Sergio Larrain: um retângulo na mão | Jornal

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Sergio

Larrain um retângulo na mão “Uma boa imagem nasce de um estado de graça”

Ilha de Chiloé, Chile, 1954-1955 © Sergio Larrain/Magnum Photos

vagabundagens Agnès Sire

Fotógrafo pelo gosto da vadiagem, pelo desejo profundo de estar no mundo e na pureza do gesto, o chileno Sergio Larrain, apesar de tudo, passou a maior parte de sua existência em retiro, praticando meditação, ioga, escrita e desenho. Deixou uma obra brilhante, uma espécie de meteorito cujo trajeto ele teve a sabedoria de interromper no momento em que concluiu que já não lhe proporcionava a liberdade esperada. Depois de muito tempo em busca de si próprio, foi num despojamento voluntário que o homem que também aspirou a ser escritor finalmente se encontrou. Pertencente a uma família da alta burguesia chilena, desde cedo Sergio Larrain (1931-2012) se esquivou à vida mundana praticada na casa do pai, um arquiteto e colecionador renomado. Apesar das relações difíceis entre os dois, o filho reconheceria mais tarde que, graças à riqueza da biblioteca familiar, pôde educar o olho e ter acesso à fotografia.


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