Nosso Campus #13 - Agosto 2014

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Informativo mensal do Câmpus Salvador Ago 2014 Ano 2 N° 13

Dia do Estudante

Atitude e consciência Aluno concluirá ensino médio na Armênia Encontrão de egressos acontece em setembro


Com a palavra...

Juventude brasileira: de coadjuvante a protagonista O que quer a juventude de hoje? O que a incomoda? O que pensa? Será que a “geração coca-cola” está fazendo o dever de casa, como nos versos da música de Legião Urbana? Sim, é a juventude brasileira que saiu a muito tempo da caverna do comodismo, indo, na mais bela novela da vida, de coadjuvante a artista principal, em uma grande batalha, talvez a sua maior, por uma perspectiva de mudança, não só social, mas, quiçá, total. A juventude brasileira sempre demonstrou compromisso com o país, negando qualquer avaliação derrotista da nossa história. Apesar da violência, da escravidão, das desigualdades sociais, os movimentos juvenis de caráter progressista defenderam que o Brasil tinha uma cultura original, base de uma civilização flexível e criativa. Com festa e reverência, a juventude nunca se calou. A luta pela liberdade, pela democracia, pelos direitos do povo e contra a opressão é a marca da resistência da juventude brasileira. Foi no início dos anos 1960 - década que mudaria o

mundo, segundo Jack Kerouac, em seu livro “On the road” (ou “Pé na estrada”, em português, publicado em 1957) -, que o Brasil presenciou o seu maior movimento de massa, democrático e anti-imperialista. Talvez o que mais tenha caracterizado essa

“A juventude brasileira sempre demonstrou compromisso com o país” juventude fosse o desejo de se rebelar, a busca por liberdade de expressão e liberdade sexual. A juventude é o estágio pela qual todos passam, testam, apontam as suas próprias descobertas e fazem com que as experiências vividas sejam lições também na fase adulta. Atualmente, na era

globalizada, na qual todos têm acesso a quase tudo, aonde a informação chega na mais rápida velocidade, a juventude encontra-se num processo de ressurgimento, com uma ajuda incrível das redes sociais, apoiada em pautas que, se pensássemos melhor, são condições básicas para uma existência digna. Ora, se até o Estatuto da Juventude (Lei nº 12.852/2013) corrobora uma participação social e política na representação juvenil do país, quem somos nós para julgar um grupo que tem sede por mudança? O protagonismo continua diariamente, com base na esperança de que esse gigante acordado nunca durma, que prossiga sempre nos mesmos ideais e continue a plantar as mesmas sementes, as quais servirão de exemplo para as próximas gerações que, com sua força árdua, continuará a luta por uma vida digna! Queice Jones Concluinte do 4º ano de mecânica e estudante da licenciatura em matemática

Envie o seu artigo, de 30 a 40 linhas, ou sugestão de pauta para comunicacao_ssa@ifba.edu.br, com nome completo, curso ou setor, além de contatos telefônicos. Serão desconsideradas as produções de caráter político-partidário e/ou religioso, bem como conteúdos preconceituosos e depreciativos a grupos e/ou pessoas. Reitora pro tempore Aurina Santana, Diretor Geral do Câmpus Salvador Albertino Nascimento, Chefe da Divisão de Comunicação Andréa Costa DRT-BA 1962, Jornalista responsável Verusa Pinho - DRT -BA 3546, Reportagem Gabriela Cirqueira e Verusa Pinho, Projeto gráfico Gustavo Pontas, Diagramação Felippe Moura e Lilian Caldas, Revisão Andréa Costa, Apoio administrativo Valdinice Alcântara, Impressão Grasb | Periodicidade Mensal, Tiragem 1.000 exemplares, Circulação Câmpus Salvador e Reitoria | Endereço Rua Emídio dos Santos, s/n, Barbalho - Salvador/BA, CEP: 40301-015 | Telefone (71) 2102-9509 | Facebook IFBA_Salvador_Oficial | Site www.ifba.edu.br | E-mail comunicacao_ssa@ifba.edu.br

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Canal do Estudante

Rumo à Armênia grêmio estudantil. “Certamente, o Instituto ajudou a fortalecer minha personalidade e a descobrir novas visões de mundo. Meu interesse pela UWC apareceu quando percebi que poderia me tornar um cidadão mais universal e consciente, estando com diversas culturas, povos, religiões, raciocínios políticos, e, sobretudo, com pessoas que desejam ajudar o mundo. Também tenho interesse de melhorar o sistema de educação no Brasil”, descreve o jovem. A seleção para integrar os colleges acontece com jovens de 15 a 18 anos, que estão cursando o 1º ano do ensino médio no momento da inscrição, e consiste em três etapas: prova objetiva/redação; entrevista com psicólogos e ex-alunos, e convívio com pessoas de todo o país. Dentre as personalidades que já fizeram parte da UWC, estão o atual rei da Holanda e as netas de Nelson Mandela.

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Selecionado pelo comitê brasileiro da organização sem fins lucrativos United World Colleges (UWC), o jovem Marcos Santos, aluno do 2º ano do curso técnico de automação industrial no Câmpus Salvador do IFBA, foi o único baiano escolhido para estar na Armênia a partir do dia 19 deste mês, ao lado de mais seis estudantes de todo o Brasil. O adolescente realizará atividades diversas, como trabalho social, além de dar continuidade aos estudos do ensino médio, na instituição que reúne estudantes e professores de mais de 100 nacionalidades, em busca da promoção da paz e do intercâmbio cultural por meio da educação. No IFBA, Marcos Santos criou grupo de estudos com colegas de turma, do qual era monitor, foi bolsista de iniciação científica, ganhou medalhas em olimpíadas do conhecimento e participou do

Marcos Santos: Do IFBA para o mundo! NOSSO

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Capa

Aluno é...

ser pensante ou “sem luz”? Etimologicamente, a palavra “aluno” surgiu como uma declinação da palavra latina alumnus, referente a crianças lactantes ou filhos adotivos. No Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a derivação da palavra vem do verbo latino alere, que significa nutrir, fazer crescer - logo, alguém que está crescendo e sendo nutrido. Significado bem diferente do mito criado sobre a palavra ser a tradução de alguém sem luz, fruto de uma associação equivocada do prefixo grego “a”, que indica negação, com luminis ou lumina, “luz” em latim. Com o surgimento das primeiras escolas, “aluno” passou a indicar a pessoa que era levada

para esses estabelecimentos a fim de ser educada. Ao longo da história, o termo adquiriu outros sentidos, principalmente com as ideias do educador Paulo Freire, que propunha a interação entre professor e estudante, com destaque para o protagonismo deste na produção de conhecimento. A importância do estudante “Ser estudante é um direito! Todo mundo tem que estudar! A sociedade investe na juventude e esta dá algo em troca, ao promover benefícios em forma de tecnologia, pesquisa, extensão... É uma troca, um escambo. Acredito que hoje o professor renasce como ser político e ajuda os estudantes a serem cidadãos. A rua também é um espaço para educar o povo. Porém, no contexto político, a mulher ainda sofre preconceito. Vejo muita essa dificuldade. No movimento estudantil, sou 1ª vice-diretora de escolas técnicas da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e coordenadora geral da Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (Fenet).

Emanuele Rodrigues 1º semestre de hospedagem 4

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como ser pensante, que se nutre de conhecimento e amadurece através dele, é a reflexão proposta aos alunos do Câmpus Salvador, em virtude do seu dia, comemorado em 11 de agosto, mesma data em que foram instituídos os dois primeiros cursos de ciências jurídicas e sociais do Brasil, por Dom Pedro I, no século XIX. Viajo por diversos estados e conto com a compreensão dos docentes, para aliar sala de aula com a militância. Este mês, inclusive, estive na Turquia, num encontro internacional de jovens. Acho que se a consciência de todos fosse de dividir as tarefas e as lutas, conseguiríamos mais melhorias. Porém, sei que já conquistamos muito, como a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) - com os 10% do PIB para a área -, o Estatuto da Juventude e o passe livre em alguns estados do país, a exemplo da Paraíba, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. Como diria Che Guevara: ‘Se o presente é de luta, o futuro nos pertence’. Estudante organizado e unido consegue tudo!”


“É através do estudante que se forma a educação para o futuro. Sem educação, a pessoa, na fase adulta, não saberá o que fazer da vida. O estudante tem que ser respeitado, como qualquer pessoa! Sou voluntário do grêmio estudantil e desde que entrei no IFBA percebi o quanto eu estava perdendo lá fora. Vi que a sociedade não é o ‘mar de rosas’ que eu imaginava, mas pretendo, com a minha formação, melhorar mi-

nha vida e a das pessoas, como os moradores de rua. Penso em cursar direito e conciliar com a carreira técnica. Há um ano participo de diferentes manifestações sociais, como o ‘Movimento Passe Livre’ e a ‘Revolta do Buzu’. Precisamos mudar o sistema político do nosso país e tornar a educação acessível a todos, para formar cidadãos críticos na escolha dos seus representantes e no modo de reivindicar seus direitos!”

Laércio Fagundes 1º ano de edificações

“Os estudantes têm um papel fundamental na sociedade. Se a gente tiver um bom ensino, conseguiremos ser pessoas melhores, de bom caráter. A relação com o professor também é importante, pois, futuramente, vai ajudar no mercado de traba-

lho, por exemplo, quanto à responsabilidade com os afazeres da profissão. No nosso dia, eu comemoraria o ensino do IFBA, que é muito bom, mas reivindicaria união por parte dos estudantes, pois ainda vejo muita divisão.” Gracielen Vieira 2º ano de mecânica “Ser estudante é mais do que apenas estar em sala de aula, é participar ativamente da comunidade estudantil, estar em projetos e atividades que possam agregar conhecimentos profissionais e pessoais que, de alguma forma, também contribuam para a instituição. É recorrente ouvirmos que a educação é a base de uma sociedade. A frase pode soar repetitiva, mas é verdadeira. Como técnica em eletromecânica e agora estudante de engenha-

ria, pude participar dessas atividades, aliando o meu curso com ensinamentos sobre energia e sustentabilidade. Precisamos de grandes melhorias, como mais investimentos na educação, garantia de segurança nas escolas e universidades, mas também necessitamos de estudantes críticos, que sejam sensíveis para avaliar as reais e possíveis modificações a serem feitas, tanto no seu convívio acadêmico como nas esferas sociais.”

Cristiane Oliveira 4º semestre de engenharia mecânica NOSSO

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Programe-se

Finop Dias 24 e 25 de setembro acontece a III Feira de Integração e Oportunidades do Câmpus Salvador do IFBA (Finop). O evento, que tem por objetivo promover uma maior aproximação entre instituição educacional e empresas, terá atividades das 13h às 21h, como exposição de estandes, palestras e minicursos. Mais informações no site www.direc.ifba.edu.br ou pelos telefones 2102-9533/ 9529/ 9528.

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2ª fase da OBMEP Mais de 100 estudantes do Câmpus Salvador do IFBA estão na segunda fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) 2014. O Departamento Acadêmico de Matemática informa aos aprovados o cronograma de treinamento, que segue até setembro, quando acontecerá a prova discursiva, referente à 2ª fase da OBMEP.

• Quartas-feiras - 14h20 as 16h20 até 10/9 - Bloco B 205 (sala 06) Treinamento com o docente Fellipe Antônio dos Santos • Quintas-feiras - 10h40 as 12h20 até 11/9 - Bloco B 110 (sala 05) Treinamento com o docente Acélio Rodrigues • Sábados - 10h as 12h - até 6/9 Bloco B 205 (sala 06) Treinamento com os professores Acélio e Fellipe

Cinema no Câmpus Iniciativa da área de humanidades, o projeto “Cinema no Câmpus” pretende ir além da exibição lúdica de filmes, aliando essa ideia com ações pedagógicas desenvolvidas pelos professores em sala de aula, bem como por meio da pesquisa e extensão. Incentivar o diálogo interdisciplinar é o seu principal objetivo. Os interessados podem fi-

car por dentro da programação no blog do projeto. As exibições acontecem nos três turnos (às 10h30 e 14h - no auditório de física - e às 19h - no auditório principal) e serão mediadas por um ou mais comentadores. Informações detalhadas em www.cinemanocampusifba. blogspot.com.br ou pelo telefone 2102-9490.


Mundo IFBA

Os camisas azuis estão de volta! Câmpus Salvador sedia encontrão dos egressos da ETFBA

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

13 de setembro será um dia especial para os ex-alunos da Escola Técnica Federal da Bahia (ETFBA), antiga denominação do IFBA. Essa data foi escolhida para um grande encontro, que acontecerá dez dias antes do aniversário da instituição, no Ginásio de Esportes do Câmpus Salvador, a partir das 10h. “O objetivo é promover um encontro de ex-alunos da ETFBA, através do qual seja possível rever a escola e encontrar amigos, colegas de curso, professores e funcionários, confraternizar, enfim, ter contato e promover o reencontro de pessoas que estiveram presentes em nossa vida durante um período importante. A expectativa é de promover este primeiro encontrão e deixar uma base formada para que possa se consolidar e ter continuidade, talvez a cada dois anos. Esperamos conseguir o maior número de adesões para este primeiro evento, explica Marcia Gonzalez,

integrante da comissão organizadora do I Encontrão dos ex-alunos da ETFBA. Na ocasião, serão arrecadados alimentos não perecíveis, destinados à doação. Dentre as atividades do evento, estão visita às dependências da escola e confraternização, que inclui almoço e apresentação musical. Segundo o diretor geral do Câmpus Salvador, Albertino Nascimento, o momento será propício para sugerir o debate de um antigo sonho: a criação de uma associação que contemple estudantes da Região Metropolitana de Salvador e, posteriormente, de todo o IFBA. “O encontro será uma festividade por reunir estudantes de diferentes turmas, cursos e gerações da ETFBA. Também fui aluno da instituição durante pouco tempo, na formação técnica de química. Apesar de não ter concluído o curso, em virtude de aprovação em nível superior, esse período marcou minha vida. Estamos sediando o evento satisfeitos e com sentimento de saudosismo, afinal, foi uma época memorável para todos que passaram por aqui. Aproveitando a oportunidade, sugerimos que a construção da associação de ex-alunos seja pensada coletivamente. Temos a expectativa de que o encontro trará bons frutos à instituição”, comenta. Marcia Gonzalez espera que o evento se consolide e aconteça a cada dois anos

Egressa da década de 1980, quando se formou como técnica em geologia, Cláudia Cristina Rios, que atualmente é professora universitária e pesquisadora, não tem dúvidas de que viveu os melhores e mais fecundos anos de sua existência na ETFBA. “Muito estudo, trabalho e inspiração encontrei naquele baita prédio no Barbalho. Fiz amigos pra vida inteira”, destaca. Nas suas lembranças, estão as caronas no “pé das ladeiras da Água Brusca e do Aquidabã”, as aulas no Anexo, a Semana da Cultura, as festas, passeatas e os grupos de arte, a Banda Marcial e os desfiles do Sete de Setembro, as atividades no grêmio, a “merenda da Etiópia”, as comemorações de final de semestre, o uso obrigatório do crachá e até “os inspetores chatos - mas necessários e inesquecíveis”. NOSSO

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“O legado deixado é prática rotineira: solidariedade, disciplina e organização. Na ETFBA, aprendi conteúdos e absorvi vivências únicas, que não me canso de averbar a quem me questiona por aqueles belos tempos, belos dias e doces recordações. Que o I Encontrão seja o deslanchar de muitos eventos que possibilitem aos eternos ‘camisas azuis’ o congraçamento e a troca de experiências, tão necessárias a uma

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

Mundo IFBA sociedade democrática. Confesso que estou driblando a ansiedade com altas doses de saudosismo”, relata Cláudia.

Saudosista, Cláudia Rios anseia por um encontro de congraçamentos e troca de experiências

FOTOS: BL

OG DO EV

ENTO

Passado-presente De Escolas de Aprendizes Artífices, em 1910, com suas típicas oficinas, a Liceu Industrial de Salvador, Escola Técnica de Salvador, Escola Técnica Federal da Bahia, Centro Federal de Educação Tecnológica e atual Instituto Federal da Bahia, a educação profissionalizante passou por diversas transformações. Na década de 1970, a ETFBA desempenhou um importante papel no desenvolvimento das indústrias baianas, especialmente com a implantação do Centro Industrial de Aratu (CIA) e do Polo Petroquímico de Camaçari. Dentre os primeiros cursos oferecidos na época da Escola Técnica Federal, está eletrotécnica, que hoje existe nas formas integrada e subsequente ao ensino médio. Ao longo de sua existência como ETFBA, a instituição formou profissionais através de vários cursos, como edificações, eletrônica, estradas, geologia, instrumentação, mecânica, metalurgia e química, tornando-se referência no mundo do trabalho.

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