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NESTA

24.06.2022 / / SEXTA-FEIRA / / 1ª EDIÇÃO IFF TIMES INSTITUTO FEDERAL CAMPUS ITAPERUNA RETORNA ÀS SUAS ATIVIDADES PRESENCIAIS E ALUNOS DEVEM ELABORAR A PRODUÇÃO DE UM JORNAL DA TURMA

SOPHIA VIEIRA 24/06/2022

IFF Times pretende abrir os olhos de seu público com relação a eventos que estão acontecendo cotidianamente, por meio do uso de uma linguagem coloquial e formal, apresentando notícia, reportagem, entrevista, editorial, artigo de opinião, resenha crítica, debate, crônica, conto, charge, meme, tirinha e cartoon, todos desenvolvidos pelos alunos do grupo e que expõem fatos que envolvem o coletivo do IFF Itaperuna e a comunidade de fora, acerca de como o MACHISMO, o ENVELHECIMENTO POPULACIONAL e o RACISMO estão presentes e abrangem a sociedade. Imagem representa envelhecimento populacional- PORTAL AMIGO IDOSO Foto do Instituto Federal Fluminense do IFF TIMES

EDIÇÃO MACHISMO RACISMO ENVELHECIMENTO

Campus Itaperuna PORTAL IFFLUMINENSE Objetivo

SOPHIA VIEIRA 24/06/2022

Volta das APP no IFF Itaperuna PORTAL

O IFF Itaperuna retornou em maio de 2022, após dois longos anos de atividades remotas devido à pandemia do Covid 19. Com isso, os alunos do 2° ano de Administração receberam da professora Fabiana Castro o trabalho de produzirem um jornalzinho escolar contendo os gêneros estudados em aula. O Jornal IFF TIMES contou com a colaboração de 9 estudantes que reuniram nesta 1ª edição o resultado de suas pesquisas e produções ao longo do bimestre relacionados ao machismo, racismo e envelhecimento da população no âmbito brasileiro.

IFFLUMINENSE

Jornal Social

O projeto Filhas da Luta, coletivo/projeto feminista do IFF Itaperuna que é totalmente contra a desigualdade e o machismo, fez uma apresentação de dança e teatro mudo na Semana de Acolhimento no IFF (Instituto Federal Fluminense), no dia 02 de maio de 2022. A apresentação foi muito notória, divulgada e aclamada e atraiu a atenção de outros institutos, que, entrando em contato com uma das coordenadoras do projeto, Lylian, convidaram o grupo para um evento. Milena, aluna participante do coletivo há mais tempo, salienta: "O coletivo nunca tinha saído de Itaperuna antes, então era um sonho estar indo apresentar neste outro lugar”. Ela diz também como tudo foi muito novo para as demais integrantes, já que estavam indo para outro instituto, localizado em Quissamã, uma cidade próxima. O grupo passou o dia inteiro por conta dessa viagem, saindo às 9 horas de Itaperuna e voltando às 21h. Foram eles que fizeram o convite (IFF campus Quissamã), pois queriam que durante sua semana de acolhimento tivesse a apresentação do Filhas da Luta. Esse evento teria início das aulas presenciais após 2 anos de APNPs, devido à pandemia, ou seja, o evento de abertura para o ano letivo de 2022 e atividades pessoalmente. Todas ficaram muito animadas e tudo ocorreu bem, muito mais que o esperado.

VITOR SANTOS CITELI MENDONÇA 14/06/2022

Representantes do Coletivo Filhas da Luta no IFF Quissamã FOTO INSTAGRAM FILHAS DA LUTA Milena também ressalta o quanto o projeto delas é importante e que querem expandir e levar a mensagem delas para outros lugares. E segundo ela, foi lá em 2018, que Thaicylla Gonçalves e Victoria Bering (ex alunas de informática) tiveram a ideia de fazer uma sala temática sobre as lutas que enfrentamos todos os dias, pelo simples fato de ser mulher. “Foram 3 dias com 3 temas diferentes abrangendo pautas sobre o feminismo negro, conquista das mulheres e assédio. A sala foi bem importante nesse processo até chegar nocoletivo, poisfoi a partir dela houve a união de várias meninas, que através dessa inquietação por conta de uns desconfortos acerca dos episódios que aconteciam no IFF Itaperuna e unidas pela energia de compartilhar nossas pesquisas, os acontecimentos e mostrar nossa visão, o coletivo foi criado. Tivemos muito apoio da Juliana Ladeira (servidora) que sempre nos incentivava a denunciar e não nos calarmos perante essas situações. O objetivo desde sempre foi alcançar mais pessoas para dentro do movimento e fazer com que aprendessem um pouco mais sobre as pautas.”, diz a técnica em Informática, Thaicylla Golçalves. Além disso, ela complementa que o objetivo vem progredindo muito desde então e que o machismo na escola vem diminuindo. Ela ainda descreve sua sensação da primeira apresentação do coletivo fora do campus Itaperuna foi recheada de euforia, afinal inicialmente era um grupo de 4 alunas e hoje já foram reconhecidas fora da comunidade desse instituto. Representantes do Filha da Luta prepaando se para apresentação

FOTO INSTAGRAM FILHAS DA LUTA

24.06.2022 / / SEXTA FEIRA / / 1ª EDIÇÃO IFF TIMES

O coletivo do IFF Itaperuna foi convidado para apresentarem na semana de acolhimento do instituto de Quissamã, ganhando voz além da comunidade de Itaperuna

REPORTAGEM E FOTOJORNALISMO FILHAS DA LUTA APRESENTAM-SE NO IFF QUISSAMÃ

A visita no IFF de Quissamã ocorreu no dia 03 de junho de 2022, e a Milena agradece a recepçãodoinstitutode Quissamã,principalmente a Diretora Aline e alguns alunos com os quais eles acabaram fazendo amizade, assim construindo pontes para conhecimento do projeto culturalmente e politicamente falando, dizendo "A recepção foi incrível e fomos muito bem recebidas e acolhidas, ganhamosaté bombons da própria Diretora doInstituto. Espero que logo estejamos lá novamente, pois foi muito bom conhecer gente nova e um novo lugar. Eles são incríveis."

SOPHIA VIEIRA DA SILVA DOFFINI 16/06/2022 Umbelina, a protagonista, descobre sua gravidez e logo seu pai descreve o futuro da criança: alimento de porcos, o que é algo que a personagem não duvida, pois soube que já ocorrera antes, quando viu ossos de uma mãozinha de bebê perto dos animais. Rejeitada por seu pai e pai da criança, ela fica sem opções, apenas esperando o nascimento da criança. Esse conto foi lançado em 1903 por Júlia Lopes de Almeida, uma das pioneiras a desenvolver a Literatura infantil no Brasil. A autora sempre engajou se em realizar denúncias contra crimes e injustiças cometidos contra mulheres e essa obra foi mais uma delas. Logo no início, a gravidez já é anunciada junto com a recusa da família da cabocla e com todas as descrições realizadas, percebe se que Umbelina e seu pai eram empregados de um engenho,e o pai da criança era ofilho do patrão, que pela situação e época de publicação pode se presumir que foi fruto de um abuso, o que era muito comum, além de culpabilizar a vítima pelo crime. Além disso, o impacto da história torna se ainda mais denso e pesado quando compara se o título e o conteúdo, que inicialmente poderia indicar algo amenoe acaba enganando o leitor pela temática séria com uma escrita fluida e de compreensão simples, porém que o leva a refletir sobre o fato de ser “apenas” uma história, mas que analisando todo contexto brasileiro provavelmente já aconteceram vários casos próximos desse.

“abandonada” por sua família por suas condições: a gestação fora do casamento, cujo pai já estaria comprometido com uma outra mulher. É um conto que deveria ser amplamente lido e divulgado por sua temática, que apesar de ser originalmente publicadoem1903,está presente até os dias de hoje. MORAES SANTOS

DA SILVA

RESENHA ALMEIDA, Júlia Lopes. Desvendando “Os Porcos”. Rio de Janeiro: H. Garnier, 1903

24.06.2022 / / SEXTA FEIRA / / 1ª EDIÇÃO IFF TIMES

Por conseguinte, é possível identificar uma analogia aos movimentos apoiados pela autora, que inclusive já foi vítima desse avassaladora,autorasofreucriticadaBrasileiranãomachismoestruturadonasociedade,quandofoipermitidasuaentradanaAcademiadeLetrasporsermulher,sendoeinferiorizadaporessefato.ComodessepreconceitodeUmbelina,atrazessatemáticadeumaformaemqueaprotagonistafoi

Tirinha por CAMILLY VITÓRIA DA SILVA PROCESSI Charge por LANNA

A

Roda de Conversa IMAGENS INSTAGRAM FILHAS DA LUT

24.06.2022 / / SEXTA FEIRA / / 1ª EDIÇÃO IFF TIMES

NOTÍCIA Filhas da Luta promove roda de conversa com a temática do assédio em ambiente escolar

12/06/2022

JOÃO PEDRO PEREIRA RODRIGUES

IFF Itaperuna promove roda de conversa juntamente com a OAB mulher e o Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM). A roda de conversa foi sobre o assédio sexual no ambiente escolar. O evento aconteceu no dia 22 de junho, às 16:00, no CineTeatro do Instituto. Foi abordado no evento como é possivel identificá lo, como enfrentá lo e como denunciá lo. O assunto é extrema importância para alunos e alunas do instituto para que os mesmos saibam seus direitos e possam estar protegidos diante de possíveis situações que venham a acontecer. Os inscritos no programa foram gratificados com certificado pela participação e ficaram marcados e com certeza estarão mais atentos após a abordagem do assunto

Entrevista com major Rudson de Lima Castro, policial negro que atua na área desde os 18 anos, contendo hoje 28 anos de militarismo. Atualmente trabalha em Campos dos Goytacazes (RJ) no 6° Comando de Policiamento de Área. A entrevista, dirigida por Maria Eduarda Valladão, teve o intuito de descobrir um pouco da história de vida do policial relacionada à sua carreira e ao preconceito sofrido para alcançar seus objetivos. Nós queríamos que o senhor falasse um pouco sobre a sua trajetória como pessoa, policial militar e sua formação em direito. Como essas trajetórias se juntam?

MARIA EDUARDA VALLADÃO F. SOUZA 16/06/2022

“Quando eu tinha 16 anos, trabalhava em um trailer. Umhomemconversava comduas mulheres e bebia um conhaque, mas já estava quase na hora de fechar o movimento por ser tarde da noite. Lembrei ao cliente de que isso iria acontecer. O moço, sentiu como se estivesse sendo cobrado e reagiu grosseiramente, enfiando a mão no bolso e tirando uma maçaroca de dinheiro: "Você está me cobrando rapazinho? Eu tenho grana! E você?". Me humilhou com as mais torpes palavrase me agrediucomo maiscovarde dospunhais: o verbal. Me calei. O homem se afastou resmungando enquanto eu chorava em silêncio. Estava fechando o trailer. As lágrimas desceram. Os sentimentos metralharam minha alma ainda inocente. E surgiu uma mão, acompanhada de uma voz, quando vou encerrando a noite de trabalho: "Ei, a chapa ainda tá

O PolicialMilitar é umagente responsávelpelo cumprimentoda lei. Então,como poderiafazer cumprir a lei se não conhecer totalmente o Ordenamento Jurídico Brasileiro? Então, basicamente, não tem como dissociar a Atividade Policial Militar do Direito, quanto mais conhecimento jurídico, com mais segurança podemos agir. Então,comoé ser negro noBrasil?Ou melhor como é ser um policial negro?

24.06.2022 / / SEXTA FEIRA / / 1ª EDIÇÃO IFF TIMES

“Ser negro no Brasil e na Polícia: A herança da escravidão ainda se faz presente, isso porque o negro não foi totalmente inserido na sociedade. Após a liberação dos escravos, nem nome de família o negro tinha, salvo raras exceções. Então alguns adotavam os sobrenomes das antigas famílias em que eram escravizados comoreferência. Até bempouco tempo, não havia uma política forçada de inserção do negro na sociedade, então teve que atuar muito de forma subalterna, principalmente nas profissões. Com isso houve reflexo nas condições financeiras, nos bairros, nas moradias, no ciclo de ambiência social, enfim, fomos de uma forma geral colocados à margem da sociedade. Cresci navegando em meio a estes dramas ou estas comédias e nunca me bastou ser igual aos outros. Eu tive sempre que me provar e provar para os outros. Na turma eu tinha sempre que ser o primeiro para ser aceito como um igual e isso moldou minha conduta. Sempre me cobrei muito por conta disso. Então passar no vestibular e nos concursos foram consequências dessa dedicação exagerada. E quanto mais eu subia na "escala social” menos negros eu via, o que foi, para mim, a prova cabal de que os negros não ascenderam de forma efetiva na sociedade brasileira. Em consequência disso, me relacionei mais com pessoas de outras raças, assim foi com amigos e outros relacionamentos. Chegou um ponto da minha vida em que eu tinha mais amigos brancos do que amigos negros, tive mais namoradas brancas do que namoradas negras. Eu não escolhi propositadamente, foi meu círculo social que me proporcionou. E isso é uma denúncia de que o negro não galgou suficientemente na escala social. Assim foi na Academia Militar e na Faculdade de Direito. Na Polícia Militar então, eram menos de uma dezena de negros em um universo de 400 cadetes. Na faculdade só havia 3 negros na minha turma. Enfim, este quadro ainda acontece atualmente e se deixarmos os ajustes com o tempo, isso irá se perpetuar por gerações. Por isso acho válidas as políticas afirmativas.”

ENTREVISTA DO RACISMO AO OFICIALATO

Houve algum episódio mais marcante, desde a juventude até a escolha da profissão, desse racismo à brasileira?

“O Policial Militar é um agente responsável pelo cumprimento da lei. Então, como poderia fazer cumprir a lei se não conhecer totalmente o Ordenamento Jurídico Brasileiro? Então, basicamente, não tem como dissociar a Atividade Policial Militar do Direito. E quanto mais conhecimento jurídico, com mais segurança podemos agir.”.

Major Rudson de Lima Castro

24.06.2022 / / SEXTA FEIRA / / 1ª EDIÇÃO IFF TIMES

“Educação de qualidade para a parte mais carente da sociedade. De que adianta ter investimentos no ensino superior, público principalmente, se o estacionamento da faculdade de Medicina da UFRJ está cheiode carros

importados?Enfim, oconhecimentolibertaenivela as pessoas e as políticas afirmativas devem continuar e ser de tempos em tempos aferidas para que um porteiro do Copacabana Palace não tire um jovem negro (que estava com sua turma de direito indo assistir uma palestra de Miguel Reali Junior) e coloque o no elevador de serviço, separado dos demais, simplesmente pela cor de sua pele. Isso aconteceu comigo.”.

“A atividade policial militar é complexa, o rol de conhecimento que o policial tem que lançar mão na hora de agir é extenso e nem sempre estamos com o "manual de instrução" para balizar a ação. O negro neste contexto tem que ser exemplo e dar exemplo. Ser educado e cortês no trato com as pessoas pois atitude não é sinônimo de grosseria. Não devemos replicar o arquétipo da truculência e da ignorância. Nossa ação não pode ter um fim em si mesma. Ela tem que ser social.”

Como o senhor vê o papel do policial militar na luta contra os preconceitos?

quente? Dá tempo de fazer um lanche pra gente?". É um cliente quase todas as noites. Um policial militar, comandante do GAT Grupamento de Abordagem Tática. Ao notar meu estado emocional, perguntou o que houve. Soluçando, contei tudo num jato de desabafo. O PM ouve e ao final, disse: "Calma, vejo você sempre trabalhando, estudando, se esforçando. Prove para ele que você vai ser alguém. Estude, acredite, você vai vencer!". Não disse mais nada. Atendi o com os lanches, absorvi as palavras. Algo dentro de mim explodiu feito uma granada. As palavras rancorosas de um foram substituídas pelas palavras estimuladoras de outro. O corpo se endireitou, a mente avivou se e jurei para mim mesmo que iria seguir aquilo como um decreto. Os anos passaram e aos 18 fui ser fuzileiro naval e cheguei a ser sargento. Resolvi entrar na Academia de Polícia Militar. Sou bacharel em Direito e hoje major da PM. Já tive a oportunidade de agradecer pessoalmente ao homem que um dia me humilhou, mas, que em verdade, acendeu um rastilho de transformação em minha vida. Agradeci também ao policial que profetizou vitórias. Agradeço a Deus todos os dias pela minha família, pelos dons, pelos desafios, pela vida.” Que outros caminhos o senhor poderia apontar, hoje, para a luta contra o racismo?

MARIA RITA DE SOUZA GABRIEL FRANÇA 14/06/2022

Tem quem diga que não há uma discrepância racial nesse nicho, mas sabemos que o apagamento e a estigmatização da participação das mulheres negras continua sendo um privilégio racista sobre os valores desempenhados na sociedade brasileira. Estrelas da música como Beyoncé e Rihanna só tiveram um grande reconhecimento porque sua arte foi atingida pela massa, o que significa que seu reconhecimento foi pela branquitude. No Brasil, compositoras negras foram embranquecidas na tentativa de emplacar suas obras, como a já citada Chiquinha Gonzaga. E lógico que temos mulheres negras no mainstream, mas é desigual a diferença, para um artista negro conquistar 50% do que um artista branco conquistou, ele precisa se dedicar mil vezes mais. A luta que se prolonga até os dias de hoje, faz com que o papel da mulher na arte seja cada vez mais observado por olheiros, pela dificuldade de crescer nesse ramo, sendo necessário que muitas tenham força de vontade para continuar nesse meio e se esforçarem para não caírem no esquecimento. As mulheres negras resgatam e desempenham um protagonismo imprevisível, e visto por muitos como incabível. Sobretudo, um causador que as realocaram no meio de certas decisões da virada industrial da cultura e da música popular no Brasil. Essa luta ainda não chegou ao fim, muitas pessoas tapam os olhos para não enxergar o descasofeito comessas mulheres talentosas, fazendocomque as sempre coloque dentro de uma caixa limitando suas ações. Cantoras como Alcione, Elza Soares fazem parte da música Preta Brasileira. Além da MPB, temos o funk, nos anos 2000, abrindo um espaço para as mulheres negras de periferia, como: Tati Quebra Barraco, Deize Tigrona, MC Carol, Ludmilla, Linn da Quebrada. Além do papel de trazer visibilidade para mulheres periféricas e negras na música, elas fazem sua colaboração em relação a autoestima de mulheres que se vêem sem amor próprio e suas músicas resgatam o sentimento de autoconfiança, inspirando mulheres de todas as idades, dando a elas uma outra visão de vida.

SAMARAH VIDIGAL DE VASCONCELOS CRISTOVÃO CRÔNICA COROA NATURAL

24.06.2022 / / SEXTA FEIRA / / 1ª EDIÇÃO IFF TIMES 15/06/2022

ARTIGO DE OPINIÃO

Imagem que ilustra a crônica RETIRADA DA ANIMAÇÃOLOVE""HAIR

O racismo escancarado no meio da indústria musical junto com a segregação dos artistas negros, com foco nas mulheres fizeram com que sua jornada na música fosse cada vez mais importante. As mulheres pretas sempre estiveram presentes na ocupação cultural brasileira, e vem tentando conquistar mais o seu espaço. Na cultura popular e na música, um universo de mulheres negras foram ignoradas pela historiografia, na virada dos séculos XIX e XX, nomes representativos como Chiquinha Gonzaga (1847 1935) e Tia Ciata (1854 1924) ajudaram a abrirumespaçoparaessacausa.Parauma mulher,édifícilganharseuespaçoerespeito,especialmentesetratando deumaindústriadesuamaiorparticipaçãohomens,comoomeiomusical.Comasmulherespretasentão, menores ainda são as chances, visto que, além da luta contra o machismo, elas precisarão combater o racismo.

Era uma manhã de quarta feira, já na metade de maio, Nina se encarava no espelho, mesmo sem querer, podia se ver com os olhos vermelhos e inchados, já havia chorado muito, a questão da vez: Cabelo.Na tarde anterior, Nina foi à escola com seu cabelo solto, um Black, como dizem, e corria tudo bematé quecomeçaramas perguntas e "brincadeiras" relacionadas ao seu cabelo. Como toda criança sensível, se chateou muito, a ponto de passar a noite chorando, ao mesmo tempo que tentava disfarçar para que seu irmão não a visse assim.

MULHERES NEGRAS NA INDÚSTRIA DA MÚSICA

Um caso recente e com grande repercussão aconteceu em 2020, quando George Floyd, um homem negro, foi morto sufocado por um policial branco que estava ajoelhado no pescoço da vítima.

O maior pegou a e começou a penteá la, mecha por mecha, em pouco tempo estava pronta. Trançada, ao estilo nagô. Novamente ao espelho, Nina se sentiu iluminar pelo próprio reflexo, muito alegre, foi agradecer ao irmão, e em seguida, começou a se arrumar para a escola. Ele sorrindo vendo a cena, quase se esqueceu da hora, para poupar o atraso mais rápido foi arrumar suas mochilas e aprontar o almoço. A rotina seguiu normalmente após esse episódio.

Agora, encarando seu reflexo, pensava o que deveria fazer. Seu olhar parecia interrogar o espelho, almejando por uma sugestão, uma resposta; ela via o problema em si, e desejava uma rápida solução. A solução não veio, mas seu irmão sim. César bateu na porta e entrou pedindo licença. Ele estava distraído procurando por alguma coisa no alto do armário, enquanto isso, Nina tentava se recompor. Poucos minutos depois, o maior percebeu uma inquietação vinda de sua irmã, e, ao prestar mais atenção, viu a com um semblante triste; então, começou conversar em tom alegre, para ver se a menina melhorava, mas em contrapartida ela respondia baixo, com poucas palavras.

Ele, pensativo, olhava para o outro lado, por uns poucos segundos ficaram assim, em silêncio, até que lhe surgiu uma ideia; César sugeriu um penteado à irmã, trançaria o cabelo dela, se assim quisesse. Nina, ao ouvir essa proposta, logo se animou.

Apesar das diversas campanhas e organizações contra o racismo feitas por ONGs, redes sociais, veículos de comunicação e outros, o racismo infelizmente ainda continua presente em muitos locais e enraizado na sociedade, porém é ainda pior quando vem das forças policiais, pois é quem deveria, na teoria, defender essas pessoas.

24.06.2022 / / SEXTA FEIRA / / 1ª EDIÇÃO IFF TIMES

À noite, os dois irmãos em casa novamente, conversavam eufóricos, apesar de cansados. César perguntou da escola, e Nina, no meio de tantos assuntos, deixou escapar o acontecimento do dia anterior… Logo que percebeu, calou se. O mais velho ficou sem palavras; o silêncio, mesmo que curto, pesava o ambiente. César suspirou e sentou se na cadeira mais próxima, agora ele entendia a estranheza daquela manhã. A garota ainda se mantinha no canto, em silêncio, pensou em sair mas não pôde...Ele,quebrando o silêncio, chamou a para perto, e a menina que agora parecia ainda menor aproximou se; perguntou o porquê de não ter contado a ele antes, mas ela permaneceu quieta. O maior, que aos olhos de criança da irmã agora parecia ainda mais velho que antes, mostrou se compreensivo, e a acolheu em uma longa conversa… assim entre broncas elogios, foi equiparada a princesas com cabelos de coroa assim como o dela; assim como foi quase reprimida por não contar a verdade… No fim, a garota, já emocionada, abraçou o irmão. Ele, no meio de uma bronca, se calou e retribuiu o abraço.

O caso foi nos Estados Unidos, na cidade de Minneápolis. O ocorrido causou grande revolta, desencadeando protestos antirracistas no mundo inteiro, mais conhecidos como movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam).

EDITORIAL O RACISMO E A VIOLÊNCIA POLICIAL

LAURA RAMOS LANNES 15/06/2022

Apesar de muitos negarem, o racismo é presente no Brasil e esse movimento Black Lives Matter

Percebendo a situação, César parou o que estava fazendo e foi até sua irmã, sentou se e perguntou o que estava acontecendo. Sem contar todo o ocorrido do dia anterior, ela apenas disse que queria mudar o cabelo. O mais velho estranhou essa vontade repentina, mas apenas perguntou o que ela gostaria de fazer. A menor respondeu que não sabia o que, e voltou a encarar seu reflexo.

24.06.2022 / / SEXTA FEIRA / / 1ª EDIÇÃO IFF TIMES

PROCESSI Meme por LANNA

ganhou mais força em nosso país quando, no mesmo ano, no dia 19 de novembro, ironicamente véspera do dia da Consciência Negra, um homem negro foi morto espancado por um segurança no mercado Carrefour, em Porto Alegre. Além desse há, infelizmente, muitos outros casos de racismo por policiais com uma determinada frequência neste país, em que a mais da metade da população é não branca.Umapesquisa divulgada em 2018 pelo Atlas da Violência mostra que 74,4% das vítimas mortas por violência fatal no Brasil, são negras. Por isso não se deve lembrar que vidas negras importam somente quando casos extremos acontecem e haver outras medidas além de protestos e hashtags, como por exemplo, leis mais rigorosas contra autoridades que cometem racismo e uma fiscalização adequada dessas leis para que esses quadros tornem se inexistentes. Até quando vamos deixar o racismo prevalecer bem debaixo dos nossos olhos sem fazermos nada? Cartoon por CAMILLY VITÓRIA DA SILVA MORAES

DA SILVA SANTOS

O conjunto então se dirigiu para dentro. Era um quintal grande com três casas uma perto da outra. No seu íntimo, Antônio sentia um misto de orgulho e inveja, pois Dona Dirce foi quem construiu aquilo, na maior parte; isso em relação às filhas, às casas e aos netos.

_Vovô! Vovó! A mãe tá chamando!

Durante a fase adulta os dois haviam se separado, por intrigas e situações desagradáveis, todavia, como já tinham crianças juntos, não se afastaram muito, mesmo que houvesse certo rancor por parte da velha. Agora na velhice, os dois trocavam farpas entre si, a maior parte em brincadeiras, tal qual crianças.Jáànoite

_Senhora! Mas onde vou? Melhor ficar aqui e ajudar.

_Ha Ha! Ainda se ressente disso, mas é uma senhora amargurada "mermo"! Pra falar a verdade eu queria era brincar com você. disse ele com uma expressão brincalhona.

A provocação feita por Antônio anteriormente é parte do cotidiano para eles. Mesmo após 20 anos de divórcio, Dirce ainda recebia essas brincadeiras vindas do velho. Como nessa mesma tarde, enquanto a senhora chamava as crianças ele começou a se aproximar do portão, e já com um cigarro na boca, começou falando:

_Boa tarde, senhora! e com uma expressão brincalhona continuou Dirce, mulher! Deixa eles brincarem!_Vaivocê

16 horas e Dirce já mandava as crianças pra Tinhadentro.sentido uma movimentação diferente essa tarde. Elechegou. AntônioLuís! Tambémconhecido como ex de Dirce e avô das crianças. _Que isso, Dirce! Mal cheguei já tá toda agitada! HaAha!idosa não respondeu, apenas deu uma encarada daquelas no homem. Era quinta feira, e como de costume, o Sr. Antônio vinha para a casa das filhas, passar o final de semana. Rotina iniciada por elas, que insistiam em cuidar do pai e da mãe mais de perto, e que também era um pesadelo para Dirce.

A senhora, com uma expressão de deboche e raiva ia rebatê lo, mas…

resolveram ver a novela, uma rotina da casa, enquanto a velha fazia um mingau, ou pelo menos tentava, se Antônio a deixasse em paz, como ela diz.

CONTO ATÉ QUE

Dona Dirce, uma senhora já nos seus 70 e poucos anos, ainda era muito vívida, e morava perto das filhas e netos, uma velhice boa e familiar. Antônio, também senhor de idade, já passava dos 75 anos, era um velho alegre, mesmo com algumas complicações de saúde que o limitavam um pouco. Caminhadas, bengala e cigarro(que não conseguia largar), eramparte dele;conseguiapassar bastante tempo com a família (principalmente por incentivo das filhas), então se pode considerar, 'Tonho' um velho de sorte.

brincar na rua! Ou já cansou de "jogar" fora de casa?! respondeu a preta com deboche.

24.06.2022 / / SEXTA FEIRA / / 1ª EDIÇÃO IFF TIMES MARIA RITA DE SOUZA GABRIEL FRANÇA 15/06/2022

_MÃE! VEM CÁ! E logo depois vieram os meninos para o portão novamente.

_Ajudar? Só tá atrapalhando, hum! E nem pensa que eu vou fazer pra você também que não vou.

_A esperança é a última que morre! Ha ha! A idosa quase deu uma panelada nele, mas reconsiderou. E, não. Ela não dividiu o mingau. A MORTE NOS SEPARE

_Sai daqui! “Veio" grudento!

24.06.2022 / / SEXTA FEIRA / / 1ª EDIÇÃO IFF TIMES

Camilly Vitória: Concordo com a Maria Rita, mas a falta de afeto, na maioria das vezes, deve ser o principal fator. O filho ou familiar do idoso age como se não devesse cuidar dele como algum dia cuidou a pessoa cuidou dele. Acredito que não sente um pingo de carinho, empatia e consideração por tudo que já foi feito.

Vitor: Acho que as meninas estão corretas, mas para mim o principal motivo é o tempo, pessoas fazem isso com a desculpa que não possuem este fator, porém na juventude o idoso teve o mesmo tempo para administrar a vida e cuidar da pessoa. É tudo uma falta de consideração ou por problemas pessoais e até por interesses financeiros.

DEBATE O envelhecimento da população e suas consequências

MARIA EDUARDA VALLADÃO F. DE SOUZA 15/06/2022

1. NA OPINIÃO DE VOCÊS, QUAL É O AGENTE MOTIVADOR DO ABANDONO DE IDOSOS?

O resto da noite ocorreu sem muitos causos, apenas cotoveladas para Antônio parar de roncar Quando amanheceu o dia, porém tiveram um choque, Dirce estava com dores fortes que não a deixavam levantar; mesmo assim disse às filhas para não se preocuparem, poderiam ir ao trabalho, à escola._Tonho fica e cuida, podem ir. Antes de continuar vale a pena, contar aqui, tanto Antônio Luís quanto Dirce, tinham alguns probleminhas de saúde (vindos da idade), às vezes com repentinos ataques, mas que nunca haviam os detido inteiramente. Nesses momentos eram mais solidários entre si. Durante dias Dirce permaneceu assim, e até o velho parecia mais silencioso, e estava mesmo, por respeito à doente.

LAURA RAMOS LANNES VITOR SANTOS CITELI MENDONÇA

LANNA MORAES DA SILVA SANTOS SOPHIA VIEIRA DA SILVA DOFFINI

CAMILLY VITÓRIA DA SILVA PROCESSI MARIA RITA DE SOUZA GABRIEL FRANÇA

Foi realizado no dia 10 de junho de 2022, de forma virtual via Whatsapp, um debate entre Camilly Vitória, João Pedro Pereira, Lanna Moraes, Laura Ramos, Maria Eduarda Valladão, Maria Rita França, Samarah Vidigal, Sophia Vieira e Vitor Mendonça, todos alunos do 2° ano de Administração deste instituto, argumentando sobre o abandono de idosos no Brasil: as causas dessa problemática e qual o agente motivador. Todos concluíram que a população idosa merece cuidado, tempo e dedicação, como um dia todas as pessoas necessitaram na infância. Abaixo encontram se as falas e argumentos de cada participante do diálogo.

JOÃO PEDRO PEREIRA RODRIGUES SAMARAH VIDIGAL V. CRISTOVÃO

Maria Rita: Existem casos e casos, podendo alguns serem por falta de condições financeiras como também falta de afeto ao idoso.

Na tarde de sábado, a senhora, ainda acamada, e o velho conversavam. Não será aqui transcrita a conversação, mas emitem palavras ternas e olhares calmos. Dirce, calma como nunca, apertava a mão de um amigo. Ele olhava e entendia sem dizer, até que ela mesma expressou: _Chegou a hora. Ele apenas fez um gesto afirmativo com a cabeça, e continuou ali. Sentado, com uma mão na bengala e outra em Dirce. Alguns dias depois, com todos em casa, a velha partiu. Calma e silenciosa.

Laura: Normalmente a falta de consideração por aquele idoso ou em alguns casos pode ser que não tenha mais ninguém da família para cuidar.

24.06.2022 / / SEXTA FEIRA / / 1ª EDIÇÃO IFF TIMES

Maria Eduarda: Pessoas mais novas não querem a responsabilidade de cuidar de idosos. Os veem como pesos que impedem de se divertirem, sair e trabalhar. Quando adultos eles querem ter liberdade e não ter responsabilidade (o idoso) que limite isso. QUE AS FAMÍLIAS DEIXEM SEUS FAMILIARES IDOSOS

Camilly Vitória: Depende, se NINGUÉM da família tiver tempo o suficiente para cuidar do idoso, beleza. Mas se alguém da família tem tempo para se dedicar, não precisa deixar o idoso viver em um asilo, até porque aquilo lá não é um hotel cinco estrelas. Para mim, a última alternativa é colocar o idoso no asilo.

Maria Rita: Em casos onde o asilo se torna a melhor opção de cuidados para o idoso sim, seja por motivos de saúde ou desejo da pessoa idosa em questão.

Samarah Vidigal: Abandono afetivo, sendo assim descaso da família e ausência de afeto dos filhos com os pais idosos, mas além da falta de relações familiares podendo ser por desamparo da comunidade.

Sophia: Concordo com o João Pedro. O idoso durante toda sua juventude possivelmente ajudou na criação de seus filhos e parentes, mas quando ele mesmo necessita de ajuda deixado de lado porque oseucuidado leva tempo, esforço e compromisso das pessoas, comoumdiaessas pessoas necessitam desses fatores. O afeto pode sim ser o mesmo, mas um preconceito ao cuidar de um idoso e modificar sua rotina por isso deve ser algo que a pessoa não quer ter, sendo de alguma maneira ingrata e deixando a em asilos sem nenhuma visita ou carinho, que mesmo que tivesse tempo para cuidar, prefere deixá lo na instituição para que não tenha esse “trabalho”.

João Pedro: Estou de acordo com o Vitor, analisando a condição do asilo de atender às necessidades do idoso e que a família visite regularmente o asilo como forma de não deixar o idoso de lado.

Vitor: Sim, dependendo do caso e do asilo. Existem pessoas que precisam de cuidados maiores e esses cuidados podem ser encontrados em asilos. Acho errado a parte da pessoa abandonar uma pessoa incapaz deixando o idoso sem carinho e sem visitas.

Maria Eduarda: Os idosos quando mais novos nos criaram, nos educaram, tiveram paciência e sabedoria para nos direcionar no mundo. É injusto que hoje quando precisam de nossa atenção e carinho, sejam deixados de lado como se não tivéssemos nenhuma responsabilidade.

VOCÊ CONCORDA

João Pedro: Negligência, observando do ponto que a pessoa responsável pelo idoso tenha também outras funções na sua vida, ela acaba por deixar o idoso de lado, tratando o como um "problema sem importância".

VIVEREM EM ASILOS?

Samarah Vidigal: No caso em que a família não tenha condições, tempo e seja a melhor alternativa para a saúde do idoso, sim, respeitando seus direitos, continuar tendo vínculos e fazendo visitas.

Lanna: Acho que na maioria das vezes é por falta de afeto e os familiares também dão desculpa que estão sem tempo ou dinheiro, mesmo outros familiares se disponibilizando a ajudar.

Sophia: Para mim a última opção é o asilo, mesmo que seja o melhor do mundo. Os idosos quando passam por alguma dificuldade em sua saúde, assim como crianças, precisam de atenção, tempo e ajuda. Achoqueasilos,namaioria doscasos,servempara queos familiaresodeixemlásemnenhuma estrutura psicológica, apenas pagam o local e não dão as caras por lá.

Lanna: Como Laura disse, creio que depende. Não acho certo colocar o idoso lá e deixarem “a Deus dará”, semfazer uma visita ou semajudar o asilo emnada, pois a maioria dessas instituiçõesprecisam de ajuda, principalmente financeira. Mas, se essa foi a última opção, e há pessoas da família que realmente se preocupam e ajudam, tudo bem.

24.06.2022 / / SEXTA FEIRA / / 1ª EDIÇÃO IFF TIMES

Laura: Acho que depende de cada caso. Alguns idosos precisam de cuidados médicos, por exemplo e muitas vezes vão ser cuidado melhor em um asilo. O que não concordo é os familiares não irem visitar o idoso.

24.06.2022 / / SEXTA FEIRA / / 1ª EDIÇÃO IFF TIMES Agradecemos a todos que concluíram a leitura do jornal IFF TIMES Professora responsável: Fabiana Castro Carvalho de Barros Produtores de conteúdo: Camilly Vitória da João Pedro Pereira Lanna Moraes da Silva Processi Rodrigues Silva Santos Laura Lannes Maria Eduarda Valladão Maria Rita de Souza Ramos F. de Souza Gabriel França Samarah Vidigal Sophia Vieira Vitor Santos Vasconcelos Cristovão da Silva Doffini Citeli Mendonça

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