Nosso Campus #12 - Julho 2014

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NOSSO

campus Informativo mensal do Câmpus de Salvador Jul 2014 Ano 2 N° 12

As TICs na educação A Independência da Bahia no contexto brasileiro Vídeo em Libras aborda o universo estudantil no câmpus


Com a palavra...

Um passo para legislar o incontrolável A internet é um serviço, uma estrutura, um ambiente, que está cada dia mais presente e influente em nossas vidas. Os aparelhos portáteis, por exemplo, cada vez menores e mais poderosos, têm tornado as pessoas dependentes, profissional e psicologicamente, da tecnologia. Tendo nas redes sociais o seu maior exemplo, a internet permite que pessoas se conheçam, aproximem e se reaproximem, mantenham contatos profissionais e que se exponham como nunca antes. Permite, também, o acesso, a geração e a difusão de conhecimentos, uma vitrine na qual o ser humano é um dos produtos expostos. É senso comum que a internet é uma “terra de ninguém”, sem qualquer tipo de regulação, o que não constitui uma realidade. O Brasil, por exemplo, sentiu a necessidade de legislar o que acontece na rede e definir as responsabilidades legais, inclusive dos prestadores de serviço e do poder público. A falta de legislação era um empecilho e deixava brechas para a prática de atos ilícitos. No documento enviado pela Subchefia de Assuntos Parlamen-

tares à presidente Dilma Rousseff, há informações de que o Brasil tinha, na época [em 2011], “sessenta e oito milhões de internautas, com taxa de crescimento de mais de um milhão a cada três meses”. São bons números, mas, ao mesmo tempo, preocupantes, porque

“A falta de legislação era um empecilho e deixava brechas para a prática de atos ilícitos” mostram que providências legais e estruturais seriam necessárias para monitorar as relações virtuais e garantir os direitos e deveres de usuários, provedores de acesso, aplicativos e dos órgãos governamentais. A Lei 12.965/14, conhecida como Marco Civil da internet, tem por fundamento o respeito à liberdade de expressão, aos direitos hu-

manos e à diversidade, conforme consta no seu art. 2º. O capítulo II delimita os direitos dos usuários, garantindo, principalmente, a inviolabilidade da intimidade e o sigilo do acesso. Na sequência, o capítulo III regula a provisão de conexão e aplicações na internet, com base na neutralidade e isonomia de transmissão, comutação ou roteamento de pacotes. Já nos capítulos X e XI, são respeitadas a guarda e a disponibilização dos registros de acesso, preservando a privacidade do internauta. A lei em questão se mostra como um grande avanço para a sociedade brasileira, permitindo uma ação mais contundente da justiça nos casos ilícitos. Há muitos avanços a serem alcançados, tais como uma melhor educação e iniciativas de inclusão digital - além da formal - e a melhoria das estruturas de telecomunicação. O Marco Civil da internet é uma ferramenta importante, mas não deve ser usada para subjugar a liberdade, o direito e a justiça. O respeito a esses conceitos deve ser o seu principal objetivo. Ronaldo Pedreira Professor de informática

Envie o seu artigo, de 30 a 40 linhas, ou sugestão de pauta para comunicacao_ssa@ifba.edu.br, com nome completo, curso ou setor, além de contatos telefônicos. Serão desconsideradas as produções de caráter político-partidário e/ou religioso, bem como conteúdos preconceituosos e depreciativos a grupos e/ou pessoas. Reitora pro tempore Aurina Santana, Diretor Geral do Câmpus Salvador Albertino Nascimento, Chefe da Divisão de Comunicação Andréa Costa DRT-BA 1962, Jornalista responsável Verusa Pinho - DRT -BA 3546, Reportagem Gabriela Cirqueira e Verusa Pinho, Projeto gráfico Gustavo Pontas, Diagramação Felippe Moura e Lilian Caldas, Revisão Andréa Costa, Apoio administrativo Valdinice Alcântara, Impressão Grasb | Periodicidade Mensal, Tiragem 1.000 exemplares, Circulação Câmpus Salvador e Reitoria | Endereço Rua Emídio dos Santos, s/n, Barbalho - Salvador/BA, CEP: 40301-015 | Telefone (71) 2102-9509 | Facebook IFBA_Salvador_Oficial | Site www.ifba.edu.br | E-mail comunicacao_ssa@ifba.edu.br

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Cultural

O Dois de Julho imprime sua marca

FOTO: AGECOM BAHIA / CC BY NC SA 2.0

Por meio da Lei nº12.819/2013, o Dois de Julho passou de celebração local para data histórica do calendário nacional, consolidando o dia da Independência da Bahia como um dos principais destaques na luta pela libertação do Brasil da condição de colônia portuguesa. Mesmo com a declaração oficial de 1822 às margens do rio Ipiranga em São Paulo, foi em terras baianas que nomes, como Maria Quitéria e Joana Angélica, marcaram o movimento precursor de emancipação do país, que durou de 1821 a 1823. Com projeto de doutorado na Universidade de Évora, em Portugal, a professora de história do Câmpus Salvador Laís Viena analisa as particularidades das celebrações dos estados da Bahia e de Goa (Índia). Para a docente, as comemorações do Dois de Julho são uma relevante celebração da identidade política e histórica baiana. “Os festejos são re-

pletos de simbolismos, que buscam retratar o processo de independência da Bahia. A festa também tem se mostrado como um importante lugar de debates e protestos, que, na maioria das vezes, ocupa pequeno espaço nos relatos jornalísticos, mas segue no cerne do Dois de Julho, quando a população baiana vai às ruas lutar por seus direitos.” A professora salienta, ainda, o papel crucial da Bahia no processo de rompimento com o domínio de Portugal. “Muitas vezes a história do Brasil conta a independência como um grande acordo político internacional e nulo em manifestações populares. Na disciplina de história, costumamos indagar ‘e se a Bahia tivesse permanecido fiel a Portugal? Como pensaríamos o Brasil territorialmente, politicamente e culturalmente sem a Bahia?’ O Dois de Julho foi uma afirmação das províncias, assim como ocorreu no Piauí e Maranhão, do desejo em se separar de Portugal”, explica. Quanto à participação popular nas lutas pela independência, nomes femininos como Joana Angélica e Maria Quitéria ganharam notoriedade. A professora de história do câmpus Vera Nathalia Silva cita, também, a importância de outras mulheres esquecidas pelos livros. “Considerando que as mulheres estiveram ausentes na história oficial por tanto tempo, o destaque dado a essas personagens é fundamental, porém não podemos esquecer que muitas outras continuam esquecidas. A luta em uma guerra se dá, do

mesmo modo, por pequenos gestos de resistência e apoio ao movimento. Algo que muitas mulheres, de diferentes classes sociais, etnias e idades fizeram”, ressalta. A opinião é compartilhada pela colega Laís Viena: “Na escrita da história tradicional, tantas vezes machista e misógina, a mulher aparece vitimizada. Além das já citadas e conhecidas pelos baianos, muitas outras personagens estiveram à frente das lutas. Um exemplo é Maria Felipa de Oliveira, negra itaparicana, que participou ativamente dos combates, ajudando a impedir o desembarque de tropas portuguesas na ilha e organizando o envio de mantimentos para as lutas na região do Recôncavo.” Hoje, o cenário do Brasil continua marcado por protestos e manifestações para melhorias no país. A professora Vera destaca que a participação popular no movimento baiano de emancipação serve como inspiração para a capacidade de mobilização contemporânea. “Em tempos de descrédito com a classe política, o Dois de Julho nos leva a pensar sobre a responsabilidade de cada um de nós na condução dos destinos de nosso país enquanto cidadãos.” A docente Laís completa a declaração: “Em uma análise da política atual, o dia 2 de julho deve ser debatido, discutido e relembrado por quem faz política e história - todos nós. A Independência do Brasil na Bahia traz uma ideia de luta e combate, contrariando a visão cantada no hino nacional de que o povo brasileiro sempre esteve deitado em berço esplêndido”, conclui. NOSSO

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Capa

“As tecnologias têm encurtado distâncias, modi�icado a ideia de espaço e criado novas possibilidades para o ensino”

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coordenador do GPETec, que destaca como as tecnologias mudaram a relação do ser humano com o mundo, especialmente no espaço educativo, além da responsabilidade das escolas e dos docentes quanto ao seu uso. NC - Como o GPETec avalia a relação das TICs no dia a dia de uma instituição de ensino? RS - Atualmente, os estudantes já estão habituados a lidar com as tecnologias digitais. É preciso que a escola se aproprie dessa linguagem para acompanhar a cultura do seu tempo, impedindo que haja um descompasso entre o contexto acadêmico e o mundo fora dos de seus muros. Nesse sentido, uma instituição e seus professores precisam estar preparados para a utilização dessas tecnologias, explorando suas potencialidades na educação. NC - Quais estudos já foram desenvolvidos pelo grupo e a que resultados chegaram? RS - Realizamos diversas pesquisas sobre a utilização das tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem. Uma delas trata da sua utilização como um recurso mediador para a cooperação entre crianças. Já publicamos os resultados dessa pesquisa em congressos,

livros e revistas, dentre os quais se destaca o artigo “Aprendendo matemática com objetos de aprendizagem”, publicado na Revista Ciências & Cognição [periódico científico multidisciplinar que publica produções de autores nacionais e internacionais e disponibiliza o conteúdo de forma gratuita]; e o capítulo “Crianças e objetos digitais de aprendizagem: reflexões práticas” do livro “Educação e formação: diferentes contextos”, que e tem como organizadora a professora Ana Rita Almeida, vice-líder do GPETec.

FOTO: GABRIELA CIRQUEIRA

Em um mundo cada vez mais tecnológico, as instituições de ensino têm se adaptado ao uso das conhecidas tecnologias da informação e comunicação (TICs) em sala de aula. Desde 2010, o Grupo de Pesquisa em Educação e Tecnologias (GPETec) do Câmpus Salvador do IFBA desenvolve trabalhos sobre o impacto da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem, com destaque para a análise dos sujeitos sociais, tais como o estudante e o professor. Com sede em Salvador, a equipe, formada, especialmente, por doutores e doutorandos, também agrega pesquisadores do Câmpus Simões Filho. Além de participar de eventos científicos, nacionais e internacionais, e realizar diversas publicações em revistas indexadas e classificadas no sistema Qualis de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o grupo já publicou livros de autoria própria, bem como em coautoria com pesquisadores de outras instituições, como a obra “Educação e formação: diferentes contextos”, lançada, este ano, pela Edufba. A equipe do Nosso Campus entrevistou Romilson Sampaio,


NC - Quais os principais desafios enfrentados pelos docentes ao explorarem os recursos tecnológicos nas suas disciplinas? RS - Um dos grandes desafios é a falta de preparação da escola e dos docentes para o correto uso pedagógico dessas tecnologias, pois não podemos ter a ilusão de que a simples utilização de tecnologias digitais é o suficiente para melhorar o processo de ensino-aprendizagem. Como destaca o professor Fernando Almeida da PUC-SP [Pontifícia Universidade Católica de São Paulo], a tecnologia potencializa o que existe, ou seja, se existe um programa de baixa qualidade educacional, essa tecnologia irá apenas potencializar essa baixa qualidade, pois ela não tem o poder de consertá-la, como algumas pessoas podem acreditar. NC - De que maneira o uso de tecnologias auxilia no processo de ensino e aprendizagem? Há malefícios nessa relação? RS - Existem diversas formas de utilização, tais como a internet, para fazer pesquisas e trazer novidades para a discussão em sala de aula; softwares educativos, para aprofundar determinados assuntos discutidos pelo professor; ambientes virtuais de aprendizagem, permitindo extrapolar os limites da sala de aula, dentre outras. Com relação aos benefícios ou malefícios dessa utilização, salientamos que a tecnologia não pode ser responsabilizada pelo sucesso ou fracasso do processo de ensino e aprendizagem, pois a responsabilidade está no uso que é feito dela. Se existe uma boa proposta pedagógica nessa utilização, os resultados tendem a ser positivos.

NC - Quais recursos são oferecidos pelo IFBA para dinamizar as aulas? RS - Os recursos oferecidos são diversos, como laboratórios de informática, datashow e internet, com ambiente virtual de aprendizagem. NC - Existem atividades coordenadas pelos docentes do câmpus que incentivem a utilização de ferramentas tecnológicas para troca de conhecimento com os alunos?

“Não é a tecnologia em si que modi�ica o modo de aprender, mas o uso que os envolvidos no processo de aprendizagem fazem dela” RS - Sim. Temos como exemplo os professores que utilizam o ambiente virtual de aprendizagem (Moodle)) e alguns professores que utilizam softwares educativos para aprofundar determinados assuntos com os alunos, através de repositórios de recursos digitais, como o Banco Internacional de Objetos Educacionais (Bioe), do Ministério da Educação (MEC). NC - De que modo o avanço tecnológico mudou a perspectiva de aprendizado na contemporaneidade?

RS - As tecnologias mudaram as relações humanas com o mundo e, consequentemente, com o espaço educativo. Vários artefatos foram incorporados à dinâmica acadêmica e influenciaram o processo de ensino e aprendizagem. Do mesmo modo, a presença das tecnologias digitais da informação e comunicação no cotidiano das pessoas é uma realidade da qual a escola não pode fugir. As tecnologias têm encurtado distâncias, modificado a ideia de espaço e criado novas possibilidades para o ensino, como é o caso da educação a distância. Já em relação à aprendizagem, é inegável que as tecnologias mudaram as relações com o conhecimento, pois dispomos de recursos digitais que, se utilizados com um planejamento, configuram-se em novas formas de linguagem, novos signos, que nos permitem interagir e aprender. O fato é que a tecnologia precisa ser bem utilizada, seja nos ambientes formais, como a escola, seja em espaços informais. Enfim, não é a tecnologia em si que modifica o modo de aprender, mas o uso que os envolvidos no processo de aprendizagem fazem dela. Afinal, a aprendizagem é um processo que envolve uma interação com a realidade, com outras pessoas e ela se torna ainda mais proveitosa, do ponto de vista pedagógico, quando se pode conciliar com a tecnologia.

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Curtas

Perfil da ditadura

A Comissão Interna de Sustentabilidade Ambiental (Cisa) do Câmpus Salvador do IFBA foi tema de monografia defendida por Tatiane Muniz, na especialização de gestão ambiental em municípios da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Com o título “Gestão ambiental nas instituições de ensino: desafios da implantação da Comissão Interna de Sustentabilidade do Instituto Federal da Bahia (Câmpus Salvador)”, o estudo descreve aspectos positivos e desafios da Cisa em seu primeiro ano de existência, por meio de entrevistas com servidores e estudantes, que destacaram o Nosso Campus como uma das principais fontes de informação sobre a comissão.

Palestras “Controle de qualidade em mamografia e humanização no atendimento.” Esse é o tema que está sendo debatido durante o ciclo de palestras do Programa de Radiologia e Saúde da Mulher, do Câmpus Salvador do IFBA, desde o dia 12 de julho. São oferecidas 100 vagas por palestra, destinadas a estudantes e profissionais de radiologia. Os encontros acontecerão sempre aos sábados e seguem até o dia 30 de agosto. Haverá certificado de participação, enviado posteriormente por e-mail. Os interessados podem conferir a programação completa pelo site www.radiologia.ifba.edu.br, onde também é possível efetuar a inscrição.

Tanque limpo A Diretoria Adjunta de Engenharia e Manutenção do Câmpus Salvador (Demag) informa que, em junho deste ano, ocorreu a limpeza de 15 reservatórios de armazenamento de água potável da instituição. A ação foi desenvolvida por empresa especializada. Os procedimentos operacionais padronizados verificaram o controle de potabilidade da água, em conformidade com as exigências da legislação sanitária federal, estadual e do município. 6

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FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Cisa

Três estudantes do Câmpus Salvador - Paulo Roberto Sousa, 4º ano de eletrotécnica; Ronaldo Xavier, 3º ano de mecânica, e Catarina Serafim, 2º ano de edificações -, orientados pela professora de história Virna Moreira, elaboraram perfil sobre a ditadura militar, a partir de entrevista com o professor de geografia Helmut Schwarzelmuller. O trabalho é fruto da participação do grupo na 6ª Olimpíada Nacional de História do Brasil (ONHB). Apesar de não chegarem à última fase da competição, que acontecerá no mês de agosto, em Campinas, no estado de São Paulo, os jovens decidiram compartilhar o conteúdo do texto, levando em consideração que 2014 é um momento histórico, por relembrar os 50 anos do regime militar no país. Segundo Helmut, que conviveu com a censura instaurada naquele período, o que restou da ditadura foi o comportamento dos agentes policiais. Confira o conteúdo completo do perfil no Portal IFBA.

Ops...! Ao contrário do que foi divulgado na página 8, da edição de junho do Nosso Campus, a professora de inglês Fabrícia Andrade assumiu a Assessoria Internacional do Câmpus Salvador, desde abril deste ano, substituindo a professora de português Catiane Rocha. Além de aaiifbasalvador@gmail.com, há mais um e-mail para contato com o setor: international.ssa@ifba.edu.br. E as mudanças não param por aí. O horário de funcionamento foi ampliado: de segunda a sexta-feira, permanece o atendimento pela tarde, das 14h às 18h, e nas terças e quartas, inclui o turno da manhã, das 8h30 às 12h.


Saberes in prática

O outro lado do som Alunos surdos produzem DVD em Libras

O trabalho obteve uma repercussão que não imaginávamos. Já estamos pensando em incluir legenda em língua portuguesa, menu interativo e outros detalhes nos próximos vídeos”, destaca. O estudante de eletrônica André Luís, responsável pela edição do material, em parceria com o colega André Paiva, reforça que a produção do vídeo está baseada na necessidade de recepcionar os calouros surdos. “Os novos alunos não conhecem os seus direitos na instituição, a história do IFBA e os diversos recursos que ele oferece, como monitorias e atendimento do NAPNE [Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas]. Pelo nosso DVD, eles poderão conhecer o Instituto e os locais de apoio e orientação”, comenta. O jovem ressalta que a produção do vídeo serviu para superar desafios e conhecer melhor a própria língua portuguesa. “Fizemos as gravações na língua de sinais, mas escrevíamos os textos em português. Também não sabíamos como organizar os programas ou fazer cortes nas imagens gravadas, então estudamos mais o português e cada um desses detalhes, que são pequenos, mas fundamentais para o trabalho”, conclui. No início deste ano letivo, os jovens apresentaram o DVD aos recém-chegados ao Instituto e entregaram cópia da produção para setores como a Diretoria de Ensino e a Diretoria Adjunta Pedagógica e de Atenção ao Estudante. Os interessados em assistir ao vídeo podem se dirigir ao NAPNE, onde há um exemplar disponível para consulta.

FOTO: GABRIELA CIRQUEIRA

O ensino da língua portuguesa ganha, diariamente, novas perspectivas com a professora Joseane do Santos, que leciona a disciplina para estudantes surdos, no Câmpus Salvador do IFBA. Fruto de uma atividade avaliativa da matéria no último ano letivo, o DVD “O aluno surdo no IFBA” explora o mundo visual da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para mostrar como os surdos se comunicam, e apresenta aos novos estudantes, com a mesma necessidade específica, espaços e atividades essenciais no cotidiano escolar. O trabalho foi desenvolvido por quatro estudantes surdos do 1º ano do ensino técnico integrado, que realizaram pesquisas sobre a história do Instituto e entrevistas com gestores e demais servidores, a fim de apresentar aos calouros a trajetória da instituição, com suas mudanças de nomenclatura, além de aspectos do Manual do Aluno. O produto final, um DVD, não possui qualquer tipo de áudio, apenas imagens traduzidas para Libras. Segundo a professora Joseane, a ideia surgiu da dificuldade que os alunos tinham para se localizar dentro do câmpus e se tornou uma proposta de inclusão. “Estávamos trabalhando conteúdos sobre gêneros textuais, como entrevistas, então listei os assuntos que tinham semelhança e sugeri a elaboração de um trabalho que os aproximasse dos diversos espaços institucionais.” A docente pretende tornar a atividade uma forma de avaliação permanente na disciplina. “Neste semestre, os calouros já estão cobrando a participação na produção.

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Canal do Estudante

Único representante da Bahia dentre os quatro melhores rendimentos da X Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB), o jovem Thiago Matheus Rios, estudante do 4º ano do curso técnico integrado de química, no Câmpus Salvador do IFBA, participou da competição internacional na Indonésia de 6 a 13 de julho. Além de provas teóricas, Thiago teve a oportunidade de realizar treinamento intensivo no Rio de Janeiro, de 25 a 31 de maio, quando recebeu medalha e kit educacional, contendo material de estudo, mochila, pen drive e jaleco. “Minha preparação para a olimpíada, desde a primeira fase, foi com os livros da biblioteca do IFBA, além das aulas de biologia. Fora isso, alguns slides e apostilas dos anos anteriores que eu tinha guardado também me ajudaram. Obviamente, a pesquisa das provas e de certos assuntos na web foi de suma importância, já que muitas questões da OBB são mais específicas e não se encontram nos livros do ensino médio. Fiquei muito animado com a 25ª Olimpíada Internacional de Biologia, pois este é um ano comemorativo para o evento e a Ilha de Bali é simplesmente maravilhosa. Estou muito orgulhoso de mim mesmo!”, relata o jovem, que já foi medalhista das

Delegação brasileira na Indonésia

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FOTOS: ACERVO ANBIO

Thiago é o único baiano na final da Olimpíada

“Estou muito orgulhoso”, comemora o estudante

olimpíadas Norte/Nordeste de Química (ONNeQ) - com o bronze - e Brasileira de Química (OBQ) - onde conquistou ouro -, ambas em 2013. A docente Roberta Lordelo, integrante do Departamento de Tecnologias em Saúde e Biologia do câmpus, destaca o incentivo que a olimpíada oferece aos jovens na busca do conhecimento, e completa: “Estamos muito felizes enquanto professores pela realização do Thiago e do IFBA, instituição que temos muito orgulho de fazer parte.”


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