremessado para a água; kk Fornecer aos concorrentes um saco / recipiente para guardar a bordo o lixo em segurança.

Actividade

RECOMENDAÇÕES

LAVAGEM DE EMBARCAÇÕES

kk Utilizar de preferência água da chuva colectada e armazenada; kk Encaixar obstrução que permita ligar e desligar automaticamente o fluxo de água na mangueira.

BALNEÁRIOS E WC'S

kk Usar torneiras e chuveiros com interruptor de fluxo temporizado; kk Usar sensores de descarga em urinóis.

EMBALAGEM DE BEBIDAS

kk Fornecer garrafas de bebidas recarregáveis aos atletas, garantindo a disponibilidade de água corrente e potável no local.

FORNECIMENTO DE ALIMENTOS E BEBIDAS

kk Tentar atender às necessidades dos atletas e da organização, garantindo uma produção de resíduos mínima; kk Evitar o uso de copos e pratos descartáveis; kk Usar alimentos produzidos localmente, sempre que possível; kk Evitar produtos embalados individualmente.

MANUTENÇÃO DE EMBARCAÇÃO

kk Garantir a manutenção da embarcação, descarte adequado dos resíduos usando receptáculos para reciclagem ou para resíduos perigosos. Garantir que os mesmos estão devidamente assinalados.

EMISSÕES

Viagens de ida, durante e regresso após o evento

kk Privilegiar o uso de transportes públicos e a partilha de viaturas.

PAPEL

PUBLICAÇÕES E RESULTADOS

kk Utilizar website e email, quando possível, para comunicar antes e após o evento; kk Permitir o registo electrónico dos atletas para o evento.

COMBUSTÍVEL E LUBRIFICANTES

DETRITOS A BORDO

Actividades EM TERRA

CONSUMO DE ÁGUA

GESTÃO DE RESÍDUOS


3.5.

Exemplos de uma actuação global no Espaço Atlântico O projecto europeu NEA2 visa o desenvolvimento sustentável e coordenado do conjunto da fileira náutica nas regiões da faixa atlântica, através de um reforço de cooperação baseado em três eixos temáticos: desenvolvimento económico, protecção do meio ambiente e coesão social. O projecto NEA2 inclui 23 parceiros de cinco países. Visite www.nea2.eu

Surf Bus PARCEIROS: North Devon + Os surfistas e ciclistas de North Devon têm agora uma alternativa acessível para viajar e transportar o seu material desportivo. O Surf&Cycle Bus é uma iniciativa da North Devon +, a empresa regeneração económica de North Devon e Exmoor, e tem como objectivo facilitar a acessibilidade dos jovens às praias e à pratica de actividades náuticas, reduzindo o tráfego nas estradas do litoral e incentivando o turismo sem viaturas. O autocarro de dois andares foi convertido para guardar pranchas de surf ou bicicletas na parte de baixo, enquanto o piso superior proporciona uma capacidade de até 47 passageiros. Desloca-se de Abril a Outubro, e percorre o seguinte itinerário: Barnstaple, Braunton, Saunton, Croyde, Georgeham Cruz, Woolacombe e Ilfracombe.

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Fête du Nautisme PARCEIROS: Nautisme en Bretagne A Fête du Nautisme é uma incontornável celebração à volta do lazer e dos desportos náuticos, que ocorre anualmente no litoral, planos de água interiores e rios de toda a França. O programa contempla uma série de actividades — baptismos, demonstrações, desfiles de barcos, open days, exposições e concertos, exibições de filmes, workshops e encontros com os campeões, visitas a barcos de património, etc.; e reúne intervenientes do sector náutico e da sociedade civil, num evento de carácter festivo e amigável, que alia diversos desportos náuticos à descoberta do património marítimo e cultural. A festa decorre durante um fim de semana de Maio e conta com a participação de centenas de agentes locais e milhares de voluntários. Para saber mais sobre os locais e a programação da próxima edição, aceda ao website do evento e seleccione o seu departamento ou qualquer actividade náutica. †† + informações em: www.fetedunautisme.com

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Simpósio Internacional Náutica, Ambiente e Turismo PARCEIROS: Diputación de Huelva

Esta iniciativa reuniu em Ayamonte cerca de 150 profissionais de entidades públicas, associativas e privadas, e teve como objectivo central o intercâmbio de experiências entre os vários intervenientes do sector da náutica de recreio nas regiões da Andaluzia e Algarve. †† introduzir as disciplinas náuticas na educação das camadas mais jovens; †† estimular a inovação no segmento da náutica de recreio; †† promover o desenvolvimento de produtos turísticos integrados. A posição geoestratégica de Cádiz, Huelva e do Algarve, porta de entrada para o Atlântico e Mediterrâneo, é um argumento suficientemente forte para aproximar as instituições das regiões, no sentido de estabelecer sinergias e dinâmicas de trabalho conjunto que permitam orientar o sector para um crescimento sustentado.

Melhoria da qualidade ambiental das estruturas náuticas PARCEIROS: Nautisme en Finistère, CG Finistère, Diputacion de Pontevedra, Diputacion de A Coruña, Mid-West REgional Authority, North Devon+, Association des Ports de Plaisance de Bretagne, AD ELO

No âmbito da vertente ambiental do projecto nautisme espace atlantique concretizaram-se cerca de 80 auditorias energéticas a bases náuticas e portos de recreio das regiões atlânticas. Embora tendo sido empregues diferentes metodologias, esta acção conjunta permitiu inventariar equipamentos, analisar os perfis de consumo das instalações, elaborar planos de acção e instalar equipamentos com vista à redução de consumos e despesas correntes.


NEA 2

Iniciativa Oceanos PARCEIROS: Intercéltica, ICU, CG Manche, Dip. Corunha, AD ELO, CIM Alto Minho

Esta operação de eco-cidadania conseguiu mobilizar dezenas de escolas, clubes náuticos, movimentos associativos e populares, para um movimento europeu que culminou na recolha de 15 toneladas de detritos por cerca de três mil pessoas que percorreram as costas e margens das regiões aderentes. Simultaneamente foram proporcionadas aos praticantes diversas experiências náuticas (canoagem, kitesurf, remo, surf, vela, etc.), contribuindo desta forma para o alargamento da base de praticantes das modalidades náuticas.

Xornadas da Bandera Azul nas instalacións náutico recreativas de Galicia PARCEIROS: Portos de galicia e xunta de galicia

Os Portos da Galiza organizaram duas jornadas que permitiram reunir cerca de 120 profissionais. As jornadas permitiram apresentar os procedimentos e critérios utilizados na atribuição do galardão Bandeira Azul em marinas e portos de recreio e debater uma série de iniciativas complementares: informação e educação ambiental, serviços e segurança nas instalações, qualidade da água e gestão ambiental. Esta estratégia resultou em 8 novas bandeiras azuis hasteadas nos portos de recreio da região galega. A rede NEA2 participa ainda, por intermédio da Associação dos Portos de Recreio da Bretanha (APPB ), no grupo de trabalho estabelecido pelo Comité Europeu de Normalização (CEN ), para o desenvolvimento de uma norma europeia de certificação ambiental para os portos de recreio.


F

INTERCÉLTICA — ASSOCIAÇÃO CULTURAL, DESPORTIVA E TURÍSTICA

6 Praça D. Afonso V, nº 120 4150 — 024 PORTO | PORTUGAL

8 226 166 290 d 226 166 299

5 geral@projectonautica.com 7 www.projectonautica.com

INVESTINDO NO NOSSO FUTURO COMUM!

FIC H A T É C N IC A

Edição:

INTERCÉLTICA — Associação Cultural, Desportiva e Turística

Coordenação:

Guilherme Guimarães, João Zamith e Rui Dias

Ano: 2012 Tiragem: 500 exemplares ISBN : 978-989-97859-1-5 Impressão: Gráfica Casa dos Rapazes Design: Edgar Afonso




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